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CURITIBA
2020
IZABELLE CRISTINA GAZAL DA SILVA
CURITIBA
2020
Reitor
Prof. João Henrique Faryniuk
Pró-Reitor Acadêmico
Prof. João Henrique Faryniuk
Secretário Geral
Sr. Marco Aurélio Cardoso
Campus Barigui
Rua Sydnei A Rangel Santos, 238
CEP: 82010-330 – Curitiba – PR
Fone: (41) 3331-7958
TERMO DE APROVAÇÃO
Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção do grau
de Médica Veterinária no Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do
Paraná.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________
Prof. M. Sc. Rodrigo Azambuja Machado de Oliveira
Presidente
____________________________________
Prof. Dr. Welington Hartmann
_____________________________________
Prof. M. Sc. Guilherme Paes Meirelles
AGRADECIMENTOS
Figura 1: Aspecto da ferida no dia em que o animal foi encaminhado para a Equivet Clínica
Veterinária, Piraquara/2020....................................................................................... 20
Figura 2: Ferida no dia da primeira sessão de ozonioterapia, realizada na Equivet Clínica
Veterinária, Piraquara/2020................................................................................................... 22
Figura 3: Sessão de ozonioterapia utilizando a técnica de bagging, realizada na Equivet
Clínica Veterinária, Piraquara/2020....................................................................................... 23
Figura 4: Curativo realizado na Equivet Clínica Veterinária, Piraquara/2020: Limpeza com
sabão (A); Enxágue (B); Aplicação do óleo de girassol ozonizado (C); Bandagem
absorvente (D); Algodão ortopédico (E); Atadura (F)............................................................ 24
Figura 5: Ferida no dia da segunda sessão de ozonioterapia, realizada na Equivet Clínica
Veterinária, Piraquara/2020....................................................................................... 25
Figura 6: Ferida no dia da terceira sessão de ozonioterapia, realizada na Equivet Clínica
Veterinária, Piraquara/2020................................................................................................... 26
Figura 7: Ferida no dia da quarta sessão de ozonioterapia, realizada na Equivet Clínica
Veterinária, Piraquara/2020................................................................................................... 27
Figura 8: Aplicação perilesional de ozônio, realizada na Equivet Clínica Veterinária,
Piraquara/2020...................................................................................................................... 27
Figura 9: Ferida no dia que o paciente foi retirado da Equivet Clínica Veterinária
Piraquara/2020...................................................................................................................... 28
Figura 10: Foto encaminhada pelo proprietário no dia 18 de março de 2020.................... 29
Figura 11: Foto encaminhada pelo proprietário no dia 12 de maio de 2020....................... 29
LISTA DE QUADROS
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 13
5 DISCUSSÃO ................................................................................................. 31
6 CONCLUSÃO ............................................................................................... 34
REFERÊNCIAS................................................................................................ 35
13
1 INTRODUÇÃO
O ozônio (O3) é uma molécula gasosa natural composta por três átomos de
oxigênio (O2) é uma estrutura dinamicamente instável. Ele foi descoberto em meados
do século XIX e foi descrito como um gás incolor e com odor característico, sendo
explosivo na sua forma líquida ou sólida (DI PAOLO, BOCCI, GAGGIOTTI, 2004;
BOCCI, 2005). A molécula de O3 é instável e decai rapidamente para O2, liberando
um átomo de oxigênio (YAMAYOSHI, TATSUMI, 1993; SONG, et al., 2017). Além
disso, possui meia vida curta, suportando 40 minutos a 20 graus Celsius (°C) e 140
minutos a 0°C e na natureza é abundante apenas na atmosfera, onde suas
concentrações atingem 16 – 20 miligramas por metro cúbico (mg/m³) (DI PAOLO
BOCCI, GAGGIOTTI, 2004). Segundo BOCCI (2005), esta camada é fundamental
para absorver a maior parte da radiação ultravioleta que adentra o planeta terra.
O O3 medicinal é obtido a partir do O2 puro medicinal para evitar a presença de
subprodutos tóxicos de outros gases (OLIVEIRA JUNIOR e LAGES, 2012). Ao se
utilizar o ar do ambiente, que possui uma concentração de 78% de nitrogênio, o
mesmo ao ser convertido produziria óxido nítrico, que é tóxico (DI PAOLO, BOCCI,
GAGGIOTTI, 2004). O mesmo autor relata que o O3 se forma por uma reação quando
o O2 puro recebe uma corrente elétrica, onde apenas 5% do O2 é convertido em ozônio
através do ozonizador médico. A conversão é feita por geradores de ozônio, no
momento próximo do uso, devido sua capacidade de se dissipar no ambiente
(OLIVEIRA JUNIOR & LAGES, 2012).
A terapia com ozônio induz estresse oxidativo moderado ao interagir com
lipídios. Essa interação aumenta a produção endógena de antioxidantes, perfusão
local e fornecimento de oxigênio, além de melhorar as respostas imunes (SMITH et
al., 2017). As concentrações mais altas de ozônio, que no uso medicinal não
ultrapassam os 5%, são utilizadas, por exemplo, nas injeções intradiscais, reduzindo
as compressões exercidas pelas hérnias. As concentrações mais baixas são utilizadas
para as respostas de linha regenerativa (OLIVEIRA JUNIOR & LAGES, 2012).
A via tópica pode ser utilizada com a exposição simples da área-alvo
umedecida com água, solução fisiológica ou óleo pré-ozonizados ou não, com ou não
acoplamento a sistemas de sucção. As demais vias são utilizadas pela injeção ou
insuflação da própria mistura gasosa O3 / O2 ou através do sangue ozonizado
(OLIVEIRA JUNIOR & LAGES, 2012). Em infecções bacterianas YAMAYOSHI e
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A Equivet Clínica Veterinária está localizada na Rua Nova Tirol, n° 250C, bairro
São Tiago, Piraquara – Paraná (PR). A Equivet existe há 12 anos, mas está situada
neste local desde 2015, com atendimento 24 horas para grandes e pequenos animais.
Possui uma área de aproximadamente 10 hectares, dividida em espaço verde e
espaço construído, composta pela clínica e alojamento. Na entrada principal, a clínica
inicia pelo espaço destinado ao atendimento de cães e gatos. O primeiro ambiente é
composto pela recepção onde mais à frente os proprietários podem aguardar na sala
de espera. Nas laterais da unidade, encontram-se duas salas de administração, uma
sala dos veterinários e um consultório de pequenos animais, este com acesso à rua e
a um ambulatório. Este primeiro ambiente se comunica com um corredor que dá
acesso ao laboratório de análises clínicas e a área de internação e isolamento para
pequenos animais, este também com acesso à rua. O mesmo corredor liga a um
espaço restrito, composto pelo bloco cirúrgico de pequenos animais, com outro
acesso onde se encontram o banheiro e ambiente de preparação do cirurgião. Neste
mesmo caminho estão as salas de esterilização de materiais, lavanderia, sala de
materiais estéreis e almoxarifado, estes dois últimos se comunicam com o bloco
cirúrgico de equinos. O bloco cirúrgico de equinos também tem comunicação com a
área de preparação do cirurgião e com a sala de indução para equinos, com acesso
pela área de atendimento de equinos. A área de atendimento de equinos tem um
portão principal por onde entram os cavalos. Esta parte é dividida em desembarcador,
sete baias para internação de equinos, três baias para isolamento, uma sala
maternidade, lavatório para equinos, uma farmácia (com produtos para pequenos e
grandes animais), enfermagem para equinos, um tronco de contenção para equinos,
sala de ração, selaria e acesso aos departamentos anteriormente citados. Na área
externa à clínica está o depósito de serragem, quatro piquetes para soltura dos
cavalos internados e o alojamento dos veterinários responsáveis pela clínica,
residentes e estagiários. A equipe é composta por quatro veterinários, dois residentes,
um administrador e duas pessoas responsáveis pelo setor financeiro.
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3 REVISÃO DE LITERATURA
4 RELATO DE CASO
Figura 1: Aspecto da ferida no dia em que o animal foi encaminhado para a Clínica Veterinária Equivet,
Piraquara/2020.
.
22
Figura 2: Ferida no dia da primeira sessão de ozonioterapia, realizada na Equivet Clínica Veterinária,
Piraquara/2020.
Figura 4: Curativo realizado na Equivet Clínica Veterinária, Piraquara/2020: Limpeza com sabão (A);
Enxágue (B); Aplicação do óleo de girassol ozonizado (C); Bandagem absorvente (D); Algodão
ortopédico (E); Atadura (F).
A B
C D
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E F
Figura 5: Ferida no dia da segunda sessão de ozonioterapia, realizada na Equivet Clínica Veterinária,
Piraquara/2020.
27
Figura 6: Ferida no dia da terceira sessão de ozonioterapia, realizada na Equivet Clínica Veterinária,
Piraquara/2020.
Figura 7: Ferida no dia da quarta sessão de ozonioterapia, realizada na Equivet Clínica Veterinária,
Piraquara/2020.
No dia 9 de março de 2020 foi realizada uma nova modificação nos curativos.
Pela manhã era realizada uma limpeza com água e sabão e aplicado um modulador
frequencial floral tópico. Este floral tem a mesma função do óleo de ozônio, pois ele
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reorganiza a pele e promove cicatrização. Ao fim da tarde uma nova limpeza com
água e sabão era realizada. Após, solução salina era aplicada sobre toda a ferida. O
curativo era realizado apenas com algodão ortopédico e atadura, pois a bandagem
absorvente estava absorvendo a solução salina.
No dia 11 de março de 2020 o tratamento foi interrompido (Figura 9) pois o
proprietário retirou o paciente da clínica, sem alta médica, por conta de restrição de
custos.
Figura 9: Ferida no dia que o paciente foi retirado da Equivet Clínica Veterinária, Piraquara/2020.
Por não ter mais acompanhamento do caso, foi entrado em contato com o
proprietário para ter informações do paciente. Ele encaminhou uma imagem da ferida
no dia 18 de março de 2020 (Figura 10) onde foi notado tecido de granulação
exacerbado na porção proximal da ferida. No dia 12 de maio de 2020 ele encaminhou
outra imagem da ferida (Figura 11), que estava com curativo, então só foi possível
perceber aproximação parcial da borda da ferida.
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5 DISCUSSÃO
gastrointestinais. Também é usada por via oral para aliviar a ansiedade e a insônia, e
topicamente para estimular a cicatrização de ferimentos (MACCHIONI et al., 2004).
Própolis é uma resina produzida por abelhas e tem sido empregado na ortopedia,
endocrinologia, dermatologia, pneumatologia, gastroenterologia e odontologia. Foram
identificados muitos elementos químicos no própolis, entre eles ferro e zinco, que são
relevantes para a síntese de colágeno. Também foi demonstrada a presença de
aminoácidos, como arginina e prolina, importantes estimuladores da mitose celular e
matéria-prima para síntese proteica (MAGRO-FILHO & CARVALHO, 1994).
De acordo com médicos veterinários que trabalham com ozonioterapia, é muito
importante que o aparelho gerador de O3 seja de boa procedência e com registro na
ANVISA, pois um aparelho de má qualidade pode não apresentar o resultado
esperado. Isso implica em má fama da terapia quando efeitos não esperados são
alcançados. Concentrações altas de O3 têm efeito antimicrobiano e aumentam o efeito
de granulação (BOCCI, 2005). A dose depende de cada paciente. No relato de caso
a dose variou, pois dependia do estado em que a ferida se apresentava no dia da
sessão.
O O3 medicinal produzido pelos geradores deve ser produzido imediatamente
antes do seu uso, pois como mencionado anteriormente, sua instabilidade decompõe
a molécula rapidamente. Além disso, medidas de precaução devem ser tomadas uma
vez que ao inalar este gás causa toxicidade. OLIVEIRA (2007) relatou que o
tratamento tópico, com bolsa, bagging ou touca, consiste em um método muito
eficiente para o tratamento de lesões, úlceras, escaras, feridas abertas e lesões pós-
operatórias localizadas nos membros dos animais. Necessita de um sistema fechado,
para limitar a área de atuação do gás. O membro é revestido por um material ozônio
resistente para restringir a concentração do gás apenas no interior deste material.
Utiliza-se por cerca de 20 a 30 minutos, e os resultados após algumas sessões são
muitos satisfatórios.
A utilização de óleo de girassol foi citada no relato de caso. O mesmo era
utilizado com adição de O3, resultando em efeitos benéficos por conta do seu poder
bactericida, mesmo sobre as bactérias mais resistentes, agindo também como anti-
inflamatório e protetor da pele, ao agir nos tecidos conjuntivos, caracterizando
aumento no potencial de cicatrização (AMARAL, MEDEIROS & PARADA, 2013).
Como já mencionado por OLIVEIRA JUNIOR & LAGES (2012), o ozônio é
muito reativo, então se colocar com ar dentro ele vai reagir com o ar ao invés de reagir
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com a lesão. Por isso o ideal é tirar o ar com a bomba de vácuo para ele agir
diretamente com a lesão. O caso relatado tinha como meio de contato a água e o
efeito foi satisfatório. As bombas a vácuo já possuem um catalisador que faz a
degradação automática do O3 após o término do procedimento. Para profissionais que
não possuem este material, a ozonioterapia deve ser realizada em local arejado,
evitando assim possível aspiração do gás.
De acordo com a AEPROMO (2010) as concentrações de O3 usadas com a
técnica de bagging devem ser de 60-40-30-20 γ, de acordo com o estadiamento e a
evolução da lesão, por 20 a 30 minutos. As concentrações de 60-70 γ deverão ser
usadas apenas em infecções purulentas. Sempre que as lesões apresentarem
melhora havendo controle da infecção e formação de tecido de granulação, deve-se
reduzir a concentração e espaçar as sessões para favorecer a cicatrização.
O O3 perilesional foi utilizado com o objetivo de estimular a cicatrização, mas
não foram encontrados relatos que comprovam sua eficácia em lesões cutâneas.
De acordo com o modulador frequencial floral utilizado, quando administrados,
sua ação não é bioquímica e sim biofísica, via campo informacional. A terapia quântica
associada ao tratamento com ozônio se mostra eficaz no tratamento de feridas
(AMARAL, MEDEIROS & PARADA, 2013).
Infelizmente, como é a realidade em muitos casos, se torna caro para muitos
proprietários manter seus cavalos internados em um ambiente hospitalar e com
enfermagem 24 h por dia. Como citado por PAGANELA et al. (2009), os tratadores,
treinadores ou proprietários deviam ser capacitados para realizar este serviço de
enfermagem em casa ou propriedade onde o animal se encontra. Mesmo que a
intervenção médica seja realizada com êxito, o sucesso do trabalho e o resultado final
satisfatório dependem destes cuidados de higiene diários.
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6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
AMARAL, A.; MEDEIROS, M.; PARADA, A. Feridas não são doenças do corpo, são
doenças da alma. Revista Saúde Quântica, v. 2, n. 2, 2013.
DI PAOLO, N.; BOCCI, V.; GAGGIOTTI, E. Ozone therapy. The International Journal
of Artificial Organs, v. 27, n. 3, p. 168 – 175, 2004.
OLIVEIRA JUNIOR, J.; LAGES, G. Ozone therapy for lumbosciatic pain. Rev Dor. São
Paulo, v. 13, n.3, p. 261-270, 2012.
SONG, M.; ZENG, Q.; XIANG, Y. et al. The antibacterial effect of topical ozone on the
treatment of MRSA skin infection. Spandidos publications, v. 17, n. 2, p. 2449-2455,
2017.
YING, W. Z.; MEI, J. C.; MIN, W. Z. Percutaneous treatment of lumbar disc herniation
by oxygen-ozone injection: A clinical study of 322 cases. Rivista italiana di ossigeno-
ozoterapia, v. 4, n. 1, p. 6 – 8, 2005.