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LAGES - SC
2022
THALIA DE SOUZA BATISTA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR EM CLÍNICA E CIRURGIA DE
PEQUENOS ANIMAIS A CLÍNICA VETERINÁRIA EVJ – BOM RETIRO/ SC
LAGES – SC
2022
IDENTIFICAÇÃO DO ESTÁGIO
Com o coração tomado pelo sentimento de gratidão, escrevo este manuscrito, com o
intuito de agradecer tudo o que fizeram para que eu pudesse chegar até aqui, embora saiba
que palavras não são suficientes, deixo registrada a minha emoção de estar realizando um
sonho, o qual divido com a minha família e todos que estiveram comigo ao longo desta
caminhada.
Válido lembrar, que o caminho foi longo e cheio de desafios, houve momentos em
que cheguei a duvidar que a realização desse sonho fosse possível, mas vencemos, e eu só
tenho a agradecer. Primeiro a Deus por alimentar a minha fé e ter me dado forças para superar
os momentos difíceis. Agradeço, em especial, a minha mãe Leonita de Souza, meu paidrasto
Otanir dos Santos e as minhas irmãs: Thaisi e Thainara de S. Batista, que caminharam do meu
lado por todos esses anos e que fizeram o impossível para me ajudar. Aqui está o meu eterno
e mais puro reconhecimento a tudo que me ofertaram durante toda a vida. Seus exemplos de
honestidade, profissionalismo e determinação contribuíram para a construção do ser humano
que me tornei.
Agradeço ao meu companheiro de vida, Luiz Paulo, pela parceria, amizade, entrega e
toda ajuda até aqui. Somente nós sabemos de tudo que precisamos passar para que este dia
chegasse. Obrigada por sonhar comigo e me dar forças para seguir adiante. Agradeço também
a minha filha Clara, ela se tornou uma grande motivação para eu não desistir. Enfrentei
pandemia, gestação, maternidade e puerpério para conquistar o meu sonho, e sei que ela foi a
minha maior motivação e inspiração. Agradeço à coordenadora e a todo corpo docente da
minha instituição, que, compartilharam comigo todo seu conhecimento, tornando-se
inspirações para mim. A Clínica Veterinária e Pet Shop EVJ, agradeço por abrirem as portas
da sua empresa para que eu obtivesse a oportunidade de aprender e conhecer pessoas
incríveis.
SUMÁRIO
2. CASUÍSTICA.....................................................................................................................17
3. ROTINA CLÍNICA............................................................................................................19
4. CASOS CLÍNICOS............................................................................................................20
4.1.3. HÉRNIAS...............................................................................................................24
4.1.5. MASTECTOMIA...................................................................................................26
4.1.6. FLAP......................................................................................................................28
4.1.7. SUTURA.................................................................................................................30
4.1.8. URETROSTOMIA..................................................................................................32
4.1.9. OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIA.............................................................34
4.1.10. ORQUIECTOMIA................................................................................................35
4.2. ATENDIMENTOS...........................................................................................................36
4.2.1. ESPOROTRICOSE.....................................................................................................36
4.2.4. ERLIQUIOSE.............................................................................................................38
4.2.6. GASTROENTERITE.................................................................................................40
4.3. EXAMES..........................................................................................................................42
5. CONCLUSÃO.....................................................................................................................44
6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................45
1. INTRODUÇÃO - ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO II
A Clínica Veterinária e Pet Shop EVJ, conta com uma recepção que dispõe de caixa,
prateleira com venda de medicamentos (figura 1) e poltronas (figura 2). Consultório tendo um
balcão com pia, mesa com cadeira (figura 3), geladeira para armazenação de vacinas, mesa
para exame clínico no paciente, e lixeiro para descarte de resíduo comum e Descarpak®
(figura 4). Possui internamento com nove baias (figura 5), mesa com computador, frigobar
para armazenamento de vacinas, armário para armazenar guias, coleiras, roupas de uso
interno, pia com lixeira para resíduos comum e Descarpak® (figura 6). A emergência da
clínica conta com mesa de inox, pia com armário para armazenação de medicamentos e
equipamentos de uso clínico (figura 7), conta também com a LaserCyte e Catalyst One, que
são aparelhos para exames de sangue e bioquímico (figura 8), além da lixeira de resíduos
comum e Descarpak®. O centro cirúrgico é composto por pia com torneira elétrica com
comando pelo pedal; berço aquecido (figura 9), mesa de inox, aparelho de monitoramento de
parâmetros, aparelho de anestesia (figura 10), balcão para armazenamento de medicamentos e
itens hospitalares, além de lixeira para resíduo comum, hospitalar e Descarpak® (figura 11).
Possui também sala de raio-x digital, contendo uma mesa com computador (figura 12),
aparelho de radiografia (figura 13). A sala de esterilização é composta pela autoclave, um
armário para armazenar os materiais não esterilizados e um tanque para lavar os materiais
(figura 14). A clínica possui a parte de loja, com vendas de ração, petiscos, roupas e
apetrechos para os pets (figura 15). Conta com uma cozinha de uso interno ((figura 16) e
sanitário. A parte de Pet Shop conta com banho, banho terapêutico e tosa. Com equipamentos
e produtos de excelência, o banho e tosa conta com mais de setenta planos mensais.
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Figura 1: Recepção e prateleira de medicamentos.
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Fonte: Arquivo pessoal, 2022.
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Figura 5: Sala de internamento com nove baias.
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Fonte: Arquivo pessoal, 2022.
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Figura 9: Centro cirúrgico: Pia e berço aquecido.
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Figura 10: Centro cirúrgico: Mesa e aparelho de monitoramento e anestesia.
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Figura 12: Sala de raio-x com mesa e computador.
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Figura 13: Aparelho de radiografia.
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Figura 15: Ala de vendas de rações e apetrechos para pet’s.
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2. CASUÍSTICA
A Clínica Veterinária e Pet Shop EVJ inicia a rotina clínica às 08h30 e tem horário de
funcionamento até ás18h30 horas, entretanto são realizados atendimentos em horários não
comerciais, finais de semana ou feriados em animais já internados ou casos de emergências. A
clínica conta com os serviços de clínica, cirurgia, vacinas, exames laboratoriais, internação,
diagnóstico por imagem e pet shop.
Durante o período de estágio foram desenvolvidas atividades relacionadas a auxiliar
no atendimento clínico, cirúrgico e diagnóstico por imagem. Foi realizado também
acompanhamento e discussão de casos clínicos, juntamente com o M.V. responsável.
No período de 26 de setembro a 07 de dezembro foram acompanhados 501
atendimentos e procedimentos, que estão distribuídos nas tabelas 1, 2 e 3.
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Na tabela 2 estão listados os procedimentos cirúrgicos acompanhados durante o
período de estágio na Clínica Veterinária e Pet Shop EVJ.
Tabela 3: Demais procedimentos realizados na Clínica Veterinária e Pet Shop EVJ, durante
o Estágio Obrigatório Supervisionado II.
Procedimento Quantidade
Coleta de sangue para hemograma 63
Coleta de sangue para bioquímico 30
Transfusão de sangue 02
Teste Elisa para FIV/FELV 02
Teste Cinomose 01
Radiografias 38
Eletrocardiograma 02
Erliquiose 01
Gastroenterite 02
Imunizações 79
Total 218
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3. ROTINA CLÍNICA
A rotina clínica inicia as 08h30 e tem horário de funcionamento até 18h30, entretanto
são realizados plantões para monitoramento dos animais internados e atendimentos de
emergência. Para cada paciente que chega é feito um cadastro no Simples Vet de
identificação onde são anotados os dados do proprietário e os dados do animal. Após o
cadastro é realizada a consulta, onde o animal passa por um exame clínico geral, caso exista
alguma queixa relatada, realiza-se o exame específico. Se necessário são realizados exames
complementares como hemogramas, bioquímicos ou radiografias. Em casos que o tratamento
seja cirúrgico ou mais intensivo os animais são preparados para o procedimento, caso o tutor
queira realizar no dia ou então, é marcado uma data para tal.
No sistema possui a aba de internação, onde cada animal internado em tratamento
possui uma ficha clínica onde são anotados os parâmetros fisiológicos do exame físico, a
prescrição feita pelo médico veterinário e é anotado também, todos os comportamentos, como
se urinou ou defecou, o comportamento, se aceitou alimentação e hidratação. Na rotina
clínica, com início as 8h30 todos os animais em tratamento são medicados conforme a
prescrição, ofertado alimento e água, limpado as baias e levados para passear. Os pacientes
que possuem ferimentos ou incisões, é feito o curativo duas vezes ao dia.
Além do acompanhamento da rotina clínica, a limpeza e organização do local ficam
sob responsabilidade do estagiário, assim como a reposição dos materiais utilizados para a
realização das rotinas
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4. CASOS CLÍNICOS
Figura 18:Radiografia
21
Fonte: Arquivo pessoal, 2022.
O outro paciente era um felino, macho, castrado, 5 anos de idade. Paciente já tinha vindo para
consulta outras vezes com a queixa de diminuição de apetite. Diagnosticado com Complexo
Gengivoestomatite crônica.No exame clínico, apresentava dor ao mexer/abrir a boca e
halitose. Sempre que o tutor começava o tratamento, ele fugia e só retornava quando estava
muito debilitado. Foi realizado uma tartarectomia com extração dos dentes: Molar superior
direito, molar inferior direito, molar superior esquerdo e molar inferior esquerdo. O canino
superior esquerdo estava fraturado. Foi receitado para casa, Dipirona gotas, 6 gotas via oral, a
cada 12 horas por 3 dias. Depois de oito dias, no retorno, o tutor comentou que o paciente
estava agressivo e havia fugido, assim que conseguiu captura-lo, trouxe para o retorno. Em
conversa, foi optado por não extrair os dentes e tentar estabilizar o quadro, deixando-o
internado. Como o paciente não estava colaborando com o tratamento e estava ficando cada
vez mais grave, foi feito o procedimento de extração dentária total, nucal aos caninos e
observado que as fauces estavam inflamadas (figura 20). Receitado para casa Periogard, para
higienização da boca com auxílio de cotonete, uma vez ao dia.
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4.1.2. Tartarectomia com extração dentária
A outra paciente, uma Maltês, de 10 meses de idade, que veio para a correção de uma
hérnia e a tutora quis realizar também o procedimento de tartarectomia. Extração dos dois
caninos de leite superiores.
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A terceira paciente, uma Pinscher d 17 anos de idade, realizou o procedimento de
tartarectomia com anestesia inalatória. Foram realizados o hemograma, perfil bioquímico
básico e eletrocardiograma, como exames pré-anestésicos. Foram extraídos o primeiro
incisivo superior direito, o primeiro, terceiro e quarto pré-molar superior esquerdo, terceiro e
quarto pré-molar inferior direito e quarto pré-molar inferior esquerdo. Para casa, foi prescrito
Meloxicam 0,5mg – 3 comprimidos, uma vez ao dia por três dias. E indicado o produto
Aquabianc para controle de tártaro.
4.1.3. HÉRNIAS
24
As neoplasias cutâneas são frequentemente diagnosticadas em cães, as quais são originadas do
epitélio das estruturas anexas geralmente se apresenta como uma massa bem definida e
isolada, com coloração que varia de vermelho a amarronzada, podendo ser enegrecida, textura
de macia a firme e que, quando incisada, (HANDRICK, 2017).
Foi atendido um caso. A paciente, uma fêmea castrada, da raça Shih-Tzu, oito anos de idade,
veio para consulta onde a tutora relatou que há quatro meses apareceu uma mancha rosa no
lábio superior esquerdo, e afirma que tem crescido. No exame clínico foi visto um nódulo
firme, indolor, sem pelos de aproximadamente 3cmx3mm. Foi indicado fazer uma biópsia e
marcado para o mesmo dia.
Realizado o procedimento de exérese tumoral de massa, suspeita de cisto glandular.
Procedimento realizado com anestesia inalatória, eletro cauterizador e sutura com fio náilon 4-
0. A tutora quis realizar o exame de histopatológico e a amostra foi enviada para a DiagVet,
em Lages.
Na avaliação macroscópica: Fragmento de 1,0x0,7x0,5cm com superfície cinza e glabra. Ao
corte, macio e branco. O diagnóstico foi: Epitelioma sebáceo.
Foi receitado para casa Meloxicam 0,5mg- 1 comprimido via oral, a cada 24 horas, durante 3
dias; Dipirona gotas – 6 gotas via oral, a cada 8 horas, durante 2 dias; limpar a lesão três vezes
ao dia, com solução fisiológica e gaze; fazer o uso do colar elizabetano seguindo as
orientações do veterinário.
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4.1.5. Mastectomia
As neoplasias de glândula mamária dos felinos e caninos tem um fascínio notável para os
oncologistas por causa de suas semelhanças com o tumor de mama humano. Sendo a terceira
neoplasia mais encontrada em felinos (MORRIS; DOBSON, 2001), É necessário o ato de se
administrar um maior número de fármacos, não resulta em maior depressão da função
cardiovascular e respiratória, acontecendo justamente o contrário, na maioria das vezes
(FANTONI; CORTOPASSI, 2010)
Paciente fêmea, SRD, doze anos de idade, não castrada no momento da consulta. Tutor relatou
que há sete meses atras uma mama aumentou de volume e apresentou uma ferida. Começou a
tratar, mas começou a crescer muito rápido. No exame clínico observou-se massas caudais
muito grandes (figura 23). Foi indicado a mastectomia, mas o tutor estava com receio devido a
idade da cadela.
Passou-se algumas semanas e o tutor agendou o procedimento. Foi realizado um
eletrocardiograma com laudo, cujo resultado foi: Arritmia sinusal com algumas pausas
sinusais. Bloqueio atrioventricular de primeiro grau = sugerimos que evite o emprego de
fármacos alfa 2 agonistas (ex. xilazina) neste paciente; uma radiografia com laudo (figuras 24
e 25) e exames de sangue, como hemograma e perfil bioquímico básico. Iniciando os
preparativos para entrar em procedimento, o tutor telefonou para a clínica e relatou que estava
pensando em eutanásia, por ser uma cirurgia grande e ela já ter uma certa idade, sem falar nos
cuidados pós, mas em conversa, e explicando detalhadamente como tudo iria ocorrer, ele
mudou de ideia.
Foi realizado então a mastectomia das mamas caudais, ficando duas craniais esquerdas e uma
cranial direita. Realizado também a OSH, onde se notou que havia piometra. A massa pesou
2,440Kg.
Após a cirurgia o animal foi internado e começou-se as medicações: Clindamicina – 1,65ml
IM, a cada 12 horas, durante quatro dias; Meloxicam 2mg – 1 comprimido VO, a cada 24
horas, durante 7 dias; Dipirona – 1,1ml IM, a cada 12 horas, durante 5 dias; Cronidor 80mg –
1,5 comprimido VO, a cada 12 horas, durante 3 dias; Tramadol – 3,5ml SC quando
necessário; Gaviz 20 – 1 comprimido em jejum, VO, durante 10 dias; Curativo – duas vezes
ao dia, limpando com gaze e clorexidine aquosa, passando Hirudoid nos edemas e Vetagloos
na incisão. Foi colocado atadura durante cinco dias.
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A paciente ficou sob nossos cuidados até a retirada de pontos, que se deu com doze dias. Teve
uma ótima recuperação, tendo em vista, que foi um procedimento grande, com bastante área
de tensão.
27
Fonte: Arquivo pessoal, 2022.
4.1.6. FLAP
28
O flap de terceira pálpebra consiste em imobilizar a terceira pálpebra por cima do globo ocular
com a finalidade de constituir uma barreira física para proteção da córnea,esse processo de
cicatrização são acelerados,fazendo a diminuição da dor e redução da evaporação do filme
lacrimal. (GALERA et al., 2009)
Foram atendidos dois pacientes que realizaram o procedimento de Flap. O primeiro, um cão
macho, não castrado, da raça Pinscher de dez anos de idade. O tutor veio até a clínica, em
horário plantão, com a queixa de que estava roçando a grama quando uma pedra ricocheteou
no olho esquerdo do animal. No exame clínico avaliou-se aumento de volume (pressão), lesão
de aproximadamente 4 mm dorsoventral na córnea. Sangue na câmara anterior. Foi receitado
Meticorten 5mg – 1 comprimido VO, a cada 24 horas, durante 5 dias. Uso oftálmico: Nevanac
uno – aplicar 1 gota no olho esquerdo, quatro vezes ao dia, durante 10 dias; Tobramicina
colírio – aplicar 1 gota no olho esquerdo, 8 vezes ao dia, durante 10 dias; Lacri – aplicar 1
gota no olho esquerdo, 4 vezes ao dia, durante 7 dias; Recomendações: Uso do colar, retorno
com três dias;
No retorno, o tutor relatou que no caminho até a clínica houve uma descementocele rompida
de aproximadamente 0,5 cm. Foi anestesiado o animal para a realização do procedimento do
flap de 3º pálpebra em olho esquerdo. Receitado: Agemoxi CL 50mg – 1 comprimido VO a
cada 12 horas, durante 10 dias; Meloxicam 0,5mg – 1 comprimido VO, a cada 24 horas,
durante 3 dias. Recomendado continuar com os colírios e retorno com 10 dias.
Após sete dias, o tutor retornou até a clínica para uma nova ancoragem no flap, pois o olho
está menor e uma porção da lesão estava exposta (figura 26).
29
Fonte: Arquivo pessoal, 2022.
O segundo caso, era uma cadela castrada, Golden Retriever de treze anos de idade. Foi
realizado flap de 3º pálpebra em olho direito. Realizada cauterização superficial do terço
médio do bordo palpebral direito.
4.1.7. SUTURA
30
A sutura é um procedimento feito quando existe a necessidade de fechar uma incisão na pele,
em uma mucosa, músculos, vasos sanguíneos ou até em órgãos,utiliza-se em ferimentos de
mordidas e cirúrgicos,deve-se sempre ser feita com correto cuidado e profilaxia.
Paciente canina, fêmea castrada, SRD, seis anos de idade. O tutor havia ligado para a clínica
avisando que a paciente foi atacada por um, provável animal silvestre, e que estava a caminho
da clínica, que o caso era grave e não sabia se chegaria com vida. Quando a paciente chegou,
no exame clínico foi observado desidratação, dor intensa, decúbito lateral e múltiplas
lacerações, principalmente no pescoço (figura 27 e 28). Foi feito o acesso venoso na paciente
e coletado sangue para a realização do Hemograma e Perfil Hepático e Renal. Foi realizado a
tricotomia das lesões, seguido de limpeza externa com gaze e clorexidine aquosa (figura
29,30,31 e 32).
A paciente foi anestesiada para ser realizado a limpeza profunda e sutura. Foi colocado um
dreno, pois havia muita secreção que precisava ser drenada. A mesma se manteve estável
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durante todos os procedimentos. Após a sutura, ela foi internada e teve as seguintes
prescrições: Ceftriaxona 20% - 2,6 ml IV, a cada 12 horas, por 7 dias; Meloxicam 2% - 0,18
ml SC dose única; Enrofloxacina – 0,9 ml SC, a cada 12 horas por 7 dias; Meloxicam 2 mg –
1 comprimido VO, a cada 24 horas por 5 dias; Dipirona – 0,9 ml IM a cada 12 horas, por 3
dias; Tramadol – 2ml SC, quando necessário; Rilexine 600 – 0,5 comprimido VO, a cada 12
horas por 10 dias; Enrofloxacina 150 mg – 0,5 comprimido VO, a cada 12 horas por 10 dias;
Gaviz 20 – 1 comprimido VO em jejum, a cada 24 horas por 10 dias. Além das medicações
era feito o curativo duas vezes por dia, limpando com gaze e clorexidine aquosa e passando
Hirudoid nos edemas e hematomas e Vetaglos nas incisões e ferimentos pequenos;
Por se tratar de uma grande área atingida, começou a ter necrose, que em poucos dias foi
realizado o desbridamento da área e começamos a fazer o curativo com açúcar cristal, gaze e
atadura. A recuperação da área afetada foi ótima, a cada dia que passava, a melhora era nítida
(figura 33).
Com 14 dias foi retirado os pontos e a paciente recebeu alta para finalizar o tratamento em
casa. Foi recomendado a limpeza diária da lesão, pelo menos duas vezes ao dia, um certo
repouso, visto que ela tinha vida livre e passar Fitofix Gel nas lesões.
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4.1.8 URETROSTOMIA
A Uretrostomia é o nome dado à técnica cirúrgica que consiste na abertura de uma fístula na
uretra do animal, Entre as afecções mais comuns na clínica,Esta técnica é empregada em cães
e gatos como uma das opções terapêuticas para desordens do sistema urinário ,sendo a
obstrução decorrente de urolitíase a principal delas (KOGIKA, 2015).
Paciente macho castrado, SRD, doze anos de idade, chegou no consultório com a tutora
relatando que a dois meses o animal começou a urinar estranho, não levantando a pata. Com a
evolução perceberam que estava urinando em gotas. Três dias atrás, antes de virem para
atendimento, levaram para um colega que recomendou ultrassom, onde identificaram nódulos
no testículo e hiperplasia prostática. Foi cadastrado no dia anterior que chegou aqui.
Foi realizado uma radiografia para verificar a posição e quantidade de cálculos, (figura 34)
seguido da tentativa de desobstrução uretral, com hidropropulsão, porém, não foi possível
deslocar todos os cálculos. Após a tentativa, foi realizado outra radiografia (figura 35).
Animal ficou internado para a realização do procedimento de cistotomia com tentativa de
desobstrução do canal uretral, obstruído na porção caudal do osso peniano. Depois de várias
tentativas sem sucesso, optou-se pela uretrostomia cranial a bolsa testicular (figura 36).
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Figura 35: Radiografia pós sondagem
34
Fonte: Arquivo pessoal, 2022.
Após a cirurgia animal foi internado e teve as seguintes prescrições: Ceftriaxona 20% - 3 ml
IM, a cada 12 horas, por 10 dias. Meloxicam 2mg – 1 comprimido VO, a cada 24 horas, por 5
dias. Dipirona – 1ml IM, a cada 12 horas, por 3 dias. Cronidor 80mg – 1,5 comprimido VO, a
cada 12 horas, por 3 dias. Agemoxi CL 250mg – 1 comprimido VO, a cada 12 horas, por 10
dias. Além das medicações, era feito o curativo, duas vezes ao dia.
4.1.9. OSH
4.1.10. Orquiectomia
Orquiectomia é o termo cirúrgico que descreve a ação de retirada dos testículos ,é tida como
um método de controle populacional de eleição, (CARVALHO et al; 2007). É um
procedimento comumente realizado na prática veterinária de pequenos animais, que ajuda a
prevenir patologias hormônio-mediadas como prostatopatias, adenomas perianais e hérnias
perineais.
Durante o período de estágio foi acompanhado três casos de orquiectomia.
O primeiro deles, um cão macho Spitz de sete meses de idade. Com anestesia inalatória,
náilon nos cotos e pede e poligalactina na redução. Receitado para casa Meloxicam e
Dipirona, além da limpeza diária e aplicação de Rifamicina Spray.
O segundo, um gato macho SRD, de dois anos de idade. Realizado com anestesia dissociativa.
Receitado Meloxicam e Dipirona, além do curativo e aplicação de Rifamicina Spray.
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O terceiro, um gato macho SRD, de oito meses de idade. Realizado com anestesia
dissociativa. Receitado Meloxicam e Dipirona, além do curativo e aplicação de Rifamicina
Spray.
4.2. ATENDIMENTOS
4.2.1. ESPOROTRICOSE
A Esporotricose é uma micose sub-cutânea caracterizada por lesões nodu-lares que podem
supurar ou ulcerar. Tem evolução subaguda ou crônica na maior parte dos casos. É
uma micose subcutâ-nea, caracteristicamente pápulo-nodular, em fase pré-
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clínica avançada e ulcero gomosa, naquela tardia. (Schenck, 1898)
Foi atendido um caso de Esporotricose durante o período de estágio. Gata, fêmea, castrada,
SRD, de um ano e onze meses de idade. No dia do atendimento, os tutores relataram que há
uma semana atrás notaram que a paciente estava com um andar diferente e notaram uma
feridinha na pata. No dia seguinte levaram para uma colega que espremeu achando ser um
bicho-de-pé, receitou Enrofloxacina 50 mg, 1/4 a cada 24 horas por 10 dias e também
Meloxicam (não souberam informar a dosagem e duração do tratamento). O Meloxicam
acabou hoje pela manhã, e a tutora pegou uma amostra grátis de Percoide 3mg/ml no trabalho
(2ml a cada 24 horas). Relataram que já haviam começado um antibiótico em casa, por conta
própria (não souberam informa o nome). Depois que a colega espremeu a ferida, notaram que
teve um grande aumento da lesão. Compararam o tamanho do coxim dos dedos da pata
esquerda com o coxim lesionado. No exame clínico notou-se uma lesão no terceiro digito e
coxim da pata direita.
Foi realizado uma radiografia (figura 37) onde o Dr. Constatou uma luxação da falange distal
e um processo inflamatório bem intenso de tecidos moles. Realizado também o hemograma,
que acusou uma Trombocitopenia. Olhando todo o histórico da paciente, percebemos que ela
já havia feito um hemograma, que havia dado as plaquetas baixas, com isso, pedimos a
autorização do tutor para realizar o teste de FIV/FELV, já que o vírus da Imunodeficiência
felina afeta as plaquetas, e o teste deu negativo.
Foi realizado uma citologia de pele no laboratório Diagvet (figura 38), onde confirmou-se o
diagnóstico de Esporotricose. Foi receitado para casa Itraconazol 40mg, administrar 1 cápsula
VO, a cada 12 horas por 30 dias.
A B
Fonte: Arquivo pessoal, 2022.
4.2.2. CINOMOSE
Foi realizado o teste de Cinomose AG, com o swab da conjuntiva, o qual deu positivo.
Paciente foi internado e prescrito as seguintes medicações: Dexametasona 2,5mg/ml – 0,46ml
IV, a cada 24 horas por 3 dias. DMSO – 11,5ml IV, a cada 24 horas, por 5 dias. Vitamina A –
1ml IM, a cada 24 horas por 3 dias; Vitamina B1 – 0,5ml SC dose única; Doxiciclina 50 mg –
1 comprimido VO, a casa 12 horas, por 10 dias.
Paciente respondeu bem ao tratamento, mas a tutora não tinha condições financeiras de mantê-
lo internado até o final do tratamento. Ela assinou um termo de responsabilidade e o paciente
teve alta. A Clínica mandou mensagem perguntando como estava o paciente e a tutora
respondeu que se recuperou 100%.
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4.2.3. TRANSFUSÃO SANGUINEA
4.2.4. Erliquiose
A erliquiose é uma hemoparasitose que atinge cães, gatos, equinos, ruminantes e humanos.
(PEREZ et al., 2005), O gênero Ehrlichia compreende atualmente cinco espécies válidas de
bactérias gram negativas, pertencentes à família Ehrlichiae: Ehrlichia canis, E. chaffeensis, E.
ewigii, E. muris e E. ruminantium (DUMLER et al., 2001;)
40
Durante o período de estágio na Clínica Veterinária e Pet Shop foi atendido um cão
com sinais e suspeita de Erliquiose.
O paciente, um Pinscher, macho, não castrado, 3 anos de idade, apresentava hiporexia
e comportamento prostrado. O tutor havia levado em uma colega que suspeitava de
Erliquiose, mas como não achou o carrapato tratou com Doxitrat e Hemolipet. Tutor conta
que depois achou um carrapato, conversou com a colega que fechou o diagnóstico. Mas relata
que o paciente não quis mas comer. Em conversa com a colega, ela encaminhou o paciente
para a clínica. Animal chegou prostrado e com as mucosas ictéricas. O exame de sangue
apontou uma anemia. O paciente foi internado e foi prescrito Doxitrat (1/2 comprimido via
oral a cada 24 horas por 20 dias), Hemolipet (0,3 ml via oral a cada 12 horas por 20 dias),
Dexametasona2,5mg/ml (0,23 ml via intravenosa a cada 24 horas durante 5 dias), Atropina
0,5 mg/ml (0,12 ml via subcutânea, uma única vez), Izoot B12 (0,16 ml via subcutânea, 15
minutos após a atropina, uma única vez), Emedron (0,15 ml via intravenosa, quando
necessário), além da fuidoterapia com Ringer Lactato. Animal não estava apresentando
melhoras e foi indicado fazer uma transfusão sanguínea.
O paciente começou a apresentar melhoras, as mucosas estavam normocoradas, mas o
comportamento começou a ficar agressivo, como o tutor já havia dito que era o normal dele.
Foi prescrito para casa ainda o Doxitrat e Hemolipet, acrescido de Prediderm 5mg, 1
comprimido via oral, a cada 24 horas durante 3 dias.
4.2.5. TESTES
A clínica conta com testes de Parvovirose, Cinomose, FIV/FELV. Durante o período de estágio foram
realizados um teste de Cinomose e um teste de FIV/FELV.
Cão macho, não castrado, SRD, dois anos de idade. Realizado o teste de Cinomose, o qual deu
positivo.
Gata, fêmea, castrada, SRD, de um ano e onze meses de idade. Realizado o teste de
FIV/FELV, que deu negativo (figura 39).
41
Fonte: Arquivo pessoal, 2022.
42
4.2.6. GASTROENTERITE
43
Figura 22: Diarreia sanguinolenta.
44
4.3. EXAMES
Radiografias
Tórax Abdômen
21% 18%
Coluna vertebral
8%
Crânio
5%
Membros torácicos
24%
Membros pélvicos
24%
45
4.4. CONSULTAS E IMUNIZAÇÕES
4.4.1 Consultas
Vacina N total
Bronchishield 1
Giárdia 11
Leishtech 1
Polivalente V4 1
Polivalente V5 4
Polivalente V7 18
Polivalente V10 13
Proheart 4
Puppy 1
Raiva 17
Vanguard Oral 4
Vencomax 4
Total 79
46
5. CONCLUSÃO
A Clínica Veterinária e Pet Shop EVJ é referência na região, pois, conta com
profissionais excelentes, boa estrutura e equipamentos, que permitem auxiliar na abordagem
ideal para cada caso. Além disso, é a única clínica da região que possui tamanha estrutura,
sendo muito reconhecida e procurada pelos tutores. Aos finais de semana possui grande
movimento de plantões, visto que o veterinário é o único da região que atende nestes dias.
A realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária
proporcionou a estagiária o acompanhamento prático dos conhecimentos adquiridos durante a
graduação, numa rotina profissional com casuística significativa na área de clínica, cirurgia e
diagnóstico por imagem. As tomadas de decisões mediante em cada caso clínico contribuíram
para a formação de uma opinião pessoal mais crítica. Vivenciar o período de estágio foi muito
importante para mim, pois consegui conhecer e acompanhar de perto casos que só ouvia a
teoria durante a graduação. Com certeza, saio do estágio com uma carga de experiencias
grande e com sede de buscar mais conhecimento.
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6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARDOSO, Tiago et al. Anemia Hemolítica Autoimune: Relato de caso. Revista Científica
Eletrônica de Medicina Veterinária, ano VII, n. 13, p. 1-4, jul. 2009.
PEREZ, P. et al. Ehrlichia canis detection in symptomatic humans in Venezuela. In: 2005,
Logroño, Espanha. Anais… Logroño: American Society for Rickettsiae and Rickettsiology,
2005. P.45.
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