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CENTRO UNIVERSITÁRIO VALE DO IGUAÇU

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

SIDNE MARTINS BARBOSA

USO DO REFRATÔMETRO ÓPTICO DE BRIX PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE


DO COLOSTRO E DA TRANSFERÊNCIA DE IMUNIDADE PASSIVA UTILIZADOS
EM BEZERROS EM UMA PROPRIEDADE LEITEIRA DO MUNICÍPIO DE PORTO
VITÓRIA - PR

UNIÃO DA VITÓRIA
2020
SIDNE MARTINS BARBOSA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO III:


USO DO REFRATÔMETRO ÓPTICO DE BRIX PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE
DO COLOSTRO E DA TRANSFERÊNCIA DE IMUNIDADE PASSIVA UTILIZADOS
EM BEZERROS EM UMA PROPRIEDADE LEITEIRA DO MUNICÍPIO DE PORTO
VITÓRIA - PR

Relatório de Estágio Supervisionado III, na área de


bovinocultura de animais de produção apresentado ao
Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário
Vale do Iguaçu, como requisito para obtenção do título
de Médico Veterinário.

Professor Orientador: Me. João Estevão Sebben

UNIÃO DA VITÓRIA
2020
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter iluminado todos os caminhos que


percorri, a toda equipe, família e colaboradores da Fazenda Freyhardt, na pessoa do
meu supervisor de estágio o Médico Veterinário Gustavo Freyhardt que oportunizou a
realização do mesmo e muito contribuiu para meu aprendizado nesta etapa, ao Médico
Veterinário Guilherme Freyhardt que sempre com muita generosidade me mostrou
caminhos.
A UNIGUAÇU por todo o suporte necessário e extrema presteza, a todos os
amigos e colegas que auxiliaram este longo processo até o estágio.
Em especial dedico este trabalho a minha família, minha mãe que sempre foi a
base de minha vida e sem a qual não teria ingressado neste curso, ao meu saudoso
pai que durante sua curta vida deixou exemplos que me guiam por toda minha
existência e a minha esposa que me deu suporte imensurável nesta nova trajetória
que assumi ao entrar na discência desta academia.
EPÍGRAFE

"Putututututu, “temo” domando


“temo” aprendendo, “temo” ensinando”.
ESPANTANDO BUGUAL – Mano Lima
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7

CAPÍTULO I - LOCAL E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O PERÍODO


DO ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO III .................................................... 8
2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO ................................................................ 9
3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .......................................... 14
4. CASO CLÍNICO 1 – Colostragem de Bezerras .................................................. 16
4.1. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................................16
4.2. RELATO DO MANEJO ..............................................................................................................17
4.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS ........................................................................................................19
5. CASO CLÍNICO 2 – Avaliação Linear e escore de Sistema Mamário ............ 20
5.1. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................................20
5.2. RELATO DE MANEJO ...............................................................................................................20
5.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS ........................................................................................................21
6. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 22

CAPÍTULO II – USO DO REFRATÔMETRO ÓPTICO DE BRIX PARA AVALIAÇÃO


DA QUALIDADE DO COLOSTRO E DA TRANSFERÊNCIA DE IMUNIDADE
PASSIVA UTILIZADOS EM BEZERROS EM UMA PROPRIEDADE LEITEIRA DO
MUNICÍPIO DE PORTO VITÓRIA - PR .................................................................. 24
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 25
2. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 28
3. RELATO DE CASO .............................................................................................. 28
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 29
5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 30
6. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 31
6

LISTA DE FIGURAS

FIGURA – 1 A) Otília Rösler e Wilhem Freyhardt. B) Vera Irma Nilsen e


Guilherme Frederico Freyhardt. ……………………………………………….. 9
FIGURA – 2 Barração de confinamento em estilo Free Stall. ....................... 10
FIGURA – 3 A) Estrebaria de alimentação lote vaca seca. B) Piquete vaca seca.
....................................................................................................................... 10
FIGURA – 4 Sala de ordenha. B) Sala de espera com ventilador e aspersores.
C) Resfriador 1 e Farmácia. D) Resfriador 2. ................................................ 11
FIGURA – 5 Bezerreiro, de zero a dois meses ou 100kg. .......................... 12
FIGURA – 6 Piquete de bezerras desmamadas, a partir de dois meses ou 100
kg. ............................................................................................................... 12
FIGURA – 7 Construção das futuras instalações da ordenha robotizada (05 de
outubro). ...................................................................................................... 13
FIGURA – 8 Bezerra na casinha de aquecimento; B) Colostro congelado em
banho-maria C) Pesagem de bezerra com fita; D) Colostro descongelado.
......................................................................................................................... 18
FIGURA – 9 A) Imagem da escala de Brix do refratômetro marcando 25 graus;
B) Misturador; C) colostro em pó sendo misturado para enriquecimento do
colostro materno; D) mistura quase homogênea.............................................. 18
FIGURA – 10 Fornecimento de colostro enriquecido medindo 25 graus Brix. . 19
7

1. INTRODUÇÃO

A medicina veterinária tem ampla área de atuação. O acadêmico de medicina


veterinária, tem a possibilidade de se familiarizar com sua área de afinidade, através
de aulas, práticas e estágios. O Estagio Supervisionado III constitui a etapa final da
graduação, preparatório para o início da vida profissional.
Aplicar na pratica os conhecimentos agregados ao longo da graduação, com
os desafios que surgem na rotina real da área de atuação são vivencias importantes
para o início da atividade profissional.
A área de bovinos leiteiros por si só, dispões de várias especialidades dentro
da medicina veterinária, citando apenas algumas, estão a nutrição, a reprodução, a
clínica médica, assessoria, consultoria entre outras. Construir diagnostico e raciocínio
clinico por exemplo, são práticas rotineiras dos profissionais da área e podem ser
assimiladas durante a pratica do estágio. Conhecer também a realidade de
propriedades leiteiras, poder fazer a leitura de suas peculiaridades e desafios também
são competências do médico veterinário e constituem áreas de atuação aos
profissionais das ciências agrarias.
8

CAPÍTULO I - LOCAL E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O


PERÍODO DO ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO III
9

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

Situada no Município de Porto Vitória – PR, localidade de Colônia Coronel


Amazonas, as margens da rodovia PR446 está a Fazenda Fhreyhardt, que teve início
por Wilhem Freyhardt, após chegar de navio no brasil em 1910, vindo da Suíça.
Casou-se com Otília Rösler, vinda do Rio Grande do Sul e tiveram quatro filhos.
Iniciou a leiteria com a compra de uma vaca holandesa, os cruzamentos desta, deram
origem aos demais animais do rebanho, a produção era destinada a fabricação de
queijo e manteiga e vendida na região. Guilherme Frederico Freyhardt, o único filho
homem, foi quem permaneceu na propriedade, casou-se com Vera Irma Nilsen. Nesta
época a produção era toda destinada a fabricação de queijo, o “Queijo Amazonas”.
Dois de seus 5 filhos, Ernesto e Nestor (os atuais proprietários), foram quem decidiram
continuar e assumir a propriedade, a partir daí iniciou a venda de leite cru.

FIGURA 1 - A) Otília Rösler e Wilhem Freyhardt. B) Vera Irma Nilsen e Guilherme


Frederico Freyhardt.

Fonte: FREYHARDT, Gustavo – arquivo pessoal (2020).

A propriedade hoje conta com mais de 300 animais da raça Holandesa, entre
vacas em produção, secas, novilhas e bezerras. Uma produção diária de mais de
4,000 (quatro mil) litros de leite, produto de alta qualidade, dentro dos padrões e
normas mais exigentes. A família Freyhardt já está na quarta geração a trabalhar na
fazenda, o Médico Veterinário Gustavo e a Farmacêutica Larissa (que pretende
retomar a produção de produtos lácteos), filhos de Nestor e Erica, o Médico Veterinário
10

Guilherme e o Graduando de agronomia Leonardo, filhos de Ernesto e Silvana,


juntamente com três colaboradores, Rodolfo, Paulino e Lindair e, a quinta geração
chegou com o nascimento da pequena Isadora em 2020, filha Gustavo.
As vacas em produção estão confinadas em sistema Free Stall (figura 2),
contendo dois lotes (de “alta” e “baixa” produção), há também o lote de vacas secas
(figura 3) que ficam em piquetes de pasto e complemento de alimentação, lote de pré
parto que fica alojado no Free Stall com acesso a piquete de grama e lote de pós parto
que fica em sistema de Compost Barn no mesmo barracão dos demais lotes.

Figura 2: Barração de confinamento em estilo Free Stall

Fonte: o autor, (2020).

Figura 3 – A) Estrebaria de alimentação lote vaca seca. B) Piquete vaca seca

Fonte: o autor, (2020).

Conta com sala de ordenha (figura 4 A), sala dos resfriadores (figura 4 C e D)
e farmácia (figura 4 C), estrebaria para alimentação do lote de secas (figura 3 A), salas
de espera (4 B) e saída de ordenha com sistema de ventilação e aspersão de água
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para o conforto térmico dos animais (tecnologia também disponível no barracão de


Free Stall). Inúmeros bebedouros e saleiros ao longo de todas as instalações.

Figura 4: A) Sala de ordenha. B) Sala de espera com ventilador e aspersores. C)


Resfriador 1 e Farmácia. D) Resfriador 2.

Fonte: o autor, (2020).

Também disponibilizam de vasta diversidade e número de maquinários e


implementos agrícola para manutenção da propriedade, confecção de lavouras e
alimentos para os animais bem como instalações para alojar os mesmo.
Dentro da propriedade mas separada pela PR446 está o setor de criação de
bezerras e novilhas (figuras 5 e 6). As fêmeas chegam a esse setor recém nascidas e
saem de lá quando estão prenhas e aptas a iniciar a vida produtiva. Neste local os
animais são separados por idade e fases de desenvolvimento, são 6 lotes, cada um
recebe uma alimentação especial adequada a sua fase.
12

Figura 5: Bezerreiro, de zero a dois meses ou 100kg.

Fonte: o autor, (2020).

Figura 6: Piquete de bezerras desmamadas, a partir de dois meses ou 100 kg.

Fonte: o autor, (2020).

Conta com vários silos estilo trincheira e aéreo, bem como vários depósitos de
alimentos como fenos, rações e minerais. A alimentação é diversificada e o
balanceamento da dieta é feito pela equipe da fazenda e auxiliado pela empresa que
fornece ração.
A propriedade está em constante modificação e aperfeiçoamento de seus
processos e instalações. Neste momento além de várias atividades de inovação e
melhorias, uma que se destaca é a construção de uma nova sala (figura 7) junto ao
Free Stall para a chegada da primeira ordenha robotizada de toda a região. Trata-se
de um robô que sozinho ordenha as vacas e faz todos os processos ligados a ordenha
de maneira autônoma apenas precisando de uma pessoa para seu monitoramento
rotineiro. O equipamento vindo da Holanda está previsto para ser instalado ainda em
2020 assim de sua chegada ao brasil. Ele substituirá o trabalho de no mínimo três
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pessoas e a propriedade passará de duas ordenhas para mais ou menos seis durante
o dia, já que é o próprio equipamento que decide quantas vezes cada animal será
ordenhado. A equipe dá fazenda terá um resultado ainda melhor, vai dispor de maior
tempo para realizar outras atividades.

Figura 7: Construção das futuras instalações da ordenha robotizada (05 de outubro).

Fonte: o autor, (2020).


14

3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Durante o período de estagio, que compreendeu 10/08/2020 a 09/10/2020, a


rotina foi acompanhar as atividades dos Médicos Veterinários da propriedade e
manejos ligados ao dia a dia de uma fazenda de gado de leite. Pela manhã
acompanhamento ao Médico Veterinário Gustavo, responsável pela parte reprodutiva
e clínica da fazenda, durante a tarde, o acompanhamento com o Médico Veterinário
Guilherme, responsável pela criação de bezerras e novilhas, nutrição de todo o
rebanho e também a parte clínica. Atividades e manejos da propriedade, como
confecção de alimentos, fornecimento de alimentos aos animais, manutenção de
instalações também foram acompanhados.
Na rotina clinica houveram atendimentos de cetose, tristeza parasitaria e
doenças respiratórias, na clínica cirúrgica houve procedimento de correção de torção
de abomaso e laparotomia exploratória.
Foram realizados ainda avaliação linear de escore de úbere e tetos posterior, a
critério de selecionar animais adequados ou não para a ordenha robotizada. Cadastro
de animais e implantação de software de gestão de toda a parte reprodutiva. Cadastro
que posteriormente vai alimentar o sistema de ordenha robotizada com os dados de
cada indivíduo do rebanho. Casqueamento preventivo e curativo, administração de
Drenche no pós parto imediato. Acompanhamento na mistura dos alimento da dieta.
Realização de exame ultrassonográfico em lotes que passaram por IA,
avaliação de fêmeas com problemas de concepção e protocolos de indução de
lactação.
Foi realizado protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), com
administração hormonal para a sincronização de cio e inseminação no lote.
Inseminações Artificiais (IA) por observação de cio também são realizadas
rotineiramente, onde um membro da equipe identifica a manifestação de cio nas
fêmeas e informa aos veterinários que prosseguem com a inseminação.
A maioria dos partos no período foram acompanhados, apenas um
necessitando de intervenção, onde uma fêmea jovem com distocia foi auxiliada, sendo
necessário pouco emprego de força, o parto foi bem sucedido. Após o nascimento as
recém nascidas são encaminhadas para bezerreiro temporário onde recebem
aquecimento, cura do umbigo e colostragem, após encaminhadas para o setor de
criação de bezerras, ondem são pesadas e identificadas com brinco numerado.
15

No setor de bezerras acompanhamento de alimentação, pesagem, exame


ultrassonográfico nos lotes de novilhas. Adequação das instalações das bezerras com
remoção de janelas para melhorar o ambiente a partir da ventilação cruzada.
Foi confeccionado também durante o período, silagem de cevada e feno de
azevém que constituem parte da dieta.
16

4. CASO CLÍNICO 1 – Colostragem de Bezerras

4.1. REVISÃO DE LITERATURA

O colostro é o a primeira secreção extraída da glândula mamaria após o parto,


é produzido durante o período seco da vaca, constituído de gorduras, proteínas
(principalmente imunoglobulinas (Ig) como IgG), minerais, soro sanguíneos e outros
compostos lácteos, OLIVEIRA (2017).
A placenta sindesmocorial, separa o suprimento de sangue materno e do feto,
praticamente evitando a transmissão de doenças infecciosas, mas também a
passagem transplacentária de Ig. Portanto, a imunidade do neonato depende quase
totalmente da absorção de Ig via colostro, a transferência passiva, até o sistema imune
deste amadurecer e ficar funcional, GODDEN et al, (2019).
A colostragem depende de alguns fatores para ser efetiva. Dentre os aspectos
importantes estão: o tempo de fornecimento do colostro após o nascimento, que tem
seu grau de eficiência máximo até duas horas após o parto, relativa eficácia até seis
horas e vai diminuindo até vinte quatro horas após, a partir daí o fornecimento de
colostro tem importância como alimento rico em nutrientes para o desenvolvimento,
mas nenhuma ação na imunidade direta.
A qualidade imunológica também é importante, colostro com baixa contagem
de IgG, transfere uma baixa quantidade de anticorpos e por consequência o filhote
terá uma baixa imunidade, quanto maior for a concentração de IgG, maior a imunidade
diretamente.
A quantidade de colostro também é importante, o fornecimento deve ser de
10% (dez por-cento) do peso vivo do animal nas primeiras horas de nascimento, e 5%
(cinco por-cento) na segunda mamada. Por ter uma capacidade de ingestão limitada,
com relação à volume, o filhote precisa de uma alta quantidade de IgG em uma
pequena quantidade de colostro, o que justifica os parâmetros anteriores. O último
aspecto de grande relevância está na quantidade de microrganismos que podem estar
no colostro, a contagem bacteriana total (CBT) deve ser baixa e para isso práticas de
higiene (como limpeza das mãos, equipamentos, tetos e úbere) durante a ordenha,
manipulação e armazenamento (tempo de exposição, tempo e forma de resfriamento)
devem ser executadas, GUIMARÃES et al, (2020).
Ainda de acordo com Godden et al (2019), pág. 34, a avaliação da eficácia da
17

colostragem pode ser feita de 24 a 48 horas após a mamada, coletando sangue do


animal e avaliando apenas o plasma sanguíneo em refratômetro óptico. Números
acima de 5,7 de graus Brix são considerados bons.

4.2. RELATO DO MANEJO

Durante o estágio, ocorreram em média quatro partos por semana, assim que
nasciam, os neonatos eram levados para uma pequena baia coberta, fechada nas
laterais e com sistema de aquecimento (Figura 8 A). A vacas encaminhadas para a
ordenha. Quando ordenhada rapidamente, com quantidade suficiente, qualidade
microbiológica e imunológica adequados, seu colostro era utilizado para a própria cria,
apenas tendo uma correção no número de Brix (Figura 9) até atingir 25 graus (se
superior a 18). Se qualquer um destes fatores não fosse atingido (e se o grau Brix
fosse inferior a 18) o colostro era descartado, utilizando-se o banco de colostro. A
ordenha contava com todos os materiais limpos e desinfetados, pré-dipping,
ordenhador com luvas e avental, o colostro saia do conjunto de ordenha direto para
um recipiente próprio, não passando pelo circuito de tubulação normal até os
resfriadores. Então se avaliava a quantidade e o grau Brix (Figura 9 A).
Com o colostro dentro dos padrões de exigência da propriedade, era fornecido
10% do peso vivo (cerca de 3,5 a 4.5 lts) das recém nascidas, havendo ainda colostro
restante, o mesmo era armazenado, para isso seu conteúdo depositado em
embalagens plásticas, transparentes, próprias para armazenamento de alimentos,
selado em equipamento de calor para não haver vazamento e depositado em
bandejas para moldar o formato de congelamento facilitando posteriormente o degelo
e aí sim depositado em freezer.
18

FIGURA 8: A) Bezerra na casinha de aquecimento; B) Colostro congelado em banho-


maria C) Pesagem de bezerra com fita; D) Colostro descongelado.

Fonte: o autor, (2020).

FIGURA 9: A) Imagem da escala de Brix do refratômetro marcando 25 graus; B)


Misturador; C) colostro em pó sendo misturado para enriquecimento do colostro
materno; D) mistura quase homogênea.

Fonte: o autor (2020).

A propriedade adotou como protocolo, o valor mínimo de 25 graus Brix como


padrão para fornecimento de colostro. Os Graus Brix são medidos através de
19

refratômetro óptico de Brix, devido a correlação entre grau Brix e quantidade de


imunoglobulinas principalmente IgG ser direta, Godden et al (2019), isso assegura a
boa colostragem.
O fornecimento é feito com o colostro fresco ou descongelado em banho-maria,
através de uma mamadeira especifica (figura 10), ou quando o recém-nascido tem
dificuldades para mamar, o colostro é fornecido via sonda. Junto com outras medidas
adotadas na propriedade, os proprietários afirmam que atualmente os casos de
doença respiratórias, diarreias e mortalidade em geral, diminuíram significativamente.

FIGURA 10: Fornecimento de colostro enriquecido medindo 25 graus Brix.

Fonte: o autor (2020).

4.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS

De acordo com o que dizem os autores, passos importantes foram dados no


manejo de colostragem das bezerras recém nascidas, como a avaliação de colostro,
tempo até a primeira mamada e volume. Contudo, aspectos importantes como uma
segunda oferta do alimento, avaliação da eficácia através de exame do soro
sanguíneo podem ser implementados. Ainda que a atual realidade de moléstias e
óbitos seja praticamente irrelevante e não reflita um problema para os responsáveis.
20

5. CASO CLÍNICO 2 – Avaliação Linear e escore de Sistema


Mamário

5.1. REVISÃO DE LITERATURA

A avaliação da conformação das vacas leiteiras é importante para determinar


bons parâmetros favoráveis a uma boa produção. Dentre os itens avaliados estão os
compostos de Força Leiteira, Garupa, Pernas e Pés e Sistema Mamário, cada um com
seu peso em importância de acordo com as associações de gado leiteiro em todo o
mundo. A importância do sistema mamário é uma das mais relevantes e suas
influencias são diretas na produção de leite. São avaliados Inserção de Úbere
Anterior, Colocação de Tetos Anteriores, Comprimento de Tetos Anteriores,
Comprimento dos Tetos, Profundidade de Úbere, Textura de Úbere, Ligamento Médio,
Altura do Úbere Posterior, Largura do Úbere Posterior, Colocação de Tetos
Posteriores. É o que informa Valloto e Neto (2010) através da Associação brasileira
de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa.
Para Córdova et al (2018), pág. 45, selecionar vacas pela conformação da
úbere e tetos é necessário, antes de iniciar a ordenha robotizada. Uma vez que um
bom sistema mamário apresenta menor chance de desenvolver problemas como
mastite e dinamiza a ordenha robotizada melhorando também a eficácia nos
processos de limpeza e prevenção de contágios.
Taveira et al (2014) pág. 78, diz que boas características funcionais são
importantes e a permanência ou não no rebanho passa por essa avaliação. A seleção
para obter essas características é feita através de descarte de animais e escolha de
touros que melhorem determinadas características.

5.2. RELATO DE MANEJO

Foi realizado uma avaliação a partir dos critérios de julgamento lineares da raça
Holandesa no brasil, para alguns itens que compõe o sistema mamário. Dentre eles
estavam Angulo de Tetos Posteriores que vai no score de 1 a 9 (sendo: 1 aberto, 5
centro (ideal) e 9 cruzado); Tamanho de Tetos em centímetros (cm) sendo: 1 (cm)
21

curto, 5 adequado (ideal) e 9 ou mais grande e Profundidade de Úbere: 1


extremamente profundo, 5 adequado (ideal) e 9 extremamente raso. Foram
escolhidos os fatores que os veterinário julgou importantes para a ocasião da
implantação da ordenha robotizada.
Todos os animais em lactação foram avaliados, no momento anterior a ordenha
e com o úbere repleto, todos com identificação através do número de três dígitos do
brinco. A grande maioria estava dentro ou próxima das medias desejadas. Um
número que se destacou negativamente foi o de tetos posteriores cruzados,
apresentando vários animais com escore 9, ou seja, os tetos cruzados com o úbere
cheio, que é o pior escore possível. Inicialmente acreditava-se no descarte destes,
embora a equipe técnica da empresa que fabrica o robô, tenha mencionado que isso
não impede a ordenha, apenas amplia o tempo desta em alguns segundos. O que
por consequência levará mais tempo para ordenhar todos os animais.

5.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

A partir da avaliação linear que ranqueou alguns componentes de importância


no sistema mamário foi possível perceber que a grande maioria dos animais
possuem um bom aparelho mamário e que será possível descartar poucos animais
em virtude destes aspectos, principalmente ligados a úbere caídos ou seja,
profundidade de úbere aproximadamente 4 animais. Mesmo os animais que não
atingiram números ideais na avaliação ainda são adequados a ordenha robotizada.
Posteriormente, será possível selecionar genéticas que evitem, que, a inserção
dos tetos posteriores faça com que os mesmos se cruzem, diminuindo assim o tempo
de ordenha. Em última análise os animais que não serviram ao robô também estão
dentro dos fatores de descarte por possibilidade de mastites.
22

6. REFERÊNCIAS

CÓRDOVA, H.A.; CARDOZO, L.L.; ALESSIO, D.R.M.; THALER NETO, A.. Influência
da profundidade do úbere na limpeza dos tetos e na saúde da glândula mamária
em ordenha robótica. 2018. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. vol.70 no.5 Belo Horizonte
Sept./Oct. 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1678-4162-9427. Acesso em:
20 out. 2020.

GODDEN, Sandra M.; LOMBARD, Jason E.; WOOLUMS, Amelia R.. Colostrum
Management for Dairy Calves. 2019. Vetfood.theclinics.com. Disponível em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0749072019300271?via%3Di
hub. Acesso em: 02 set. 2020.

GUIMARÃES, Bruno; FERRAZ, Rafaela; ZAMBRANO, José (org.). Conheça a nova


proposta para monitoramento da colostragem em bezerras leiteiras. 2020.
REHAGRO. Disponível em: https://rehagro.com.br/blog/monitoramento-da-
colostragem-em-bezerras-leiteiras/. Acesso em: 14 out. 2020.

OLIVEIRA, Liniker Nunes de. Monitoramento da colostragem de bezerros leiteiros


mestiços. 2017. 44 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Medicina
Veterinária) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2019.

TAVEIRA, R.Z. et al. Avaliação quantitativa de características produtivas e


medidas lineares em rebanho leiteiro da raça Holandesa. PUBVET, Londrina, V.
8, N. 1, Ed. 250, Art. 1654, Janeiro, 2014. Disponível em:
file:///C:/Users/Usuario/Downloads/avaliacao-quantitativa-de-caracterist.pdf. Acesso
em 15 out. 2020.0

VALLOTO, Altair A.; (Paraná). Conselho Deliberativo Técnico (org.). RAÇA


HOLANDESA MODERNIZA E ATUALIZA SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA
CONFORMAÇÃO DAS VACAS: classificação para tipo. Classificação para Tipo.
2010. Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa –
A.B.C.B.R.H. Disponível em: http://www.accb.com.br/files/doc/Raca-holandesa-
23

moderniza-e-atualiza-sistema-de-avaliacao-da-conformacao-das-vavas.pdf. Acesso
em: 15 out. 2020.
24

CAPÍTULO II – USO DO REFRATÔMETRO ÓPTICO DE BRIX PARA


AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO COLOSTRO E DA
TRANSFERÊNCIA DE IMUNIDADE PASSIVA UTILIZADOS EM
BEZERROS EM UMA PROPRIEDADE LEITEIRA DO MUNICÍPIO DE
PORTO VITÓRIA - PR
25

USO DO REFRATÔMETRO ÓPTICO DE BRIX PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE


DO COLOSTRO E DA TRANSFERÊNCIA DE IMUNIDADE PASSIVA UTILIZADOS
EM BEZERROS EM UMA PROPRIEDADE LEITEIRA DO MUNICÍPIO DE PORTO
VITÓRIA - PR

Use of brix's optical refratometer of Brix to assess the quality of colostrum and passive
immunity transfer used in calves in a dairy property in the city of Porto Vitória - PR

¹Sidne Barbosa; ²João Estevão Sebben


1Acadêmico de Medicina Veterinária da UNIGUAÇU.
sidebarbosa@hotmail.com
2Médico Veterinário, Orientador, Professor Me. Desenvolvimento Regional, da UNIGUAÇU.
prof_estevao@uniguacu.edu.br

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho foi promover uma avaliação da qualidade do colostro


de vacas leiteiras em uma propriedade rural no município de Porto Vitória – PR, a
partir da medição de “grau Brix”, tendo como referência a imunoglobulina G.

Muito se tem evoluído na criação de bezerras nos últimos anos, no mundo e, no


brasil isso é uma realidade, muitos estudos acerca do assunto tem ocorrido, emprego
de novas tecnologias vem crescendo e se difundindo em muitas propriedades. A
colostragem é parte fundamental no processo de criação de bezerras e interfere de
maneira determinante durante toda a vida produtiva do animal, Bittar et al (2019). “À
transferência passiva bem-sucedida inclue mortalidade reduzida no período pós-
desmame, taxa de ganho melhorada, idade reduzida ao primeiro parto” (Godden et al,
2019)

Os bezerros nascem com o sistema imune ainda imaturo, Gomes et al (2017). A


placenta sindesmocorial da vaca evita a transferência tanto de partículas nocivas,
quanto de partículas de imunidade, como as imunoglobulinas (Igs), Godden et al
(2019). O sistema imune necessita da transferência passiva das Igs vindas do
colostro, aí então vai amadurecendo o sistema inato junto e a partir da imunidade
adaptativa. Até por volta de 30 dias de idade as Igs vindas da vaca através do colostro,
26

farão a proteção do recém-nascido, a partir daí, o sistema imune do próprio animal


que começa a amadurecer, iniciará a função de imunidade, Weiller ett al (2019).

Define-se por colostro a primeira secreção retirada da glândula mamária após o


parto, é produzido durante o período de secagem pré-parto, que é determinante para
uma adequada produção do mesmo. Consiste em secreções lácteas e partes do soro
sanguíneo. Os principais constituintes do colostro são as Igs, leucócitos, fatores de
crescimento, hormônios, fatores antimicrobianos não específicos, nutrientes e
minerais. As imunoglobulinas G (IgG), são os principais componentes adquiridos do
soro colostral, representando aproximadamente 85% a 90% das Igs, as
Imunoglobulinas A (IgA), 5% e as Imunoglobulinas M (IgM), 7%. Estes componentes
são mais numerosos na primeira ordenha e vão diminuindo conforme as ordenhas
(leite de transição), por volta do terceiro ou quarto dia, até ficar em número muito
reduzido e teremos basicamente os constituintes do leite comercial, Godden et al
(2019).

Apesar de notadamente o colostro ser a principal fonte nutricional e imunológica


do bezerro e sua principal fonte de imunidade estar associada a concentração de IgG,
os níveis deste podem variar drasticamente de uma vaca para outra. Fatores como
nutrição, raça (fator genético ou diluicional), período seco (muito curto), números de
lactações (idade), tempo até a ordenha (quando maior a demora maior a diluição e
gasto de componentes imunes) entre outros podem afetar de maneira forte ou
moderada a concentração de IgGs. Já nos recém nascidos, fatores que mais
influenciam na absorção de IgGs são: tempo até a colostragem (quanto mais rápido
melhor, nas duas primeiras horas são satisfatórios, até seis horas após o nascimento
são razoaveis, enquando que não atingem mais transferência passiva após vinte e
quatro horas), qualidade microbiológica (livre de patógenos), volume (10% do peso
vivo na primeira mamada e 5% na segunda) e pôr fim a quantidade de IgGs. Os níveis
de IgG, são considerados de alta qualidade quando são maiores que 50 g/L. Estudos
indicam que uma porcentagem de mais de 20% dos animais, apresentam valores
menores que 50 g/L, enquanto que mais de 70% apresentam valores superiores.
Animais colostrados com material de baixa qualidade, apresentam alta morbidade e
mortalidade, quando que o contrário é verdadeiro, além de proporcionar animais muito
mais produtivos na vida adulta quando estes números (50 g/L) vão almentando, o
Padrão Ouro de colostragem apresenta números maiores que 100 g/L, Godden et all
(2019).

Os produtores devem medir e testar todos os colostros fornecidos. O uso do


refratômetro óptico de grau brix, na avaliação do colostro, vem sendo validado por
vários estudos ao longo dos anos inclusive os mais recentes e pelos principais
pesquisadores do mundo, seu custo é acessível, equipamento durável e sua precisão
é confiavel, Godden et all (2019). Não sofre distorção relevante nos resultados com
relação a temperatura do colostro no momento da avaliação, tem alta correlação entre
os graus brix, teor de sólidos e quantidade de IgG (Tabela 1 com valores em brix e
correlação com valores em IgG). Sua escala vai de 0 (zero) a 32 (trinta e dois) graus
Brix, Weiller et all (2019). Existem no mercado outros equipamentos para avaliação
do colostro, como o refratômetro óptico com escala apenas para proteína (bastante
27

semelhante ao brix com diferença apenas na escala de interpretação), refratômetro


digital possui custo bastante elevado, hidrômetro e colostrometro de vidro pode
quebrar facilmente e fornecer leituras distorcidas com a variação de temperatura da
amostra, entre outros que fornecem resultados também imprecisos, Gomes (2018).

Tabela 1 – interpretação de valores a partir do refratômetro óptico de grau Brix.

Fonte: Alta Genetics do Brasil – acervo (2018)

Na tabela 1, podemos observar na primeira coluna, os valores em graus brix, na


segunda coluna a correlação com a quantidade de IgG transferido e na terceira coluna
o valor de proteína sérica.

Valores de proteína sérica avaliados a partir de amostras de soro sanguíneo, 24


ou 48 horas após a colostragem podem medir a eficiência do trabalho. As proteínas
28

séricas correspondem ao valor de IgG circulante, considera-se bom, valores acima de


10, ou valores acima de 8 graus no refratômetro óptico de brix (conforme tabela 2),
Godden et all (2019).

Tabela 2 – Valores de imunização e correlação de valores para avaliação.

Fonte: Reagro, apud Lombard, (2020).

A tabela acima mostra os valores ideais de imunização através da colostragem


e seus valores de referencia a partir da avaliação por refratômetro óptico de brix.

Ainda assim, que muitas vacas não atinjam os valores desejados de brix durante
a avaliação, é possível utilizar um enriquecimento a partir de um produto comercial, o
colostro bovino em pó, feito apenas de colostro avaliados e com qualidade controlada,
Godden (2019). O colostro em pó, garante que a cada 15g adicionadas a 1L de
colostro, ocorrerá incremento de 1% em grau Brix, Alta (2019)

Justifica-se desta forma a importância deste tema como referência


complementar a leitores que trabalham nesta área.

2. MATERIAL E MÉTODOS
Sebben

3. RELATO DE CASO

Foram realizadas 24 avaliações no período de 10 de Agosto a 09 de outubro


de 2020. As vacas recém paridas eram encaminhadas para a sala de ordenha, onde
o ordenhador utilizando botas de borracha, avental e luvas de látex descartáveis,
29

realizava a limpeza da úbere, o pré-depping para limpeza dos tetos, uso de


desinfetante nas teteiras antes de acoplar aos quartos mamários e pôr fim a ordenha.
O produto saia diretamente para um tarro fechado, isolado do sistema de tubulação
que leva ao resfriador. Ao fim da ordenha, o animal era solto e o conjunto de ordenha
higienizado.
O tarro seguia para outro recinto onde então era aberto e uma pequena amostra
era retirado em uma pipeta tipo Pasteur ou seringa descartáveis. Utilizando apenas
uma gota do material, colocava-se na lamina do Refratômetro de Brix, e
instantaneamente era feita a leitura do teor de sólidos. O produto com 17 ou menos
graus brix era descartado, de 18 até 24 graus brix o conteúdo era utilizado, sendo
enriquecido com colostro bovino em pó até atingir 25 graus brix, 26 de brix ou superior
era utilizado como se encontrava. A partir da pesagem da bezerra utilizava-se um
volume de colostro equivalente a 10% do peso do animal (Ex: animal de 40kg, uma
quantidade de 4 lt de colostro), havendo excedente, este era envazado e congelado
em formato de placas. Se o colostro da mãe fosse descartado, era utilizado o banco
de colostro da propriedade. O conteúdo era fornecido via mamadeira ou sonda
esofágica, na temperatura de 34 a 38 graus e deveria ser fornecido o mais rápido
possível de 0 (zero) hora até 2 (duas) horas de vida. Feito isso o processo estava
completo.
Durante o período, 3 (três) amostras foram descartadas, duas por baixo valor de
brix e uma devido ao colostro ter ficado mais de 1 (uma) hora exposto a temperatura
ambiente sem refrigeração.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em 24 amostras coletadas de leite oriundas de fêmeas parturientes obteve-se o


seguinte resultado conforme gráfico 01 a seguir.
30

GRAFICO 01 – Resultado do índice de grau Brix em refratômetro por amostra de


fêmeas parturientes.

Fonte: o autor, (2020). Baseado em: GODDEN, (2019).

Pela análise do gráfico acima, observa-se que pouco mais de 12% (3 amostras)
estão acima do padrão adotado como ideal (25 gruas Brix), mais de 83% (19
amostras) estão dentro dos padrões aceitáveis para uso ou enriquecimento com
colostro em pó e um pouco acima de 8% (2 amostras) estavam abaixo do padrão
considerado adequado para uso. Dados estes que corroboram o que foi descrito por
Godden et all (2019), que afirma ser um número ideal que 90% dos bezzeros sejam
colostrados com leite de qualidade e que números acima de 20% de vacas que
produzem colostro de baixa qualidade não são aceitáveis.

5. CONCLUSÃO

Foi possível concluir a importância do uso da técnica de avaliação de quantidade


de imunoglobulinas G a partir do Refratômetro Óptico de Grau de Brix para avaliação
do colostro em vacas parturientes e sua relação a qualidade e eficiência.
Está técnica foi auxiliar na colostragem das fêmeas lactantes e
consequentemente no bom desenvolvimento dos neonatos nesta fase e nas
seguintes.
31

6. REFERÊNCIAS

BITTAR, Carla Maris Machado (org.). Criação de bezerras: o que aprendemos nos últimos
10 anos. o que aprendemos nos últimos 10 anos. 2019. Milk Point. Disponível em:
https://www.milkpoint.com.br/colunas/carla-bittar/criacao-de-bezerras-o-que-aprendemos-
nos-ultimos-10-anos-215744/. Acesso em: 20 nov. 2020.

BITTAR, Carla Maris Machado; PORTAL, Rafaela Nunes Sanchez; PEREIRA, Anna Carolina
Fett da Cunha. Criação de bezerras leiteiras. 2018. Disponível em:
https://www.milkpoint.com.br/noticias-e-mercado/giro-noticias/cartilha-sobre-criacao-de-
bezerras-leiteiras-210517/. Acesso em: 24 nov. 2020.

BRASIL, Alta Genetics do. Colostro em Pó Bovino CCL. [mensagem pessoal] Mensagem
recebida por: <sidnebarbosa@hotmail.com>. em: 06 abr. 2019.

GODDEN, Sandra M.; LOMBARD, Jason E.; WOOLUMS, Amelia R.. Colostrum
Management for Dairy Calves. 2019. Vetfood.theclinics.com. Disponível em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0749072019300271?via%3Di
hub. Acesso em: 02 set. 2020.

GOMES, Viviani. Análise da proteína total e IgG no soro das bezerras e a transferência
de imunidade passiva. 2018. Disponível em: https://www.milkpoint.com.br/colunas/viviane-
gomes/analise-da-proteina-total-e-igg-no-soro-das-bezerras-e-a-transferencia-de-imunidade-
passiva-210754/. Acesso em: 20 nov. 2020.

GOMES, Viviani; BACCILI, Camila Costa; MARTIN, Camila Cecilia; RAMOS, Jean Silva;
BASQUEIRA, Natália Sobreira; SILVA, Karen Nascimento; MADUREIRA, Karina Medici.
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proposta para monitoramento da colostragem em bezerras leiteiras. 2020.
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32
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WEILLER, Maria Amélia Agnes; RABASSA, Viviane Rohrig; CORREA, Marcio Nunes; PINO,
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NA IMUNIDADE E SAÚDE DE BEZERRAS LEITEIRAS. Science And Animal Health:
faculdade de veterinária e programa de pós-graduação em veterinária da universidade federal
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