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CENTRO UNIVERSITÁRIO VALE DO IGUAÇU

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

JONEI PIROGEK

PARTO DISTÓCICO EM BOVINOS - ENFOQUE NO MANEJO


REPRODUTIVO COMO FATOR PREVENTIVO DE LESÕES DO
NERVO OBTURADOR

UNIÃO DA VITÓRIA
2020
JONEI PIROGEK

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO III:


PARTO DISTÓCICO EM BOVINOS - ENFOQUE NO MANEJO
REPRODUTIVO COMO FATOR PREVENTIVO DE LESÕES DO
NERVO OBTURADOR

Relatório de Estágio Supervisionado III, na área


de Clínica Médica e Cirúrgica em animais de
Produção apresentado ao Curso de Medicina
Veterinária do Centro Universitário Vale do
Iguaçu, como requisito para obtenção do título
de Médico Veterinário.

Professor Orientador: Me. João Estevão Sebben

UNIÃO DA VITÓRIA
2020
AGRADECIMENTOS

Dedico este trabalho especialmente aos meus pais, Ivo M. Pirogek e Olga C. Kruzig...

A minha família que permaneceu ao meu lado, com amor e gratidão...

Pela sua presença e apoio ao longo desta jornada...

Agradeço a secretaria de Agricultura do município de Cruz Machado pela


oportunidade na realização do estágio...

Ao médico veterinário responsável pelo estágio Márcio Roberto Senna...

Ao meu orientador, Me. João Estevão Sebben...

A todos os professores que instruíram e repassaram seus conhecimentos durante o


curso com profissionalismo e competência...

A todos os amigos que me apoiaram e incentivaram durante os 5 anos...

Agradeço também o CENTRO UNIVERSITÁRIO VALE DO IGUAÇU...


EPÍGRAFE

"Não há nada que ensine mais do que se


reorganizar depois do fracasso e seguir
em frente."

Charles Bukowski
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8
CAPÍTULO I - LOCAL E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O PERÍODO
DO ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO III .................................................... 9
2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO .............................................................. 10
3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .......................................... 12
4. CASO CLÍNICO 1 – TRISTEZA PARASITÁRIA .................................................. 15
4.1. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 15
4.2. RELATO DO CASO-CLÍNICO ...................................................................... 19
4.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS ........................................................................ 20
5. CASO CLÍNICO 2 – PAPILOMATOSE EM BOVINOS ......................................... 20
5.1. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 20
5.2. RELATO DE CASO ...................................................................................... 21
5.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS ........................................................................ 22
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 22
CAPÍTULO II PARTO DISTÓCICO EM BOVINOS – ENFOQUE NO MANEJO
REPRODUTIVO COMO FATOR PREVENTIVO DE LESÕES DO NERVO
OBTURADOR ......................................................................................................... 24
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 26
2. RELATO DE CASO .............................................................................................. 27
4. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 30
5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 31
6. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 33
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Fachada do prédio da Prefeitura municipal da Cidade de Cruz


Machado.................................................................................................................... 10
FIGURA 2 – Fachada do prédio da Secretaria Municipal da Agricultura e Meio
Ambiente.................................................................................................................... 11
FIGURA 3 - Sala de recepção (Figura 3A) e Sala de espera (Figura 3B) ..................11
FIGURA 4 – Atendimento veterinário em propriedade na região de Cruz
Machado.....................................................................................................................12
FIGURA 5: Imagens microscópicas de ambosprotozoários, babesia e
anaplasma..................................................................................................................16
FIGURA 6: Tabela demonstrativa referente ao período pré-patente e sintomatologia
da tristeza parasitária bovina......................................................................................17
FIGURA 7: Hospedeiros invertebrados transmissores dos protozoários babesia e
anaplasma..................................................................................................................18
FIGURA 8 - Animal diagnosticado com tristeza parasitaria bovina............................19
FIGURA 9 – Vulva com coloração pálida, indicando a doença...................................19
FIGURA 10 – Bovino, fêmea, adulta, apresentando tumores em úbere e tetos.........21
LISTA DE TABELA

TABELA – 1 Atendimentos clínicos acompanhados nas propriedades do Município


de Cruz Machado, no período de 01/07/2020 a 12/010/2020. Relação de casos
atendidos de acordo com o sistema acometido e o número de animais
atendidos................. ............................................................................................19
8

1. INTRODUÇÃO

O estágio técnico-profissional representa o último degrau entre a vida


acadêmica para a atuação profissional no ramo veterinário. O passo do acadêmico a
seguir, englobará inúmeras abordagens não só aos animais como às pessoas
envolvidas com eles. Tendo como base o conhecimento adquirido no decorrer dos
anos tanto dentro da instituição acadêmica quanto em aulas práticas, cabe ao
acadêmico lidar da melhor forma com as diferentes situações que irá encontrar.
O envolvimento do veterinário não está pautado somente no animal, mas sim
em conjunto com seus criadores, portanto as atitudes devem seguir padrões éticos e
morais, buscando o bem comum em conjunto com o ambiente que atuará.
A Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais está voltada não só no
atendimento do animal que está necessitando do atendimento, mas também em
instruir o produtor na forma como ele pode ter uma maior eficiência na sua
produtividade, evitando prejuízos e elevando seus lucros.
9

CAPÍTULO I - LOCAL E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O


PERÍODO DO ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO III
10

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

Cruz Machado é um município situado ao Sul do Paraná com extensão


territorial de 1478,40 km², sendo sua população segundo o IBGE (2010), de 18.040
habitantes, com 33,7% Urbana e 66,3% Rural.
Sua colonização foi de principalmente imigrantes poloneses, alemães e
ucranianos, emancipado de União da Vitória em 14 de novembro de 1952.
Cruz Machado é caracterizado por suas atividades agropecuárias, como a
produção de feijão, milho, fumo, mel, suinocultura, pecuária leiteira e de corte, e
também o extrativismo: erva –mate, carvão vegetal e madeiras. (Figura 1)

FIGURA 1 – Fachada do prédio da Prefeitura municipal da Cidade de Cruz Machado.

Fonte: o autor, (2020).

A Secretaria da Agricultura (Figura 2) conta com dois médicos veterinários e


um inseminador, que atendem às propriedades do município por meio de três veículos
utilitários disponibilizados pela prefeitura.
A secretaria contém sala de recepção (Figura 3A) e Sala de espera (Figura 3B)
11

FIGURA 2 – Fachada do prédio da Secretaria Municipal da Agricultura e Meio


Ambiente.

Fonte: o autor, (2020).

FIGURA 3 - Sala de recepção (Figura 3A) e Sala de espera (Figura 3B).

Fonte: o autor, (2020).

O atendimento ocorre de segunda a sexta-feira das 8:30 às 11:30 e das 13:30


às 17:00. O produtor necessitando do atendimento entra em contato com o secretário
por meio de ligação telefônica ou pessoalmente, marcando o horário para o
atendimento em sua propriedade (Figura 4).
12

FIGURA 4 – Atendimento veterinário em propriedade na região de Cruz Machado.

Fonte: o autor, (2020).

3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Nos atendimentos a propriedades no município, além da inseminação artificial


que é rotineira, foram tratados animais dos quais os produtores entraram em contato
para os diagnosticar.
As atividades de Clínica Médica e Cirúrgica de grandes animais ocorreu em
especial em propriedades de produtores, tendo como objetivo ao médico veterinário,
o diagnóstico e tratamento dos mesmos.
Durante o estágio foram realizados atendimentos a bovinos, equinos e suínos
totalizando no período 206 atendimentos.
No setor de Clínica Médica de Pequenos Animais foi acompanhada a rotina dos
residentes responsáveis pelos setores de Triagem, Moléstias Infecciosas, Clínica
Médica, Dermatologia e Emergência.
As atividades desenvolvidas foram desde atendimento inicial do paciente
(anamnese e exame físico básico), auxílio na coleta de exames (hemograma,
bioquímico, urinálise, coprológico, raspados), auxílio em procedimentos (enema,
13

colocação do animal em fluidoterapia, tricotomia), monitoramento dos pacientes em


fluidoterapia e em terapia intensiva, acompanhamento na realização de exames
(ultrassonografia, radiografia) até a discussão dos casos clínicos com os residentes e
professores, a fim de determinar um diagnóstico e estabelecer um protocolo de
tratamento.
Durante o período de estágio, que se deu do dia 01/07/2020 até dia 12/10/2020,
foram atendidos no setor de Clínica médica 258 cães e nove gatos, dos quais foram
acompanhados 81 cães e quatro gatos. Na rotina eram realizados exames de
hemograma e bioquímico, que auxiliaram nos diagnósticos de algumas afecções que
estão de acordo com o sistema afetado na Tabela 1.

TABELA 1 - Atendimentos clínicos acompanhados em propriedades do município de


Cruz Machado, realizados por veterinário da Prefeitura Municipal– no período de
01/07/2020 a 12/10/2020. Relação de casos atendidos de acordo com o sistema
acometido e o número de animais atendidos.

Sistema / Diagnóstico clínico Bovino Equino Suíno Total

Sistema Tegumentar

Dermatopatia (sarna) - - 2 2
Papilomatose 3 - - 3

Sistema Digestório
Gastroenterite* 12 - 2 14
Ingestão de corpo estranho 1 - - 1
Cólica - 1 - 1
Sistema Hematológico
Anaplasmose/ Babesiose 8 - - 8

Sistema Músculo-Esquelético
Luxação de patella - 1 - 1
Paresia neuromuscular 3 - - 3
Sistema Metabólico
Hipocalcemia 11 - - 11
Sistema Respiratório
Pneumonia 3 - - 3
14

Garrotilho - 1 - 1

Sistema Reprodutor
Inseminação artificial 89 - - 89
Cesariana 1 - - 1
Orquiectomia (Castração) 2 - 3 5
Criptorquidismo - - 1 1
Retenção de placenta 28 - - 28
Metrite 9 - - 9
Mastite 9 - - 9
Prolapso Uterino 4 - - 4
Distocia em Parto 4 - - 4
Diagnóstico gestacional retal 8 - - 8

TOTAL DE ATENDIMENTOS 195 3 8 206


Fonte: o autor, (2020).
*Diagnóstico presuntivo ** Não foi possível a realização de CAAF/histopatológico ou eles foram
inconclusivos.

GRÁFICO 1 – Número de casos atendidos durante o estágio

Casos atendidos durante o estágio


4%

1%
Bovinos

Equinos

95%

Suínos

Fonte: o autor, (2020).

Observa-se que 95% dos atendimentos foram para bovinos, isso demonstra o
enfoque do município na produção tanto de leite quanto de corte.
15

Dentre os casos acompanhados as maiores afecções foram do sistema


Reprodutor, dentro das afecções do sistema reprodutor, a retenção de placenta teve
maior prevalência.
Durante o período de estágio curricular supervisionado, diferentes atividades
foram desenvolvidas e diversos casos acompanhados nas diferentes áreas da
medicina veterinária. No entanto, optou-se por descrever e discutir apenas um caso
em especial.
O primeiro caso se relaciona a área clínica-médica e abordará a Tristeza
Parasitária. Optou-se por descrever esse caso devido a sua importância para
economia, quando não tratada. A sua atenção é reduzida em propriedades onde não
há conhecimento sobre a patologia.

4. CASO CLÍNICO 1 – TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA

4.1. REVISÃO DE LITERATURA

A Tristeza Parasitária Bovina é uma das doenças que mais implicam em


prejuízos para produtores de bovinos, tanto de corte quanto de leite. A TPB se dá por
duas enfermidades: a babesiose, causada pelos protozoários Babesia bovis e B.
bigemina, e a anaplasmose causada pela rickettsia Anaplasma marginale (FIGURA
5). Ocorrem em áreas epidêmicas onde há presença do carrapato Ripicephalus
microplus que é o principal transmissor dos agentes (FARIAS, 1995, 2001).

O principal problema da TPB é a inserção de animais originalmente de áreas


livres para áreas endêmicas, pois não desenvolveram imunidade para as
enfermidades, com isso adoecem e trazem perdas econômicas, tanto na produção de
carne quanto na produção de leite (LIMA, 1991).

A patologia varia de acordo com a quantidade de protozoários dentro do


eritrócito e a imunidade do hospedeiro, sendo que as patologias podem ser
disseminadas por meio de manejos incorretos no rebanho, como por exemplo agulhas
infectadas (MARQUES, 2003).
16

FIGURA 5: Imagens microscópicas de ambos protozoários, babesia e anaplasma.

Fonte: Sebben, (2020).

No caso do anaplasma o período de incubação é de 28 a 42 dias após a


infecção inicial, se hospedam no interior de eritrócitos e sofrem alterações na sua
superfície. Os anticorpos detectam essa infecção e são fagocitados pelos macrófagos.
Resultando numa queda no hematócrito e hipertermia corporal (MADRUGA et al.
2001).

Já na babesiose o período de incubação é de sete a vinte dias. A destruição


das hemácias ocorre devido a multiplicação do protozoário em seu interior, ocorrendo
hemólise.

Na Anaplasmose os sinais clínicos dependem da sensibilidade do animal e


quantidade de parasitas no sangue. Inicialmente o animal eleva a temperatura até
40ºC a 41ºC, podendo haver variações até a temperatura normal. O animal apresenta-
se deprimido, com micção frequente, desidratado, urina com coloração escura, e sem
17

interesse pela alimentação. Animais com andar cambaleante e vagaroso geralmente


apresentam anemia, anóxia e dispneia grave. A anemia é representada por coloração
pálida de mucosas passando a serem ictéricas (MARQUES, 2003).

A Babesiose os sinais clínicos se caracterizam por hipertermia de até 41ºC,


anemia, hemoglobinúria, icterícia, anorexia, fraqueza e depressão. A anemia se dá de
forma mais aguda que no caso da Anaplasmose, e frequências cardíacas e
respiratórias elevadas. Os animais podem apresentar incoordenação, seguida por
paralisia, convulsões e coma (BLOOD & RADOSTITS, 1991).

O diagnóstico para Anaplasmose se dá a partir do histórico, sinais clínicos e


exames laboratoriais. A febre, anemia, anorexia são os sinais mais evidentes
(FIGURA 6). A visualização de sangue periférico em microscópio traz a possibilidade
de identificar o protozoário. Para a confirmação da Babesiose deve-se realizar
esfregaços sanguíneos e corados pelo método de Giemsa. É possível fazer o
diagnóstico por sorologia, imunoflorescência indireta e ELISA. Na necropsia,
apresenta-se com palidez ou icterícia em toda a carcaça, fígado, baço e rins com
volume aumentado, bexiga com urina castanha.

FIGURA 6: Tabela demonstrativa referente ao período pré-patente e sintomatologia


da tristeza parasitária bovina.

Fonte: Sebben, (2020).

A principal forma de evitar a TPB é o controle da infestação de carrapatos


(FIGURA 7). Pode ser realizada pela rotação de pastagens para quebrar o ciclo de
18

larvas no pasto, uma boa rotação considera de 40 a 60 dias em cada piquete. Outra
forma de controle no ambiente é a queimada e aplicação de acaricida nas pastagens,
porém resultam em consequências para o ambiente e não são recomendadas.

FIGURA 7: Hospedeiros invertebrados transmissores dos protozoários babesia e


anaplasma.

Fonte: Sebben, (2020).

O controle de carrapatos no animal se dá principalmente por carrapaticidas,


(formamidina, piretróides, avermectinas e organofosforados). A aplicação dos
mesmos pode ser realizada por pulverizações, banheiros de imersão e aspersão,
escolhendo a forma de acordo com a viabilidade da fazenda. É importante a atenção
com o período residual de cada produto, e a sua aplicação deve ser com intervalos de
14 ou 21 dias dependendo do nível de infestação de carrapatos. Quando os carrapatos
apresentarem resistência ao produto é interessante a troca do mesmo, para uma
melhor eficácia o produtor pode optar pela procura do exame de
biocarrapaticidograma para descobrir o melhor carrapaticida (GOMES, 1998).
19

Para a Babesiose os medicamentos específicos são derivados da diamina, já a


anaplasmose são antibióticos com base em oxitetraciclinas, sendo que são
específicos para cada doença, não implicando no tratamento de outra. Geralmente é
realizado a aplicação das duas medicações ou mesmo o dipropionato de imidocarb
que tem ação sobre as duas doenças, que é eficiente quando o animal é tratado antes
dos sintomas graves da doença. Quando o animal já apresenta sintomas graves, o
interessante é prestar tratamento suporte, incluindo soroterapia, protetor hepático e
transfusão sanguínea. Além de toda a medicação é importante oferecer ao animal o
máximo de conforto possível em relação a sua alimentação e o ambiente em que está
(Embrapa,2009)

4.2. RELATO DO CASO-CLÍNICO

FIGURA 8 - Animal diagnosticado com tristeza parasitaria bovina.

Fonte: autor, (2020).


20

FIGURA 9 – Vulva com coloração pálida, indicando a doença.

Fonte: o autor, (2020).

Durante o período de estágio, alguns atendimentos se deram por conta de


animais diagnosticados com TPB, uma delas segundo o produtor mestiça da cruza
entre raças leiteiras “Jersey” e “Holandesa”, adulta, e com sinais clínicos que
apontavam para Tristeza Parasitária Bovina.
A paciente apresentava palidez nas mucosas oculares e vulvar, temperatura
retal de 39,5 Cº indicando hipertermia, batimentos cardíacos e movimentos
respiratórios elevados. Além do animal não se alimentar adequadamente pela falta de
apetite ocasionada pela doença, houve uma considerada redução da produção de
leite.
O residente responsável medicou o animal com tetraciclina na quantidade de
35 ml, considerando 1ml/10kg para o tratamento da anaplasmose, e 15ml do
medicamento diminazeno considerando 1ml/ 20 kg, ambos os medicamentos em dose
única.
21

4.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS

O procedimento adotado pelo veterinário está de acordo com o protocolo de


atendimento geral citado pelos autores revisados.

5. CASO CLÍNICO 2 – PAPILOMATOSE EM BOVINOS

5.1. REVISÃO DE LITERATURA

Considerada uma enfermidade provocada por vírus de características do


papovavirus, se dá pela formação de papilomas semelhantes a tumores na pele e
mucosas de bovinos. As verrugas geralmente aparecem em animais jovens, porém
bovinos de todas as idades podem ser infectados. Em vacas leiteiras a predileção é
por áreas em úbere e tetas (OLIVEIRA; MORAIS; NETO, 2007).
A patologia acontece em todos os países, prevalecendo em países de clima
quente. Está presente em todos os estados nacionais, porém em maior prevalência
nos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Espirito Santo, Rio de Janeiro,
Paraná e Rondônia (OLIVEIRA; MORAIS; NETO, 2007).
Os papilomas são tumores benignos, de tamanhos, cores e formas variadas.
Apresentam-se na maioria das vezes circulares, que ocorrem principalmente na
epiderme. A superfície dos tumores pode ser lisa, pontiaguda, áspera ou rugosa. O
tamanho dos papilomas varia de 1 milímetro a vários centímetros, que podem estar
parcialmente aderidos a pele ou pendurados (OLIVEIRA; MORAIS; NETO, 2007).
Entre as patologias que acometem principalmente bovinos, a papilomatose é
considerada uma enfermidade importante, pelo fato das lesões na pele e mucosa
contribuírem na redução da produção leiteira, no valor de venda do animal e
depreciação do couro. Há a possibilidade das lesões se estenderem para o trato
gastroentérico superior, ocasionando dificuldade na alimentação e respiração
podendo levar o animal a óbito (MONTEIRO, et al, 2008).
Foi atendido um bovino leiteiro de raça mestiça Jersey, adulta, diagnosticada
com papilomatose (Figura 3). Com presença de tumores de diferentes tamanhos entre
22

1 milímetro a 2 centímetros localizados no úbere e em maior quantidade nos tetos. O


proprietário relatou que o animal teve uma significativa queda na produção de leite.

5.2. RELATO DE CASO

FIGURA 10 – Bovino, fêmea, adulta, apresentando tumores em úbere e tetos.

Fonte: o autor, (2020).

O médico veterinário responsável pelo caso usou como tratamento a auto


hemoterapia, onde retira-se 20 ml de sangue da veia jugular externa e em seguida é
aplicado intramuscular profunda.

Com o objetivo de estimular o organismo a criar anticorpos para a eliminação


da doença. Além da auto hemoterapia utilizou-se o Diaceturato de Diminazeno.
23

5.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS

O procedimento adotado pelo veterinário está de acordo com o protocolo de


atendimento geral. Sugere-se que em caso de não haver resposta utilizar-se a
produção de vacina autógena a partir de amostra tecidual do animal para obter-se
melhor resultado.

6. REFERÊNCIAS

BLOOD, D.C.; RADOSTITS, O.M. Clínica Veterinária. 7ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1991. 1263p.

Embrapa; Publicações: Gado de corte divulga, controle do carrapato do boi; Artigos


técnicos. (publicado em agosto 1998). Disponível em:
http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/divulga/GCD31.html, (Acesso em:
25/09/2020)

Embrapa; Circular técnica: Controle de surtosde Tristeza Parasitária bovina.


(publicado em junho de 2002). Disponivel em:
www.cppsul.embrapa.br/unidade/publicacoes:download/69, Acesso em: 25/09/2020

FARIAS N.A.R. 1995. Diagnóstico e Controle da Tristeza Parasitária Bovina. Editora


Agropecuária, Guaíba, RS. 80p. Farias N.A. 2001. Tristeza parasitária bovina, p.35-
42. In: Riet-Correa F., Schild A.L., Lemos R.A.A. & Méndez M.C. (ed.) Doenças de
Ruminantes e Eqüinos. Varela Editora, São Paulo.

GOMES, A. O carrapato do boi Boophilus, ciclo, biologia, epidemiologia, patogenia e


controle. In: KESSLER, R.H.; SCHENK, M.A.M. Carrapato, tristeza parasitaria e
tripanossomose dos bovinos. Campo Grande. M.S.: EmbrapaCNPGC, 1998. p. 9-44.

CENSO DEMOGRÁFICO 2010. Características da população e dos domicílios:


resultados do universo. Rio de Janeiro: IBGE, 2011. Acompanha 1 CD-ROM.
Disponível em: . Acesso em: nov. 2020.

LIMA, J.D. Premunição: uma alternativa para o controle da tristeza parasitária, São
Paulo, SP, 1991. In: SEMINÁRIO BRASILEIRO DE PARASITOLOGIA VETERINÁRIA.
São Paulo, 22-26 de setembro, 1991. Anais... São Paulo, 1991. 156p. p. 39-43.

MADRUGA, C.R.; ARAUJO, F.R.; SOARES, C.O. S. Imunodiagnóstico em Medicina


Veterinária. EMBRAPA-GADO DE CORTE.2001, 360p.
24

MARQUES, D.C. Criação de bovinos. 7º ed. Belo Horizonte:Ed.Consultoria Veterinária


e Publicações, 2003. 586p.

MONTEIRO, V. L. C. DESCRIÇÃO CLÍNICA E HISTOPATOLÓGICA DA


PAPILOMATOSE CUTÂNEA BOVINA (BPV). Ciência Animal Brasileira, v. 9, n. 4, p.
1079-1088, out./dez. 2008

OLIVEIRA, V. M; Morais, R.J.S; NETO, E. P. B. Papilomatose ou verruga dos bovinos


In: TORRES. (Embrapa) Anais do 40 Rio Leite Serrano. Tecnologias para o
desenvolvimento da pecuária de leite familiar da Região Serrana do Rio de
Janeiro. Juiz de Fora, MG 2007 p. 39-47
25

CAPÍTULO II
PARTO DISTÓCICO EM BOVINOS - ENFOQUE NO MANEJO
REPRODUTIVO COMO FATOR PREVENTIVO DE LESÕES DO NERVO
OBTURADOR
26

PARTO DISTÓCICO EM BOVINOS - ENFOQUE NO MANEJO


REPRODUTIVO COMO FATOR PREVENTIVO DE LESÕES DO NERVO
OBTURADOR.
Distochal childhood in cattle - focus on reproductive management as a preventive factor of
obtaining nerve injuries.

¹Jonei Pirogek; ²João Estevão Sebben


1Acadêmico de Medicina Veterinária da UNIGUAÇU.
joneipirogek@yahoo.com.br
2Médico Veterinário, Orientador, Professor Me. Desenvolvimento Regional, da UNIGUAÇU.
prof_estevao@uniguacu.edu.br

RESUMO: A paresia neuromuscular se assemelha com a hipocalcemia, porém


diferente dela o bovino após 72 horas do seu tratamento continua em decúbito.
Quando a vaca em sua gestação desenvolve um feto grande há a possibilidade no
momento do parto haver compressão do nervo obturador. Essa compressão
dependendo do seu grau resulta em decúbito prolongado, o que leva a lesões, ou
seja, isquemia de músculos e nervos principalmente de membros pélvicos. Essas
lesões se não evitadas podem se estender, comprometendo a recuperação do animal
e inviabilizando o tratamento. O objetivo deste estudo foi analisar três casos
específicos de lesão no nervo obturador que ocorreram durante o período de regência,
e individualmente apontar os erros de manejo que resultaram na lesão.
Palavras chave: Nervo Obturador, Decúbito prolongado, Manejo, Bovino.

ABSTRACT: Neuromuscular paresis resembles hypocalcemia, but the bovine after 72


hours of its treatment remains in decubitus. When the cow in her pregnancy has a
large fetus, there is a possibility at the time of compression of the obturator nerve. This
specific compression of its degree results in prolonged decubitus, which leads to
injuries, that is, ischemia of muscles and nerves mainly of pelvic limbs. These injuries,
if not avoided, can extend, compromising the animal's recovery and making treatment
unviable. The objective of this study was to analyze three specific cases of injury to the
obturator nerve that occurred during the regency period, and to identify the
management errors that resulted in the injury.
Keywords: obturator nerve, prolonged decubitus, management, cattle.
27

1. INTRODUÇÃO

Uma das complicações do parto em bovinos é resultante da gestação de fetos


exageradamente grandes que comprimem nervos, principalmente obturador. A
paresia neuromuscular se assemelha muito com a hipocalcemia, porém mesmo com
o tratamento o animal continua em decúbito e em estado de alerta, com apetite e sede
(MATTOS, 1995).
Este problema ocorre geralmente em fêmeas primíparas ou em animais que
parem fetos grandes, porém pode ocorrer em vacas adultas recorrente a hipocalcemia
(REBHUN, 2000).
A paresia neuromuscular ocorre principalmente por lesões no nervo obturador,
segundo e Godinho et al. (1985), ele emerge da sexta raiz nervosa lombar, e corre na
face medial do corpo ílio, em direção a borda cranial do forame obturado. A partir do
forame, ele ramifica-se para os músculos obturadores, adutor, pectíneo e grácil.
Como consequência da lesão nerval, o animal fica impossibilitado de ficar em
estação, comprimindo assim os músculos e nervos principalmente dos membros
pélvicos provocando isquemia.
Devido ao esforço do animal em se levantar podem ocorrer lesões em outras
musculaturas, como ruptura de músculo gastrocnêmio, lesões nos músculos adutor
ou semimembranoso e semitendinoso, além do nervo ciático (SMITH, 2006).
As lesões decorrentes ao decúbito acabam sendo suficientemente graves para
impedir o animal se recuperar e retornar a posição de estação. Radostistits et al.
(2002) descreve o prognóstico reservado para animais em decúbito por até 4 dias com
tratamento, e recuperação praticamente inviável acima do período.
O manejo reprodutivo do rebanho é o principal fator para minimizar as
complicações durante a gestação, (observação do ciclo estral, inseminação artificial,
sincronização e partos distócicos).
O parto distócico pode ser recorrente a causas fetais, maternas ou mecânicas,
sendo que a desproporção feto-pélvica é responsável por aproximadamente 30% de
toda distocia em bovinos (HAFEZ,1995).
O objetivo deste trabalho condiz a análise de três casos, recorrentes a lesão do
nervo obturador no momento do parto pela desproporção feto-pélvica, e reflexão sobre
o erro de manejo que resultou nesta lesão.
28

Desta forma, justifica-se a escolha do tema como aporte aos leitores de um


material complementar a este problema tão comum, más também tão recorrente na
clínica obstétrica de bovinos.

2. RELATO DE CASO

Entre os meses de julho e outubro de 2020, foram acompanhados três casos


de paresia neuromuscular em propriedades do município de Cruz Machado – PR.
Dentre as propriedades, uma era exclusivamente de produção leiteira, e as outras
duas de pequenos produtores sem enfoque na produção.
Dos três animais diagnosticados com lesão em nervo obturador, todos os
animais comprometeram o nervo pelo fato dos fetos serem exageradamente grandes
em relação a pelve.
Os parâmetros fisiológicos de todos são demonstrados na tabela 01, foram
analisados: frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), e temperatura retal
(TR).

TABELA 01 - Parâmetros fisiológicos encontrados nos bovinos com lesão de nervo


obturador atendidos em propriedades de Cruz Machado no período de julho a
setembro de 2020.

FC: frequência cardíaca, FR: frequência respiratória, TR: temperatura retal.


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Os três animais apresentavam parâmetros fisiológicos normais, com exceção


da frequência respiratória do terceiro animal abaixo do normal, devido ao trabalho de
parto prolongado, conforme argumenta Stöber, (1993) pág. 32.
O animal 1 (Figura 1), tinha 3 anos, de raça holandesa, apresentava escaras
por ficar em decúbito prolongado.
O proprietário relatou que não ficou em estação após 3 dias de ter parido.
Realizou-se o tratamento exclusivamente com anti-inflamatório, mas o animal não
respondeu ao tratamento e foi eutanasiado (FIGURA 1).

FIGURA 1 – Bovino fêmea, primípara, em posição de decúbito pós parto.

Fonte: autor, (2020).

O animal 2 (FIGURA 2), tinha 5 anos, de raça Jersey, ao chegar a propriedade


o animal se encontrava em um “cavalete” improvisado pelo proprietário. Foi relatado
que o animal após parir entrou em decúbito, porém com o auxílio do cavalete a vaca
conseguia ficar em estação por alguns momentos.

Foi realizado o tratamento suporte, e anti-inflamatório, também houve o


tratamento das escaras, havendo recuperação após duas semanas.
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FIGURA 2 – Bovino, fêmea, adulta, em posição de estação com auxílio de “cavalete”.

Fonte: autor 2020

O animal 3 (Figura 6), tinha aproximadamente 6 anos, de raça indefinida,


encontrava-se em decúbito, e segundo o proprietário estava com dificuldade em parir.
Após análise do feto por toque, o veterinário responsável optou pela realização de
cesariana com incisão na região paramamária.

Após a cesariana, observou-se que o bezerro desenvolveu hidrocefalia durante


a gestação, dificultando e comprometendo a integridade do nervo obturador durante
o parto.

Após três semanas da cesárea, com auxílio do tratamento houve recuperação


do animal.
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FIGURA 3 – Bovino, fêmea, adulta, iniciando cesárea com incisão paramamária


(Figura 3A), tratamento com fluidoterapia (Figura 3B), bezerro apresentando
hidrocefalia (Figura 3C) e animal em recuperação após duas semanas (Figura 3D).

Fonte: autor 2020

3. DISCUSSÃO

Os 3 quadros clínicos apresentados no caso condizem com o que é dito em


literatura sobre “lesão em nervo obturador”. Apresentaram essa enfermidade
basicamente por erro de manejo.
Os animais 1 e 2 não tiveram seleção de touro adequado para cobertura, já o
animal 3, por descuido do produtor, houve cobertura de touro da mesma linhagem
sanguínea, havendo assim consanguinidade resultando na hidrocefalia do feto.
32

O tratamento de todos os animais para inflamação e dor foi especialmente com


anti-inflamatório flunixina meglumina na dose de 2,11mg/kg via intravenosa, todos
tiveram cuidados quanto a água, comida e limpeza.
O animal 3 além de anti-inflamatório recebeu fluidoterapia 600ml recorrente a
recuperação do procedimento cirúrgico para retirada do feto, juntamente com
antibiótico Penfort® na dosagem de 1ml a cada 10kg.
No primeiro caso, o tutor pela falta de tempo não realizou todos os cuidados
repassados pelo veterinário, tanto em relação a realocação do animal para outro local,
quanto aos cuidados com lesões recorrentes a posição de decúbito, inviabilizando o
tratamento acabando por fazer eutanásia.
No segundo caso o tutor preocupou-se em realocar o animal em local propício
para o tratamento antes mesmo da chegada do médico veterinário. Confeccionou um
cavalete com auxílio da vegetação no local, fazendo com que o animal tivesse apoio
para não ficar todo momento na posição de decúbito.
O tratamento para dor e inflamação foi basicamente com anti-inflamatório e
tratamento de escaras por limpeza das regiões e aplicação de spray específico.
No terceiro caso, após um dia da realização da cesariana o produtor realocou
o animal em local protegido do tempo.
Foi instruído a ele para que o animal fosse auxiliado em mudar de posição
várias vezes ao dia, evitando lesões devido a posição. Após duas semanas houve
recuperação dele.
Ou seja, todos animais abordados tiveram desproporção feto-pélvica
comprometendo o parto e lesionando o nervo obturador.

4. CONCLUSÃO

Conclui-se que lesões neuromusculares ocorrem basicamente pela


desproporção feto-pélvica sendo ela responsável por 30% das distocias,
representando perda econômica e comprometimento do bem-estar animal. Literaturas
apontam vários protocolos de tratamento que devem ser utilizados com supervisão de
médicos veterinários dependendo de tempo e recursos disponíveis pelo tutor.
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Uma das ferramentas recomendadas para o tratamento é o levantador pélvico


(FIGURA 4) deixando o animal em estação por 30 minutos dependendo da sua
reação, deve-se realizar o levantamento a cada 2 horas

FIGURA 4 – Levantador pélvico.

.
Disponível em: https://www.agriexpo.online/pt/prod/vink-elst-bv/product-
172699-53290.html, acesso em 18/11/2020.

A prevenção da lesão é a melhor maneira de lidar com a enfermidade, diante


disso o médico veterinário deve ter iniciativa e dialogar com produtores de bovinos,
indicando touros adequados para o cruzamento do rebanho, diminuindo assim
consequências no momento do parto.
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5. REFERÊNCIAS

HAFEZ. E. S. E. Reprodução animal. 6. ed. São Paulo: Manole, 1995. p. 233 – 240,
286.

GODINHO, H. P.; NASCIMENTO, J. F.; CARDOSO, F. M. Anatomia dos ruminantes


domésticos. Belo Horizonte: Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, 1985. p. 89 –
126.

MATTOS, W. R. S. Níveis nutricionais para altas produções de leite. In: PEIXOTO, A.


M.; MOURA, J. C.; FARIA, V. P. Nutrição de bovinos – Conceitos básicos e
aplicados. 5. ed. Piracicaba: Fealq, 1995. cap. Níveis nutricionais para altas
produções de leite, p. 143–166.

RADOSTITS, O.M. et al. Clínica Veterinária: um tratado de doenças dos bovinos,


ovinos, suínos, caprinos e equinos. 9ª Ed.. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro 2002.

REBHUN, W. C. Doenças neurológicas. In:__Doenças do Gado Leiteiro. 1. ed. São


Paulo: Roca,2000. cap. 12, p. 501-544.

SMITH, B. P. Tratado de Medicina Interna de Grandes Animais. 3ª Ed., Manole, São


Paulo, 2006.

STÖBER; M. In: Dirksen; G.; Gründer, H. D.; STÖBER; M.; Exame clinico dos bovinos.
Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1993

STÖBER, M. Manejo dos bovinos. In: DIRKSEN, G.; GRÜNDER, H.D.; STÖBER, M.
Rosenberger, Exame Clínico dos Bovinos.3 ed. Editora Guanabara Koogan, 1993.Rio
de Janeiro.cap.1, p. 1-43.

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