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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMÉRCIO E FINANÇAS

Faculdade de Administração e Gestão-Mocuba

TRABALHO DE FIM DE CURSO

CURSO DE LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, COMÉRCIO E


FINANÇAS

O Impacto das Pequenas Indústrias Moageiras no Desenvolvimento das Populações


Locais, caso dos Trabalhadores das Indústrias Moageiras Idio- Mocuba (2021/2022)

Abú Abudo Alberto

Mocuba, Agosto de 2023


O Impacto das Pequenas Indústrias Moageiras no Desenvolvimento das Populações
Locais, caso dos Trabalhadores das Indústrias Moageiras Idio- Mocuba (2021/2022)

Monografia Cientifica submetida ao Instituto Superior de Gestão, Comércio e Finanças


(ISGECOF), como requisito parcial para a Conclusão do grau de Licenciatura em
Administração Pública, Comércio e Finanças.

O Candidato O Supervisor

___________________________________ _______________________________

(Abú Abudo Alberto) (dr. Danilo Feliciano Artur Nampinga)

Mocuba, Agosto de 2023

II
Índice

DECLARAÇÃO DE HONRA.................................................................................................IV
AGRADECIMENTOS...............................................................................................................V
DEDICATÓRIA.......................................................................................................................VI
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS.......................................................................VII
LISTA DE GRÁFICOS.........................................................................................................VIII
RESUMO..................................................................................................................................IX
ABSTRACT...............................................................................................................................X
CAPITULO I: INTRODUÇÃO................................................................................................11
1.2. Contextualização................................................................................................................12
1.2.1. Contexto Histórico das Pequenas e Médias Empresas em Moçambique.......................12
1.3 Problematização..................................................................................................................13
1.4 Delimitação da Pesquisa.....................................................................................................14
1.4.1 Características físico-geográficas....................................................................................14
1.5. Objectivos..........................................................................................................................15
1.5.1. Objectivo Geral:..............................................................................................................15
1.5.2. Objectivos específicos:...................................................................................................15
1.6 Justificativa.........................................................................................................................15
1. 7 Hipóteses............................................................................................................................16
CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................17
2.1 Principais Conceitos............................................................................................................17
2.1.1 Empresa............................................................................................................................17
2.1.2. Pequenas e Médias Empresas.........................................................................................17
2.1.2. Contribuições das Pequenas e Medias Empresas............................................................18
2.2 Desenvolvimento................................................................................................................19
2.3 Funcionamento da Pequena Indústria Moageira.................................................................20
2.4 Desenvolvimento local duma Indústria..............................................................................20
2.5 Indicadores sociais no sector Industrial..............................................................................21
3.6 Algumas actividades de rendimento do Distrito de Mocuba..............................................22
3.6.1. Agricultura......................................................................................................................22
CAPITULO III: METODOLOGIA..........................................................................................25
3.1. Tipo de pesquisa................................................................................................................25
3.3. População, amostra e amostragem.....................................................................................26
3.3. 1 População........................................................................................................................26
3.3.2 Amostra............................................................................................................................26
3.3.3 Amostragem.....................................................................................................................26
3.4.Técnicas de Recolha de Dados...........................................................................................27
3.4.1. Pesquisa Bibliográfica....................................................................................................27
3.4.1.Observação participante...................................................................................................28
3.4.2 Inquérito por questionário................................................................................................28
3.4.3 Entrevista Padronizada ou Estruturada............................................................................28
3.5. Análise de dados................................................................................................................28
CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS...........................................30
4.3. Respostas ao roteiro das perguntas de entrevista feitas ao Proprietário da Industria
Moageira...................................................................................................................................37
CAPITULO V: DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...............................................................39
5.1. Discussão sobre o perfil dos informantes..........................................................................39
5.2. Impacto da IMI no desenvolvimento.................................................................................39
5.2.1. Impacto social da IMI no desenvolvimento....................................................................39
5.3.1. Gestão Estratégica...........................................................................................................42
5.3.2. Reconhecimento do Governo..........................................................................................44
5.2.3. Dificuldade na Gestão de PMEs.....................................................................................45
5. CONCLUSÃO E SUGESTÕES...........................................................................................47
5.1. Conclusão...........................................................................................................................47
5.2. Sugestões............................................................................................................................48
5.2.1. Ao Proprietário................................................................................................................48
5.2.2 Aos Trabalhadores...........................................................................................................48
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................49
APÊNDICES.......................................................................................................................XLIX

III
DECLARAÇÃO DE HONRA

Declaro que esta monografia científica é fruto da minha investigação e das orientações do
meu supervisor. O seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição de ensino
para a obtenção de qualquer grau académico.

Mocuba, aos ……/……./2023

––––––––––––––––––––––––––––––
(Abu Abudo Alberto)

IV
AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que directa ou indirectamente prestaram o seu apoio, especialmente:

À minha mãe: Manzura Juma, que desde pequeno, despertou em mim o desejo de estudar;

À minha esposa: Micaela Omar Namutacuane e filhos: Iranete, Oldine, Lewingstone e Uzimir
pela paciência que tiveram no momento em que dedicava a maior parte do meu tempo aos
estudos em detrimento do convívio familiar;
Ao meu supervisor, dr. Danilo Feliciano Artur Nampinga, por conhecer toda a concepção da
palavra orientação.
A todos os docentes do curso de Licenciatura em Administração Pública, Comércio e
Finanças, bem como aos colegas da turma, que souberam decifrar as minhas expressões mal
enquadradas para as melhores tendências.

Ao Proprietário das Pequenas Indústrias Moageiras, na pessoa do senhor Ídio, que facilitou a
recolha de dados tornando possível a realização deste trabalho.

Vai o meu muito Obrigado

V
DEDICATÓRIA

A vida nos ensina a cada dia que passa! Quando amanhece, surpresas aparecem. Quando
menos esperamos, o ruim acontece, simplesmente para destruir os nossos sonhos. Mas uma
coisa é certa, o bem e o mal, depende de Deus, disso devo acreditar.

Estas e tantas palavras, me levam a dedicar com todos profundos sentimentos de lágrimas
abaixo e inesgotáveis, ao meu pai: Abudo Alberto Tonhiua, que Allah o levou. Pai, como
gostaria que este momento presenciasse, por isso, este trabalho dedico a si.

VI
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

CEMPRE: Censo as Empresas


GDM: Governo do Distrito de Mocuba
IM: Indústria Moageira
IMI: Indústrias Moageiras Idio
INE: Instituto Nacional de Estatística
PMEs: Pequenas e Medias Empresas
T: Trabalhador
TIMI: Trabalhadores da Indústrias Moageiras Idio
MIC: Ministério da Indústria Comércio

VII
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Perfil da amostra quanto ao género.......................................................................30

Gráfico 02: Perfil da amostra quanto á faixa etária..................................................................31

Gráfico 03: Perfil da amostra quanto ao nível de escolaridade................................................31

Gráfico 04: Anos de experiência dos trabalhadores da IMI.....................................................32

Gráfico 05: O motivo de trabalhar na IMI................................................................................32

Gráfico 06: Evolução dos trabalhadores da IMI no que diz respeito às suas habitações..........33

Gráfico 07: O nível de satisfação daquilo que ganham na IMI................................................34

Gráfico 08: Realizações com o que os trabalhadores da IMI ganham.......Erro! Marcador não
definido.

Gráfico 09: As despesas com a saúde, educação dos filhos, alimentação em casa e de consumo
em geral são asseguradas só com o rendimento do seu trabalho na moageira.........................36

Gráfico 10: Outras actividades de rendimento exercidas para além da IMI.............................36

VIII
RESUMO

Este trabalho de pesquisa subordina-se ao tema: O Impacto das Pequenas Indústrias


Moageiras no Desenvolvimento das Populações Locais, caso dos Trabalhadores das Indústrias
Moageiras Idio- Mocuba (2021/2022). O objectivo principal reside em Analisar o Impacto das
pequenas Indústrias Moageiras para o Desenvolvimento das Populações locais. Esta pesquisa
mostra-se relevante na medida em que em Moçambique e no distrito de Mocuba em
particular, a questão de desemprego é maior e consequentemente a pobreza absoluta tem sido
cada vez mais acentuada. Contudo, a indústria Moageira Idio, tem contribuído não só na
diminuição do desemprego como também no combate da pobreza nesta parcela do país. Para a
colecta de dados e consequente alcance dos objectivos preconizados foram levantadas varias
literaturas que falam do assunto, seguindo-se no trabalho de campo, mediante um inquérito
dirigido aos 35 trabalhadores bem como uma entrevista aplicada ao proprietário. Depois da
discussão dos dados obtidos no campo, chegou se a conclusão de que na verdade as Industrias
Moageiras Idio, influenciam positivamente no desenvolvimento das populações locais.

Palavras-chave: Indústrias Moageiras, Desenvolvimento, Populações Locais.

IX
ABSTRACT

This research work is subordinated to the theme: The Impact of Small Milling Industries on the
Development of Local Populations, case of Workers of Milling Industries Idio-Mocuba (2021/2022).
The main objective is to analyze the impact of small milling industries on the development of local
populations. This research proves to be relevant as in Mozambique and in the Mocuba district in
particular, the issue of unemployment is greater and consequently absolute poverty has been
increasingly accentuated. However, the Moageira Idio industry has contributed not only to reducing
unemployment but also to combating poverty in this part of the country. For the collection of data and
consequent achievement of the proposed objectives, several literatures that speak of the subject were
raised, followed by field work, through a survey directed at the 35 workers as well as an interview
applied to the owner. After discussing the data obtained in the field, the conclusion was reached that,
in fact, the Industrias Moageiras Idio have a positive influence on the development of local
populations.

Keywords: Milling Industries, Development, Local Populations.

X
XI
CAPITULO I: INTRODUÇÃO

O presente trabalho de pesquisa subordina-se ao tema: O Impacto das pequenas


Indústrias Moageiras no Desenvolvimento das Populações locais, caso dos trabalhadores das
indústrias moageiras Idio- Mocuba, 2021/2022. O objectivo principal desta pesquisa reside
em Analisar o Impacto das pequenas Indústrias Moageiras no Desenvolvimento das
Populações locais.

O combate à pobreza urbana constitui um dos principais desafios do Governo, razão


pela qual tem definido políticas visando a promoção do bem-estar de todos os cidadãos, bem
como o desenvolvimento de Moçambique em geral. A pobreza resulta de uma combinação de
diversos factores dos quais destaca-se a incapacidade de a economia gerar postos de emprego
capazes de elevar a renda familiar e, consequentemente, melhorar as suas condições de vida.

Para a efectivação deste trabalho, recorreu-se ao uso da revisão bibliográfica de obras


de vários autores que abordam o conteúdo em destaque entre manuais, artigos científicos
disponíveis em várias bibliotecas e nos da internet. Aliada a consulta bibliográfica, foi feito
um trabalho de campo, que consistiu em entrevista aos trabalhadores das pequenas Industrias
Moageiras Idio, cujas respostas serão confrontadas com as literaturas.

No que diz respeito aos aspectos metodológicos, no presente trabalho foram usados os
métodos qualitativo e quantitativo. O método qualitativo, permitiu analisar a melhoria das
condições de vida dos beneficiários a nível local e nível de benefícios económico-sociais que
trazem melhoria nas condições de habitação. O método quantitativo permitiu analisar o
número de cidadãos beneficiados, assim como o nível de satisfação dos trabalhadores que tem
como fonte de sobrevivência as pequenas Industrias Moageiras Idio.

Esta pesquisa mostra-se relevante na medida em que em Moçambique e no distrito de


Mocuba em particular, a questão de desemprego é maior e, consequentemente, a pobreza
absoluta tem sido cada vez mais acentuada. Contudo, a indústria Moageira Idio, tem
contribuído não só na diminuição do desemprego como também no combate a pobreza nesta
parcela do país.

No que diz respeito a estrutura do trabalho, o capítulo I compreende a parte


introdutória da pesquisa contendo a delimitação do Tema, o problema, a justificativa, os
objectivos e as hipóteses; O capítulo II, compreende o marco teórico onde se desenvolve a
teoria em torno do tema com o auxílio dos dados colhidos no campo e, finalmente, o capítulo
11
III apresenta a metodologia da pesquisa apresentando os métodos, tipo de pesquisa, técnicas e
a população envolvida na pesquisa, no IV é a apresentação dos dados e no V a sua discussão.

1.2. Contextualização

1.2.1. Contexto Histórico das Pequenas e Médias Empresas em Moçambique

Apesar das evidências sobre o papel relevante das grandes empresas na determinação
do investimento industrial, estudos económicos vêm apontando uma importância crescente à
actuação das Pequenas e Médias Empresas.

De acordo com o INE (2004, p. 17), baseando-se nas pesquisas realizadas em 2004
pelo Censo as Empresas (CEMPRE), o total de empresas em actividade em Moçambique até a
data do censo somava o total de 28.870 unidades.

Dentro destas estatísticas uma atenção especial deve ser dada às pequenas empresas
que se destacam com uma representatividade de 89,5% do total de empresas activas. E ao
somar as pequenas e médias empresas, essa percentagem chega a 98,6% (INE, 2004, p. 17).
As grandes empresas nacionais, com 396 unidades representam apenas 1,4% do total de
empresas.

Ainda de acordo com o CEMPRE (2004), a geração de empregos nas empresas


formais alcançava até a data do censo, o total de 301.145 ocupações. Desse total, 80% das
pessoas estavam empregues em PMEs.

Tabela 01: Distribuição de Empresas Por Dimensão

Fonte: INE (Censo as Empresas - 2004)

Sendo assim, o comportamento e desempenho das PMEs são fundamentais no


desenvolvimento da economia moçambicana.

12
Um número significativo delas opera na informalidade, num ambiente de negócios
ainda deficiente, enfrentam carências de financiamento e capital de longo prazo, e tem
reduzido acesso às infra-estruturas económicas e sociais básicas, aos mercados e a tecnologias
e conhecimento.

Em virtude do reconhecimento do contributo vital das micro PMEs para o


desenvolvimento económico do país, e mais particularmente dos Distritos, o Governo está
apostado em criar instrumentos que permitem estabelecer o ambiente adequado para a
emergência, desenvolvimento e consolidação do sector privado ao nível dos Distritos. É nesse
contexto que foi criado o Instituto para a Promoção das Pequenas e Médias Empresas
(IPEME), ao abrigo do Decreto n° 47/2008, de 03 de Dezembro, por forma operacionalizar a
implementação da Estratégia das Pequenas e Medias Empresas, incentivar o desenvolvimento
propício de negócios das empresas, prestar assistência técnica e facilitar acesso ao
financiamento, bem como promover, criar e gerir incubadoras de empresas.

Neste âmbito, foi igualmente criado o Imposto Simplificado para Pequenos


Contribuintes (Lei n° 5/2009, de 12 de Janeiro), que tem em vista reduzir os custos de
cumprimento das obrigações tributárias e os encargos de fiscalização e controlo através da
simplificação de procedimentos, propiciando assim o alargamento da base tributária.

O Governo também aprovou, recentemente, o Código de Benefícios Fiscais (Lei n°


4/2009, de 12 de Janeiro), com o objectivo de racionalizar os benefícios fiscais para
investimentos e torná-los cada vez mais eficientes e eficazes como instrumento de política
económica.

1.3 Problematização

Em Moçambique tem surgido nos últimos anos, várias entidades públicas, associações
e organizações da sociedade civil empenhadas na prestação de serviços sociais e alívio da
pobreza urbana, (Lalá & Ostheimer, 2003, p. 55).

Entretanto, devido ao elevado grau de desemprego, essas entidades prestadoras não


cobrem o número representativo da população.

Com o aparecimento de algumas Moageiras, algumas pessoas vêem com bons olhos
esses empreendimentos, como instituições que vinham contribuir no combate a pobreza
absoluta.
13
No domínio do combate à pobreza que afecta ainda uma vasta maioria da população, a
Indústria moageira Idio desempenha um papel fundamental, sendo que das poucas indústrias
moageiras, a do Idio é que se notabiliza, quer na vertente de expansão, quer na contratação do
pessoal sem muitas exigências.

Neste contexto, sendo a Indústria Moageira Idio, com financiamento do proprietário


da moageira para o desenvolvimento da população local, o qual sofre de certa forma uma
influência no que concerne aos interesses das populações locais, o qual pode não corresponder
às reais demandas nas necessidades comunitárias onde se desenvolvem as actividades de
desenvolvimento, o presente trabalho pretende saber:

Qual é o Impacto das pequenas Indústrias Moageiras no Desenvolvimento das Populações


locais?

1.4 Delimitação da Pesquisa

Conforme se tem vindo a referir, a delimitação desta pesquisa centra-se no Impacto


das pequenas Indústrias Moageiras para o Desenvolvimento das Populações locais. O caso
dos trabalhadores das indústrias moageiras Idio- Mocuba, (2021/2022). Este trabalho tem um
enquadramento Socioeconómico, cuja finalidade será de entender o contributo das pequenas
Indústrias Moageiras no Desenvolvimento das Populações locais.

As pequenas Industrias moageiras em causa, localizam-se em vários pontos do distrito


de Mocuba, tais como, Mercado Central (3 moaqeiras), Bairro Marmanelo (1 moageira), na
Pedreira (1 moageira), na Ceta (2 moageiras), bairro Samora Machel (2 moageiras),
Mussolone (1 moageira) e tantos outros pontos não identificados pelo autor da presente
pesquisa.

1.4.1 Características físico-geográficas

O Distrito de Mocuba, tem de superfície 9.062 Km2, representando cerca de 8% do


território da Província da Zambézia e fica situado na parte central da Província entre os
paralelos 16º 17’ e 17º 32’ Sul e entre os meridianos de 35º 12¹ e 37º 35¹ Este.

O Distrito de Mocuba é limitado a Norte, pelo rio Nampevo que separa-o do Distrito
de Ile e pelo rio Licungo que separa-o do Distrito de Lugela; a Sul, pelo Distrito de

14
Namacurra; a Este com os Distritos de Maganja da Costa e Ile; e a Oeste com os Distritos de
Milange e Morrumbala, através dos rios Liciro e Liaze.

Figura 01: Mapa de Localização do Distrito de Mocuba

Fonte: GDM, 2014

1.5. Objectivos

1.5.1. Objectivo Geral:

 Analisar o Impacto das pequenas Indústrias Moageiras no Desenvolvimento das


Populações locais, caso dos trabalhadores das Indústrias Moageiras Idio- Mocuba,
2021/2022

1.5.2. Objectivos específicos:

 Descrever o progresso dos trabalhadores das pequenas Indústrias Moageiras Idio;


 Avaliar O Impacto das pequenas Indústrias Moageiras no Desenvolvimento das
Populações locais;
 Aferir se as pequenas Indústrias Moageiras Idio influenciam no Desenvolvimento das
Populações locais.

1.6 Justificativa

O tema mostra-se relevante na medida em que destaca-se o auto emprego como uma
das possíveis soluções para a erradicação do índice do desemprego e a consequente redução
do nível de pobreza no seio das famílias moçambicanas, sendo a concepção de projectos a
curto, médio ou longo prazos uma das formas de dar resposta a este apelo feito por várias
entidades, quer governamentais, quer não-governamentais.

15
As Industrias Moageira, têm sido uma das formas de emprego e empregabilidade que
mais se verifica a nível nacional e em Mocuba em particular. Embora as informações sobre a
sua eficácia e eficiência sejam ainda escassas, esta actividade demostra, de longe, ser uma
excelente iniciativa para o combate ao desemprego e a pobreza pois os seus resultados têm
tido repercussões positivas na vida das comunidades.

Nesta parcela do país, potencialmente produtora de milho (principal matéria prima das
industrias moageiras locais), dos vários empreendedores do ramo da indústria transformadora
(moageiras) a do Idio é que de forma séria e segura, tem garantido emprego a vários
compatriotas moçambicanos residentes no distrito de Mocuba e não só.

Um dos factores que motivou a escolha do presente tema, deve - se ao facto de se


verificar que quase a maioria dos trabalhadores daquela indústria, somente dependem daquela
fonte para suprir suas necessidades básicas (educação dos seus filhos, aquisição de meios
circulantes: motorizadas e bicicletas, habitação, cuidados de saúde, etc.)

Por tanto, por haver um défice na análise do contributo socioeconómico das Indústrias
Moageiras Idio, na redução da pobreza urbana na cidade de Mocuba, e por falta de
reconhecimento pelas autoridades locais quanto a responsabilidade social que esta empresa
tem no seio da população, surge a necessidade de desenvolver a presente pesquisa para
mostrar o peso que esta empresa em constante desenvolvimento tem no que diz respeito ao
poder económico das famílias locais que têm estes empreendimentos como a fonte de
sobrevivência.

1.7 Hipóteses

Hipótese 1: As pequenas Indústrias Moageiras podem garantir a melhoria da qualidade de


vida das Populações do distrito de Mocuba;

Hipótese 2: As pequenas Indústrias Moageiras não podem garantir a melhoria da qualidade


de vida das Populações do distrito de Mocuba;

16
CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Principais Conceitos

2.1.1 Empresa

As PMEs se enquadram nas organizações privadas que é segundo Maximiano (2008,


p. 6), a definição da empresa. Para este autor, a empresa é “uma organização de negócios, que
tem objectivo de vender produtos e serviços para obter lucro”.

De acordo com a National Small Business Acto of South Africa, as micro, pequenas e
medias empresas são definidas como entidades distintas de negócios, que não sejam parte de
um grupo corporativo (Joubert, et. al., 1999, p. 21-33). Os autores relatam que qualquer tipo
de negócio pode ser incluído nesta categoria de empresas desde que esteja de acordo com 3
(três) critérios, nomeadamente: numero de trabalhadores, volume de negócios e recursos
(activos) e, mesmo que tenha subsidiarias, estas deverão ser incluídas quando for para medir a
sua dimensão.

O exposto acima está em conformidade com a IMI, pois, trata-se de uma propriedade
pertencente a um privado, cujo objectivo dos serviços, para alem de ajudar quem precisa
trabalho, é gerar lucro.

E quanto ao número de trabalhadores, a IMI, pode ser classificada como uma média
empresa, pois, segundo a MIC (2007, p. 47), numa MP, o número de trabalhadores varia de
10 a 99 trabalhadores.

2.1.2. Pequenas e Médias Empresas

Existem várias definições que visam caracterizar as empresas segundo seu tamanho.
Especificar qualquer critério de tamanho para definir as Pequenas e Medias Empresas é algo
necessariamente arbitrário, uma vez que cada país define-os de acordo com a sua realidade.
Definir exactamente o tamanho de uma empresa é uma tarefa difícil, pois não existe uma
regra fixa, em termos de critérios ou parâmetros, para caracterizá-la. Delimitar parâmetros
entre ser grande, médio e pequeno é um procedimento arbitrário e duvidoso, devido aos
inúmeros factores que podem ser relacionados ao tamanho de uma empresa dentre mais o
número de funcionários; facturamento; património; capital social (Longenecker, Moore e
Petty, 1998). Porém, reconhecendo estas dificuldades, Drucker (1981, p.221) propõe a

17
estrutura administrativa, particularmente a estrutura da alta administração, como “o único
critério de confiança para medirmos o tamanho de uma empresa”. Segundo o autor, “uma
empresa é do tamanho da estrutura administrativa que necessita”.

Para fornecer uma imagem mais clara do conceito de PMEs, Longenecker, Moore e
Petty, ( 1998, p. 54 ) usam os seguintes critérios: o financiamento do negócio é fornecido por
um indivíduo ou grupo pequeno; em comparação com as maiores empresas no sector, a
empresa é pequena; e o número de empregados geralmente é menor que 100. Em
Moçambique, a definição adoptada leva em consideração o número de pessoas ao serviço, não
havendo distinção de critério de tamanho de empresas por sector de actividade.

Portanto, para o presente trabalho consideramos de Pequenas e Medias Empresas as


com menos de 100 trabalhadores sem distinção por sector de actividade, que no caso
concreto, se enquadra a Industria moageira Idio.

2.1.2. Contribuições das Pequenas e Medias Empresas

Como parte da comunidade empresarial, as Pequenas e Medias Empresas contribuem


inquestionavelmente para o bem-estar económico de um país uma vez que produzem uma
parte substancial do total de bens e serviços, sendo que sua contribuição económica no geral
seja similar à contribuição dada pelas grandes empresas.

As Pequenas e Médias Empresas, entretanto, possuem algumas qualidades que as


tornam mais do que versões em tamanho reduzido das grandes empresas. Elas oferecem
contribuições excepcionais, na medida em que fornecem novos empregos, introduzem
inovações, estimulam a competição, auxiliam as grandes empresas e produzem bens e
serviços com eficiência (Longenecker, Moore e Petty, 1998).

Num momento em que as oportunidades de emprego são escassas, as PMEs fornecem


muitas oportunidades de emprego ao contrário das grandes empresas em que as oportunidades
são mais escassas devido a exigência em termos da qualidade da mão-de-obra.

Este ponto de vista de que a Pequena e Média Empresa gera mais empregos do que as grandes
é comprovado pela pesquisa de Birk2, citado por Longenecker, Moore e Petty (1998) de que o
progresso dos novos empregos vinha de pequenos empreendimentos.

18
2.2 Desenvolvimento

Desenvolvimento é um processo pelo qual os seres humanos conseguem atingir um


melhor nível de vida para si e para os seus filhos, de modo a poderem saber, possuir, usar,
controlar e desfrutar das melhores condições de vida, incluindo o aumento da produção, a
melhoria da equidade e a manutenção e reforço da fonte de recursos renováveis
(Abrahamsson & Nilsson, 1994, p. 66-67). Existem vários tipos de desenvolvimento: humano,
social, cultural económico, entre outros;

 Desenvolvimento humano é um processo de alargamento das escolhas das pessoas,


realçando a liberdade para ser saudável procurando formas de melhorar o bem-estar das
pessoas (RDH, 2010).
 Desenvolvimento social é um processo pelo qual os seres humanos conseguem atingir um
melhor nível de vida para si e para os seus filhos, de modo a saberem, possuir, usar,
controlar e desfrutar de melhores condições de vida (Todaro, 1997).
 Desenvolvimento económico: Na visão de Bresser-Pereira (2006), desenvolvimento
econômico é um fenômeno histórico que ocorre nos países ou estados-nação que realizam
sua revolução capitalista, caracterizados pelo aumento apoiado da produtividade ou da
renda por habitante, seguido por um metódico processo de acumulação de capital e
incorporação de progresso técnico.

O mesmo autor define também indicadores sócias, afirmando que são instrumentos de
carácter social que sugere a análise social e medir a qualidade de vida das pessoas que se
caracterizam pelo rendimento, acesso a educação, saúde, liberdade humana e longevidade,
assim como na melhoria das condições de habitação social.

De acordo com o estudo feito pelo Adam Smith citado por Sem (1999, p.126), qualidade
de vida é um conjunto de requisitos fundamentais para tornar a vida das pessoas mais longas,
tais como, saúde, desfrutar de um padrão de vida digno e ter um rendimento digno para a sua
sustentabilidade económico-social adequado.

O desenvolvimento está sempre relacionado a uma determinada comunidade, um conjunto


de pessoas que se organizam sob o mesmo conjunto de normas, geralmente vivendo no
mesmo local, sob o mesmo governo ou compartilham do mesmo legado cultural e histórico
(Fernandes, 2008).
19
Para Saguate (2006), comunidade é o conjunto de pessoas colectivas compreendidas numa
determinada unidade de organização territorial como é o caso do distrito, posto administrativo
e localidade, vivendo na mesma área geográfica num dado período, partilhando a mesma
cultura e integrando-se numa estrutura social com uma identidade distinta.

Para Cistac (2007), comunidade local é o agrupamento de famílias e indivíduos, vivendo


numa circunscrição territorial de nível de localidade ou inferior, que visa a salvaguarda de
interesses comuns através da protecção das áreas habitacionais, sítios de importância cultural,
pastagens, fontes de água e áreas de expansão.

2.3 Funcionamento da Pequena Indústria Moageira

Tendo em conta a capacidade que o empreendimento tem de criar à sua volta um efeito
multiplicador, é considerado uma destas novas indústrias capazes de criar um rápido
crescimento económico em ofertas de emprego, renda, nível de vida e activação de outros
sectores produtivos do país receptor.

Apequena Industria moageira constitui uma actividade que envolve uma complexa
combinação de elementos humanos, materiais e de natureza psicológica (Embratur, 2002).

Todos esses serviços constituem um sistema cuja eficiência depende da qualidade do


produto a ser produzido. Este sistema caracteriza o funcionamento da indústria […] através de
vários componentes independentes, todavia interactivos (Cunha, 2001).

2.4 Desenvolvimento local duma Indústria

Desenvolvimento local é um processo participativo que estimula o relacionamento entre


interlocutores locais facilitando a implementação conjunta de estratégias e projectos
orientados para a criação de condições de competitividade para os recursos locais, com o
objectivo de criar empregos decentes e actividades económicas sustentáveis (Valá, 2002).

O desenvolvimento de um determinado local de interesse turístico está sujeito aos tipos de


estratégias que são implantadas e às características de cada local, considerando que cada
região (em esfera macro ou micro), cada país, cidade, ou comunidade possui características
próprias que devem ser consideradas no âmbito do planeamento turístico, seria ousado afirmar
que o turismo sempre é gerador de desenvolvimento local (Souza, 2005).

20
Para avançar além de quaisquer interpretações rasas sobre desenvolvimento local, é
necessário, primeiramente, entender o significado do termo desenvolvimento. Uma rápida
busca em dicionários e fontes não oficiais trará resultados como crescimento, expansão,
propagação, incremento, amplitude, elaboração, melhoria entre outros.

Assim, segundo Silva (2011), o termo desenvolvimento, seja ele utilizado nas áreas
exactas, biológicas ou humanas, remete a uma mudança positiva de características, ou seja, a
passagem de um estado inferior para um estado aprimorado. Desse modo, pensar em
desenvolvimento local é pensar em modificar a situação actual de uma localidade tornando-a
aperfeiçoada, melhorada, aprimorada, por tanto é preciso compreender o ponto de partida, ou
seja, a situação actual da localidade e traçar os objectivos de desenvolvimento, determinando
quais melhorias devem ser feitas, o que deve ser aprimorado e que estado de desenvolvimento
se pretende alcançar a nível local em que se desenvolve as actividades.

2.5 Indicadores sociais no sector Industrial

Segundo Altman (1986), os indicadores sociais podem ser classificados segundo as


diversas aplicações a que se destinam. A classificação mais comum é a divisão dos
indicadores segundo a área temática da realidade social a que se referem.

a) Indicador de saúde - Expectativa de vida que é a média de anos de vida de uma pessoa
em determinado pais, alimentação mínima que uma pessoa necessita.

b) Educação - nível de escolaridade média da população, taxa de analfabetismo


corresponde a percentagem de pessoas que não sabem ler e escrever.

c) Trabalho - rendimento médio real do trabalho que o turismo fornece a nível local, etc.

d) Habitação - densidade de moradores por domicílio, condições médicas sanitárias,


acesso a água tratada, acesso ao esgoto, pavimentação, latrinas melhoradas.

e) Infra-estruturas – estradas, instituições públicas, vias de acesso, habitação, expansão do


sector de construção civil; industrialização básica na economia da região; melhoria da
estrutura económica e social; Atração de mão-de-obra.

f) Transporte vias de acesso, estradas, meios de transporte, tipos de meios de transporte.

21
g) Empregabilidade do sector industrial - com esta categoria, pretende-se saber a
empregabilidade das comunidades locais no sector do industrial, isto é, o acesso ao emprego
em vários locais onde funcionam as respectivas indústrias moageiras.

3.6 Algumas actividades de rendimento do Distrito de Mocuba

De acordo com o PED do Distrito de Mocuba (2005), as principais fontes de


rendimento das comunidades locais provém da produção agrícola, pesca, venda de carvão
vegetal, de material de construção, de bebidas alcoólicas tradicionais, de artigos artesanais, de
mariscos, de culturas de rendimentos, tais como: gergelim, castanha de caju, cana-doce,
banana, manga e ananaseiro, para além da existência de serviços do sector público, privado e
sociedade civil.

Entretanto, o sector agrícola, tem se evidenciado com maior incidência, já que o milho
tem sido a cultura mais praticada e de maior procura, visto que constitui a base de alimentação
das populações locais. É aqui onde começa o impacto das IMI, já que muitas moageiras
existentes no distrito de Mocuba, pertencem ao IMI.

3.6.1. Agricultura

O Ministério de Administração Estatal (2005), indica que o Distrito de Mocuba é


constituído principalmente pela população camponesa que pratica a agricultura de
subsistência (Cerca de 86%), com condições para a produção de hortícolas e deficitárias na
produção de cereais.

Segundo o Plano de Desenvolvimento Distrital (2005), na localidade de Mocuba as


principais culturas de produção agrícola são: Cereais (Milho, Feijão-nhemba, Amendoim),
hortícolas, fruteiras (Cajueiros, Mangueiras, Bananeiras e Laranjeiras).

3.6.2. Pecuária
Os animais domésticos mais importantes no distrito para comercialização e consumo
dos agregados familiares são: aves, caprinos, suínos, ovinos e bovinos. O Distrito de Mocuba
é o segundo maior criador de gado na província, depois do distrito de Morrumbala (MAE,
2005).
As actividades pecuárias são praticadas na sua maior parte a nível das comunidades
locais, sendo uma das actividades de rendimento a nível local, com a criação de pequenos

22
ruminantes destinados ao consumo familiar, como: aves (galinhas, patos, gansos,) caprinos,
ovinos e suínos.
Nesta componente, as IMI não ficaram alheio a situação, esta micro empresa tem se
notabilizado também na criação de galinhas (aviário e cafrial), alguns trabalhadores estão
afectos nessa área, com diversas tarefas, uns cuidam das aves, outras dedicam-se na sua
comercialização, contribuindo cada vez mais na criação de emprego.

3.6.3. Indústria

A principal indústria é constituída por moageiras, panificadoras, serrações e


carpintarias, onde se evidenciam cinco (6) carpintarias de transformação de madeiras, das
quais, quatro (4) localizam-se dentro da área municipal e uma no posto administrativo de
Mugeba. Devido à sua disponibilidade às principais cidades do país através da rede nacional
de estradas, transporte marítimo costeiro e aéreo, Mocuba está integrado em redes de
mercados diversificados. Como resultado, existe uma significativa actividade comercial e os
mercados para os bens produzidos localmente estendem-se para dentro e fora da província.

Na localidade de Mocuba Sede, as actividades industriais tendem a ganhar cada vez


mais terreno no mercado local, verificando-se um número cada vez mais crescente de
carpinteiros a explorarem esta área de negócio cujos produtos finais são de interesse turístico
e cultural e não só, o que faz deste ramo de actividades uma actividade de rendimento.

Tabela 02: Descritivo do desenvolvimento económico do distrito de Mocuba

Pontos Fortes Pontos Fracos


 Pessoas com disponibilidade e habilidade  Fraco domínio de tecnologias industriais,
para trabalhar na produção industrial,  Baixo número de associações para a
 Energia de Cahora-bassa sustentabilidade das industriais,
 Existência de um projecto para a  Fraca rede de Infra-estruturas industriais,
construção da fábrica de montagem de  Vias de acesso degradadas para
viaturas, que poderá gerar um potencial escoamento da matéria-prima para as
pólo de desenvolvimento, indústrias,
 Disponibilidade de matéria-prima para as  Deficiente desembolso de credito
industriais, bancário,
Oportunidades Ameaças
 Existência de infra-estruturas industriais  Taxa de importação dos equipamentos
(fábrica de algodão e têxtil), industriais,
 Existência de empresas privadas,  Elevado preço dos acessórios no mercado
 Estrada nº 1 que liga norte e sul interno,
 Recursos humanos aptos para o trabalho  O grande impacto do HIV/SIDA nas
23
industrial, condições de vida e de trabalho industrial,
 Novos projectos orientados para o
distrito,
 Aumento de postos de emprego,
 Implantação da Zona Franca Industrial

Fonte: GDM (2014)

CAPITULO III: METODOLOGIA


24
3.1. Tipo de pesquisa

a) Quanto a sua abordagem: a pesquisa é Mista.

A pesquisa quantitativa é caracterizada pelo esclarecimento de factos por meio de


números e tabelas, portanto, pelo emprego da quantificação dos dados obtidos na colecta de
informações por meio de técnicas estatísticas (Lira, 2014).

Segundo Marconi & Lakatos (2002), o método qualitativo difere do quantitativo, visto
que o método qualitativo não leva em conta os instrumentos estatísticos, mas também pela
forma de colecta e análise dos dados que ela faz.

Por tanto, no presente trabalho o método qualitativo permitiu avaliar a qualidade de


vida dos beneficiários das Pequenas Industrias Moageiras a nível local através da análise dos
benefícios económico-sociais. O método quantitativo permitiu analisar o número de cidadãos
beneficiados, assim como o nível de satisfação dos seus trabalhadores por fazerem parte desta
empresa.

b) Quanto aos objectivos, tratou-se de uma pesquisa descritiva.


Quanto aos objectivos do estudo, tratou-se de uma pesquisa descritiva que, segundo
Gil (2008), proporciona maior familiaridade com o problema através da explicitação mais
detalhada do problema, envolvendo levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas
experientes no problema pesquisado.
O uso do método descritivo permitiu a narração das informações observadas e colhidas
na área de estudo por uso de meio de inquéritos, observação directa e entrevistas
semiestruturadas, em quanto que o método comparativo consistiu na confrontação de
abordagens literárias patentes nas diferentes obras com os resultados obtidos no trabalho de
campo.

c) Quanto aos procedimentos técnicos, trata-se de uma pesquisa bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica, diz respeito à revisão da literatura existente sobre


determinado tema e se baseia em livros, artigos científicos, dissertações e teses. Sendo assim,
ela é caracterizada por ser realizada a partir de fontes secundárias (Calil, 2009; Rodrigues,
2006).

25
3.3. População, amostra e amostragem

3.3. 1 População

População, como se refere Marconi & Lakatos (2010, p. 54), “são seres, que se podem
apresentar como seres animados ou inanimados, que apresentam pelo menos uma
característica em comum”.

Nesta ordem de ideia, fez parte da população para o presente estudo, os 60 trabalhadores e
proprietário da respectiva industria moageira.

3.3.2 Amostra

Segundo Lakatos (1992), amostra é um subconjunto do universo populacional com objectivo


de fazer inferências sobre uma população após inspecção de apenas uma parte dela (p. 145).

Nesta ordem de pensamento, fez parte da amostra para o presente estudo, os 20


trabalhadores da moageira do mercado central, localizado no chamado mercado do milho.

A escolha dessa moageira, dentre várias que compõem a empresa, justifica-se pelo
facto de ser a única com mais trabalhadores.

3.3.3 Amostragem

No presente trabalho usou-se o critério da amostragem aleatória simples, em que


segundo Gil (2008), o método de amostragem aleatória simples consiste em atribuir a cada
elemento da população em estudo um número único para depois seleccionar alguns desses
elementos.

De acordo com Barbetta (2002), na amostragem simples faz-se uma lista da população
e sorteiam-se os elementos que farão parte da amostra, sendo que, cada subconjunto da
população em estudo com o mesmo número de elementos tem a mesma oportunidade de ser
incluído na amostra.

Para o cálculo do tamanho da amostra, usou-se o estudo segundo Barbetta (2002), as


1 1 1 N × n0 38 × 400 15200
fórmulas: n o= = = =400 Então: n= = = =35
ε (0 , 05) 0,0025
2 2
N +n0 38+ 400 438

26
Onde: N é o número da população, n é o tamanho da amostra, ɛ é o erro amostral
tolerável, com nível de desconfiança de 5%.

Nesta linha de pensamento, a amostra foi constituída por 35 (trinta e cinco)


trabalhadores, dos quais 30 (trinta) homens e 05 (cinco) foram mulheres.

3.4.Técnicas de Recolha de Dados

As técnicas de recolha de dados que o autor preconizou como adequadas para a


efectivação do presente trabalho e consequente alcance dos resultados esperados foram: a
Observação participante, o Inquérito e a Entrevista.

3.4.1. Pesquisa Bibliográfica

Segundo Lakatos & Marconi (2003), a pesquisa bibliográfica é um apanhado geral


sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância, por serem capazes de
fornecer dados actuais e relevantes relacionados com o tema e o estudo da literatura pertinente
pode ajudar a planificação do trabalho, evitar publicações e certos erros, e representa uma
fonte indispensável de informações, podendo até orientar as indagações.

Assim sendo a pesquisa bibliográfica, ou seja selecção de obra pertinente ao alcance


dos objectivos propostos será realizada com vista a obter uma gama de informação que
possibilita-se a sustentação do presente trabalho.

3.4.2. Pesquisa documental

Segundo Lakatos & Marconi (2003), a característica da pesquisa documental é que a


fonte de colecta de dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se
denomina de fontes primárias. A pesquisa documental tradicionalmente vale-se dos registos
cursivos, que são persistentes e continuados sendo exemplos clássicos dessa modalidade de
registo os documentos elaborados por agências governamentais bem como vale-se de registos
episódicos e privados, constituídos principalmente por documentos pessoais e por imagens
visuais produzidas pelos meios de comunicação de massa (Gil, 2008).

Para a recolha de dados foram consultados relatórios de entidades governamentais


como é o caso do Plano Estratégico do Desenvolvimento do Distrito de Mocuba (2014-2020)
e estudos relacionados ao tema em causa.

27
3.4.1.Observação participante

Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar factos ou fenómenos
que se desejam estudar. Ajuda a identificar e obter provas a respeito de situações sobre as
quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento. Marconi e
Lakatos (1990, p. 190).

3.4.2 Inquérito por questionário

Inquérito é um meio-termo entre questionário e entrevista, a diferença reside no


entanto no preenchimento. O questionário é preenchido pelo inquirido (o pesquisado) ao
passo que no inquerido, o guião é preenchido pelo inquiridor (quem realiza a pesquisa/ o
autor).

3.4.3 Entrevista Padronizada ou Estruturada

Conforme Lakatos & Marconi (2003, p. 197) Padronizada ou Estruturada é aquela em


que o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido; as perguntas feitas ao
indivíduo são predeterminadas. Ela se realiza de acordo com um formulário (ver mais adiante)
elaborado e é efectuada de preferência com pessoas seleccionadas de acordo com um plano.

O motivo da padronização é obter, dos entrevistados, respostas às mesmas perguntas,


permitindo "que todas elas sejam comparadas com o mesmo conjunto de perguntas, e que as
diferenças devem reflectir diferenças entre os respondentes e não diferenças nas perguntas"
(Lodi, 1974, p. 16), apud Lakatos & Marconi (2003, p. 197).

As entrevistas foram feitas aos trabalhadores das indústrias moageiras Idio.

3.5. Análise de dados

Para a análise dos dados, no presente trabalho recorreu-se à técnica estatística que
segundo Gil (2008, p. 29), constitui notável contribuição não apenas para a caracterização e
resumo dos dados, como também para o estudo das relações que existem entre as variáveis e
também para verificar em que medida as conclusões podem estender-se para além da amostra
considerada. Contudo esta análise será feita mediante uso do pacote estatístico MS Excel com
vista a representar os dados colhidos em gráficos e tabelas.

28
CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Este capítulo reserva-se à apresentação e descrição de dados obtidos através dos


questionários e da entrevista com base nas perguntas de pesquisa que conduziram o trabalho.

Desta maneira, no primeiro momento são apresentados os dados obtidos através do


questionário submetido aos 35 trabalhadores das IMI, onde decorreu a recolha de dados
empíricos do estudo, e no segundo momento apresentam-se os dados recolhidos através da
entrevista aplicada ao Proprietário da moageira.

4.1. Perfil dos informantes

O contacto pessoal, através de conversas informais, permitiu entender o contexto em que eles
estão inseridos, conhecendo suas opiniões, reconhecendo o papel fundamental exercido
quanto ao manejo adequado dos equipamentos para a produção da farinha. Abaixo, seguem os
resultados obtidos com o inquérito aplicado, informações pertinentes em atendimento à
pesquisa, as variáveis pesquisadas para traçar o perfil dos sujeitos do estudo foram relativas á:
género, faixa etária e escolaridade.

4.1.1. Quanto ao género

Quanto ao género, 5 inquiridos (14,3%) são do sexo feminino e 30 (85,7%) do sexo


masculino.

Gráfico 01: Perfil da amostra quanto ao género

Fonte: Dados da pesquisa/2023

4.1.2. Quanto á faixa etária

A faixa etária predominante (23 inquiridos) correspondente a 65,7% têm idade compreendida
entre 18 a 30 anos, seguido da faixa que compreende 50 ou mais anos com 7 inquiridos
29
(20,0%) e os que se encontram no intervalo de 31-49 anos constituem a minoria, com apena 5
inquiridas, correspondente a 14,3%.

Gráfico 02: Perfil da amostra quanto á faixa etária

Fonte: Dados da pesquisa/2023

4.1.3. Quanto ao nível de escolaridade

Sobre o grau de escolaridade, os dados apontam que 18 trabalhadores (51,4%) possuem o


nível primário completo, 15 inquiridos (42,9%) possuem o ensino secundário (alguns
terminaram a 10ª classe e outro 12ª classe). Considerando os informantes com grau de
escolaridade superior, observou-se apenas 2, o que corresponde a 5,7%.

Gráfico 03: Perfil da amostra quanto ao nível de escolaridade

Fonte: Dados da pesquisa/2023

4.2. Respostas ao roteiro das questões do Inquérito aplicado aos Trabalhadores da IMI.

Questão 1: Há quanto tempo trabalha na Indústria Moageira Ídio?

Esta questão, foi feita com o intuito de perceber o tempo de permanência dos informantes na
IMI. Entretanto, os que estão a bastante tempo a trabalhar na IMI são apenas 3 trabalhadores,
que de acordo a análise dos dados correspondem a 8,6%. Os que apresentam maior
frequência, são os que estão a menos de 5 anos, perfazendo um total de 21 e que em termos
30
percentuais representam 60,0%, os restantes estão entre 11-15 anos prestando seus serviços
naquela empresa.

Gráfico 04: Anos de experiência dos trabalhadores da IMI.

Fonte: Dados da pesquisa/2023

Questão 2: O que te motivou a aceitar este emprego?

Quando questionado os trabalhadores a respeito do motivo da escolha em trabalhar na IMI, 17


entrevistados (48,6%) afirmaram que foi a melhor maneira para satisfazer as necessidades
básicas, 14 trabalhadores (40,0%) afirmaram que foi a única oportunidade, e apenas 4 (11,4%)
é que para eles foi o seu sonho de infância. Estes dados se encontram apresentados na tabela
abaixo:

Gráfico 05: O motivo de trabalhar na IMI

31
Fonte: Dados da pesquisa/2023

Questão 3: Qual é o tipo de material da sua casa?

Esta questão foi avançada com o objectivo de perceber se na verdade a IMI tem impacto
socioeconómico na vida dos trabalhadores. Porque uma vida economicamente aceitável
começa com a residência do individuo. Com isso, antes de ingressarem na IMI, apenas 3
trabalhadores correspondente a 8,6% é que tinham casas convencionais, mas depois de seus
ingressos nessa empresa, 14 trabalhadores equivalente a 40,0% melhoraram as suas casas,
mostrando um incremento de 11%.

Gráfico 06: Evolução dos trabalhadores da IMI no que diz respeito às suas habitações.

Fonte: Dados da pesquisa/2023

Questão 4: Achas que com o que ganha permite adquirir os bens essenciais da casa?

Esta questão foi formulada com o objectivo de perceber, dos trabalhadores, o nível de
satisfação daquilo que ganham na IMI, no que aos bens da casa diz respeito. Os dados
mostram que 32 inquiridos que correspondem a 91,4% afirmaram que o subsídio é
satisfatório, apenas 3 (8,6%) não sentem supridas as suas necessidades com esse subsídio,
gráfico 07.

32
Gráfico 07: O nível de satisfação daquilo que ganham na IMI

Fonte: Dados da pesquisa/2023

Questão 5: O que você conseguiu fazer com que ganha durante o tempo que ficou a
trabalhar?

Com intuito de perceber suas realizações do inquirido com aquilo que consegue ter como
subsidio, foi colocada a questão 5. Os resultados mostram que 21 (60%), conseguiram erguer
suas habitações (entre convencionais e precárias); outros 5 (14,3%), adquiriram os seus meios
de transporte; 7 (20%) trabalhadores conseguiram garantir a formação dos seus educandos e
apenas 2 (5,7%) conseguiram ter campo de cultivo.

33
Gráfico 08: Realizações com o que os trabalhadores da IMI ganham

Fonte: Dados da pesquisa/2023

Questão 6: As despesas com a saúde, educação dos filhos, alimentação em casa e de consumo
em geral são asseguradas só com o rendimento do seu trabalho na moageira?

Com objectivo de perceber junto dos trabalhadores se com o que ganham conseguem resolver
todos os problemas, foi avançada a questão 6. Os dados mostram que 28 (80,0%) cobrem
todas despesas com o que ganham na IMI; 5 (14,3%) trabalhadores dizem que com esse
subsidio resolvem parcialmente as despesas, e apenas 2 (5,7%) dizem não asseguram tao
pouco suas despesas com esse subsidio, como mostra o gráfico 09.

34
Gráfico 09: As despesas com a saúde, educação dos filhos, alimentação em casa e de
consumo em geral são asseguradas só com o rendimento do seu trabalho na moageira

Fonte: Dados da pesquisa/2023

Questão 07: Tem outras actividades de rendimento que exerce?

Querendo perceber se para além da Industria Moageira Ídio os trabalhadores exercem outras
actividades de rendimento, foi avançada a questão a cima. Os dados revelam que 30
trabalhadores correspondente a 85,7% não têm nenhuma actividade de renda fora da IMI e 5
(14,3%) exercem algumas actividades de rendimento, como se pode observar no gráfico 10.

Gráfico 10: Outras actividades de rendimento exercidas para além da IMI

35
Fonte: Dados da pesquisa/2023

Questão 8: Na sua opinião, o que deve ser feito na empresa onde trabalha para melhorar o
nível socio-económico dos trabalhadores?

A tabela mostra as opiniões de vários trabalhadores, suas ideias, sentimentos, naquilo que
acham que implementando, a empresa pode melhorar.

Tabela 03: Proposta para a melhoria da IMI

Trabalhador Teor da Resposta


T1, T7, T8, T15, T20 Este grupo, durante o inquérito, apesar de estarem gratos ao patrono
pela oportunidade de trabalho, pedem um aumento de seus subsídios.
T3, T5, T6, T30, T33 Este grupo, pedem melhores equipamentos de trabalho, como bonés e
mascaras faciais, luvas e botas.
T12, T35 Estes, estão na perspectiva de ver as infra-estruturas cada vez mais
melhores, não só, há quem pede uma moageira de arroz a altura de
responder a demanda actual.
Restantes A maioria estão neste grupo (23), para eles está tudo bem.
Onde: T1, T2, T3,… Tn, são Trabalhadores 1,2,3…n

Fonte: Dados da pesquisa/2023

4.3. Respostas ao roteiro das perguntas de entrevista feitas ao Proprietário da Industria


Moageira

Questão1: Qual foi a sua motivação para a criação deste empreendimento?

R. Numa primeira fase a ideia que eu tive era de criar uma empresa de transformação de copra
para o fabrico de sabão e outra parte para o consumo. Mais tarde descobri que houve muita
falta de fábricas para a transformação de milho em farinha, daí abracei o desafio e evolui.

Questão 02: Fazendo uma comparação, a respeito da sua evolução, acha que houve
crescimento?

R. Sim, em comparação com os dias passados a ideia ficou e até hoje, digo que houve
crescimento , mas também evolução, uma vez que iniciamos do pouco e agora afastamos um
bocado.

36
Questão 03: Qual é o número de trabalhadores da empresa:

R Ao criar a moageira eram 4 (quatro) e actualmente são 38 (trinta e oito)

Questão 04: O Governo tem prestado algum apoio na sua iniciativa?

O Governo não tem prestado qualquer apoio para a evolução da moageira.

Questão 05: Para além de empregar seus compatriotas, tem assumido outras
responsabilidades sociais?

Sim, presto serviços sociais.

Questão 06: Gostaria de acrescentar alguma informação em torno das questões colocadas?

R. uma vez criada a empresa que transforma o milho em farinha, vimo-nos obrigados a
aumentar o empreendimento com a montagem de pequenas indústrias em outras zonas para
além das que se localizam nos arredores da cidade, com intuito de facilitar o acesso das
populações a estes serviços e dar oportunidade de emprego a mais pessoas. Além do
processamento da farinha de milho e seus derivados, também iniciamos com o descasque do
arroz. E para aproveitar os farelos, já contamos com serviços de criação de frangos, que neste
preciso momento estão no mercado. Hoje digo que valeu a pena a iniciativa e gostaria que
futuramente alcançássemos outros níveis de desenvolvimento, para criação de mais postos de
emprego, apesar de muitos desafios.

37
CAPITULO V: DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.1. Discussão sobre o perfil dos informantes

 Analisando os dados da pesquisa patente no gráfico 01, verifica -se maior desigualdade,
tendo em conta a maior participação dos homens na maior parte das actividades
desenvolvidas a nível da IMI, com uma representatividade de 85,7%, do que as mulheres
(143,3%). Este constitui um ponto negativo por parte da gerência. Dada a importância que
a IMI tem para o desenvolvimento das populações locais, devia, no seu acto de
recrutamento da mão-de-obra, olhar também para a parte de mulheres, pois elas também
passam as mesmas dificuldades.
 A faixa etária predominante (65,7%) tem idade compreendida entre 18 a 30 anos,
mostrando claramente que a IMI, está empenhada no desenvolvimento socioeconómico a
médio e longo prazo, sendo jovens que precisam construir a sua vida com essa
oportunidade de trabalho, facto por enaltecer.
 Sobre o grau de escolaridade (gráfico 03), os dados apontam que (42,9%) possuem o
ensino secundário (alguns terminaram a 10ª classe e outro 12ª classe). Considerando os
informantes com grau de escolaridade superior, observou-se apenas 2, o que corresponde
a 5,7%. Isso mostra que jovens que tenham concluído os seus respectivos níveis de
escolaridade e que ainda não tiveram a oportunidade de se ingressar numa formação,
devido ao elevado nível de procura, ou ainda os que já se formaram (caso dos dois
técnicos superiores) e que ainda não tiveram oportunidade de enquadrar no mercado de
trabalho, já encontraram o refúgio para o seu sustento.
Com essa tendência, podemos dizer que a IMI contribui directamente no desenvolvimento
dos seus trabalhadores e indirectamente no desenvolvimento da população local.

5.2. Impacto da IMI no desenvolvimento

5.2.1. Impacto social da IMI no desenvolvimento

Com o intuito de perceber o tempo de permanência dos informantes na IMI, Q 1: Há quanto


tempo trabalha na Indústria Moageira Ídio? Os dados constantes no gráfico 04, mostram que
maior parte dos TIMI estão a menos de 5 anos, perfazendo um total de 21, que em termos
percentuais perfazem 60,0%. Isso mostra uma evolução dos últimos 5 anos. Sendo assim, está
claro que num momento em que conseguir um emprego não tem sido fácil, a população

38
encontra uma solução, ou seja, se a empresa continuar com o mesmo ritmo de
desenvolvimento, muitos jovens serão absorvidos nos próximos 5 anos e, consequentemente,
a IMI poderá contribuir positivamente no desenvolvimento social da comunidade local.

Como afirma (Todaro, 1997, p. 64), desenvolvimento social é um processo pelo qual
os seres humanos conseguem atingir um melhor nível de vida para si e para os seus filhos, de
modo a saberem, possuir, usar, controlar e desfrutar de melhores condições de vida.

Com isso, o nível de vida das populações locais, concretamente os TIMI e seus
dependentes vai melhorar.

Para sustentar se de certeza os trabalhadores estão em desenvolvimento com o que


ganham na IMI, foi avançada a questão 3: Qual é o tipo de material da sua casa?

Os dados apresentados no gráfico 06, mostram que houve certa evolução na vida
social dos trabalhadores, pois, antes de ingressarem na IMI, apenas 3 trabalhadores,
correspondente a 8,6%, tinham casas convencionais. Porém, depois do seu ingressos nessa
empresa, 14 trabalhadores, equivalente a 40,0%, melhoraram as suas casas, mostrando um
incremento na ordem de 11%.

Porque uma vida economicamente aceitável começa com a residência do indivíduo.


Com isso, Desenvolvimento é um processo através do qual os seres humanos conseguem
atingir um melhor nível de vida para si e para os seus filhos, de modo a poderem saber,
possuir, usar, controlar e desfrutar das melhores condições de vida, isto incluindo o aumento
da produção, a melhoria da equidade e a manutenção e reforço da fonte de recursos
renováveis (Abrahamsson e Nilsson, 1994, p. 66-67).

O desenvolvimento económico está sempre associado a transformações no nível mais


estável da sociedade, que é o estrutural, porque a tecnologia é o factor dinâmico por
excelência, porque as formas de propriedade estão sempre evoluindo, porque as classes e
demais grupos sociais estão sempre em processo de mudança. Está associado também a
mudanças culturais, principalmente às ideológicas que reflectem os interesses dos diversos
grupos sociais em conflito e cooperação. E está ligado a um permanente processo de mudança
das instituições, que às vezes antecipam as transformações nos outros níveis, muitas vezes
lhes servem de obstáculo, ou então simplesmente buscam dar conta das mudanças estruturais
e culturais já ocorridas.
39
5.2.2. Impacto social da IMI no desenvolvimento

I) Com actuação da actividade moageira na IMI em Mocuba, verifica-se outras oportunidades


de desenvolvimento económico a nível dos trabalhadores, visto que, antes de muitos
ingressarem na IMI, não tinham condições mínimas para satisfazer as necessidades da saúde,
educação dos filhos, alimentação em casa e bem como as necessidades de consumo em geral.
Para verificar se a IMI impulsiona a vida dos trabalhadores, foi colocada a questão 6: As
despesas com a saúde, educação dos filhos, alimentação em casa e de consumo em geral são
asseguradas só com o rendimento do seu trabalho na moageira? Em resposta a questão em
alusão, 80,0% dos TIMI superam todas despesas com o que ganham na IMI, (vide no gráfico
09).

Sendo assim, esta conclusão vai ao pensamento do Abrahamsson e Nilsson, (1994,


p.54), que indica o contributo socioeconómico […] nas famílias locais, como um processo
através do qual as famílias conseguem atingir um melhor nível de vida para si e seus filhos, de
modo a poderem saber, possuir, usar, controlar e desfrutar de melhores condições de vida,
incluindo o aumento da produção, a melhoria da equidade e a manutenção e reforço da fonte
de recursos.

II) Querendo perceber se para além da IMI os trabalhadores exercem outras actividades de
rendimento (questão 07: Tem outras actividades de rendimento que exerce?), os dados
(gráfico 10) mostram que 85,7% não têm nenhuma actividade de renda fora da IMI, isso
mostra claramente a importância dessa empresa na vida dos trabalhadores.

Isto está próximo da definição ampla usada pelo Governo de Moçambique, que diz que a
pobreza é a impossibilidade, devido a incapacidade ou falta de oportunidades, de indivíduos,
agregados familiares e comunidades terem acesso as condições mínimas de acordo com as
normas básicas da sociedade, (GDM, 2005, p. 64).

III) Com o intuito de explorar mais informação a respeito da temática, foi lançada a questão 8:
Na sua opinião, o que deve ser feito na empresa onde trabalhas para melhorar o nível
socioeconómico dos trabalhadores? Uns apontam melhoria do salário, outros apontam
aquisição de equipamento para descasque de arroz e outros pedem melhores equipamentos de
trabalho, como bonés e mascaras faciais, luvas e botas.

40
Como se pode notar, 30% (vide em Tabela 2), apontam aumento de salário como factor
fundamental para melhorar cada vez mais a vida dos trabalhadores. Como diz Ferreira (1975,
p.67), emprego é a maneira de prover a subsistência mediante um ordenado, salário ou outra
remuneração a que se faz pelo trabalho regular em determinado serviço, ofício, função ou
cargo.

Com isso, percebe-se o facto de muitos apontarem aumento do salário como prioritário
para a melhoria de vida dos TIMI, pois, numa moageira o trabalho é muito duro e arriscado
pois os trabalhadores estão sujeitos a contraírem várias doenças principalmente as
respiratórias, razão pela qual é muito importante que o salário seja ajustado ao trabalho.

Em conclusão, o desenvolvimento econômico é um processo histórico de acumulação


de capital e incorporação de progresso técnico; é um processo de aumento da produtividade e
dos salários, decorrente da necessidade de mão-de-obra cada vez mais qualificada e com
maior custo de reprodução social. O desenvolvimento económico continua fundamental para
os países que competem na arena internacional, porque dele depende a melhoria dos padrões
de vida das populações; porque, além de ser um fenómeno histórico, é um dos cinco grandes
objectivos políticos a que se propõem as sociedades nacionais modernas, ao lado da
segurança, da liberdade, da justiça social, e da protecção do ambiente.

5.3. Discussão ao roteiro das perguntas de entrevista feitas ao Proprietário da Indústria


Moageira

5.3.1. Gestão Estratégica

A Gestão Estratégica vêm rapidamente ganhando espaço perante gestores de várias


empresas uma vez que o ambiente de negócios que antes era considerado estático e os
conceitos que antes eram considerados fundamentais são inadequados para o ambiente de
negócios actuais.

Nas últimas décadas, a estratégia tornou-se uma das palavras mais utilizadas no
quotidiano das empresas e, a prática do chamado planeamento estratégico se encontra
difundida em boa parte delas. Esse interesse pela estratégia foi provocado pelo
reconhecimento de que o ambiente externo às empresas vem se tornando cada vez mais
mutável e dinâmico.

41
Analisando os dados apresentados na secção 4.3, questão 01, nota-se que foi um
grande desafio levar a IMI a ter o impacto que hoje tem nas comunidades. Como o
proprietário disse durante a entrevista, primeiro pensou em montar fábrica de processamento
de copra para a produção do sabão, mais tarde, reflectiu que havia défice de fábricas
transformadoras de milho em farinha, e é dai que abraçou o projecto.

A ideia do proprietário está em conformidade a do Porter (1995, p. 47), que indica


quanto menor for a empresa mais importante é a estratégia, uma vez que as PMEs ao contrário
das grandes empresas, são mais sensíveis às variações do mercado e, por isso, precisam
perceber o ambiente competitivo com maior clareza e rapidez para garantir a sobrevivência
nos negócios.

Esta é um lição para quem quer montar uma empresa. Deve se perceber com clareza o
ambiente que pode garantir a sobrevivência nos negócios.

Assim, foi necessário que as empresas que queiram adaptar-se aos novos desafios
mercadológicos, representados por ameaças ou oportunidades, utilizem outros recursos, além
do simples estabelecimento de objectivos organizacionais, (Ansoff, 1990). Para este autor,
novas regras e directrizes para decisão, que orientam o processo de desenvolvimento de uma
organização têm sido chamadas de estratégias. De acordo com Chiavenato (2007) estratégia é
um conjunto de objectivos e de políticas principais capazes de guiar e orientar o
comportamento da empresa a longo prazo, enquanto Porter (1999), por sua vez, teve uma
visão diferente referenciando que o lema da estratégia competitiva é ser diferente. Significa
escolher, de forma deliberada, um conjunto diferente de actividades para proporcionar uma
mistura única de valores. É a criação de compatibilidade entre as actividades da empresa e seu
êxito depende do bom desempenho de muitas actividades - e não apenas de umas poucas - e
da integração entre elas.

No que respeita ao número de trabalhadores, nota-se grande evolução, pois, os dados


da entrevista apontam que esta PME começou com 4 (quatro) trabalhadores, e actualmente
conta com 38 (trinta e oito), uma evolução de aproximadamente 90%. Com isso, podemos
dizer que influencia positivamente no desenvolvimento das comunidades locais, não só no
número de trabalhadores, também por ser a IM mais predominante e que oferece serviços de
qualidade ao nível de Mocuba e dos distrito vizinhos.

42
Segundo Porter (1986) existem três tipos de estratégias, denominadas por ele de
genéricas, sendo fonte de vantagem competitiva que são: liderança em custo, diferenciação e
enfoque ou de nicho. A liderança em custo corresponde a uma das estratégias genéricas e
neste tipo de estratégia, a empresa procura tornar-se no produtor com mais baixos custos no
seu sector de actividade. Seguindo esta estratégia, a empresa apresenta um âmbito de actuação
amplo e procura atingir diversos segmentos de mercado, sendo a própria amplitude da
empresa um importante factor de vantagem ao nível dos custos. As fontes de vantagem de
custos variam fortemente com o sector de actividade e com a sua própria estrutura, podendo
incluir o aproveitamento de economias de escala, utilização de tecnologias patenteadas,
acesso preferencial a matérias-primas e outros factores de produção. Em geral, um produtor
que opta por uma estratégia de baixo custo produz um produto estandardizado, focando-se no
essencial do produto e colocando a ênfase na obtenção de vantagens de custo absoluto e de
escala.

5.3.2. Reconhecimento do Governo

Para ouvir do PIMI, se o governo tem prestado alguma atenção na actividade levada a
cabo, foi formulada a Questão 04: O Governo do distrito tem prestado algum apoio na sua
iniciativa? E a resposta foi negativa.

Neste contexto, o posicionamento do GDM está a contrariar o exposto proposto


por Pereirinha (2008, p. 37), “a questão da pobreza urbana, presente em todas as regiões do
globo, tem sido ao longo dos séculos, um dos mais marcantes problemas da sociedades. O
combate à pobreza urbana constitui um dos principais desafios do Governo, na sua acção
visando à promoção do bem-estar de todos os cidadãos e o desenvolvimento de
Moçambique”.

Em virtude do reconhecimento do contributo vital das micro PMEs para o


desenvolvimento económico do país, e mais particularmente dos Distritos, o Governo está
apostado em criar instrumentos que permitem estabelecer o ambiente adequado para a
emergência, desenvolvimento e consolidação do sector privado ao nível dos Distritos. É nesse
contexto que foi criado o Instituto para a Promoção das Pequenas e Médias Empresas
(IPEME), ao abrigo do Decreto n° 47/2008, de 03 de Dezembro, por forma operacionalizar a
implementação da Estratégia das PMEs, incentivar o desenvolvimento propício de negócios

43
das empresas, prestar assistência técnica e facilitar acesso ao financiamento, bem como
promover, criar e gerir incubadoras de empresas.

Neste âmbito, foi igualmente criado o Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes (Lei
n° 5/2009, de 12 de Janeiro), que tem em vista reduzir os custos de cumprimento das
obrigações tributárias e os encargos de fiscalização e controlo através da simplificação de
procedimentos, propiciando assim o alargamento da base tributária.

O Governo também aprovou, recentemente, o Código de Benefícios Fiscais (Lei n° 4/2009, de


12 de Janeiro), com o objectivo de racionalizar os benefícios fiscais para investimentos e
torná-los cada vez mais eficientes e eficazes como instrumento de política económica.

5.2.3. Dificuldade na Gestão de PMEs

Gerir uma empresa requer um desafio, para este trabalho, com vista a explorar mais do do
proprietário, foi avançada a questão “Gostaria de acrescentar alguma informação em torno
das questões colocadas?” e a resposta teve o seguinte teor: “ uma vez criada a empresa que
transforma o milho em farinha, vimo-nos obrigados a aumentar o empreendimento com a
montagem de pequenas indústrias em outras zonas para além das que se localizam nos
arredores da cidade, com intuito de facilitar o acesso das populações a estes serviços e dar
oportunidade de emprego a mais pessoas. Além do processamento da farinha de milho e seus
derivados, também iniciamos com o descasque do arroz. E para aproveitar os farelos, já
contamos com serviços de criação de frangos. Hoje digo que valeu a pena a iniciativa e
gostaria que futuramente alcançássemos outros níveis de desenvolvimento, para criação de
mais postos de emprego, apesar de muitos desafios”.

As PMEs são em sí muitas vezes frágeis e susceptíveis ao fracasso devido à gestão de má


qualidade, particularmente a gestão financeira, embora contribuam vitalmente para a saúde
financeira de seus países, (Fred e Brigham, 2000).

A gestão das PMEs difere muito das grandes empresas devido a duas diferenças principais
que são a escassez de recursos e os conflitos de objectivos. A gestão de PMEs é
frequentemente muito concentrada, em um ou dois indivíduos chave, normalmente o
proprietário que assume a função de gerente, com mais responsabilidades na decisão da
compra ou não de um novo equipamento, na contratação de um novo funcionário. Estas

44
decisões são, em muitos casos, tomadas com pouca ou nenhuma análise formal, procedendo
com base na intuição, considerando que a análise formal consome muito mais tempo. ( Idem )

Além de a gestão ser muitas vezes bastante concentrada, as PMEs têm grande dificuldade em
adquirir novos recursos necessários para a sua expansão nas instituições bancárias uma vez
que estas relutam em conceder empréstimos por causa de um histórico financeiro.

Desta forma, as PMEs têm restrições a seus talentos administrativos e à sua capacidade de
obter capital adequado, não sendo de admirar que as PMEs muitas vezes falhem, tendo em
conta a má qualidade de gestão, que pode estar sobrecarregada à falta de capital. A falta de
preparo dos profissionais responsáveis pela gestão das PMEs, conduz em geral, para a tomada
de decisões de forma empírica, muitas vezes essas decisões são baseadas em preocupações de
Curto Prazo dos sócios – proprietários da empresa.

45
5. CONCLUSÃO E SUGESTÕES

5.1. Conclusão

Através da pesquisa nas pequenas Indústrias Moageiras Idio conclui-se que a sua
implementação tem sido de grande importância socioecónomica nas comunidades de Mocuba
e concretamente na vida dos trabalhadores, uma vez que durante os instrumentos de pesquisa
(inquérito e entrevista) que conduziram este trabalho, registamos muitas respostas que
favoreceram a questão da pesquisa.

Por exemplo, antes de ingressarem na IMI, apenas 3 trabalhadores correspondente a


8,6% é que tinham casas convencionais, mas depois de seus ingressos nessa empresa, 40,0%
melhoraram as suas casas, mostrando uma evolução em 31.4%. em termos de satisfação das
necessidades básicas, os dados apontam que 80,0% superam todas despesas com o que
ganham na IMI, 14,3% trabalhadores dizem que com esse subsidio resolvem parcialmente as
despesas, e apenas 5,7% dizem não asseguram suas despesas com esse subsidio.

Por conseguinte pode-se aceitar a primeira hipótese traçada para o trabalho que afirma
que “as pequenas Indústrias Moageiras podem garantir a melhoria da qualidade de vida das
Populações locais do distrito de Mocuba”

Quanto ao objectivo principal pode-se concluir que foi alcançado uma vez que foi
possível analisar o Impacto das pequenas Indústrias Moageiras para o Desenvolvimento das
Populações locais. O caso dos trabalhadores das indústrias moageiras Idio- Mocuba,
2021/2022, através da busca de percepções dos trabalhadores e proprietário da moageira. A
pesquisa também evidenciou a importância desta pequena empresa no panorama distrital
através da geração de emprego e facilitação na aquisição de serviços de enfarinhamento de
milho de qualidade.

46
5.2. Sugestões

5.2.1. Ao Proprietário

 Que assuma o desafio de expandir o seu negócio, montando mais indústrias moageiras,
não só localmente, mas também em distritos vizinhos, com o intuito de servir cada vez
mais as populações nos serviços de enfarinhamento de milho e criação de mais postos de
trabalho.
 Que crie mecanismos de aquisição de equipamentos de trabalho, como bonés, máscaras,
luvas ou mesmo botas, para minimizar alguns riscos que advêm deste trabalho,
 Que procure dar aos seus colaboradores subsídios ajustados ao trabalho;
 Tratando-se de um excelente exemplo de combate a falta de emprego e de luta contra a
pobreza, o proprietário deve procurar apoio junto das entidades governamentais no sentido
de tornar o seu empreendimento cada vez mais robusto.

5.2.2 Aos Trabalhadores

 Que sejam mais assíduos, pontuais e honestos, com vista a ajudar a empresa a crescer de
modo a gerar mais oportunidades de emprego para os demais concidadãos que almejam
integrar nesta actividade.

47
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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políticas públicas.p. 66-67

 Demo, P. (2004). Educar pela pesquisa. São Paulo: Autores Associados. Educação e
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 Gil, A. C. (1999), Métodos e Técnicas de pesquisa social. Editora Atlas, São Paulo. 3ª
Ed. P.41

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Moçambicanas. P.17. Disponível em:
http://monografias.uem.mz/bitstream/123456789/743/1/2011%20%20Matsinhe%2C
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5ª Edição, São Paulo: Atlas. P. 163

 Lakatos, E. M. e Marconi, M.de. A (2003): Fundamentos de Metodologia Científica.


5ª Edição, São Paulo: Atlas. p. 197

 Libâneo, J. C. (1994). Didáctica Geral, Cortez. São Paulo. Porto: Porto Editora. P.
113

48
 Longenecker, J. G; et. al. (1998). Administração de Pequenas Empresas - Ênfase na
Gestão Empresarial. Brasil Editora,, p. 54

 Maximiano, A. C. (2008). Introdução á administração. 7. Ed. Sao Paulo: Atlas, p. 54

 Ministério da Indústria e Comercio (MIC). (2007). Pequenas e médias empresas em


Moçambique: situação, perspectivas e desafios. Maputo: DNI-MIC, P. 47

 Ostheimer L. (2003). Moçambique: Descentralizar O Centralismo? Economia


Politica, Recursos E Resultados. Editora ISBN, Maputo-Moçambique. P. 55.
Disponível em:
https://www.iese.ac.mz/lib/publication/livros/Descent/IESE_Decentralizacao.pdf,
acessado aos 13/05/2023

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 Smith A. (1999). THE WEALTH OF NATIONS. V.1 Editora Nova Cultural Ltda. P.
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 Sousa, F. S. et al. (2014). As metodologias usadas por professores de Ciências e


Biologia na processo de ensino/aprendizagem. Revista da SBEnBio. n. 7. P. 155
Leis e Decretos

 Decreto nº 47/ 2008, de 3 de Dezembro – Criação do IPEME.

 Lei nº 4/ 2009, de 12 de Janeiro – Código de Benefícios Fiscais.

 Lei nº 5/ 2009, de 12 de Janeiro – Imposto Simplificado Pequenos Contribuintes.

49
APÊNDICES

XLIX
APENDICES A: Inquerito dirigido aos trabalhadores da Indústrias Moageiras Idio- Mocuba

Este inquerito é um instrumento de colecta de dados, dirigido aos Trabalhadores da Indústria


moageira Idio, no âmbito da pesquisa sobre a O Impacto das pequenas Indústrias Moageiras no
Desenvolvimento das Populações locais, caso dos trabalhadores das indústrias moageiras Idio-
Mocuba, 2021/2022, como pré-requisito para a conclusão do curso de licenciatura em
qq
Administração Pública, Comércio e Finanças.

A população "alvo" deste inquérito por questionário são os trabalhadores da moageira na


qual decorre o estudo e as questões estão directamente relacionadas ao que acontece na moageira
em questão.

Os dados fornecidos são absolutamente confidenciais e anónimos e serão exclusivamente


utilizados para fins de investigação científica. Peço-lhe que seja o mais rigoroso possível no seu
preenchimento.

Agradece-se, desde já, o seu contributo!

I. PERFIL DOS INQUIRIDOS

1. Sexo:

Masculino ( ) Feminino ( )
2. Faixa etária

18-30 anos ( ) 31-49 anos ( ) 50 ou mais anos ( )

3. Grau de escolaridade

Nível Primário ( ) Nível secundário ( ) Nível superior ( )

II. Informações gerais sobre A Indústria Moageira Idio

1. Há quanto tempo trabalha na Indústria moageira Idio?

1-5 anos ( ) 6-10 anos ( ) 11-15 anos ( ) 16 ou mais anos ( ).

L
2. O que te motivou a aceitar este emprego?

Sim ( ) Não ( )

3. Qual é o tipo de material da sua casa?

Antes de se integrar nesta Industria ( ) Depois de se integrar nesta Industria ( )

4. Achas que com o que ganha dá para suprir as suas necessidades básicas?

Sim ( ) Não ( )

5. O que você conseguiu fazer com que ganha durante o tempo que ficou a trabalhar?

Uma habitação ( ) Formei meus educandos ( )

Adquiri um meio de trasporte ( ) Outro ( )

Se for outro, qual é?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_______________________________________________________.

6. As despesas com a saúde, educação dos filhos, alimentação em casa e de consumo em geral
são asseguradas só com o rendimento do seu trabalho na moageira?

Sim ( ) Não ( ) Parte das despesas Sim, mas outras Não ( )

7. O que fazia para o seu sustento antes de ser contratado nesta empresa?

8. Na sua opinião, o que deve ser feito na empresa onde trabalha para melhorar o nível socio-
económico dos trabalhadores?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______________________________________________________________________.

LI
APENDICE II: ENTREVISTA DIRIGIDA AO PROPRIETÁRIO DA MOAGEIRA

1. Qual foi a sua motivação para a criação deste empreendimento?

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

2. Fazendo uma comparação, a respeito da sua evolução, acha que houve crescimento?

___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

3. Qual é o número de trabalhadores da empresa:

No começo ( ) actualmente ( )

4. O Governo tem prestado algum apoio na sua iniciativa?

___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

5. Para além de empregar seus compatriotas, tem assumido outras responsabilidades sociais?

___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

6. Gostaria de acrescentar alguma informação em torno das questões colocadas?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

LII
ANEXOS

LIII

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