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RIVALDO CHABUCA FRANCISCO COCOTE

Monografia

ANÁLISE DO SISTEMA DE FACHADAS VENTILADAS EM EDIFICAÇÕES: ESTUDO


DE CASO CIDADE DA BEIRA

Beira, Abril 2020


RIVALDO CHABUCA FRANCISCO COCOTE

Monografia

ANÁLISE DO SISTEMA DE FACHADAS VENTILADAS EM EDIFICAÇÕES: ESTUDO


DE CASO CIDADE DA BEIRA

Licenciatura em Engenharia de construção civil

Trabalho sob Orientação da

Eng.ª Maury Chelsea Macuha

Beira, Abril de 2020


Rivaldo Chabuca Francisco Cocote, autor da monografia
intitulada Análise do sistema de fachadas ventiladas em
edificações: caso de estudo cidade da Beira, declaro que
salvo fontes devidamente citadas e referidas, o presente
trabalho é fruto do meu trabalho pessoal, individual e ori-
ginal.

Cidade da Beira, Abril de 2020

________________________________________________

Rivaldo Chabuca Francisco Cocote

Memoria monográfica apresentada a universidade Jean


Piaget de Moçambique como parte dos requisitos para a
obtenção do grau de licenciatura em Engenharia Civil
DECLARAÇÃO DO AUTOR

Eu, Rivaldo Chabuca Francisco Cocote, autor da monografia intitulado “Análise do sistema
de fachadas ventiladas em edificações: caso de estudo cidade da Beira”, declaro que, salvo
fontes devidamente citadas e referenciadas, o presente documento é fruto de trabalho pessoal,
individual e original.

O mesmo é apresentado à Universidade Jean Piaget de Moçambique como parte dos requisitos
para a obtenção do grau de licenciatura em Engenharia Civil.

Rivaldo Chabuca Francisco Cocote

________________________________________________________

Beira, Abril de 2020

I
DECLARAÇÃO DO ORIENTADOR

Eu, Eng.ªMaury Chelsea Macuha declaro ter orientado ao estudante Rivaldo Chabuca Fran-
cisco Cocote do curso de Engenharia Civil na realização da presente memória monográfica
para obtenção do grau de Licenciatura.

Eng.ªMaury Chelsea Macuha

____________________________________________________

Beira, Abril de 2020

II
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradecer a Deus por tudo quanto tem feito em minha vida, pela
força, pelo dom da vida, pela inspiração que tem me dado dia após dia e por estar comigo em
todos os momentos.

Em segundo lugar agradecer a minha família especialmente ao meu pai Francisco Vie-
gas Cocote pelo suporte financeiro em meio a tantas dificuldades, pelos puxões de orelha
quando se fez necessário, pelos conselhos que sempre me deu na luta para que criasse não só
um filho que seja um profissional de sucesso, mas também um ser humano de sucesso.

Aos meus irmãos Vicente, Fortunato, Julieta, Ruvi, Pasquale e Charlene que sempre
estão comigo, que tem me dado o seu apoio incondicional e por estarem sempre ao meu lado
independentemente da situação.

Agradecer a minha avó Meldina Sitóe pelo acolhimento que me deu durante todos estes
anos de formação, a minha avó materna Maria Joaquim que lutou incansavelmente para que eu
tivesse uma educação de primeira, ao meu primo e irmão Francisco Cocote que sempre foi um
exemplo a seguir em minha vida e aos demais familiares.

Agradecer também a minha namorada Maríllia Dias que esta sempre comigo, por ser a
minha melhor amiga e melhor companhia de todos os dias e momentos, por ser a minha defi-
nição de amor e companheirismo.

Aos meus pastores que tem sido conselheiros espirituais e emocionais que ajudaram e
ajudam no meu desenvolvimento como pessoa.

Aos meus amigos e demais colegas que participaram activamente no meu processo de
formação, sendo companheiros em todos os sufocos que passamos.

Ao meu docente e padrinho Eng° Bearke Euadaba pelos ensinamentos que sempre me
deu e pela força, suporte e confiança depositada em mim.

A empresa que acolheu o meu estágio, na pessoa do Sr. Hélder de Sousa pelo acompa-
nhamento dado durante todo o processo de estágio.

A minha orientadora Engª Maury Chelsea Macuha pela paciência e orientação em todo
o processo de estágio e monografia. E por ultimo mas não menos importante a Coordenação
do Curso de Engenharia Civil na pessoa da Engª Nádia Farinha e demais docentes do curso.

III
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus pela sabedoria que tem me dado sempre,
sem ele eu não seria nada.

Em segundo lugar dedico a minha falecida mãe que sempre foi o meu suporte enquanto
viva, ao meu pai que tem sido mais que um pai, tem sido um amigo.

Por ultimo as minhas avós, a minha namorada e futura esposa, meus irmãos, amigos e
família em geral.

IV
ÍNDICE
RESUMO .................................................................................................................................IX

ABSTRACT .............................................................................................................................. X

LISTA DE FIGURAS ..............................................................................................................XI

LISTA DE TABELAS .......................................................................................................... XIII

LISTA DE GRÁFICOS ........................................................................................................ XIV

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS............................................................................ XV

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1

1.1. Problematização .......................................................................................................... 1

1.2. Justificativa.................................................................................................................. 2

1.3. Delimitação do tema.................................................................................................... 3

1.4. Objectivos.................................................................................................................... 3

1.4.1. Objectivo geral ..................................................................................................... 3

1.4.2. Objetivos específicos ........................................................................................... 3

1.5. Hipóteses ..................................................................................................................... 3

1.6. Estrutura da monografia .............................................................................................. 4

CAPÍTULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 5

MARCO TEÓRICO................................................................................................................... 5

2.1. Sustentabilidade na construção civil ........................................................................... 5

2.2. Fachada........................................................................................................................ 6

2.3. Fachadas ventiladas ..................................................................................................... 6

2.4. Eficiência do sistema de fachadas ventiladas .............................................................. 8

2.4.1. Funcionamento da fachada ventilada no inverno e no verão................................... 9

2.5. Sistema de fachada ventilada .................................................................................... 11

2.6. Elementos que compõem o sistema de fachadas ventiladas ..................................... 12

2.6.1. Base suporte de fixação ......................................................................................... 12

2.6.2. Isolante térmico ..................................................................................................... 14

V
2.6.3. Impermeabilizante ................................................................................................. 18

2.6.4. Câmara-de-ar ......................................................................................................... 18

2.6.5. Estrutura de fixação ............................................................................................... 19

2.6.5.1. Fixação oculta quando utilizado um revestimento de espessura fina ................ 21

2.6.5.2. Fixação sobreposta quando utilizado um revestimento de espessura fina ......... 22

2.6.5.3. Fixação visível quando utilizado um revestimento de espessura fina ............... 22

2.6.5.4. Fixação quando utilizados revestimento de espessura grande ........................... 23

2.6.6. Juntas ..................................................................................................................... 26

2.6.6.1. Juntas abertas ..................................................................................................... 28

2.6.6.2. Juntas fechadas................................................................................................... 30

2.6.7. Revestimentos utilizados no sistema de fachadas ventiladas ................................ 30

2.6.7.1. Cerâmica ............................................................................................................ 31

2.6.7.2. Alumínio perfilado ............................................................................................. 33

2.6.7.3. Grés porcelanato ................................................................................................ 33

2.6.7.4. Placas fenólicas .................................................................................................. 34

2.6.7.5. Madeira .............................................................................................................. 36

2.6.7.6. Vidro .................................................................................................................. 37

2.6.7.7. Naturocimento.................................................................................................... 38

2.7. Manifestações patológicas em sistema de fachada ventilada .................................... 39

2.7.1. Variação da cor do revestimento ........................................................................... 39

2.7.2. Proliferação de microrganismos ............................................................................ 40

2.7.3. Vandalismo ............................................................................................................ 40

2.7.4. Quebras ou fissuras do revestimento externo ........................................................ 41

2.7.5. Infiltrações na camara de ar ................................................................................... 41

2.8. Projecto de fachada ventilada.................................................................................... 42

2.8.1. Método executivo da fachada ventilada ................................................................ 43

2.8.1.1. Verificações iniciais ........................................................................................... 43

VI
2.8.1.2. Fixação das ancoragens...................................................................................... 43

2.8.1.3. Instalação do isolamento térmico....................................................................... 43

2.8.1.4. Fixação de perfis ................................................................................................ 44

2.8.1.5. Instalação do revestimento externo.................................................................... 44

2.8.1.6. Fechamentos, arremates e acabamentos ............................................................ 44

2.8.1.7. Camara de ar ...................................................................................................... 45

2.8.2. Equipamentos utlizados na execução das fachadas ventiladas .............................. 45

CAPITULO III: METODOLOGIA ......................................................................................... 46

3.1. Tipo de pesquisa ........................................................................................................ 46

3.2. Fonte de dados ........................................................................................................... 47

3.3. Colecta de dados........................................................................................................ 47

3.4. Tratamento de dados ................................................................................................. 48

CAPITULO IV: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ........................................... 49

4.1. Dados gerais .................................................................................................................. 49

4.2. Fachadas convencionais ................................................................................................ 50

4.3. Conhecimento e uso das fachadas ventiladas................................................................ 51

4.3.1. Nível de conhecimento sobre as fachadas ventiladas................................................. 51

4.3.2. Uso do sistema de fachadas ventiladas nas empresas ................................................ 51

4.3.3. Edifícios em que se usou o sistema de fachadas ventiladas na cidade da Beira ........ 52

4.4. Discussão....................................................................................................................... 52

4.4.1. Vantagens ................................................................................................................... 52

4.4.2. Desvantagens .............................................................................................................. 53

4.4.3. Surgimento de patologias na fachada convencional .................................................. 54

4.4.4. Uso do ar condicionado no sistema de fachadas convencionais ................................ 54

4.4.5. Preferência de uso entre os sistemas .......................................................................... 55

4.5. Viabilidade técnica e construtiva .................................................................................. 56

4.6. Gestão de perdas de resíduos ........................................................................................ 57

VII
4.7. Quantidade de energia gasta em refrigeração ............................................................... 58

4.8. Sistema de fachada ventilada Vs sistema de fachada convencional ............................. 59

CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ....................................................... 60

4.1. Conclusão ...................................................................................................................... 60

4.2. Recomendações ............................................................................................................. 61

BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 62

APÊNDICE – Questionário utlizado na recolha de informações relativamente ao sistema de


fachadas ventiladas .................................................................................................................. 65

VIII
RESUMO
Com a crescente demanda de exigências no que se refere a qualidade, a durabilidade e o con-
forto dos edifícios na engenharia civil, no caso especifico em fachadas, fez-se necessário a
criação de novos sistemas de fachadas para que se pudesse colmatar as deficiências apresenta-
das pelos outros sistemas. Desta feita, surge o sistema de fachadas ventiladas, uma solução
relativamente recente comparativamente aos tipos de fachada convencionais, mas que confere
um das melhores relações estética - funcionamento das fachadas. Este sistema é já vem sendo
amplamente usado no continente europeu, é um sistema considerado uma inovação construtiva
devido aos vários aspectos tanto estéticos, como funcional que este apresenta. O sistema de
fachadas ventiladas é composto basicamente por um suporte de fixação, por uma câmara-de-ar
em movimento, pelos elementos de fixação, pelo material de revestimento e pelas juntas aber-
tas. A câmara-de-ar ventilada e as juntas abertas são responsáveis pelo bom desempenho termo
acústico do sistema e pela estanqueidade à água quando correctamente dimensionadas. Posto
isso, feitas as revisões bibliográficas constata-se que este sistema apresenta ser um sistema
vantajoso em relação aos sistemas de fachadas convencionais em alvenaria, seja ele aderido ou
não. Vários outros aspectos ligados ao sistema de fachadas ventiladas lhe conferem um bom
sistema a ser adoptado em construções, sendo estas ligadas a redução do consumo de energia
nos edifícios devido a acção do sistema, as manifestações patológica e a gestão de resíduos
sólidos.

Palavras-chave: Fachadas, fachadas ventiladas, métodos de execução, patologias.

IX
ABSTRACT
With the growing demand for requirements in terms of quality, durability and comfort of struc-
tures in civil engineering, more focused on facades, it was necessary to create new façade sys-
tems so that the deficiencies presented by others could be overcome. systems. This time, the
ventilated façade system emerged, a relatively recent solution compared to several other types
of façade, but which provides one of the best aesthetic relationships - façade functioning. This
system is a system that has already been widely used on the European continent, this system is
a system considered a constructive innovation for both aesthetic and functional issues. It basi-
cally consists of a fastening support, a moving air chamber, fastening elements, lining material
and open joints. The ventilated air chamber and the open joints are responsible for the good
thermal and acoustic performance of the system and for the water tightness when correctly
dimensioned. That said, after the bibliographic reviews, it appears that this system is an advan-
tageous system in relation to the facade systems using masonry. Various aspects related to the
ventilated façade system give it a good system to be adopted in buildings, which are linked to
heating and pathological manifestations.

Keywords: Facades, ventilated facades, execution methods, pathologies.

X
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Funcionamento da fachada ventilada ......................................................................... 7
Figura 2.Perfil de uma fachada ventilada .................................................................................. 8
Figura 3.Esquema de ventilação na fachada ventilada nos diversos climas ............................ 10
Figura 4.Elementos que compõem a fachada ventilada ........................................................... 11
Figura 5.Lã mineral fixada a uma parede ................................................................................ 15
Figura 6.Aplicação do poliuterano projectado numa cobertura ............................................... 16
Figura 7.Aplicação de placas de poliusterano extrudido numa fachada ventilada .................. 17
Figura 8.Tipos de isolamento térmico ..................................................................................... 17
Figura 9.Funcionamento da câmara-de-ar no sistema de fachadas ventiladas ........................ 19
Figura 10.Painéis colocados sobre uma fixação oculta ........................................................... 20
Figura 11.Painéis colocados sobre uma fixação visível........................................................... 21
Figura 12.Fixação oculta para revestimento de espessura fina ................................................ 21
Figura 13.Fixação sobreposta para revestimento de espessura fina ........................................ 22
Figura 14.Sistema de fixação a vista para revestimento de espessura fina .............................. 22
Figura 15.Fixação para revestimento de espessura grande ...................................................... 23
Figura 16.Fixação por cavilhas ................................................................................................ 24
Figura 17.Ancoragem por grampos ......................................................................................... 24
Figura 18.Ancoragem linear .................................................................................................... 25
Figura 19.Fachada ventilada fixada por meio de parafusos ..................................................... 26
Figura 20.Laminas simples fixadas por encaixe e aerodinâmicas fixas e móveis ................... 26
Figura 21.Tipos de juntas ......................................................................................................... 27
Figura 22.Entrada de água na fachada ventilada ..................................................................... 29
Figura 23.Situação da junta em dia chuvoso ........................................................................... 29
Figura 24.Detalhe do sistema com acabamento em cerâmica ................................................. 32
Figura 25.Formas e fixação para revestimentos cerâmicos ..................................................... 32
Figura 26.Sistema de acoplamento oculto aplicado no tardoz de uma placa de grés
porcelanato ............................................................................................................................... 34
Figura 27.Camadas que compõem um painel fenólico ............................................................ 35
Figura 28.Formas de fixação de painéis fenólicos ................................................................... 36
Figura 29.Fachada ventilada de madeira ................................................................................. 37
Figura 30.Sistema de fixação para revestimento em vidro ...................................................... 38
Figura 31.Uso de naturocimento em fachadas ventiladas........................................................ 39
Figura 32.Variação da cor em painéis fenólicos ...................................................................... 40
XI
Figura 33.Prática de vandalismo em painel fenólico ............................................................... 40
Figura 34.Quebra do revestimento externo.............................................................................. 41

XII
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.Configuração do sistema de fachadas ventiladas ...................................................... 12
Tabela 2.Grau de confiabilidade do substrato para a sua utilização como base de ancoragem
para revestimentos não aderidos .............................................................................................. 13
Tabela 3.Estudo de juntas abertas de 8mm em placas de grés porcelanato de 600mm x 600mm
.................................................................................................................................................. 28
Tabela 8.Processo de execução de fachadas ventiladas e cerâmica aderida ............................ 57

XIII
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Cargo ocupado na empresa ..................................................................................... 49
Gráfico 2. Nível académico ..................................................................................................... 50
Gráfico 3. Conhecimento e uso de fachadas convencionais .................................................... 50
Gráfico 4. Nível de conhecimento das fachadas ventiladas ..................................................... 51
Gráfico 5. Uso do sistema de fachadas ventiladas nas empresas ............................................. 51
Gráfico 6. Uso da fachada ventilada em edifícios na cidade da Beira ..................................... 52
Gráfico 7. Acção da chuva Vs Surgimento de patologias ....................................................... 54
Gráfico 8. Acção do calor Vs Uso do Ar condicionado .......................................................... 55
Gráfico 9. Preferência de uso entre os sistemas ....................................................................... 56
Gráfico 10.Percentagem de perdas de resíduos gerados entre os sistemas .............................. 57
Gráfico 11.Comparação de resultados de carga térmica .......................................................... 58

XIV
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CSL – Construções Sousa Lda

CSTB - Centre Scientifique et Technique Du Batimen

NBR - Norma Brasileira Regulamentadora

OCC – Octávio Chidengo Construções Lda

Ph – Potencial de Hidrogénio

PVC – Policleto de vinil

PVA- Acetato polivinílico

UV – Ultra Violeta

XV
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
A fachada é a primeira parte da estrutura a que as pessoas se deparam, sendo este um
cartão-de-visita poderoso na questão estética e funcional do edifício, é por isso que se faz ne-
cessário que um edifício tenha uma fachada visualmente agradável, mas que também desem-
penhe um papel funcional de grande relevância.

Segundo Barth & Vefago (2007), as fachadas têm poder de produzir a imagem do edi-
fício e de criar a sua identidade visual. As fachadas podem, também, melhorar o desempenho
ambiental, actuando como elemento condicionador natural do edifício.

A fachada é um sistema construtivo de grande importância estética e funcional de uma


edificação. Por ser a “primeira impressão” do edifício, a fachada deve apresentar um aspecto
visual agradável e por isso a questão estética é extremamente relevante. No aspecto funcional,
a fachada deve garantir a proteção e a vedação do interior da edificação contra os agentes ex-
ternos, tais como: água da chuva, ventos, radiação solar, gases, etc. (DUTRA, 2010).

Com o avanço tecnológico na construção e com a necessidade de implementação e de-


senvolvimento de novas técnicas, surgem novos sistemas que vem com o intuito de melhorar
os sistemas construtivos, tanto no aspecto estético, bem como na sua componente funcional.
Segundo Mesquita (2000), a tecnologia construtiva está associada ao conhecimento desenvol-
vido em pesquisas e/ou experiências práticas, bem como a análise e aplicação dos seus resul-
tados.

Desta feita, no que tange a construção de fachadas e com a necessidade do seu melho-
ramento, surgiu o sistema de fachadas ventiladas, com o intuito de melhorar ainda mais a ques-
tão estética e funcional dos edifícios. Segundo Campos (2011), as fachadas ventiladas são am-
plamente utilizadas nos países europeus. Esses sistemas destacam-se pelas qualidades de efici-
ência energética, beleza, resistência, potencial criativo e conforto, os quais são argumentos que
promovem as especificações entre os profissionais da indústria da construção civil.

1.1.Problematização
Com o passar dos anos, as fachadas dos edifícios começam a apresentar vários tipos de
manifestação patológica devido ao tipo de revestimento e o sistema de fachadas em utilização
nos mesmos, associado a isso, o uso do ar condicionado tem acarretado custos demasiado ele-
vados no que tange ao consumo de energia eléctrica, visto que em países com clima tropical

1
quente faz-se sempre necessário usar o ar condicionado para reduzir o calor que se faz sentir
dentro dos edifícios. Outra questão a ter em consideração é a gestão de resíduos sólidos, uma
vez que a utilização de métodos convencionais propicia a geração de vários residios sólidos
que se perdem durante a sua aplicação, propiciando uma maior utilização dos mesmos e con-
sequentemente o incremento do custo de obra.

O uso das fachadas convencionais em alvenaria não ventilada tem propiciado a uma
maior absorção dos raios solares incidentes sobre as fachadas tornando o ambiente interno
muito quente havendo a necessidade de utilizar sistemas de condicionamento artificial, para
além disso, no sistema de fachadas em convencionais, devido à fraca estanquidade a água da
chuva que incide sobre a fachada, propicia o aparecimento de patologias. Neste sentido com o
passar dos anos e com o avanço da tecnologia e da técnica no ramo da construção civil, desen-
volveu-se o sistema de fachadas ventiladas e sua posterior utilização com o ímpeto de reduzir
drasticamente os efeitos do calor no conforto térmico dos edifícios, bem como reduzir a acção
da água das chuvas sobre o interior do edifício diminuindo o risco da aparição de patologias
associadas ao mesmo e por ultimo diminuir a geração de resíduos sólidos nas construções.
Surge desta maneira a seguinte pergunta de partida: até que ponto o sistema de fachadas ven-
tiladas apresenta ser uma melhor solução em relação ao sistema de fachadas convencionais?

1.2.Justificativa
A necessidade do conhecimento e aprimoramento de novas técnicas construtivas vem
ganhando um espaço cada vez maior no nosso país, o mesmo visa a melhoria do desempenho
dos edifícios construídos no nosso país. O sistema de fachadas ventiladas apresenta vários as-
pectos que o tornam numa solução viável, agradável e sustentável para a utilização no nosso
país, desta feita, o motivo da escolha do tema recai sobre o facto do sistema em estudo ser novo
e pouco conhecido em Moçambique, este carece de estudos aprofundados e sua posterior apli-
cação.

Um estudo aprofundado do mesmo possibilitará um maior conhecimento do sistema e


das várias vantagens que este apresenta. O sistema de fachadas ventiladas se mostra um sistema
altamente eficaz no combate ao calor, ao surgimento de patologias e se mostra também um
sistema amigo do meio ambiente devido a sua eficácia na gestão de resíduos sólidos. Desta
feita, o sistema apresenta-se como sendo inovador na área da construção civil pois apresenta

2
vários aspectos antes não aplicados na área, concretamente no que tange a construção de fa-
chadas.

1.3.Delimitação do tema
A presente pesquisa sobre o sistema de fachadas ventiladas centra-se na cidade da beira,
Moçambique. Para o estudo do sistema foram levantadas informações em algumas empresas
ligadas ao ramo da construção civil na cidade da Beira, nomeadamente Arq Services Lda,
Construções Karina Lda, Octávio Chidengo Construções, Lda e Construções Sousa Lda.

1.4.Objectivos
1.4.1. Objectivo geral
O objectivo geral do presente trabalho é analisar o sistema de fachadas ventiladas em
edificações, com enfoque nas suas características, sua aplicabilidade e os métodos de execução
em edifícios.

1.4.2. Objetivos específicos


 Realizar um estudo sobre os materiais que podem ser utilizados em fachadas ventiladas,
desde as estruturas de fixação até os revestimentos e acabamentos da fachada;
 Descrever as vantagens e desvantagens do uso do sistema de fachadas ventiladas;
 Mostrar os principais problemas que podem ocorrer em fachadas ventiladas e suas prin-
cipais manifestações patológicas;
 Apresentar características e particularidades do método de execução desse sistema, de-
monstrando os passos a serem seguidos como também os equipamentos necessários
para tal finalidade;

1.5.Hipóteses
Conforme o problema de investigação e o objeto de estudo permite identificar as se-
guintes hipóteses:

3
H0 O sistema de fachadas ventiladas melhora consideravelmente a durabilidade dos edi-
fícios em vários parâmetros devido aos seus sistemas integrados que funcionam todos com
vista na melhora de desempenho desse sistema.

H1 O sistema de fachadas ventiladas, ajuda na diminuição dos efeitos do calor nos edi-
fícios, proporcionando assim menor uso do ar condicionado e maior conforto térmico dentro
das edificações tornando-o um ambiente agradável para os utentes.

H2 O sistema de fachadas ventiladas possui um mecanismo altamente eficaz no combate


de patologias tanto devido a maneira como este funciona como a maneira com que os seus
revestimentos são tratados, sendo também um sistema altamente eficaz na gestão de resíduos
sólidos.

1.6.Estrutura da monografia
A presente monografia encontra-se estruturada e distribuída em quatro (4) grandes capítu-
los, a saber:

 CAPÍTULO I: Capítulo referente aos aspectos introdutórios da presente memória


abrangendo as questões ligadas aos objectivos, problemática, justificativa, hipóteses e
a metodologia de pesquisa;
 CAPÍTULO II: Capítulo referente ao desenvolvimento do trabalho debruçando sobre
os conceitos ligados ao tema, fazendo o desdobramento do mesmo, dando forma ao
trabalho e elucidando ainda mais sobre o tema em pesquisa;
 CAPÍTULO III: Capítulo referente a metodologia de pesquisa, contendo todos os as-
pectos ligados aos métodos usados para a realização da presente pesquisa;
 CAPÍTULO IV: Capítulo referente a análise e interpretação de dados contendo infor-
mações relacionadas ao estudo de caso e uma análise comparativa entre o sistema em
estudo e o sistema de fachadas convencionais.
 CAPÍTULO V: Capítulo relacionado as considerações finais, conclusão e as referên-
cias bibliográficas.

4
CAPÍTULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O presente capítulo consiste na busca de bibliografias relacionadas ao tema em estudo
“análise do sistema de fachadas ventiladas em edificações: Caso de estudo cidade da Beira”,
dando uma breve conceitualização sobre as fachadas em geral e posterior estudo sobre as fa-
chadas ventiladas no que tange a sua conceitualização, elementos que compõem este sistema,
tipos de materiais usados, os tipos de fixação, as vantagens e desvantagens do seu uso, as ma-
nifestações patológicas mais frequentes no sistema e os equipamentos usados na sua execução.

MARCO TEÓRICO
2.1.Sustentabilidade na construção civil
O tema da sustentabilidade e do desenvolvimento sustentável se tornou cada vez mais
discutido a partir da primeira Revolução Industrial, na Inglaterra ainda no final do século
XVIII. Porém a época ainda privilegiava as questões do progresso que a indústria trazia. Assim,
apenas em 1968 com a formação do Clube de Roma, grupo de intelectuais que se reunia para
discussão de diversos assuntos, e com sua publicação The limits of growth (Os limites do cres-
cimento) em 1972, o desenvolvimento sustentável se tornou algo a ser discutido e pensado em
diversas ocasiões (COSENTINO & BORGES, 2016).

Para Spezia (2017), a construção civil é um dos sectores que mais consome recursos e
energia mundialmente, e consequentemente causa grandes prejuízos ao ambiente. Deste modo,
é necessário que se faça um consumo racional dos mesmos.

De acordo com Foster (2003), edifícios consomem metade da energia utilizada em pa-
íses desenvolvidos, enquanto mais um quarto é consumido pelo transporte. Apesar dos profis-
sionais da construção civil não serem capazes de salvar o planeta, eles podem fazer uma grande
diferença projectando edificações que equilibrem os gastos e influenciando as malhas urbanas,
para que o transporte seja flexível e optimizado (FOSTER, 2003).

Os princípios de sustentabilidade são aplicados durante toda a vida da edificação, desde


o planeamento até a demolição da construção, e o gerenciamento dos resíduos que isto causa.
É um processo holístico, que busca a harmonia entre natureza e ambiente construído, tendo
como pilar central o projeto da obra (YALMAZ; BALKIZ, 2015).

5
2.2. Fachada
A fachada é um elemento fulcral para a valorização de um edifício. As suas funções
assumem um papel mais amplo, pelo facto desta, juntamente com a cobertura, constituírem o
invólucro da edificação e, portanto, serem responsáveis pela manutenção das condições ambi-
entais internas como é o caso do conforto térmico, conforto acústico e manutenção dos níveis
de segurança (CUNHA, 2006).

Ainda segundo Souza (2019), as fachadas constituem a interface entre interior e exterior
de uma edificação. São as partes mais marcantes e visíveis das obras, actuam na protecção
contra os agentes externos e são dos maiores responsáveis por criar ambientes confortáveis
uma vez que é ali que ocorrem os ganhos e perdas térmicas.

2.3.Fachadas ventiladas
O Sistema de Fachadas Ventiladas foi desenvolvido nas últimas décadas por laborató-
rios europeus, a partir da necessidade de redução dos custos com energia para refrigeração e
calefação das edificações (TÉCHNE, 2009).

Segundo Kiss (1999), citado por Causs (2009), em seu trabalhado, a fachada ventilada
foi descrita pela primeira vez em 1968 nas “Directives Communes pour l’Agrement dês Faça-
des Légeres”do CSTB, segundo esta norma francesa, a fachada é classificada como ventilada
quando há comunicação com o exterior por meio de orifícios que possibilitam uma ventilação
de forma permanente de baixo para cima.

O sistema de fachadas ventiladas constitui uma inovação no que tange a construção de


fachadas, devido a sua funcionalidade. Segundo Dutra (2010), o Sistema de Fachadas Ventila-
das surgiu como uma inovação construtiva do processo evolutivo das fachadas e, actualmente
é considerado de extrema importância não só pela questão estética e económica, mas também
pela sua funcionalidade.

6
Figura 1. Funcionamento da fachada ventilada

Fonte: Siqueira Jr (2003)

Siqueira Jr (2003) em seu trabalho utiliza o termo fachada ventilada para designar um sis-
tema composto por placas ou painéis fixados externamente ao edifício por uma subestrutura
auxiliar constituindo-se no revestimento externo ou na vedação vertical exterior.

Kuester (2017) referencia que a fachada ventilada é classificada como um revestimento


não aderido, onde uma subestrutura, geralmente de alumínio ou aço inoxidável ajustável, é
afixada na estrutura ou vedações da edificação e suporta o revestimento. Dessa maneira há a
formação de uma cavidade, com aproximadamente 10 cm a 15 cm entre os dois paramentos, a
qual funciona como um colchão de ar renovável devido às aberturas, podendo ser através das
juntas abertas entre as placas ou pela abertura inferior e superior do painel solidificado. Já
conceptualizado o termo fachada ventilada, segue-se a análise deste sistema fazendo um estudo
das componentes do mesmo.

7
Figura 2.Perfil de uma fachada ventilada

Fonte: Siqueira Jr. (2003)

Segundo os autores supramencionados, o sistema de fachadas ventiladas constitui um


marco inovador muito importante na construção de fachadas, pois estes apresentam uma me-
lhora funcional em relação as fachadas convencionais. Neste sistema cada um dos componentes
desempenha a sua função de modo a ajudar no desempenho geral da fachada.

2.4.Eficiência do sistema de fachadas ventiladas


O sistema de fachadas ventiladas apresenta várias vantagens em relação ao sistema de
fachadas convencional, no que tange ao consumo de energia, esta apresenta uma melhor efici-
ência na contenção de custos relacionados à energia, ocasionado pelo seu efeito directo na
calefação dos edifícios através do efeito chaminé que este sistema cria. Pode-se dizer que o
sistema de fachada ventilada cria uma ‘segunda pele’ com relação ao fechamento externo prin-
cipal do edifício, dessa maneira possibilita-se maior controle com relação à eficiência energé-
tica dentro da edificação. Além disso, outro princípio fundamental da fachada ventilada é seu

8
sistema de juntas abertas, que permite que o espaço entre as placas não receba vedação com-
pleta nas aberturas inferiores e superiores, possibilitando dessa forma a criação da lâmina de ar
na cavidade entre as duas paredes (LOPES, 2018).

A separação da parede de base de suporte e o revestimento externo cria-se um espaço


que ar possibilita uma maior troca de ar, fazendo com que a parede entre em um processo de
respiração diminuindo de forma considerável a humidade presente na fachada, fazendo o que
vários autores denominam de efeito chaminé. Segundo a Dutra (2010), “O efeito chaminé acon-
tece quando o ar mais quente sobe e, pela diferença de pressão, suga para dentro da cavidade o
ar mais fresco”. O ar da cavidade muda continuamente e não aquece a face do corpo da edifi-
cação, que permanece protegida.

Outra forma muito eficiente de se utilizar a fachada ventilada para qualidade da manu-
tenção ambiental interna é adicionando nesse espaço – entre a fachada ventilada e a alvenaria
– materiais isolantes térmicos como a lã de rocha, que irá manter o isolamento térmico entre o
ambiente interno e o externo. No hemisfério Norte, onde essas fachadas foram desenvolvidas,
como o inverno é rigoroso e a manutenção do calor nos ambientes internos é fundamental, é
muito comum o preenchimento com uma camada de material isolante, geralmente painéis de
lã de vidro ou lã de rocha (LOPES, 2018).

2.4.1. Funcionamento da fachada ventilada no inverno e no verão


No verão o sol incide directamente sobre o revestimento externo e não sobre a parede
de fechamento com o ambiente interno, além disso, a câmara-de-ar permite a ventilação pelo
efeito chaminé, diminuindo drasticamente o calor que chegará ao ambiente interno. Estima-se
uma redução de transmissividade térmica de aproximadamente 20% através do efeito chaminé.
Ainda, se junto ao sistema for adicionada camada de protecção, como a lã de rocha, fica pre-
vista uma protecção térmica adicional de mais 40%, totalizando 60% a redução de calor no
ambiente interno da edificação, o que está directamente relacionado com a redução de gastos
com energia como o ar condicionado (LOPES, 2018).

Ainda segundo o mesmo autor, no inverno, a fachada ventilada deve servir como um
acumulador de calor, que com a ajuda do isolante térmico (lã de rocha), não permite que o ar
mais quente do ambiente interno se dissipe para o ambiente externo. Como o revestimento
sofre com as dilatações térmicas durante o ano, as juntas abertas também funcionam no sentido

9
de prever o movimento das peças, evitando assim as patologias no revestimento, o que traz
maior longevidade ao revestimento externo e ao edifício num todo.

Figura 3.Esquema de ventilação na fachada ventilada nos diversos climas

Fonte: Lopes (2018)

A fachada ventilada apresenta outro ponto muito positivo que a distingue das demais,
esta vantagem esta associada ao processo de revitalização dos edifícios, através da moderniza-
ção das suas instalações e readequacao de seu uso, este processo é denominado por revitaliza-
ção (retrofit).

Para Lopes (2018), Uma das grandes vantagens de se utilizar a fachada ventilada para
Retrofit é que as instalações podem ser feitas todas pela parte externa da edificação, sem ne-
cessidade de geração de entulhos e grandes reformas, desde que, é claro, seja viável a reutili-
zação da estrutura do edifício. Dessa forma geram-se menos resíduos sólidos nesse processo.
Também é um ganho trabalhar sem que seja necessário alterar a rotina interna da edificação.

Lunardelli (2011), diz que por oferecer protecção à edificação e promover isolamento
termo acústico, as fachadas ventiladas constituem excelente opção para a renovação de edifí-
cios já existentes. Além do desempenho energético e da mínima solicitação de manutenção, o
sistema elimina o contacto directo das paredes e lajes com as intempéries, protegendo-as de
possíveis patologias.

10
Podemos então afirmar que o sistema de fachadas ventiladas é um sistema altamente
funcional pelas diversas características que este compreende e que a possibilitam ter um de-
sempenho excelente em diferentes tipos de clima se adequando a cada uma delas.

2.5.Sistema de fachada ventilada


O sistema de fachadas ventiladas é um sistema em que utiliza componentes diferentes
dos das fachadas convencionais, componentes estes que irão permitir o seu devido funciona-
mento. O sistema de fachada ventilada é formado basicamente por uma base suporte de fixação,
por uma camada de material isolante, pela câmara-de-ar, pela subestrutura auxiliar de fixação,
pelo material de revestimento e pelas juntas entre as placas, além de outros materiais necessá-
rios para seu completo funcionamento (DUTRA, 2010).

Figura 4.Elementos que compõem a fachada ventilada

Fonte: Kuester (2017).

Na tabela que se segue podemos observar a configuração da fachada ventiladas e as


opções existentes para cada um dos elementos que compõem a sistema.

Elemento Opções
Operatividade da câmara-de-ar Ventilação constante ou aberturas operacionalizáveis
Sistema de fixação Visível ou oculto

11
Juntas Abertas ou fechadas
Revestimento externo Betão polimérico; Alumínio perfilado e tricamada; Vi-
dro; Cerâmica (extrudada ou porcelanato); Compostos
fenólico e melamínico; Madeira modificada; Placas fo-
tovoltaicas; Naturocimento - fibrocimento; Rochas na-
turais e tecnológicas
Tabela 1.Configuração do sistema de fachadas ventiladas

Fonte: Kuester (2017)

2.6.Elementos que compõem o sistema de fachadas ventiladas


2.6.1. Base suporte de fixação
Causs (2014) afirma em seu trabalho que o analisar a base suporte de fixação, verifica-
se que esse é um elemento fixo da edificação composto geralmente pela sua estrutura e os
elementos de vedação. Esses elementos de vedação devem suportar toda a carga imposta pelo
sistema de fachada ventilada.

A utilização de paredes com resistência a flexão compatíveis aos esforços aplicados


pelo Sistema de Fachadas Ventiladas é extremamente relevante no custo do sistema, pois este
não ira precisar de uma melhoria estrutural caso a resistência da parede seja inferior. Siqueira
Jr (2013) afirma em seu trabalho que a possibilidade de se ancorar a subestrutura auxiliar em
um ou mais pontos intermediários contribui para a diminuição da sessão dos perfis montantes,
acarretando na redução da massa de alumínio a ser utilizada.

Ainda segundo o mesmo autor, Além da resistência à flexão da base, é importante con-
siderar outros fatores que influenciam no desempenho da vedação como um todo. De acordo
com Carneiro (2015), a deformabilidade de seus componentes e elementos pode vir a compro-
meter o desempenho da vedação e consequentemente do Sistema de Fachadas Ventiladas.

A base suporte deve também deve ser protegida para evitar a ocorrência de manifesta-
ções patológicas. Na maioria das vezes é utilizado uma camada de isolamento térmico, porém,
ainda pode ser realizado uma pintura com aditivos hidrófugos ou ainda rebocar a fachada
(CAUSS, 2014).

A fixação dos revestimentos pode ser realizada de duas maneiras: direta ou pontual-
mente, quando o inserto metálico é afixado diretamente na base suporte, sendo a única ponte

12
entre o revestimento e a vedação; ou indiretamente, por meio da fixação dos insertos em uma
subestrutura auxiliar (CAMPOS, 2011). Para Kuester (2017), A fixação pontual, para fins de
aproveitamento das câmaras-de-ar, exige mais amplitude dos inserts e da ancoragem à vedação,
portanto o sistema com uso de subestrutura é o mais indicado, apesar de encarecer o sistema.

Caso a vedação externa não possa ser utilizada como suporte, a fixação das ancoragens
deve ser feita diretamente nos elementos estruturais, tais como pilares, vigas e lajes (SI-
QUEIRA Jr., 2003). Na tabela a seguir elaborada por Siqueira Jr (2003), tem-se traduzido o
grau de confiabilidade dos diferentes tipos de vedação (parede) como base para ancoragem.

Natureza do suporte Grau de confiabilidade


Betão Excelente
Tijolo maciço Muito bom
Tijolo perfurado Bom
Bloco de betão com paredes de 30 mm Bom
Tijolo cerâmico com pequenas células ocas Bom
Bloco cerâmico vazado Inaceitável*
Nota: No dimensionamento da ancoragem deve-se levar em conta, além da resistência do
material, a situação das juntas e bordas da alvenaria.

*Quando utilizado sem reforços, como cintas entre outros.


Tabela 2.Grau de confiabilidade do substrato para a sua utilização como base de ancoragem para revesti-
mentos não aderidos

Fonte: Siqueira Jr. (2003)

Na intenção de alcançar maior confiabilidade do substrato, foram inseridas novas me-


todologias construtivas nas alvenarias de vedação, esperando também diminuir os custos agre-
gados ao quantitativo de materiais da subestrutura metálica. Uma vez diminuindo as distâncias
de ancoragem, diminuem-se as exigências sobre os insertos, implicando muitas vezes também
na dispensa do uso de montantes (KUESTER, 2017).

13
2.6.2. Isolante térmico
Uma das preocupações da construção é a proteção do ambiente e redução do consumo
de energia, aliadas ao conforto térmico. Com isso é necessário isolar a envolventes dos edifí-
cios, diminuindo a troca de calor com o exterior do edifício, evitando assim o aquecimento e
tendo como resultado o conforto térmico (SILVA;SANTOS, 2018). O isolamento térmico, para
Mendes (2009), tem como função principal atenuar a transferência de calor ao longo dos ma-
teriais sobre os quais são aplicados.

O isolante térmico no interior da câmara é necessário somente em determinados climas


ou quando o elemento de vedação requer esse tipo de isolamento. A instalação do isolante pode
ser feita aplicando-se um material específico no interior da câmara aderido à lâmina interna do
revestimento (SIQUEIRA Jr., 2003). Segundo Dutra (2010), o diferencial da fachada ventilada
é a eficiência enérgica e seu conforto térmico, então o isolamento térmico permite melhorar
essa vantagem antes citada, dado maior comodidade aos residentes do edifício.

Os principais materiais empregados na construção civil como os blocos cerâmicos, de


concreto e o concreto armado já dispõe de certa característica isolante, porém nem sempre
suficiente para certos tipos de aplicações em que se necessite de elevado grau de atenuação
(CATAI ET AL., 2006). Segundo o pressuposto por Causs (2014), é recomendada a utilização
de uma camada isolante no sistema de fachada ventilada já que na câmara-de-ar há uma grande
ascensão de ar quente o qual deve ser evitado a transferência de calor para a edificação.

Um isolamento térmico é um material com um baixo coeficiente de conductibilidade


térmica, normalmente poroso, cuja elevada resistência térmica é baseada na baixa condutibili-
dade do ar contido nos seus vazios. Logo quanto menor a densidade do material e maior o
numero de poros, maior o seu poder de isolamento (CUNHA, 2006). Ainda segundo o mesmo
autor, um material de isolamento térmico deve apresentaras seguintes propriedades:

 Baixa condutibilidade térmica;


 Resistir a solicitação térmica aplicada;
 Boa resistência mecânica;
 Imputrescível e inatacável por fungos;
 Incombustível;
 Não higroscópio;
 Baixa permeabilidade ao vapor de água.

14
De acordo com Dutra (2010), têm-se os seguintes materiais isolantes:

 Lã mineral:

“A Lã mineral é um material isolante muito utilizado, produzido à base de rocha liquefeita, não
inflamável, com eficácia em isolamento térmico, sendo também um bom isolante acústico. As suas
propriedades incombustíveis asseguram total tranquilidade durante a sua montagem, aplicação e vida
útil.” (DUTRA, 2010:17).

Figura 5.Lã mineral fixada a uma parede

Fonte: Causs, 2014

 Espuma de vidro:

“A espuma de vidro é um material não combustível e estável com o tempo. É obtido


através da expansão do vidro a quente.” (DUTRA, 2010:17).

 Poliuterano:

“O poliuretano apresenta as seguintes características: facilidade de montagem, baixa


condutibilidade térmica, alta resistência térmica, evita condensações, não atrai insectos, facili-
dade de limpeza, insensibilidade à água, imputrescibilidade, facilidade de instalação.” (DU-
TRA, 2010:17).

15
 Poliuterano Projetado:

“O poliuretano projectado apresenta as seguintes características: é impermeável à água,


leveza, propriedades acústicas, aplicação contínua sem juntas, baixo coeficiente de condutibi-
lidade térmica. Evita ainda condensações, não atrai insectos nem roedores, apresenta baixa
permeabilidade ao vapor de água, boa resistência aos produtos químicos, imputrescibilidade.”
(DUTRA, 2010:18).

Figura 6.Aplicação do poliuterano projectado numa cobertura

Fonte: Cunha, 2006

 Poliuterano Expandido (EPS):

O poliestireno expandido (EPS) é um dos materiais mais utilizados para isolamento térmico.
“O uso de poliestireno expandido tem várias vantagens, tais como: baixa condutibilidade tér-
mica, leveza, fácil manuseamento, resistente ao envelhecimento, higiênico e totalmente inó-
cuo”. (DUTRA, 2010:19).

 Poliuterano Extrudido (XPS):

“O poliestireno extrudido (XPS) é um composto que apresenta as seguintes características:


excelentes desempenhos térmicos, insensibilidade à água, grande resistência à passagem de
vapor, elevada resistência à compressão, imputrescibilidade, facilidade de instalação, resistên-
cia ao manuseamento de obra, durabilidade.” (DUTRA, 2010:20).

16
Figura 7.Aplicação de placas de poliusterano extrudido numa fachada ventilada

Fonte: Cunha, 2006

 Cortiça:

O aglomerado de cortiça apresenta as seguintes características: proporciona bom isola-


mento térmico e acústico; é constituído por matéria-prima renovável e natural; é fabricado por
processo industrial natural (sem aditivos); apresenta durabilidade prolongada; reciclável; esta-
bilidade dimensional, mesmo quando sujeito a elevadas variações térmicas. (DUTRA,
2010:20).

Figura 8.Tipos de isolamento térmico

Fonte: < http://www.isar.com.br/produtos/isolamento-termico/> acesso em 12/02/2020

17
2.6.3. Impermeabilizante
Para Silva (2012), o deverá ser utilizado, preferencialmente, um cimento polimérico à
base de resina acrílica, ou qualquer outro, desde que especificado em projeto técnico constru-
tivo. O produto impermeabilizante deverá ser aplicado após o isolante térmico, caso seja espe-
cificado, e antes da instalação das ancoragens. No encontro das alvenarias com a estrutura de-
verão ser executados reforços com véu de poliéster, de forma que se evite fissuras, bem como
infiltração de água (KUESTER, 2017).

2.6.4. Câmara-de-ar
O afastamento entre a base de suporte e o revestimento externo dá o surgimento do que
se chama câmara-de-ar. É o principal motivo para que o sistema da fachada ventilada venha ter
sucesso e resultados positivos (SILVA;SANTOS, 2018). Segundo carneiro (2015), A ventila-
ção contínua no interior da câmara-de-ar é o mecanismo de funcionamento do Sistema de Fa-
chadas Ventiladas. O sistema de ventilação pode ser mecânico ou natural.

Para Dutra (2010):

O sistema de ventilação mecânica induz o fluxo do ar no interior da câmara


com o auxílio de um equipamento adequado. “A escolha apropriada da venti-
lação (dimensão, quantidade, localização e a divisão em câmaras de ventilação
constante e compartimentos herméticos) é requisito indispensável para o bom
desempenho do sistema”.

Segundo o postulado por Causs (2014), o sistema da câmara-de-ar apresenta algumas


vantagens, a saber:

 Permite remover o vapor de água proveniente do interior;


 O calor é removido através da circulação de ar na câmara (em torno de 20% de redução
pelo efeito chaminé);
 A câmara é protegida pelo revestimento externo o qual mantém a edificação estanque,
o que contribui para a conservação da camada isolante e da base suporte.

A câmara-de-ar deve possuir uma espessura mínima de dois centímetros, porém quanto
maior for essa medida, melhor será o efeito chaminé (CAUSS, 2014). De acordo com Carneiro
(2015) Quando a câmara-de-ar é projectada para uma ventilação natural, o aquecimento do ar

18
provocado pela radiação solar varia a densidade do mesmo, dando início a um movimento de
ascensão, conhecido como “Efeito Chaminé”. Segundo Dutra (2010) Esse fenómeno físico é
responsável pela eliminação do ar aquecido por convecção e pela remoção do vapor de água
no interior da câmara. Para a eficácia desse efeito é preciso assegurar que a zona de entrada e
saída de ar esteja sempre desimpedida.

A pressão do vento também é importante para que haja a movimentação de ar dentro da


câmara. Ao se projectar esse tipo de fachada, é preciso garantir que as pressões resultantes do
efeito chaminé não sejam anuladas pelas forças resultantes do vento (SIQUEIRA JR., 2003).
A imagem a seguir ilustra como é o funcionamento da câmara-de-ar no sistema de fachadas
ventiladas.

Figura 9.Funcionamento da câmara-de-ar no sistema de fachadas ventiladas

Fonte: Siqueira Jr. (2003)

2.6.5. Estrutura de fixação


A Estrutura de fixação é ligada a base suporte, como antes falada, que é a própria alve-
naria externa do edifício. Essa estrutura de fixação permite o afastamento entre a base suporte
e o revestimento da fachada, assim deixando livre a passagem de ar entre eles (SILVA;SAN-
TOS, 2018). Siqueira Jr (2003) comenta sobre os sistemas de fixação onde os mesmos podem
se classificar em visível ou oculta e também de acordo com os sistemas de fixação utilizados

19
nos revestimentos ou segundo os dispositivos de ancoragem na fachada da edificação, Esse
sistema tem por objectivo fixar o revestimento externo da fachada em sua estrutura de base.

Para Causs (2014), existem diversos tipos de fixação para sistemas de fachadas venti-
ladas. Os mais importantes entre eles são as fixações pontuais ou por sistemas intermediários
onde cada um deles ainda são divididos entre fixações ocultas ou visíveis. Segundo Dutra
(2010), as estruturas de fixação podem ser classificadas de duas maneiras, a saber:

 Fixação oculta: quando a fixação nas placas de revestimento não fica exposta, são ge-
ralmente introduzidos atrás das placas;
 Fixação visível: quando os clips que são utilizados para fixação do revestimento ficam
expostos.

A seguir encontram-se ilustradas como se encontram as fixações ocultas e as fixações visí-


veis:

Figura 10.Painéis colocados sobre uma fixação oculta

Fonte: Dutra (2010)

20
Figura 11.Painéis colocados sobre uma fixação visível

Fonte: Dutra (2010)

Os sistemas de fixação tanto ocultos como visíveis, são feitas variados tipos de insertas
que vão garantir a sua segurança. É de ressaltar que existem quatro sistemas de fixação de-
pendendo da espessura do revestimento a ser aplicado. Nos mesmos são utilizados alguns
componentes que serão referenciados posteriormente.

2.6.5.1.Fixação oculta quando utilizado um revestimento de espessura fina


Os encaixes que fixam a peça de revestimento ficam ocultos nesse tipo de sistema. São
feitos rasgos na parte posterior da peça para colocação de elementos de aço inoxidável. Estes
se aparafusam a um perfil de alumínio, que é fixado através de grampos ao perfil horizontal.
Esse tipo de fixação foi desenvolvido para cerâmica, mas também suporta peças de pedra na-
tural delgadas, placas laminadas, de alumínio, etc (CONSTRULINK, 2006).

Figura 12.Fixação oculta para revestimento de espessura fina

Fonte: Construlink (2006)

21
2.6.5.2.Fixação sobreposta quando utilizado um revestimento de espessura fina
Esse tipo de fixação permite uma sobreposição dos painéis de modo a formar escamas le-
vemente sobrepostas. Dessa forma, garante-se a estanqueidade das juntas. Assim como o sis-
tema anterior, esse foi desenvolvido para cerâmicas, mas também se aplica às peças de pedra
natural delgadas, placas laminadas, placas de alumínio, entre outras (CONSTRULINK, 2006).

Figura 13.Fixação sobreposta para revestimento de espessura fina

Fonte: Construlink (2006)

2.6.5.3.Fixação visível quando utilizado um revestimento de espessura fina


Segundo a Construlink (2006), Nesse sistema os tipos de encaixes que fixam o painel a
perfilariam ficam visíveis no exterior da fachada. Por esse motivo, é comum utilizar os grampos
de aço inoxidável da mesma cor que o próprio revestimento, buscando melhorar o aspecto
visual e estético do conjunto. Esse tipo de fixação foi desenvolvido para cerâmica, mas também
suporta peças de pedra natural delgadas, placas laminadas, de alumínio, etc.

Figura 14.Sistema de fixação a vista para revestimento de espessura fina

Fonte: Construlink (2006)

22
2.6.5.4.Fixação quando utilizados revestimento de espessura grande
Este tipo de fixação, de acordo com o Construlink (2006), é ideal para fachadas onde o
revestimento especificado tem espessura superior a 20 mm. É um sistema que foi desenvolvido
para pedras naturais, mas que é possível utilizar vários outros revestimentos, tais como: peças
de fibrocimento, painéis cerâmicos e outros elementos de maior espessura. Segundo Dutra
(2010), as peças são fixadas sobre as margens superior e inferior, de modo que os perfis hori-
zontais as acomodem e se fixem ao restante da estrutura dos perfis verticais, através de grampos
de aço.

Figura 15.Fixação para revestimento de espessura grande

Fonte: Construlink (2006)

Como foi citado anteriormente, o tipo de fixação a ser utilizado (tanto a vista como
oculta), ira depender da espessura do revestimento a que esta será colocada, é possível observar
nas imagens acima que em todos os tipos de suportes existem alguns componentes que os com-
põem que são denominados por inserts, a seguir passaremos a conceptualizar cada um dos
componentes que constituem as estruturas de fixação:

 Ancoragem por cavilhas:

Uma cavilha é análoga a um prego sendo considerada uma fixação pontual, em que o
suporte é dado pela resistência transversal ao corte. As ancoragens pontuais encontram-se di-
rectamente fixadas à estrutura por meio de perfurações e utilizam-se resinas colantes para o
engaste com a base suporte (CAUSS, 2014). Segundo o pressuposto por Sousa (2010), Esse
tipo de ancoragem não utiliza estruturas de suporte auxiliares, tornando o sistema em geral

23
menos oneroso. No entanto, o aumento da quantidade de fixações ancoradas directamente sobre
o suporte condiciona a uma produtividade mais baixa. Se as cavilhas forem aplicadas em juntas
horizontais a sua função é resistir apenas aos esforços horizontais, mas se for aplicado nas
juntas verticais, para além dos esforços horizontais, deve resistir ao peso próprio do revesti-
mento. Este sistema é utilizado para revestimentos de fachada leves (SOUSA, 2010).

Figura 16.Fixação por cavilhas

Fonte: <http://bateig.com/colocacion/fachadas-ventiladas-anclajepuntual/> acesso em


13/01/2020.

 Ancoragem por grampos

Sousa (2010) cita que um grampo é um elemento metálico que é fixado ao revestimento,
suportando o peso próprio do componente de revestimento e fixando-o à fachada. Geralmente,
esse tipo de ancoragem é tido como um sistema visível, podendo haver, em certas situações,
cavidade que permitam a sua ocultação. Aplica-se tanto para revestimentos leves como pesa-
dos, porém neste último caso devem-se ter algumas precauções em relação à segurança e ao
cálculo da resistência em projecto das fixações.

Figura 17.Ancoragem por grampos

Fonte: Dutra (2010)

24
 Ancoragem linear por encaixe

O funcionamento da ancoragem linear é semelhante à ancoragem por grampos. Esse


tipo de fixação é um sistema contínuo em todo o comprimento dos elementos de revestimento,
suportando o peso próprio e fixando-o à fachada. Ele aplica-se principalmente a revestimentos
pesados e de espessura suficiente para permitir a existência de um entalhe onde pode-se encai-
xar a ancoragem na peça. A ancoragem linear é caracterizada por ser uma fixação oculta
(SOUSA, 2010).

Figura 18.Ancoragem linear

Fonte: Causs (2014)

 Fixação por parafusos ou rebites

Sousa (2010) comenta que a sua instalação é realizada num orifício pré-perfurado do
revestimento, por meio do achatamento da outra ponta, quando o corpo do rebite preenche o
orifício, prendendo o mesmo à estrutura. O rebite necessita de ter acesso aos extremos do ori-
fício, para o seu posicionamento e posterior achatamento. A estrutura do sistema de fixação
pode ser em madeira ou metálica. Caso seja em madeira, a fixação dos painéis é com parafusos
e se for metálica, podem ser fixados em ambas as soluções (SOUSA, 2010).

25
Figura 19.Fachada ventilada fixada por meio de parafusos

Fonte: Sousa (2010)

 Fixação de lâminas fixas ou móveis

A fixação de lâminas tem origem nas soluções de protecção solar, muito semelhante a um
brise funcionando da mesma forma que a fachada ventilada. Este sistema de fixação pode ser
fixo ou móvel, conforme opção arquitectónica, permitindo abrir ou fechar, modificando as con-
dições de luminosidade ou melhorando a estanqueidade. Se for um sistema fixo há a possibili-
dade de o sistema ser de encaixe. No entanto, se for móvel, os mecanismos já devem vir mon-
tado para apenas serem instalados em obra (SOUSA, 2010).

Figura 20.Laminas simples fixadas por encaixe e aerodinâmicas fixas e móveis

Fonte: Sousa (2010)

2.6.6. Juntas
As juntas de uma fachada ventilada constituem-se, basicamente, por espaços normal-
mente deixados abertos, que separa duas placas de revestimento, com o objectivo de promover

26
o alívio das tensões oriundo das movimentações intrínsecas e extrínsecas ao conjunto, caracte-
rizando um revestimento ventilado (CUNHA, 2006). A NBR 13755 (1996, p.3) traz a definição
de junta como sendo o “Espaço regular entre duas peças de materiais idênticos ou distintos”.
Para Siqueira Jr. (2003), A função das juntas consiste em absorver as deformações de origem
estrutural e as de retração e expansão, provenientes do material de revestimento e da base de
suporte, além de serem responsáveis pela estanqueidade do revestimento, denominadas hori-
zontais e verticais, podendo ser abertas ou fechadas.

Sousa (2010) cita que um dos elementos mais importantes para o funcionamento do
sistema da fachada ventilada é a junta entre os elementos descontínuos. Pode-se ter três tipos
de juntas: juntas abertas, juntas sobrepostas ou a utilização de perfis de juntas e dentro de cada
tipo existem várias soluções. A classificação segundo Sousa (2010) pode ser observada na fi-
gura a seguir.

Figura 21.Tipos de juntas

Fonte: Sousa (2010)

Porem alguns autores subdividem as duas em dois tipos, juntas abertas e juntas fecha-
das, sendo que cada uma delas desempenha a sua função de maneiras distintas. Sousa (2010)
classifica as juntas deixando de lado as juntas fechadas porque estas segundo o autor não devem
ser adotadas em sistemas de fachadas ventiladas devido ao seu funcionamento necessitar de
aberturas para que permita a circulação de ar na câmara sem deixar a água entrar em contacto

27
com a camada isolante. Para Cunha (2006), as juntas são responsáveis pela estanquidade do
revestimento e devem permitir uma fácil manutenção, existindo por isso dois tipos de juntas:

 Juntas abertas: as que não apresentam uma proteção contra a infiltração das águas
pluviais;
 Juntas fechadas: as que apresentam uma proteção contra a infiltração das águas das
chuvas

2.6.6.1.Juntas abertas
Consideradas como aquelas que permitem a infiltração de águas pluviais, segundo Si-
queira Júnior (2003), não são indicadas para uso em locais com condições climáticas extremas,
ou onde o revestimento seja passível de dano por vandalismo. Quanto ao espaçamento das
juntas, há indicações de 3mm, desde que a câmara tenha no mínimo 45mm de espaçamento.
Estudos com placas de grés porcelanato com 600mm x 600mm, executadas com juntas de 8mm
apresentam resultados conforme os apresentados na tabela a seguir.

Juntas Horizontal Horizontal e vertical


Espessura da cama ventilada 60 mm 100 mm
Aguas pluviais que adentraram na camara 5,5% 16,1%
Agua que atinge o parâmetro interno 0,3% 0,4%
Agua absorvida pelo parâmetro interno* 0,1% 0,1%
*Quando não há presença de camada impermeabilizante
Tabela 3.Estudo de juntas abertas de 8mm em placas de grés porcelanato de 600mm x 600mm

Fonte: Siqueira Jr. (2003)

Como pode-se observar na tabela anterior a podemos observar a percentagem de água


que ira passar pelo sistema e a quantidade da mesma que será absorvida.

a) No caso em que apenas as juntas horizontais são abertas, a percentagem de águas plu-
viais que entra na caixa-de-ar é de 5,5%, sendo que desta, 0,3% atinge a lâmina in-
terna e apenas 0,1% é absorvida pela mesma.

28
b) No caso em que tanto as juntas horizontais como as verticais são abertas a percenta-
gem de água que entra na caixa-de-ar é de 16,1% sendo que desta p,4 atinge o parâ-
metro interno e 0,1% é absorvido pela parede e o restante é escoado pelo tardoz da
placa ou através da caixa-de-ar.

Figura 22.Entrada de água na fachada ventilada

Fonte: Dutra (2010)

As juntas abertas facilitam a equalização de pressões, considerada imprescindível no


sistema de fachada ventilada, porque quando se consegue que a pressão da câmara seja igual à
do vento no lado externo, a água se mantém mais pesada que o ar, caindo por ação da gravidade
(KUESTER, 2017).

Figura 23.Situação da junta em dia chuvoso

Fonte: Dutra (2010)

29
2.6.6.2.Juntas fechadas
As juntas fechadas possuem uma proteção externa contra a ação das águas de chuva.
Nesse caso, as aberturas e drenos são revestidos de modo a equalizar as pressões do vento e o
escoamento da água que penetre no sistema durante tempestades (SIQUEIRA Jr., 2003). Se-
gundo os estudos de Cunha (2006), estas juntas são caracterizadas pela utilização de uma pro-
teção externa contra a ação da chuva. Deve dotar-se o revestimento de aberturas e de drenos,
para se promover a equalização das pressões e o escoamento de água, que posteriormente pe-
netre para o interior do sistema durante as tempestades.

É necessário também, que os selantes que serão empregados sejam testados previa-
mente, especialmente os silicones, para prevenir possíveis questões de mudança de cor do
mesmo devido à sua exposição aos raios UV, bem como a sua incompatibilidade química com
o material escolhido como revestimento (KUESTER, 2017).

2.6.7. Revestimentos utilizados no sistema de fachadas ventiladas


Os revestimentos para fachadas são utlizados já há seculos e visam dotar a estruturas
de certa beleza estética, não sendo diferente no sistema de fachadas ventiladas. A escolha do
material responsável por revestir uma fachada tem diversos impactos, e o financeiro é o que se
sobressai, dentre os vários fatores que alavancam custos, o material escolhido influencia no
sistema de fixação que virá a ser utilizado, nos metais, bem como na dimensão das placas, pois
quanto menores mais insertos e/ou subestrutura auxiliar serão necessários, além da menor pro-
dutividade da mão-de-obra (SIQUEIRA Jr., 2003). Ainda de acordo com o mesmo autor, o
aspeto mecânico mais relevante na especificação dos materiais consiste na resistência à flexão,
que deverá ser elevada, de forma que resista aos esforços devidos à pressão dos ventos, bem
como ao choque acidental de corpos, prevendo situações de manutenção, no caso, as gôndolas
de limpeza.

Outro aspeto importante a ser observado, se refere à absorção de água, este valor deve
ser baixo, uma vez que está intimamente ligado às questões estéticas, como lixiviação, resis-
tência à poluição e deposição de sujidades, além de funcionais, como segregação por congela-
mento (KUESTER, 2017).

De acordo com os autores supracitados a escolha do revestimento a ser utlizado neste


sistema não se deve apenas a questão estética, sendo por isso necessário fazer uma análise sobre

30
o revestimento que se pretende usar e a posterior verificação se o mesmo responde as exigên-
cias de cada tipo de construção. A seguir serão classificados os tipos de revestimentos mais
utlizados no sistema de fachadas ventilada.

2.6.7.1.Cerâmica
Segundo Carneiro (2015), a fachada ventilada em cerâmica é um sistema muito efici-
ente em relação ao comportamento higrotérmico de um edifício. É uma solução que reúne as
vantagens desse tipo de sistema construtivo com as propriedades de inércia térmica do ele-
mento cerâmico. Para Causs (2014), Tradicionalmente, os revestimentos externos de fachada
ventilada mais utilizados eram as pedras naturais. Porém, devido ao desenvolvimento tecnoló-
gico, foi possível fabricar peças cerâmicas de grandes dimensões e formatos, os quais apresen-
tam muitas vantagens tanto técnicas como econômicas em relação aos revestimentos tradicio-
nais de fachada. Dentre as várias vantagens apresentadas por este tipo de revestimento podemos
encontrara os seguintes:

 Alta resistência ao arrancamento da fixação e ao choque;


 Superfícies pouco rugosas, oferecendo maior dinâmica ao vento;
 Eficiência térmica;
 Leveza de todo o sistema.

Dutra (2010) salienta que a leveza do sistema permite a redução do peso da estrutura
portante além de facilitar a instalação do mesmo. Além disso, deve-se sempre levar em conta
o peso da estrutura em geral, que inclui desde o revestimento externo até acessórios auxiliares.
Com isso, dispensa-se também a utilização de equipamentos especiais para o transporte vertical
das placas.

A solução mais comum desse tipo de fachada, segundo Construlink (2006), é composta
por uma perfilaria de suporte fixada ao pano de parede, onde este é devidamente isolado pelo
exterior. Os painéis são acoplados aos perfis por meio de encaixes metálicos tipo “clips”. Deve
ser considerada também a escolha da textura e do acabamento superficial das placas obser-
vando a compatibilidade do revestimento quanto à exposição durante um longo período de
tempo sem que haja alterações na cor pela ação de raios ultravioleta (SIQUEIRA Jr., 2003).

31
Figura 24.Detalhe do sistema com acabamento em cerâmica

Fonte: Galvão et al (2006)

Os sistemas de fixação mais empregados para este tipo de material são a ancoragem por
grampos, linear, no tardoz ou por sistemas de encaixe. A ancoragem no tardoz pode ser fixada
por parafusos ou por uma solução mista de parafusos com reforço de cola. Na imagem a seguir
serão ilustradas as formas e a fixação para revestimentos cerâmicos.

Figura 25.Formas e fixação para revestimentos cerâmicos

Fonte: Sousa (2010)

32
2.6.7.2.Alumínio perfilado
Segundo Silva (2013), são perfis de alumínio extrudido utilizados para construir a
subestrutura e os elementos de acabamento, as cantoneiras são arredondadas e pré-lacadas (pre-
viamente pintadas com resina). Os perfis podem ser fixados à subestrutura através de encaixes
especiais permitindo uma perfeita regulação sem a necessidade de fixação mecânica à vista.
Este tipo de revestimento permite resultados estéticos diferenciados de acabamento da fachada.
A montagem desse sistema é rápida e sua manutenção é simples. Possui boa resistência aos
agentes atmosféricos (água, sol, gelo e mudanças de temperatura) e a corrosão. Sua aplicabili-
dade é vasta: edifícios residenciais, comerciais, industriais, institucionais de grande ou pequeno
porte. Pode ser especificado tanto para edifícios novos quanto para reforma (CONSTRULINK,
2006). Os revestimentos em alumínio têm muitas características positivas, podendo-se destacar
as mais importantes:

 Possibilidades de moldar as placas em formas curvas e arredondadas, devido à grande


maleabilidade deste material, sem perder as suas qualidades;
 Elevada planeza;
 Resistência a condições ambientais extremas;
 Excelente resistência aos raios ultravioletas;
 Boa resistência aos sais e à poluição do ar;
 É um material muito leve, reduzindo as cargas sobre a estrutura de fixação, diminuindo
também os custos de fabricação e instalação.

Os tipos de fixação para esse tipo de revestimento podem ser por parafusos, pregos ou
r bites, moldura ou sistema de encaixe (CAUS, 2014).

2.6.7.3.Grés porcelanato
A NBR 15463 (2013) define porcelanato como sendo “placa cerâmica para revesti-
mento com baixa porosidade e elevado desempenho técnico. Pode ser esmaltada ou não, polida
ou natural, retificada ou não retificada”. O grés porcelânico conta, segundo Mendes (2009),
com uma elevada precisão dimensional (com espessura desde 8 mm e dimensões até 1,2 x 1,2
metros), uma grande homogeneidade das peças, não apresenta expansões significativas devido
à umidade, tem reduzidos coeficientes de dilatação térmica, grande resistência à abrasão, alta
resistência ao ataque químico de álcalis e ácidos, à radiação solar e ao congelamento e facili-
dade de manutenção (MENDES, 2009).

33
Mendes (2009) ainda acrescenta que o grés porcelanato tem apresentado as seguintes
vantagens em relação às placas em pedra natural:

 Menor absorção de água;


 Menor peso;
 Material homogêneo;
 Menor probabilidade no aparecimento de manchas;
 Menor controle na recepção e na escolha dos materiais para a aplicação;
 Facilidade da manutenção;
 Maior durabilidade.

Figura 26.Sistema de acoplamento oculto aplicado no tardoz de uma placa de grés porcelanato

Fonte: Causs (2014) apud Cunha (2006)

2.6.7.4.Placas fenólicas
Os compostos fenólicos são substâncias naturais, que são base da produção de uma
resina plástica de alta resistência. No processo de transformação de aglomerados de madeira,
essa resina pode ser utilizada como adesivo interior para as fibras, o que proporciona grande
resistência química e mecânica a esses aglomerados (CONSTRULINK, 2006).

34
Segundo Mendes (2009), são constituídos por diversas camadas de fibras de celulose,
impregnadas com resinas fenólicas e melamínicas e submetidas a tratamento com elevadas
temperaturas e pressões que faz com que os componentes se fundam e, posteriormente, endu-
reçam. Deste processo de fabricação, resulta um produto homogêneo e com baixa porosidade,
cuja composição é, basicamente, celulose (cerca de 60%) e resinas de fenol-formaldeído cura-
das (cerca de 40%). Os painéis fenólicos são constituídos basicamente por três partes que pode-
se observar na imagem a seguir:

Figura 27.Camadas que compõem um painel fenólico

Fonte: Construlink (2006)

1- Película protetora: película impregnada em resina melamínica;


2- Folha decorativa: composta por uma folha de papel com o desenho desejado ou
folha de madeira natural, encharcada por resina melamínica, que garante uma alta
resistência à abrasão;
3- Núcleo: composto por folhas de papel Kraft recobertas com resinas fenólicas que o
dão estabilidade e rigidez;

Os tipos de fixação existentes para os painéis fenólicos podem ser observados na ima-
gem a seguir:

35
Figura 28.Formas de fixação de painéis fenólicos

Fonte: Sousa (2010)

2.6.7.5.Madeira
É uma solução que faz uso da madeira bruta como revestimento para a fachada venti-
lada. Para que resista às condições do meio externo, a madeira bruta é submetida a um processo
de modificação. Esse processo consiste em retirar a maior parte da umidade da madeira através
da elevação da temperatura. Esse tratamento faz com que a resistência térmica da madeira mo-
dificada aumente em relação a sua forma bruta. Ele também a torna mais leve e escurecida,
aumenta sua resistência à deterioração e diminui sua capacidade de absorção de água (CONS-
TRULINK, 2006)

Segundo Causs (2014), a maior limitação de aplicação de revestimento de madeira ma-


ciça é a dimensão dos elementos restringidos pelo tamanho do tronco. Ela pode ser de dimen-
sões reduzidas, como por exemplo, as executadas em escamas ou outras formas geométricas,
porém a solução mais tradicional é a madeira em ripa.

36
Figura 29.Fachada ventilada de madeira

Fonte: Sousa (2010)

2.6.7.6.Vidro
A fachada ventilada em vidro aparenta-se, no seu aspecto visual, a uma fachada cortina;
a diferença reside no sistema construtivo. Esse sistema deve ainda prever a limpeza do vidro
pelo lado interior, garantindo o seu acesso por meio de aberturas ou pela criação de uma galeria
técnica no espaço da câmara-de-ar (SOUSA, 2010). Ainda segundo Sousa (2010), as fachadas
em vidro são muito utilizadas em retrofit de edifícios em casos que não necessite a manutenção
da fachada original.

Sousa (2010) também descreve os tipos de vidro aplicáveis a fachada ventilada. Os


principais deles são os vidros impressos, refletivos, temperados, laminados e aramados. A apli-
cação de vidros duplos não tem coerência, pois não trazem vantagens térmicas ou acústicas, já
que esse sistema de fachada possui elemento de câmara-de-ar. A imagem a seguir ilustra os
tipos de fixação para este tipo de revestimento.

37
Figura 30.Sistema de fixação para revestimento em vidro

Fonte: Sousa (2010)

2.6.7.7.Naturocimento
O naturocimento surge como alternativa frente aos outros materiais e atende a muitos
requisitos ambientais, pois exige um baixo consumo de recursos naturais. É constituído por
cimento Portland, fibras de reforço em PVA (acetato polivinílico), fibras de celulose, sílica
amorfa, aditivos e água. O naturocimento veio substituir o tradicional fibrocimento, sendo este
novo material isento de amianto que liberava poeiras prejudiciais à saúde e que é proibido em
diversos países (SOUSA, 2010).

O naturocimento é um material muito versátil, sendo possível ser utilizado em painéis


planos, curvos, perfilados e em forma de lâmina. Porém, as formas mais comuns de elementos
desse tipo de revestimento são os painéis retangulares, onde as lâminas imitam a madeira. Já
as soluções perfiladas, normalmente são usadas em coberturas e, também podem ser utilizadas
em fachada (SOUSA, 2010).

Em relação às características arquitectónicas dos edifícios, os painéis em naturocimento


podem ser coloridos e apresentarem outras texturas, além da lisa. A figura que se segue mostra
exemplos desse tipo de revestimento (SOUSA, 2010).

38
Figura 31.Uso de naturocimento em fachadas ventiladas

Fonte: Sousa (2010)

2.7.Manifestações patológicas em sistema de fachada ventilada


As fachadas ventiladas, bem como as fachadas tradicionais apresentam ocorrência de
patologias, por mais que no sistema de fachadas ventiladas sejam menos propensas a ocorrência
de patologias como as fachadas tradicionais de pintura ou revestimentos cerâmicos. Com o
intuito de ilustrar as mesmas apresentam-se nesta capitulo um resumo das principais manifes-
tações patológicas decorrentes no sistema de fachadas ventiladas.

2.7.1. Variação da cor do revestimento


A poluição atmosférica pode ser considerada como uma das principais causas da dete-
rioração dos elementos de revestimento que compõem o sistema. Todos os poluentes após sua
emissão interagem de forma física ou química com a atmosfera, causando alterações nas fa-
chadas que são objetos recetores dessa poluição. Uma das consequências dessa interação quí-
mica de poluição com o revestimento está na variação da cor do mesmo (CAUSS, 2014).

39
Figura 32.Variação da cor em painéis fenólicos

Fonte: Causs (2014)

2.7.2. Proliferação de microrganismos


De acordo com o postulado por Causs (2014), o desenvolvimento de microrganismos
como algas, bactérias e fungos deve-se basicamente a agentes biológicos e climáticos, estando
na sua base fatores como Ph, temperatura, luz, umidade e condições nutritivas a esses seres
vivos.

2.7.3. Vandalismo
As práticas de vandalismo são frequentes nas mais variadas classes sociais. Ela pode se
apresentar de diversas formas, como uma simples mancha de fácil remoção, até quebras pro-
positais e degradação do revestimento. Apesar da elevada constatação deste tipo de ações, o
desenvolvimento das práticas de manutenção e da tecnologia dos sistemas, tenderá a apresentar
soluções antivandalismo. A figura a seguir mostra exemplos desse tipo de prática (CAUSS,
2014).

Figura 33.Prática de vandalismo em painel fenólico

Fonte: Dutra (2010)


40
2.7.4. Quebras ou fissuras do revestimento externo
O surgimento de fissuras está associado principalmente a choques de objetos no reves-
timento ou movimentos do suporte de fixação. O revestimento externo não pode ter nenhuma
interação rígida com o edifício a que está fixado. Esse revestimento deve ser adequadamente
colocado, com juntas de dimensão apropriada, de modo a assegurar a livre deformação sem
fissurar (CAUSS, 2014). Segundo Dutra (2010), outro fator a ser considerado são as diferenças
térmicas, sendo que essas podem ir até 20°C em parede clara e 30°C em parede escura diaria-
mente. Portanto, esse é outro motivo para as juntas serem executadas na dimensão apropriada,
promovendo a livre dilatação.

Figura 34.Quebra do revestimento externo

Fonte: Causs (2014)

2.7.5. Infiltrações na camara de ar


As câmaras-de-ar são projetadas para manter apenas o fluxo ascendente de ar quente na
edificação com o propósito de melhorar o conforto térmico dentro da edificação e também
circular o ar, evitando assim, a condensação da água na base suporte (CAUSS, 2014). Ainda
segundo o mesmo autor, a má execução das juntas, pode acarretar com que a água infiltre na
caixa-de-ar originando uma notória perda ou diminuição da qualidade do isolamento térmico,
principalmente naqueles que são isolantes não hidrofóbicos.

Outro problema causado é na infiltração para dentro da edificação, já que a base suporte
não tem uma proteção especial. Apenas a parte interna do edifício que geralmente é rebocada
e protegida com pintura ou outro material de acabamento. Sendo assim, caso haja uma umidade
excessiva, a água pode percolar pela parede gerando manifestações patológicas dentro da edi-
ficação (CAUSS, 2014).

41
2.8.Projecto de fachada ventilada
Segundo Causs (2014), para a boa execução de uma fachada ventilada, é imprescindível
a existência de um projeto completo de todo o sistema. Segundo Siqueira Jr. (2003), o projecto
do sistema de fachada ventilada possui duas fases distintas. A primeira envolve a escolha de
materiais, o estudo de viabilidade, a análise dos custos do sistema em função das necessidades
técnicas e estéticas, a definição dos parâmetros gerais e detalhes construtivos da obra, além das
especificações técnicas das placas de revestimento.

A segunda fase do projecto do sistema de fachadas ventiladas é o projecto para a pro-


dução. De acordo com Siqueira Jr. (2003), esse projecto é de responsabilidade exclusiva do
fornecedor e é voltado para a definição das etapas e métodos de execução, de modo a ampliar
o desempenho na produção dessas etapas.

Para Dutra (2010), esse projecto deve considerar as soluções técnicas que serão adop-
tadas na obra, sendo imprescindível considerar também: os equipamentos existentes no can-
teiro e os que deverão ser adquiridos; o espaço físico disponível para estocagem, preparação e
montagem dos componentes; a possibilidade de interferência com as demais mãos de obra e o
cronograma da obra. O projecto de uma fachada ventilada deve obedecer alguns critérios como
fora supracitados. De acordo com Dutra (2010), o pleno conhecimento dos mesmos é funda-
mental tanto para os projectistas como para os executores. Alguns factores construtivos influ-
enciarão no custo e no desempenho final do sistema, tais como:

 Base suporte de fixação;


 Necessidade de material isolante térmico no interior da câmara
 Tipo de câmara-de-ar;
 Qualidade da placa de revestimento;
 Pé direito; Altura total da edificação;
 Interacção com outros componentes da fachada;

Cunha (2006) cita que tanto projetistas como os executores de obra devem possuir todo
o conhecimento das características do sistema para executar a edificação da maneira mais ade-
quada.

42
2.8.1. Método executivo da fachada ventilada
No método executivo das fachadas ventiladas podem-se encontrar algumas etapas des-
tintas entre si, mas que as mesmas funcionam com um todo para a execução das fachadas ven-
tiladas. As etapas que compreendem esta fase são apresentadas nos subcapítulos que se seguem.

2.8.1.1.Verificações iniciais
Cunha (2006) recomenda que, quando possível, a instalação da fachada ventilada não
se inicie até que a estrutura do edifício esteja totalmente executada. Causs (2014), ainda adverte
que, Este procedimento permite a verificação do prumo do edifício e verificação de nível hori-
zontal, procedendo-se às correções quando se avaliar necessário, garantindo assim, que o re-
vestimento seja colocado de uma forma aceitável. Para Cunha (2006), Caso se opte por iniciar
a instalação da fachada antes da conclusão da estrutura da edificação, a fachada poderá sofrer
danos pela queda de concreto ou outros materiais e pela deformação da estrutura que induz
esforços na estrutura de fixação da fachada e a distorção da mesma.

2.8.1.2.Fixação das ancoragens


Identificados os pontos críticos do pano de fachada, Cunha (2006) cita que deve ser
realizado testes nas ancoragens padrão para ver se as mesmas são suficientes para absorver as
distorções de prumo e planimetria observadas na obra. De acordo com Causs (2014), Com o
objetivo de se regularizar o prumo e alinhamento do revestimento, as cantoneiras devem conter
com furos, que permitam a afinação em todos os sentidos. Observa-se que suas profundidades
e alturas podem ser diferentes e dimensionadas em função da espessura do isolante, quando
utilizado, e das características da base.

Segundo Siqueira Jr. (2003), para a instalação dos sistemas de fixação, os montantes
devem ser posicionados com o auxílio de equipamentos laser, topográficos, níveis e/ou arames
com prumo.

2.8.1.3.Instalação do isolamento térmico


A instalação da camada de isolamento térmico é realizada após a fixação das ancora-
gens no substrato, geralmente são utilizadas buchas de PVC. A camada isolante é posicionada
no local de instalação e em seguida, é realizado furos, com auxílio de furadeira, tanto na manta

43
como no substrato de forma a alinhá-los. Depois de realizado o orifício, as buchas são presas
com pregos fixando o isolamento térmico à base suporte (CAUSS, 2014).

2.8.1.4.Fixação de perfis
Para sistemas de fixação com estruturas intermediárias, é necessária a instalação de
perfis metálicos para posterior encaixe das peças de revestimentos. No caso da instalação de
estrutura do sistema de fixação com acoplamento oculto, Siqueira Júnior (2003) explica que
deve-se marcar sobre um dos montantes, o posicionamento da primeira guia, transferindo-se
então, este ponto para a outra extremidade com a utilização de aparelhos a laser, níveis de
bolha, entre outros. Ainda segundo o mesmo autor, a guia é presa ao primeiro montante de
forma fixa, de maneira a impedir seu deslocamento em qualquer direção. Os montantes seguin-
tes são fixados com a implantação de rebites ou parafusos nos furos pré-existentes nas guias.
O perfeito alinhamento dos perfis é a grande chave do sistema já que um serviço bem realizado
neste sentido resulta em uma fachada plana e bem acabada.

2.8.1.5.Instalação do revestimento externo


O último passo para a execução do sistema de fachada ventilada é a fixação do revesti-
mento externo na estrutura de fixação. Para cada tipo de sistema de fixação, há um tipo de
instalação para o revestimento externo. Geralmente a instalação é feita por encaixes nas estru-
turas metálicas. Quando as fixações são pontuais, as placas são presas por meio de parafusos
ou através de encaixes no tardoz das peças (CAUSS, 2014).

As juntas entre as placas devem ser alinhadas e uniformizadas pela utilização de espa-
çadores plásticos. Entre perfis e as placas, é frequente a utilização de selantes ou de uma guar-
nição têxtil com o intuito de impedir as vibrações provocadas pelo vento, já que é admitida
uma folga de até 2 mm entre o sistema de fixação e a parte superior da peça de revestimento
externo (SIQUEIRA Jr, 2003).

2.8.1.6.Fechamentos, arremates e acabamentos


Os acabamentos da fachada ventilada são essenciais para garantir o bom funcionamento
do sistema. Os fechamentos superiores devem ser executados sem tampar por completo a aber-
tura da saída de ar da câmara. Para isso, pode ser instalado perfis metálicos tipo rufos para

44
proteção contra entrada de água da chuva ou executar abas tipo marquises na própria estrutura,
nota-se que deve ser deixado um espaço entre a última peça e a marquise para a ventilação da
câmara-de-ar (CAUSS, 2014).

As juntas também devem ser executadas obedecendo a espessura de projeto, pois a es-
tanqueidade da edificação depende tanto das juntas verticais, como horizontais. Para uma cor-
reta execução de juntas, os sistemas de fixação também devem estar alinhados, em nível e no
prumo. Nos locais onde há a presença de esquadrias, os arremates devem ser executados com
o maior cuidado possível para não ocasionar manchas no revestimento. Para isso, deve-se dei-
xar uma abertura para a passagem de ar e também prever um avanço do peitoril para escoa-
mento da água (CAUSS, 2014).

2.8.1.7.Camara de ar
De acordo com Causs (2014), a câmara-de-ar deve seguir rigorosamente as especifica-
ções de projeto. Caso a câmara-de-ar não seja executada com as medidas previstas, pode ocor-
rer má ventilação e consequentemente um acúmulo de umidade e calor ocasionando manifes-
tações patológicas.

2.8.2. Equipamentos utlizados na execução das fachadas ventiladas


Para a execução do sistema de fachada ventilada são necessários diversos equipamen-
tos. Entre os principais estão os equipamentos de transporte vertical de materiais como gruas,
guinchos e elevadores, os de execução como balancins e os andaimes e os equipamentos de
corte (CAUSS, 2014).

Para Siqueira Júnior (2003), O equipamento mais comum e conhecido para a execução
do sistema de fachada ventilada é o balancim, que é um item importante para o aumento da
produtividade os balancins devem ser dotados de espuma de poliuretano frontal ou outro tipo
de proteção para evitar avarias ao revestimento externo já executado.

45
CAPITULO III: METODOLOGIA
A investigação científica depende de um conjunto de procedimentos intelectuais e téc-
nicos, para que os seus objectivos sejam atingidos.

3.1.Tipo de pesquisa
A metodologia de pesquisa pode ser classificada de varias formas dependendo dos ob-
jectivos traçados e da abordagem de cada autor, para a elaboração do presente trabalho de pes-
quisa foi usada a metodologia que passaremos a seguir a menciona-la.

 Quanto a abordagem:

Para a realização da presente pesquisa a abordagem utlizada foi a abordagem qualita-


tiva. Para Gerhardt & Silveira (2009), A abordagem qualitativa não se preocupa com represen-
tatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de
uma organização, etc.

 Quanto a natureza:

Quanto a natureza, a presente pesquisa classifica-se em pesquisa aplicada. Segundo


Gerhardt & Silveira (2009), a pesquisa aplicada objetiva gerar conhecimentos para aplicação
prática, dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.

 Quanto ao objectivo:

Quanto ao objectivo, a presente memória é classificada em pesquisa exploratória.


Gerhardt & Silveira (2009), em seu trabalho afirmam que este tipo de pesquisa tem como obje-
tivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou
a construir hipóteses, A grande maioria dessas pesquisas envolve: (a) levantamento bibliográ-
fico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesqui-
sado; e (c) análise de exemplos que estimulem a compreensão. Essas pesquisas podem ser clas-
sificadas como: pesquisa bibliográfica e estudo de caso.

 Quanto ao procedimento:

A presente pesquisa teve como procedimento a pesquisa bibliográfica que segundo


Gerhardt & Silveira (2009), é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisa-
das, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de
web sites. O outro procedimento usado na presente memória foi a de pesquisa de campo, que

46
segundo os mesmos autores caracteriza-se pelas investigações em que, além da pesquisa bibli-
ográfica e/ou documental, se realiza coleta de dados junto a pessoas, com o recurso de diferen-
tes tipos de pesquisa.

3.2.Fonte de dados
Gerhardt & Silveira (2009), definem os dados como sendo primários e secundários:

a) Fonte Primários:

São aquelas que não foram antes colectadas estando ainda em posse dos pesquisados e
que são colectados com o propósito de atender as necessidades específicas da pesquisa em
andamento. Para a coleta de dados primários teve-se o apoio do seguinte instrumentos:

Entrevista: Segundo Marconi e Lakatos (2003:222): entrevista - é uma conversação efetuada


face a face, de maneira metódica; proporciona ao entrevistador, verbalmente, a informação
necessária. Tipos: Padronizada ou Estruturada, Despadronizada ou Não-Estruturada, Painel.

b) Fontes Secundários:

São aquelas que já foram colectadas, tabuladas, ordenadas e, as vezes, até analisadas e
que estão catalogadas a disposição dos interessados. Sendo assim será usada a seguinte fonte
secundária:

Bibliográfica, Segundo Marconi & Lakatos (2003): ʺtrata-se de levantamento de toda


bibliografia já publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita.ʺ
Com relação a este procedimento, foram extraídas informações nos manuais já elaborados e
publicado pelo vário autor servindo de base para o desenvolvimento e aprofundamento dos
conteúdos e da pesquisa tendo em conta o tema em questão.

3.3.Colecta de dados
a) Descrição da população

Marconi e Lakatos (2013) Conceituando, universo ou população é o conjunto de seres


animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum. A delimi-
tação do universo consiste em explicitar que pessoas ou coisas, fenómenos etc. serão pesqui-
sados, enumerando suas características comuns.

47
b) Técnica de amostragem

Existem duas grandes divisões no processo de amostragem: a não probabilística e pro-


babilística (MARCONI & LAKATOS, 2013). Neste contexto importa referir que para a pre-
sente pesquisa faremos o uso da amostragem não probabilística, ainda segundo os mesmos
autores na técnica de amostragem não probabilística há uma escolha deliberada dos elementos
da amostra.

c) Amostra

Segundo Markoni & Lakatos (2013) Para que os dados obtidos num levantamento se-
jam significativos, é necessário que a amostra seja constituída por um número adequado de
elementos. Para o estudo será definido uma amostra 4 empresas de construção, nomeadamente,
CSL,Lda, Construções Karina, Lda, OCC, Lda e Arq Services, Lda.

3.4.Tratamento de dados
A tabulação de dados colectados fez-se com o auxílio de pacotes para processamentos
de dados estatísticos como o SPSS (software Package for Social Sciences), bem como a utili-
zação do Microsoft Excel no sentido de fazer ilustrações dos resultados em reforma de gráficos.

48
CAPITULO IV: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
Neste capítulo que concerne ao estudo de caso será feito um estudo dos resultados ob-
tidos na pesquisa de campo relativamente ao sistema de fachadas ventiladas e o sistema de
fachadas tradicionais. Será ainda feito um estudo comparativo entre o sistema de fachadas ven-
tiladas e o sistema de fachadas tradicionais apoiando-se em algumas bibliografias já existentes
com o objectivo de ilustrar as potencialidades do sistema de fachadas ventiladas em relação ao
sistema de fachadas tradicionais.

4.1. Dados gerais


Os dados gerais compreendem dados relacionados aos cargos ou funções ocupadas
por cada um dos indivíduos entrevista, bem como o seu nível de formação.

25%
Técnico de construção
50%
Engenheiro
Director técnico
25%

Gráfico 1. Cargo ocupado na empresa

Fonte: Autor, 2020

O gráfico acima, ilustra a distribuição de cargos e funções nas empresas em que se fez
a entrevista, como pode se verificar 50% dos entrevistados ocupam o cargo de técnico de cons-
trução, 25% o cargo de engenheiro e 25% o cargo de director técnico.

49
Técnico básico 25%

Superior 75%

0 20 40 60 80

Gráfico 2. Nível académico

Fonte: Autor, 2020

As informações no gráfico acima mostram que 75% dos entrevistados possuem o grau
de licenciatura e apenas 25% possui o grau de técnico básico. Esta informação é importante
pois permite perceber se o nível de conhecimento sobre as fachadas convencionais e ventiladas
estariam associadas ao seu nível de formação dos entrevistados.

4.2. Fachadas convencionais


Quando perguntados sobre o nível de familiaridade e conhecimento sobre as fachadas
convencionais, 100% dos entrevistados são familiarizados com as mesmas e as aplicam em
construções feitas pelas empresas em que estes são representantes, como ilustra o gráfico 3.

100%

Gráfico 3. Conhecimento e uso de fachadas convencionais

Fonte: autor, 2020

50
4.3. Conhecimento e uso das fachadas ventiladas
4.3.1. Nível de conhecimento sobre as fachadas ventiladas
Pode-se verificar claramente que todas as empresas de construção, isto é, 100% das
empresas entrevistadas não tinham conhecimento sobre o sistema de fachada ventilada, o que
nos diz muito sobre o nível de conhecimento do mesmo na cidade da Beira, tendo por isso,
aprendido um pouco sobre o mesmo no decorrer do presente pesquisa.

100%

0
20 40
60
80
100

Gráfico 4. Nível de conhecimento das fachadas ventiladas

Fonte: Autor, 2020

4.3.2. Uso do sistema de fachadas ventiladas nas empresas


No que se refere ao uso do sistema de fachadas ventiladas nas empresas, nota-se que
nenhuma das empresas entrevistadas já aplicou o sistema de fachadas ventiladas, isto é, 100%
delas não tem conhecimento deste sistema e nunca usou.

Nunca
100%

Gráfico 5. Uso do sistema de fachadas ventiladas nas empresas

Fonte: Autor, 2020

51
4.3.3. Edifícios em que se usou o sistema de fachadas ventiladas na cidade da Beira
O gráfico que se segue ilustra os resultados obtidos quando os entrevistados foram ques-
tionados sobre se alguma vez viram um edifício na cidade da Beira em que se tenha usado o
sistema de fachadas ventiladas, podemos observar que 75% dos entrevistados diz que nunca
viu e apenas 25% diz que já viu, concluindo desta forma que este sistema se usado é muito
pouco usado.

Já viu 25%

Nunca viu 75%

0 20 40 60 80

Gráfico 6. Uso da fachada ventilada em edifícios na cidade da Beira

Fonte: Autor, 2020

4.4. Discussão
Através dos dados obtidos em campo e das informações encontradas na revisão biblio-
gráfica, é possível se fazer um estudo comparativo entre os sistemas de fachada ventilada e o
de fachadas convencionais. Todo o tipo de sistema projetado apresenta vantagens e desvanta-
gens, neste sentido, no sistema de fachadas ventiladas não é diferente. Nos itens que se seguem
serão ilustradas algumas vantagens e desvantagens comparativas entre o sistema de fachadas
ventiladas e o sistema de fachadas tradicionais.

4.4.1. Vantagens
De acordo com Souza (2004), O sistema de fachada ventilada, comparado ao sistema
de revestimento externo aderido, possui as seguintes vantagens:

 Redução do risco de aparecimento de fissuras e desplacamento;

52
 Fácil instalação: os elementos são montados “secos” no local sem o uso de adesivos,
por meio de montagem mecânica e dispositivos de ancoragem;
 Maior durabilidade: a estrutura da parede é protegida contra cargas climáticas diretas;
 Maior economia de energia: não há pontes térmicas e há um aumento da inércia tér-
mica de todo o edifício;
 Maior controle de umidade: eliminação de condensações de superfície no isolamento
(a presença de uma cavidade de ar que expulsa o vapor de água do interior, reduzindo
a infiltração);
 Redução de entulhos, escórias de argamassas: eliminação dos revestimentos arga-
massados externos, que possuem perdas consideráveis. Estas não podem ser reutiliza-
das e devem ser descartadas como entulho gerando elevado passivo ambiental;
 Redução no consumo de argamassados: os desaprumos das fachadas que devem ser
preenchidos com revestimentos argamassados são facilmente ajustados na regulagem
dos perfis, permitindo uma economia de recursos e redução da degradação do meio
ambiente através da retirada dos insumos básicos da argamassa;
 Patologias: o risco de ocorrência e patologias no sistema de fachadas ventiladas é me-
nor em relação as fachadas convencionais, em grande parte devido ao seu desempenho
comprovado contra a acção da chuva.

4.4.2. Desvantagens
Como fora supracitado, todos os sistemas existentes apresentam vantagens e desvanta-
gens, no sistema de fachadas ventiladas podem-se encontrar as seguintes desvantagens:
 Custo elevado comparativamente aos demais tipos de revestimento
 Exigência de mão-de-obra especializada na matéria para a sua montagem
 Alto custo inicial tornando
 Falta de normas que regulamenta o uso do mesmo, especialmente no caso do nosso
país.

Os gráficos que se seguem, ilustram a opinião dos entrevistados em relação aos dois
sistemas, relativamente a questões relacionadas ao surgimento de patologias, uso de ar condi-
cionado entre outros.

53
4.4.3. Surgimento de patologias na fachada convencional
Como pode se observar no gráfico que se segue, 100% dos entrevistados concordam
que nas fachadas convencionais, devido a acção da chuva, estas são mais propensas ao apare-
cimento de patologias, pois as mesmas tem uma capacidade de absorção e retenção de água
elevados, mesmo se usados revestimentos impermeabilizantes, devido a acção directa e cons-
tante das intempéries estas perdem algumas propriedades durante o tempo que lhe propiciam o
aparecimento e desenvolvimento de patologias.

120

100

80

60

40

20

0
Concorda

Gráfico 7. Acção da chuva Vs Surgimento de patologias

Fonte: Autor, 2020

4.4.4. Uso do ar condicionado no sistema de fachadas convencionais


O uso do ar condicionado associadas as fachadas convencionais, tem causado o au-
mento do uso de energia nos edifícios. Numa época em que questões relacionadas a racionali-
zação dos recursos naturais tem ganhando mais espaço, este sistema se verifica prejudicial ao
meio ambiente, pois o uso de energia em demasia tem causado vários danos ao meio ambiente.
Dentre outros problemas associados ao uso excessivo do ar condicionado, podemos encontrar
alguns prolemas relacionados a saúde humana, o gráfico a seguir ilustra a opinião as entidades
entrevistadas em relação ao uso do ar condicionado quando usado o sistema de fachadas tradi-
cionais.

54
100
80
60 100%
40
20
0
Concorda

Gráfico 8. Acção do calor Vs Uso do Ar condicionado

Fonte: Autor, 2020

Como ilustra o gráfico anterior, 100% dos entrevistados concordam que devido a acção
do calor que incide directamente sobre as fachadas, esta propicia a um maior uso do ar condi-
cionado, já nas fachadas ventiladas pode-se reduzir o uso do ar condicionado em aproximada-
mente 50%, como já referenciado anteriormente por Lopes (2018).

A fachada ventilada, um sistema pouco conhecido e possivelmente não utlizado em


Moçambique, já é amplamente utilizada nos países do hemisférico norte há mais de 30 anos.
Ensaios laboratoriais feitos nos EUA e na Europa comprovaram o desempenho térmico pro-
metido pelos seus fabricantes. Essa eficiência, juntamente com o efeito estético desse sistema,
tem despertado interesse em vários mercados ao redor do mundo (TÉCHNE, 2009).

4.4.5. Preferência de uso entre os sistemas


Quando perguntados sobre a preferência do uso entre os sistemas, isto é, em caso de
haverem condições de uso entre os dois sistemas, 75% dos entrevistados escolheu o sistema de
fachadas ventiladas devido as suas varias vantagens relativamente ao sistema de fachadas ven-
tiladas e 25% escolheu as fachadas tradicionais se acreditando que o sistema de fachadas tra-
dicionais tem uma vida útil maior.

55
80
70
60
50 75%
40
30
20 25%
10
0
Fachada ventilada Fachada
convencional

Gráfico 9. Preferência de uso entre os sistemas

Fonte: Autor, 2020

4.5. Viabilidade técnica e construtiva


Para se fazer a análise da viabilidade técnica do sistema de fachadas ventiladas, fez-se
um estudo comparativo entre os sistemas, destacando as vantagens e desvantagens do sistema
de fachadas ventiladas em relação ao sistema tradicional de fachadas. Durante o mesmo foi
possível ver que a fachada ventilada apresenta várias vantagens comparativas em relação ao
sistema de fachadas convencionais.

Um estudo realizado por Gonçalves e Lopes (2019), demostra claramente que o sistema
de fachadas ventiladas é mais eficaz tanto nos seus componentes ligados a estética, eficiência
energética, bem como as etapas de preparação e montagem das mesmas. A tabela a seguir
mostra um resumo das vantagens deste sistema em relação ao sistema de fachada convencional
com revestimento aderido cerâmico no que tange ao processo de execução das fachadas.

56
Tabela 4.Processo de execução de fachadas ventiladas e cerâmica aderida

Fonte: Gonçalves e Lopes (2019)

4.6. Gestão de perdas de resíduos


No que tange a gestão de perdas de materiais, o sistema de fachadas ventiladas ainda
apresenta uma vantagem comparativa muito grande em relação ao sistema de fachada tradici-
onal com revestimento cerâmico. O gráfico a seguir apresenta uma comparação feita entre os
dois sistemas.

Gráfico 10.Percentagem de perdas de resíduos gerados entre os sistemas

Fonte: Gonçalves e Lopes (2019)

57
É possível perceber uma redução significativa de perdas de materiais e geração de resí-
duos entre os sistemas, visto que os números no sistema de fachada ventilada ficam em torno
de 1 a 3%, enquanto no sistema convencional esse número é no mínimo quatro vezes maior,
atingindo um percentual entre 12 e 20% (GONÇALVES;LOPES, 2019).

Os dados previamente apresentados demostram uma clara vantagem do sistema de fa-


chadas ventiladas o que contribui no processo de tomada de decisão em favor da escolha do
sistema de fachada ventilada, visando vantagens ambientais, tendo em vista, a redução dos
resíduos depositados no meio ambiente. A redução de resíduos na obra também promove a
redução dos gastos com o descarte adequado destes resíduos (GONÇALVES;LOPES, 2019).

4.7. Quantidade de energia gasta em refrigeração


No que tange a questões relacionadas a quantidade de energia necessária para a refrige-
ração dos edifícios, o sistema de fachadas ventiladas apresenta ser uma solução melhor quando
utlizados revestimentos mais escuros, o gráfico a seguir traz uma ilustração sobre o mesmo.

Gráfico 11.Comparação de resultados de carga térmica

Fonte: Kuester (2017)

O gráfico acima demostra que o sistema de fachada ventilada não é necessariamente o


melhor em todas as situações, pois demonstrou maior coerência quando utilizado com revesti-

58
mentos mais absorvem o sol, os mais escuros, onde o consumo de carga térmica para refrige-
ração apresenta maior diferença, de 19%. O uso com o revestimento claro não destacou seu
potencial como sistema ventilado (KUESTER, 2017).

4.8. Sistema de fachada ventilada Vs sistema de fachada convencional


Por último, apos os conhecimento das potencialidades do sistema, os entrevistados con-
cluíram que o sistema de fachadas ventiladas é relativamente melhor em relação ao sistema de
fachadas convencionais. São vários os aspectos citados pelos mesmos que sustentam a sua opi-
nião, dentre os pontos encontram-se os seguintes:

 Melhor funcionamento térmico dentro do edifício;


 Durabilidade do sistema;
 Rapidez na execução do sistema;
 Menor geração de resíduos sólidos na sua montagem;
 Economia de energia;
 Facilidade de limpeza;
 Baixa manutenção.

Por estes e outros motivos o sistema de fachadas ventiladas é sem dúvidas um sistema
que vale a pena ter em consideração nos próximos anos, a medida que o tempo vai avançando
e as técnicas na construção civil vão melhorando.

59
CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
4.1. Conclusão
Questões relacionadas com a sustentabilidade na construção civil vêm sendo uma pre-
ocupação constante, pois é necessário que sejam adotadas técnicas que permitam uma maior
sustentabilidade na construção civil, melhorando desta forma os métodos construtivos exis-
tente. Desta feita os edifícios dos mais variados tipos, apresentam algumas características que
comprometem a sustentabilidade dos meios e recursos.

No que tange as fachadas dos edifícios essas representam uma parte muito importante
dos edifícios porque através delas incidem grandes quantidades de raios solares que quando
utlizados processos construtivos antigos ou não inovadores absorvem uma quantidade de radi-
ação solar elevada. Desta forma, o sistema de fachadas ventiladas surge como resposta aos
vários problemas relativos a questões estéticas, funcionais e económicas devido a sua acção
climatérica que diminui consideravelmente o uso dos sistemas de refrigeração artificiais, bem
como por ser uma construção que não requer a utilização de argamassas por exemplo, a utili-
zação deste sistema contribui para menor geração de resíduos sólidos.

Não obstante, questões ligadas a patologias também compreendem uma grande preocu-
pação na construção civil e este sistema vem responder positivamente a ocorrência de patolo-
gias em fachadas devido ao seu funcionamento que não permite a presença de humidade nas
paredes por exemplo. De acordo com os estudos feitos concernentes a este sistema, o mesmo
apresenta varias vantagem desde os métodos de execução ate a sua vida útil.

Os materiais para revestimento, fixação e que são utlizados neste sistema podem ser
considerados amigos do meio ambiente pois permitem um melhor desempenho deste sistema.
Porem ainda assim existem algumas desvantagens no uso do mesmo. Em suma, o sistema mos-
tra ser um sistema muito funcional, amigo do ambiente e que pode afetar diretamente no custo
de uma edificação e na vida útil do mesmo.

Como fora supracitado, o sistema é relativamente novo e nos últimos tempos tem ga-
nhado espaço nos mercados ao redor do mundo devido as suas inovações técnicas que propi-
ciam um ambiente agradável para os utentes do edifício em relação aos edifícios em que são
usados sistemas de fachadas com revestimento aderido.

60
4.2. Recomendações
O sistema de fachadas ventiladas apresenta várias vantagens como foi abordado no de-
correr do trabalho. Este sistema tem ganhado mais força e mais mercado ao redor do mundo,
sendo um sistema de muito proveito para países com o clima tropical como o predominante em
nosso país.

Desta feita, recomenda-se que este sistema seja objecto de estudo e posterior aplicação
em nosso mercado pelas várias vantagens que este oferece. Porém antes que este seja incorpo-
rado no mercado nacional carece de estudos mais aprofundados sobre o seu funcionamento,
adequando-o assim ao clima predominante em Moçambique.

As pesquisas relacionadas a este sistema devem ser de vulto porque a incorporação da


mesma ira criar uma diferença muito grande nos sistemas construtivos encontrados em nosso
país, possibilitando uma menor necessidade de utilização do ar condicionando nos meses mais
quentes.

61
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Normas

______ NBR 15463: Placas cerâmicas para revestimento — Porcelanato. Rio de Janeiro, 2013.

______ NBR 13755: Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com
utilização de argamassa colante - Procedimento. Rio de Janeiro, 1996.

64
APÊNDICE – Questionário utlizado na recolha de informações relativamente ao sistema
de fachadas ventiladas

ENTREVISTA DE PESQUISA SOBRE O CONHECIMENTO E USO DE FA-


CHADAS VENTILADAS NA CIDADE DA BEIRA

Esta entrevista tem por objectivo recolher dados sobre o conhecimento e uso das enti-
dades (individuais e coletivas), do sistema de fachadas ventiladas em todos os seus
parâmetros.

Dados de identificação

1. Entidade em que trabalha?

______________________________________________________________________

2. Cargo que ocupa?

______________________________________________________________________

3. Nível de formação?

______________________________________________________________________

Dados relacionados a fachadas convencionais (Em alvenaria simples, argamas-


sada e pintada)

1. É familiarizado com o termo fachada?

Sim ( ) Não ( )

65
2. Considera a fachada convencional ecologicamente sustentável? Porquê?

___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________

3. Com a acção da chuva que actua directamente sobra as fachadas, acha que isso propi-
cia o aparecimento de patologias nas mesmas? Porquê?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

4. Acha que as fachadas convencionais propiciam um maior uso de ar condicionado nos


edifícios em países com clima quente como Moçambique? Porquê?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Conceitos relacionados ao sistema de fachadas ventiladas

1. É familiarizado com o sistema de fachadas ventiladas?

Sim ( ) Não ( )

Em que contexto (Teórico ou pratico)?____________________________________________

2. Alguma vez utilizou sistema das fachadas ventiladas em alguma construção feita pela
instituição?

Sim ( ) Não( )

3. Se pudesse escolher entre o sistema de fachadas ventiladas e sistema de fachadas con-


vencionais qual escolheria? Porquê?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

66
4. Alguma vez viu algum edifício na cidade da Beira em que foi aplicado este sistema?

Sim ( ) Não ( )

Se sim, onde?___________________________________________________________

5. Acha que o nosso país esta preparado pra aplicar este tipo de sistema? Porquê?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

6. Até que ponto acredita que o sistema de fachadas ventiladas é uma solução melhor em
relação as fachadas convencionais?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Grato pela atenção!!!

67

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