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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

CAMPUS DE POÇOS DE CALDAS


CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV

Vanessa de Lima Souza

Poços de Caldas
Maio - 2019
Vanessa de Lima Souza

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV

Relatório de Estágio Supervisionado IV


apresentado ao Curso de Medicina
Veterinária da Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais campus de Poços
de Caldas, como requisito parcial à obtenção
do grau de MÉDICO VETERINÁRIO.
Poços de Caldas
Maio – 2019
INTRODUÇÃO

Cargo do supervisor de estágio: Professor Médico Veterinário


Local de estágio: Centro Veterinário PUC Minas Campus Poços de Caldas
Endereço: Av. Pe. Cletus Francis Cox, 1.661, Jardim Country Club
Período de Estágio:
Carga horária cumprida:
Supervisor de Estágio: Flávio Elston

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Durante o período de estágio obrigatório tive a oportunidade de acompanhar em


especial as cirurgias realizadas no centro veterinário, com participação na realização
das anestesias empregadas em cada procedimento. Em geral, as cirurgias eram
realizadas no período da manhã nos dias de terça, quarta, quinta e sexta feira. Os
procedimentos eram variados e constavam normalmente de sedação ou indução
anestésica para posicionamento em raio-X, castração de fêmeas e machos,
nodulectomia, mastectomia, cirurgias ortopédicas, piometra, cesarianas, laparotomia
exploratória entre outras. As atividades eram supervisionadas pelo professor
responsável, Flávio Elston e pelos residentes anestesiologistas da instituição. Nos
horários da tarde e as segundas feiras participava do atendimento ambulatorial e
também dos métodos de diagnóstico empregados em cada situação.
Imagem 1: Cesariana de emergência em cadela pastor alemão
Imagem 2: Castração eletiva de fêmea canina

Imagem 3: Monitoramento anestésico em castração eletiva de fêmea canina


Imagem 4: Monitoramento anestésico em cesariana de emergência em cadela

Imagem 5: Monitoramento anestésico da biopsia de articulação de paciente canino


Imagem 6: Monitoramento anestésico de cesariana em fêmea de pequeno ruminante

Imagem 7: Monitoramento anestésico em


cadela com piometra
Imagem 8: Monitoramento anestésico da cirurgia ortopédica em cervídeo

INTRODUÇÃO

Cargo do supervisor de estágio: Médica Veterinária


Local de estágio: Clinicão Hospital Veterinário
Endereço: R. Gama Cruz, 156 - Vila Cruz, Poços de Caldas - MG
Período de Estágio: 09/02/2019 a 01/06/2019
Carga horária cumprida: 102 horas
Supervisor de Estágio: Ana Paula Castello

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Na rotina prática foram realizadas atividades diversas nas áreas de clínica médica e
anestesia de pequenos animais. Dentre estas, as consultas dermatológicas de cães
e gatos foram significativas em número de casos. Foi possível tanto o
acompanhamento das consultas como a realização dos exames diagnósticos para
tais. As técnicas comumente realizadas constituíam-se de raspado, swabs e imprints
de pele para exames citológicos, exames laboratoriais em geral, ultrassonografia e
raio-x. As demais atividades integravam sedação e indução anestésica para a
realização dos exames de imagem e para cirurgias realizadas esporadicamente, tais
como castração eletiva de machos e fêmeas, biópsias de pele e cesariana. A maior
parte do tempo era destinada ao acompanhamento sistemático dos pacientes
internados e emergências.

Imagem 1: Administração de medicação intravenosa em paciente felino na


internação

REVISÃO DE LITERATURA

Calvície Padrão Do Duchshund


A calvície padrão canina é um distúrbio alopecico idiopático mais comum em
dachshunds. Trata-se de um desgaste gradual dos pelos que geralmente progride
para a alopecia completa quando o cão fica mais velho. A perda de pelo é simétrica,
mas os pelos remanescentes não se depilam facilmente. A alopecia pode envolver
as laterais da orelha, regiões auriculares, coxas na região caudomedial e a região
ventral do pescoço, tórax e abdômen (HNILICA, 2012).
A inflamação não é observada clinicamente e pode ocorrer hiperpigmentação da
pele em escala suave, especialmente em casos de longa data (GROSS et al.,2005).
Os diferenciais incluem dermatofitose, demodicose e causas de alopecia endócrina
como hiperadrenocorticismo, hipotireoidismo e dermatose hormonal sexual
(HNILICA, 2012).
A diferenciação é realizada por testes endocrinológicos e histopatológicos. O
material coletado para a realização da biopsia deve constar das áreas de calvície
completa e um espécime adicional de pele sem lesão para possível comparação. Ao
exame histopatológico, a epiderme e a derme são normais e os folículos pilosos são
caracterizados por diminuição de tamanho moderado a grave. São moderadamente
mais curtos e mais finos do que o normal e os eixos residuais de pelo presentes são
finos (GROSS et al., 2008).
Nenhum tratamento específico é conhecido atualmente. Em alguns cães, a
reposição do pelo pode ocorrer por meio da administração de melatonina (12 mg
implante/cão SC uma vez) ou (3-12 mg/cão VO de 8-24 horas durante 3-6 meses)
têm sido utilizados, com resultados variáveis. A melhora, se houver, deve ocorrer
dentro de 3 a 4 meses após o tratamento. O prognóstico para esses animais é bom.
Embora a perda de pelo é geralmente irreversível, este é um problema cosmético
que não afeta a qualidade de vida do cão (HNILICA, 2012).
Os estudos que compreendem a calvície padrão em cães ainda são escassos. Para
melhor compreensão da etiologia dessa patogenia bem como os possíveis métodos
de tratamento dependemos de mais pesquisas sobre o assunto, visto que a
casuística de tal enfermidade é relativamente comum na pratica da clínica
veterinária.
RELATO DE CASO

No dia 19 de janeiro as 09:11 horas da manhã, foi atendida na clínica pela médica
veterinária dermatologista Ana Paula Castello o animal nomeado de Pinta Lima para
consulta dermatológica.
O animal de 3 anos e 2 meses da espécie canina, raça Basset Teckel de pelagem
castanha pesando 5,900 quilos e castrada no mês de setembro de 2018 foi levada a
clínica pela proprietária Vanessa de Lima Souza (CPF: 133 559 126 54). Durante a
anamnese a proprietária apresentou como queixa principal a queda de pelos na
região ventral do animal e rarefação pilosa generalizada sem a presença de prurido
cutâneo. A paciente já havia realizado alguns procedimentos diagnósticos como
raspados e citologia de pele e cultura fungica em outro estabelecimento veterinário,
com ambos os resultados negativos. A cadela reside em ambiente rural, é
alimentada com ração, apresenta fezes e urina normais, vacinação e vermifugação
em dia e ectoparasitas ausentes na pelagem. A proprietária relata que anterior a
castração a cadela não apresentava queda de pelos.
Ao exame clinico, apresentava lesão alopecica em pescoço ventral, tórax ventral,
abdômen e MPs caudais. Não havia padrões lesionais presentes (ausência de
eritema ou pústulas).
As suspeitas diagnósticas registradas pela veterinária foram de alopecia mutante da
cor, displasia folicular, alopecia ligada a hormônios sexuais, alopecia X e calvície do
dachshund.
Foram realizados durante a consulta exames de citologia (suabs e imprinting),
constatando a presença de bactérias em formato de cocos e malassezia, ambos em
quantia diminuta na pele da paciente.
Foi solicitada biópsia de pele com consentimento da proprietária em um retorno
onde o animal estivesse em jejum para anestesia geral.
Neste mesmo dia a médica veterinária prescreveu para uso tópico o shampoo
Cloresten, com as seguintes recomendações de uso: deixar agir por 15 minutos e
enxaguar normalmente, realizar o procedimento uma vez a cada 3 semanas até
novas recomendações.
No dia 25 de janeiro a paciente retornou para a coleta do material para a biopsia de
pele solicitada.
A paciente foi submetida à anestesia geral inalatória e foram coletados três
fragmentos com punch medindo 4mm e um fragmento retirado por lamina de bisturi
nas regiões de tórax ventral, pescoço ventral e abdômen. O material foi enviado para
análise pelo médico veterinário patologista Fabrízio Grandi em Jaboticabal.
Foi recomendado o uso de roupa pós-cirúrgica e o uso tópico de furanil spray sobre
as lesões de 12 em 12 horas. O retorno foi marcado para o dia 31 de janeiro.
Imagem 1: pelagem normal da paciente antes do início das lesões.

Imagem 2: lesão alopecica inicial em região de pescoço ventral.

Imagem 3: coleta de material para raspado de pele. Observa-se rarefação pilosa


importante e eritema de contato.
Imagem 4: alopecia generalizada na região de tórax ventral e abdômen dois meses
após o inicio da lesão.
Imagem 5: lesão simétrica bilateral na região medial e caudal das coxas.

Imagem 6: Alopecia e rarefação pilosa generalizada. Observa-se hiperpigmentação


da pele nas regiões afetadas.
Seguem-se as imagens histopatológicas referentes aos fragmentos obtidos por meio
da biópsia:

Imagem 7: A epiderme e a derme estão normais. Os folículos pilosos se


caracterizam pela diminuição moderada a severa no tamanho. Os folículos são
moderadamente mais curtos e mais finos do que o normal e os eixos residuais dos
pelos atuais são finos.
Imagem 8: Não há distorção folicular ou irregularidade do contorno e prisão do ciclo
de crescimento do pelo não é observado. Pequenos folículos pilosos anágenos com
bulbos de pelos estão presentes.

Diante das imagens apresentadas acima, segue-se o laudo da biopsia enviado pelo
patologista:
Imagem 9: laudo da biopsia de pele constatando o diagnóstico de alopecia (calvície)
padrão do daschshund.

CONCLUSÃO

Durante o período de estágio tive a oportunidade de exercer na prática parte dos


ensinamentos adquiridos na faculdade. Toda experiência obtida durante esse
processo possibilitou crescimento pessoal e profissional nesta área de atuação. As
atividades desenvolvidas permitiram maior conhecimento dos serviços veterinários
na rotina da clínica e anestesia de pequenos animais. As horas de estágio
supervisionado são fundamentais para o processo de formação e capacitação do
estudante para a formação na graduação e proporciona horas de aperfeiçoamento e
preparo para o mercado de trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HNILICA, A.; K. Dermatologia de Pequenos Animais: Atlas Colorido e Guia


Terapêutico. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier , 2012. p. 320 – 322.

GROSS, T.; L.; LHRKE, P.; J.; WALDER, E.; J.; AFFOLTER, V.; K. Skin Diseases
of the Dog and Cat: Clinical and Histopathplogic Diagnosis. 2. ed. Oxford: Blackwell
Science , 2005. p. 502 – 503.

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