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UNIVERSIDADE IGUAÇU – CAMPUS V – ITAPERUNA, RJ

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


MEDICINA VETERINÁRIA

PAOLO DIAS FERRAIUOLE

CRIPTORQUIDISMO EQUINO

Itaperuna, RJ
2023.1
UNIVERSIDADE IGUAÇU – CAMPUS V – ITAPERUNA, RJ
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
MEDICINA VETERINÁRIA

PAOLO DIAS FERRAIUOLE

CRIPTORQUIDISMO EQUINO

Artigo apresentado à banca


examinadora do Curso de Graduação
em Medicina Veterinária da UNIG –
campus V, como requisito final para
obtenção do título de bacharel em
Medicina Veterinária.

Orientador (a): Professor Drº Bruno


Fagundes.

Itaperuna, RJ
2023.1
UNIVERSIDADE IGUAÇU – CAMPUS V – ITAPERUNA, RJ
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
MEDICINA VETERINÁRIA

Artigo sumetido ao corpo docente do Curso de Medicina Veterinária (Faculdade de


Ciências Biológicas e da Saúde), da Universidade Iguaçu (campus V), como parte
dos requisitos necessários à obtenção de grau de médico veterinário.

Prof. ________________________________________________________
Bruno Fagundes – Orientador
Doutor em Ciência Animal (UENF, Brasil)

Prof. _________________________________________________________
Mário de Freita Itho
Mestrado em Ciência Animal (UENF, Brasil)

Prof. _________________________________________________________
Deivisson Ferreira Aguiar
Especialista em Diagnóstico e Cirurgia de Equinos (IBVET, Brasil)

Resultado:_________________________

Grau obtido:________________________

Itaperuna (RJ) ___/___/___


CRIPTORQUIDISMO EQUINO

Paolo Dias Ferraiuole1 – UNIG


Bruno Fagundes 2 – UNIG

Resumo: A criptorquidia é uma condição comum em equinos caracterizada pela


ausência de um ou dos dois testículos no escroto devido à falha na descida testicular,
resultando em localização ectópica. Esse acometimento requer tratamento cirúrgico
devido às alterações comportamentais e ao potencial de desenvolvimento tumoral no
testículo afetado. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo mostrar como a
intervenção cirúrgica é importante diante da resolução dos casos de criptorquidia,
demonstrando a causa que leva ao criptorquidismo, além de apontar exames e
diagnósticos que são imprescindíveis para a recuperação do animal. Para isso, a
metodologia aplicada ao estudo foi a de pesquisa qualitativa descritiva, do tipo revisão
bibliográfica, realizada por meio de artigos e revistas científicas sobre o tema em
questão. Como resultado, recomenda-se o tratamento cirúrgico, em que devido o
criptorquidismo ter relação hereditária, deve-se realizar uma orquiectomia total.

Palavras-chave: criptorquidia; equinos; cirúrgico.

Abstract: Cryptorchidism is a common condition in horses characterized by the


absence of one or both testes in the scrotum due to failure of testicular descent,
resulting in ectopic location. This involvement requires surgical treatment due to
behavioral changes and the potential for tumor development in the affected testicle.
The present study aims to show how important surgical intervention is in the resolution
of cryptorchidism, demonstrating the cause that leads to cryptorchidism, in addition to
pointing out tests and diagnoses that are essential for the recovery of the animal.
Therefore, the methodology applied to the study was qualitative descriptive research,
of the bibliographic review type, carried out through articles and scientific journals on
the subject in question. As a result, surgical treatment is recommended, with a total
orchiectomy being performed, mainly because cryptorchidism is related to some
hereditary characteristic.

Keywords: cryptorchidism; horses; surgical.

1
Graduando do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Iguaçu campus V em Itaperuna/RJ
(210017736@aluno.unig.edu.br).
2
Dr. Ciência Animal pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
(0509048@professor.unig.edu.br).
4

1 INTRODUÇÃO

No Brasil, os números do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia Estatística


ano de 2016, mostram que temos 5,5 milhões de equinos, dentre os quais
aproximadamente 700 mil animais são registrados em associações cadastradas em
nosso território. O cavalo movimenta em torno de R$16 bilhões por ano, gerando
aproximadamente 600.000 empregos diretos e 3.000.000 de empregos indiretos.
O criptorquidismo representa uma falha na descida dos testículos para a bolsa
escrotal, que pode ser uni ou bilateral. É o tipo mais comum de diferenciação anômala
do sistema genital masculino sendo frequente em carnívoros, caprinos, equinos e,
ocasionalmente, bovinos. Até recentemente, a percepção geral era que a criptorquidia
se constituía numa doença única com herdabilidade moderada, penetrância
incompleta, expressa apenas em machos, e concentrada por endogamia ou
minimizada pela seleção negativa dos machos afetados (DE MELO; FERREIRA,
2021).
Nesse contexto, o criptorquidismo equino caracteriza-se por ser uma patologia
comum, onde ocorre uma falha na descida de um ou ambos os testículos. Sendo uma
enfermidade de grande impacto financeiro e de causas indeterminadas. Assim, surge
o questionamento de qual a melhor forma de diagnosticar e posteriormente qual
procedimento a ser realizado para chegar ao sucesso.
Devido a doenças do trato reprodutivo, é possível o surgimento de um quadro
de fertilidade em diferentes condições, sendo elas transitória ou permanente, bem
como de ordem genética ou adquirida. Dentre as alterações genéticas, o
criptorquidismo é caracterizado como uma importante alteração do sistema
reprodutivo. Essas alterações podem predispor a padrões de comportamento
indesejável, por parte do animal acometido, como aumento da agressividade, libido
aumentada, infertilidade ou subfertilidade, aspectos esses que tornam a utilização do
animal criptorquida, indesejável para fins de reprodução (MELO, 2018).
De acordo com Martins (2010), a orquiectomia é geralmente utilizada para
prevenir a reprodução de garanhões de qualidade inferior e para eliminar o
comportamento de garanhão ou diminuir o temperamento agressivo indesejável. Ao
remover a fonte principal de androgénios, a castração torna o cavalo mais dócil e
controlável.
A saúde geral desses animais possui significativa relevância, voltadas não só
5

ao aspecto afetivo, mas também a perdas econômicas consideráveis. Isso se reflete


na fertilidade dessas espécies, interferindo na manutenção da sua capacidade
reprodutiva, muitas vezes importante, tendo em vista a genética e o valor zootécnico
do animal em questão (MELO, 2018).
Portanto, o objetivo geral do estudo é relatar como a intervenção cirúrgica é
importante diante da resolução dos casos de criptorquidia, identificando as causas
que levam ao criptorquidismo e apontando exames e diagnósticos que são
imprescindíveis.
Para isso o artigo teve como método de estudo a pesquisa qualitativa descritiva,
do tipo revisão bibliográfica, realizada através do levantamento de dados contidos em
artigos e revistas científicas sobre o tema em questão, abordando a forma de
diagnóstico e tratamento do criptorquidismo equino.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Contextualização do criptorquidismo equino
2.1.1 Fisiologia do descenso testicular

Existem três proteinas principais que comandam a descida testicular, (i) o


receptor de androgênio ao qual possui a função de regular a regressão do ligamento
suspensor craniano ao longo do primeiro estágio e pela eversão gubernacular ao
longo do segundo estágio (GONZÁLEZ, 2002); (ii) a AMH ((MIS, substância inibitória
de Müller), em que se trata de uma glicoproteína atuante na seleção do sexo
masculino, se tratando ainda de um marcador da maturação das células de Sertoli; e
(iii) o hormônio inibidor da ativina (INHA), responsável por regular negativamente o
hormônio folículo estimulante (FSH), gerando uma resposta negativa no eixo
hipotálamo-hipófise-gonadal.
Em equinos, o processo habitual da descida testicular acontece entre dois a
três anos de idade. Nessa situação é possível fazer a palpação destes ao nascimento,
pois a descida acotence ao longo do nono e décimo primeiro mês de gestação
(CUNNINGHAM, 2009).
A migração dos testículos acontece nas etapas de migração intra-abdominal,
intra-inguinal e inguino-escrotal. Nesse contexto, o processo leva em média de 315
dias de gestação até o décimo dia após o parto para que possa ser finalizado (DYCE,
2010).
6

Boothe (1998) aponta que não existe uma preponderância por criptorquidismo
unilateral direito ou esquerdo, porém, é notório que, normalmente, as gônadas retidas
no antímero esquerdo são abdominais, enquanto as no antímero direito variam entre
inguinais e abdominais. Schumacher e Perkins (2010) estimam que cerca de 10 a 15%
dos criptorquídicos são afetados bilateralmente.
Em situações em que o testículo esquerdo é maior do que o direito existe a
tendência de que o direito desça primeiro para a bolsa escrotal. É possível ainda que
a diferença de tamanho seja notada no período neonatal, isso pode fazer com que o
testículo menor volte ao canal inguinal e assim se torne uma possível possível causa
para o criptorquidismo inguinal. A incidência da retenção inguinal diminui, enquanto a
da retenção abdominal aumenta, com o passar da idade (RODGERSON; HANSON,
1997).

2.1.2 Etiologia

No sentido propriamente dito a expressão criptorquidia se trata de uma


combinação de três palavras gregas, "kriptós" (oculto), “orchis” (testículo) e “idion”
(pequeno), ou seja, pode ser traduzido como a ausência de um ou ambos os testículos
na sua localização anatômica normal, a bolsa escrotal ou escroto. (SCHADE et al.,
2017). Os autores Schade et al. (2017) falam ainda que o criptorquidismo é uma
alteração complexa do desenvolvimento, limitada ao sexo, sendo o mais prevalente
defeito de desenvolvimento não letal do equino.
De modo geral, o criptorquidismo tem como causas anatômicas (i) o
encurtamento dos vasos espermáticos, ducto deferente ou músculo cremáster; (ii)
aderências peritoneais; (iii) anéis ou canais inguinais subdesenvolvidos; e (iv)
malformações escrotais (JONES; HUNT, 1987).
Além disso, outros autores como Silva et al. (2007), Cattelan et al. (2004) e
Hafez; Hafez (2004) relatam, respectivamente, que o aparecimento da anomalia pode
ser decorrente de falhas no desenvolvimento do canal inguinal; do fechamento tardio
do umbigo e ao subdesenvolvimento do testículo; e falhas na produção de
testosterona próximo ao parto ou dias após o nascimento.
Nesse contexto, acredita-se que o mecanismo base esteja relacionado a um
gene dominante ou a um mecanismo poligênico autossômico recessivo ligado ou não
ao sexo (LU, 2005). Supõe-se que é um padrão de hereditariedades dominantes em
7

cavalos, ao passo que para outras espécies se apresenta como uma característica
autossômica recessiva simples ligada ao sexo (SMITH, 1994).
Comumente, potros nascem apresentando dois testículos na bolsa escrotal,
porém, eventualmente isso pode não acontecer, fazendo com que os animais sejam
considerados criptorquídico abdominal ou inguinal, devido à localização anormal dos
testículos (THOMASSIAN, 1996).
Leipold et al. (1985), destacam que apesar de não se ter total transparência a
respeito da etiologia do criptorquidismo, existe um certo consenso de que se trata de
uma natureza hereditária.

2.1.3 Classificação

De acordo com Mamoulakis et al. (2012) a classificação da posição dos


testículos nos mamíferos possuem dois grupos principais sendo eles o transabdominal
e inguino-escrotal, em que cada grupo possui ramificações em três níveis, sendo
portanto:

● Trans abdominal:
o Posição 1: embrionário (sem descendência da posição ancestral/embrionária);
o Posição 2: intermediária (parcialmente descido, posição intra-abdominal); e
o Posição 3: inguinal interno .
● Inguino-escrotal:
o Posição 4: emergente (alguma parte se projeta através do anel inguinal);
o Posição 5: além do anel inguinal, mas não dentro de uma bolsa escrotal
verdadeira); e
o Posição 6: escrotal (em uma bolsa escrotal verdadeira).

Nesse sistema de classificação mostrado acima, os testículos normais do


equino se encontram na posição 6 (MAMOULAKIS et al., 2012). Assim, o
criptorquidismo é classificado com fatores como sinais clínicos, posicionamento dos
testículos e epidídimo retidos (LEIPOLD et al., 1985).
De acordo com Lu (2005), o criptorquidismo pode classificar o equino de duas
formas. O animal pode ser considerado criptorquídico abdominal total ou completo,
quando os dois testículos estão completamente contidos na cavidade abdominal é
8

considerado como criptorquidia abdominal parcial ou incompleto, quando o testículo


se localiza na cavidade abdominal e a cauda do epidídimo dentro do processo vaginal,
podendo estar localizada dentro do canal inguinal ou até mesmo no saco escrotal.
O mais comum são casos de criptorquidismo unilateral e que não existem
referências de maiores números de casos com retenção de testículos à esquerda ou
à direita (SEARLE et al., 1999). Porém, para Lu (2005), é habitual que testículos
retidos no antímero direito sejam geralmente inguinais, enquanto retidos no antímero
esquerdo são usualmente abdominais.

2.1.4 Sintomas clínicos

Cattelan et al. (2004) afirmam que os testículos criptorquídicos são menores,


hipoplásicos, menos consistentes à palpação, com coloração escura e alterações
fibróticas em seus condutos, especialmente no epidídimo. Os testículos retidos
possuem diminuição no diâmetro dos túbulos seminíferos e no número de camadas
de células espermatogênicas, no qual são afuncionais no contexto espermatogênico,
tendo espermatócitos primários como os estágios mais maduros de células
espermatogênicas.
Quando o criptorquidismo acontece da forma bilateral o cavalo apresenta a
condição de infertilidade, em que, geralmente, devido a maior produção de hormônios
masculinos no testículo retido a libido aumenta e torna o cavalo criptorquídico mais
nervosos e agressivos em comparação com o garanhão na condição normal. Já o
criptorquidismo unilateral, que é a condição mais comum em cavalos, é caracterizado
por ter maior ocorrência no lado esquerdo e por não tornar o animal infértil
(THOMASSIAN, 2005), ou seja, os criptórquios unilaterais são férteis, mas não são
considerados seguros para fins de reprodução (HAFEZ; HAFEZ, 2004).
Segundo Cattelan et al. (2004), testículos retidos são passíveis de desenvolver
neoplasia, bem como maior risco de ocorrência de tumores na gônada situada no
escroto. Alguns dos principais tumores relatados em gônadas criptorquidas são:
Teratomas, seminomas, tumores de células intersticiais ou de Leydig, tumores de
células de Sertoli e carcinoma “in situ” associado a seminoma. Quando presentes, as
neoplasias alteram a apresentação clássica da doença, causando diversos sinais
clínicos.
9

2.2 Diagnóstico

A datar da primeira metade do século XIX, onde os cavalos foram primordiais


para a primeira guerra mundial, o criptorquidismo é amplamente debatido na medicina
interna equina, levantando questões como se realizar um diagnóstico preciso e como
deve ser realizada intervenção cirúrgica para a remoção do testículo criptorquídico
(ALVES et al., 2002).
Em síntese, o diagnóstico do criptorquidismo se dá por meio do histórico
completo do animal, considerando o comportamento de garanhão, que é evidenciado
e associados ao exame de palpação externa (BERGIN et al., 1970), em que, nesse
caso a finalidade é a percepção do testículo ou de cicatriz de intervenção cirúrgica
anterior, através da exploração cuidadosa das áreas escrotal e inguinal (TROTTER;
AANES, 1981). O exame interno por palpação retal, por sua vez, busca a identificação
da gônada e dos anéis vaginais e/ou inguinais internos (BERGIN et al., 1970), em que
nesse caso, apresenta resultados contraditórios, que é justificado devido à mobilidade
e consistência flácida do testículo retido, podendo então, o resultado ser confirmado
por exame ultrassongrafia (STICKLE; FESSLER, 1978; LEIPOLD et al., 1985).
Segundo Smith (1994), a presença do testículo no canal inguinal é percebida
através da palpação profunda dos anéis inguinais superficiais, em que na ausência
dele no canal inguinal, pode-se realizar a palpação retal em garanhões, como esforço
para identificação do órgão. Na ocasião do exame, o que se nota em princípio é a
inexistência de um ou dos dois testículos dentro da bolsa escrotal. Isso torna
criptorquídicos os cavalos que apresentarem esta condição já a partir do segundo ano
de vida. O testículo retido pode ser palpado por via transretal (THOMASSIAN, 2005).
Para casos onde os não existe o histórico do cavalo e com ausência de
testículos palpáveis no escroto, a dosagem hormonal de androgênios ou estrogênios
é o método diagnóstico mais confiável, uma vez que os garanhões e os criptórquios
possuem concentrações séricas dessas substâncias mais elevadas do que os
castrados (ARIGHI; BOSU, 1989).
Assim, os garanhões são considerados criptorquidios quando apresentam
testosterona em concentração superior a 100 mg/mL, e como castrados quando a
concentração continuar inferior a 40μm/mL depois da aplicação dos hormônios.
Entretanto, é possível que alguns garanhoes possuam testosterona basal inferior aos
valores médios, e por isso, preconiza-se a realização do teste com aplicação de hCG
10

para quantificação dos níveis plasmáticos de testosterona, antes e depois a


administração do hCG. Para isso, é feito a coleta do sangue antes da administração,
e 30 e 120 minutos depois. Geralmente, os niveis plasmaticos de testotesrona
apresentam um padrão a depender do tipo de criptorquidismo, como mostrado na
Tabela 1 (PAPA, 2020).

Tabela 1: Concentração séria médica de (mg/mL) antes de após a aplicação por via
intravenosa de 6.000 UI de hCG
PRÉ-hCG 30 MIN PÓS-Hcg 120 MIN PÓS-hCG
Garanhoes normais 621 ± 100 2.757 ± 439 2.553 ± 23
Criptorquida inguinal unilateral 650 ± 79 2.481 ± 522 2.733 ± 494
Criptorquida abdominal unilateral 550 ± 73 2.510 ± 398 2.948 ± 93
Criptorquida inguinal bilateral 477 ± 96 1.569 ± 413 -
Criptorquida abdominal bilateral 515 ± 53 73 ± 89 617 ± 122
Fonte: PAPA (2020).

Embora incomum em equinos, existe a possibilidade da ausência total de um


dos testículos sendo essa condição chamada de monorquidismo. Para esse
diagnóstico é necessário que seja realizada a remoção do testículo contralateral e
realizada a posterior avaliação hormonal de supressão da função reprodutiva
(BLANCHARD et al., 2003).
De acordo com Nascimento e Santos (2008), é importante notar que existe uma
diferença entre monorquidismo, que é a ausência congênita de um testículo e do
anorquidismo que se trata da ausência congênita de ambos os testículos. É comum
que essas patologias sejam confundidas com o criptorquidismo que é quando um ou
ambos os testículos estão presentes na cavidade abdominal e por isso são
necessárias que o anorquidismo e monorquidismo sejam tratadas como diagnóstico
diferencial.

2.3 Tratamento

Em razão da natureza hereditária do criptorquidismo, a tentativa de reposição


do testículo no escroto ou orquipexia é incabível, pois a permanência testicular
possibilita a perpetuação do defeito, somado a isso, tem-se os risco de
desenvolvimento de neoplasias nesses testículos ou em seus contralaterais
11

(BOOTHE, 1998).
Diante disso, é indicado a intervenção cirúrgica para remoção dos testículos
abdominais e escrotais (SMITH, 1994). Antes do procedimento cirúrgico é
imprescindível a inspeção rigorosa da região escrotal, considerando que a localização
testicular ou a detecção de uma alça intestinal no canal inguinal ou saco escrotal
podem alterar completamente o procedimento anestésico e a técnica cirúrgica
escolhida (SEARLE et al.,1999).
Para o testículo retido se aconselha a orquiectomia, já que tumores são
comuns em animais criptorquídicos (HAFEZ; HAFEZ, 2004), onde a orquiectomia é
realizada pelas vias inguinal, pré-inguinal, pré-púbica, paramediana, paraprepucial,
pela fossa paralombar ou por cirurgia transendoscópica. Neste contexto é importante
destacar que diferente dos resultados obtidos na criptorquidia do homem em
tratamento sustentado em hormônios para incitar a descida dos testículos, para
equinos esse método não possui resultados consideráveis (THOMASSIAN, 2005).
Nesse contexto, hormona como hCG e GnRH apresentam resultados
controversos diferentes dos resultados obtidos em humanos. Esses tratamento são
realizados como esforços para estimular a produção testicular de androgénios,
objetivando compensar possíveis défices e induzir a descida testicular (LU 2005).
Depois de algumas semanas do nascimento do animal acontece a contração dos
anéis vaginais que torna fisicamente inviável que os testículos abdominais desçam.
Na situação de localização inguinal, a ação de terapia com hormonas exógenas ainda
não são conclusivas (BRENDEMUEHL, 2005).
Quando os garanhoes são classificados em criptorquidicos inguinais, quando o
testiculo e tocado pelo anel, pode-se utilizar a hormonoterapia. É comum que a terapia
seja feia com aplicação de hormono liberador de gonadotrofina GnRH ou hCG
associados a um miorrelaxante, como por exemplo, Acepromazina ou Xilazina. Em
alguns casos o tratamento propociona a descida de um ou ambos os testículos para
a bolsa escrotal, porém, o problema hereditário continua, pois o futuro garanhao
poderá transmitir as caracteristicas indesejaveis para as suas proximas geraçoes,
apesar de ainda não se ter comprovação cientifica da falha genetica. Devido a isso, é
fundamental que o médico veterinátio alerta ao proprietario a respeito do risco de
transmissao da alteração genetica para os descentdentes do animal (PAPA, 2020).
Em relação a produção de testosterona, Janett et al. (2009) propõem que a
vacinação contra a GnRH se trata de uma opção segura e eficaz para suprimir a
12

função testicular do garanhão por um período mínimo de seis meses.


No contexto da intervenção cirúrgica para a remoção de um testículo
criptorquídico a técnica varia de acordo com a sua localização, sendo os de
localização abdominal abordados, normalmente, por laparotomia mediana ventral
(BOOTHE, 1998). Assim, é indicado a criptorquidectomia inguinal no caso do
criptorquidismo inguinal (VALDEZ et al., 1979). É possível ainda, na retenção
abdominal, a orquiectomia por via inguinal, pela laparo-criptorquidectomia por incisão
paramediana paraprepucial ou suprapúbica (SILVA et al., 2002), pela laparotomia
parainguinal ou pela de flanco (WILSON; REINERTSON, 1987).
Segundo Auer e Stick (2006), a técnica da orquidectomia é usualmente
empregada na prevenção da reprodução de garanhões de qualidade inferior, bem
como para suprimir o comportamento de garanhão ou diminuir o temperamento
agressivo indesejável. O que acontece é que ao remover a principal fonte de
androgênios, a castração torna o cavalo mais dócil e controlável.
Apesar seja recomendavel o tratamento da orquidectomia bilateral, muitas das
vezes, o proprietário apresenta resistencia e insiste em buscar um tratamento
hormonal, especialmente quando o animal em questão possui uma genética valiosa e
carreira promissora como garanhão. Nesses casos em que os proprietario insiste em
optar pleo tratamento, preconiza-se a aplicação de altas dosagens de hCG (5.000 UI
2x/semana) durante, pelo menos, quatro semanas, fazendo associação com a
aplicação de um miorrelaxante (2 mL / 2x semana), em que as aplicações do
miorralaxante devem ser sempre no dia subsequente a aplicação do hCH (PAPA,
2020).

2.4 Profilaxia

Considerando a criptorquidia como uma patologia hereditária, como caráter


preventivo é sugerido que animais portadores de criptorquidia, mesmo unilateral não
sejam utilizados para fins de reprodução, pois existe a possibilidade de participação
de um componente hereditário no processo, no qual é recomendado a orquiectomia
bilateral e atento controle até a puberdade (THOMASSIAN, 2005).
13

3 CONCLUSÃO

De modo geral, existem várias técnicas de tratamento para o criptorquidismo,


como os hormonais que não apresentam resultados satisfatórios. O tratamento mais
indicado é o cirúrgico, pois impossibilita dos testículos retidos se tornarem neoplasias.
É importante considerar também que garanhões criptorquidas não devem ter a função
de reprodutores, uma vez que as características do criptorquidismo são hereditárias.
Assim, a identificação do criptorquidismo de forma precoce é importante para
possibilitar um manejo mais adequado para um melhor planejamento cirúrgico, bem
como o afastamento do animal da reprodução. Por meio da realização da técnica
cirúrgica é possível então melhorar a condição clínica do animal e sanar
características indesejáveis preexistentes à cirurgia, como agressividade. A
intervenção cirúrgica pode acontecer através da criptorquidectomia bilateral ou
unilateral relacionada a orquiectomia em situação de criptorquidismo unilateral.
Portanto, equinos criptorquídicos devem passar por procedimentos de
castração, por razões hereditárias, neoplásicas e melhor condição de manejo do
animal após a intervenção cirúrgica.

4 REFERÊNCIAS

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