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MÓDULO VI
ÍNDICE
MOTIVAÇÃO......................................................................................... 5
OBJETIVOS .......................................................................................... 6
INTRODUÇÃO ....................................................................................... 7
1. OS DIREITOS E DEVERES DA CRIANÇA ............................................... 9
1.1. CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA ............................ 9
1.2. CONHECIMENTO DA CARTA DE DIREITOS DA CRIANÇA
HOSPITALIZADA ....................................................................... 12
1.3. O INTERNAMENTO ................................................................... 15
1.4. OS PAIS – PARCEIROS NOS CUIDADOS ...................................... 16
2. MARCOS DE CRESCIMENTO ESTRUTURO-PONDERAL E
PSICOMOTOR DOS 0 AOS 3 ANOS COM ESPECIAL INCIDÊNCIA
PARA O PRIMEIRO ANO DE VIDA ....................................................... 20
2.1. PERCENTIS ............................................................................. 22
2.2. OBESIDADE INFANTIL ............................................................... 24
3. A ALIMENTAÇÃO NO PRIMEIRO ANO DE VIDA .................................... 26
3.1. DOS 0 AOS 4 MESES ............................................................... 26
3.1.1. Vantagens do aleitamento materno ............................................... 27
3.1.2. Contraindicações para o aleitamento materno .............................. 29
3.1.3. Esquema alimentar diário da criança entre os 0 e os 4 meses ...... 30
3.1.4. Preparação do leite para lactentes – cuidados a ter na
preparação do biberão ................................................................... 31
3.1.5. Alimentação da mãe ....................................................................... 32
3.2. DOS 4 AOS 4,5 MESES ............................................................ 32
3.2.1. Esquema alimentar da criança entre 4 e 4,5 meses ...................... 33
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MOTIVAÇÃO
O bebé dos 0 aos 12 meses depende de ajuda quase total para a satisfação das
suas necessidades. É um ser vulnerável que inicia a descoberta de uma nova
realidade marcada pelo crescimento e desenvolvimento das estruturas cogniti-
vas e motoras.
Após o parto todas as mães se deparam com esta situação, havendo incertezas
quanto à melhor forma de cuidar do bebé, ideias falsamente pré-concebidas e
uma alteração da estrutura familiar.
Nesta perspetiva como futuro Auxiliar de Saúde tem um papel crucial a desen-
volver. Cabe-lhe a tarefa de participar na prestação de cuidados às crianças, de
modo a promover a saúde e prevenir a doença, tendo sempre presente a família
e o meio, como partes integrantes deste processo.
Para tal, tem de conhecer o ciclo evolutivo da criança, como se desenvolve, que
características deve apresentar em cada estádio de desenvolvimento, como se
devem prestar os cuidados de higiene e conforto e quais os cuidados a ter.
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OBJETIVOS
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INTRODUÇÃO
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Não discriminação:
A criança tem direito de desenvolver o seu potencial em qualquer parte
do mundo.
O interesse superior da criança:
Deve ser uma consideração prioritária em todas as ações e decisões
que lhe digam respeito.
A sobrevivência e o desenvolvimento:
Garantia de acesso a serviços básicos e igualdade de oportunidades.
A opinião da criança:
Deve ser ouvida em assuntos que se relacionem com os seus direitos.
Visite o http://www.unicef.pt/docs/pdf_publicacoes/
convencao_direitos_crianca2004.pdf
Encontrará mais informação sobre este tema.
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Neste sentido foram realizados esforços para que fossem criadas as condições
necessárias a um internamento adaptado às exigências e necessidades das
crianças, tendo em mente que:
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CUIDADOS NA SAÚDE INFANTIL
Visite o http://www.acs.min-
saude.pt/files/2010/10/Diptico_DCH_web.pdf
Encontrará mais informação sobre este tema.
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Mas mais importante que um espaço físico, é o acolhimento que se faz, por
parte da equipa de profissionais, aos seus utentes, neste caso à criança e res-
petiva família.
Acolher é:
Aceitar o outro, no que ele tem de específico, de único;
Compreender sem que tenha necessidade de expressar;
É acompanhar o percurso;
Não é dom, é uma competência de uma equipa de profissionais.
IAC (2006)
Isto quer dizer que um cidadão que procure serviços de saúde num determina-
do organismo, estará mais confiante e seguro dos cuidados que lhe serão pres-
tados se esse local estiver acreditado. Ou seja, o cidadão pode esperar que os
profissionais, que trabalham nesses locais, estejam sob um comprometimento
de melhoria contínua dos cuidados que são prestados.
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É neste momento que se deve dar aos pais o tempo necessário para que pos-
sam esclarecer todas as suas dúvidas, partilhar receios, de forma a que o pro-
fissional de saúde os possa orientar.
A informação aos pais deve ser dada sempre que estes a solicitarem.
1.3. O INTERNAMENTO
A forma como a criança reage a esta situação vai depender da sua idade, de
experiências anteriores, da sua capacidade de defesa, da gravidade da sua do-
ença e dos sintomas a ela associados, assim como o seu sistema de suporte.
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Por esta razão está contemplado na Carta dos Direitos da Criança Hospitalizada
o facto de a criança só ser internada em caso de extrema necessidade.
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Comportamento irritável;
Exigência;
Agressividade;
Desinteresse;
Comportamentos regressivos (demonstram comportamentos
de idades anteriores, por exemplo voltar a fazer chichi na
cama).
Gonçalves (2006)
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Ansiedade;
Insegurança;
Medo de errar;
Sentimento de culpa.
Gonçalves (2006)
É essencial que seja explicado aos pais a forma como podem colaborar nos
cuidados às crianças.
O facto dos pais partilharem informação cuidada acerca dos hábitos e cuidados
específicos que realizam à criança é muito importante para os médicos e enfer-
meiros. Desta forma, poderão incluir esses pormenores no tratamento e no in-
ternamento para que desta forma, os cuidados prestados sejam individualiza-
dos. Quer isto dizer que os cuidados prestados à criança devem ter em conta
os seus hábitos, as suas preferências e escolhas, de maneira a que a criança
não altere de forma drástica as suas rotinas.
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Para os pais é importante este facto, na medida em que lhes possibilita a manu-
tenção dos cuidados aos filhos e manutenção do vínculo afetivo.
Para que os pais possam colaborar nos cuidados com a equipa, é imprescindí-
vel a boa comunicação, o acolhimento aos pais, o bom ambiente e a abertura à
verbalização dos mesmos acerca das suas preocupações.
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No 1º mês a criança passa a maior parte do tempo a dormir. Quando está dei-
tado de cabeça para baixo, levanta a cabeça por alguns segundos e sossega
quando lhe pegam ao colo.
Com 5 meses o bebé segura a cabeça quando está ao colo e gosta que lhe de-
em atenção. Já dá gargalhadas e gritinhos de prazer quando brincam com ele.
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Aos 6/7 meses vira-se da posição de bruços para a de costas e já tenta beber
pelo copo. Consegue apanhar os objetos que lhe interessam. Passa o tempo a
brincar com as suas próprias mãos.
Com 8 meses o bebé já se senta sem apoio. Compreende a palavra não e fica
todo contente quando vê preparativos para ir à rua.
Aos 9 meses diz palavras com duas sílabas como papá e mamã. Apoiado num
móvel, fica em pé e mantém equilíbrio durante uns segundos. Consegue agarrar
coisas pequenas entre o polegar e o indicador, pode ter um objeto em cada
mão.
Aos 11 meses gosta de comer sozinho e costuma fazê-lo com os dedos. Já não
leva tudo à boca. Quando está acordado chora se não o levantarem pois já não
se diverte deitado.
Aos 12 meses caminha sozinho procurando apoio nos móveis ou com a ajuda
de um adulto.
Consegue introduzir objetos dentro de outros. Sabe o que são beijos e expressa
já diversas emoções. Diz pelo menos três palavras diferentes. E entende muito
mais do que diz, embora por vezes se negue a obedecer.
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2.1. PERCENTIS
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Figura 2. Exemplo do cálculo de percentil de peso de uma criança do sexo masculino com 7 meses de idade,
que pesa 8Kg.
Isto significa que, estando a criança no percentil 30, comparada com 100 crian-
ças normais da mesma idade, haverá apenas 30 que pesam menos enquanto os
outro setenta pesaram mais. O mesmo é válido para a altura.
O importante não é ter um percentil alto, mas sim crescer e engordar, de forma
mais ou menos regular, em torno de um percentil, por isso as mães não devem
comparar os percentis dos seus filhos com os dos outros.
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Este problema das sociedades dos países desenvolvidos, tem origem nos maus
hábitos alimentares.
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Desde que nascem percorrem um longo percurso até se alimentarem dos mes-
mos alimentos dos adultos.
Esta evolução deve ser feita por fases, de modo à criança se ir adaptando gra-
dualmente às novas experiências.
Nesta idade o alimento do bebé deve ser exclusivamente leite. O melhor leite
naturalmente é o materno pois é um alimento vivo, completo e natural, adequa-
do a quase todos os recém-nascidos, salvo raras exceções.
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A decisão de amamentar;
O estabelecimento da lactação;
O suporte da amamentação.
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Doença Materna:
Doença Metabólica:
Galactosémia;
Intolerância à lactose;
Fenilcetonúria.
Drogas:
Opiáceos;
Canabinoides.
Metadona (algumas escolas defendem que não está contraindicada ao
aleitamento materno).
Utilização de:
Imunossupressores;
Sais de ouro;
Corticoides em altas doses;
Antitiroideus;
Citostáticos.
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A duração da mamada não é importante, pois a maior parte dos bebés mamam
90% do que precisam em 4 minutos. Outros prolongam mais as mamadas por
vezes até 30 minutos ou mais. O que interessa é perceber que o bebé está a
obter leite da mama e não a fazer da mama uma chupeta.
O bebé deve ser alimentado quando tem fome, isto é, em regime livre, não se
devendo impor ao bebé um esquema rígido. Na média deve fazer 7/8 refeições
diárias.
Deve manter-se o aleitamento materno exclusivo até aos 5/6 meses. Se tal não
for possível, quer devido à mãe (contraindicações temporárias como varicela,
medicação e contraindicações definitivas como o HIV), quer devido ao recém-
nascido (doenças metabólicas, malformações como lábio leporino e fenda pala-
tina, cardiopatias, prematuros...), deverá recorrer-se a um leite para lactentes,
com uma composição próxima do leite materno, que o substituirá ou será utili-
zado como complemento da mamada. O importante é que o alimento da crian-
ça se processe de forma correta.
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Para prematuros;
Adaptados;
De transição.
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As mães deverão praticar uma dieta saudável e variada, evitando comer gran-
des quantidades de qualquer alimento ou alimentos mais alergizantes que pos-
sam excitar o bebé.
Deve ser uma dieta equilibrada suficientemente rica em proteínas, evitando co-
midas muito temperadas que podem ter influências no leite e causar problemas
gástricos ao bebé. Para além disso, a mãe deve beber bastantes líquidos diari-
amente (3L).
Alguns conselhos:
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O bebé deve fazer 5 a 6 refeições, uma de papa sem glúten uma vez por dia e
as restantes de leite.
Três refeições de leite, uma de farinha láctea e uma de puré de legumes com
carne, mais uma sobremesa de fruta deverão ser o esquema alimentar do bebé
neste mês de vida.
A sopa inicia-se com azeite depois com o caldo de carne magra e só no fim a
carne que deverá ser de frango (sem pele nem gordura), coelho, borrego ou
vitela.
Duas refeições de leite, uma de farinha láctea com glúten e duas de caldos de
legumes com carne mais sobremesa de fruta.
A partir do 7º/8º mês poderá introduzir-se o peixe nas refeições que deverá ser
linguado, pescada, carapau e marmota.
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Deverá introduzir-se o iogurte (um por dia), apenas a gema de ovo, uma refeição
de garfo como complemento do caldo de legumes e uma sobremesa de fruta ou
sumo. O bebé deverá manter uma ou duas refeições de leite.
É ao 1º ano de vida que a criança deverá passar para o leite de vaca, consumir
queijo, legumes secos, compota ou marmelada e leite-creme ou pudim.
Estão indicados para os bebés a partir dos 4 meses, quando se inicia a alimen-
tação diversificada. Os boiões são géneros alimentícios à base de carne, peixes,
legumes, cereais e frutas.
Mas atenção, não se deverá fazer o uso sistemático deste tipo de alimento já
que contém sal e açúcares.
A pouco e pouco o regime alimentar da criança vai sendo cada vez mais diversi-
ficado, até ela poder mastigar à vontade, sem ser necessário moer os alimentos.
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Na sua maioria não traduzem nada de grave, apenas funcionam como uma
adaptação da criança ao mundo que a rodeia, à nova alimentação, à nova tem-
peratura, aos micro-organismos existentes no ar, aos materiais de novos produ-
tos em contacto com a sua pele.
4.1. DIARREIA
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4.2. OBSTIPAÇÃO
4.3. TEMPERATURA/FEBRE
Quando a criança tem febre, deve-se tentar baixar a temperatura corporal para
valores normais, ao mesmo tempo que se tenta descobrir aquilo que a provoca,
para atingir este objetivo os pais devem:
Vestir a criança com roupa ligeira, mas não a deixar com arrepios. Des-
te modo permite-se a libertação de calor em excesso;
Proporcionar um ambiente fresco;
Oferecer água para evitar a desidratação da criança devido ao aumento
do metabolismo basal;
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Administrar antipiréticos:
Paracetamol 10-15 mg/kg de 8 em 8 horas;
Ibuprofeno > 5-7 mg/kg/ 6 em 6 horas.
4.4. TOSSE
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Durante os primeiros tempos de vida torna-se essencial que o bebé tenha a via
nasal livre para que possa respirar sem quaisquer problemas. Este facto deve
ser motivo de mais atenção principalmente quando o bebé está a mamar ou a
tomar biberão pois poderá apenas respirar pelo nariz e se existir obstrução na-
sal, não se alimentará corretamente. A obstrução nasal surge por vezes associ-
ada à tosse e as constipações. Quando se manifesta obstrução nasal os pais
deveram proceder à sua desobstrução. Para isso utiliza-se soro fisiológico e
uma seringa (podem ser adquiridos na farmácia). Aspira-se o soro para a serin-
ga e introduz-se a ponta desta, em cada narina do bebé e administra-se uma
pequena quantidade do soro, cerca de 2 ml.
4.5. REGURGITAÇÃO
4.6. VÓMITOS
Quando os vómitos são ligeiros deve hidratar-se a criança, para evitar a desi-
dratação, que pode ser detetada através de sinais como: boca e lábios muito
secos, urina concentrada, estar muito tempo sem urinar (mais de 6 horas).
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A necessidade do uso das fraldas condiciona que uma das zonas mas sensíveis
do corpo do bebé seja o rabinho, cuja irritação mais frequente é a dermatite
vulgarmente chamada de “assadura” ou “rabinhos assados”.
Os sinais da dermatite podem variar desde uma simples ruborização, pele seca,
aparecimento de vesículas, até à descamação e formação de gretas. A dermati-
te pode ser dolorosa e causar muito desconforto ao bebé. Quando surgem de-
vem ser tratadas de imediato para evitar o risco de infeção.
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Como diz o velho ditado “mais vale prevenir que remediar”, e para prevenir a
dermatite devem ter-se alguns cuidados como:
Se possível, deixar o bebé sem fralda durante algum tempo. Em cada muda de
fralda, deverá cobrir-se toda a zona afetada com uma camada mais generosa
de pomada à base de óxido de zinco, ou vitamina A, e mudar-se a fralda o mais
frequentemente possível.
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5.1.1. CÓLICAS
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Esta situação atinge o seu pico por volta das seis a oito semanas após o parto e
tende a desaparecer, tão subitamente como surgiu, por volta dos três meses de
idade. As boas notícias são que menos de 10% dos bebés sofre de cólicas e,
mesmo os que sofrem, continuam a crescer e a ganhar peso de forma saudável.
É o caso dos bebés prematuros e dos bebés que estiveram sujeitos a um parto
difícil. A sua necessidade de comer e dormir é imprevisível.
Os pais, que se sentem impotentes para ajudar o seu bebé, se não tiverem al-
guma ajuda começam por ficar frustrados, cansados, ansiosos e sem paciência
para o próprio filho. Há mães que afirmam que durante o período das cólicas se
sentiam incapazes de gostar do bebé, porque sentiam que ele, aos poucos, lhes
estava a "arruinar a vida".
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O bebé pode chorar menos se for embalado ao colo, numa cadeira de baloiço,
ou numa espreguiçadeira. Eles parecem gostar de movimentos suaves e contí-
nuos. Pode-se optar também por dar uma volta de carro com o bebé. Alguns
bebés calam-se se forem colocados numa sala com algum barulho ou se saírem
à rua para passear ao colo de um adulto. As massagens suaves no abdómen e
no resto do corpo podem aliviar. O bebé gosta de ser tocado e a ligeira pressão
das massagens poderá fazer-lhe bem. Isto também ajuda a descontrair a mamã
e estreita os laços afetivos entre ela e o bebé, para além de fazer sentir à mamã
que está a fazer algo de útil para o ajudar.
Se o bebé estiver a ser alimentado com leite artificial, poderá experimentar dar-
lhe leite de soja ou mudar para outros tipos de leite, desde que sejam hipoaler-
génicos. É importante alimentar o bebé sempre que ele tiver fome, não tentando
forçá-lo a cumprir um horário rígido.
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A pele dos bebés é muito fina e sensível, tem geralmente, tendência para secar
e é facilmente irritável. Deve optar-se por produtos específicos para bebé, em
vez de usar produtos para adultos, demasiado agressivos para a sua pele.
Hoje em dia existe uma enorme variedade de produtos para o banho específi-
cos para o bebé e a todos os preços. A maior parte dos champôs de bebé não
arde nos olhos, mas é importante ter-se a certeza disso antes de os comprar,
pois se o bebé associar o banho com a dor, irá ser muito mais difícil convencê-
lo e a hora do banho será, para a mamã e para o bebé, um problema.
O sabonete líquido, uma vez que se torna mais fácil de usar e, porque está pro-
tegido pela embalagem, não adquire e, por conseguinte não transmite, tantas
bactérias ao bebé como o sabonete sem proteção. Mas líquido ou não, o impor-
tante é o sabonete do bebé tenha as seguintes características: deve ser neutro,
não deve ser demasiado perfumado, visto que as essências irritam e desgastam
a pele, não deve ser irritante para as mucosas, no caso de entrarem em contac-
to com os olhos, e, deve conter substâncias emolientes e protetoras da pele.
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A esponja utilizada no banho deve ser natural, para não irritar a pele do bebé.
Deve ser enxaguada e lavada periodicamente e renovada sempre que necessá-
rio.
Logo desde que nascem, os bebés gostam de brincar na água. Por isso mes-
mo, e para que a hora do banho nunca seja motivo para uma birra, existem os
brinquedos de plástico, de vinil, de esponja, ou de qualquer material que flu-
tue. Os bebés gostam e o banho torna-se mais fácil e divertido. Enquanto o
bebé estiver entretido a brincar, a mamã pode dar-lhe banho rapidamente e
sem choro.
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O banho deve ser diário, a melhor altura para dar banho ao bebé é de noite se
for um bebé irrequieto, porque assim ajuda-o a relaxar e a dormir melhor. Se
pelo contrário se tratar de um bebé sossegado o ideal é dar-se banho de ma-
nhã, dessa maneira irá espevitá-lo.
A banheira do bebé;
Toalha;
Sabonete de bebé;
Esponja;
Uma fralda limpa;
Creme protetor;
Termómetro;
Roupa.
O banho não deve ser demasiado longo, pois para além de ser mais cansativo,
tanto para mamã como para o bebé, ele pode vir a constipar-se.
A seguir procede-se à limpeza dos olhos, para isso utiliza-se uma compressa
embebida em água ou soro fisiológico, que se deverá passar cuidadosamente
pelas extremidades das pálpebras, levando-a depois da parte externa do olho
até à parte interna. Devem ser preparadas duas compressas, uma para cada
olho.
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A operação de ensaboar deve ser efetuada de cima para baixo, lavando primei-
ro o rosto e depois o corpo. É aconselhável lavar o cabelo no início do banho,
com um champô especial e mediante movimentos circulares que alcancem a
totalidade do couro cabeludo, não havendo necessidade de esfregar com inten-
sidade. Quando se enxaguar, deve tentar evitar-se que entre água ou espuma
para os olhos.
Para lavar e enxaguar as costas do bebé, o ideal é segurá-lo pelo braço esquer-
do, de modo a incliná-lo sobre o braço e pulso direito. Convém que todas estas
operações sejam feitas de uma forma rápida, mas sem brusquidão, de maneira
a que o bebé não sinta frio nem seja magoado.
5.2.4.1. Os ouvidos
5.2.4.2. O nariz
A limpeza do nariz deve ser realizada com um algodão enrolado na ponta dos
dedos, que pode ser embebido num pouco de óleo para bebés, apenas se o
nariz estiver excessivamente seco. Não se deve introduzir demasiado o algodão
nos orifícios nasais, já que o nariz do bebé é limpo quando este espirra. Neste
caso, é igualmente pouco aconselhável a utilização de cotonetes.
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5.2.4.3. As unhas
Para tratar das unhas do bebé, muito pequenas e sensíveis, todo o cuidado é
pouco, são tão finas e estão tão coladas à pele, que existe sempre o risco de
magoar o bebé. Se as tiver muito longas, utiliza-se uma pequena lima, ao fim
de alguns dias, já podem ser cortadas. Devem ser cortadas uma vez por se-
mana, com uma tesoura redonda nas pontas, com uma lâmina que corte sem
ser aguçada e cortam-se sempre de forma quadrada. Algumas pessoas prefe-
rem usar um corta unhas especial para bebé. Devem ser cortadas depois do
banho, quando estão mais moles, ou enquanto dorme, se se trata de um bebé
irrequieto.
5.2.4.4. O cabelo
A maior parte dos bebés não tem, nos primeiros meses de vida, cabelo que jus-
tifique ser todos os dias penteado, mas à medida que se vão desenvolvendo, o
seu cabelo vai crescendo e tem de ser cuidado. Por isso é aconselhável ter dis-
ponível uma escova e um pente próprios para o cabelo do bebé. A escova, na-
turalmente, terá de ser pequena, suave e macia e o pente deverá ter pontas ar-
redondadas.
É uma reação à secreção láctea, mais frequente quando o bebé recebe leites
artificiais, embora também suceda com os bebés alimentados pelo peito. Apa-
rece nas sobrancelhas e na cabeça, é algo próprio dos primeiros meses que
depois desaparece. Esta descamação ou eczema está relacionada com a que o
recém-nascido apresenta em todo o corpo, mas é localizada e bastante mais
pronunciada, já que são, como o seu nome indica, crostas. O tratamento deve
ser decidido pelo Pediatra.
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O cordão umbilical vai secando até cair, entre o quinto e o décimo dia, deixando
uma pequena ferida que expelirá secreções ainda durante alguns dias. Por isso
é necessário cuidar do umbigo de forma especial até estar completamente cica-
trizado, razão pela qual é necessário tomar algumas precauções.
A roupa mais apropriada para o bebé nos primeiros dias, desde que a tempera-
tura o aconselhe, será bastante leve e larga de forma a permitir que o ar seque o
cordão e o faça a cair mais depressa.
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5.3. DENTIÇÃO
Não é necessário limpar a boca do bebé enquanto o bebé não possui dentes.
Por outro lado o que se deve observar é a possível existência de Muguet (fun-
gos), que cobrem a língua e a mucosa bocal com uma película branca. É impor-
tante detetá-los, porque se não são tratados, estes fungos passam para o intes-
tino e provocam, entre outras coisas, diarreia. Para preveni-los, é necessário
limpar os mamilos imediatamente depois de cada mamada com uma solução
preparada com um copo de água e duas colheres de bicarbonato.
Os primeiros dentes do bebé, surgem por volta dos seis meses. Os primeiros a
surgir são os incisivos centrais inferiores, aos quais se seguirão, alguns meses
mais tarde, os superiores. Por volta dos doze meses nascem os incisivos late-
rais.
Quando um dente está prestes a nascer, a gengiva fica inflamada e pode apare-
cer uma mancha avermelhada na bochecha. A criança produz excesso de sali-
va, fricciona os dois maxilares, morde tudo o que encontra ao seu alcance e
pode chorar com mais frequência.
Logo que surjam os primeiros dentes inicia-se a higiene dentária, para isso os
pais devem limpar os dentes do bebé utilizando uma compressa molhada em
água tépida. Para além da higiene, e para que os primeiros dentinhos se mante-
nham saudáveis, é necessário evitar o uso excessivo de chucha e utilizar as
chamadas chuchas “anatómicas”.
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5.4. O SONO
É conveniente manter uma rotina razoável, para que a criança durma, mas a
hora de ir para a cama têm de ser ajustada às necessidades de cada criança.
A partir dos 6/7 meses, pode dormir a noite toda sem acordar, com 3 intervalos
de vigília durante o dia, intercalados com sonos prolongados.
O primeiro ano de vida da criança é marcado por vários motivos para pertur-
bação do sono: Cólicas, maior suscetibilidade a obstrução nasal, fome na ma-
drugada, erupção de dentes, sensibilidade às variações de temperatura do
ambiente e pela própria característica do sono, menos profundo que em lac-
tentes maiores.
Até aos 3 meses de vida, grande parte dos bebés nunca dormiu cinco horas
seguidas, já aos 12 meses, a grande maioria deles dorme pelo menos 5 a 6 ho-
ras seguidas durante a noite. Por volta dos dois, praticamente 100% das crian-
ças já dorme a noite toda. No geral, até 1 ano a criança dorme pelo menos duas
sestas.
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Existem diversos sinais de sono, na criança, que é importante aos pais tomarem
conhecimento para puderem detetar quando o seu bebé está com sono.
O tempo que o bebé dorme vai também depender da vida quotidiana do seu
seio familiar daí que seja possível “educar” os hábitos de sono do bebé.
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Por muitos anos predominou a ideia de que a posição de decúbito ventral seria
a mais confortável e segura para os bebés.
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6. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR
O brincar é uma atividade muito importante para o desenvolvimento da criança.
O brincar terapêutico é uma forma da criança lidar melhor com as suas preocu-
pações e permite também aos profissionais aperceberem-se dos medos, senti-
mentos e necessidades da criança.
Através do brincar pode comunicar-se com a criança de uma forma mais próxi-
ma. Comunicamos ao seu nível, o que lhe permite uma melhor expressão dos
seus sentimentos.
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Nos hospitais dos dias de hoje há uma maior consciência para o sofrimento da
criança.
Em vez de salas frias e brancas dos hospitais, uma sala de brincar num hospital
tem um ambiente adequado à criança, especialmente pensado nela.
Existem muitas atividades que são realizadas com as crianças, atividades orga-
nizadas por educadoras de infância e terapeutas, como os teatros, visita dos
palhaços, brinquedos apelativos das pediatras, livros, com o objetivo de os abs-
trair do contexto em que estão envolvidos.
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Estará disponível para o que for necessário, prestará cuidados àqueles que os
pais não puderem estar presentes, esclarecerá dúvidas de procedimentos e
localização de material e, como em qualquer outro serviço, proporcionará a lim-
peza e higiene das unidades dos doentes, reporá material. Deve ter os cuidados
com a roupa já descritos e providenciar a recolha e separação dos lixos.
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CONCLUSÃO
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RESUMO
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AUTOAVALIAÇÃO
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a) É totalmente desaconselhada.
b) Só deve ser realizada a horas do dia previamente definidas.
c) Permite preparar a criança para o internamento e para as situações com
que terá de lidar.
d) Só os pais devem perder tempo com isso.
a) A partir dos 6/7 meses, pode dormir a noite toda sem acordar, apenas
com 1 sono prolongado após o almoço (sesta).
b) Por volta dos 2 anos, praticamente 100% das crianças ainda não dorme
a noite toda.
c) Aos 12 meses é esperado que a criança acorde de 3/3h durante a noite.
d) Durante os primeiros 4 meses de vida o bebé dorme entre 15 a 20 hora
diárias.
14. São sinais de que o cordão umbilical está com uma boa evolução cica-
tricial:
15. Apesar de ninguém saber ao certo o que causa as cólicas nos bebés,
as razões mais frequentemente apontadas são:
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SOLUÇÕES
1. c 2. a 3. d 4. b 5. d
6. b 7. b 8. c 9. a 10. d
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Oncologia Pediátrica.
http://www.oncologiapediatrica.org/index.php?site/ver_artigo/270.
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pdf
Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança relativo
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http://www.unicef.pt/docs/pdf/protocolo_facultativo_criancas_em_confl
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Unicef – Slide Show – Direitos das Crianças.
http://www.unicef.pt/slideshow/slide1.html.
Um mundo para as crianças - Relatório da Sessão Especial da Assem-
bleia Geral das Nações Unidas sobre a Criança - As metas das Nações
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http://www.unicef.pt/docs/pdf_publicacoes/um_mundo_para_criancas.pdf
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