Você está na página 1de 100

1

Enfermagem Materno
Infantil

Jéssica Souza, 2022


2

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................03/04
2. DOS DIREITOS....................................................................04/13
3. ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO..........13/14
4. ENFERMAGEM GINECO-OBSTÉTRICA....................................14
5. SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA......................................14/15
6. ABORDAGEM PRÉ-CONCEPCIONAL.......................................15
7. IDADE FÉRTIL.........................................................................16
8. SUSPEITA OU DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ.....................16/18
9. GESTAÇÃO.........................................................................18/20
10. ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO.............................20/21
11. PERÍODO EMBRIONÁRIO E FETAL.................................21
12. DESEMVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO E FETAL..............21
13. ANEXOS DO EMBRIÃO E FETO..................................21/22
14. CONFIRMAÇÃO DA GRAVIDEZ..................................22/23
15. AÇÕES IMEDIATAS APÓS A CONFIRMAÇÃO DA
GESTAÇÃO..............................................................................23
16. O PRÉ NATAL.............................................................23/25
17. O FOCO DOS CUIDADOS NO PRÉ NATAL......................25
18. ACOMPANHAMENTO LONGITUDINAL...........................25
19. ASSISTÊNCIA AO PRÉ NATAL DE RISCO
HABITUAL..........................................................................25/28
20. PROCEDIMENTOS DO PRÉ NATAL............................28/34
21. QUEIXAS MAIS COMUNS NA GRAVIDEZ........................34
22. GESTAÇÃO DE RISCO....................................................35
23. FATORES DE RISCO GESTACIONAL..........................36/37
24. GESTAÇÃO DE ALTO RISCO......................................37/40
25. MORTALIDADE MATERNA..............................................40
26. CONDIÇÕES PATOLÓGICAS INERENTES AO ESTADO
GRAVÍDICO.........................................................................41/43
27. MORBIDADES PREVALENTES NA GESTAÇÃO..........43/55
28. SÍNDROMES HEMORRÁGICAS NA GESTAÇÃO.........55/62
29. ALTERAÇÕES DO LÍQUIDO AMINIÓTICO..................62/65
30. GRUPOS DE APOIO A MULHER E A GESTANTE..............65
31. O PARTO....................................................................67/78
32. O PUERPERIO............................................................78/81
33. PRÁTICAS HUMANIZADAS NO PARTO......................81/83
3

34. CUIDADOS COM RN NA SALA DE PARTO..................83/85


35. ALEITAMENTO MATERNO..............................................85
36. PUERICULTURA........................................................85/88
37. ALIMENTAÇÃO INFANTIL..........................................88/89
38. SUPLEMENTAÇÃO..........................................................89
39. CUIDADOS FRENTE A VIOLÊNCIA..................................90
40. QUEIXAS MAIS COMUNS NA INFÂNCIA....................91/97
41. PROGRAMA NACIONAL DE TRIAGEM
NEONATAL.........................................................................97/98
42. TERMINOLOGIAS RELACIONADAS A ENFERMAGEM
OBSTÉTRICA......................................................................98/99
43. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................100

Introdução
As ações as ações de atenção à mulher são prioridades e se expressam por meio
da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM).
O documento da PNAISM incorpora, num enfoque de gênero, a integralidade e a
promoção da saúde como princípios norteadores e busca consolidar os avanços no
campo dos direitos sexuais e reprodutivos, com ênfase na melhoria da atenção
obstétrica, no planejamento reprodutivo, na atenção ao abortamento inseguro e aos
casos de violência doméstica e sexual.
Objetivos gerais da PNAISM:
• Promover a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres brasileiras,
mediante a garantia de direitos legalmente constituídos e ampliação do acesso aos
meios e serviços de promoção, prevenção e assistência e recuperação da saúde
em todo o território brasileiro.
• Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no Brasil,
especialmente por causas evitáveis, em todos os ciclos de vida e nos diversos
grupos populacionais, sem discriminação de qualquer espécie.
• Ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no Sistema
Único de Saúde.
Com o objetivo de promover e proteger a saúde da criança e o aleitamento materno,
o Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da
Criança (PNAISC). A política abrange os cuidados com a criança da gestação aos
9 anos de idade, com especial atenção à primeira infância e às populações de maior
vulnerabilidade, visando à redução da morbimortalidade e um ambiente facilitador
à vida com condições dignas de existência e pleno desenvolvimento.
Os pilares da política são:
4

Dos Direitos

Direitos da Mulher

Segundo a Organização das Nações Unidas - ONU os 12 direitos das mulheres


são:
1. Direito à vida

2. Direito à liberdade e a segurança pessoal

3.Direito à igualdade e a estar livre de


todas as formas de discriminação.
5

4. Direito à liberdade de pensamento

5. Direito à informação e a educação

6. Direito à privacidade

7. Direito à saúde e a proteção desta


6

7.Direito a construir relacionamento conjugal e


a planejar sua família

9.Direito à decidir ter ou não ter filhos e quando tê-los

10. Direito aos benefícios do progresso científico

11. Direito à liberdade de reunião e participação política


7

12.Direito a não ser submetida a torturas e maltrato

Direitos da Criança
A Declaração dos Direitos da Criança
Durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 20 de novembro de 1959,
que representantes de centenas de países aprovaram a Declaração dos Direitos
da Criança. Ela foi adaptada da Declaração Universal dos Direitos Humanos, só
que voltada para a criança.
A Declaração dos Direitos da Criança tem 10 princípios:
8
9
10

Toda criança tem direito a:

• Ser registrada gratuitamente.


• Realizar o teste do pezinho entre o 3º e o 5º dia de vida.
• Ter acesso a serviços de saúde de qualidade.
• Ter acesso à escola pública e gratuita perto do lugar onde mora.
• Receber gratuitamente as vacinas indicadas no calendário básico de
vacinação.
• Ter direito de viver intensamente a infância.
• Ter acesso à água potável e alimentação adequada.
• Ser acompanhada em seu crescimento e desenvolvimento.
• Ser acompanhada pelos pais durante a internação em hospitais.
• Viver em um lugar limpo, ensolarado e arejado.
• Ter oportunidade de brincar e aprender.
• Viver em ambiente afetuoso e sem violência.
No Brasil, os direitos das crianças estão amparados pela lei n.º 8.069/1990,
o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A lei prevê medidas para garantir
condições de vida saudáveis e dignas para crianças (até 12 anos) e para
adolescentes (até 18 anos).
Leia mais sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Direitos da Gestante (O.M.S.)


Os dez Direitos da Gestante, promulgados pela Organização Mundial de Saúde. Se
você estiver grávida, exerça-os, fazendo assim a sua parte para ter um parto do
jeito que mais desejar!
1. Receber informações sobre gravidez e
escolher o parto que deseja.
11

2. Conhecer os procedimentos rotineiros do parto.

3. Não se submeter a tricotomia (raspagem dos pelos) e a


enema (lavagem intestinal), se não desejar.

4. Recusar a indução do parto, feita apenas por conveniência


do médico (sem que seja clinicamente necessária).

5. Não se submeter à ruptura artificial da bolsa


amniótica, procedimento que não se justifica
cientificamente, podendo a gestante recusá-lo.
12

6. Escolher a posição que mais lhe convier durante o trabalho de


parto.

7. Não se submeter à episiotomia (corte do períneo),


que também não se justifica cientificamente,
podendo a gestante recusá-la.

8. Não se submeter a uma Cesárea, a menos que haja


riscos para ela ou o bebê (o que pode ocorrer,
estatisticamente, em torno de 20% dos casos,
embora o índice de Cesáreas na rede hospitalar
privada, no Brasil, esteja em torno de 80%).
13

9. Começar a amamentar seu bebê sadio logo após o parto.

10. A mãe pode exigir ficar junto com seu bebê recém-nascido sadio.

Anatomia do Sistema Reprodutor Feminino


14

Enfermagem Gineco-obstétrica

Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva


15

A equipe da Atenção Básica porta de entrada para as ações em saúde,


devem estar preparadas para abordagem dos direitos sexuais e
reprodutivos, utilizando-se de ações clínicas preventivas, educativas,
oferta de informações e dos meios, métodos e técnicas de orientação
para a regulação da fecundidade.
Estas ações devem estar fundamentadas nos princípios de igualdade,
equidade, não discriminação quanto à origem sexual, expressão
identidade de gênero, religião e raça/cor. Fazem parte dessas ações:
• educação em saúde
• entrega de preservativos masculinos ou femininos
• métodos anticoncepcionais
• anticoncepção de emergência
• profilaxia pós exposição (PEP)
Abordagem pré-concepcional
Entende-se por avaliação pré-concepcional a consulta que o casal faz
antes de uma gravidez, objetivando identificar fatores de risco ou
doenças que possam alterar a evolução normal de uma futura
gestação. Constitui, assim, instrumento importante na melhoria dos
índices de morbidade e mortalidade materna e infantil.
A abordagem pré-concepcional deve contemplar:
➢ Orientação nutricional
➢ orientação quanto ao uso de medicamentos
➢ avaliação das condições de trabalho
➢ ensinar a calcular o período ovulatório
➢ orientar suspensão de métodos anticoncepcionais
➢ administração preventiva de ácido fólico
➢ oferta testagem rápida para ISTs, Exame de toxoplasmose e
rubéola
➢ ofertar tratamento etiológico para ISTs, e orienta ações para a
redução de Transmissão vertical
➢ realização de exame citopatológico do colo uterino
➢ Controle das condições clínicas preexistentes
➢ Atenção especial aos casos de uso de álcool e drogas
A atenção em planejamento familiar contribui para a redução da
morbimortalidade materna e infantil na medida em que:
16

• diminui o número de gestações não desejadas e de abortamentos


provocados;
• diminui o número de cesáreas realizadas para fazer a ligadura
tubária;
• diminui o número de ligaduras tubárias por falta de opção e de
acesso a outros métodos anticoncepcionais;
• diminui o número de gestações não desejadas e de abortamentos
provocados;
• diminui o número de cesáreas realizadas para fazer a ligadura
tubária;
• diminui o número de ligaduras tubárias por falta de opção e de
acesso a outros métodos anticoncepcionais;
Idade Fértil
Uma boa parcela da população total de um território de saúde é de mulheres
em idade fértil, definida como a faixa etária de 10 a 49 anos.

Suspeita ou Diagnostico de Gravidez


O sintoma mais comumente identificado para a suspeição de gravidez é o atraso
menstrual. Outros sintomas e sinais comuns ou específicos podem compor o
quadro, possibilitando a confirmação da gestação.
17

O diagnóstico pode ser feito por análise clínica, ultrassonografia ou exame


laboratorial.
18

Gestação
A gestação é um fenômeno fisiológico e, por isso, sua evolução se dá, na
maior parte dos casos, sem intercorrências. Apesar desse fato, existe parcela
pequena de gestantes que, por serem portadoras de alguma doença, sofrerem
algum agravo ou desenvolverem problemas, apresentam mais probabilidade de
evolução desfavorável – seja para o feto como para a mãe.

A duração das gestações únicas é de, em média, 40 semanas (280 dias) a partir
do primeiro dia da data da última menstruação até a data estimada do parto.

Durante a gestação o organismo sofre alterações, favorecendo o período


gestatório. O conhecimento dessas alterações é fundamental, visando reconhecer
quais são fisiológicas e quais são patológicas. As mudanças que ocorrem no
organismo materno são decorrentes de reações ao concepto, alterações
hormonais, modificações bioquímicas, e modificações anatômicas e mecânicas
geradas pelo crescimento do feto ao longo da gravidez.
19

Modificações Mamárias:
• Aumento do volume mamário, acentua-se a coloração da aréola, surge o
colostro no final da gestação.

Modificações Uterinas:
• Aumento do volume uterino e contrações uterinas no trabalho de parto.

Modificações Vaginal e Vulva:


• Apresenta coloração vinhosa, edema fisiológico.
• A vulva apresenta coloração acastanhada e edema fisiológico.
20

Etapas do Desenvolvimento:
• Fecundação: encontro do espermatozoide com o óvulo na tuba uterina.
Após esse encontro ocorre a nidação.

• Nidação: deslocamento do óvulo fecundado pela tuba uterina, até sua


implantação no endométrio. Ocorre entre o 5º e 8º dia da fecundação.
21

Período Embrionária e Fetal:


• Inicia-se quando o espermatozoide se funde com o ovulo.
• Período embrionário: caracterizado pela formação de todos os órgãos, se dá
por volta da 8ª semana.
• Período fetal: a partir da 8ª semana até o fim da gestação. Fase em que
ocorre amadurecimento e crescimento de tecidos, órgãos e do feto.

Desenvolvimento Embrionário e Fetal:


O desenvolvimento fetal se dá em uma sequência contínua após a
fecundação.

Anexos do Embrião e do Feto:


• Placenta: função de produzir hormônios, troca gasosa, de nutrientes e
eletrólitos.
• Se forma por completo entre o 4º e 5º mês de gestação.
22

• Possui duas faces: a materna, adere ao útero e a fetal, interna voltada para
o feto.

• Cordão umbilical: linha de ligação entre a placenta e o feto. Possui duas


artérias para circulação de CO² e uma veia para circulação de O².
• Sistema Amniótico: líquido que protege contra traumas, amortece choques
mecânicos, favorece crescimento do musculo esquelético, pulmões e TGI.
Barreira contra infecções.
• Cório: membrana externa que reveste a placenta.
• Âmnio: fina membrana que reveste todo o interior da cavidade onde se
encontra o feto.

Confirmação da Gravidez
• Inicia-se o Pré-natal
• Após a confirmação da gravidez, em consulta médica ou de enfermagem,
dá-se início ao acompanhamento da gestante, com seu cadastramento no
e-SUS.
23

• Os procedimentos e as condutas que se seguem devem ser realizados


sistematicamente e avaliados em toda consulta de pré-natal.
• As condutas e os achados diagnósticos sempre devem ser anotados na
Ficha de Pré-natal e no Cartão da Gestante.
• A partir desse momento, a gestante deverá receber as orientações
necessárias referentes ao acompanhamento de pré-natal: sequência de
consultas (mensalmente, se possível), visitas domiciliares e grupos
educativos.
• Deverão ser fornecidos:
✓ O Cartão da Gestante, com a identificação preenchida, o número do Cartão
Nacional da Saúde, o hospital de referência para o parto e as orientações
sobre este;
✓ O calendário de vacinas e suas orientações;
✓ A solicitação dos exames de rotina;
✓ As orientações sobre a participação nas atividades educativas (reuniões e
visitas domiciliares)

Ações Imediatas Após a Confirmação da Gestação:

O Pré-Natal
A mulher deve procurar o serviço médico caso suspeite ou confirme o
diagnóstico de gravidez.
O pré-natal é caracterizado pelo atendimento em saúde fornecido à mulher
durante a gestação, tendo como objetivos:
✓ Diagnosticar doenças pré-existentes
✓ Encaminhar gestantes de alto risco ao atendimento especializado
✓ Fornecer apoio social e psicológico
✓ Orientação para os tipos de parto
✓ Estimular o aleitamento materno.
✓ Educar para o cuidado com a criança
24

✓ Educar para o cuidado com sua saúde


✓ Evitar uso de medicações ou alimentos que possam prejudicar a gestação.
✓ Tratar os distúrbios habituais da gravidez.
✓ Monitorar condições da gestante, da gestação e evolução do feto.
✓ Fazer prevenção e tratamento de doenças específicas da gestação
✓ Acolher a mulher e a família.
A partir desse momento, a gestante deverá receber as orientações necessárias
referentes ao acompanhamento de pré-natal: sequência de consultas
(mensalmente, se possível), visitas domiciliares e grupos educativos.
No Brasil, a partir desse momento, o Ministério da Saúde recomenda que sejam
realizadas no mínimo seis consultas, intercaladas entre o médico e o enfermeiro:
✓ 01 no primeiro trimestre
✓ 02 no segundo trimestre
✓ 03 no terceiro trimestre
Sempre que possível, as consultas devem ser realizadas conforme o seguinte
cronograma:
✓ Até 28ª semana – mensalmente;
✓ Da 28ª até a 36ª semana – quinzenalmente;
✓ Da 36ª até a 41ª semana – semanalmente.

A Importância da Assistência ao Pré-Natal:


O objetivo do acompanhamento pré-natal é assegurar o desenvolvimento da
gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a
saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades
educativas e preventivas.
No contexto da assistência integral à saúde da mulher, a assistência pré-natal
deve ser organizada para atender às reais necessidades da população de
gestantes, mediante a utilização dos conhecimentos técnico-científicos existentes
e dos meios e recursos disponíveis mais adequados para cada caso.
25

O Foco dos Cuidados No Pré-natal

Acompanhamento Longitudinal
Os fatores determinantes da saúde da gestante são inúmeros e de diferentes
naturezas, requerendo abordagem ampla da situação. Assim, a gestante se
beneficia do atendimento realizado por equipe multiprofissional desde o primeiro
momento.
A porta de entrada para o atendimento inicial a gestante, preferencialmente são
as Unidade de Atenção Básica (UABS).
Preferencialmente, o pré-natal deve ser iniciado até a 12ª semana de gestação
com acolhimento e classificação de risco, observando-se as singularidades e
vulnerabilidade das gestantes para encaminhamentos, caso necessário, à equipe
multiprofissional.

Assistência pré-natal de risco habitual


No contexto da atenção integral à saúde da mulher, a assistência pré-natal
de risco habitual objetiva assegurar o acompanhamento e a avaliação do impacto
das ações sobre a saúde materna e perinatal, inclusive com enfoque psicossocial
e educativo, para garantia do parto de um recém-nascido saudável (BRASIL, 2012).
A Unidade de Atenção Básica (UABS) deve garantir os 10 Passos para o
Pré-Natal de Qualidade.
26

O Enfermeiro e o Médico
• Devem se alternar nas consultas subsequentes, mas com a atenção para
uma gestão integrada do cuidado de cada gestante e do grupo de gestantes.
• A atuação interdisciplinar é favorecida pela discussão de casos, pelo apoio
recíproco nas ações de cuidado e pelo planejamento junto das intervenções.

O ACS – agente comunitário de saúde


• O ACS deve ser instrumentalizado para realizar, durante a visita domiciliar,
a identificação de sinais de alerta e fatores de risco, bem como as
orientações relativas às situações monitoradas no Cartão da Gestante.
27

O Técnico em Enfermagem
Deve:
• Ter conhecimento e habilidade para a mensuração de dados vitais e
antropométricos,
• Saber a identificação de fatores de risco, a vigilância de sinais de alerta,
• Realizar a avaliação do quadro vacinal, a administração de vacinas e
medicamentos,
• Realizar preenchimento e monitoramento da Caderneta da Gestante, quanto
a medidas antropométricas
• Passar orientação para as gestantes e seus familiares, e a participação em
ações educacionais.
• Todas as ocasiões de contato com a gestante devem ser aproveitadas para
vigilância e monitoramento.

Equipe de Saúde Bucal do Estratégia Saúde da Família


28

• A eSF-SB deve realizar avaliação da saúde bucal da gestante, para


identificar morbidades que podem comprometer o bom desenvolvimento da
gestação, em especial a doença periodontal, associada à prematuridade.

Procedimentos do pré-natal
• Cálculo da idade gestacional: Realizado para descobrir a idade do embrião
ou feto em semanas. Os métodos para esta estimativa dependem da data
da última menstruação (DUM), que corresponde ao primeiro dia de
sangramento do último ciclo menstrual referido pela mulher.
1. Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida e certa: É o
método de escolha para se calcular a idade gestacional em mulheres
com ciclos menstruais regulares e sem uso de métodos
anticoncepcionais hormonais.
✓ Uso do calendário: some o número de dias do intervalo entre a DUM
e a data da consulta, dividindo o total por sete (resultado em
semanas);
29

✓ O uso de disco (gestograma): coloque a seta sobre o dia e o mês


correspondentes ao primeiro dia e mês do último ciclo menstrual e
observe o número de semanas indicado no dia e mês da consulta
atual.

2. Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece


o período do mês em que ela ocorreu:
Se o período foi no início, meio ou fim do mês, considere como data da última
menstruação os dias 5, 15 e 25, respectivamente. Proceda, então, à utilização de
um dos métodos descritos
3. Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos:
Quando a data e o período do mês não forem conhecidos, a idade
gestacional e a data provável do parto serão, inicialmente, determinadas por
aproximação, basicamente pela medida da altura do fundo do útero e pelo toque
vaginal, além da informação sobre a data de início dos movimentos fetais, que
habitualmente ocorrem entre 18 e 20 semanas.
30

Pode-se utilizar a altura uterina e o toque vaginal, considerando-se os seguintes


parâmetros:
• Até a 6ª semana, não ocorre alteração do tamanho uterino;
• Na 8ª semana, o útero corresponde ao dobro do tamanho normal;
• Na 10ª semana, o útero corresponde a três vezes o tamanho habitual;
• Na 12ª semana, o útero enche a pelve, de modo que é palpável na sínfise
púbica;
• Na 16ª semana, o fundo uterino encontra-se entre a sínfise púbica e a cicatriz
umbilical;
• Na 20ª semana, o fundo do útero encontra-se na altura da cicatriz umbilical;
• A partir da 20ª semana, existe relação direta entre as semanas da gestação
e a medida da altura uterina. Porém, este parâmetro torna-se menos fiel a
partir da 30ª semana de idade gestacional.

Cálculo da Data Provável do Parto:


Regra de Näegele

• Calcula-se a data provável do parto levando-se em consideração a duração


média da gestação normal (280 dias ou 40 semanas, a partir da DUM),
mediante a utilização de calendário.
• Com o disco (gestograma), coloque a seta sobre o dia e o mês
correspondentes ao primeiro dia e mês da última menstruação e observe a
seta na data (dia e mês) indicada como data provável do parto.
❖ Quando não for possível determinar clinicamente a idade
gestacional, deve ser solicitado o mais precocemente possível a
ultrassonografia obstétrica.
31

Exames Realizados na Gestação:


• Triagem Neonatal:
A Triagem Pré-Natal é dividida em duas fases Primeira Fase: são realizados
15 exames A coleta é feita no início da gestação
✓ Toxoplasmose (IgG/IgM);
✓ Rubéola (IgG/IgM);
✓ Citomegalovírus (IgG/IgM);
✓ Sífilis;
✓ HIV;
✓ Doença De Chagas;
✓ HBsAG;
✓ Anti HBC
✓ Anti-HCV;
✓ HTLV;
✓ TSH e Variantes de Hemoglobinas.
Modelo do cartão de coleta 1ª fase:

Segunda Fase: são realizados 03 exames A coleta é feita a partir da 28ª semana
de gestação.

✓ Toxoplasmose (IgM)
✓ Sífilis
✓ HIV
32

Modelo do cartão de coleta 2ª fase:

Acesse o link e veja como realizar a coleta: https://www.as.saude.ms.gov.br/wp-


content/uploads/2021/03/Treinamento-SES-Coleta-Pre-Natal.pdf

Relação de Exames de Rotina Segundo o Período Gestacional:


33

Ecografias obstétricas:
Numa gravidez de baixo risco deve ser realizadas 3 ecografias obstétricas. São
realizadas em diferentes fases da gravidez e são diferentes os seus objectivos.

A ecografia do primeiro trimestre (11-13+6 semanas) é importante para:


Confirmar se o feto está vivo (determinação da viabilidade fetal);

• Determinar o tempo de gravidez e data provável do parto;


• Determinar o número de fetos (gravidez única ou múltipla);
• Determinar o tipo de gravidez gemelar;
• Medição transluscência da nuca (principal marcador de cromossomopatias
e anomalias cardíacas);
• Avaliação de outros marcadores de cromossomopatias (presença de osso
nasal, medição do ducto venoso e ver se há regurgitação da válvula
tricúspide);
• Diagnosticar precocemente a existência de grandes malformações fetais;

A ecografia do segundo trimestre ou ecografia morfológica (20-22 semanas) é


importante para:

• Avaliação do crescimento fetal (detectar atrasos crescimento precoces);


• Diagnóstico de malformações fetais;
• Avaliação de marcadores cromossómicos do 2º trimestre;
• Localização e avaliação da placenta;
• Avaliação do líquido amniótico e avaliação dos vasos do cordão umbilical;
• Diagnóstico/confirmação do sexo fetal;
• Medição do colo útero para rastrear o parto pré-termo;
• Medição do doppler das artérias uterinas (vasos maternos) para
determinação de risco de aparecimento de pré-eclâmpsia.

A ecografia do terceiro trimestre (30-32 semanas) é importante para:

• Avaliação do crescimento e bem-estar fetal;


• Detectar malformações fetais de aparecimento tardio;
• Localização placenta;
34

• Avaliação do líquido amniótico;


• Fluxometria do cordão umbilical e do feto (avaliação da circulação placentar
e fetal);

Queixas mais comuns na gravidez

Náusea e vômito: ocorrem especialmente nos primeiros meses de gestação, . O


tratamento consiste no apoio e na alimentação fracionada.

Ptialismo ou sialorreia: aumento da salivação

Pirose/azia: causada pelo refluxo gastroesofágico. Orientar refeições fracionadas;

Gengivite: agendar atendimento odontológico para avaliação e promoção do


tratamento;

Constipação intestinal: redução da motilidade da musculatura lisa causada pela


ação da progesterona na gravidez.

Tontura e vertigem: evitar mudanças bruscas de posição

Cãibras: frequentes na segunda metade da gestação e acometem mais os


membros inferiores.

Varizes: orientar a evitar permanência prolongada na posição de pé ou sentada e


a repousar por 20 minutos com membros elevados, em ângulo de 45 graus, sempre
que possível ao longo do dia

Edema: orientar o uso de meias elásticas de média compressão

Hemorroidas: são vasos do plexo hemorroidário, que podem sangrar ou mesmo


sediar uma trombose. Orientar alimentação rica em fibras e laxativa e hidratação

Dor lombar e dor hipogástrica: orientar a realizar exercícios indicados na


gestação e sob supervisão
35

Polaciúria: orientar eliminação vesical com frequência maior ao longo do dia

Corrimento vaginal: reforçar cuidados básicos de higiene e prevenção de


infecções sexualmente transmissíveis (IST).

Gestação de Risco
A identificação de risco deverá ser iniciada na primeira consulta de pré-natal e
deverá ser dinâmica e contínua, sendo revista a cada consulta.
As gestantes em situações de alto risco exigirão, além do suporte no seu
território, cuidados de equipe de saúde especializada e multiprofissional,
eventualmente até em serviço de referência secundário ou terciário com instalações
neonatais que ofereçam cuidados específicos.
36

Fatores De Risco Gestacional


37

Os fatores de risco são condições ou aspectos biológicos, psicológicos ou


sociais associados estatisticamente a maiores probabilidades futuras de morbidade
ou mortalidade.

É fundamental que a hierarquização da assistência pré-natal, com suas vias


de encaminhamento, de referência e contrarreferência, seja bem planejada, bem
desenhada e eficiente.

Gestação de Alto Risco


A gestação é um fenômeno fisiológico e deve ser vista pelas gestantes e
equipes de saúde como parte de uma experiência de vida saudável que envolve
mudanças dinâmicas do olhar físico, social e emocional. No entanto, devido a
alguns fatores de risco, algumas gestantes podem apresentar maior probabilidade
de evolução desfavorável. São as chamadas “gestantes de alto risco”.
Condições que indicam maior risco de desenvolvimento de patologias com
potencial de óbito materno-fetal, que devem ser consideradas nos critérios de
encaminhamento de gestante/puérpera à unidade de maior nível hierárquico de
pré-natal.

Condições clínicas de identificação de maior risco na gestação atual:


38

Características individuais e condições sociodemográficas:

História reprodutiva anterior:

Condições clínicas prévias à gestação:


39

Intercorrências clínicas/obstétricas na gestação atual:


40

Mortalidade Materna
A morte materna é definida como óbito de uma mulher durante a gestação
ou até 42 dias após o término da gestação, independente da duração ou da
localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada ou agravada pela
gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais
ou incidentais.
Distúrbios hipertensivos da gravidez, hemorragia, infecções, complicações
no parto e abortamento inseguro são as principais causas de morte materna e
representam aproximadamente 75% do total de óbitos maternos no mundo.
A maioria das mortes maternas é considerada como evitável, e demoras
relacionadas ao cuidado obstétrico ou clínico adequado podem ser avaliadas por
meio de alguns modelos. O modelo clássico, das três demoras, define tais
condições como:
I – Demora para buscar atendimento pelo indivíduo e/ou por sua família.
II – Demora para chegada em unidade de saúde para o cuidado adequado.
41

III – Demora na prestação dos cuidados pelos profissionais, no momento


necessário, na instituição de referência.
Lista de complicações potencialmente ameaçadoras da vida (Cpav)

Condições Patológicas Inerentes ao Estado Gravídico


• Náuseas e vômitos durante a gravidez (NVGs) são condições comuns que
afetam a saúde da mulher grávida e de seu feto.
• Acometem 70% a 80% das grávidas e são tão comuns no início da gravidez
que sintomas leves podem ser considerados parte da fisiologia normal do
primeiro trimestre.
• Os sintomas geralmente começam entre 2 e 4 semanas após a fertilização,
atingem seu pico com 9 semanas de gestação e geralmente se resolvem por
volta de 16 a 20 semanas de gestação em 90% dos casos
A hiperêmese gravídica (HG)
É uma forma grave de náuseas e vômitos na gravidez, a persistência de náuseas
e vômitos com início antes da 20ª semana de gestação, associada com perda de
peso, desidratação, distúrbio hidroeletrolítico, cetonúria, define a hiperêmese
gravídica.
Quadro Clínico
• Há a formação de corpos cetônicos, responsáveis pela cetonúria e
produzindo o hálito cetônico;
• Alguns pacientes podem apresentar oligúria secundária a hipovolemia e
Insuficiência renal aguda por necrose tubular aguda;
• Deficiência de vitamina C, B e ácido fólico;
42

• Sinais e sintomas de desidratação: diminuição do turgor e elasticidade da


pele, olhos encovados, mucosas secas e pegajosas, taquicardia,
hipotensão, hipotermia, torpor;
Tratamento:
Medidas terapêuticas não farmacológicas destacam-se o apoio psicoemocional,
a aromaterapia, a hidroginástica e outras atividades físicas de baixo impacto
articular.

• São recomendadas refeições frequentes 2/2h e em pequenas quantidades.


• Evitar alimentos picantes ou gordurosos; comer alimentos secos ou
suaves, lanches ricos em proteínas ou biscoitos pela manhã antes de se
levantar.
• Diversos vegetais (repolho, brócolis, couve-manteiga), por terem efeito
redutor de colonização por H. pylori, podem ser adjuvantes no controle dos
sintomas, além de serem hepatoprotetores.
• O uso de vitaminas como a piridoxina (vitamina B6), na dose de 25 mg, a
cada oito horas
• A ingestão do gengibre, na dose de 250 mg, a cada seis horas, pode ser útil.
Tratamento farmacológico:
Ondansetrona: muito efetiva tanto nos casos mais leves como nos mais
graves
Metoclopramida/clorpromazina: esses medicamentos podem ser
administrados por via oral, retal, intramuscular ou intravenosa.
Anti-histamínicos (dimenidrinato, meclizina, prometazina): utilizados por via
oral.
Nas formas moderadas e graves, a gestante deve ser abordada de maneira
multidisciplinar em ambiente hospitalar.
Internação: necessária tanto para o tratamento como para retirar a paciente do
ambiente de estresse:
• Controle de peso e de diurese diário.
• Correção de distúrbios hidroeletrolíticos.
• Evitar suplementação de derivados de ferro, pois aumentam os sintomas.
• Apoio psicológico, em especial da família, e, se necessário, recorrer à
psicoterapia.
• jejum por 24 a 48 horas ou até a estabilização do quadro
• O ideal é a reposição de 2.000 mL a 4.000 mL em 24 horas, não devendo
exceder 6.000 mL/24 horas.
Critérios de alta: restabelecimento do equilíbrio hidroeletrolítico,
bom estado nutricional e ausência de sintomas.
43

Assistência de Enfermagem na Hiperêmese


❖ Permita que a paciente retorne à dieta, após 24 horas sem vomitar
(comece com líquidos claros e não ofereça mais que 100 ml
alternados a cada 60/90 minutos)
❖ Orientar para não ingerir líquidos às refeições e para não passar mais
de 12 horas sem comer, evitando assim episódios de hipoglicemia
❖ Aconselhe a paciente a esperar 1 hora após as refeições para ingerir
líquido
❖ Forneça tranquilidade em um ambiente calmo e repousante.

Morbidades Prevalentes na Gestação


A morbimortalidade materna, fetal e infantil está diretamente relacionada a
morbidades durante a gestação, destacando-se a doença hipertensiva, o diabetes
mellitus, a infecção do trato urinário (ITU), a sífilis materna e a doença periodontal.
Síndromes Hipertensivas na Gestação
44

A medida da pressão arterial é recomendada na consulta pré-concepcional


e em todas as consultas do pré-natal, pois a melhor estratégia para diagnosticar a
hipertensão na gestação parece ser a detecção precoce da pressão arterial
anormal.
A Sindrome Hipertensiva na gestação, vem acometendo de 5% a 10% das
gestações, com uma incidência calculada para nosso país de 1,5% de pré-
eclâmpsia e 0,5 % de eclâmpsia. Além das altas taxas de mortalidade, pode levar
a limitações definitivas na saúde materna e a graves consequências ao feto e ao
recém-nascido, sendo a maior causa de prematuridade no Brasil.
Existem várias classificações envolvendo as síndromes hipertensivas na
gestação.
• Hipertensão arterial crônica: presença de hipertensão relatada pela
gestante ou identificada antes da 20ª semana de gestação.
• Hipertensão gestacional: identificação de hipertensão arterial na
segunda metade da gestação, em gestante previamente normotensa.
• Pré-eclâmpsia: identificação de hipertensão arterial, em gestante
previamente normotensa, a partir da 20ª semana de gestação,
associada à proteinúria significativa.
• Outra classificação da maior importância em termos de conduta é a
identificação da pré-eclâmpsia sem ou com sinais de gravidade (antes
denominadas de leve e grave, respectivamente). Os quadros de
HELLP síndrome e eclâmpsia estão incluídos entre os de maior
gravidade.
45

Fatores de risco:
❖ Nulíparas
❖ História familiar positiva
46

❖ Gemelaridade
❖ Diabetes
❖ HAS crônica
❖ SHG anterior
❖ Doença vascular e do tecido conjuntivo
❖ Nefropatia
❖ Idade maior que 35 anos
O acrônimo HELLP significa hemólise, aumento de enzimas hepáticas e
plaquetopenia:
✓ H emolysis
✓ E levated
✓ L iver enzimes
✓ L ow
✓ P latelets
A sintomatologia geralmente é pobre, podendo-se encontrar mal-estar,
epigastralgia, náuseas e cefaléia.
Complicações das Sindromes Hipertensivas na gestação:
✓ Deslocamento de Placenta
✓ Prematuridade
✓ Restrição do Crescimento Intra-Uterino
✓ Morte Materno-Fetal
✓ Oligúria
✓ Edema Pulmonar, Cerebral, Trombocitopenia, Hemorragia, AVE

Agentes recomendados para o tratamento da crise ou


emergência hipertensiva em gestantes
47

Anti-hipertensivos recomendados para uso na gestação


48

Cuidados de Enfermagem nas SHG


✓ Análise e registro dos sinais vitais – maternos e fetais
✓ Observação e alerta a manifestações clínicas como
escotoma, epigastralgia e visão turva.
✓ Controle rigoroso do balanço hídrico
✓ Farmacoterapia
✓ Observar os efeitos da toxicidade do sulfato de magnésio –
rubefação, cefaleia, depressão respiratória.
✓ Proporcionar ambiente tranquilo e na penumbra
✓ Preparação pré-operatória para uma eventual cesariana
✓ Cuidados pós-operatórios
Os dez passos no manejo da convulsão eclâmptica

Diabetes mellitus gestacional


Controle Glicêmico
49

O diabetes mellitus gestacional é definido como uma intolerância à carboidratos de


gravidade variável.
Há dois tipos de hiperglicemia que podem ser identificadas na gestação:
✓ o diabete mellitus diagnosticado na gestação (DMDG) e
✓ o diabete mellitus gestacional (DMG).
✓ O nível de hiperglicemia diferencia esses dois tipos.

Entre os fatores de risco, destacam-se: obesidade, idade materna superior


a 25 anos, história familiar e/ou pessoal positiva, gemelidade, hipertensão arterial,
dislipidemia, tabagismo, sedentarismo, macrossomia pregressa, óbito fetal sem
causa aparente, entre outros.
50

Tratamento com Medidas não Farmacológicas

Tratamento Farmacológico
A insulina se destaca como primeira escolha entre as medidas
farmacológicas no controle da hiperglicemia na gestação.
51

A associação de insulina está indicada sempre que as medidas não


farmacológicas (adequação nutricional e exercício) não forem suficientes para
atingir as metas do controle glicêmico materno (30% ou mais dos valores glicêmicos
alterados).
52

Tipos e características de ação das insulinas para uso na gestação

Cuidados obstétricos pré-natais


✓ Nas gestações complicadas pelo DMG, merecem especial atenção:
✓ O crescimento fetal, mais comumente o excessivo.
✓ As condições de oxigenação intrauterina, em que a hipoxia representa
risco para o bem-estar fetal.
✓ O momento do parto, lembrando que a via do parto tem indicação
obstétrica e que DMG não justifica a indicação de cesárea.
53

✓ Nos casos em que o trabalho de parto tem início espontâneo e insulina


já administrada, recomenda-se infusão contínua de glicose a 5% (125
mg/h), por via intravenosa, e monitoramento da glicemia capilar a cada
uma ou duas horas.
✓ Na cesárea programada, recomenda-se: jejum mínimo de oito horas,
metade a um terço da dose diária de insulina NPH na manhã do parto,
controle da glicemia capilar de duas em duas horas e infusão contínua
de glicose a 5%, na dose de 125 mg/h, por via intravenosa.

Após o Parto
✓ Após o parto, com a saída da placenta e a supressão hormonal
antiinsulínica, a medicação deverá ser descontinuada para a maioria dos
casos de DMG.
✓ Entretanto, alguns casos de hiperglicemia persistente poderão necessitar de
monitoramento dos níveis de glicose por 24 a 72 horas após o parto.
✓ Recomenda-se nova avaliação glicêmica após aproximadamente 6 a 8
semanas.
✓ Normal TOTG: 75MG, medidas de jejum e duas horas.
✓ Diabetes TOTG: jejum ≥126 mg/dL ou duas horas ≥200 mg/ dL.

Infecção Urinária na Gestação


✓ A ITU é a infecção bacteriana mais frequente na gestação, ocorrendo em
17% a 20% das mulheres nesse período.
✓ Cerca de 2% a 10% apresentam bacteriúria assintomática, sendo que 25%
a 35% desenvolvem pielonefrite aguda.
✓ A ITU recorrente está associada a pielonefrite e sepse maternas, e a
prematuridade e infeção neonatal
54

Sífilis na Gestação
• Doença infecciosa sistêmica, de evolução crônica, sujeita a surtos de
agudização e períodos de latência.
• É causada pelo Treponema pallidum.
• transmissão sexual ou vertical.
• A sífilis na gestação requer intervenção imediata, com o objetivo de reduzir
a possibilidade de transmissão vertical.
• Pode resultar em abortos, óbitos fetais e neonatais;
• sequelas diversas que poderão se manifestar até os 2 anos de vida.
• Os testes sorológicos utilizados são divididos em dois tipos: treponêmicos
(TT) e não treponêmicos (TNT)

Tratamento
realizado com penicilina
55

Doença Periodontal na Gestação


• A gestante pertence a um grupo de atendimento prioritário na atenção
primária, o que já justificaria ter seu atendimento odontológico priorizado.
• As doenças bucais, especialmente a periodontal, têm sido associadas a
diversas condições patológicas perinatais, incluindo o parto prematuro, a
rotura prematura de membranas e a ocorrência de baixo peso.

Síndromes hemorrágica na gestação


Abortamento
O aborto espontâneo é definido como gestação intrauterina não viável até
20-22 semanas ou peso fetal de 500 g. É considerado precoce ou de primeiro
trimestre até 12 semanas e 6 dias. É a complicação mais comum da gravidez.
Classificação
A ameaça de aborto, ou aborto evitável: diz respeito à situação na qual a
paciente apresenta sangramento vaginal, mas o orifício interno do colo uterino
permanece impérvio e a vitalidade embrionária está preservada.
Aborto inevitável: aquele em que a mulher, além de sangramento vaginal
abundante e cólicas uterinas, apresenta colo pérvio e não há possibilidade de salvar
a gravidez.
Aborto completo: ocorre quando há eliminação completa do produto conceptual.
Aborto incompleto: é definido pela presença intrauterina dos produtos da
concepção, após a expulsão parcial do tecido gestacional.
Aborto retido: é aquele no qual há ausência de batimentos cardíacos fetais ou do
embrião (gravidez anembrionada), mas não ocorre a expulsão espontânea do
56

conteúdo intrauterino, não eliminação do produto conceptual por um período de 30


dias.
Sinais e sintomas:
✓ Dor pelvica
✓ Sangramento
✓ Mal-estar
✓ Fraqueza
✓ Palidez
Tratamento: é individualizado.
As mulheres são geralmente orientadas a esperar duas semanas para que
o aborto se complete, mas a conduta pode ser mantida por mais tempo se não
houver sinais de infecção.
Tratamento farmacológico:
57

Tratamento Cirúrgico
O esvaziamento uterino cirúrgico é a escolha para mulheres com
sangramento excessivo, instabilidade hemodinâmica, sinais de infecção,
comorbidades cardiovasculares ou hematológicas.
A conduta cirúrgica inclui a aspiração manual ou elétrica, com ou sem
dilatação cervical, e a curetagem uterina.
Assistência de enfermagem
✓ Em caso de internamento, explicar os motivos a mulher, encaminhá-la ao
banho e oferecer troca de roupa, se a cliente desejar;
58

✓ Em casos de abortamento completo, inevitável e incompleto, orientar e


preparar a mulher para a realização de aspiração manual intra-uterina
(AMIU) ou curetagem uterina, conforme orientações médicas;
✓ Em caso de abortamento retido, orientar e preparar a mulher para o uso de
dilatadores (misoprostol) por via vaginal ou infusão endovenosa de ocitocina,
conforme orientação médica;
✓ Em casos de abortamento infectado, deve-se preparar a paciente para
realização de exames de sangue, infusões parenterais, hemotransfusão, e
para a antibioticoterapia;
✓ Orientar sobre a coleta de sangue para a determinação da tipagem
sanguínea. Se for Rh negativo e não houver ainda sensibilização, faz se
obrigatória a administração da imunoglobulina anti-D;
✓ Orientar sobre a coleta de sangue para sorologias de HIV, sífilis;
✓ Explicar sobre os medicamentos prescritos, a sua indicação e o tempo de
tratamento;
✓ Coletar sorologias, administrar medicamentos prescritos, vacina e
gamaglobulina;
✓ Orientar a observação de sintomas e manifestações clínicas de infecção
como: sangramento com odor fétido, dor abdominal e febre;
✓ Solicitar consulta médica ginecológica imediata na presença de sinais
importante de infecção e grandes sangramentos;
✓ Acolher e orientar familiares e/ou acompanhantes com objetivo de que eles
proporcionem apoio no convívio diário;

Deslocamento prematuro da placenta - DPP


Segundo a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO)
corresponde à separação abrupta da placenta normalmente inserida no útero, após
20 semanas de idade gestacional e antes do trabalho de parto.
Incide em 0,5 a 1% das gestações. Quando o descolamento é maior que 50%
da superfície placentária ocorre o óbito fetal.
Fatores de risco associados ao DPP-NI
59

Diagnóstico
Segue sendo fundamentalmente clínico.
Sinais e Sintomas:

✓ dor abdominal de início súbito,


✓ sangramento vaginal caracteristicamente escurecido,
✓ hipersensibilidade à palpação uterina,
✓ hipertonia uterina e alterações na vitalidade fetal.
Conduta
✓ A abordagem inicial deve incluir a garantia de dois acessos venosos
periféricos calibrosos
✓ Infusão de solução ringer ou conforme prescrição
✓ Monitorização dos sinais vitais

Placenta Prévia – PP
Placenta prévia é definida como a placenta que se implanta total ou
parcialmente no segmento inferior do útero, a partir da 22ª semana de gestação.
Apresenta risco elevado de morbidade, particularmente quando associada
ao acretismo placentário, sendo responsável por índices elevados de
prematuridade e mortalidade materna.
Além da cesárea anterior, outros fatores de risco incluem: placenta prévia
em gestação anterior, gestação múltipla, multiparidade, idade materna acima
dos 35 anos, tabagismo, uso de cocaína, fertilização in vitro, curetagens e
cirurgias uterinas anteriores, bem como abortos eletivos e espontâneos.
Quadro clínico: Geralmente pautado pela presença de sangramento
vermelho vivo, de início e cessar súbitos, indolor, imotivado, reincidente e
progressivo.
A ultrassonografia transvaginal é considerada o padrão-ouro para
confirmação diagnóstica.
60

Classificação do tipo de placenta prévia ao exame ultrassonográfico,


considerando sua relação com o orifício interno do colo.
61

Conduta:
• A conduta clínica no manejo da paciente com placenta prévia depende da
intensidade do sangramento.
• Na vigência de sangramento ativo, recomenda-se obter dois acessos
venosos calibrosos que permitam a reposição de volume para manter a
estabilidade hemodinâmica e débito urinário acima de 30 mL/h;
• a vigilância dos sinais vitais a cada hora, ou a intervalos menores, a
depender da intensidade do sangramento;
• providenciar a reserva de sangue para reposição, se necessário.
• Exames laboratoriais complementares incluem: tipagem sanguínea,
hemograma completo, avaliação de função renal pela ureia e creatinina, e
coagulograma.
Todas as pacientes com sangramento da segunda metade da gravidez têm
indicação de internação para avaliação materna e fetal.
Recomenda-se manter repouso no leito até que a hemorragia seja estabilizada,
com cessação do sangramento por seis horas.
Nos casos de hemorragia grave, a interrupção imediata da gestação é
obrigatória, independentemente da idade gestacional, pelo elevado risco materno
e fetal. A cesariana é o parto preferencial.
O parto vaginal poderá ser escolhido nas placentações laterais e/ ou marginais.

Acretismo Placentário
O acretismo placentário é definido como a aderência anormal da placenta na
parede uterina com ausência total ou parcial da decídua basal.
É associado a complicações como: hemorragia maciça, necessidade de
transfusão sanguínea, histerectomia, lesão de bexiga e/ou ureter, internação em
unidade de tratamento intensivo, infecção de ferida operatória e fístulas.
62

Alterações do volume do Líquido amniótico (Polidrâmnio e


Oligodrâmnio)
Líquido Amniótico – LA
Composição: 98% água e 1 a 2% sólidos orgânicos e inorgânicos
63

1ª metade da gravidez – LA similar ao plasma materno e com concentração mais


baixa de proteínas. LA mais tarde – eletrólitos, glicose, lipídios, proteínas, enzimas,
hormônios, creatinina, ác. urico, uréia, cél. fetais, vernix, lanugem, mat. sebáceo,
couro cabeludo, cél. do pulmão, elementos das vias urinárias, cél. da vagina.
Coloração do líquido
Líquido transparente: indica prematuridade.
Opacificado: indica feto maduro.
Líquido achocolatado: indica óbito fetal.
Líquido esverdeado (meconial): indica sofrimento fetal (hipoxia do feto).

Polidrâmnio
Definido como o excesso na quantidade de líquido amniótico, com incidência
na população geral de 1% a 2%.

São consideradas causas de polidrâmnio:


✓ Idiopático;
✓ Anomalias que interferem na deglutição fetal;
64

✓ Obstrução gastrointestinal primária (como atresia esofágica e duodenal);


✓ Obstrução gastrointestinal secundária (como hérnia diafragmática e massas
torácicas;
✓ Malformações craniofaciais (como fenda lábio-palatina, teratoma de
orofaringe e micrognatia);
✓ Desordens musculares que impedem a deglutição fetal;
✓ Síndromes genéticas;
✓ Cardiopatias de alto débito fetal;
✓ Taquicardia supraventricular;
✓ Anemia fetal grave e hidropsia (como por aloimunização, infecção por
citomegalovírus ou parvovírus, hemoglobinopatias);
✓ Massa placentária ou fetal com shunt arteriovenoso (como no teratoma
sacrococcígeo e coriongioma volumoso);
✓ Síndrome da transfusão feto-fetal;
✓ Diabete melito materno e macrossomia fetal;
✓ Hipercalcemia materna;
✓ Procedimento de hemodiálise na gestante.
Diagnóstico:
É suspeitado clinicamente pela altura uterina acima da curva de referência
para idade gestacional.
Associa-se, frequentemente, a: falta de ar, irritabilidade ou contrações
uterinas, desconforto e distensão abdominal, edema nas porções inferiores do
ventre, pele do abdome lisa e brilhante, e presença de estrias.
O diagnóstico ultrassonográfico é baseado na visualização do aumento do
volume de líquido amniótico.
Conduta:
• O polidrâmnio idiopático, principalmente quando leve, apresenta resolução
espontânea.
• Entretanto, pode aumentar o risco de complicações maternas e perinatais,
como:
• dificuldade respiratória materna, apresentações fetais anômalas, rotura
prematura das membranas, trabalho de parto prétermo, descolamento
prematuro de placenta, distocia funcional, prolapso de membros ou do
cordão umbilical e atonia uterina.
• A amniodrenagem visa descompressão da cavidade amniótica até
normalização do seu volume.
65

Grupos de apoio à mulher e a gestante


Governo e Ministério da Família lançam "Mães Unidas"
Pioneiro no Brasil, projeto ocorrerá em três cidades goianas com foco no bem-estar
de grávidas e no desenvolvimento saudável do bebê.
O projeto, que será implantado de forma pioneira em Goiânia, Anápolis e Aparecida
de Goiânia, tem como objetivo promover a saúde e o bem-estar relacional de mães
e filhos durante a gestação e os dois primeiros anos de vida da criança. Além disso,
irá instruir e oferecer a essas mulheres acesso a serviços jurídicos, de saúde e de
assistência social.
Entre as ações implementadas pelo Governo de Goiás no que se refere ao campo
social, foi criado o programa Mães de Goiás, que visa amparar mães em situação
de vulnerabilidade com filhos de até seis anos, ao conceder a elas o valor mensal
de 250 reais.

Programa Mães de Goiás


As beneficiárias precisam estar inscritas no Cadastro Único do Governo Federal
(CadÚnico). O período de permanência no Mães de Goiás é de 12 meses, podendo ser
prorrogado por até 36 meses, desde que cumpridos os compromissos assumidos no ato
de adesão. mães em situação de vulnerabilidade social com filhos de 0 a 6 anos de idade
66

no Estado receberão o cartão com o valor de R$ 250, creditado mensalmente.

Programa Dignidade Menstrual


O Programa Goiano de Dignidade Menstrual tornou-se lei em novembro de 2021,
com o objetivo de atender cerca de 146 mil mulheres a partir do fornecimento de
absorventes àquelas que sejam ou estejam na rede pública de ensino, bem como
adolescentes em cumprimento de medida de privação de liberdade, privadas de
liberdade em cumprimento de pena nos regimes fechado e semiaberto do sistema
prisional goiano, e aquelas em situação de rua e/ou em extrema pobreza, o que
inclui estudantes da rede pública e também mulheres em situação de rua.

Meninas de Luz
O Programa Meninas de Luz ampara e orienta adolescentes, jovens e mulheres
grávidas em situação de vulnerabilidade social, inclusive com a doação de enxoval
completo, banheira e manta para o bebê.

CIAM Valparaiso de Goiás


Centro Integrado de Atendimento à Mulher
A instituição é conhecida por ser referência municipal para o atendimento às
mulheres e promover ações educativas e preventivas, diagnósticos e diversos
outros atendimentos especializados em saúde da mulher, tais como: ginecologia
mastologia, pré-natal, prevenção, planejamento familiar e atendimento às mulheres
grávidas em situação de risco.

Rede Cegonha
A Rede Cegonha é uma estratégia do Ministério da Saúde que visa implementar
uma rede de cuidados voltados às gestantes e puérperas. São ações estruturadas
para garantir às mulheres o direito ao planejamento familiar, à atenção segura,
qualificada e humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como às
crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento
saudáveis.
A estratégia tem também a finalidade de reestruturar e reorganizar a atenção à
saúde materno-infantil no País desde a atenção primária à atenção hospitalar, para
assegurar acesso, acolhimento e resolutividade, com perspectiva de reduzir a
mortalidade materna e infantil e ênfase no componente neonatal.
67

Para saber mais sobre a rede cegonha acesse o site: https://www.gov.br/saude/pt-


br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/rede-cegonha.

O Parto

Trabalho de Parto

Presença de contrações uterinas em intervalos regulares, que aumentam


progressivamente com o tempo, em frequência, intensidade e não diminuem com
o repouso.
Geralmente é 1 contração a cada 3-5min e que duram entre 20 e 60 segundos.
O parto de baixo risco pode ser realizado por médico obstetra ou a enfermeira
obstetra.
Cuidados no trabalho de parto
• Humanização
• Relação de confiança
• Participar das decisões
• Apoio emocional e físico
Duração do Trabalho de Parto:

Partograma
• Gráfico para representação da evolução do trabalho de parto.
• Documenta alterações e indica condutas a serem aplicadas pelos
profissionais,
• Ajuda a evitar intervenções desnecessárias.
68

Parto Natural e Parto Normal


✓ parto natural: sem intervenções
✓ Entre 37 e 42 semanas
✓ parto normal com algumas intervenções médicas.
✓ Pode ocorrer algumas intervenções, baseadas em evidências e de forma
apropriada, para facilitar o parto vaginal normal, tais como:
✓ Estímulo do trabalho de parto com ocitocina
✓ Ruptura artificial da membrana
✓ Alívio não farmacológico da dor (massagem, técnicas de relaxamento,
músicas, aromoterapia, imersão em água, dentre outros).
✓ Alívio farmacológico da dor (peridural; opióides.; óxido nitroso)
69

✓ Após 10 cm de dilatação deve ser estabelecido estratégias para que o


nascimento ocorra em até 4h, independente da paridade.
Assistência de Enfermagem na Sala de Parto Normal
✓ posicionar corretamente à gestante
✓ realizar antissepsia do períneo
✓ Após a retirada do feto colocar o recém-nascido em contato com a mãe pele
a pele
✓ Monitorizar/Verificar SSVV (sinais vitais)
✓ Clampear cordão umbilical e esperar a dequitação da placenta
✓ avaliar períneo verificando se houve lacerações
✓ após dequitação da placenta o enfermeiro/obstetra ou médico devem
realizar as suturas
Parto Cesárea
É um procedimento cirúrgico realizado pelo médico e que tem um papel
fundamental, quando bem indicado reduz o número de morbidade e mortalidade
perinatal e materna.
A equipe de enfermagem deve estar atenta aos sinais vitais materno-fetais,
antes e após o parto cesárea e anestesia.
Assistência de Enfermagem na Sala de Parto Cesárea
✓ posicionar a mulher em decúbito dorsal horizontal
✓ realizar antissepsia abdominal
✓ depois da retirada fetal aguardar a dequitação da placenta que ocorrerá de
forma espontânea
✓ inspecionar a placenta
✓ observar sangramento pós parto tanto da genitália quanto da incisão
cirúrgica
✓ após a retirada do feto colocar o recém-nascido em contato com a mãe pele
a pele
✓ Clampear cordão umbilical
✓ estimo lar deambulação precoce, encaminhar para o banho de aspersão uso
de sanitários, ter cuidado com hipotensão postural
✓ iniciar a antibioticoterapia conforme prescrição médica
✓ orientar puérpera quanto aos cuidados de higiene dos pontos e cuidados
gerais
70

✓ orientar a puérpera sobre a retirada dos pontos que deve ocorrer entre o
sétimo e o décimo dia pós-operatório conforme prescrição médica
✓ orientar a puérpera a observar a incisão cirúrgica caso aspecto alterado
enfatizar a necessidade de seguir para o serviço médico imediatamente
Parto com Distócia
• significa mal parto; parto anormal; parto difícil.
• geralmente são anormalidades do mecanismo de parto que interfere na
evolução fisiológica do mesmo.
• pode ser: do trajeto; do objeto (feto); ou do motor (contração uterina).
Assistência de enfermagem na sala de parto com distocia
• solicitar apoio médico
• providenciar medidas necessárias para estabilizar ou minimizar até a
chegada do profissional médico
• acalmar a paciente e acompanhante de forma que continue encorajando-a
• monitorar sinais vitais maternos e fetais
A classificação recomendada para definição dos partos a partir de 37 semanas de
gestação é:
• Termo precoce: de 37 0/7 semanas a 38 6/7 semanas.
• Termo completo: de 39 0/7 semanas a 40 6/7 semanas.
• Termo tardio: de 41 0/7 semanas a 41 6/7 semanas.
• Pós-termo: 42 0/7 semanas e após.
Início do Parto
• Verificar a frequência das contrações uterinas
• Verificar pulso a cada 1h
• Verificar temperatura a cada 4h
• Observar frequência da diurese
Os cuidados podem variar de acordo a situação de cada parturiente.
Períodos clínicos do parto
Composto por 4 fases:
✓ Dilatação
✓ Expulsão
✓ Dequitação
71

✓ Greenberg

Assistência De Enfermagem Na Dilatação


✓ Preparar a parturiente
✓ orientar sobre a posição que ela deve assumir
✓ orientar quanto às técnicas de respiração, massagens e banhos
✓ realizar exame físico e obstétrico, executado pelo enfermeiro
✓ realizar toque vaginal
✓ esclarecer qualquer dúvida da mulher e/ou acompanhante
✓ realizar os culta dos batimentos cardíacos fetais
✓ oferecer líquidos e alimentos, executado pelo técnico ou auxiliar de
enfermagem
72

Expulsão

Duas fases:
✓ Fase passiva: dilatação total, sem puxo involuntário; cabeça do feta
relativamente alta na pelve.
✓ Fase ativa: dilatação total, coroamento, contrações de expulsão; esforço
materno ativo, na ausência de contrações de expulsão.
✓ Dura cerca de 2,5h em primíparas e 1h em multíparas.
Assistência de enfermagem na expulsão
✓ manter o ambiente calmo e encorajar a parturiente
✓ Encorajar a mulher a assumir posições favoráveis ao parto, como
cócoras.
✓ a manobra de Kristeller não deve ser executada nesse período.
Fases do Mecanismo do Trabalho de Parto
✓ Insinuação
✓ Descida e apresentação
✓ Flexão
✓ Rotação interna
✓ Extensão e desprendimento cefálico
✓ Rotação externa
✓ Desprendimento do ovóide córmico(ombro)
73

Cuidados com o Períneo


✓ Não massagear o períneo na fase de expulsão
✓ Considerar aplicação de compressas mornas
✓ Não é recomendada a utilização de sprays de lidocaína no períneo
Episiotomia:

Art. 3º. O procedimento médico denominado episiotomia é inadequado e violento,


devendo ser praticado, exclusivamente, nos casos de sofrimento do bebê ou complicação
no parto que coloque em risco a vida e a saúde da mãe e do bebê, devendo ser motivada
no prontuário médico da mulher.

✓ Não deve ser utilizado como rotina


✓ Indicações específicas, é recomendado o corte médio-lateral, originando na
fúrcula vaginal e direcionada para o lado direito com ângulo de 45-60º
✓ Assegurar a analgesia efetiva antes da realização da episiotomia.
✓ Indicado em casos de sofrimento fetal, fetos grandes, período expulsivo
prolongado, mães com problemas cardíacos.
74

Dequitação
É o deslocamento, descida e expulsão da placenta.
Assistência de enfermagem na dequitação
✓ Nesse período, a equipe de enfermagem deve estar atenta, pois nessa fase
não deve ocorrer o tracionamento do cordão umbilical.
✓ revisar as fases maternas e fetais da placenta e revisar o canal do parto.
✓ Ocitocina IM após o desprendimento da criança.
✓ Clampear o cordão antes de 5min.
✓ Tração controlada do cordão após uso da ocitocina e sinais de separação
da placenta.
Retenção Placentária
✓ Explicar à mulher os procedimentos necessários
✓ Providenciar acesso venoso calibroso
✓ Não utilizar ocitocina IV
✓ Deve ser realizado o exame vaginal minucioso
✓ Oferecer analgesia conforme prescrição
Greenberg
É a primeira 1 hora após a saída da placenta.
Assistência de enfermagem no Greenberg:
✓ Revisão do canal de parto
✓ Monitorização da mulher de imediato (temperatura, pulso e PA)
✓ Na observação da contração do útero atenção para alterações que possam
evidenciar presença de lesões ocorridas para seu preparo imediato.
✓ verificar a Pressão Arterial (PA) a cada 2 horas.
✓ Examinar a placenta e membranas
✓ Avaliar as condições emocionais da mulher
✓ Observar se a micção está normal
✓ Observar, anotar volume, aspecto do sangramento vaginal.
✓ Globo de segurança de Pinard (útero ao nível da cicatriz umbilical e
contraído firmemente.
Condutas
✓ Estimular o aleitamento materno, na primeira meia hora
✓ Inspecionar regulamente o períneo
✓ Observar lóquios (sangramento vaginal)
✓ Monitorização dos SSVV (sinais vitais)
Complicações do Quarto Período
75

✓ Hemorragias (perda acima de 500ml; pode ser por retenção de


fragmentos placentários)
✓ Atonia uterina (sangramento acentuado e útero flácido, e aumentado)
✓ Retenção placentária
✓ Laceração do canal do parto
✓ Rotura uterina
Condutas nas Hemorragias
✓ Acesso venoso calibroso
✓ Massagem uterina
✓ Monitorar SSVV
✓ Uso de ocitocina
Fatores que afetam o trabalho de parto
“cinco P”
✓ Passageiro (FETO E PLACENTA)
✓ Passagem (PELVE E CANAL DE PARTO/MUSCULATURA PERINEAL)
✓ Potência (CONTRAÇÕES UTERINAS)
✓ Posição e função placentárias: DA PARTURIENTE
✓ Resposta psicológica.
Passageiro (feto):
Os fatores fetais que afetam o trabalho de parto e o nascimento são
tamanhos e forma da cabeça, postura, atitude, apresentação, posição e situação.
76

Postura
É a posição da coluna vertebral do feto em relação à coluna vertebral materna.

Diversas variedades de posição na apresentação cefálica fletida. (OEP =


occipúcio esquerdo posterior; OET = occipúcio esquerdo transverso; OEA =
occipúcio esquerdo anterior; ODP = occipúcio direito posterior; ODT = occipúcio
direito transverso; ODA = occipúcio direito anterior.)
Situação
Estimativa da descida da cabeça fetal na pelve. O plano zero é diagnosticado
quando o ponto de maior declive da apresentação chega ao nível das espinhas
ciáticas.
77

Pelve
Ginecóide: arredondada, mais favorável ao parto. É a mais comum entre as
mulheres.
Andróide: forma de coração. É a mais comum entre os homens.
Antropóide: alongada. Platipelóide: achatada
78

O Puerpério

O puerpério tem início a partir de uma ou 2 horas após a saída da placenta e


tem seu término imprevisto.

Divide-se em:

Imediato (1º ao 10º dia)

Tardio (11º ao 45º dia)

Remoto (a partir do 45º dia)

Assistência de Enfermagem no Puerpério


✓ É necessário a realização de orientações e cuidados com a puérpera e o
recém-nascido pela enfermagem assim que ela é admitida no alojamento
conjunto.
✓ o alojamento conjunto é o complexo hospitalar que recebe o recém-
nascido sadio, logo após o nascimento, onde permanece juntamente com
a mãe até a alta hospitalar de ambos.
✓ observar perda de sangue pós-parto anotando quantidade e aspecto
✓ observar e anotar evolução de contratilidade uterina
✓ verificar e anotar os sinais no mínimo de 4 em 4 horas, em caso de
alterações a cada 2 horas
✓ estimular e orientar amamentação
✓ oferecer e auxiliar se necessário na alimentação materna
✓ realizar e orientar cuidados sobre higiene do coto umbilical do recém-
nascido
✓ orientar cuidados com os pontos cirúrgicos
✓ Orientar quanto a higiene, alimentação, cuidados com a mama
✓ Orientar quanto a atividade sexual, ISTs, planejamento familiar e
métodos contraceptivos
✓ Orientar a realização da consulta de puerpério até 42 dias após o parto
Complicações Puerperais
• Hemorragia Puerperal: perda superior a meio litro de sangue durante ou
após dequitação; a prevenção é feita antes do parto como por exemplo o
tratamento de doenças como a anemia.
Assistência de Enfermagem na Hemorragia Puerperal
o profissional de enfermagem deve:
79

✓ atender as prescrições médicas


✓ monitorar os sinais vitais
✓ monitorar sangramento bem como transfusões realizadas
Ingurgitamento Mamário: é o acúmulo de leite nas mamas, deixando-as
edemaciadas, quentes, sensíveis e latejantes.
Assistência de Enfermagem no Ingurgitamento Mamário
✓ orientar para utilizar sutiã de amamentação com boa estrutura de
sustentação inclusive para dormir orientar para amamentar com
frequência de cada 2 ou 3 horas colocando o bebê para mamar nos 2
seios a cada mamada
✓ orientar para retirar pequena quantidade de leite antes de cada mamada
para que a área em torno do mamilo fique mais macia
✓ orientar para realizar se necessário a ordenha manualmente
Fissura Mamária: a pega incorreta das mamas costuma ser a principal causa de
trauma nos mamilos.
Assistência de Enfermagem na Fissura Mamária
✓ orientar a realizar a exposição da área das fissuras ao ar livre ou a luz
solar nos horários de 8 às 10 ou após as 16 horas
✓ orientar para não utilização de produtos que retirem a proteção natural
do mamilo orientar para evitar protetores intermediários de mamilo
✓ orientar para iniciar a mamada sempre pela mama menos afetada
Infecção Puerperal
✓ infecção que se instala no aparelho reprodutor feminino no período pós-
parto, sendo a principal causa de febre no puerpério.
✓ o quadro clínico mostra elevação de temperatura, loquios apresentam-se
purulentos e com odor fétido
✓ a puérpera pode apresentar cefaleia e mal-estar geral.
Fatores de Risco
✓ Baixo nível socioeconômico
✓ Doenças crônicas
✓ Exames ginecológicos repetitivos
✓ Retenção da placenta
✓ Hemorragias
Assistência de Enfermagem na Infecção Puerperal
✓ realizar a inspeção detalhada do abdome e órgão genital levando os
sinais de infecção realizando anotação de enfermagem
✓ verificar e anotar a temperatura da puérpera cada 2 horas ou conforme
prescrição de enfermagem
80

✓ auxiliar na higiene íntima da puérpera, orientar lá não utilizar papéis


higiênicos após as eliminações e sim higienizar com água e sabão
evitando o aumento da lesão
✓ não permitir que a puérpera realize esforços físicos
Depressão Pós-parto
Pode manifestar-se com intensidade variada, dificultando o vínculo afetivo
entre mãe e filho, podendo interferir em futuras relações interpessoais por parte
da criança.
Assistência de Enfermagem na Depressão Pós-parto
✓ manter observação direta e constante, atentar aos relatos verbais sobre
pensamentos suicidas ou obsessivos;
✓ acolher a mãe, esclarecendo suas dúvidas sobre como cuidar do recém-
nascido;
✓ aproximar mãe e filho, criando um vínculo afetivo, podendo ser durante a
amamentação;
✓ estabelecer e manter condições de tranquilidade e de sono para a mãe;
✓ encorajar a expressão de sentimentos e pensamentos.
81

Calendário Vacinal da Gestante


Para visualizar o calendário de vacina 2021/2022 é só acessar o link abaixo.
• https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-gestante.pdf
82
83

Cuidados com RN na Sala de Parto


O recém-nascido deve ser recepcionado em sala de parto pelo médico
neonatologista que prestará os cuidados preconizados pela OMS. No primeiro e
quinto minutos aplicará o boletim de APIGAR

Atribuições da Equipe de Enfermagem


✓ Organizar a sala de parto
✓ Dispor todo o material necessário às manobras
✓ utilizar uniforme privativo
84

✓ verificar o perfeito funcionamento dos equipamentos necessários a


recepção do recém-nascido
✓ realizar medidas antropométricas
✓ realizar profilaxia contra a infecção gonocócica por meio de instilação de
uma gota de nitrato de Prata a 1% em cada olho conforme protocolo de
saúde da criança
✓ Realizar as vacinas
✓ Proceder à identificação imediata do recém-nascido através da
colocação das pulseiras
✓ envolver o recém-nascido em campo limpo e seco para ser apresentado
à mãe promovendo o contato pele a pele
✓ verbalizar com clareza o sexo do recém-nascido mostrando a genitália
externa à mãe
Unidade de Berçário
✓ O berçário é considerado o setor de baixo risco, atendendo a demanda
do recém-nascido a termos sem alterações fisiológicas.
✓ Deve ficar próximo às instalações do centro obstétrico favorecendo o
transporte do recém-nascido, preferencialmente no mesmo pavimento da
maternidade ou alojamento conjunto
✓ O número de leitos é calculado aproximadamente acrescentando se 20
a 30% do número de leitos destinados ao puerpério.
Cuidados de Enfermagem no Berçário
✓ higienizar as mãos antes e após contatos com todos os RN
✓ conferir a pulseira e dados de identificação do RN no momento da
admissão e sempre que entregar ou recepcionar este RN na unidade do
berçário
✓ acomodar o RN em berço aquecido pelo período preconizado na
instituição mantendo o controle rigoroso de temperatura
✓ administrar vitamina K de acordo com o protocolo institucional como
profilaxia para a doença hemorrágica do RN
✓ realizar banho de imersão em água morna e sabonete neutro para
remoção de resíduos do parto
✓ realizar curativo em coto umbilical com haste flexível e álcool a 70%
✓ Vestir o RN com roupa adequada entregue pela família e acomodá-lo em
berço comum
✓ verificar frequência cardíaca respiratória e temperatura axilar de 6 em 6
horas
✓ orientar puérpera quanto a técnica adequada para amamentação
✓ observar e anotar aceitação ao aleitamento materno
85

✓ observar e anotar aspecto e quantidade de eliminações fisiológicas


✓ realizar a coleta de exame do pezinho após 48 horas de ingesta proteica
registrando devidamente no controle da unidade data horário e
profissional responsável pela coleta
✓ estimular o estabelecimento de vínculo mãe e filho
✓ Transmitir a mulher orientações de higiene e alimentação adequadas ao
RN
Aleitamento Materno
✓ o aleitamento materno é a melhor fonte para suprir as necessidades
nutricionais, imunológicas e psíquicas do recém-nascido.
✓ Assim é imprescindível mantê-lo durante o período de internação
neonatal favorecendo o restabelecimento físico e emocional do binômio
mãe e filho.
✓ a equipe de enfermagem deve estar preparada para incentivar a mulher
e enfatizar os benefícios desta prática, orientar posição, pega, duração,
frequência e técnicas adequadas ao aleitamento materno
✓ dá suporte estrutural oferecendo ingesta hídrica recomendando
condições mínimas de repouso, alimentação e suporte emocional
encorajando a amamentação
Orientações de Enfermagem para a Boa Amamentação
✓ posição da mãe: a mãe deve escolher a posição para amamentar seu
filho de acordo com o conforto e a preferência dentre as posições temos
deitada sentada ou em pé
✓ posição do bebê: o corpo do bebê deve estar inteiramente de frente para
a mãe devendo estar alinhado a cabeça e a coluna em linha reta
✓ boa pega: a boca do bebê deve estar de frente para o bico do peito. a
mãe deve apoiar com o braço e a mão o corpo e o bumbum do bebê,
aproximando assim a boca do bebê ao peito para que ele possa
abocanhar, o queixo do bebê deve tocar o peito da mãe durante a
amamentação.
Puericultura
Assiste à criança desde a concepção até o fim da puberdade início da
adolescência
Acompanhamento do Crescimento da Criança
A Organização Mundial da Saúde preconiza a utilização de curvas de
crescimento, padronizadas a partir de estudos multicêntricos, capazes de
estabelecer padrões de normalidades e anormalidades para cada variável,
associando cada uma delas de acordo com a idade e sexo da criança analisada.
Supervisão da Higiene da Criança
86

✓ o banho: deve ser proporcionado em banheira previamente limpa com


água e sabão neutro, água 3/4 da capacidade total temperatura entre 34
e 35°.
✓ Realizar a secagem e a higienização do coto umbilical com álcool 70%
✓ higiene intima: No sexo masculino deve incluir a retração possível do
prepúcio, sem forçar em casos de fimose, lavar com água e sabonete
neutro
✓ no sexo feminino deve proceder a higiene íntima de toda a genitália
externa com a adequada higienização entre os grandes e pequenos
lábios vaginais
✓ A cada troca de fralda deve-se seguir as orientações descritas acima
para ambos os sexos ressaltando a importância do movimento de
higienização da região ventral para a região dorsal perineal
✓ A higiene bucal: deve ocorrer desde o período neonatal;
✓ envolvendo o dedo indicador em gaze umedecida com água filtrada para
higienização de toda a cavidade oral
✓ após a erupção dentária a gaze deve ser substituída por dedal dentário
✓ Ao surgimento dos primeiros dentes substituiu o dedal pela escova
adequada a idade associada ao creme dental sem flúor até os 5 anos de
idade.
✓ as academias internacionais de saúde bucal recomendam que as
crianças sejam submetidas a avaliação Odonto pediátrica até os 6 meses
de idade, mantendo se a periodicidade a cada 6 meses
Sinais Vitais da Criança
Frequência respiratória
✓ Lactentes: 30 a 60
✓ crianças pequenas: 24 a 40
✓ pré-escolar: 22 a 34
✓ Escolar: 18 a 30
✓ Adolescente: 12 a 16
Frequência cardíaca
✓ RN até 3 meses: 85 a 205 acordado; 80 a 160 dormindo
✓ 3 meses a 2 anos: 100 a 190 acordado; 75 a 160 dormindo
✓ 2 anos a 10 anos: 60 a 140 acordado; 60 a 90 dormindo
✓ maior de 10 anos: 60 100 acordado; 50 a 90 dormindo
87

Acesse a apostila do ministério da saúde sobre os cuidados no parto.


• https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_assistenci
a_parto_normal.pdf
Acesse o livreto violência obstétrica e parto humanizado.
• Link:https://www.as.saude.ms.gov.br/wpcontent/uploads/2021/06/livreto_vio
lencia_obstetrica-2-1.pdf
Cuidados específicos com o recém-nascido exposto ao HIV, HBV E HCV
Leia o conteúdo da página 25 a 32.
88

• Link:http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2021/fluxogramas-para
prevencao-da-transmissao-vertical-do-hiv-sifilis-e-hepatites-b-e-c-nas
• Baixe o fluxograma.
Leia cuidados e boas práticas ao recém-nascido no parto e nascimento
• Link: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-
mulher/cuidado-ao-recem-nascido-no-parto-e-nascimento/
Vacinação do RN prematuro e a termo
Acesse o calendário nacional de vacinação do ministério da saúde.
• https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-prematuro.pdf

• https://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-crianca.pdf
Alimentação Infantil
Esquema alimentar da criança até 12meses amamentadas

Esquema alimentar da criança até 12meses não amamentadas

Alvos potenciais para a prevenção da obesidade na infância e na


adolescência
89

Suplementação
Suplementação de ferro
Na atualização se estabelece a recomendação diária de 1 a 2mg de ferro
elementar/kg de peso para o público de crianças de 6 a 24 meses. Recomenda-se
ainda o uso do sulfato ferroso em gotas, já amplamente utilizado e disponível nas
farmácias das unidades de saúde.
Suplementação de vitamina D
90

Suplementação de vitamina A
Segundo o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, a conduta
de administração via oral da megadose de vitamina A é a seguinte:
✓ para crianças de 6 meses a 11 meses de idade: 1 megadose de
vitamina A na concentração de 100.000 UI;
✓ para crianças de 12 a 59 meses de idade: 1 megadose de vitamina
A na concentração de 200.000 UI a cada 6 meses;
✓ para puérperas: 1 megadose de vitamina A na concentração de
200.000 UI, no período pós-parto imediato, ainda na maternidade
(BRASIL, 2004).
Cuidados frente a violência
91

Queixas mais Comuns na Infância


Dermatite amoniacal: É conhecida como dermatite das fraldas e por
monília/cândida.

Dermatite seborreia: Lesão eritematosa, descamativa, papulosa, não pruriginosa


podendo apresentar, de forma focal ou generalizada, em couro cabeludo, em face,
pescoço, axilas e área de fraldas.

Intertrigo: Infecção de pele causada pelo mesmo fungo responsável pela


candidíase (Candida albicans), sob o efeito do calor e da umidade, pequenas
fissuras podem servir de porta de entrada para a infecção por esse fungo.
Impetigo:
92

Constipação intestinal: é a eliminação das fezes, endurecidas, com dor ou


dificuldade, além da sensação de evacuação insatisfatória e incompleta.
Parasitose intestinal: a Infestação ou infecção do trato intestinal por parasitas.

Diarreia: Quantidade de água das fezes é maior do que a normal. É reconhecida


também como evacuações amolecidas ou aquosas.
Cólica infantil: usualmente afeta crianças nas primeiras semanas de vida e regride
por si mesma, antes do 6º mês de vida. Caracteriza-se pelo choro excessivo, em
tom alto e gritante, ataques de irritabilidade e angústia, rubor facial, flexão das
pernas, arqueamento das costas, punhos cerrados, eliminação de flatos, abdome
rígido e dificuldade para se acalmar.
Refluxo: é caracterizado pelo retorno do conteúdo do estômago para o esôfago e
outras áreas, como a boca.
MONILÍASE ORAL: causada pelo fungo Candida Albicans, naturalmente presente
na boca. Seu aumento leva ao desenvolvimento da candidíase oral, que se
caracteriza pelo aparecimento de placas brancas com aspecto de queijo,
exudativas, cremosas, sobre a língua, a mucosa oral, o palato e outras superfícies
da cavidade oral.

COTO UMBILICAL: Inicialmente, apresenta-se gelatinoso e seco,


progressivamente, mumificando perto do 3º ou 4º dia de vida e costuma
93

desprender-se do corpo em torno do 6º ao 15º dia.

FEBRE: Caso haja febre, administre antitérmico de acordo com a idade e peso da
criança, conforme prescrição médica.

Dor de ouvido: é o sintoma mais frequente de otite média


94
95
96
97

Programa Nacional da Triagem Neonatal


A coleta de sangue para o Teste do Pezinho deve ser realizada preferencialmente
após 48 horas de vida e até o 5º dia de vida do bebê.
O Programa Nacional de Triagem Neonatal tem em seu escopo seis doenças:

• Fenilcetonúria (PKU);
• Hipotireoidismo Congênito (HC);
• Doenças Falciformes (DF) e outras Hemoglobinopatias;
• Fibrose Cística (FC);
• Hiperplasia Adrenal Congênita (HAC) ou Hiperplasia Congênita da Supra-renal;
• Deficiência de Biotinidase (DB).
98

Triagem Auditiva Neonatal (Teste da Orelhinha)


A triagem auditiva neonatal é realizada por meio do exame de Emissão
Evocada Otoacústica. Coloca-se um pequeno fone na parte externa do ouvido do
recém-nascido que permite a produção de um estímulo sonoro e a captação do seu
retorno (eco), sendo registrado no computador se as partes internas da orelha
(cóclea) estão funcionando. O resultado do exame é emitido na forma de um
gráfico. Deve ser realizado nos primeiros dias de vida (24 a 48 horas) e, no máximo,
no primeiro mês de vida.
Triagem Visual Neonatal (Teste do Reflexo Vermelho ou Teste do Olhinho)
A Triagem Visual Neonatal (Portaria nº 793, de 24 de abril de 2012)
contempla ações de prevenção e de identificação precoce de deficiência visual. É
um teste rápido, fácil, indolor e não necessita de colírio. O exame é realizado com
um oftalmoscópio para facilitar a inspeção ocular. Ao serem atingidos pelo foco de
luzes nos olhos, refletirão tons de vermelho, laranja ou amarelo, na presença de
retinas saudáveis. Em caso de alteração, o reflexo de luz será esbranquiçado ou
não será possível observá-lo.
Teste de Oximetria de Pulso (Teste do Coraçãozinho)
O teste do coraçãozinho é recomendado antes da alta hospitalar ou até a
primeira semana de vida. Consiste em um exame não invasivo, simples, indolor e
rápido realizado com um aparelho chamado oxímetro. Tem o objetivo de identificar
manifestação de cardiopatias congênitas. está descrito o fluxo do teste do
coraçãozinho.
Teste de Linguinha
O teste da linguinha possibilita diagnosticar e indicar o tratamento precoce
das limitações dos movimentos da língua causadas pela língua presa que podem
comprometer as funções de sugar, engolir, mastigar e falar. É realizado por meio
da aplicação do Protocolo de Avaliação do Frênulo Lingual com escores para bebês
(MARTINELLI, 2013). Tem pontuações independentes e pode ser aplicado por
partes, até o 6º mês de vida.
Terminologias Relacionadas à Enfermagem Obstétrica
99

• Amenorréia: ausência ou cessação da menstruação em mulheres em


idade fértil.
• Linha nigra: linha mais escurecida na área abdominal
• Cloasma: manchas que surgem na pele do rosto durante a gestação
• Aréola secundária: pigmentação menor do que a aréola primaria.
• Colostro: primeiro leite que sai das mamas
• Polaciúria: aumento da frequência urinária
• Náuseas: mal-estar que pode ser seguido ou não de vomito.
• Aborto: O aborto é a interrupção da gestação antes do início do período
perinatal, definido pela OMS (CIE 10) a partir de 22 semanas completas
(154 dias) de gestação, quando o peso ao nascer é normalmente de 500
g.
• pré-termo: acontece da 22ª a menos de 37ª semanas gestacional.
• a termo: da 37ª semana a menos de 42ª semanas gestacional.
• pós termo: da 42ª semana acima.
• Normal, vaginal ou espontâneo: evolui sem intervenção.
• Induzido: provocado por medicamentos ou manobras
• Distócico: é o parto em que, apesar do útero se contrair normalmente,
o bebé não consegue passar pela bacia devido a um bloqueio físico.
• Cesariana: procedimento cirúrgico para a retirada do feto.
• Paridade: se refere à análise numérica dos antecedentes gestacionais
da paciente.
• Gesta: é o número de gestações que a paciente possui, contando com
a gestação atual
• Para: é o número de partos que ocorreram após 20 semanas de
gestação
• DUM: Data da Ultima Menstruação
• DPP: Data provável do Parto
• Nuligesta: paciente que nunca teve uma gestação nem está grávida no
momento da consulta
• Primigesta: paciente que se encontra grávida no momento da consulta
ou que possui apenas uma gestação como antecedente
• Multigesta: paciente que já possui uma gestação pregressa e que se
encontra grávida no momento da consulta (no conceito das multigestas
100

também há denominações como “secundigesta”, que é a paciente que


já engravidou duas vezes, “trigesta” que já engravidou três vezes e
assim por diante, sempre levando em conta se há ou não gestação no
momento da consulta)
• Nulípara: paciente que nunca teve uma gestação que ultrapassasse 20
semanas; (dessa forma, pacientes nuligestas também são nulíparas)
• Primípara: paciente que apresentou apenas uma gestação além de 20
semanas
• Multípara: paciente que apresentou duas ou mais gestações além de 20
semanas
• Grande multípara: paciente que teve 5 ou mais gestações além de 20
semanas
Referências Bibliográficas
1. http://www.corengo.org.br/wp-content/uploads/2017/11/protocolo-final.pdf
2. https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/politicas-para-
mulheres/arquivo/central-de-
conteudos/publicacoes/publicacoes/2015/pnaism_pnpm-versaoweb.pdf
3. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-da-
crianca
4. http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/direitodasmulheres.htm
5. http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/direitodacrianca.htm
6. http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/direitosdagestante.htm
7. https://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201901/09090527-
guia-pre-natal-na-atencao-basica-web.pdf
8. https://www.as.saude.ms.gov.br/wp-content/uploads/2021/03/Treinamento-
SES-Coleta-Pre-Natal.pdf
9. https://atencaobasica.saude.rs.gov.br/upload/arquivos/201901/09090527-
guia-pre-natal-na-atencao-basica-web.pdf
10. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_
prenatal.pdf
11. https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/viewFile/11022
4/22143
12. https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/wp-content/uploads/2022/03/Resposta-
de-Goias.pdf
13. https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-mulher/principais-
questoes-sobre-a-consulta-de-puerperio-na-atencao-primaria-a-
saude/#:~:text=O%20puerp%C3%A9rio%20tem%20in%C3%ADcio%20ime
diatamente,dia%2C%20com%20t%C3%A9rmino%20imprevisto)
14. https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-mulher/manual-de-
gestacao-de-alto-risco-ms-2022/
15. http://www.corengo.org.br/wp-content/uploads/2017/11/protocolo-final.pdf
16. http://www.aleitamento.org.br/arquivos/direitogestantes.html

Você também pode gostar