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Universidade Federal do Ceará

Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem


Departamento de Enfermagem
Enfermagem no Processo de Cuidar do Adulto II

DIETAS HOSPITALARES, SONDAGEM


NASOGÁSTRICA E NASOENTERAL, OSTOMIAS DE
ALIMENTAÇÃO, NUTRIÇÃO ENTERAL E PARENTERAL

Profa. Dra. Andrea Bezerra Rodrigues


2014
Dietoterapia
Tipos de Dietas Hospitalares
Tipos de Dietas Hospitalares
Tipos de Dietas Hospitalares
Tipos de Dietas Hospitalares
Interatividade

Pela imagem acima qual tipo de dieta você diria que se refere?
a)Dieta leve
b)Dieta líquida completa
c)Dieta branda
d)Dieta pastosa
e)Dieta líquida clara
Nutrição Enteral (NE)
Nutrição Parenteral (NP)

nteral
Nutrição E t r ientes
çã o d e n u
Administra g a s tr o in testinal
t r a to
através do a n a s o e n t er a l , renteral
por meio d
e sond
o mias. Nutrição Pa o u em ulsão,
u o s t ç ã o
nasogástr
ic a o
dm in is tra ç ão de solu m in oá c idos,
A s , a
t a d e carboidrato
com p os
m in a s e m inerais,
lipídeos, vit a
a à ad m in istração
ina d
estéril, dest s o v e no s o periférico
por aces
intravenosa
ou central.
Para que não ocorram erros preste atenção à cor do equipo!!
Indicações da dieta enteral
Contra indicações da dieta enteral

Contra indicações

Íleo paralítico

Diarreia importante

Fístula digestiva de alto débito

Obstrução intestinal completa

Varizes de esôfago com sangramento recente

Hérnia de hiato

Hemorragia digestiva
Vias de administração de
dieta enteral
Tipos de sondas para alimentação enteral

Sonda de poliuretano ou Sonda de cloreto de polivinil - Sonda


silicone - Sonda Levin ®
Dobbhoff®
Posicionamento Gástrico
Posicionamento Enteral ou
Gástrico
Sonda de poliuretano ou silicone – acesso pós
pilórico
Indicação: alimentação.

Resolução COFEN nº 277/2003:


“Atribuição do enfermeiro o acesso ao TGI pós pilórico,
assegurando o posicionamento adequado
por avaliação radiológica.”

Sonda Nasoenteral
Dobbhoff® Fio guia
Sonda Nasogástrica

Sonda Nasogástrica
Levin
Antes da instalação de SNG e SNE

 Avaliação do paciente:

 Nível de consciência

 Característica dos sons


intestinais

 Integridade da mucosa nasal,


desvios de septo
Material
Material
Descrição da técnica

 Manter a privacidade com o biombo.

 Orientar o paciente sobre o procedimento.

 Posicionar o paciente em semi Fowler.

 Retirar próteses dentárias.

 Proteger o tórax com a toalha.

 Lavar as mãos, colocar óculos de proteção,


máscara cirúrgica e luvas de procedimento.

 Medir a sonda
 SNG
 SNE
Descrição da técnica

 Injetar água na sonda com fio guia.

 Lubrificar a parte externa da sonda


com a lidocaína gel.

 Introduzir a sonda através da narina.

 Fletir a cabeça depois que a sonda


houver ultrapassado a nasofaringe.

 Pedir ao paciente que degluta e


introduzir até a marca feita na sonda.

 Se encontrar resistência, paciente


tossir, apresentar cianose, interromper
a progressão.
Descrição da técnica
OBSERVAÇÃO:
Alguns autores não consideram mais
um método confiável para
verificação da sonda.
Descrição da técnica

 Em posicionamento pós pilórico (enteral) lateralizar o


paciente para DLD e introduzir até a última marcação.

 Retirar o fio guia da sonda e guardar enrolado e protegido


na mesa de cabeceira.
Descrição da técnica

SEMPRE
realizar Raio X
de abdome após para
confirmar localização.
Descrição da técnica

 Fixar a sonda à narina do paciente com


adesivo hipoalergênico (tipo micropore®)
Descrição da técnica

 Conectar a sonda ao coletor, no caso de drenagem gástrica.

 Retirar as luvas, deixar o paciente confortável, reunir todo o


material e levar para o expurgo.

 Lavar as mãos.

 Registrar no prontuário.
Indicações para Gastrostomia e Jejunostomia

 Terapia nutricional > 6 semanas

 Impossibilidade de instalação de SNG


ou SNE
Intervenções de Enfermagem
Girar 360 graus o botão diariamente.

Manter a sonda fixa ao abdome com fita adesiva.


Realizar limpeza com SF0,9% até cicatrização.
Quando a ostomia for recente deve ser realizado
curativo.
Atentar para eritema, dor, vazamento de secreção e
secreção purulenta na inserção.
Avaliar exteriorização da sonda ou do botão.
Administrando a dieta enteral

 Conferir o rótulo

 Observar aspecto, temperatura e


validade da dieta

 Nunca acrescentar medicamentos


às dietas

 Utilizar equipo próprio (COR


AZUL)

 Verificar a validade do equipo


Administrando a dieta enteral

 Adaptar o equipo à bomba de infusão (BI) e


preencher equipo com a dieta.

 Programar a BI (60 a 120 min)

 Calçar luvas de procedimento

 Verificar posicionamento da sonda

 Medir resíduo gástrico antes de todas as dietas


 Se resíduo > 200 ml – não administrar a
dieta, aguardar 1 hora e verificar novamente
 Se resíduo > 200 ml - comunicar ao médico
Fonte: Projeto Diretrizes da Sociedade
Brasileira de
Nutrição Parenteral e Enteral; 2011.
Modos de administração de dieta enteral

 Intermitente

Atenção:
 Interromper a dieta:
- Banho no leito
- Fisioterapia
- Aspiração de vias aéreas
 Contínua - Vômitos
Ao término da dieta enteral

 “Lavar” com 20 a 30 ml de água


filtrada com uma seringa de 20ml
ou maior

 Instalar água filtrada no frasco


para hidratar o paciente
Complicações da NE e Intervenções de Enfermagem
Complicações Observações Intervenções de Enfermagem
Mecânicas obstrução da 1-Observar a fixação da sonda e trocar após o banho.
sonda, 2- Higienizar as narinas.
deslocamento da 3- Lavar a sonda com 20 a 30 ml de água potável após cada
sonda, necrose dieta e medicamento, e a intervalos de 4 horas se dieta
de asa do nariz contínua.
4-Diluir bem os medicamentos e instilar separadamente.
Respiratórias broncoaspiração, 1-Confirmar posicionamento da sonda e resíduo antes de
pneumonia instalar a dieta.
aspirativa 2-Manter decúbito a 30 graus durante e após 30 minutos do
término.
3-Manter sonda bem fixada.
Gastro náuseas, 1-Manter decúbito a 30 graus durante e após.
intestinais vômitos, cólica, 2- Verificar tipo da dieta e controlar gotejamento
diarreia, perda rigorosamente. BI sempre que possível.
de peso 3-Atentar para temperatura e validade da dieta.
4- Pesar periodicamente.
5- Avaliar o abdome e características das evacuações.
Metabólicas desidratação e 1-Avaliar sinais de desidratação e administrar água potável
distúrbios nos intervalos da dieta.
hidroeletrolíticos, 2-Monitorizar exames de eletrólitos e glicemia e administrar
hiperglicemia insulina quando prescrita.
Nutrição Parenteral

Portaria MS/ANVS nº 272, de 8 abril de


1998, parágrafo 5.6.1:

“O enfermeiro é responsável pela


administração da nutrição parenteral e
prescrição dos cuidados de enfermagem
em nível hospitalar, ambulatorial e
domiciliar”.
Indicações da Nutrição Parenteral

Situações em que há contra indicação absoluta para dieta


enteral ou para suplementação em pacientes recebendo
dieta enteral.
Vias de administração de NP

Acesso Venoso Periférico


 [ ] de glicose, no máximo, a 10%.
 Máximo de 7 a 10 dias.

Acesso Venoso Central


 Permite [ ] de glicose a 50%.
 Indicada por períodos mais longos.
Curativos dos cateteres venosos centrais

1- Realizar antissepsia da pele ao redor do local de inserção com gaze estéril e


clorexidina alcóolica 3 vezes, ampliando o círculo do centro para a periferia;

2- Ocluir com gaze estéril e adesivo ou película semi permeável transparente.

Curativo com adesivo Curativo com película


Complicações da NP e Intervenções de Enfermagem

Complicações Intervenções de Enfermagem


Relacionadas
ao Cateter e à
Solução
Infecção 1- Trocar equipo a cada 24 horas; identificar equipo.

2- Controlar a validade da NP (48 hs em geladeira e 24hs no


paciente).

3- Trocar AVP a cada 72 horas.

4- Atentar para reação pirogênica .

5- Realizar curativo de CVC e observar presença de sinais flogísticos


no sítio de inserção.

6- Cobrir local de inserção do CVC antes do banho.


Complicações da NP e Intervenções de Enfermagem

Complicações Intervenções de Enfermagem


Relacionadas ao Cateter e
à Solução
Choque térmico 1- Infundir a solução À TEMPERATURA AMBIENTE.
2- Retirar da geladeira 1 hora antes da
administração.
Incompatibilidade 1- Instalar a nutrição parenteral em via exclusiva
obrigatoriamente.
2- Nunca acrescentar medicações ou outras
soluções ao frasco da NP.
Oxidação dos lipídeos 1- Cobrir a bolsa de NP com capa protetora e
colocar equipo fotossensível
Complicações da NP e Intervenções de Enfermagem

Complicações Intervenções de Enfermagem


Metabólicas

Hiperglicemia 1- Monitorizar glicemia ou glicosúria 3 a 4x/dia.


2- Avaliar sinais e sintomas de hiperglicemia.
3- Iniciar a infusão com 50 ml/h em bomba de infusão
e aumentar gradativamente.
4- Nunca acelerar o gotejamento.

Hipoglicemia 1- Avaliar sinais e sintomas de hipoglicemia.


2- Monitorizar níveis de glicemia.
3- NUNCA interromper abruptamente a infusão.
4- Se for necessário interromper, instalar soro
glicosado 10% por 12 horas.

Desequilíbrio eletrolítico 1- Monitorizar exames de eletrólitos.


2-Avaliar sinais e sintomas de desequilíbrios eletrolíticos.
Complicações da NP e Intervenções de Enfermagem

Outras complicações Intervenções de Enfermagem

Litíase biliar 1- Atentar para o tempo de tratamento com NP.


2- Observar sinais e sintomas de litíase biliar.

Atrofia das vilosidades 1- Atentar para o tempo de tratamento com NP.


intestinais.
2- Observar sinais e sintomas de atrofia.

Isolamento social, 1- Estimular a auto estima.


depressão, ansiedade. 2- Explicar ao paciente as reais necessidades do
procedimento.
Interatividade

MS, feminina, 45 anos de idade, internada na unidade cirúrgica por fístula


em mandíbula pós cirurgia de mandibulectomia por câncer. Mantendo SNG
para dietoterapia. São intervenções de enfermagem para essa paciente com
relação à SNG e dietoterapia:
I.Realizar limpeza das narinas.
II.Verificar resíduo gástrico antes de instalar a dieta, e se maior que 200ml ,
devolver e verificar novamente após 1 hora.
III.Verificar peso periodicamente.
IV.Manter decúbito dorsal horizontal durante toda a instalação da dieta e 30
minutos após.
a)I, II e III.
b)I, II, III e IV.
c)I, III e IV.
d)I, II e III.
Possíveis Diagnósticos de Enfermagem
Resultados Esperados para paciente em
dietoterapia
Bibliografia

 TIMBY BK. Atendimento de Enfermagem: conceito e habilidades


fundamentais. 9ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
 POTTER PA; PERRY A G. Fundamentos de Enfermagem. 6ª ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2005.
 PROJETO DIRETRIZES. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Nutrição Enteral
e Parenteral. Terapia Nutriconal: Administração e Monitoramento. 2011.
Disponível em: www.sbnep.
 MATSUBA, C.S.T; MAGNONI, D. Enfermagem em terapia nutricional. São
Paulo: Sarvier; 2009.
 RODRIGUES AB; SILVA MR; PERES PO; CHAGAS SSM. O Guia da
enfermagem: fundamentos para assistência. 3ª ed. rev./atual. São Paulo:
Iátria; 2011.
 SPRINGHOUSE. As melhores práticas de enfermagem: procedimentos
baseados em evidências. trad. Regina Machado Garcez. Porto Alegre: Artmed;
2010.
 VIANA RAPP; REZENDE E; BATISTA MAO; SILVA CM; NETO MCR; SETOYAMA
TA; JUNIOR MS; OLIVEIRA AMRR. Efetividade da sondagem pós-pilórica
usando guia magnético. Rev Bras Ter Intensiva. 2011; 23(1):49-55.

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