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crime descrito na legislação em vigor, sem prejuízo das sanções civis cabíveis.
Entenda os ícones que traremos durante sua leitura e qual o objetivo de cada um para seu aprendizado.

Este símbolo indica um trecho do assunto que vale a pena ser relembrado. Nossa intenção é indicar os
pontos mais importantes para sua prova.

Este símbolo indica um trecho que trará, de maneira simples e rápida, conceitos para ajudar na sua
memorização.

Este símbolo indica um detalhe do assunto. O intuito é complementar seu aprendizado, aprofundando
seu conhecimento naquele tema.

Este símbolo indica que selecionamos uma questão direcionada para aquele trecho que você acabou de
ler, para que você entenda como determinados conceitos são cobrados nas provas.

Este símbolo indica uma sugestão de resposta para o caso clínico que traremos no início de cada apostila.
E SE FOSSE VOCÊ NESTE PLANTÃO? ....................................................................................................................................... 6
ALIMENTAÇÃO NA INFÂNCIA E DESVIOS NUTRICIONAIS ....................................................................................................... 7
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................................... 7
2 ALEITAMENTO MATERNO ................................................................................................................................................. 8
2.1 RECOMENDAÇÕES ATUAIS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS), ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) E PELA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA (SBP) ........................................................................................................... 8
2.2 DEFINIÇÕES DE ALEITAMENTO MATERNO ADOTADAS PELA OMS ......................................................................... 8
2.3 FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO ....................................................................................................................................... 8
2.4 A IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO COMO PREVENÇÃO A CURTO PRAZO ........................................ 10
2.5 VANTAGENS PARA A MÃE ...................................................................................................................................... 10
2.6 CAUSAS DE DESMAME PRECOCE ........................................................................................................................... 10
2.7 TÉCNICA DE AMAMENTAÇÃO ................................................................................................................................ 10
2.8 LEGISLAÇÃO E ALEITAMENTO ................................................................................................................................ 11
2.9 COMPOSIÇÃO DO LEITE MATERNO ....................................................................................................................... 11
2.10 FATORES PROTETORES DO LEITE HUMANO .......................................................................................................... 13
2.11 MODIFICADORES DO LEITE MATERNO .................................................................................................................. 13
2.12 QUEIXAS MAIS COMUNS ........................................................................................................................................ 14
2.13 CONTRAINDICAÇÕES .............................................................................................................................................. 16
3 ALIMENTAÇÃO A PARTIR DOS 6 MESES DE VIDA ........................................................................................................... 19
3.1 TÉCNICAS DE ALIMENTAÇÃO ................................................................................................................................. 19
3.2 FRUTAS ................................................................................................................................................................... 20
3.3 A PAPA PRINCIPAL .................................................................................................................................................. 20
3.4 RECOMENDAÇÕES.................................................................................................................................................. 21
3.5 DEVE EVITAR ........................................................................................................................................................... 21
3.6 ORIENTAÇÕES À FAMÍLIA ....................................................................................................................................... 22
4 ALIMENTAÇÃO PRÉ-ESCOLAR ......................................................................................................................................... 23
5 ALIMENTAÇÃO ESCOLAR................................................................................................................................................. 23
6 ALIMENTAÇÃO NA ADOLESCÊNCIA ................................................................................................................................ 23
7 DESNUTRIÇÃO ................................................................................................................................................................. 25
7.1 FISIOPATOLOGIA..................................................................................................................................................... 25
7.2 CLASSIFICAÇÃO ....................................................................................................................................................... 25
7.3 FORMAS CLÍNICAS .................................................................................................................................................. 25
7.4 ALTERAÇÕES LABORATORIAIS ................................................................................................................................ 27
7.5 TRATAMENTO DA DESNUTRIÇÃO GRAVE .............................................................................................................. 27
8 REFERÊNCIAS................................................................................................................................................................... 30
9 QUESTÕES EXTRAS .......................................................................................................................................................... 31
9.1 COMENTÁRIOS E GABARITOS................................................................................................................................. 38
Paciente de 8 meses, sem queixas, comparece ao ambulatório de puericultura, até então em seio materno exclusivo.
Você analisa os gráficos e percebe que ela se encontra no Z escore -2 nos gráficos P/I, E/I e P/E.
Sem alterações ao exame físico.

Frente ao quadro clínico descrito, responda aos


questionamentos:
1. Qual orientação você dará sobre a amamentação
dessa criança?
2. O que deverá ser introduzido em seu cardápio e a
partir de que momento?
3. Como se classifica nutricionalmente essa criança?

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• Para entender sobre alimentação na infância, precisamos partir de um conceito novo, mas de suma importância para
o crescimento e desenvolvimento infantil: “os primeiros mil dias”. Vários estudos demonstram a importância dos
primeiros mil dias na vida da criança (período que se inicia logo após a concepção e vai até os dois anos de vida). Os
mil dias são vistos como uma janela de oportunidades para melhorar a saúde dos indivíduos e para um conjunto de
intervenções altamente efetivas para a redução da desnutrição.
• Relacionado a isso, um conceito atual importante é o de como os problemas na alimentação nas fases iniciais do
desenvolvimento da criança podem levar a consequências a longo prazo para suas funções fisiológicas. A explicação
vem através do termo programming, que tem a ver com a programação da saúde futura. O programming, por
definição, é a indução, deleção ou prejuízo do desenvolvimento de uma estrutura somática permanente ou ajuste de
um sistema fisiológico por um estímulo ou agressão, que ocorre em um período suscetível (como os primeiros meses
de vida), causando consequências a longo prazo, como a obesidade e a síndrome metabólica. Dessa forma, torna-se
imperativo que o profissional de saúde faça uma correta orientação para os pais e familiares, como também que saiba
identificar precocemente os desvios nutricionais.
• Em 2019, o Ministério da Saúde trouxe atualizações sobre os passos que devem nortear a alimentação saudável
durante o primeiro ano de vida:
− Os 12 passos para uma Alimentação Saudável:
1. Amamentar até 2 anos ou mais, oferecendo somente o leite materno até 6 meses;
2. Oferecer alimentos in natura ou minimamente processados, além do leite materno, a partir dos 6 meses;
3. Oferecer água própria para o consumo à criança em vez de sucos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas;
4. Oferecer a comida amassada quando a criança começar a comer outros alimentos, além do leite materno;
5. Não oferecer açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar à criança até 2 anos de idade;
6. Não oferecer alimentos ultraprocessados para a criança;
7. Cozinhar a mesma comida para a criança e para a família;
8. Zelar para que a hora da alimentação da criança seja um momento de experiências positivas, aprendizado e afeto
junto da família;
9. Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade da criança e conversar com ela durante a refeição;
10. Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança e da família;
11. Oferecer à criança alimentação adequada e saudável também fora de casa;
12. Proteger a criança da publicidade de alimentos.
• Saber quais são os melhores alimentos para oferecer às crianças é extremamente importante para que os pais ou
cuidadores consigam garantir-lhes uma nutrição adequada. O Guia Alimentar para a População Brasileira (2ª edição,
2014) classifica os alimentos em 4 categorias, de acordo com o tipo de processamento empregado na sua produção:
1. Alimentos in natura ou minimamente processados: obtidos diretamente de plantas ou animais e consumidos sem
sofrerem qualquer alteração após deixarem a natureza, ou que foram submetidos a alterações mínimas (como grãos
polidos, empacotados ou moídos; leite pasteurizado);
2. Produtos extraídos de alimentos in natura e utilizados em temperos: óleos, gorduras, açúcar e sal;
3. Produtos fabricados essencialmente com adição de sal ou açúcar a um alimento que originalmente era in natura ou
minimamente processado: legumes em conserva, frutas em calda, queijos e pães;
4. Produtos ultraprocessados: utilizam vários ingredientes e várias etapas e técnicas de processamento e fabricação
(biscoito recheado, macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote).
• O processo de amamentar envolve uma profunda interação entre mãe e filho e suas repercussões envolvem, além do
estado nutricional da criança, melhor resposta imunológica às infecções, melhorias na fisiologia e no desenvolvimento
cognitivo e emocional, boas consequências a longo prazo, tanto na saúde física quanto psíquica da criança e da mãe.
• O leite humano desempenha, além de função nutritiva, papéis de proteção, imunomodulação e prevenção de doenças
degenerativas do adulto.
• O aleitamento materno deve ser iniciado imediatamente após o nascimento, de preferência, nas primeiras horas de
vida dentro da sala de parto e deve ser exclusivo nos primeiros seis meses e mantido por até dois anos ou mais.
• Nos primeiros dias pós-parto, as mamas produzem colostro, um líquido rico em proteínas, minerais, fatores de
crescimento e imunológicos (células e imunoglobulina A secretora), com um volume médio de 30mL/dia. O volume
aumenta com o passar dos dias, chegando a 600mL/dia, em média, por volta do quarto dia. Nas duas primeiras
semanas de vida, o colostro dá lugar ao leite de transição e, posteriormente, ao leite maduro, que supre todas as
necessidades nutricionais do lactente até o sexto mês de vida. O volume diário produzido varia de acordo com a
frequência das mamadas e pode chegar a 800mL/dia em uma nutriz que amamenta exclusivamente.

• Aleitamento materno exclusivo durante 6 meses: Somente o leite materno (não oferecer água, chás, suco de fruta),
sob regime de livre demanda, sem horários pré-fixados. A única exceção é a inclusão de medicação.
• Introduzir alimentação complementar a partir dos 6 meses; entretanto, não se recomenda nenhum outro tipo de
leite (industrializado, de vaca, de soja, de cabra etc.). O leite materno, por si só, após os 6 meses, é insuficiente,
porém, continua sendo importante, especialmente como fonte de vitamina C (cobre 95% das necessidades), vitamina
A (cobre 45% das necessidades), proteínas (38% das necessidades) e energia (31% das necessidades), além, é claro,
de fornecer elementos imunológicos para prevenção de doenças.
• O leite materno deve ser mantido, no mínimo, até os 2 anos de vida.

• Aleitamento Materno Exclusivo (AME): A criança recebe apenas leite humano, da própria mãe (diretamente do seio
ou ordenhado) ou de outra fonte (banco de leite), sem outros líquidos ou sólidos, à exceção de vitaminas, sais de
hidratação e medicamentos (gotas ou xaropes).
• Aleitamento Materno Predominante (AMP): Além do leite humano, a criança recebe água, chás, suco de frutas e
outros fluidos/infusões em quantidades limitadas.
• Aleitamento Materno: Quando a criança recebe leite materno (diretamente do seio ou ordenhado), independente de
receber ou não outros alimentos.
• Aleitamento Materno Complementado (AMC): Além do leite materno, a criança recebe alimentos sólidos ou
semissólidos com o objetivo de complementar o leite materno, mas não substituir.
• Aleitamento Misto ou Parcial (AMM): Além do leite humano, a criança recebe outros tipos de leite.

• Lactogênese Fase I: Inicia-se na gestação:


− Hormônios envolvidos: Estrógeno (ramifica os ductos lactíferos) e Progesterona (formação dos lóbulos mamários).
− Durante a gestação, o aumento de estrógeno e dos outros hormônios placentários leva a um aumento no volume das
mamas, dilatação das veias superficiais, aumento do fluxo sanguíneo e maior pigmentação da aréola e dos mamilos.
− A secreção láctea se inicia a partir de 16 semanas.
− No fim do segundo trimestre, ocorre um aumento da prolactina, hormônio responsável pela produção de leite.
− No fim do terceiro trimestre, já se observa a presença de colostro nos lobos das glândulas mamárias. A prolactina, no
entanto, está com sua ação inibida pelos altos níveis de estrógeno e progesterona durante toda a gestação.
• Lactogênese Fase II: Ocorre após o parto:
− Durante o parto, ocorre a queda da progesterona e o aumento da prolactina.
− A ocitocina é o hormônio responsável pela expulsão da placenta e, com a queda dos hormônios placentários, ocorre um
aumento da ação da prolactina e consequente produção de leite.
− A ocitocina é produzida pela hipófise posterior, na resposta à sucção do bebê, e promove a contração das células
musculares do tecido mamário, levando à ejeção do leite. Com o esvaziamento mamário, a hipófise anterior volta a
produzir prolactina.
• Lactogênese Fase III (galactopoiese): Ocorre após a “descida do leite” (apojadura):
− A apojadura, ou fase de descida do leite, é a fase em que ocorre aumento do nível de ocitocina para o trabalho de parto,
com consequente aumento da prolactina após a saída da placenta. Essa fase reflete a estabilização da produção láctea
e ocorre em 48-72h após o parto. Nessa fase, pode haver edema mamário, dor e hiperemia.
− A galactopoiese se mantém durante toda a lactação. Ela depende da ocitocina (estimulada pela sucção do bebê) e da
prolactina (estimulada pelo esvaziamento mamário).

Hipófise Anterior Prolactina Produção de Leite


Sucção
Hipófise Posterior Ocitocina Célula Mioepitelial Reflexo de Ejeção do Leite

1 minuto
Adrenalina

Dor, fadiga,
ansiedade, medo

Figura 1 – Fisiologia da Lactação. Fonte: Os Autores, Eu Médico Residente ©.

É importante lembrar que a ocitocina é liberada não só pela sucção da criança, mas também por estímulos condicionados
(visão, cheiro e choro da criança) e por fatores de ordem emocional (motivação, autoconfiança e tranquilidade). Ela pode
ser inibida por dor, desconforto, estresse, ansiedade, medo e insegurança.

OBS.: A prolactina é mais secretada à noite, inibe a ovulação e pode ser diminuída pela ação da nicotina. Aconselha-se
a mãe lactante a não fumar.

SUS-SP 2018 ACESSO DIRETO. Em relação às definições de aleitamento materno, é INCORRETO:


A. Aleitamento materno exclusivo, criança suga leite diretamente da mama da mãe, não se incluindo o leite originado por
ordenha mecânica.
B. Aleitamento materno, criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado) independente de ter outros alimentos.
C. Aleitamento materno predominante, criança recebe além do leite materno, água, chás, infusões ou suco de frutas.
D. Aleitamento materno complementado, criança recebe além do leite materno, alimento sólido ou semissólido com finalidade
de complementação e não substituição.
E. Aleitamento materno misto ou parcial - criança recebe leite materno e outros tipos de leite.

COMENTÁRIO: No aleitamento materno exclusivo, a criança só faz uso do leite materno, diretamente ou ordenhado, sem
nenhum outro alimento líquido ou sólido (Letra A, incorreta). As outras alternativas estão corretas; aproveite para revisar
esses conceitos! RESPOSTA: Letra A.
• Favorece um ótimo crescimento;
• Melhora do desenvolvimento neuropsicomotor e do vínculo afetivo;
• Fornecimento adequado de água para hidratação;
• Proteção contra infecções, alergias e outras afecções;
• Efeito potencial nas doenças do adulto e no desenvolvimento cognitivo (hipertensão arterial, dislipidemia, sobrepeso
e obesidade, diabetes mellitus tipo 2 e quociente de inteligência).

• Favorecimento do vínculo mãe/bebê e de representação familiar de ser mãe na sociedade;


• Minimiza gastos com fórmulas lácteas e dispositivos de administração da fórmula infantil;
• Prevenção de doenças hemorrágicas puerperais;
• Ajuda na diminuição do peso pós-parto;
• Tem papel na prevenção do câncer de mama.

• Ansiedade materna (inibe o reflexo da ejeção do leite);


• Insegurança quanto à sua capacidade de amamentar (aumenta o uso de fórmulas infantis);
• Tabagismo materno (diminui a secreção de prolactina);
• Dor ao amamentar (relaciona-se à má pega e à ansiedade materna);
• Desenvolvimento de complicações, como mastite e abscesso mamário;
• Baixa renda familiar (muitas vezes obriga a mãe a trabalhar no período que seria de amamentação exclusiva);
• Ausência paterna ou de um companheiro para a mãe (falta de apoio).

• Qualquer problema com relação à amamentação (qualquer que seja) → Provável erro na técnica de amamentação!
• A técnica consiste em dois fundamentos: a pega no seio e a posição da criança.
• A criança mama ordenhando o seio lactífero, e não sugando o mamilo apenas.
• Técnica correta:
− Criança voltada para o corpo da mãe, tocando o corpo da mãe;
− Totalmente apoiada;
− Mesmo eixo da mãe;
− Posição da Boca: Mamilo no céu da boca, com os lábios abrangendo a aréola, com o lábio inferior voltado para fora.
• O aleitamento deve ser feito em livre demanda, 6-9 vezes ao dia (5-20 minutos por mamada).

Boca aberta como


“boquinha de peixe”. Nariz não encosta no seio
e respira livremente.
Grande parte da aréola
fica na boca do bebê, e Bochecha enche quando
não apenas o mamilo. suga o leite.
Queixo encostado no seio.
Lábios virados para fora.

Barriga e tronco do bebê


voltados para a mãe.
Figura 2 – Pega correta na amamentação. Adaptado de: https://www.google.com.br/amp/s/revistacrescer.globo.com/amp/Por-Uma-Infancia-Mais-
Saudavel/noticia/2014/04/5-razoes-para-investir-na-amamentacao.html
HSL-SP 2023 ACESSO DIRETO. Criança de 9 meses de idade, hígida, com bom desenvolvimento neuropsicomotor, está em
consulta de rotina, na unidade Básica de Saúde. O peso para idade está entre o escore z 0 e +1; a estatura para idade está
no escore z 0. No decorrer da consulta a criança é amamentada ao peito com o corpo longe do corpo da mãe, a cabeça
e o corpo não alinhados e o corpo não sustentado. Entre as opções abaixo, a melhor conduta neste caso é:
A. Encaminhar a mãe e a criança para o grupo de amamentação.
B. Corrigir imediatamente a posição e pega da criança.
C. Ajustar a posição e explicar os sinais de boa pega.
D. Ajustar a pega e manter a posição da amamentação.
E. Não interferir na técnica de amamentação deste lactente.

COMENTÁRIO: Questão que fala de uma criança de 9 meses, hígida, com bom desenvolvimento neuropsicomotor
(DNPM), que veio à consulta de puericultura. Seu peso é adequado, estando entre 0/+1 Z escore para idade, além de sua
estatura para idade no Z 0, também adequada. No meio da consulta a mãe foi amamentar sua criança, e você como
médico nota que a criança mantém o corpo longe da mãe ao longo do aleitamento, além de seu corpo e cabeça não
alinhados e corpo não sustentado. De primeira impressão podemos querer intervir sobre o posicionamento correto, na
tentativa de promover um melhor aleitamento, porém ao rever que essa criança tem 9 meses, mantém-se perfeita,
hígida, ganhando peso bem e com boa estatura. Estamos vendo essa criança com 9 meses, não há queixa sobre o
aleitamento, não vemos objetivamente problemas com DNPM ou crescimento, assim, torna-se completamente
dispensável qualquer comentário sobre o posicionamento, visto que tudo está bem.
RESPOSTA: Letra E.

• No Brasil, existem leis que protegem as nutrizes durante o período de amamentação:


− Licença maternidade: a gestante é assegurada durante pelo menos 120 dias (podendo chegar a 180 dias) a partir do 9º
mês de gestação, sem prejuízo do emprego ou da remuneração;
− Licença paternidade: o empregado pai poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário por um período
de 5 dias após o nascimento do filho;
− Garantia de emprego: durante o período da gestação e o da lactação (desde o diagnóstico da gravidez até 5 meses após
o parto), a mulher não poderá ser dispensada do emprego, seja de forma arbitrária ou por justa causa;
− Creches: todo estabelecimento que tenha mais de 30 mulheres empregadas, com idade acima de 16 anos, deverá
possuir local apropriado para que os filhos destas mulheres sejam guardados e mantidos sob vigilância no período da
amamentação;
− Pausas para amamentar até os 6 meses: durante a jornada, a mulher tem direito a 2 descansos de 30 minutos;
− Sala de apoio à amamentação.

Tabela 1 – Composição do Leite Materno. SNC: Sistema Nervoso Central. Fonte: SBP (2018).
Composição
Leite Materno Leite de Vaca
Bioquímica
Água Quantidade Suficiente Necessita de oferta de água extra na dieta
Energia (kcal/100mL). 75. 66.
Carboidratos:
− Lactose (g/100mL). 6,8. 4,9.
Gorduras (g/100mL): 4 – 4,5. 4.
− Ácidos Graxos; Insaturados (quantidade suficiente). Saturados – excesso.
− Ácido Linoleico; Quantidade suficiente para SNC em crescimento. Insuficiente.
− Colesterol. Quantidade suficiente. Insuficiente.
Proteínas (g/100mL): 1,1. 3,5.
− Caseína (%); 40. 80.
− Proteína do Soro (%). 60. 20.
− Menor relação metionina/cistina (1/2): útil para o prematuro que não
tem cistationase. − Quantidade excessiva de fenilalanina e tirosina:
− Quantidade adequada de taurina: fundamental para o superam a capacidade enzimática do prematuro,
Aminoácidos:
desenvolvimento do SNC. provocando aminoacidemia com letargia e
− Maior disponibilidade de carnitina, necessária ao metabolismo de dificuldade de ganho ponderal.
ácidos graxos de cadeia longa.

Sódio (mEq/L): 7. 22.

Potássio (mEq/L): 13. 35.

Cálcio (mEq/L): 340. 1.170.

Fósforo (mg/L): 149. 920.

Magnésio (mg/L): 40. 120.

0,5.
Ferro (mg/L): 0,5.
Bem absorvido graças à facilitação da lactoferrina.

Vitaminas: Quantidade suficiente. Quantidade insuficiente.

IgA, IgM e IgG; Leucócitos (macrófagos, neutrófilos, linfócitos);


Fatores de Proteção: Inativos.
lactoferrina; lisozima; fator bífido; lipase.

Bactérias: Ausentes. Presentes.

• O leite humano tem mais calorias, lactose e gordura, enquanto o leite de vaca tem mais proteínas e eletrólitos
(podendo causar sobrecarga renal em crianças que fazem uso desse leite – em caso de aleitamento misto, é
necessário fornecer água).
• O leite de vaca tem mais caseína (80%), uma proteína de difícil digestão.
• O ferro do leite humano, apesar de em quantidade semelhante ao de vaca, tem maior biodisponibilidade, tornando-
se suficiente para as necessidades da criança.
• O leite humano tem gorduras insaturadas (que não entram na composição de placas de ateromas), enquanto o leite
de vaca é rico em gorduras saturadas (que formam placas). O ácido docosa-hexaenoico (22 carbonos), presente em
boa quantidade no leite humano, é fundamental para o desenvolvimento do cérebro e da retina.
• O lactente apresenta proteção contra agentes infecciosos nos primeiros 6 meses de vida graças à transferência pelo
leite materno de IgG e IgA, sendo esta última muito importante na defesa de mucosas.

UNCISAL-AL 2018 ACESSO DIRETO.


Quanto ao leite materno, pode-se afirmar que:
A. A proteção anti-infecciosa conferida à criança se refere apenas à doença diarreica viral.
B. A manutenção do aleitamento materno exclusivo até quatro meses é desejável pois a partir dessa idade as crianças
necessitam alimentação rica em ferro.
C. A proteção anti-infecciosa decorrente do aleitamento materno é decorrente da presença de IgA secretora e vários fatores
inespecíficos, como lisozima, fatores de maturação para o epitélio intestinal e lactoferrina.
D. Crianças com baixo peso devem receber leite de vaca como complemento até atingir o peso ideal para a idade.
E. O aleitamento materno não deve ser exclusivo até seis meses, pois a criança necessita de frutas para suplementar sua
necessidade de vitaminas.
COMENTÁRIO:
Vamos analisar as alternativas:
A. INCORRETA. A criança amamentada tem proteção contra infecções respiratórias, gastrointestinais e doenças alérgicas.
B. INCORRETA. O aleitamento materno deve ser mantido de forma exclusiva até o sexto mês de vida.
C. CORRETA. Estes fatores citados realmente conferem uma proteção anti-infecciosa relacionada ao aleitamento materno.
D. INCORRETA. O leite de vaca é contraindicado em menores de 1 ano.
E. INCORRETA. O aleitamento materno deve ser mantido de forma exclusiva até o sexto mês de vida.

RESPOSTA: Letra C.
• Imunoglobulinas (muita IgA): proteção contra infecções respiratórias e gastrointestinais;
• Lisozima (bactericida e imunomoduladora): junto com os leucócitos, atuam sobre vírus, bactérias e fungos;
• Lactoferrina: ajuda na absorção do ferro e inibe o crescimento de E. coli no intestino da criança;
• Fator Bífido (auxilia na flora intestinal saprófita): favorece o crescimento do Lactobacillus bifidus (acidifica as fezes,
dificultando a instalação de bactérias que causam diarreia);
• Oligossacarídeos: proteção contra enterotoxinas (inibem sua ligação ao epitélio intestinal);
• Ácidos graxos essenciais (linoleico e alfa-linolênico) e de cadeia muito longa (Ω3/Ω6): mielinização dos neurônios,
desenvolvimento cognitivo e visual.

• Durante a Lactação (Fases): A composição do leite humano varia entre as mulheres e em relação à própria mulher.
Pode ser influenciado na nutrição materna e durante as fases da lactação (colostro, leite de transição e leite maduro):
− Colostro: Produzido nos primeiros dias pós-parto. É espesso, de cor amarelada. Contém maior quantidade de proteína,
vitaminas lipossolúveis, sódio e zinco e menor teor de gordura, lactose e vitaminas hidrossolúveis. Tem altas
concentrações de imunoglobulinas e agentes anti-inflamatórios. É laxativo (favorece eliminação de mecônio e retira
bilirrubina do intestino, diminuindo a incidência de icterícia).
− Leite de Transição: Produzido entre o 7º e o 14º dia pós-parto. Nessa fase, a composição nutricional se modifica até se
transformar em leite maduro.
− Leite Maduro: Constituído 87,5% de água, garante a hidratação adequada do bebê durante os seis meses de
amamentação exclusiva. Oferece também a quantidade adequada de carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e
minerais para garantir adequado crescimento e desenvolvimento da criança. Os nutrientes do leite materno são de fácil
digestão, o que faz com que o bebê mame várias vezes ao dia. A concentração de gordura é mais elevada no fim da
mamada, sendo necessário o esvaziamento completo da mama para que o bebê receba um leite mais rico em gordura,
importante para o desenvolvimento cerebral, adequado ganho de peso e sensação de saciedade.
• Durante a Mamada:
− Frações:
✓ Leite anterior: mata a sede; 5x mais gordura.
✓ Leite posterior: mata a fome.
• Durante o dia: A quantidade de gordura do leite também aumenta durante o dia para dar uma maior sensação de
saciedade ao bebê.

SURCE-CE 2023 ACESSO DIRETO. Recém-nascido termo, 6 dias de vida, peso de 3100g, em aleitamento materno exclusivo,
vem ao posto de saúde para coleta do teste do pezinho. Sendo observado icterícia Zona 2 de Kramer. Relato de 7 diureses
e 6 evacuações nas últimas 24 horas, com fezes amarelas, explosivas e pastosas. Nasceu de parto vaginal, hospitalar, com
3300g, recebendo alta com 30 horas de vida. A mãe fez pré-natal sem intercorrências e tem tipo sanguíneo A+. Qual a
melhor conduta para o bebê?
A. Internação hospitalar para investigar e tratar a icterícia.
B. Manter o aleitamento materno exclusivo e retorno com 1 mês de vida.
C. Internação hospitalar para investigação e tratamento do quadro diarreico.
D. Solicitar exames ABO, Rh, bilirrubinas e hemograma completo de urgência.

COMENTÁRIO:
Do ponto de vista de alimentação, não há nenhum problema, pois, o recém-nascido está em aleitamento materno
exclusivo. Em relação ao peso, está com uma perda adequada já que houve uma redução de menos de 10% do peso do
nascimento. Por fim, a icterícia também não gera preocupação, pois já está com 6 dias de vida e na zona 2 de Kramer.
Vamos analisar as alternativas buscando a correta:
A. e C. INCORRETAS. Não há indicação de internação hospitalar, nem para investigar icterícia ou para tratar quadro diarreico.
Crianças em aleitamento materno nessa idade podem apresentar o reflexo gastrocólico exacerbado, sendo comum a
presença de inúmeras evacuações.
B. CORRETA. A melhor conduta é colher o teste do pezinho, conferir o cartão vacinal e marcar o retorno, realizando os
procedimentos adequados de puericultura.
D. INCORRETA. Não há necessidade de investigar icterícia hemolítica, pois a mãe é Rh+. Além disso, a icterícia do caso não
apresenta nenhum sinal de preocupação.

RESPOSTA: Letra B.

• Ingurgitamento: Pode ser fisiológico (peito cheio), comum na apojadura, podendo deixar a mama cheia, pesada e até
com discreto aumento de temperatura, mas sem hiperemia ou edema. No ingurgitamento fisiológico, o leite flui
facilmente, sem intervenção, e a condição se resolve em poucos dias. No ingurgitamento patológico, ocorrem 3
eventos: o leite não é drenado de forma eficiente, há aumento da vascularização local com congestão e há obstrução
linfática. No patológico, a mama fica difusamente edemaciada, firme, dolorida e o leite não drena facilmente.
Geralmente, o ingurgitamento é bilateral e pode envolver toda a mama, ou apenas a região areolar, causando
dificuldade na pega, o que dificulta ainda mais o esvaziamento da mama e aumenta a possibilidade de traumas
mamilares. Pode haver febre, desconforto e mal-estar e o manejo adequado é:
− Manter a amamentação, com mais frequência e livre demanda;
− Ordenhar antes da mamada;
− Massagear a mama com movimentos circulares;
− Esvaziar a mama com a ordenha;
− Sutiãs confortáveis com alças firmes e largas (mantém as mamas elevadas e alivia a dor);
− Usar analgésicos sistêmicos, se necessário;
− Aplicar compressas frias sobre a mama ao final da mamada (vasoconstrição → ↓ produção do leite) e tomar banho
morno massageando as mamas (ajuda a liberar o leite).
• Dor e fissuras mamilares: Causadas mais comumente por trauma mamilar secundário ao erro na técnica de
amamentação. Ocorre dor intensa e desconforto ao amamentar. Conduta:
− Corrigir a técnica de amamentação;
− Manter os mamilos secos, expondo-os ao sol e trocando com frequência os forros absorventes, quando usados;
− Iniciar a mamada na mama menos afetada (reflexo de ejeção já ativado facilita a descida do leite na mama contralateral);
− Amamentar em diferentes posições (reduzir as pressões nos pontos dolorosos)
− Ordenha antes da mamada para que a aréola fique mais macia (facilitando a pega);
− Aplicar o próprio leite no mamilo após as mamadas;
− Evitar o contato do mamilo com vestes, utilizando protetores;
− Não usar sabões, óleos e álcool para limpeza dos mamilos (retiram a proteção natural da pele);
− Utilizar analgésicos por via oral, se necessário;
− Pomada com antibióticos (mupirocina 2%): quando houver suspeita de infecção bacteriana.
• Mastite: É um processo inflamatório na mama, que pode ou não se acompanhar de infecção. Atinge até 33% das
puérperas. É favorecida por qualquer condição que leve à estase do leite (bloqueio de ductos, produção excessiva de
leite, pega inadequada, sucção ineficiente, esvaziamento incompleto da mama, restrição da frequência e duração das
mamadas). Também pode ser predisposto por uso de chupetas e mamadeiras, mãe primípara, mãe que trabalha fora
de casa, fadiga materna, mastites prévias, fissura de mamilos e freio lingual curto. Quando ocorre infecção associada,
o agente mais comum é o Staphylococcus aureus e as portas de entrada mais frequentes são os poros mamilares e os
ductos lactíferos, mas também podem estar envolvidas as vias linfáticas e hematogênicas. A mama apresenta-se
vermelha, quente, edemaciada e dolorida. Também pode haver febre e sintomas semelhantes a uma síndrome gripal.
O diagnóstico é clínico, mas um hemograma pode revelar leucocitose com desvio à esquerda e uma ultrassonografia
ajuda na diferenciação com outras doenças (abscesso, galactocele e tumorações):
− Tratamento:
✓ Esvaziar adequadamente a mama (manter a amamentação e realizar ordenhas), é extremamente importante e
sempre deve ser a primeira etapa do tratamento;
− Tratamento farmacológico: Quando necessário, pode-se lançar mão de antibioticoterapia com espectro de ação que
inclua o Staphylococcus aureus (Cefalexina, Amoxicilina, Amoxicilina-clavulanato). O tratamento com antibiótico deve
durar no mínimo 10-14 dias (tratamentos curtos aumentam a chance de recorrência da mastite). Indicações de
antibioticoterapia:
✓ Quadro clínico significativo desde o início.
✓ Sintomas que não melhoram após 12-24h de medidas não farmacológicas.
✓ Fissura visível de mamilos.
✓ Contagem de células ou cultura de secreção láctea indicando infecção.
− Tratamento sintomático: Analgésicos (especialmente o ibuprofeno):
✓ Medidas de suporte: calor úmido (para facilitar a drenagem e diminuir a dor), compressas frias entre as mamadas
(para alívio da dor e diminuição da produção do leite), repouso, aumento da ingesta hídrica, sutiã com alças firmes
e largas (que não apertem e não causem dor);
✓ Apoio emocional;
✓ Estudo recente sugere uso de probióticos isolados do leite materno (Lactobacillus fermentum ou Lactobacillus
salivarius) por via oral como alternativa eficiente ao uso de antibióticos.
• Galactocele: Formação cística nos ductos mamários contendo líquido leitoso que, no início, é fluido, adquirindo
posteriormente aspecto viscoso, que pode ser exteriorizado por meio do mamilo. Acredita-se que seja causada por
um bloqueio de ducto lactífero. O diagnóstico é feito por aspiração ou ultrassonografia. Os sintomas são similares aos
do ingurgitamento mamário, associados a dor na região mamária e uma massa palpável, lisa e redonda. Conduta:
− Tratamento imediato é feito por punção e aspiração;
− A formação cística deve ser extraída cirurgicamente porque o cisto enche novamente após a aspiração.
• Abscesso mamário: É uma complicação grave da mastite, definida como coleção de pus dentro da mama e protegida
por uma cápsula. Acomete até 11% das mulheres com mastite. Em geral, é secundário à mastite inadequadamente
tratada. Tem o mesmo agente etiológico na maioria das vezes (Staphylococcus aureus).
• Há dor intensa, febre, mal-estar, calafrios e presença de áreas de flutuação à palpação. Em geral, só acomete uma
das mamas. A ultrassonografia ajuda no diagnóstico precoce dessa afecção. Conduta:
− Drenagem cirúrgica (se possível, com pequenas incisões ou aspirações com agulha guiada por USG para preservar o
tecido mamário);
− Antibioticoterapia e demais condutas indicadas no tratamento da mastite;
− Estudos demonstram que a amamentação é segura para o bebê;
− Caso haja necessidade de interromper a lactação na mama afetada, ela deve ser esvaziada regularmente e a
amamentação mantida na mama sadia;
− Se não tratados adequadamente, podem evoluir para drenagem espontânea, necrose e perda do tecido mamário.
• Candidíase: Infecção dos mamilos causada pela Candida albicans, geralmente transmitida pela criança. Sintomas: dor
e sensação de prurido, que se irradiam pela mama; a pele torna-se hiperemiada, brilhante e com descamação fina.
− Prevenção: Mamilos ventilados e expostos ao sol;
− Tratamento: Aplicação local de nistatina, miconazol ou cetoconazol por 14 dias e tratamento da criança
simultaneamente, mesmo que ela não tenha sintomas. Se o tratamento tópico não for efetivo, usa-se fluconazol, via
oral, por 14-18 dias para a nutriz.
• Leite fraco: Hipogalactia (condição extremamente rara). Pode estar associada à cirurgia plástica prévia. Conduta:
− Reverter expectativas;
− Apoiar e estimular a amamentação;
− Tratamento Medicamentoso (último recurso):
✓ Domperidona (30mg, via oral, 3x/dia – primeira escolha);
✓ Metoclopramida (10mg, via oral, 1 a 2x/dia).
UNIFESP-SP 2020 ACESSO DIRETO. Mãe traz seu primeiro filho em consulta na UBS com 7 dias de vida, em aleitamento
materno exclusivo. Ela acha que a criança não está conseguindo sugar direito; toda vez que tenta, a “boca escorrega”. Há
2 dias tem notado as duas mamas inchadas e muito doloridas. Você faz a hipótese de ingurgitamento mamário. Além da
orientação da técnica de amamentação, assinale a melhor conduta para esse caso:
A. Analgésicos, mamadas frequentes e compressa de água quente.
B. Antibioticoterapia, mamadas de 3 em 3 horas e compressa de água quente.
C. Ordenha manual e oferta de leite materno em copinho até melhora da dor.
D. Ordenha manual da aréola, mamadas frequentes e crioterapia.
E. Ultrassonografia, analgésico, mamadas frequentes e galactagogo.

COMENTÁRIO: O ingurgitamento mamário deverá ser manejado com ordenhas antes da mamada, massagens na mama,
sutiãs confortáveis, analgésicos - se necessário - e compressas frias após a mamada (para reduzir a produção láctea)
associadas a compressas quentes para facilitar a ordenha:
A. INCORRETA. Caso seja feita apenas a compressa quente, sem a fria, terá aumento na produção láctea.
B. INCORRETA. Não se trata o ingurgitamento com antibióticos.
C. INCORRETA. A amamentação deverá ser mantida em livre demanda, inclusive podendo ser aumentada a frequência.
D. CORRETA. São três medidas que esvaziam a mama ou reduzem a produção de leite (caso da crioterapia), o que reduz a
incidência de ingurgitamento mamário.
E. INCORRETA. Não é necessário ultrassonografia nem galactagogos.

RESPOSTA: Letra D.

• Doenças da Mãe:
− Absolutas: Psicose Puerperal, HIV, HTLV-1 e 2.
− Relativas:
✓ Herpes Simples e Herpes-Zoster: amamentar se não tiver lesões na mama. Orientar a mãe a cobrir as lesões e lavar
bem as mãos; evitar o contato direto do bebê com elas;
✓ Varicela: interromper enquanto houver lesões na mama;
✓ Citomegalovírus: somente se menos de 32 semanas de idade gestacional ou peso de nascimento menor que 1,5 kg;
✓ Hepatite B: amamentar, desde que aplicadas a vacina anti-hepatite B, nas primeiras 12 horas, e a imunoglobulina,
nas primeiras 24 horas;
✓ Hepatite C: amamentar, exceto se a carga viral da mãe estiver muito elevada ou se houver lesão mamilar sangrante;
✓ Tuberculose pulmonar: amamentar com máscaras até 2 ou 3 semanas do início do tratamento;
✓ Doença de Chagas: não amamentar se estiver na fase aguda. Na fase crônica, só amamentar se não houver
sangramento mamilar evidente;
✓ Mastite: amamentar na mama não afetada e realizar ordenha manual na mama afetada;
✓ Abscesso mamário: a amamentação deve ser mantida na mama sadia. Após o tratamento da mama afetada, retornar
à amamentação;
✓ Coqueluche: Não amamentar na fase aguda. Permitido amamentar após 5 dias de tratamento;
✓ Leptospirose: Não amamentar na fase aguda. Usar o leite materno ordenhado e pasteurizado;
✓ H1N1 e COVID-19: amamentar usando máscaras.
• Doenças do RN:
− Galactosemia (lesão do SNC, catarata, lesão tubular e lesão hepática): Contraindica também o leite de vaca. Conduta:
Leite de soja;
− Fenilcetonúria: Não amamentar e usar fórmulas isentas de fenilalanina;
− Doença da urina de xarope do bordo (leucinose): Não amamentar e usar fórmula livre de leucina, isoleucina ou valina;
− Condição clínica do RN em que necessite de maior aporte calórico e/ou apresente dificuldade de coordenação/
sucção/deglutição/respiração: priorizar a oferta de leite materno. A complementação com fórmulas infantis deverá ser
prescrita por médico ou nutricionista.
• Drogas usadas pela Mãe:
− Antineoplásicos (Metotrexato) e compostos radioativos;
− Compostos com iodo radioativo;
− Hormônios: anticoncepcionais orais combinados;
− Amiodarona, sais de ouro, Fenindiona (causam sangramento no bebê);
− Anti-infecciosos: Ganciclovir (antiviral), Linezolida (cobre germe Gram + multirresistente);
− Drogas de vício e abuso: TODAS!
✓ Anfetamina – Ecstasy: interromper a amamentação por 24-36 horas;
✓ Barbitúricos: interromper a amamentação por 48h;
✓ Cocaína – crack: interromper a amamentação por 24h;
✓ Etanol: interromper a amamentação por 1 hora/dose ou até estar sóbria;
✓ Heroína – morfina: interromper a amamentação por 24 horas;
✓ LSD: interromper a amamentação por 48 horas;
✓ Maconha: interromper a amamentação por 24 horas.
OBS.: O uso de álcool e cigarros, apesar de não ser recomendado, não contraindica o aleitamento materno!

SUS-BA 2023 ACESSO DIRETO. O aleitamento materno é considerado um fator de proteção contra a morbidade e a
mortalidade infantis, vindo da mais elevada importância. Como as doenças infecciosas e parasitárias ainda são de
prevalência considerável nos diferentes continentes, se faz necessário identificar, dentre essas doenças, aquelas que
impedem nutrizes acometidas de amamentar seus bebês. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria e o
Ministério da Saúde, quando a nutriz apresenta doenças parasitárias, geralmente não há necessidade de suspender a
amamentação uma vez que não há transmissão de parasita através do leite materno. Indique a parasitose que, na fase
aguda, contraindica a amamentação:
A. Filariose.
B. Cisticercose.
C. Leishmaniose.
D. Doença de Chagas

COMENTÁRIO: Tema sempre recorrente, as contraindicações temporárias ou absolutas ao aleitamento estarão presentes
na prova. A questão, de forma bem objetiva, pergunta quais das doenças listadas, quando em fase aguda, contraindicam
a amamentação. Dessa forma, é importante lembrar que, das doenças listadas, apenas a parasitemia do T. cruzi,
responsável pela Doença de Chagas, é capaz de contaminar o leite materno, sendo assim contraindicada para a
amamentação em caso de Doença de Chagas na fase aguda. RESPOSTA: Letra D.

• Na impossibilidade de se proporcionar o aleitamento materno exclusivo nos primeiros meses de vida, a


complementação da nutrição do lactente será realizada preferencialmente pela administração de fórmula láctea.
• As fórmulas lácteas infantis são produzidas a partir do leite de vaca, mas são modificadas em vários aspectos: redução
da concentração de proteínas e eletrólitos, enriquecimento com ácidos graxos essenciais, adição de carboidratos
(maltodextrina e sacarose) e adição de vitaminas e minerais.
• A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) não recomenda o leite de vaca para alimentação de lactentes menores de
um ano por vários motivos, como o baixo teor de ácido linoleico (10x a menos que nas fórmulas) e o alto teor de
proteínas, com uma relação caseína/proteínas do soro elevada, que forma coágulos mais espessos no estômago,
dificultando a digestão, absorção e, consequentemente, o ganho ponderal.
• Entretanto, na impossibilidade de adquirir uma fórmula láctea, o leite de vaca modificado poderá ser utilizado, até
mesmo porque essa é a realidade para a maioria das famílias de baixa renda.
• Em relação ao aleitamento artificial, nos casos em que o aleitamento materno não é possível, temos as seguintes
recomendações:
1. Preferencialmente, indicar fórmula infantil de partida (6 primeiros meses) e de seguimento (6-12 meses), pois possui
composição química mais adequada:
✓ Reconstituição: 1 medida para cada 30mL de água;
✓ Volume a ser oferecido por mamada: 25-30mL/kg/vez (que é a capacidade gástrica da criança) 3/3h ou 4/4h;
✓ Fórmulas de Partida: Nan-1, Nestogeno-1, Enfamil com ferro-1, Bebelac-1, Aptamil-1;
✓ Crianças que usam fórmulas infantis até o 4-6º mês não precisam receber nenhum outro alimento. A partir daí, o
desmame segue conforme o habitual. O sulfato ferroso (1mg/kg/dia) precisa ser iniciado a partir de 3 meses de vida
para crianças que usam menos de 500mL/dia de fórmula.
2. O leite de vaca fluido é encontrado na forma pasteurizada (calor de 62,5oC por 30 minutos) e esterilizada (longa-vida).
Se a mãe utilizar o leite de vaca pasteurizado, deverá fervê-lo antes de oferecer à criança; o tipo longa-vida pode apenas
ser aquecido.
✓ A principal modificação que devemos realizar quando utilizamos leite de vaca é a sua diluição;
✓ Volume: 25-30mL/kg/vez, cerca de 6-8x/dia (um suco de frutas poderá ser oferecido 2x/dia);
✓ Diluição do leite integral (quadro abaixo):

Tabela 2 – Diluição do Leite Integral. Fonte: Adaptado de Sociedade Brasileira de Pediatria (2017a).
Leite em Pó Integral:

1 colher de sobremesa rasa para 50mL de água fervida ou 1 colher medida padrão para 50mL de água fervida.

Preparo do Leite em Pó:

Primeiro, diluir o leite em pó em um pouco de água fervida e, em seguida, adicionar a água restante necessária.

Leite Integral Fluido:


− 2/3 de leite fluido + 1/3 de água fervida;
− 70mL de leite + 30mL de água = 100mL;
− 100mL de leite + 50mL de água = 150mL;
− 130mL de leite + 70mL de água = 200mL.

Lembra do caso clínico que apresentamos no início desta apostila?

1. Qual orientação você dará sobre a amamentação dessa criança?


A amamentação deverá ser mantida até os 2 anos de vida, porém não mais de forma exclusiva, e sim complementada.
• A partir dos seis meses de vida, devemos associar ao aleitamento materno a introdução de outros alimentos. Esse
processo deve ser cauteloso e o bom senso deve falar mais alto: o quanto mais evitarmos alimentos industrializados
e optarmos por alimentos sabidamente ricos em nutrientes, maiores são os benefícios à saúde da criança.
• Este é um período considerado de risco para a criança, tanto pelo risco de infecção com contaminação no preparo
dos alimentos, como pela chance de ofertar alimentos inadequados, favorecendo desvios nutricionais e acidentes
(como aspiração).
• É comum no início a criança tende a rejeitar a nova alimentação, por não conhecer os novos sabores e estar habituada
a comer usando a língua para sucção do mamilo. Isso não deve ser interpretado como aversão permanente ao
alimento.
• O gosto inato das crianças por doce faz com que elas aceitem mais facilmente os alimentos com esse sabor. Isso
justifica o início da alimentação complementar com frutas e o receio em oferecer guloseimas, açúcar e sucos de forma
precoce, fazendo com que elas passem a preferir tais alimentos, dificultando a introdução dos demais.

• Tradicional: A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a introdução da alimentação complementar gradual, sob
a forma de papas (alimentação de transição), oferecida com colher. A colher deverá ter o tamanho adequado ao
diâmetro da boca do lactente e deve ser preferivelmente de silicone, plástico ou de metal emborrachado para evitar
o contato metálico direto com a língua.
• BLW (Baby-Led Weaning): Significa “desmame guiado pelo bebê”. A técnica sugere que bebês, a partir do sexto mês,
têm capacidade motora para guiarem a própria ingestão e, por isso, os que exibem crescimento e desenvolvimento
adequados são aptos a iniciarem o consumo de alimentos em pedaços, tiras ou bastões, sendo desnecessárias
alterações substanciais de consistência. Todavia, não há consenso sobre a segurança dessa prática, nem ao menos
em relação aos potenciais reflexos no comportamento alimentar e no crescimento/desenvolvimento.
• BLISS (Baby-Led Introduction to Solids): Significa “introdução aos sólidos guiada pelo bebê”. É uma versão adaptada
do BLW, na tentativa de reduzir riscos de engasgos, baixa oferta de ferro e de calorias que estariam relacionadas ao
BLW. Também ainda sem validação por estudos científicos robustos em relação às suas vantagens, desvantagens e
segurança.

Não há evidência científica em relação à melhor técnica de alimentação do lactente.


O Departamento de Nutrologia da SBP recomenda que, no momento da alimentação, a criança pode receber os alimentos
amassados oferecidos na colher, mas também deve experimentar com as mãos, explorar as diferentes texturas dos
alimentos, como parte natural de seu aprendizado sensorial e motor.
Deve-se estimular a interação com a comida, evoluindo de acordo com seu tempo de desenvolvimento.

• De 6 a 12 meses, o leite materno ainda contribui com aproximadamente metade da energia requerida nessa faixa
etária e 1/3 da energia necessária entre 12 e 24 meses.
• Os alimentos complementares devem suprir em média 200kcal/dia entre 6 e 8 meses, 300kcal/dia entre 9 e 11 meses
e 550kcal/dia entre 12 e 23 meses.
• A densidade proteica deve ser de 0,7g/100kcal dos 5 aos 23 meses de vida, e os lipídios devem assegurar 30-45% da
energia total da criança.
Figura 3 – Esquema do prato para ser utilizado em todas as idades, variando o tamanho das porções.
Fonte: Weffort et al. (2017).

• As frutas devem ser oferecidas após os 6 meses de idade, amassadas ou raspadas, sempre às colheradas.
• Quando começarem a aparecer os dentes e, dependendo do desenvolvimento da criança, começar a oferecer em
pedaços ou inteira.
• Oferecer as frutas na hora dos lanches (intervalo da manhã e meio da tarde).
• Nenhuma fruta é contraindicada. Preferir as de época e regionais.
• Os sucos devem ser evitados, mesmo os naturais, por serem muito calóricos e favorecerem o aparecimento da
obesidade, além de não proporcionarem o consumo das fibras das frutas.

• A papa principal deve ser oferecida após a criança completar 6 meses, no horário próximo ao almoço ou ao jantar.
• Começar com uma papa principal e gradualmente introduzir a segunda depois.
• Ela deve ser completa, contendo alimentos de todos os grupos: Cereais ou tubérculos; leguminosas; carnes (bovina,
suína, frango ou peixe) ou ovos; e hortaliças (verduras e legumes).
• O óleo vegetal (soja, canola ou azeite de oliva) deve ser usado em pequena quantidade para conter as necessidades
de ômega 3 e ômega 6.
• Não se deve adicionar sal.
• No início, os alimentos devem ser amassados com o garfo (consistência de purê), nunca liquidificados ou peneirados.
• A carne, na quantidade de 50 a 70g/dia (para duas papas), deve ser cozida, picada, amassada com as mãos ou desfiada,
(procedimento fundamental para garantir a oferta adequada de ferro e zinco).
• Os ovos, além de excelente fonte proteica e alta eficiência nutricional, têm baixo custo e sua adoção deve ser
incentivada à alimentação complementar. Para garantir a não contaminação por bactérias enteropatogênicas,
próprias da casca do ovo, ele deve sempre ser consumido cozido, oferecendo clara e gema.
• O glúten e outros alimentos considerados alergênicos devem ser introduzidos normalmente a partir do sexto mês de
vida, mesmo em crianças com história familiar de atopia. A antecipação ou postergação na introdução desses
alimentos não reduz a chance de desenvolver alergia alimentar.
Tabela 3 – Esquema para a introdução de alimentos em crianças em aleitamento materno ou fórmula infantil.
Fonte: SBP (2017a).
Faixa Etária: Tipo de Alimento:
Até o 6º mês: Leite materno exclusivo.

Do 6º ao 24º mês: Leite materno complementado.

Frutas (amassadas ou raspadas).


No 6º mês:
Papa principal (mistura múltipla).

Do 7º ao 8º mês: Papa principal.

Do 9º ao 11º mês: Gradativamente, passar para a refeição da família com ajustes da consistência.

No 12º mês: Alimentação da família (observar adequação).

Tabela 4 – Grupos de alimentos utilizados no preparo das papas principais (misturas múltiplas).
Fonte: SBP (2017a).
Cereais ou Tubérculos: Leguminosas: Proteína Animal: Hortaliças:
Arroz Feijão Carne Bovina Verduras*

Milho Soja Vísceras Legumes*

Macarrão Ervilha Carne de Aves

Batata Lentilhas Carne Suína

Mandioca Grão-de-Bico Carne de Peixe

Inhame Ovos

Cará
* Verduras são hortaliças cuja parte comestível são as folhas (ex.: alface, couve, acelga) e Legumes são as hortaliças cuja parte
comestível não são as Folhas (ex.: cenoura, chuchu, abóbora).

• Para as crianças que usam fórmulas infantis, a introdução de alimentos deve seguir o mesmo padrão preconizado
para aquelas em aleitamento materno exclusivo.
• A frequência de alimentação complementar varia conforme cada criança. A OMS recomenda duas a três refeições ao
dia entre 6 e 8 meses e três a quatro dos 9 aos 12 meses. Após os 12 meses, são recomendados lanches adicionais.
• É comum a criança rejeitar os alimentos inicialmente, sendo necessárias, em média, de oito a dez exposições para
uma plena aceitação (é importante tranquilizar os pais em relação a isso).
• A introdução alimentar deve ser gradual, um alimento de cada vez, a cada 3 dias.
• O uso de prato, colher e copo deve ser estimulado.
• É importante oferecer água potável (fervida e diluída em hipoclorito de sódio 2,5% - 1L de água para 2 gotas de
hipoclorito) a partir da introdução da alimentação complementar.
• Os procedimentos de higiene na preparação dos alimentos são fundamentais.
• Os alimentos prontos não devem ficar mais do que 2 horas à temperatura ambiente, e os refrigerados (5° C), 5 dias.

• Alimentos industrializados pré-preparados, principalmente os ultraprocessados (além de reduzir o apetite da criança


e competir com os alimentos nutritivos, estão associados à anemia, ao excesso de peso e às alergias alimentares).
• Condimentos industrializados.
• Sal e açúcar nos dois primeiros anos de vida. Pode-se usar sal com moderação a partir dos 12 meses.
• Alimentos que ofereçam risco de aspiração (como pipoca).
• Água de coco, café, chás e outros líquidos em substituição à água.
• Não usar mel de abelha no primeiro ano de vida (risco de botulismo).
• O leite de vaca não é recomendado para crianças menores de um ano, por ser nutricionalmente inadequado (risco
importante para o desenvolvimento de anemia ferropriva). Após um ano, a ingestão média de leite de vaca deve ser
de 600mL, assim como de outros derivados do leite (iogurtes, queijos), para garantir o consumo adequado de cálcio.

• Sorrir e responder ao bebê durante a alimentação;


• Ensinar o filho a comer com paciência e amorosamente;
• Ajudar ativamente o filho a comer;
• Responder a estímulos de fome, saciedade e rejeição;
• Ajudar, mas não conter fisicamente a criança;
• Elogiar e incentivar a criança a comer, fazendo comentários positivos;
• Resposta à recusa da criança oferecendo mais uma mordida;
• Incentivar a autoalimentação e dar à criança alimentos mastigáveis, deixando-a tocar nos alimentos para comer.

HCPA-RS 2023 ACESSO DIRETO. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do parágrafo
abaixo. As orientações para a introdução da alimentação complementar para uma criança saudável em aleitamento
materno exclusivo estão contidas no Guia Alimentar de Crianças Brasileiras Menores de Dois Anos. Assim, esse tipo de
alimentação deve ter início a partir dos _____________, com alimentos in natura ou minimamente processados,
_______________.
A. 4 meses - Utilizando-se sal e açúcar em quantidades mínimas nas preparações.
B. 4 meses - Não se utilizando sal nem açúcar nas preparações até os 2 anos.
C. 6 meses - Utilizando-se sal e açúcar em quantidades mínimas nas preparações.
D. 6 meses - Utilizando-se sal em quantidade mínima sem a adição de açúcar nas preparações até os 2 anos.

COMENTÁRIO: Além de ultraprocessadas e nutricionalmente inadequadas, as chamadas fast e junk foods são ricas em
sódio, prejudicando a saúde da criança a curto e longo prazo, com implicações em doenças crônicas na vida adulta.

RESPOSTA: Letra D.

HUOL-RN 2023 ACESSO DIRETO.


O Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde (MS/OPAS) propõem dez passos para a alimentação
saudável para crianças menores de dois anos de idade.
Uma recomendação considerada adequada para essa faixa etária é:
A. Iniciar a oferta de fruta a partir dos sete meses de idade, amassada ou raspada, e a papa principal a partir dos oito meses.
B. Preparar as refeições da alimentação complementar sem a adição de sal ou açúcar nos 2 primeiros anos de vida.
C. Iniciar a oferta da papa principal com tubérculos, proteínas, hortaliças e leguminosas aos 6 meses, postergando os cereais
para depois dos nove meses de idade.
D. Oferecer apenas água ou chás, se o lactente ainda estiver em aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida.

COMENTÁRIO:
A questão aborda os dez passos para a alimentação saudável para crianças menores de dois anos de idade.
O ministério da saúde recomenda, desde 2019, não mais os dez passos para a alimentação saudável, mas sim os doze
passos, entretanto as mudanças são poucas.
Assim, vamos às alternativas:
A. INCORRETA. A alimentação complementar deve ser iniciada a partir dos 6 meses de idade, incluindo frutas e a papa principal.
B. CORRETA. Deve-se dar preferência a condimentos naturais ao invés de adicionar sal na comida da criança, bem como evitar
açúcar, alimentos ultraprocessados.
C. INCORRETA. A papa principal precisa ter todos os componentes alimentares: proteínas, tubérculos e cereais, hortaliças,
legumes e leguminosas.
D. INCORRETA. O aleitamento materno exclusivo não precisa de água, chá ou qualquer outro complemento.

RESPOSTA: Letra B.

• Começa uma participação mais ativa da criança na vida familiar, além do início das atividades sociais (escola, creche).
• Adquirem autonomia na marcha e amadurecimento da linguagem e das habilidades relacionadas à alimentação.
• Há o desenvolvimento dos sentidos, diversificação de sabores e preferências são estabelecidas.
• O ritmo de crescimento regular modifica, ficando o ganho em altura maior do que em peso, o que confere à criança
uma aparência mais emagrecida (causando bastante preocupação aos pais).
• Nesta fase há um comportamento alimentar imprevisível e variável: a quantidade ingerida pode oscilar, sendo grande
em alguns períodos e nula em outros. Caprichos podem fazer com que o alimento favorito de hoje seja inaceitável
amanhã, ou que um único alimento seja aceito por muitos dias seguidos.
• É importante estabelecer horários para as refeições, junto com familiares e em ambiente propício.
• Esquema alimentar de 5 a 6 refeições diárias.
• Respeitar os limites de aceitação e as opções de alimentos da criança.
• Limites bem estabelecidos para ingestão de guloseimas.
• Refeições bem diversificadas com os alimentos dos quatro grupos.
• Não oferecer leite ou outro alimento em substituição à refeição.
• Evitar bebidas em geral durante as refeições, especialmente as gaseificadas.
• Evitar alimentos industrializados.
• Sucos naturais de frutas são preferíveis aos de sabor artificial e aos refrigerantes.

• Características da fase:
− Ritmo de crescimento constante, com ganho mais acentuado de peso próximo ao estirão da adolescência;
− Criança mais independente.
• Recomendações:
− Mais atividade física;
− Evitar uso de alimentos isentos de valor nutricional;
− Alimentação variada, incluindo todos os grupos alimentares;
− Evitar refrigerantes e guloseimas;
− Controle na ingestão de gorduras saturadas e sal;
− Controle do ganho excessivo de peso;
− Incentivar atividades físicas lúdicas e limitar o tempo gasto com atividades sedentárias (telas);
− Não substituir refeições por lanches;
− Estimular a autonomia orientada: que a própria criança sirva seu prato com orientações adequadas das porções.

• Muitos hábitos adquiridos nessa fase serão decisivos na vida adulta.


• Durante a puberdade ocorre uma aceleração global de crescimento e maturação sexual. Nas meninas, o crescimento
é acompanhado de maior incremento de massa gorda, e nos meninos aumento proporcional de mais massa magra.
• A escolha dos alimentos será potencialmente determinada por fatores psicológicos, socioeconômicos e culturais que
irão interferir diretamente na formação dos hábitos alimentares.
• Eles tendem a pular refeições, fazer refeições fora de casa, vão com mais frequência a lanchonetes, consomem
alimentos e bebidas com alta densidade energética e realizam dietas por conta própria, sem supervisão.
• As necessidades energéticas nessa fase estão aumentadas e guardam estreita relação com a velocidade de
crescimento, estadiamento puberal e atividade física.
• Recomendações:
− Controlar o consumo de bebidas açucaradas, salgadinhos, fast-junk foods nos intervalos ou em substituição às refeições.
− Ter rotina com regularidade nos horários e locais adequados para alimentação é fundamental.
− Orientar comer devagar, mastigando bem, e diminuir ou até evitar líquidos ingeridos durante as refeições.
− Estimular o consumo adequado de frutas, verduras e legumes, assim como fontes de cálcio e ferro de boa
biodisponibilidade. Lembrar também da importância do consumo de água.
− Estimular que o adolescente seja fisicamente ativo.

Lembra do caso clínico que apresentamos no início desta apostila?

2. O que deverá ser introduzido em seu cardápio e a partir de que momento?


A partir dos 6 meses de vida, apenas o leite materno não é mais suficiente. Além disso, a introdução alimentar deve
ser feita gradualmente, iniciando pelas frutas e seguindo com as papas principais.
• Definição: Desequilíbrio entre o suprimento de energia (nutrientes) e a demanda do organismo, alterando a garantia
na manutenção, no crescimento e nas funções metabólicas. Pode ser primária (por baixo aporte energético por
privação de alimentos, sem outra doença associada) ou secundária (quando há doença associada à alta demanda
metabólica: síndrome disabsortiva, doença renal crônica, cardiopatia grave, doenças neurológicas etc.). Quanto à
gravidade, pode ser leve, moderada ou grave.
• Sequência de respostas adaptativas: Redução da atividade motora → Parada do crescimento (primeiro no peso e
depois na estatura) → Consumo do tecido celular subcutâneo (TCSC) e muscular → Redução da taxa metabólica basal
(↓taxa de filtração glomerular, ↓hormônios tireoidianos etc.) → Óbito.

• A escassez de nutrientes favorece hipoglicemia, lipólise, glicólise, glicogenólise e neoglicogênese (secundárias às


alterações no eixo da insulina, com diminuição da produção e aumento da resistência periférica por ação dos
hormônios contrarreguladores).
• Ocorre redução do metabolismo com alterações na via tireoidiana de aproveitamento do iodo e conversão hormonal
(a fim de reduzir o gasto de O2 e conservar energia).
• Alterações nas bombas iônicas de membrana celular, cursando com sódio corporal elevado, hiponatremia,
hipopotassemia, hipercalcemia e maior tendência a edema intracelular.
• Com a evolução temporal e do grau de desnutrição, ocorrem alterações morfofuncionais do sistema nervoso central.
• No sistema cardiovascular, ocorre redução da frequência cardíaca, do débito cardíaco e do volume circulatório,
redução da pressão arterial, redução da massa do ventrículo esquerdo, aumento da permeabilidade endotelial
(inflamação e estresse oxidativo) e edema celular (falência da bomba Na/K).
• As alterações do sistema gastrointestinal envolvem redução da secreção ácida e da motilidade intestinal; insuficiência
pancreática; crescimento bacteriano e atrofia das vilosidades intestinais (com redução da capacidade absortiva e
comprometimento na produção das dissacaridases, especialmente a lactase).
• No sistema geniturinário, ocorre dificuldade de concentração e diluição máxima da urina, ↓taxa de filtração
glomerular e capacidade de excreção renal (especialmente Na+), ↑ frequência de infecções do trato urinário.
• Prejuízo na imunidade celular e humoral, predispondo a infecções.

• Quanto à etiologia:
− Primária: Associada à falta de ingesta, erro alimentar e baixas condições socioeconômicas;
− Secundária: Associada a doenças de base, que levam ao aumento do metabolismo (como cardiopatias congênitas) ou à
redução da absorção (como a fibrose cística).
• Quanto à gravidade: Avaliada pelo gráfico peso/estatura ou IMC/idade:
− Leve: ≤ Z Escore -1 e ≥ Z Escore -2;
− Moderada: ≤ Z Escore -2 e ≥ Z Escore -3;
− Grave: < Z Escore -3 ou presença de edema (forma Kwashiorkor).

OBS.: A OMS também usa para classificação da desnutrição o valor da circunferência braquial, considerando desnutrida
grave toda criança entre 6 e 59 meses com circunferência braquial < 115 mm.
• Quanto ao tempo:
− Aguda: Comprometimento do peso;
− Crônica: Comprometimento do peso e da estatura.

• As manifestações clínicas só aparecem quando ocorre a desnutrição grave.


• As principais formas clínicas são:
1. Kwashiorkor: A criança tem edema e não tem emagrecimento acentuado (o tecido celular subcutâneo está
preservado). A hipoalbuminemia associada a uma produção aumentada de radicais livres ocasiona uma redução
na pressão oncótica e lesões endoteliais, ocasionando o edema:
✓ Teoria clássica da gênese da doença: ingestão deficiente de proteína, com ingestão calórico-energética aumentada;
✓ Instalação rápida, sem tempo de adaptação;
✓ Acontece após o desmame (teoria do segundo filho – era comum na África, quando crianças eram amamentadas e
paravam esse regime do dia para noite, passando a alimentar-se só de carboidratos; típico de primogênitos que
eram subitamente desmamados devido ao nascimento do segundo filho e passavam a se alimentar apenas por
carboidratos);
✓ Manifestações clínicas: devemos considerar a criança com Kwashiorkor como uma criança “inflamada”:
− Apatia e anorexia: A criança rejeita a alimentação, mesmo estando desnutrido.
− Hepatomegalia e esteatose hepática.
− Alteração dos cabelos: Alopecia e alteração da tonalidade capilar em faixas (“sinal da bandeira”).
− Alterações da pele: Alternância de lesões hiper e hipocrômicas, sobretudo em áreas de atrito.
− Edema (marca mais importante): Localizado em membros inferiores, mas que pode evoluir para anasarca.
− É a forma mais comum nas crianças acima de 2 anos.
2. Marasmo: A criança tem emagrecimento acentuado, sem ter edema:
✓ Deficiência global de calorias e proteínas.
✓ É menos grave que a Kwashiorkor e de instalação lenta (o que faz ter um prognóstico melhor que o Kwashiorkor).
✓ Ocorre no primeiro ano de vida (lactente jovem).
✓ Manifestações clínicas:
− Irritabilidade e apetite preservado (olhar vivo);
− Ausência de tecido adiposo;
− Fácies senil ou simiesca / hipotrofia muscular;
− Alterações de pele e cabelo são menos comuns;
− Não há edema (por isso, fala-se que é uma forma “adaptada” de desnutrição).
3. Kwashiorkor-Marasmático: Presença simultânea das duas formas. São crianças de pior prognóstico.

DIFERENCIAÇÃO:
Kwashiorkor: Marasmo:

Deficiência proteica, ingestão energética normal. Deficiência global de energia e proteínas.


Edema de extremidades e anasarca
Não há edema.
(↓Albumina + ↑Permeabilidade vascular por inflamação).
Subcutâneo preservado (pois o aporte calórico está preservado).
Ausência de tecido adiposo; fácies senil ou simiesca; hipotrofia
muscular e hipotonia.
Hepatomegalia.
Alteração de cabelo (descoloração, “sinal da bandeira”)
Não há alterações características de pele nem de cabelo.
e pele (áreas de desnudas de pele, descamação, dermatoses).
Instalação aguda / Prognóstico pior / Letalidade maior Instalação lenta / Prognóstico melhor / Letalidade menor.

KWASHIORKOR Sinal de bandeira.


Cabelo fino, Aparência de homem Cabelo normal.
pálido e fraco. velho e pequeno.
Anemia leve.

Apático. Inapetente. Perda de tecido Perda acentuada


Mudança na
adiposo. de massa muscular.
coloração do
Membros
Geralmente, cabelo.
superiores finos.
abaixo do peso.

Erupção cutânea
Sinal do cacifo hiperpigmentada Muito baixo peso.
ao pressionar Edema.
MARASMO

Figura 4 – Formas clínicas da desnutrição grave. Fonte: Imagens, EMR ©. Adaptado de: OMS.
• Hipoalbuminemia (sobretudo no Kwashiorkor);
• Hipoglicemia;
• Hiponatremia dilucional (o sódio está dentro das células, quantidade de sódio corporal normal ou aumentado);
• Hipocalemia;
• Hipomagnesemia;
• Leucopenia às custas de uma linfopenia (principal defeito é na imunidade celular).

• Internar em caso de: desnutrição GRAVE, Kwashiorkor, sinais de complicação, menores de 6 meses, ausência de
resposta ao tratamento ambulatorial.
• Tratamento dividido em três fases: estabilização, reabilitação e acompanhamento:

Tabela 5 – Tratamento da Desnutrição Grave em Fases.


Fonte: Adaptado de Brasil (2005).
1ª fase - Estabilização:
Tratar as morbidades com risco de morte (evitar hipotermia/hipoglicemia; corrigir distúrbios hidroeletrolíticos; prevenir ou tratar infecção).
Internação hospitalar Duração de 1 a 7 dias.

Hipotermia
(Temperatura axilar < Controle térmico: prevenção e tratamento da hipotermia; agasalhar; técnica do canguru.
35oC)
Evitar hipoglicemia:
Hipoglicemia − Criança consciente: solução de glicose a 10% via oral; manter alimentação de 2/2 horas.
(< 54 mg/dL) − Inconsciente, incapaz de deglutir, convulsões ou HGT < 25 mg/dL: Glicose 10% 5mL/kg IV; manter infusão contínua de glicose (4-
6 mg/kg/minuto).

A hidratação da criança desnutrida deve ser preferencialmente por via oral (evitar reidratantes orais com muito sódio na fórmula),
pois o coração da criança desnutrida não apresenta músculo capaz de suportar a sobrecarga venosa.
Desidratação
Fazer hidratação venosa apenas na suspeita de choque hipovolêmico (anúria, hipotensão, pulso fraco): SF 0,9% + SG 10% (relação
1:1) 15 mL/kg na 1ª hora.

Distúrbios Repor potássio e magnésio na alimentação.


hidroeletrolíticos Não repor sódio (apresentam hiponatremia dilucional: o sódio corporal total está normal ou aumentado).

Repor vitamina A (para evitar a ceratomalacia e a cegueira), ácido fólico e zinco (reverte a atrofia tímica e melhora a imunidade;
Deficiência de melhora as lesões de pele; melhora a diarreia).
micronutrientes Não repor ferro nesta fase (evita alimentar bactérias que precisam de ferro para seu metabolismo; ferro é cofator de alguns
processos enzimáticos e pode ser um amplificador de processos inflamatórios).

Crianças sem sinais aparentes de infecção: Sulfametoxazol + Trimetoprim / Amoxicilina.


Infecções
Criança letárgica ou com complicações: Ampicilina + Gentamicina.

Iniciar alimentação com dieta habitual (não hiperalimentar; fazer uma dieta normocalórica e normoproteica, apenas com o objetivo
Alimentação inicial de não deixar o paciente desnutrir mais). Se o paciente for anoréxico, avaliar a necessidade de dieta por sonda nasogástrica
(indicada quando o paciente não aceita mais que 80% do que foi prescrito). Máximo de 100 kcal/kg/dia.

− Em caso de anemia muito grave (Hb < 4 g/dL) ou grave (Hb < 6 g/dL), associada à dificuldade respiratória ou à insuficiência
Outras medidas cardíaca: prescrever concentrado de hemácias 10mL/kg em infusão lenta, durante 3 horas.
− Profilaxia para Helmintos: Mebendazol por 3 dias.
2ª fase - Reabilitação:
Tem objetivo de promover a recuperação nutricional.
− Dura de 2 a 6 semanas.
− Marco inicial: retorno do apetite.
− Catch-up Growth: Iniciar uma dieta de alta densidade calórica e proteica (100 kcal/kg/dia). Objetivo de aumentar 1% do peso corporal por dia ou 10g/kg
de peso/dia.
− Suplementar oligoelementos: ferro (em dose terapêutica: 4-6mg/kg/dia, por várias semanas).

3ª fase - Acompanhamento:
Tem o objetivo de evitar a reincidência da doença.
− Dura de 7 a 26 semanas (6 meses, aproximadamente).
− Realizar pesagens regulares no ambulatório (idealmente 1x/semana); se a criança perder peso de uma semana para outra, ela deve ser reinternada.
• Intercorrências relacionadas ao tratamento:
− Síndrome da realimentação: Ocorre após a reintrodução alimentar → Hipofosfatemia grave (principal marcador).
✓ Clínica: fraqueza, rabdomiólise, arritmias, convulsões, alterações do nível de consciência e morte.
− Síndrome da recuperação nutricional: Ocorre entre 20-40 dias de tratamento.
✓ Clínica: Hepatomegalia, distensão abdominal, fácies em lua cheia, alteração de pele e fâneros, telangiectasias.

HUOL-RN 2023 ACESSO DIRETO. Menino de 2 anos e três meses de idade chegou ao atendimento em UPA por apresentar
edema de membros inferiores há uma semana e baixa atividade. É a 5ª filha de uma prole de 5 filhos e nasceu no início
da pandemia Covid-19, quando o pai ficou desempregado, e a família passou a não ter renda até o recebimento de
benefícios sociais. Fez uso de leite materno exclusivo até os 4 meses de vida, passando a receber leite de vaca in natura
após esse período. Foi introduzida a alimentação complementar a partir dos 6 meses, com predominância da alimentação
láctea até o momento. Ao exame físico, aspecto geral estava comprometido, pois encontrava-se apática, descorada
(++/4), com cabelos finos e quebradiços, áreas de rarefação capilar, pele com manchas hipocrômicas em dobras.
A ausculta cardiopulmonar revelou: taquicardia leve, sopro sistólico suave em foco mitral. O abdome estava distendido,
e o fígado, a 3 cm do rebordo costal direito de consistência elástica e bordas finas. Apresentava edema (++/4) em
membros inferiores e sínfise pubiana. A hipótese mais adequada para o diagnóstico do caso é de:
A. Desnutrição energético-proteica grave - Forma marasmo.
B. Desnutrição energético-proteica grave - Forma Kwashiorkor.
C. Edema devido à hepatopatia a esclarecer.
D. Edema devido à insuficiência cardíaca.

COMENTÁRIO: A questão, aos poucos, vai nos apresentando uma criança que vive em contexto de insuficiência familiar,
ao relatar que a família tem 5 filhos e que, no contexto atual da questão, o pai da família está desempregado, sendo a
renda familiar baseada nos benefícios sociais. Fala de uma criança que foi amamentada até os 4m, algo que devemos
entender como desmame precoce, visto que o preconizado seria manter o AME até os 6m, tendo iniciado, de forma
precoce, o leite de vaca na dieta, assim como a alimentação complementar aos 6m.
A partir desse contexto social, estamos diante de uma criança de 2 anos que está há uma semana com edema de MMII e
baixa atividade. Em seu exame físico, notam-se apatia, pele descorada, cabelos finos e quebradiços, áreas de rarefação
capilar e regiões hipocrômicas na pele. Além disso, há taquicardia leve com sopro sistólico mitral, distensão abdominal e
hepatomegalia com características indolentes, notado ainda o edema em MMII. Para que comecemos a raciocinar, não
podemos nos esquecer do contexto citado: é uma criança que viveu com alimentação mais restrita, considerando as
condições econômicas de sua família. O contexto de privação de quantidade e qualidade de alimentos pode levar ao
desbalanço nutricional energético e proteico, gerando uma falta de todo tipo de nutriente, podendo aparecer quadro de
Kwashiorkor ou Marasmo, a depender do tipo de nutriente privado.
Quando aliamos os achados de exame físico mais gritantes, como hepatomegalia, taquicardia e sopro condizentes com
possível anemia, distensão abdominal e manchas hipocrômicas na pele, devemos aventar a hipótese do Kwashiorkor, tipo
de desnutrição proteico-calórica que envolve principalmente ausência ou déficit importante de proteínas, com
alimentação baseada em carboidratos de pobre valor nutricional.
RESPOSTA: Letra B.

SES-PE 2021.2 R3 PEDIATRIA. Diante de um paciente com desnutrição grave, são esperadas algumas alterações
fisiológicas adaptativas. Uma das alterações encontradas no sistema cardiovascular na desnutrição grave é:
A. Aumento da pressão arterial.
B. Aumento da frequência cardíaca.
C. Diminuição do débito cardíaco.
D. Diminuição da resistência vascular.
E. Aumento da quantidade de receptores beta 2.
COMENTÁRIO: No sistema cardiovascular do paciente desnutrido ocorre redução da frequência cardíaca, do débito
cardíaco e do volume circulatório, redução da pressão arterial, redução da massa do ventrículo esquerdo, aumento da
permeabilidade endotelial (inflamação e estresse oxidativo) e edema celular (falência da bomba Na/K).
A. INCORRETA. Ocorre redução da pressão arterial.
B. INCORRETA. Ocorre redução da frequência cardíaca.
C. CORRETA. Ocorre redução do débito cardíaco.
D. INCORRETA. Não há redução da resistência vascular.
E. INCORRETA. Redução da quantidade de receptores beta-2.

RESPOSTA: Letra C.

Lembra do caso clínico que apresentamos no início desta apostila?

3. Como se classifica nutricionalmente essa criança?


A criança apresenta desnutrição primária (por falta de ingesta de alimentos necessários para a faixa etária), crônica
(por já haver comprometimento da sua estatura) e moderada (por estar entre o Z escore -2 e -3 no gráfico P/E).
✓ BARBOSA, M. B. et al. Fatores de Risco Associados ao Desmame Precoce e ao Período de Desmame em Lactentes
Matriculados em Creches. Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, v. 27, n. 3, p. 272-281, 2009.
✓ BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Manual de Atendimento da Criança com Desnutrição Grave
em Nível Hospitalar. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
✓ BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Promovendo o Aleitamento Materno. 2. ed. Brasília: Ministério
da Saúde, 2007.
✓ BRASIL. Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a População Brasileira. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
✓ BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da Criança –
Aleitamento Materno e Alimentação Complementar. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
✓ BRASIL. Ministério da Educação. Manual de Normas e Rotinas de Aleitamento Materno. Dourados. Hospital Universitário da
Universidade Federal da Grande Dourados. Filial da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Brasília: Ministério da
Educação, 2019a.
✓ BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde. Guia alimentar
para crianças brasileiras menores de 2 anos. Brasília: Ministério da Saúde, 2019b.
✓ DANIELS, L. et al. Baby-Led Introduction to Solids (BLISS) study: A Randomized Controlled Trial of a Baby-Led Approach to
Complementary Feeding. BMC Pediatrics, London, v. 15, n. 1, p. 1-15, 2015.
✓ FONSECA, L. et al. Pediatria Ambulatorial IMIP. 2. ed. Rio de Janeiro: MedBook, 2017.
✓ NEVES, F. S. et al. The Baby-Led Weaning Method (BLW) in the Context of Complementary Feeding: A Review.
Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, v. 36, n. 3, p. 353-363, 2018.
✓ SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA (SBP). Tratado de Pediatria. 4. ed. Barueri, SP: Manole, 2017a.
✓ SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. A Alimentação Complementar e o Método BLW.
São Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria, 2017b.
✓ SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Manual de Alimentação da Infância à Adolescência.
São Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria, 2018.
✓ SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Doenças Maternas Infecciosas e amamentação.
São Paulo: Sociedade Brasileira de Pediatria, 2019.
✓ WEFFORT, V. R. S. et al. Nutrição nas Fases Pré-Escolar e Escolar. In: WEFFORT, V. R. S.; LAMOUNIER, J. A. (org.).
Nutrição em Pediatria: da Neonatologia à Adolescência. 2. ed. Manole: Barueri, 2017. p. 111-124.
1. SES-PE 2023 R3 PEDIATRIA. O aleitamento materno promove a interação e a ligação da mãe com o bebê, oferece
nutrientes próprios da espécie para apoiar o crescimento normal do lactente e fornece substâncias nutritivas como
fatores de crescimento, fatores imunes, hormônios e outros componentes bioativos que atuam como sinais
biológicos. Baseado nos 10 passos para o sucesso do aleitamento materno, julgue as questões abaixo em Verdadeiro
(V) ou Falso (F): I - É importante ter uma política de aleitamento materno escrita, difundida por toda a equipe. II -
Oferecer ao recém-nascido água entre as mamadas. III - A mãe deve amamentar o recém-nascido de 3/3h. IV - Colocar
os bebês em contato pele a pele com suas mães imediatamente após o parto. V - Somente a equipe médica deve
estar capacitada para implementar as políticas de aleitamento materno. Marque as opções CORRETAS:
A. Apenas as II e III estão corretas.
B. Apenas a I está correta.
C. Apenas as I e IV estão corretas.
D. Apenas as III e V estão corretas.
E. Apenas as II e IV estão corretas.

2. USPRP-SP 2023 R3 PEDIATRIA. Criança de 4 meses com diagnóstico de comunicação interventricular está em
planejamento cirúrgico. Devido ao baixo peso, foi optado por adiar cirurgia e investir em mudanças dietéticas. O pai
refere que o desconforto respiratório melhorou consideravelmente após a redução do volume de dieta para 110
ml/kg/dia. Atualmente a criança recebe fórmula infantil de 1° semestre, 1:25, por mamadeira. Para o objetivo de
ganho de peso, qual a abordagem recomendada?
A. Manter volume, porém aumentar a concentração da fórmula infantil para 1:20.
B. Manter volume, porém substituir fórmula por leite materno ordenhado.
C. Manter preparo e volume da fórmula, porém modificar a via para sonda nasogástrica.
D. Acrescentar fruta uma vez ao dia e papa de legumes para almoço.

3. PSU-AL 2019 ACESSO DIRETO. Na unidade básica de saúde, você está acompanhando um lactente de seis meses de
idade que está em aleitamento materno exclusivo e a mãe está com dúvidas quanto a introdução de alimentos.
Segundo orientações para alimentação saudável do Ministério de Saúde, você deverá orientar a mãe que:
A. Aos oito meses, a criança poderá receber a alimentação básica da família desde que não seja muito temperada.
B. Há crianças que se adaptam facilmente as novas etapas e aceitam bem os novos alimentos permitindo a retirada do
leite materno.
C. Outros alimentos podem ser introduzidos de forma lenta e gradual até a retirada do leite materno ao final do primeiro
ano de vida.
D. Se a criança rejeitar as primeiras ofertas pode indicar intolerância ao alimento devendo-se oferecer outros em
substituição.

4. PSU-MG 2022 ACESSO DIRETO. A escolha dos alimentos para o preparo das refeições da criança é fundamental para
uma alimentação adequada e saudável. Nos dois primeiros anos de vida da criança, a escolha dos alimentos merece
atenção especial, pois é quando os hábitos alimentares estão sendo formados e existem alguns cuidados relacionados
a esses alimentos. Considerando cuidados de saúde e segurança do lactente, qual dentre as opções abaixo apresenta
um alimento que NÃO precisa ser evitado primeiro ano de vida da criança:
A. Carne de porco.
B. Mel.
C. Pipoca.
D. Suco de frutas.

5. SURCE-CE 2022 ACESSO DIRETO. O Guia Alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos trouxe uma atualização
de Dez passos para Doze Passos para uma Alimentação Saudável, ampliando a importância do conhecimento na
manutenção da alimentação saudável no lactente. Qual recomendação é dada pelo Guia Alimentar para crianças
brasileiras menores de 2 anos acerca da oferta da alimentação infantil?
A. Não deve ser oferecido açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar à criança até 2 anos de idade.
B. Podem ser oferecidos à criança menor de 2 anos, alimentos preparados em casa com pequenas quantidades de açúcar.
C. Produtos ultraprocessados que não contém açúcar nas preparações, podem ser oferecidos a partir de 1 ano de idade.
D. Para alimentação variada, oferecer à criança, além de água própria para o consumo, sucos e outras bebidas açucaradas.
6. SCM-SP 2023 R3 PEDIATRIA. Um lactente do sexo masculino, com cinco meses de idade, em aleitamento materno
misto, com infecção das vias aéreas superiores (IVAS) de repetição, com condições de gestação e de parto adequadas,
teve, no último mês, ganho ponderal de 200 g e ganho estatural de 2 cm. Está com 6,4 kg de peso, 65 cm de estatura
e 42 cm de perímetro cefálico. Assinale a alternativa que apresenta a melhor orientação a ser seguida no caso clínico
apresentado.
A. Haja vista o ganho ponderal inadequado do lactente, deve-se orientar a mãe a introduzir alimentação complementar,
verificando-se o complemento que está sendo oferecido e como estão sendo feitas sua diluição e sua oferta.
B. Haja vista o ganho ponderal adequado do lactente, deve-se orientar a mãe a manter o aleitamento materno e a oferta
do complemento como está sendo feita.
C. Haja vista o ganho ponderal adequado do lactente, deve-se orientar a mãe a introduzir alimentação complementar, já
que o paciente não está em aleitamento materno exclusivo, verificando-se como estão sendo feitas a diluição e a oferta
do complemento.
D. Haja vista o ganho ponderal inadequado do lactente, deve-se orientar a mãe a manter o aleitamento materno,
verificando-se o complemento que está sendo oferecido e como estão sendo feitas a sua diluição e a sua oferta.
E. Haja vista o ganho ponderal adequado do lactente, deve-se orientar a mãe a manter o aleitamento materno, verificando-
se o complemento que está sendo oferecido e como estão sendo feitas a sua diluição e a sua oferta.

7. SURCE-CE 2018 ACESSO DIRETO. Durante uma visita domiciliar à puérpera, em sua área, a equipe de Saúde da Família
identifica um lactente de 10 meses apresentando magreza acentuada visível, hipotrofia muscular, principalmente dos
glúteos, aspecto envelhecido e circunferência braquial de 10 cm. De acordo com a Organização Mundial da Saúde,
como a equipe classificaria o estado de desnutrição dessa criança?
A. Desnutrição Proteicoenergética Grave – Kwashiorkor.
B. Criança com Desnutrição Proteicoenergética Grave – Marasmo.
C. Criança com Desnutrição Proteicoenergética Moderada – Marasmo.
D. Criança com Desnutrição Proteicoenergética Moderada – Kwashiorkor.

8. PSU-AL 2023 ACESSO DIRETO. Menino, 13 meses, em aleitamento materno exclusivo, pesa 11,0Kg e a curva de
crescimento acompanha o mesmo percentil desde o nascimento. Sua mãe o leva à Unidade Básica de Saúde para
orientação pois precisará complementar a alimentação para trabalhar fora de casa. A família é vegetariana e pretende
manter essa prática na dieta da criança. Indique a partir de qual período de vida a introdução de novos alimentos
deve ser incentivada:
A. 5 meses.
B. 6 meses.
C. 12 meses.
D. 24 meses.

9. ABC-SP 2023 R3 PEDIATRIA. Indica-se interrupção temporária da amamentação na seguinte situação:


A. Mãe infectada pelo vírus varicela zoster nos últimos 30 dias.
B. Mãe infectada pelo vírus HIV.
C. Mãe com diagnóstico de Hepatite C quando houver sangramento mamilar evidente.
D. Criança portadora de fenilcetonúria ou galactosemia.
E. Fissura mamilar.

10. AMRIGS-RS 2021 ACESSO DIRETO. Em relação à introdução da alimentação complementar ao aleitamento materno,
aos seis meses de idade, está correto afirmar que:
A. A papa principal inicialmente deve ser peneirada ou liquidificada, passando a ser posteriormente amassada com o garfo.
B. A papa principal pode conter alimentos de todos os grupos alimentares, com exceção do ovo que deve ser sempre
introduzido após um ano de idade pelo risco de desencadear alergia.
C. Os pais devem adotar esquemas mais rígidos, horários e quantidades fixas, para evitar prejuízo a aleitamento materno.
D. É comum o lactente rejeitar alimentos que não lhe são familiares, sendo necessários, em algumas situações, várias
exposições para uma plena aceitação.

11. SURCE-CE 2020 R3 PEDIATRIA. Na orientação da alimentação complementar de um lactente de sete meses, o pediatra
informou a mãe que o leite de vaca não é recomendado para crianças menores de 1 ano, tendo em vista que é
nutricionalmente inadequado para essa idade e que o recomendado é permanecer com o leite materno até dois anos
ou mais, associado à introdução alimentar.
Qual dos motivos abaixo justifica a afirmação que foi transmitida à mãe?
A. O leite de vaca tem baixa quantidade de sódio.
B. O leite de vaca tem baixa quantidade de proteínas.
C. O leite de vaca tem alta biodisponibilidade de ferro.
D. O leite de vaca tem quantidades insatisfatórias de carboidratos.

12. SURCE-CE 2023 ACESSO DIRETO. A mãe de uma criança de 2 anos de idade vem à consulta preocupada com os hábitos
alimentares de seu filho. Qual das alternativas é a correta em relação às orientações para hábitos alimentares
saudáveis de crianças dessa faixa de idade?
A. Pode-se oferecer refrigerantes, sucos de caixinha e alguns tipos de balas e doces.
B. Pode-se oferecer líquidos durante a refeição, como água, sucos; evitar refrigerantes.
C. Fazer a adequação do prato de acordo com a necessidade da criança, evitando deixar a criança repetir.
D. A sobremesa pode ser oferecida como parte da refeição, não como recompensa; deve-se dar preferência às frutas.

13. PSU-MG 2023 ACESSO DIRETO. Em relação à alimentação do lactente é CORRETO afirmar:
A. A alimentação complementar deve ser introduzida aos quatro meses de idade, naqueles usando fórmula infantil.
B. Ao introduzir a 1ª papa principal deve-se evitar o ovo.
C. Não há necessidade de suplementação de ferro nos primeiros seis meses de vida se o lactente estiver em uso de leite
materno exclusivo e sem fatores de risco.
D. O aleitamento materno é recomendado até os 12 meses de idade.

14. UNIFESP-SP 2021 ACESSO DIRETO. Segundo o Ministério da Saúde, em qual das situações abaixo o aleitamento
materno está contraindicado?
A. HIV positivo, em uso regular de terapia antirretroviral, com carga viral indetectável.
B. HBsAg reagente, HBeAg reagente e carga viral para HBV > 200.000 UI/mL.
C. Herpes zoster ativo em região de dorso.
D. COVID-19 assintomática.

15. USP-SP 2023 R3 PEDIATRIA. Sobre amamentação em mães com diagnóstico de COVID-19, qual a alternativa correta?
A. É recomendado lavar as mãos com água e sabão antes de tocar o bebê ou antes de retirar o leite materno. Se não for
possível, higienizar as mãos com álcool em gel 70%.
B. Segundo as informações cientificas disponíveis até o momento, há fortes indícios de transmissão do SARS- Cov-2 pelo
leite materno, porém sem registros de doença invasiva.
C. Considerando o alto risco de transmissão entre mãe e RN, é recomendado suspender a amamentação e oferecer leite
ordenhado até resolução do quadro materno.
D. A recomendação de usar máscara facial durante as mamadas não se mostra eficaz, de acordo com os estudos recentes,
e não está indicada de rotina.

16. SES-RJ 2017 ACESSO DIRETO. Uma das vantagens do aleitamento materno é:
A. Diminuir a prevalência de hipotireoidismo materno.
B. Proteger contra câncer de mama.
C. Proteger contra diabetes tipo 1.
D. Diminuir o risco de DSTs.

17. SES-PE 2023 ACESSO DIRETO. O departamento científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria
recomenda o uso do My Plate (meu prato), instrumento esse instituído nos Estados Unidos em 2011, no qual os
grupos alimentares são distribuídos proporcionalmente, respeitando-se as recomendações da Pirâmide Alimentar.
Assinale a alternativa que apresenta a CORRETA distribuição dos grupos alimentares de acordo com o instrumento
My Plate, para um lactente de 11 meses.
A. Verduras e legumes 1/3; cereais e tubérculos 1/3; carnes e ovos 1/3.
B. Verduras e legumes 1/2; cereais e tubérculos 1/4; e o 1/4 restante dividido na metade para carnes e ovos e a outra metade
para leguminosas.
C. Verduras e legumes 1/3; cereais e tubérculos 1/3; no 1/3 resto, dividido em partes iguais entre carnes, ovos e leguminosas.
D. Verduras e legumes 1/2; cereais, tubérculos e leguminosas correspondentes a 1/4; carnes e ovos com o 1/4 restante.
E. Verduras e legumes 1/4; cereais e tubérculos 1/4; leguminosas ¼; carnes e ovos ¼.
18. SURCE-CE 2017 ACESSO DIRETO. Ao orientar uma primípara, no alojamento conjunto, cujo recém-nascido é de termo,
peso de 3 kg e com boas condições de nascimento, observa-se que a pega está adequada. Desse modo, o que pode
ser afirmado?
A. O queixo e o nariz tocam a mama.
B. O lábio inferior está virado para fora.
C. Abocanha bem o mamilo, com aréola livre.
D. Aréola mais visível abaixo da boca do bebê que acima.

19. SUS-SP 2018 ACESSO DIRETO. A indicação médica para a suspensão do aleitamento materno é um evento pouco
frequente. Em algumas circunstâncias, o aleitamento materno, no recém-nascido de termo, tem sua suspensão
questionável e deve ser discutido conjuntamente com a família, sua indicação ou suspensão. O exame materno que
se positivo indicaria uma dessas circunstâncias é:
A. Parvovírus.
B. Cytomegalovirus.
C. HIV.
D. Hepatite C.
E. HBs Ag.

20. UFRJ-RJ 2023 ACESSO DIRETO. Pode-se afirmar, sobre a alimentação complementar, que é correto orientar os país
quanto ao fato de que:
A. Papas devem ter boa quantidade de cereais ricos em fitatos.
B. O alimento ofertado deve ser muito mais calórico do que o leite materno.
C. Sucos de frutas cítricas até 200 ml duas vezes/dia são indicados.
D. O leite de vaca modificado é o melhor alimento complementar.

21. PSU-MG 2017 ACESSO DIRETO. Qual alternativa está ERRADA em relação ao uso de leite de vaca não modificado no
primeiro ano de vida?
A. A maioria dos lactentes brasileiros de 0 a 12 meses que não recebe leite materno exclusivo são alimentados com esse
tipo de leite.
B. Tem maior relação com deficiência de ferro.
C. O esvaziamento gástrico é mais lento quando se compara com lactentes recebendo fórmulas modificadas.
D. Por seu maior teor de lactose, tem papel relevante nas cólicas e regurgitações dos lactentes.

22. SES-PE 2023 R3 PEDIATRIA. Vários questionamentos envolvem a introdução alimentar em uma criança de 6 meses.
Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA.
A. A introdução de alimentos potencialmente alergênicos, como o ovo, não deve ser postergada, mesmo naquelas crianças
com história familiar de atopia, já que a introdução após o primeiro ano de idade aumenta os riscos de alergia.
B. Deverá ser iniciada com alimentos mais líquidos, como sucos e sopas no almoço, pois, aos seis meses, a criança ainda
não possui desenvolvimento apropriado para alimentos sólidos.
C. A dieta deverá ser composta por legumes/verduras, cereal/tubérculo, leguminosas e carne/ovo, devendo os alimentos
ser misturados juntos para facilitar a aceitação inicial.
D. Os doces caseiros de frutas poderão ser utilizados como sobremesas nesta idade, desde que a criança tenha se
alimentado de uma refeição adequada.
E. A partir da realização da introdução alimentar, o leite materno não possui mais nenhuma função do ponto de vista
nutricional, não devendo ser estimulada a manutenção do aleitamento.

23. PSU-MG 2019 ACESSO DIRETO. Recém-nascido a termo, com peso de nascimento de 3.100 g. está no alojamento
conjunto. Sua mãe recebeu diagnóstico recente de tuberculose pulmonar ainda sem tratamento. De acordo com as
orientações do Ministério da Saúde do Brasil, assinale as condutas MAIS ADEQUADAS em relação ao aleitamento
materno e cuidados com esse recém-nascido:
A. Amamentar ao seio materno, com a mãe usando máscara, iniciar isoniazida e adiar a vacina BCG.
B. Contraindicar aleitamento materno, oferecer fórmula infantil, ter teste tuberculínico e, se não reator, vacinar com BCG.
C. Oferecer o leite materno pasteurizado por copo, vacinar com BCG de acordo com o calendário vacinal.
D. Ordenhar leite materno e oferecê-lo por copo, iniciar isoniazida e vacinar com BCG concomitantemente.
24. AMRIGS-RS 2016 ACESSO DIRETO. Como é classificado o tipo de alimentação de um lactente de seis meses que, além
do leite materno, teve alimentos sólidos amassados introduzidos à dieta?
A. Aleitamento materno predominante.
B. Aleitamento materno complementado.
C. Aleitamento materno suplementado.
D. Aleitamento materno parcial.
E. Aleitamento materno misto.

25. AMRIGS-RS 2016 ACESSO DIRETO. A obesidade, como uma doença grave e epidemiologicamente crescente, deve ser
prevenida e identificada em todas as fases da vida. Dessa forma, é correto afirmar que:
A. Deve-se iniciar no pré-natal o incentivo ao aleitamento materno, mas desestimulado em mães com IMC abaixo de 18
Kg/m2 pelo risco de desnutrição materna.
B. Aos 6 meses, o bebê em aleitamento deve receber alimentos complementares ricos em laticínios para evitar carências
nutricionais.
C. Até os 2 anos, a criança deve receber leite materno complementado por alimentação exclusiva ao bebê, pois necessita
de um balanço energético adequado.
D. O pré-escolar, principalmente próximo aos 2 anos, quando há uma desaceleração fisiológica da curva de crescimento,
tem tendência a desviar atenção dos alimentos. Nessa fase, se deve orientar os pais e cuidadores a oferecer alimentos
mais apetitosos e estimulantes, pois estão em fase de aprendizagem e grande desenvolvimento neuronal.
E. Na fase pré-escolar e escolar, as crianças começam as trocas de informações e ideias, dessa forma, as creches, escolas
e famílias devem estar atentas para interações sociais, promovendo a manutenção de bons hábitos alimentares, de
saúde bucal e exercícios lúdicos como pular corda, dançar e correr.

26. SES-PB 2020 ACESSO DIRETO. Algumas doenças maternas exigem cuidados relacionados à amamentação. Qual das
situações maternas a seguir CONTRAINDICA o aleitamento:
A. Tuberculose em tratamento por mais de 3 semanas.
B. Varicela adquirida 10 dias antes do parto.
C. Rubéola.
D. Herpes simples 1 e 2.
E. Doença de Chagas na fase aguda ou com sangramento mamilar.

27. PSU-AL 2023 ACESSO DIRETO. Menino, 13 meses, em aleitamento materno exclusivo, pesa 11,0Kg e a curva de
crescimento acompanha o mesmo percentil desde o nascimento. Sua mãe o leva à Unidade Básica de Saúde para
orientação pois precisará complementar a alimentação para trabalhar fora de casa. A família é vegetariana e pretende
manter essa prática na dieta da criança. Indique os dois nutrientes, oligoelementos, que devem ser oferecidos como
complementação na dieta dessa criança:
A. Ferro e Zinco.
B. Zinco e Cálcio.
C. Ferro e Magnésio.
D. Cálcio e Magnésio.

28. FAMEMA-SP 2023 ACESSO DIRETO. De acordo com as últimas diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria, como
orientar corretamente a suplementação profilática de ferro em um lactente de 5 meses e meio, em aleitamento
materno exclusivo, nascido a termo, peso adequado à idade gestacional, sem fatores de risco à anemia ferropriva?
A. Não haverá necessidade de suplementação de ferro para esse lactente.
B. Iniciar a suplementação de ferro a partir do 6º mês de vida, na introdução alimentar, até o 24º mês de vida.
C. Iniciar a suplementação de ferro a partir do 6º mês até o 12º mês de vida.
D. Colher hemograma e ferritina no 6º mês de vida antes da suplementação de ferro.

29. UFPB-PB 2018 ACESSO DIRETO. A mastite é uma complicação durante a alimentação com leite materno exclusivo.
Qual a conduta mais adequada de tratamento, a ser realizada em casos de mastite infecciosa:
A. Iniciar antibioticoterapia sempre desde o início dos sintomas.
B. Casos de dor intensa, suspender amamentação na mama comprometida, ordenhar leite e oferecer ao lactente sadio.
C. O Strepcocos pyogenes é o agente etiológico mais comum nesses casos. Iniciar Penicilina.
D. A oxacilina é a droga de escolha para o tratamento de casos leves.
E. O uso de Lactobacillus fermentum não é alternativa eficiente ao uso de antibióticos.
30. UFPB-PB 2017 ACESSO DIRETO. Criança nascida a termo evolui com febre icterícia e diagnóstico de citomegalovirose.
Diante deste fato, como proceder em relação ao aleitamento materno:
A. Suspender e iniciar leite modificado.
B. Suspender e iniciar uso exclusivo de leite materno de banco de leite.
C. Manter apenas se houver impossibilidade de uso de leite modificado.
D. Manter, alternando com uso de leite artificial.
E. Manter, pois o aleitamento materno em pacientes com citomegalovirose é impedimento apenas em prematuros.

31. UFPB-PB 2022 ACESSO DIRETO. Letícia teve seu primeiro filho há 5 dias; um recém-nascido do sexo masculino, a
termo, com peso e comprimento dentro da normalidade. A mesma apresentou lesões vesiculares na comissura labial
hoje, sem outras queixas até o momento. A conduta recomendada quanto ao aleitamento materno é:
A. Prescrever leite humano pasteurizado de banco de leite e isolar o recém-nascido de sua mãe até a fase de crostas.
B. Dar leite materno ordenhado, isolar o neonato de sua mãe até a fase de crostas e administrar aciclovir ao recém-nascido.
C. Contraindicar o aleitamento materno temporariamente, oferecer fórmula láctea e isolar o recém-nascido de sua mãe
até a fase de crostas.
D. Manter o aleitamento materno ao seio, com lavagem de mãos, uso de máscara e proteção das lesões do contato direto
com o recém-nascido.
E. Manter o aleitamento materno ao seio, com lavagem de mãos, uso de máscara e proteção das lesões do contato direto
com o recém-nascido e administrar VZIG ao mesmo.

32. AMRIGS-RS 2023 R3 PEDIATRIA. Segundo o Ministério da Saúde do Brasil e a Sociedade Brasileira de Pediatria, são
doenças infecciosas maternas que contraindicam o aleitamento materno: I - Tuberculose em tratamento há 4
semanas antes do parto. II - Hanseníase em tratamento há 4 semanas antes do parto com sulfona. III - Mãe HIV+ em
tratamento desde o início da gestação e com carga viral indetectável desde o segundo semestre gestacional. IV -
Dengue. Quais estão corretas?
A. Apenas I e II.
B. Apenas I e IV.
C. Apenas II e III.
D. Apenas III e IV.

33. UFPB-PB 2023 ACESSO DIRETO. Mãe leva filho de 28 dias de idade para consulta de puericultura em Unidade Básica
de Saúde. Lactente em bom estado geral, em aleitamento materno exclusivo, sem alterações no exame físico. A
genitora traz o resultado do teste do pezinho, o qual apresentou baixa atividade da enzima galactose-1-fosfato uridil-
transferase. Frente a isso, a pediatra solicitou novo exame, o qual confirmou o resultado anterior. Frente ao quadro,
trata-se da conduta mais adequada para este lactente:
A. Retirar o leite materno e reintroduzir quando a atividade enzimática normalizar.
B. Manter o leite materno e acompanhar clinicamente, pois o lactente encontra-se clinicamente estável.
C. Retirar o leite materno independente da condição clínica do lactente.
D. Manter o leite materno e checar a atividade enzimática periodicamente.
E. Retirar o leite materno e introduzir fórmula infantil enquanto não há normalização dos níveis enzimáticos.

34. SES-PE 2019 ACESSO DIRETO. A alimentação complementar pode ser chamada de transição, quando especialmente
preparada para a criança pequena até que ela possa receber alimentos na mesma consistência dos consumidos pela
família (em torno dos 9 a 11 meses de idade). Sobre a introdução alimentar na infância, marque a opção CORRETA.
A. O uso de condimentos na elaboração de preparações não é recomendado, exceto temperos “in natura”, como sal,
manjericão, alecrim, dentre outros.
B. Há evidências e trabalhos publicados em quantidade e qualidade suficientes para afirmar que os métodos BLW (Baby-
Led Weaning) ou BLISS (Baby-Led-Introduction to SolidS) sejam as únicas formas corretas de introdução alimentar.
C. As vísceras não deverão ser consumidas a fim de evitar possíveis contaminações de manipulação.
D. A introdução de certos alimentos, como ovo e peixe, pode ser realizada a partir do sexto mês de vida, mesmo em
crianças com história familiar de atopia.
E. Antecipar a introdução de variedade de alimentos sólidos para crianças de 3 a 4 meses de vida parece diminuir o risco
de eczema atópico e de alergia alimentar.

35. USPRP-SP 2023 R3 PEDIATRIA. Recém-nascido a termo, com 50 horas de vida, boa evolução clínica, em aleitamento
materno exclusivo. Na ocasião da alta hospitalar, a mãe relata que usa cocaína e maconha ocasionalmente. Com
relação ao aleitamento, que orientação deve ser dada à mãe nesta situação?
A. Interromper a amamentação por 24 horas após usar cada droga.
B. Suspender definitivamente a amamentação.
C. Manter a amamentação, caso tenha utilizado apenas maconha.
D. Manter normalmente a amamentação.

36. SES-PE 2023 ACESSO DIRETO. “O leite humano tem vários fatores imunológicos específicos e não específicos que
conferem proteção ativa e passiva contra infecções às crianças amamentadas”. Tratado de Pediatria/ SBP/2022.
Assinale a alternativa que apresenta um componente do leite materno que NÃO é considerado um fator clássico de
proteção imunológica para o recém-nascido/ lactente.
A. Lipase.
B. Lactoferrina.
C. Lisozima.
D. Fator bífido.
E. Oligossacarídeos.

37. SES-PE 2020 ACESSO DIRETO. A amamentação estabelece o vínculo entre mãe e filho, sendo fator importante ao
desenvolvimento da criança. Com relação a esse assunto, analise as alternativas subsequentes e assinale a CORRETA.
A. A OMS recomenda que mulheres portadoras do vírus da hepatite C não devem amamentar devido ao risco de
transmissão do vírus pelo leite materno.
B. O primeiro leite, o colostro, é fundamental na saúde do lactente, especialmente por ser mais rico em proteínas e
betacaroteno.
C. O leite humano, comparado ao leite de vaca integral, apresenta um teor de ferro maior, porém com menor
disponibilidade. Após 6 meses, as crianças em aleitamento materno devem receber suplementação de ferro.
D. O leite humano possui um nutriente, os oligossacarídeos neutros, que favorecem o desenvolvimento de uma flora
intestinal específica, tornando o lactente menos suscetível às infecções do tubo digestório.
E. O leite materno possui anticorpos que são transferidos da mãe para o filho, caracterizando a imunidade do tipo celular.

38. UFPB-PB 2016 ACESSO DIRETO. Criança de 2 meses, parto via vaginal, APGAR 10/10, evolução neonatal sem
intercorrências e alta com a mãe. Calendário vacinal completo para idade, sem sinais de doença, em aleitamento
materno exclusivo e ganho ponderal insatisfatório. Como proceder para otimizar o ganho ponderal:
A. Ordenhar o leite anterior, deixar o lactente esvaziar o leite posterior e ofertar o leite ordenhado.
B. Iniciar complemento com fórmula após cada mamada.
C. Suspender o aleitamento materno por insuficiência láctea e utilizar fórmula.
D. Orientar a mãe a ofertar o seio a cada hora.
E. Estimular a lactação adotiva.

39. ABC-SP 2023 ACESSO DIRETO. Considerando o desmame uma fase do desenvolvimento da criança, são características
do desmame natural e do desmame guiado respectivamente:
A. A criança aceita outras formas de consolo; a amamentação deixa de ser livre demanda.
B. As mamadas noturnas são eliminadas; há adiamento das mamadas.
C. A criança dorme sem mamar no peito; a criança aceita não ser amamentada em certos locais ou ocasiões.
D. Há diminuição do volume do leite materno e encurtamento do tempo das mamadas.
E. Há nascimento dos dentes e mudança do sabor do leite materno.

40. FAMENA-SP 2023 ACESSO DIRETO. Na introdução alimentar de um lactente de 6 meses, previamente hígido e em
aleitamento materno exclusivo é correto:
A. Introduzir a papa principal apenas com a gema do ovo.
B. Oferecer suco de fruta com a papa principal.
C. Introduzir a papa principal com carne de vaca ou frango.
D. Introduzir frutas cozidas.
1. COMENTÁRIO: Questão que pede a análise dos itens sobre os 10 passos para o sucesso do aleitamento materno.
I. CORRETO. Item que oficializa tudo que será discutido. É de fato de muita relevância a presença das normas preconizadas
para o AM no hospital, a fim de conscientizar toda a equipe e manter pacientes em alerta para o que é difundido.
II. INCORRETO. Quando temos o conceito de AME, é importante que seja frisado que é LM exclusivamente, ou seja, não
há presença de chás, água, ou qualquer outro tipo de líquido, sendo esse modo de AM preconizado até os 6m de idade.
III. INCORRETO. Frase bastante propagada como conhecimento popular, mas, ao lembrar que as características do leite
materno mudam com o tempo da mamada, há necessidade de esvaziamento das mamas; cada binômio (mãe-bebê) tem
seu ritmo, pega e posicionamento. Assim, não há motivo para determinar intervalo entre as mamadas ou tempo de
mamadas.
IV. CORRETO. A “golden hour”, conceito crucial ao sucesso do AM, fala da importância de tentar ensinar e instruir a genitora
sobre o AM, fazendo com que o bebê mame na 1ª h. de vida, preferencialmente estando em contato pele a pele com
sua mãe.
V. INCORRETO. A responsabilidade sobre a defesa do AM e difusão dos conhecimentos sobre pega, posicionamento,
benefícios do AM é de conhecimento público, mas deve ser difundido por todos que compõem o quadro de funcionários
da saúde, sejam eles médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos, fonoaudiólogos.
RESPOSTA: Letra C.

2. COMENTÁRIO: Vamos analisar as alternativas em busca da correta, como solicitado no enunciado:


A. CORRETA. A criança apresenta cardiopatia e dificuldade no ganho de peso, devendo ser abordada de maneira
multidisciplinar. Deve-se aumentar calorias sem aumentar o volume, aumentando a concentração a 1:20, por exemplo.
B. INCORRETA. O leite materno ordenhado possui quase as mesmas calorias de 1 ml do leite de fórmula. Porém, não se
tem como concentrar leite materno em criança de 4 meses, mas sim apenas em prematuros.
C. INCORRETA. Se a criança consegue se alimentar por VO, não há sentido em se colocar uma sonda, podendo atrapalhar
a aceitação alimentar posteriormente.
D. INCORRETA. A criança provavelmente não possui sinais de prontidão, devendo a introdução alimentar ser iniciada aos 6
meses em criança com estado de prontidão.
RESPOSTA: Letra A.

3. COMENTÁRIO:
A. CORRETA. Ao 8º mês a criança já pode ser introduzida ao cardápio familiar.
B. e C. INCORRETAS. O leite materno deverá ser mantido de forma complementada até, pelo menos, os dois primeiros
anos de vida.
D. INCORRETA. É comum que a criança rejeite os alimentos inicialmente, não devendo esse ser motivo para não ofertar
esses alimentos rejeitados em outra oportunidade.
RESPOSTA: Letra A.

4. COMENTÁRIO:
A. CORRETA. A carne de porco pode ser oferecida.
B. INCORRETA. Não devemos oferecer açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar à criança até 2 anos.
C. INCORRETA. Os produtos ultraprocessados devem sempre ser evitados.
D. INCORRETA. Sucos devem ser evitados no primeiro ano de vida; bebidas açucaradas, nos dois primeiros anos de vida.
RESPOSTA: Letra A.

5. COMENTÁRIO: Questão mais direta que exige o conhecimento de quando devemos introduzir a alimentação
complementar. Nesse sentido, de acordo com o Guia Alimentar de crianças brasileiras do MS, preconizamos o AME
até os 6 meses, quando o LM não conseguirá sozinho fornecer os nutrientes necessários para o pleno
desenvolvimento e crescimento da criança, dessa forma, a partir dessa idade (6 meses) iniciamos a alimentação
complementar, introduzindo alimentos presentes no dia a dia do cardápio familiar, porém sempre com ressalvas a
manter a alimentação saudável. Ao sugerir o início da alimentação complementar devemos salientar a importância
de oferecer diversidade de alimentos saudáveis, minimamente processados, com baixo teor de gordura, carboidratos
ou sais. Sendo contraindicado o uso de açúcar de preparação desses alimentos até os 2 anos de idade, e o uso mínimo
de sal, bem como de temperos industrializados. RESPOSTA: Letra D.
6. COMENTÁRIO: A questão apresenta um caso clínico de um lactente do sexo masculino com 5 meses de idade. Mostra
dados sobre o aleitamento, presença de IVAS de repetição e dados do ganho de peso e de altura do último mês. Nessa
perspectiva, é solicitada a melhor orientação seguida para esse quadro.
A. INCORRETA. A alimentação complementar deve iniciar quando a criança estiver acima de 6 meses e em sinais de prontidão.
B. INCORRETA. O ganho ponderal do lactente não está adequado, visto que crianças de 4 a 6 meses, idealmente, ganham pelo
menos 600 g/mês.
C. INCORRETA. O ganho ponderal do lactente não está adequado. Além disso, o fato de o lactente estar em aleitamento não
exclusivo não é suficiente para introduzir a alimentação complementar.
D. CORRETA. Visto que o ganho ponderal do lactente está inadequado; é necessária análise do complemento oferecido em relação
ao conteúdo, diluição e oferta no aleitamento misto, seguindo a orientação de manter o aleitamento materno.
E. INCORRETA. O ganho ponderal do lactente não está adequado.
RESPOSTA: Letra D.
7. COMENTÁRIO: A desnutrição pode ser considerada leve, moderada ou grave, a depender do Z escore em que o
paciente se encontra no gráfico peso/estatura ou IMC/idade. A OMS também usa para classificação da desnutrição o
valor da circunferência braquial, considerando desnutrido grave toda criança entre 6 e 59 meses com circunferência
braquial < 115 mm. A presença de edema (Kwashiorkor), também é suficiente para definir o paciente como grave. A
desnutrição não edematosa é também chamada de Marasmo, que ocorre no primeiro ano de vida. O paciente não
mostra edema e, por ter a circunferência braquial < 115 mm, é considerado marasmático grave. RESPOSTA: Letra B.

8. COMENTÁRIO: Quando nos deparamos diante de escolhas de alimentação familiares com dietas mais restritas
devemos lembrar de algumas possíveis implicações para a devida oferta de nutrientes, e um grande exemplo é a
alimentação vegetariana. Porém ao analisar a questão, não é isso que termina sendo posto, isto porque o grande
questionamento é, diante de uma família com práticas vegetarianas de alimentação, a partir de que momento de vida
da criança a alimentação deve ser introduzida… E nesse momento retornamos ao básico, ao lembrar que, salvo raras
exceções em que podemos iniciar a IA mais precocemente, na grande maioria dos casos vamos introduzir a
alimentação complementar, não importando nesse momento qual tipo de dieta a família fará, aos 6 meses.
Lembrando que o AME deve ser praticado até essa faixa etária, sendo complementado a partir dos 6m quando seus
nutrientes não serão suficientes para prover a plenitude de proteínas, carboidratos e lipídios necessários à nutrição
da criança. O vegetarianismo está posto apenas para tentar nos desviar do caminho correto. RESPOSTA: Letra B.

9. COMENTÁRIO: Questão direta, mas que traz vários pontos importantes das contraindicações do aleitamento materno:
A. INCORRETA. Muito cuidado, pois a infecção pelo VVZ gera viremia importante que pode sim afetar o leite materno e gerar
transmissão vertical, porém a viremia intensa existe principalmente no início da infecção, portanto, quando o diagnóstico é
dado com a presença dos sintomas da infecção pelo VVZ 2 dias antes até 5 dias após o parto, é necessário parar
momentaneamente o aleitamento, e não quando há infecção há 30 dias, como dito.
B. INCORRETA. Item capcioso, visto que a questão pede uma interrupção TEMPORÁRIA da amamentação, e quando pensamos
em infecção materna pelo HIV há contraindicação absoluta e permanente do AM.
C. CORRETA. A infecção pelo HCV conta com viremia importante, seja em fases agudas onde há maior chance de transmissão pela
via hematológica, ou ainda nas fases crônicas em que, a chance é menor, mas ainda suficiente para que se contraindique a
amamentação em caso de sangramento mamilar, fissuras ou qualquer possibilidade da mucosa do bebê entrar em contato
com o sangue materno. Tornando-se então uma contraindicação temporária, pois quando o sangramento cessar, o
aleitamento está devidamente indicado novamente.
D. INCORRETA. Novamente, como no item B, há uma descrição de condição da criança que exige interrupção ABSOLUTA do
aleitamento, e não temporária.
E. INCORRETA. A fissura mamilar não é contraindicação a amamentação. Quando a genitora se sente confortável em continuar o
aleitamento, principalmente após devida orientação de pega e posicionamento devidos a fim de evitar novas fissuras, é
completamente indicado que se continue a amamentação.
RESPOSTA: Letra C.

10. COMENTÁRIO:
A. INCORRETA. Não se devem peneirar ou liquidificar os alimentos; eles devem ser oferecidos inicialmente amassados, em
consistência de purês, que posteriormente vai sendo progredida até o sólido.
B. INCORRETA. O ovo, assim como demais alimentos, deve ser introduzido a partir dos seis meses de vida.
C. INCORRETA. Apesar da importância da rotina das refeições, os horários rígidos e quantidades fixas devem ser evitados,
respeitando as vontades da criança.
D. CORRETA. É comum que o lactante rejeitar os alimentos num primeiro momento, porque a criança está aprendendo a
conhecer novos sabores e texturas.
RESPOSTA: Letra D.
11. COMENTÁRIO:
A. INCORRETA. O leite de vaca tem alto teor de sódio.
B. INCORRETA. O leite de vaca tem grande quantidade de proteínas e de pior qualidade do que as proteínas do leite
materno.
C. INCORRETA. A quantidade de ferro do leite de vaca é insuficiente; no leite materno, apesar de pouco ferro, este tem
melhor biodisponibilidade.
D. CORRETA. Há maior quantidade de carboidrato no leite materno.
RESPOSTA: Letra D.

12. COMENTÁRIO: Questão direta sobre hábitos alimentares na pediatria. Vamos analisar as alternativas, vendo a certa:
A. INCORRETA. O uso de alimentos ultraprocessados não deve ser feito em nenhuma faixa etária. Entretanto, devemos nos
lembrar do protocolo dos 12 passos para uma alimentação saudável, no qual há a informação de que crianças menores
de 2 anos não devem fazer uso de alimentos ultraprocessados e de açúcar ou alimentos que o contenham.
B. INCORRETA. Os sucos devem ser preteridos em relação às frutas, já que as frutas têm fibras e os sucos, na maioria das
vezes, levam à adição de açúcar.
C. CORRETA. Nos passos para alimentação saudável, há a recomendação de se respeitar a saciedade e a vontade da criança,
respeitando a autorregulação da fome.
D. CORRETA. Não se devem fazer jogos de recompensa com a criança, ou seja, não podemos criar combinados em que a
criança ganha a sobremesa se fizer algo correto.
RESPOSTA: Letra D.

13. COMENTÁRIO: O enunciado nos pede a alternativa CORRETA sobre a alimentação do lactente. Vamos aos itens:
A. INCORRETA. A recomendação é que a alimentação complementar se inicie aos 06 meses de idade
B. INCORRETA. Não devem ser evitadas proteínas com potencial alergênico, como peixe e ovo. Devem ser introduzidas
logo no início da alimentação complementar. Devemos evitar mel devido ao risco de botulismo.
C. CORRETA. Na atualização da SBP, pacientes a termo, com peso adequado (> 2,5 kg) e com idade inferior a 06 meses que
estejam aleitamento materno exclusivo, sem outros fatores de risco para carência de ferro, devem iniciar a
suplementação a partir dos 6 meses de vida
D. INCORRETA. O aleitamento materno é recomendado até os 06 meses de idade e o aleitamento materno completar deve
durar, no mínimo, 24 meses – podendo ser mantido por mais tempo se não prejudicar a utilização de outros alimentos
RESPOSTA: Letra C.

14. COMENTÁRIO:
A. CORRETA. Pacientes que vivem com o HIV estão contraindicadas a amamentar independente do controle da doença.
B. INCORRETA. A mãe com hepatite B e C, de forma geral, pode amamentar normalmente.
C. INCORRETA. Apenas a lesão na mama impossibilita a amamentação no herpes-zoster.
D. INCORRETA. A mãe com COVID-19, ainda que sintomática, poderá amamentar utilizando a máscara cirúrgica.
RESPOSTA: Letra A

15. COMENTÁRIO: Questão traz tema bem atual ainda, sobre a amamentação de mães com diagnóstico de Covid-19.
A. CORRETA. Ao lembrar que a transmissão do vírus Sars-Cov-2 é por via respiratória, contato com gotículas, fica lógico
entender que a restrição do aleitamento dessas crianças, filhas de mães portadoras de covid, deve ser quanto ao contato
com as gotículas. Dessa forma, preconiza-se uma boa lavagem das mãos, que podem entrar em contato com a mama
em que o bebê irá mamar; além de uso de máscara facial, de modo a evitar que gotículas de vias aéreas maternas
entrem em contato com as mucosas do bebê.
B. INCORRETA. Os estudos recentes demonstram que a viremia causada pelo Sars-Cov2 não é intensa a ponto de
contaminar o leite materno, reiterando sua transmissão por gotículas e os devidos cuidados na hora da amamentação,
que é devidamente indicada. Não há correlação de intensidade do quadro com possível infecção via leite materno, visto
que os estudos não evidenciam a transmissão pelo LM.
C. INCORRETA. Como dissertamos, quando há os devidos cuidados com o modo de transmissão aéreo da covid-19, não há
motivo algum para contraindicar o aleitamento, visto que o ato de amamentar em si não traz riscos, quando são tomadas
as medidas de higiene corretas.
D. INCORRETA. Apoiado inclusive por medidas sanitárias de convivência com a pandemia de covid-19, temos que o uso de
máscaras faciais é sim extremamente eficaz em evitar a contaminação dos bebês na hora do AM, sendo, então, medida
de rotina para as mães diagnosticadas com o vírus que desejem amamentar.
RESPOSTA: Letra A.
16. COMENTÁRIO:
A. INCORRETA. Não há relação entre aleitamento e hipotireoidismo materno.
B. CORRETA. A amamentação protege contra câncer de mama e de ovário.
C. INCORRETA. Não há relação entre aleitamento e DM tipo 1.
D. INCORRETA. Não há relação entre aleitamento e proteção contra infecções sexualmente transmissíveis. No caso do HIV,
se a mãe amamentar, aumenta o risco da criança se contaminar.
RESPOSTA: QUESTÃO ANULADA pela Banca, porém questionamos a posição, já que apenas a Letra B está CORRETA.

17. COMENTÁRIO: Vamos analisar as alternativas em busca da correta, como solicitado no enunciado:
A. C. e E. INCORRETAS. Uma vez que verduras e legumes devem corresponder a 50% do prato.
B. CORRETA. A estratégia My Plate, também recomendada pela SBP, associada às recomendações da pirâmide alimentar,
traz distribuições padrões: 50% de legumes e verduras, 25% de cereais e tubérculos, ⅛ de carne e ovo e ⅛ de
leguminosas. As frutas devem ser usadas como sobremesa e uso de azeite de oliva após preparação do prato.
D. INCORRETA. Leguminosas correspondem a ⅛, enquanto cereais e tubérculos correspondem a ¼.
RESPOSTA: Letra B.

18. COMENTÁRIO: A técnica correta de amamentação inclui: criança voltada para o corpo da mãe, tocando o corpo da
mãe; totalmente apoiada; mesmo eixo da mãe; posição da boca: mamilo no céu da boca, com os lábios abrangendo
toda a aréola (Letras C e D, incorretas), estando o lábio inferior voltado para fora. O nariz não encosta no queixo e a
criança respira livremente (Letra A, incorreta). RESPOSTA: Letra B

19. COMENTÁRIO: Uma das situações mais clássicas em que é passível de discussão a indicação ou não da suspensão do
aleitamento materno é a hepatite C. Os estudos a respeito do assunto são ainda controversos e, se houver fissura
mamária, há risco de transmissibilidade para a criança.
A. INCORRETA. No caso do Parvovírus, a mãe pode amamentar normalmente.
B. INCORRETA. Citomegalovírus pode ser transmitido para o bebê. Entretanto, a mãe pode amamentar normalmente,
exceto se RN < 32s ou 1,5kg.
C. INCORRETA. Em gestantes positivas para o HIV, a amamentação é contraindicada.
D. CORRETA. Embora discutível na literatura, geralmente a mãe pode, sim, amamentar.
E. INCORRETA. A mãe pode amamentar quando HBsAg positivo, desde que seja administrada a imunoglobulina e a vacina
para o bebê.
RESPOSTA: Letra D.

20. COMENTÁRIO: Questão que traz o conceito de alimentação complementar e pede a assertiva correta. Vejamos:
A. INCORRETA. As papas principais precisam ter todos os componentes alimentares adequados. Os cereais são um dos
elementos, mas os fitatos prejudicam a biodisponibilidade do ferro.
B. CORRETA. A alimentação complementar se inicia com 6 meses de idade, porque o leite materno para de ser o padrão-
ouro em relação à alimentação. Um desses fatos é justamente a desadequação das calorias fornecidas por ele em
crianças mais velhas.
C. INCORRETA. Os sucos não devem ser utilizados na alimentação complementar, devemos dar prioridade às frutas.
Os sucos não têm fibras e geralmente quando fornecemos os sucos, temos a tendência de se adicionar açúcar, que não
deve ser feito na alimentação complementar.
D. INCORRETA. Alimentação complementar vai ser a introdução das papas principais, das frutas e uma redução da
importância do leite materno durante a alimentação.
RESPOSTA: Letra B.

21. COMENTÁRIO:
− Letras A, B e C: CORRETAS.
− Letra D: INCORRETA. O leite de vaca tem menor teor de lactose do que o leite materno, contribuindo para fezes mais
endurecidas, mais cólicas e regurgitações.
RESPOSTA: Letra D.

22. COMENTÁRIO:
A. CORRETA. Item importante, pois desmistifica algumas sentenças sobre a IA que foram sendo propagadas ao longo do
tempo.
A introdução de alimentos potencialmente alergênicos em crianças na fase de IA, ou seja, a partir dos 6m de idade,
tem a intenção de apresentar ao sistema imune da criança um antígeno que, ao ser apresentado por diversas
vezes, pode levar a uma resposta comum do sistema imune, mesmo em criança atópica, diferente do que acontece
quando esse mesmo antígeno é apresentado mais tardiamente, num sistema que, mais velho e mais reatogênico,
pode identificar gatilhos alérgenos como maléficos e tornar a criança mais reativa ao alimento. Portanto,
exposição mais precoce diminui chance de reações alérgicas graves.
B. INCORRETA. O marco dos 6m da IA advém da certeza de aquisições de marcos do DNPM que garantem a devida
deglutição, mastigação e digestão dos alimentos propostos. Dessa forma, a ideia de servir alimentos líquidos é errônea,
isso porque a maioria das crianças já vai ter dentição capaz de mastigar, inicialmente, alimentos em pequenos pedaços
ou pouco processados. Da mesma forma, é contraindicado o uso de sucos na IA, pelo seu alto teor calórico.
C. INCORRETA. Item que começa correto ao listar os principais grupos alimentares que devem ser oferecidos na IA, porém,
buscando introduzir diversas texturas/sabores e apresentar antígenos devidamente à criança, é contraindicado misturar
os alimentos, na tentativa de promover a experiência sensorial das diversas texturas, uma de cada vez, evitando
problemas futuros, como a seletividade alimentar.
D. INCORRETA. O açúcar só deve ser oferecido após os 2 anos de vida, portanto, o uso de doces caseiros onde geralmente
há sobrecarga importante de açúcar é proibido.
E. INCORRETA. Item que vai contra a recomendação da OMS que recomenda o AM complementado dos 6m aos 2a de
idade. O LM nesse momento não vai ser suficiente sozinho como fonte de nutrientes, porém sua função ainda é
primordial para o devido aporte nutricional e energético, sendo suficiente como complementar.
RESPOSTA: Letra A.
23. COMENTÁRIO: A infecção por tuberculose não contraindica a amamentação, devendo a mãe amamentar em uso de
máscara cirúrgica. A vacina da BCG deve ser adiada e deve-se iniciar a quimioprofilaxia com Isoniazida ou Rifampicina.
RESPOSTA: Letra A.
24. COMENTÁRIO:
A. Incorreta. Aleitamento materno predominante é quando, além do leite materno, a criança recebe outros líquidos (água,
chás, sucos etc.), mas não outros leites.
B. Correta. Alimentos sólidos introduzidos ao aleitamento materno.
C. Incorreta. Não existe essa definição.
D. Incorreta. Aleitamento materno misto ou parcial é quando, além do leite materno, a criança recebe outros tipos de leite.
E. Incorreta. Aleitamento materno misto ou parcial é quando, além do leite materno, a criança recebe outros tipos de leite.
RESPOSTA: Letra B.

25. COMENTÁRIO:
A. INCORRETA. Não há restrição em relação ao peso materno para amamentação.
B. INCORRETA. A introdução alimentar aos 6 meses deve ser iniciada pelas frutas, seguidas das papas principais, que devem conter
pelo menos um alimento de cada grupo alimentar (cereal/tubérculo, leguminosa, proteína animal e hortaliças).
C. INCORRETA. O aleitamento materno deve ser mantido até os dois anos, mas de forma complementada, e não exclusiva.
D. INCORRETA. Apesar das dificuldades da fase, devido à seletividade, deve-se tentar evitar os alimentos mais “fáceis” sem valor
nutricional.
E. CORRETA. É essencial a interação entre os ambientes sociais da criança (creches, escolas e família), com atenção para se
manterem os bons hábitos alimentares.
RESPOSTA: Letra E.

26. COMENTÁRIO:
A. INCORRETA. A tuberculose materna não contraindica a amamentação. A mãe deve amamentar com máscara até 2 ou 3
semanas do início do tratamento.
B. INCORRETA. A amamentação só deve ser interrompida na varicela se houver lesões na mama.
C. INCORRETA. A rubéola não contraindica a amamentação.
D. INCORRETA. No herpes simples e herpes-zoster, a mãe pode amamentar se não houver lesões na mama.
E. CORRETA. Na fase aguda da Chagas ou na presença de sangramento mamilar, há contraindicação ao aleitamento.
RESPOSTA: Letra E.
27. COMENTÁRIO: Questão extremamente atual, ao comentar sobre as peculiaridades da IA de crianças, cuja família, tem
hábitos vegetarianos. Importante frisar que o momento de início da alimentação complementar dessas crianças é
igual a todas as outras, ou seja, preferencialmente aos 6m. Sendo então introduzida a alimentação seguindo o
cardápio da família, que nesse caso é vegetariano.
Alguns cuidados se fazem primordiais, sendo o 1º deles de manter a suplementação de ferro e vitamina D, como
sugerido pela SBP para todas as crianças, além de cuidados que, uma alimentação sem as proteínas animais, pode
levar. Assim, entendemos como importante fornecer zinco e ferro, visto que os alimentos vegetais até fornecem
quantidades boas desses oligoelementos, porém sua biodisponibilidade no trato digestivo até sua absorção para uso
da criança, quando esses oligoelementos provêm de fonte vegetal, é baixa. Sendo assim, faz-se necessário
suplementar na alimentação da criança de hábitos vegetarianos. RESPOSTA: Letra A.

28. COMENTÁRIO: Importante para responder a questão lembrar de como deve ser feita a profilaxia de anemia ferropriva.
De modo geral, sempre tentaremos ver que criança é colocada, para então definir se a profilaxia deve ser feita com a
dose habitual ou se há algum fator de risco. A questão nos fala de uma criança de 5 meses e meio, que vem realizando
AME, tendo nascido com o peso adequado em uma gestação de termo, sem que existam fatores para anemia
ferropriva. Nesse caso, estamos diante de uma criança maravilhosa, se não há fatores de risco na história neonatal e
a criança está em AME, só há necessidade de iniciar a profilaxia de anemia ferropriva com 6 meses de vida, realizando-
a até que a criança complete 24m. Na questão não foi pontuado, mas a dose instituída deve ser de 1mg/kg de Fe.
RESPOSTA: Letra B.

29. COMENTÁRIO:
A. INCORRETA. A antibioticoterapia nem sempre será necessária.
B. CORRETA. Se dor mamária importante, é possível sim ordenhar e ofertar o leite sadio visando o conforto materno e a
manutenção do aleitamento.
C. INCORRETA. O principal agente etiológico envolvido é o Staphylococcus aureus.
D. INCORRETA. A droga de escolha para casos leves é a cefalexina.
E. INCORRETA. Estudo recente sugere uso de probióticos isolados do leite materno (Lactobacillus fermentum ou
Lactobacillus salivarius) por via oral como alternativa eficiente ao uso de antibióticos.
RESPOSTA: Letra B.

30. COMENTÁRIO: A amamentação na citomegalovirose só é contraindicada nos bebês com menos de 32 semanas de
idade gestacional ou peso de nascimento menor que 1,5 kg. RESPOSTA: Letra E.

31. COMENTÁRIO: No herpes simples, o aleitamento materno não deve ser contraindicado, exceto se houver lesões na
mama. Orientar a mãe a cobrir as lesões e lavar bem as mãos; evitar o contato direto do bebê com elas.
RESPOSTA: Letra D.

32. COMENTÁRIO: Questão que vai discutir possíveis contraindicações ao aleitamento materno.
I. INCORRETA. A tuberculose, mesmo em sua fase ativa, não é motivo de contraindicação do AM. Quando temos genitora
portadora de TB, como a doença é transmitida por secreções de vias aéreas, há necessidade de uso de máscara pela
genitora, bem como devida limpeza de mãos para que seja liberado o aleitamento. Essas restrições são necessárias até
14 dias do tratamento com o esquema preconizado para a doença, ou quando houver cultura de escarro negativa.
Portanto, em genitora que já vem em tratamento há 30 dias, não há necessidade de contraindicar o aleitamento.
II. INCORRETA. De acordo com o Guia Prático de Atualização da SBP, de 2017, que versa sobre doenças maternas
infecciosas e amamentação, o M. leprae, patógeno da hanseníase, pode ser isolado do leite materno em pessoas não
tratadas, ou com tratamento inferior a 3 semanas com Rifampicina, e as lesões de pele na mama podem ser fonte de
contágio. Porém, se a lactante estiver sob tratamento adequado, não há contraindicação à amamentação e os
medicamentos envolvidos no tratamento não contraindicam o AM.
III. CORRETA. Como discutimos durante boa parte das questões sobre amamentação, a infecção materna pelo HIV, não
importando o controle da infecção nem o tempo de doença materna, é contraindicação ABSOLUTA para o AM.
IV. INCORRETA. Não existem estudos que comprovem que a viremia do vírus da dengue seja capaz de contaminar o leite
materno, dessa forma, em genitoras com comprovação de infecção pela dengue, não há necessidade de qualquer
cuidado diferente na hora de amamentar.
GABARITO DA BANCA: II e III corretas, Letra C. GABARITO EMR: Apenas III correto. Questão passível de contestação.

33. COMENTÁRIO: Questão que nos fala de um RN, de 28 dias, que compareceu à consulta de puericultura na UBS. A
criança estava em bom estado geral, em AME, sem achados no exame físico. Genitora mostrou o teste do pezinho
com baixa atividade da galactose-1-fosfato uridiltransferase. A questão quer que você lembre que baixos níveis da
GALT podem ser indicação da galactosemia, ou seja, um erro inato do metabolismo que impede que a criança faça a
devida metabolização da galactose, acumulando produtos tóxicos do metabolismo alternativo. Como o teste do
pezinho é apenas uma triagem, o pediatra solicitou que o exame fosse repetido, confirmando, então, os níveis mais
baixos da enzima.
Dessa forma, agora temos o diagnóstico de galactosemia, sendo contraindicação clássica ao AM, visto que a criança
não vai ser capaz de digerir a galactose, podendo acarretar sérios problemas para seu desenvolvimento neurológico.
O ideal, nesse momento, com o diagnóstico, é suspender o AM e iniciar fórmula infantil, adequada para idade, de
soja, pois o açúcar presente nessa fórmula conseguirá ser metabolizado devidamente pela criança.
A. INCORRETA. Como é um erro inato do metabolismo, não haverá retorno dos níveis da GALT para normalidade; o erro
inato pode determinar apenas diminuição da enzima ou sua inexistência. Dessa forma, não há como retornar ao AM de
modo algum.
B. INCORRETA. Após o diagnóstico da galactosemia, há contraindicação ao AM, independentemente da condição clínica do
paciente, visto que os danos neurológicos acontecem pelo acúmulo progressivo dos metabólitos da não digestão da
galactose.
C. CORRETA. Item perfeito, quando há diagnóstico de galactosemia, devemos suspender o AM, independentemente de
como está o bebê.
D. INCORRETA. Como discutimos, não há necessidade de acompanhar os níveis da GALT e, com o diagnóstico, o AM fica
proibido.
E. INCORRETA. Dois erros no mesmo item, pois suspenderemos o AM pela fórmula infantil de soja e não há necessidade
de medir nível da GALT, pois não indicaremos o AM após o diagnóstico da galactosemia.
RESPOSTA: Letra C.

34. COMENTÁRIO:
A. INCORRETA. Na alimentação complementar, deve-se evitar condimentos industrializados, sal, açúcar, alimentos que
oferecem risco de aspiração, mel de abelha, leite de vaca e líquidos em substituição à água (água de coco, café, chás).
B. INCORRETA. Não existe evidência científica de que os métodos BLW e BLISS sejam superiores ao método sugerido pelo
departamento de Nutrologia da SBP (oferecer alimentos amassados em colher e ir aumentando a consistência, além de
permitir que a criança experimente com as mãos e explore as diferentes texturas).
C. INCORRETA. As vísceras podem ser consumidas e são consideradas excelentes fontes proteicas; todo alimento deverá
ser bem conservado e manuseado, para evitar contaminações.
D. CORRETA. Não há razão para adiar a introdução de alimentos potencialmente alergênicos.
E. INCORRETA. A história familiar de atopia não atrasa a introdução de alimentos considerados alergênicos, que devem ser
introduzidos normalmente a partir do sexto mês; também não é recomendada a introdução precoce (antes dos 6 meses)
desses alimentos.
RESPOSTA: Letra D.

35. COMENTÁRIO: Quando a mãe faz uso de drogas, é necessário a suspensão do aleitamento por determinadas horas
após o uso. Para maconha, cocaína e crack 24 horas; Ecstasy e anfetaminas 24-36 horas; LSD 48 horas.
RESPOSTA: Letra A.

36. COMENTÁRIO: Vamos analisar as alternativas em busca da correta, como solicitado no enunciado:
− A – INCORRETA. não está relacionada à função imunológica, mas sim à digestão de gorduras.
− B, C, D e E – CORRETAS. o leite humano possui vários fatores de proteção, como os oligossacarídeos (possuem papel na
imunomodulação intestinal e previnem a ação de enterotoxinas), fator bífido (estimulante da produção de Lactobacillus
bifidus, associado a uma melhor microbiota, reduzindo o risco de proliferação de bactérias patogênicas), lisozima e
lactoferrina (possuem ações contra microrganismos).
RESPOSTA: Letra A.

37. COMENTÁRIO:
A. INCORRETA. Não há contraindicação à amamentação na mãe portadora de hepatite C, exceto se a carga viral estiver
muito elevada ou se houver lesão mamilar sangrante.
B. INCORRETA. O colostro contém maior quantidade de proteína, vitaminas lipossolúveis, sódio e zinco e menor teor de
gordura, lactose e vitaminas hidrossolúveis; tem, altas concentrações de imunoglobulinas e agentes anti-inflamatórios.
C. INCORRETA. A quantidade de ferro no leite humano é parecida com a do leite de vaca, sendo que no leite humano o
ferro presente tem uma maior biodisponibilidade, garantindo quantidades suficientes para a criança.
D. INCORRETA. Os oligossacarídeos protegem contra enterotoxinas por se ligarem a elas, inibindo ligação a epitélio
intestinal.
E. INCORRETA. Os anticorpos transferidos da mãe para o filho fazem parte da imunidade do tipo humoral, e não celular.
RESPOSTA: ANULADA (todas as alternativas estão incorretas).
38. COMENTÁRIO: O leite posterior, mais rico em gordura, garante mais bem ganho de peso e saciedade para a criança;
deve ser indicado quando o ganho de peso estiver insuficiente, antes de opções como complementação com fórmula
infantil. O aleitamento materno deve ser exclusivo até 6 meses de idade, não havendo indicação para sua suspensão
nesse caso. RESPOSTA: Letra A.

39. COMENTÁRIO: O desmame natural é aquele em que se nota certas características na criança que a tornam apta para
suspensão da amamentação. O desmame guiado ocorre quando a genitora começa a tomar certos tipos de atitude
para que o desmame ocorra no tempo esperado. Vamos analisar as alternativas em busca da correta, como solicitado
no enunciado:
A. CORRETA. No desmame natural a criança pode se satisfazer com outras situações, fazendo com que o peito não seja tão
necessário. Na amamentação guiada tenta-se retirar alguns horários da amamentação, principalmente a noturna.
B. INCORRETA. A retirada das mamadas noturnas são mais comuns no desmame guiado.
C. INCORRETA. No desmame guiado não é que a criança passe a não mais aceitar ser amamentada em certos locais, mas
sim será levada a não ser amamentada nessas situações.
D. INCORRETA. A redução do leite materno não está associada ao desmame natural, mas sim a criança que perde interesse
em relação da amamentação.
E. INCORRETA. A mudança no sabor do leite materno não se relaciona com desmame natural ou guiado.
RESPOSTA: Letra A.

40. COMENTÁRIO:
A. INCORRETA. O ovo e outros alimentos considerados com alto potencial alergênico devem ser introduzidos normalmente
a partir do sexto mês de vida, mesmo em crianças com história familiar de atopia.
B. INCORRETA. Sucos devem ser evitados em menores de 1 ano.
C. CORRETA. A papa principal deve ser completa, contendo todos os componentes alimentares (proteínas, tubérculos e
cereais, hortaliças, legumes e leguminosas).
D. INCORRETA. As frutas devem ser oferecidas in natura.
RESPOSTA: Letra C.

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