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ÍNDICE Pág.
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4
Elaborado pelo: Prof. Isaías Manuel Quiombo-Lic. Em Biologia E.F.T.S- Mandogex –Uíge
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3.3 Meiose....................................................................................................................... 22
4.4. As sete características escolhidas por Mendel que determinaram as leis da genética 28
4.5. Os cruzamentos........................................................................................................ 28
4.9. O albinismo.............................................................................................................. 31
5. O princípio da dominância.......................................................................................... 32
5.3. Co-dominância......................................................................................................... 32
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1. INTRODUÇÃO
Genética (do grego geno ; fazer nascer) é a especialidade da biologia que estuda os
genes, a hereditariedade e a variação dos organismos e a forma como estes transmitem as
características biológicas de geração para geração. O termo genético foi primeirame nte
aplicado para descrever o estudo da variação e hereditariedade, pelo biólogo Willia m
Bateson numa carta dirigida a Adam Sedgewick, na data de 18 de Abril de 1908.
Já no tempo da pré-história, os agricultores utilizavam conhecimentos de genética através
da domesticação e do cruzamento seletivo de animais e plantas para melhorar suas
espécies. Atualmente é a genética que proporciona as ferramentas necessárias para a
investigação das funções dos genes, isto é, a análise das interações genéticas. No interior
dos organismos, a informação genética está normalmente contida nos cromossomos, onde
é representada na estrutura química da molécula de DNA o que diminui bastante o tempo
de espera no cruzamento das espécies.
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O estudo das características herdadas e que não estão estritamente associadas a mudanças
na sequência do DNA dá-se o nome de epigenética.
A ecologia genética é por sua vez baseada nos princípios básicos da genética
populacional, mas tem o seu enfoque principal nos processos ecológicos. Enquanto que a
genética molecular estuda a estrutura e função dos genes ao nível molecular, a ecologia
genética estuda as populações selvagens de organismos e tenta deles recolher dados sobre
aspectos ecológicos e marcadores moleculares que estes possuam.
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Tão importantes para humanidade quanto a genética médica são as aplicações dessa
ciência ao melhoramento animal e vegetal. Sabemos que a genética praticamente se
iniciou com a domesticação de animais (fase pré-científica).
Outra aplicação dessa ciência vem de sua associação à epidemiologia (epidemiolo gia
genética) e toxicologia (toxicogenética e radiogenética) na medida em que produzem
estratégias de identificar os agentes mutagênicos, teratogênicos ou carcinogênicos que
ameaçam a saúde das comunidades humanas e integridade dos ecossistemas.
Cromossomos homólogos: São cromossomos que formam pares e são idênticos na forma
(encontrados nas células diplóides); encerram genes que determinam os mesmos
caracteres.
Genes alelos: São genes que ocupam o mesmo locus (lugar) em cromossomos
homólogos. Estes genes actuam sobre as mesmas características, podendo ou não
determinar o mesmo aspecto. Ex.: um animal pode ter um dos alelos que determina a cor
castanha do olho, e o outro alelo a cor azul do olho.
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Feno cópias: existem determinados indivíduos que apresentam características fenotíp ica s
não hereditárias, que são produzidas por influência do meio ambiente, imitando um
mutante. Ex.: nanismo hipofisário – provocado por função deficiente da glândula hipófise
simulando o nanismo acondroplásico – determinado por genes dominantes e
transmissíveis aos descendentes.
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Chamados de moléculas da vida, os ácidos nucleicos são de dois tipos básicos: o ácido
desoxirribonucleico – representado pela sigla DNA, responsável pela constituição do
material genético (cromossomos e genes), localizado basicamente no núcleo das células
e o ácido ribonucleico – representado pela sigla RNA, sintetizado no núcleo pelo DNA,
actua no citoplasma, participando da síntese de proteínas. Os ácidos nucleicos são
formados por grandes moléculas, ligadas à hereditariedade ao comando e controle das
atividades celulares
A molécula de DNA, sendo uma substância orgânica, é formada por partículas menores
denominadas Nucleotídeos;
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Nos seres procariontes o DNA encontra-se livre no citoplasma, não estando rodeado por
um invólucro nuclear. A zona ocupada pelo DNA é designada por nucleoide. Em cada
célula procarionte existe normalmente uma única molécula de DNA, de forma circular,
que só transitoriamente está associada a proteínas.
Ácido fosfórico (H3 PO4 ) confere aos ácidos nucleicos as suas características ácidas. Está
presente no DNA e RNA.
Pentoses: ocorrem dois tipos: a desoxirribose (C5 H10 O4) e a ribose (C5 H10 O5). A
designação destas pentoses relaciona-se com a existência de menos um átomo de oxigénio
na desoxirribose em relação á ribose.
Bases azotadas ou nitrogenadas: há cinco basses azotadas diferentes que formam dois
grupos:
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Em 1953 propuseram uma estrutura que ficou conhecida como Modelo de Watson e Crick
(que lhes valeu o Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina de 1962). Segundo o modelo
proposto por Watson e Crick, a molécula de DNA é composta por uma dupla hélice, ou
duas cadeias helicoidais de polinucleotídeos, lembrando duas fitas enroladas uma na
outra, unidas pelas bases nitrogenadas, e as ligações entre as bases é feita por pontes de
hidrogênio.
- As bandas laterais da hélice são formadas por moléculas de fosfato, alternando com a
molécula de desoxirribose, e os degraus centrais são pares de bases ligadas entre si por
ligações hidrogénio. As bases que emparelham são bases complementar:
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Difere também do açúcar, cuja pentose é a ribose, e a base nitrogenada timina é específica
da molécula de DNA e substituída pela base nitrogenada uracila (U); as demais bases são
as mesmas, tanto para o DNA como para o RNA.
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1, porque cada nova molécula e constituída por uma cadeia velha e uma nova, o que
assegura a conservação a transmissão do património genético próprio de cada espécie.
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Código genético é a relação entre cada códon e o aminoácido que ele codifica. Se as bases
nitrogenadas do RNAm permitem formar 64 agrupamentos de três nucleotídeos, e cada
trio de bases forma um códon que codifica um aminoácido, então, por que existem
somente vinte aminoácidos na natureza? A resposta está no trabalho de decifrar qual ou
quais aminoácidos são codificados por cada códon. E, na decifração do código genético,
concluiu-se que os códons (UAG, UAA e UGA) não codificam nenhum aminoácido, mas
indicam o fim de uma ligação ou cadeia de aminoácidos.
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E que o mesmo aminoácido pode ser codificado por códons diferentes, como a
correspondência entre os códons e os aminoácidos não são extremamente específicas, diz-
se que o código genético é degenerado
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O código não é ambíguo: o mesmo códon, em regra, não codifica aminoác ido
diferente.
O terceiro nucleótido de cada códon não é tão específico como os dois primeiros ;
por exemplo, o aminoácido arginina pode ser codificado pelo códons- CGU, CGC,
CGG
O tripleto AUG tem uma dupla função: codifica o aminoácido metionina e é um
códon de iniciação da síntese de proteica.
Os tripletos UAA, UAG, UGA: são códons de finalização aparentemente sem
sentido, representa sinais de fim de síntese e não codificam aminoácidos.
Relação dos vinte aminoácidos, assim como seus códons correspondentes
Nos organismos multicelulares, estes processos podem levar à formação dos esporos ou
gametas, que darão origem ao novo indivíduo, ou ao crescimento do indivíduo desde o
zigoto até ao indivíduo adulto (por crescimento dos tecidos), ou apenas à substituição de
células novas.
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As células diploides podem ainda sofrer meiose para produzir células haploides - os
gâmetas ou esporos durante o processo de reprodução. Neste caso, normalmente uma c
Citocinese
Este período, corresponde à divisão do citoplasma durante a divisão celular,
nomeadamente entre o fim da anáfase e na telófase, que resulta na individualização das
duas células-filhas; Este processo difere conforme a célula for animal ou vegetal.
Na célula animal a citocinese consiste no estrangulamento do citoplasma. No fim da
mitose formam-se, na zona do plano equatorial, um anel contráctil de filamentos proteicos
que, na citocinese, contraem-se e puxam a membrana plasmática para dentro até que as
duas células filhas se separam.
Na célula vegetal a parede celular não permite o estrangulamento do citoplasma; em vez
disso é formada na região equatorial uma nova parede celular. Para isso vesículas
provenientes do complexo de Golgi alinham-se no plano equatorial e formam uma
estrutura que é a membrana plasmática das células-filhas. Mais tarde, por deposição de
fibrilas de celulose forma-se nessa região a parede celular.
A célula dá origem a quatro células-filhas embora, por vezes, nem todas sejam viáveis.
Cariocinese: é a divisão do núcleo, que se faz através de fases.
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cromossomo sexual
Em condições normais, qualquer célula diploide humana contém 23 pares de
cromossomos homólogos, isto é, 2n= 46. Desses cromossomos, 44 são autossomos,
relacionados às características comuns dos dois sexos, e 2 são os cromossomos sexuais
também conhecidos como heterossomos. Esses que irão determinar o sexo e outras
características relacionadas ao sexo do indivíduo.
O cromossomo Y é exclusivo do sexo masculino. É mais curto e possui menos genes que
o cromossomo X, além de conter uma porção encurtada, em que existem genes exclusivos
do sexo em questão. O cromossomo X existe na mulher em dose dupla, enquanto no
homem ele se encontra em dose simples. Observe na figura abaixo que uma parte do
cromossomo X não possui alelos em Y, isto é, entre os dois cromossomos há uma região
não-homóloga
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que apresentam uma morfologia própria no que diz respeito o tamanho e à forma. Ao
conjunto dos cromossomas de uma célula, que pelo número, forma e tamanho caracteriza
uma dada espécie, dá-se o nome de cariótipo
Os cromossomas: pode ser considerado como uma longa sequência de DNA, que
contém vários genes e outras sequências de nucleótidos. Estas estruturas filamentosas
foram inicialmente designadas por cromatina e podem apresentar-se sob duas formas.
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3. Ciclo celular
É o período compreendido entre o surgimento de uma célula e a sua divisão, quando a
mesma encerra a sua existência na produção de células filhas, passando para elas as
informações necessárias para a sua sobrevivência e para gerar novas células, dando
continuidade à vida. A divisão celular pode ocorrer basicamente de duas formas: por
mitose e por meiose. A mitose, nos seres eucariontes, é o processo de divisão responsável
pelo crescimento, desenvolvimento e reposição de células envelhecidas de um organismo.
Nesse processo a célula envolvida origina duas células geneticamente idênticas à célula -
mãe.
A meiose é o processo que tem por função produzir células germinativas, como o óvulo
e o espermatozoide. Na meiose, a célula- mãe origina quatro células-filhas, cada uma
com metade da sua quantidade de material genético. Antes de iniciar o processo de
divisão, a célula se prepara, fabricando algumas substâncias e degradando outras. A esse
período intermediário ou de preparação dá-se o nome de Intérfase.
3.1 Intérfase
É o espaço compreendido entre duas divisões celulares sucessivas, e representa cerca de
80% do ciclo celular. Nesse período, a célula não está se dividindo, mas encontra-se em
grande atividade metabólica. No interior do núcleo ocorre a duplicação do DNA. No
citoplasma ocorre a produção da proteína histona, que, juntamente com o DNA, forma os
filamentos cromossômicos, através dos quais as informações genéticas são transmitidas
da célula-mãe para as células-filhas. Baseando-se na duplicação do DNA, a Intérfase pode
ser dividida em três períodos consecutivos:
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3.2 Mitose
É o processo de divisão celular em que uma célula se divide e produz duas cópias de si
mesma, ou seja: as células-filhas são idênticas à célula mãe.
Com exceção dos neurônios (células nervosas) e algumas células musculares, todas as
demais células de um organismo (somáticas) sofrem mitoses. A mitose é um processo
contínuo, mas, para facilitar seu entendimento, foi dividida em fases: prófase, metáfase,
anáfase e telófase e prófase.
Prófase
Metáfase
Anáfase
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Telófase
3.3. Meiose
É divisão celular em que uma célula se divide e origina quatro células com a metade de
cromossomos da célula que deu origem. Portanto, as células originadas nesse processo
são chamadas haplóides (n), esse tipo de divisão celular ocorre na formação das gametas.
A meiose é mais complexa que a mitose e envolve duas divisões:
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Esta divisão produz células-filhas com metade dos cromossomos da célula-mãe. Nos
animais, a meiose produz gametas (óvulos e espermatozoides); nos vegetais produz
esporos. A meiose consta de duas divisões celulares consecutivas, e cada divisão consta
de quatro fases:
Prófase I Por se tratar de uma fase longa, a prófase I da meiose foi subdividida em cinco
subfases; leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese.
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Metáfase I
Anáfase I: nesta fase ocorre o encurtamento das fibras do fuso, os homólogos não se
separam como ocorre na mitose, e as cromátides que formam os cromossomos homólogos
migram juntas para os pólos opostos.
Os centríolos migram para pólos opostos da célula. Surgem os ásteres e as fibras do fuso.
A carioteca desintegra-se, marcando o fim da prófase II
Telófase II: as cariotecas se refazem ao redor dos novos núcleos. Ocorre a citocinese,
originando quatro células-filhas, com metade da quantidade de DNA da célula inicial.
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Mitose MEIOSE
1 Uma divisão nuclear e uma divisão Duas divisões nucleares e duas divisões
citoplasmática citoplasmáticas por ciclo.
2 Uma célula-mãe produz duas células filhas Uma célula-mãe produz quatro células-
filhas
8 Produtos mitóticos geralmente são capazes Produtos meióticos não podem sofrer
de sofrer outras divisões mióticas outra divisão meiótica, embora possam
subsequentes ser submetidos à divisão meiótica.
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Objetivos da Unidade II
Conhecer a importância dos trabalhos de Mendel para o estabelecimento das leis da
hereditariedade.
Conhecer as causas do sucesso dos trabalhos de Mendel
Identificar as razoes que levaram Mendel a escolher a ervilheira para as suas
experiências.
Conhecer o plano experimental que Mendel utilizou nos seus trabalhos sobre
monoibridismo e di-hibridismo.
Conhecer e interpretar os resultados que Mendel obteve nas experiências de
monoibridismo e di-hibridismo.
Saber realizar previsões estatísticas dos resultados de cruzamentos envolvendo um,
dois ou vários pares de alelos.
Conhecer vários tipos de herança, dominância, ausência de dominância, alelos
múltiplo, interação génica, gene independente com efeito aditivo e gene letais.
Aplicar, na resolução de problemas, os princípios básicos que regulam a transmis são
dos caracteres hereditários.
Conhecer os princípios básicos da hereditariedade mendeliana- lei Mendel
4.1. Os trabalhos de Mendel
Gregor J. Mendel nasceu em 1822 e no ano de 1843 ingressou no mosteiro Altbriinn,
que pertencia à Ordem dos Agostinianos, na antiga cidade de Bruiinn, Áustria, hoje
Borno, República Tcheca. Com 25 anos, foi ordenado monge e. No mosteiro, além das
actividades religiosas, Mendel cultivava exemplares da espécie Pissum sativum , a
conhecida ervilha-de-cheiro. Utilizando seus conhecimentos em botânica e horticultura,
realizou cruzamentos experimentais entre espécies de ervilhas puras, obtendo ervilhas
híbridas. Durante oito anos (1856 a 1864) Mendel realizou experimentos considerando
ca4racterísticas isoladas, isto é, trabalhando uma característica da planta de cada vez,
como por exemplo: a cor verde ou amarela da semente, sua forma lisa ou rugosa, a forma
da vagem lisa ou ondulada. Mendel contava o número de descendentes gerados em cada
cruzamento de acordo com a característica analisada. Esses dados permitiram- lhe deduzir
as leis que governam a hereditariedade. Mendel estudou outros vegetais e também alguns
animais, e a escolha pela ervilha não foi ao acaso, e sim por apresentar qualidades que
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facilitavam seu manuseio e suas pesquisas. Ele realizou polinização cruzada para ter
certeza dos resultados de seus cruzamentos intencionais e para evitar a autofecundação.
Na época (1865), seus trabalhos foram apresentados para a Europa e América. Mas não
foram alvo de interesse, e muito menos reconhecidos, permanecendo esquecidos por
aproximadamente 35 anos. Mendel morreu em 1884, sem ter recebido em vida o
reconhecimento. Somente a partir de 1900, quando os estudos em genética se tornaram
um trabalho sistematizado, três cientistas – Hugo De Vries (Holanda), Carl Corens
(Alemanha) e Erick von Tschermak (Áustria) –pesquisando independente e praticamente
ao mesmo tempo, chegaram às mesmas conclusões às quais Mendel havia chegado, e
todos reconheceram Mendel como o pai da genética.
Fácil de cultivar;
Ciclo reprodutivo curto;
Produz muitas sementes;
Muitas características visíveis a olho nu;
Fácil autopolinização
Desde os tempos de Mendel existiam muitas variedades disponíveis, dotadas de
características de fácil comparação. Por exemplo, a variedade que flores púrpuras podia
ser comparada com a que produzia flores brancas; a que produzia sementes lisas poderia
ser comparada com a que produzia sementes rugosas, e assim por diante. Outra vantagem
dessas plantas é que estame e pistilo, os componentes envolvidos na reprodução sexuada
do vegetal, ficam encerrados no interior da mesma flor, protegidas pelas pétalas. Isso
favorece a autopolinização e, por extensão, a autofecundação, formando descendentes
com as mesmas características das plantas genitoras. A partir da autopolinização, Mendel
produziu e separou diversas linhagens puras de ervilhas para as características que ele
pretendia estudar.
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4.5. Os cruzamentos
Obteve linhagens puras de ervilhas.
Efetuou uma polinização cruzada artificial. Onde pólen de uma planta que produzia
apenas flores púrpuras foi depositado no estigma de outra planta que só produzia
flores brancas, ou seja, cruzou duas plantas puras entre si. Essas duas plantas foram
consideradas como a geração parental (P), isto é, a dos genitores.
Repetiu a polinização cruzada várias vezes.
Verificou que todas as sementes originadas desses cruzamentos tinham flores
púrpuras as flores brancas haviam aparentemente desaparecido nos descendentes
híbridos. Mendel chamou de F1 (primeira geração filial).
Percebeu que a flor púrpura dominava a flor branca. Chamou o caráter flor púrpura
de dominante e o branco de recessivo.
Mendel, então, deixou a geração F1 (primeira geração filial) se autopolinizar.
Percebeu que na autofertilização entre as plantas F1, a cor branca das flores
reapareceu na F2 (segunda geração filial), só eu em proporção menor que as flores
púrpuras: surgiram 6.022 flores púrpuras para 2.001 brancas, o que conduzia a
proporção 3:1.
Concluiu que na verdade, a cor branca das flores não havia desaparecido” nas
sementes da geração F1. O que ocorreu é que ela não tinha se manifestado, uma vez
que, sendo um caráter recessivo, era apenas “dominado” (nas palavras de Mendel)
pela cor púrpura.
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Resultado: em F2, para cada três flores púrpuras, Mendel obteve uma flor branca.
Repetindo o procedimento para outras seis características estudadas nas plantas de
ervilha, sempre eram obtidos os mesmos resultados em F2, ou seja, a proporção de três
expressões dominantes para uma recessiva.
todos híbridos da geração F1 são semelhantes entre si, apresentando o mesmo fenótipo .
Cada caráter é condicionado por dois fatores. Eles se separam na formação dos gametas,
indo apenas um fator para cada gameta. Mendel iniciou seus trabalhos, obtendo, através
de cruzamentos, linhagens puras de cada uma das características estudadas. A partir daí
passou a efetuar fecundação cruzada entre plantas de linhagens diferentes, e os
descendentes foram chamados de híbridos. A geração constituída de puros era chamada
geração P (ou parental). Os descendentes da geração P originaram a geração F1
(primeira geração filial). Mendel Auto fecundou os descendentes da geração F1 e obteve
a geração F2 (segunda geração filial).
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consideradas. Por exemplo, plantas altas cruzadas com plantas altas originam sempre
plantas altas.
4.9. O albinismo
É uma anomalia genética, na qual ocorre um defeito na produção de melanina (pigmento),
esta anomalia é a causa da ausência total ou parcial de pigmentação da pele, dos olhos e
dos cabelos. O albinismo é hereditário e aparece com a combinação dos dois pais
portadores do gene recessivo. O albinismo, também conhecido como hipo pigmentação,
recebe seu nome da palavra latina albus e significa branco. Esta anomalia afeta todas as
raças.
Existem três tipos principais de albinismo: o tipo 1 é caracterizado pelos defeitos que
afetam a produção da melanina (cabelo branco, pele rosada, olhos cor violeta ou azuis,
ausência de sardas). O tipo 2 ocorre em função de um defeito do gene P. As pessoas com
este tipo de albinismo têm uma pigmentação clara ao nascer (cabelo branco, amarelo, ou
mais escuro em pessoas da raça negra, pele rosada, presença de sardas, olhos azuis ou
castanhos em pessoas da raça negra).
A forma mais grave deste distúrbio é denominada albinismo oculo cutâneo e as pessoas
afetadas têm cabelos, pele, cor da Íris brancos e problemas de visão. Outro tipo de
albinismo, chamado albinismo ocular tipo 1, afeta somente os olhos, e o exame ocular
mostra a ausência de pigmentação na parte posterior do olho (retina). Assim
representando o gene dominante por A e o recessivo por a, temos os seguintes genótipos
e fenótipos.
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Genótipo Fenótipo
AA Pigmentação normal
Aa
Aa Albino
5. O princípio da dominância
As características estudadas por Mendel apresentam o princípio da dominância. Quando
uma espécie apresenta duas ou mais características fenotípicas, podemos deduzir que o
locus gênico correspondente pode ser ocupado por fatores ou genes que determinam o
mesmo caráter, mas as gerações fenotípicas podem se manifestar de diferentes maneiras.
Nos estudos de Mendel, eram levadas em consideração apenas duas alternativas
fenotípicas para cada caráter estudado.
5.3. Co-dominância
Os dois alelos irão se manifestar de forma conjunta, alternadamente. Um exemplo é o
gado da raça Shorthon. Os homozigotos dominantes (VV) possuem pelagem vermelha,
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AA Carácter (A)
Co-dominância AB Carácter A e Carácter B
BB Carácter B
Eventos aleatórios: eventos como obter cara ao lançar uma moeda, sortear um ás de
ouros do baralho, ou obter face 6 ao jogar um dado são denominados eventos aleatórios
(do latim aleá, sorte) porque cada um deles tem a mesma chance de ocorrer em relação a
seus respectivos eventos alternativos. Veja a seguir as probabilidades de ocorrência de
alguns eventos aleatórios. A formação de um determinado tipo de gameta, com um outro
alelo de um par de genes, também é um evento aleatório. Um indivíduo heterozigoto Aa
tem a mesma probabilidade de formar gametas portadores do alelo A do que de formar
gametas com o alelo a (1/2 A: 1/2 a).
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Genótipo o termo genótipo (do grego genos, originar, provir, e typos, característica)
refere-se à constituição genética do indivíduo, ou seja, aos genes que ele possui. Estamos
nos referindo ao genótipo quando dizemos, por exemplo, que uma planta de ervilha é
homozigota dominante (VV) ou heterozigota (Vv) em relação à cor da semente.
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2ª- Os filhos devem ser colocados em ordem de nascimento, da esquerda para a direita.
3ª- Cada geração que se sucede é indicada por algarismos romanos (I, II, III, etc.). Dentro
de cada geração, os indivíduos são indicados por algarismos arábicos, da esquerda para a
direita. Outra possibilidade é se indicar todos os indivíduos de um heredograma por
algarismos arábicos, começando-se pelo primeiro da esquerda, da primeira geração.
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-A doença o carácter transmite-se de pais não afetados a sua descendência, com uma
probabilidade de 25% em cada gravidez;
-Os indivíduos afetados têm pais não afetados, eles são chamados de portadores;
Homem afetado não transmite o alelo mutado, a doença ou caracter a seus filhos homens;
sim transmite a todas suas filhas mulheres que serem portadoras ou heterozigóticas
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Esse tipo de herança é conhecido como alelos múltiplos (ou polialelia). Veremos dois
exemplos: a cor da pelagem de coelhos e o sistema sanguíneo ABO
A herança dos grupos sanguíneos na espécie humana (sistema ABO) é um caso clássico
de polialelia. Por volta de 1900, Karl Landsteiner, interessado nos estudos sobre
transfusões sanguíneas, pois as mesmas ofereciam grande risco de mortalidade devido à
aglutinação do sangue, demonstrou que esse problema ocorria devido à presença de
anticorpos no plasma sanguíneo que reagiam com antígenos correspondentes existentes
nas hemácias. Landsteiner confirmou também a não existência, no sangue de um mesmo
indivíduo, de anticorpos correspondentes aos antígenos presentes nas
Para melhor entender os aspectos que envolvem o sistema A B O, é importante ter noção
de reações antígenos x anticorpos.
Antígenos: são proteínas específicas que actuam como corpo estranho no organismo de
quem não as possui. Na presença de antígenos, o organismo elabora proteínas de defesa
denominadas anticorpos.
O anticorpo: uma vez elaborado, combina-se com o antígeno, neutralizando seu efeito.
Essa reação entre antígenos e anticorpos constitui a defesa do organismo. Vimos que no
sistema A B O distinguem-se quatro grupos sanguíneos. Veremos o que faz a pessoa
pertencer a um ou outro grupo sanguíneo.
Nas hemácias (glóbulos vermelhos do sangue), podem ser encontradas duas proteínas
denominadas aglutinogênio A e aglutinogênio B, responsáveis pela determinação do
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fenótipo sanguíneo. O plasma sanguíneo, por sua vez, pode abrigar outras duas proteínas
aglutinina anti-A e aglutinina anti-B. Os aglutinogênios e as aglutininas de mesmo nome
não podem encontrar-se no mesmo indivíduo, pois isso desenvolveria reações do tipo
antígeno x anticorpos. Assim sendo:
B B Anti-A
AB AB -
O - Anti-A e Anti-B
Assim, um indivíduo do grupo A só poderá receber sangue igual ao seu ou então do tipo
O, já que este não possui aglutinogênios. Igualmente ocorre com indivíduos do grupo
sanguíneo B, que receberão sangue igual ao seu ou do tipo O. Os indivíduos do grupo
sanguíneo AB, em virtude de possuírem ambos os antígenos, podem receber qualquer
tipo de sangue. Já os indivíduos portadores do tipo O, por não apresentarem qualquer um
dos antígenos, só podem receber sangue do tipo O, ou seja, igual ao seu. Indivíduos do
tipo O, por doarem sangue a todos os demais grupos, são denominados doadores
universais. O grupo AB, por doar somente para indivíduos AB e receber de todos os
demais, são denominados de receptores universais.
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Sabemos que a herança dos grupos sanguíneos é determinada por uma série de alelos
múltiplos (polialelia). E que são três os envolvidos. O gene IA- e IB são co-dominantes,
ou seja, quando juntos expressam seus efeitos. Ambos o gene IA e IB são dominantes em
relação a i. Podemos estabelecer, então as seguintes relações entre genótipos e fenótipos
para o sistema ABO.
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Rh+ __________ doa para Rh+ Rh- __________ doa para Rh- e para Rh+
Para que exista risco de uma mãe de fator negativo dar à luz a uma criança Rh+ com a
doença, deverá ter sido previamente sensibilizada com sangue de fator positivo por
transfusão de sangue errônea ou, ainda, gestação de uma criança fator positivo, cujas
hemácias passaram para a circulação materna.
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A partir desta observação foi possível desenvolver um vasto trabalho que permitiu definir
a distribuição linear de alguns genes ao longo dos quatro pares de cromossomos da
drosófila. Surgia assim o esboço da primeira carta genética, em que cada gene
correspondia a um locus. Ao fim de duas décadas, foi referenciado mais de 2500 genes.
A teoria cromossômica da hereditariedade de Morgan é um marco na história da genética,
realizou uma síntese perfeita entre genética mendeliana e biologia celular.
Em todas as espécies dioicas, ou seja, que possuem sexos separados, as fêmeas possuem
cromossomos sexuais homólogos (XX), enquanto que os machos possuem um
cromossomo sexual semelhante ao das fêmeas (X) e outro cromossomo sexual
tipicamente masculino (Y), sendo então XX para as fêmeas e XY para os machos. A
determinação do sexo ocorre no momento da fecundação do óvulo.
Nos mamíferos, essa determinação é feita através dos cromossomos sexuais encontrados
nas gametas masculinas, que são os espermatozoides (XY), e na gameta feminina, que é
o óvulo (XX). Sabemos que a espécie humana possui 46 cromossomos, sendo que 23
desses cromossomos foram doados pela mãe (no óvulo) e os outros 23 cromossomos
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foram doados pelo pai (no espermatozoide). Por as fêmeas possuírem cromossomos
homólogos, ou seja, iguais (XX), elas poderão doar a seus filhos somente o cromossomo
sexual X, concluindo então que a mãe não tem papel significativo na determinação do
sexo. Diante disso, podemos afirmar que a determinação do sexo é feita pelo pai, pois ele
pode doar o cromossomo sexual X, dando origem a um bebê do sexo feminino, ou o
cromossomo sexual Y, dando origem a um bebê do sexo masculino.
Determinar o sexo dos filhos é o desejo da grande maioria dos pais, mas como vimos no
parágrafo anterior, essa determinação depende de fatores genéticos.
O cromossomo Y é exclusivo do sexo masculino. É mais curto e possui menos genes que
o cromossomo X, além de conter uma porção encurtada, em que existem genes exclusivos
do sexo em questão. O cromossomo X existe na mulher em dose dupla, enquanto no
homem ele se encontra em dose simples.
Herança Sexual: quando as características são condicionadas por genes que se localiza m
nos cromossomos sexuais. Nos mamíferos, machos são XY e fêmeas são XX, e a
duplicidade dos alelos dos cromossomos X, que ocorre nas fêmeas, é compensada pela
inativação de um desses cromossomos por condensação e formação da cromatina sexual.
7. Anomalias humanas ligadas ao sexo
As principais anomalias humanas ligadas ao sexo:
Daltonismo
O daltonismo se caracteriza por deficiência na visualização de cores, sendo a mais comum
a que atinge as cores vermelha e verde. É determinado por um gene recessivo ligado ao
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sexo, sendo representado por Xd (d= gene defeituoso que condiciona o daltonis mo),
enquanto seu alelo dominante XD condiciona a visão normal (D = gene que condiciona a
visão normal)
Podemos notar que, para ser daltônica, a mulher necessita do gene X d em dose dupla, o
que significa dizer que precisa ter pai daltônico e mãe daltônica ou portadora para o
referido gene; já o homem precisa receber apenas um X d da mãe, que deve ser daltônica
ou portadora. O outro cromossomo sexual Yo homem recebe do pai. Como esta situação
é a mais provável, justifica-se a maior frequência de daltonismo no homem do que na
mulher. A frequência estimada do daltonismo na espécie humana é de aproximadame nte
5% para os homens e de 0,25% as mulheres.
Hemofilia
A hemofilia caracteriza-se por um retardamento na coagulação, consequência da
produção insuficiente de tromboplastina, enzima indispensável para o mecanismo da
coagulação do sangue. O tipo mais comum de hemofilia é a do tipo A devido à falta da
globulina anti-hemofílica e responde por 85% dos casos da anomalia. Nas hemofilias B e
C, bastante raras, faltam outros fatores de coagulação, sendo a C a única que não está
ligada ao cromossomo X. Essa anomalia é também condicionada por um gene recessivo
(X h) ligado ao sexo. E seu alelo dominante X H é que determina a normalidade.
Baseados nos dados, podemos concluir os seguintes genótipos e fenótipos para hemofilia :
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A hemofilia é mais comum nos homens (cerca de 1 caso para 10 mil homens) e muito
rara nas mulheres. O homem hemofílico pode levar uma vida normal, desde que não se
exceda em atividades cansativas. Mas deve ter consciência das possibilidades de gerar
filhos hemofílicos. Se tiver filhos com uma mulher normal (X H X H ), todos os filhos
serão normais, mas todas as filhas serão portadoras (X H X h ). Isso significa que seus
netos poderão ser hemofílicos, mesmo o pai sendo normal. As raras mulheres hemofílicas
necessitam de tratamento intensivo para sobreviver. Há casos em que é necessário inibir
o ciclo menstrual com hormônios para evitar a perda de sangue na menstruação.
Hipertricose auricular
É a presença de longos pelos nas orelhas. Independente de ser herança dominante ou
recessiva, sempre é passada de pai para filho.
Calvície
É condicionada por um gene dominante. Nas mulheres, ele se expressa apenas em dose
dupla. Isso ocorre porque o gene C actua como dominante na presença do hormônio
masculino testosterona, e pode se expressar mesmo em dose simples. Como as mulheres
possuem baixíssimas quantidades desse hormônio, o gene em dose simples não é
suficiente para se expressar.
A herança influenciada pelo sexo caracteriza-se por apresentar genes que se expressam
melhor de acordo com o sexo do indivíduo. O gene que determina a calvície se expressa
melhor quando na presença de hormônios masculinos. Expressando a calvície pelo C, um
homem calvo pode apresentar o genótipo CC e Cc, enquanto a mulher com genótipo Cc
terá cabelos normais, e a calvície só se manifestará na mulher quando o que gene estiver
em dose dupla, ou seja, CC. Baseando-se em dados, podemos determinar os seguintes
genótipos e fenótipos para calvície:
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7.1 Mutações
Uma mutação é definida como qualquer alteração permanente do DNA. Pode ocorrer em
qualquer célula, tanto em células da linhagem germinativa como em células somáticas.
As mutações envolvem Mutações Cromossômicas (quebra ou rearranjo dos
cromossomos) e Mutações Gênicas.
As anomalias genéticas em humanos podem ser causadas por defeitos nos genes, as
mutações gênicas, ou nos cromossomos, as mutações cromossômicas também conhecidas
como aberrações. As mutações são alterações na molécula de DNA que raramente são
percebidos. Ocorrem ao acaso mesmo que espontânea ou induzida devido ao fato de não
sabermos qual gene ou célula irá sofrer mutação.
Nessas doenças, o gene com a informação para a síntese de uma enzima (que é uma
proteína) sofreu uma mutação e ela deixou de ser sintetizada. Eventualmente, uma
mutação gênica pode gerar um alelo que confere uma vantagem para um indivíd uo.
Embora ocorram espontaneamente, podem ser provocadas por agentes mutagênicos,
como radiações e certas substâncias químicas.
As mutações ocorrem ao acaso, de modo que não é possível prever o gene que irá sofrer
mutação agentes mutagénicos, físicos- radiações ionizantes (raio x, radiações alfa, beta e
gama) e radiações ultravioletas.
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Duplicações
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Inversão
A inversão cromossómica significa que uma parte do cromossoma rodou, de tal modo
que uma parte da sequência dos genes ficou invertida. Na maioria das vezes não provoca
nenhum problema de saúde à pessoa portadora da inversão.
Inserções
Uma inserção cromossómica significa que o material de um cromossoma foi inserido
numa posição anormal, no mesmo ou noutro cromossoma. Se não existir material
cromossómico a mais ou a menos, a pessoa habitualmente será saudável. Contudo, se
houver um acréscimo ou falta de material cromossómico, então essa pessoa poderá vir a
ter dificuldades de aprendizagem, atraso no desenvolvimento
Euploidia
São alterações de todo genoma; os indivíduos podem ser haploides (n), diploides (2n),
triploides (3n), tetraploides (4n), enfim, poliploides (quando há vários genomas em
excesso). Euploidias são raras em animais, mas bastante comuns e importantes
mecanismos evolutivos nas plantas. Em humanos, a ocorrência das euploidias é
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Aneuploidia
As aneuploidias podem se originar de anomalias ocorridas na meiose (isto é, serem pré-
zigóticas) ou nas mitoses do zigoto (pós-zigóticas). As aneuploidias devem-se à não
separação (ou não-segregação) de um (ou mais) cromossomo(s) para as células-filhas
durante a meiose ou durante as mitoses do zigoto A não-segregação na mitose decorre do
não-rompimento do centrômero no início da anáfase ou da perda de algum cromossomo
por não ter ele se ligado ao fuso. A não-segregação na meiose é devida a falhas na
separação dos cromossomos ou das cromátides, que se separam ao acaso para um pólo ou
outro. Na meiose a não segregação tanto pode ocorrer na primeira divisão como na
segunda. No primeiro caso, o gameta com o cromossomo em excesso, em lugar de ter
apenas um dos cromossomos de um dado par, ou seja, terá um cromossomo paterno e um
materno. No segundo, o gameta com o cromossomo em excesso terá dois cromossomos
paternos ou dois maternos, por exemplo. Quando em consequência desses processos de
não-segregação falta um cromossomo de um dado par, isto é, quando o número de
cromossomos da célula é 2n - 1, diz-se, que a célula apresenta monossomia para este
cromossomo. Se, pelo contrário, houver aumento do número de cromossomos de um
determinado par, a célula será polissômica para o cromossomo em questão; ela será
trissômica, tetrassômica, pentassômica etc, conforme tiver 1, 2 ou 3 cromossomos a mais,
sendo, nesses casos, o seu número cromossômico designado por (2n + 1), (2n + 2), (2n +
etc.
Cromossomas em anel
O termo cromossoma em anel significa que as pontas do cromossoma se fundira m,
ficando o cromossoma com a forma de um anel. Isto normalmente acontece quando as
duas pontas de um mesmo cromossoma se rompem e as novas extremidades se juntam e
formam o anel. As consequências para uma pessoa dependem da quantidade de material,
e, portanto, de informação, que se perdeu para se poder formar o anel.
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Síndrome de Klinefelter
São indivíduos do sexo masculino que apresentam cromatina sexual e cariótipo
geralmente 47 XXY. Outros cariótipos menos comuns são 48 XXYY; 48 XXXY; 49
XXXYY e 49 XXXXY que, respectivamente, exibem 1, 2. e 3 corpúsculos de Barr.
Embora possam ter ereção e ejaculação. são estéreis, pois seus testículos são pequenos
e não produzem espermatozoides devido à atrofia dos canais seminíferos. Outras
características muitas vezes presentes são: estatura elevada corpo eunucoide, pênis
pequeno, pouca pilosidade no púbis e ginecomastia (crescimento das mamas) apresentam
uma evidente diminuição do nível intelectual, sendo esta tanto mais profunda quanto
maior for o grau da polissemia. Ao contrario do que ocorre na Síndrome de Turner, os
pacientes Klinefelter apresentam problemas no desenvolvimento da personalidade, que é
imatura e dependente, provavelmente em decorrência de sua inteligência verbal
diminuída. Até 1960 a prova definitiva para o diagnóstico era fornecida pelo exame
histológico dos testículos que, mesmo após a puberdade, revela ausência de células
germinativas nos canais seminíferos; raros são os casos de Klinefelter férteis que,
evidentemente, apresentam alguns espermatozoides normais. Atualmente a Identificação
dos Klinefelter é assegurada pelo cariótipo e pela pesquisa da cromatina sexual.
Síndrome de Turner
É uma monossomia na qual os indivíduos afetados exibem sexo feminino, mas
geralmente não possuem cromatina sexual. O exame de seu cariótipo revela comumente
45 cromossomos, sendo que do par dos cromossomos sexuais há apenas um X. Devido
à deficiência de estrógenos elas não desenvolvem as características sexuais secundárias
ao atingir a puberdade, sendo, portanto, identificadas facilmente pela falta desses
caracteres; assim, por exemplo, elas não menstruam (isto é, têm amenorreia primária).
Quando adultas apresentam geralmente baixa estatura, não mais que 150 cm; infantilis mo
genital clitóris pequeno, grandes lábios despigmentados, escassez de pêlos pubianos;
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Síndrome de Down
Doença congênita caracterizada por malformações dos órgãos (coração, rins),
retardamento mental de moderado a severo, língua espessa, pés e mãos de pequenas
dimensões, alterações nas feições. É resultante de uma anormalidade na constituição
cromossômica: os indivíduos afetados apresentam um cromossomo extra - que se
acrescenta ao par de número 21 - em suas células (por esta razão a doença é também
denominada trissomia do 21). O termo mongolismo é um sinônimo usual: a presença de
fendas palpebrais oblíquas faz lembrar os
indivíduos das raças orientais. A frequência com que esta síndrome se manifesta é de 1
para cada 500 crianças nascidas vivas e é superior para concepções em mulheres com
idade acima de 40 anos. Os pacientes apresentam baixa estatura e o crânio apresenta
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Alguns dos mais conhecidos agentes mutagênicos químicos são o gás mostarda, o óxido
nitroso, alguns corantes alimentares e muitos dos componentes da fumaça dos cigarros,
como a acroleína. Alterando o material genético das células mais directamente expostas,
como as células do epitélio das vias aéreas, essas substâncias aumentam
significativamente a incidência de câncer de pulmão.
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GLOSSÁRIO
Abiogênese - teoria de origem da vida baseada na geração espontânea, sendo que um ser
não vivo se transformaria em um ser vivo através de um princípio ativo. Foi defendida
por grandes cientistas como Aristóteles, Van Helmont, Newton, Harwey, Descartes e
John Needham.
Ácido nucléico - ácido orgânico constituído por nucleotídeos. Os tipos principais são os
ácidos desoxirribonucléico (DNA) e ribonucléico (RNA).
Átomo - a menor unidade na qual se pode dividir um elemento químico sem que se
percam as propriedades características desse elemento.
Biogênese - teoria baseada na origem de um ser vivo apenas oriundo de outro ser vivo.
Defendida por Francisco Redi, Lázaro Spallanzani e Louis Pasteur.
Carboidrato - Substância orgânica que consiste de uma cadeia de átomos de carbono aos
quais estão ligados hidrogênio e oxigênio na proporção de dois para um.
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Citocromo - proteína que contém heme. Funciona como portador de elétrons em uma
cadeia de transporte de elétrons, está envolvida na respiração celular e na fotossíntese.
Cloroplasto - organela limitada por membrana, contendo clorofila; presente nas células
vegetais; é o local onde ocorre a fotossíntese.
Código genético - sistema de trincas de pares de DNA; referido como código porque
determina a sequência de aminoácidos nas proteínas sintetizadas pelos organismos.
Códon - três nucleotídeos adjacentes em uma molécula de RNAm; forma o código para
um aminoácido.
Criacionismo - teoria religiosa sobre a origem da vida, baseada na criação divina dos
seres Adão e Eva.
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Diplóide - estado em que cada tipo de cromossomo, exceto os cromossomos sexuais, está
representado duas vezes (2n), em oposição à haplóide (n).
Elétron - partícula subatômica com carga elétrica negativa igual em magnitude à carga
positiva do próton, mas com massa igual a 1/1.837 da massa do próton; está em órbita em
torno do núcleo positivamente carregado.
Enzima - proteína que regula a velocidade de uma reação química; funciona como
catalisador.
Eucariota - célula que possui núcleo limitado por membrana, organelas limitadas por
membranas e cromossomos múltiplos, nos quais o DNA está combinado com proteínas
especiais; organismo constituído por tais células.
Glicose - açúcar com seis carbonos (C6H12O6). É o monossacarídeo mais comum nas
células animais.
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Haplóide - célula que possui apenas um cromossomo de cada tipo (n), em contraste com
a diplóide (2n); característica das células sexuais.
Íon - átomo ou molécula que tenha perdido ou ganhado um ou mais elétrons. Por esse
processo chamado ionização, o átomo torna-se eletricamente carregado.
Ligação covalente - ligação química formada entre átomos pela partilha de um par de
elétrons.
Ligação peptídica - tipo de ligação formada quando dois aminoácidos se unem; o grupo
ácido (-COOH) de um aminoácido é ligado ao grupo básico (-NH2) do ácido seguinte e
é removida uma molécula de água (H2O).
Osmose - movimento de água entre suas soluções separadas por membrana, que permite
a livre passagem da água e impede ou retarda a passagem do soluto; a água tende a mover-
se do meio hipotónico para o hipertônico.
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Poder de resolução - capacidade de uma lente para distinguir duas linhas como
separadas.
Secreção - produto elaborado por qualquer célula, glândula ou tecido e que seja liberado
através da membrana plasmática.
Sítio ativo - parte da superfície de uma enzima na qual se ajusta a um substrato durante
uma reação catalítica.
Solução - mistura (geralmente líquida) em que uma ou mais substâncias (os solutos) estão
dispersas, na forma de moléculas ou íons separados.
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REFERÊNCIAS
LINHARES, Sérgio & GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia hoje. 11ª ed. São
Paulo: Ática, 2004.
SILVA JR., César da & SASSON, Sezar. Biologia. São Paulo: Atual, 2009.
Genética.Disponívelem:<www.sobiologia.com.br/conteudos/Genetica/leismendel.php>.
Acesso em: 04 Jan 2014.
Elaborado pelo: Prof. Isaías Manuel Quiombo-Lic. Em Biologia E.F.T.S- Mandogex –Uíge