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Maló Carlitos Namige

TRABALHOS DE LITERATURAS AFRICANAS

(Licenciatura em ensino de inglês)

Grupo 5

Universidade Rovuma
Nampula
2020
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Maló Carlitos Namige

Ensaio a ser submetido no Departamento de


Letras e Ciencias Socias em cumprimento
parcial da disciplina de: Literaturas
Africanas em Portuguesa I.

Docente: João Bonifácio A. Ribeiro, M.A.

Universidade Rovuma
Nampula
2020
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 4

CARACTERÍSTICAS DA LITERATURA COLONIAL E NACIONAL ................................. 5

CARACTERÍSTICAS DA LITERATURA AFRICANA OITOCENTISTA EM ..................... 6

PAPEL DO ENSINO E IMPRENSA COMO FACTOR QUE IMPULSIONOU PARA .......... 6

RESUMO SOBRE OS PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA POR .................. 7

AUTORES LIGADOS A NARRATIVA E SUAS OBRAS: ..................................................... 8

AUTORES LIGADOS A POESIA E SUAS OBRAS: ............................................................... 9

FICHA DE TRABALHO 2 ....................................................................................................... 10

ANALISE DOS TEXTOS ........................................................................................................ 11

O Pescador de Moçambique .................................................................................................. 11

Sangue Negro ........................................................................................................................ 11

Grito Negro………………………………………………………………………………….12

CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 13

BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................................... 14
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INTRODUÇÃO
Em Moçambique a literatura sempre desempenhou um papel extremamente importante em todos
os períodos desde o de insipiência até aos nossos dias actuais. Portanto, para perceber-se melhor
sobre a literatura moçambicana fez-se uma pesquisa do presente trabalho que esta dividido em
duas partes principais sendo que a primeira contem: as características da literatura oitocentista em
língua portuguesa, o papel desempenhado pela imprensa e o ensino no estabelecimento da
literatura africana, resumo dos períodos da literatura moçambicana, autores ligados a narrativa e
poesia com suas respetivas obras. E a segunda parte, faz-se análise dos poemas: “O pescador de
Moçambique, Sangue negro e Grito negro”, que contribuíram de alguma forma para a construção
da nossa moçambicanidade.

Este tema é de grande importância uma vez que remonta os episódios mais importantes do trabalho
literário feito durante e depois da ocupação colonial portuguesa em África em geral e Moçambique
em particular. De salientar que para a materialização deste presente trabalho, foi necessário o uso
de referencia bibliográfica que se encontra na última pagina do trabalho.

O presente trabalho encontra-se organizada da seguinte forma: (i) características da literatura


colonial e nacional; (ii) características da literatura oitocentista de língua portuguesa; (iii) papel de
imprensa e ensino na emergência da literatura africana; (iv) resumo dos períodos da literatura
moçambicana; (v) autores e obras ligados a narrativa e poesia; e (vi) analise de poemas.
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1. CARACTERÍSTICAS DA LITERATURA COLONIAL E NACIONAL


a) Características da literatura colonial

As populações negras das colonias portuguesas quase não liam jornais e muito menos literatura.
Os textos literários efetivamente ligados eram quase só aqueles a que os assimilados tinham acesso
na escolarização, sem continuidade literária que pudesse significar sequer um publico leitor de
textos europeus.

Em geral, os textos literários designados como de ‘cor local’ (para utilizar uma expressão muito
significativa) versavam sobre temas da colonização, em que as figuras dos brancos ou de negros
estereotipados (estes vistos como coisas ou seres inferiores) eram predominantes, raro surgindo
uma figura de africano humanizado, um tem ou uma perspectiva que lhe mostrassem uma
consideração profunda por uma realidade alheia a esquemas europeus. Nessa literatura portuguesa
de africa, incluíam-se, por vezes certos textos que preludiavam uma fuga ao exotismo e à
superficialidade da analise literária da realidade, como nga mutú ri, De Trone, em Angola, ou os
poemas do complexo da cor, do São Tomense, Costa Alegre.

b) Características da literatura nacional


A fase nacionalista caracteriza-se pela produção de uma literatura politica e de combate, que foi
cultivada, sobretudo, por escritores que militavam na Frente de Libertação de Moçambique
(FRELIMO). Entre eles destacam-se especialmente com comunicar uma mensagem de cunho
politico e, algumas vezes partidário. Sobressaem-se, do ponto de vista estético, as obras Portagem
(1965), de Orlando Mendes, e Silêncio Escancarado (1982), de Rui Nogar.

Publicado em 1965, Portagem, de Orlando Mendes, é considerado o primeiro romance


moçambicano por causa da sua perspectiva crítica em relação às estruturas coloniais e da
abordagem, sem subterfúgios, do drama de um mulato em choque com a sociedade de brancos e
de negros, minada pela presença do europeu, (…). Todo esse universo enfatiza a ideia da exclusão
social generalizada que o romance traduz, delineando uma sociedade cheia de tensões agudas,
onde o ódio, o crime e a violência confluem para esboçar um quadro de tragédias e desgraças.

Como nos outros países, surge também em Moçambique um número significativo de escritores
cuja obra literária é conscientemente produzida tendo em conta o fator da nacionalidade. São eles
que forjam a consciência do que é ser moçambicano no contexto, primeiro, da África e, depois, do
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mundo. Entre os principais autores dessa literatura encontram-se: Noémia de Souza, José
Craveirinha, Jorge Viegas, Sebastião Alba, Ungulani Ba Ka Khosa e Mia Couto.

José Craveirinha tornou-se a figura de maior destaque na poesia da moçambicanidade e referência


obrigatória em toda a literatura africana. A poesia de Craveirinha engloba todas as fases ou etapas
da poesia moçambicana, desde os anos 40 até praticamente os nossos dias. Em Craveirinha
encontrarmos uma poesia tipo realista, uma poesia da negritude, cultural, social, política, uma
poesia de prisão, uma poesia carregada de marcas da tradição oral, bem como muito poema com
grande pendor lírico e intimista.

2. CARACTERÍSTICAS DA LITERATURA AFRICANA OITOCENTISTA EM


LÍNGUA PORTUGUESA

As populações negras das colonias portuguesas quase não liam jornais e muito menos literatura.
Os textos literários efetivamente ligados eram quase só aqueles a que os assimilados tinham acesso
na escolarização, sem continuidade literária que pudesse significar sequer um publico leitor de
textos europeus.

Em geral, os textos literários designados como de ‘cor local’ (para utilizar uma expressão muito
significativa) versavam sobre temas da colonização, em que as figuras dos brancos ou de negros
estereotipados (estes vistos como coisas ou seres inferiores) eram predominantes, raro surgindo
uma figura de africano humanizado, um tem ou uma perspectiva que lhe mostrassem uma
consideração profunda por uma realidade alheia a esquemas europeus.

Nessa literatura portuguesa de africa, incluíam-se, por vezes certos textos que preludiavam uma
fuga ao exotismo e à superficialidade da analise literária da realidade, como nga mutú ri, De Trone,
em Angola, ou os poemas do complexo da cor, do São Tomense, Costa Alegre.

3. PAPEL DO ENSINO E IMPRENSA COMO FACTOR QUE IMPULSIONOU PARA


A EMERGÊNCIA DAS LITERATURAS AFRICANAS
a) Ensino

desempenhou um papel de grande importância no estabelecimento da literatura africana, o ensino


não só possibilitou a escrita de poemas de proveniência africana como também possibilitou que
muitas pessoas pudessem ler e compreender. Com a fundação e a pressão exercida pelos
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movimentos nacionalista, e logo depois do inicio da luta de libertação armada, foram instalados
estudos gerais de nível superior universitário, a partir de 1963, nas cidades angolanas de Luanda,
Sá da Bandeira e Nova Lisboa, e na capital moçambicana, ate hoje os únicos territórios que deles
beneficiaram.

b) Imprensa

No caso de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, a imprensa contribui decisivamente para o
incentivo à criação literária, no quadro de limitação insular. […] no século XIX foi intensa e
brilhante a actividade jornalística em Angola. Depois da criação do Boletim Oficial (1845), surge
A Aurora (1855), jornal recreativo e literário. De 1860 a 1900, sugere cerca de meia centena de
títulos de jornais, artesanais e episódios, mas de grande importância para o fenómeno de actividade
intelectual e literária. Mas foi o contrario para Moçambique, porque foi menos importante no
estabelecimento da literatura em Moçambique do que seria de supor devido a repressão. O
Semanário O Progresso (1868), de Moçambique, religioso, instrutivo, comercial e agrícola, teve
apenas um, numero, porque, dois dias depois, era obrigado a ir a censura previa, que o proibiu. Os
principais jornais e ou revistas ate aí publicados são: O Africano (1909-1918); O Brado Africano
(1918) e O Itinerário (1919).

4. RESUMO SOBRE OS PERÍODOS DA LITERATURA MOÇAMBICANA POR


PIRES LARANJEIRA
a) Designação do período.
b) Obras e Autores representativos
i. 1o Período:

Designação: incipiência.

Obras e Autores: O livro da Dor, de João Albasini e O Pescador de Moçambique, de Campos


Oliveira.

ii. 2o Período:

Designação: Prelúdio.
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Obras e Autores: Sonetos, de Rui de Noronha; Cancão fraterna, de Noémia de Sousa; Cinco
poesias do Mar Índico, de Orlando Mendes e inéditos vários contos, publicados em livro
pela CEI, em 1952; saiu o número único do jornal Msaho (1952), de João Dias.

iii. 3º Período:

Designação: Formação.

Obras e Autores: Sangue Negro, de Noémia de Sousa; inéditos vários contos, publicados em livro
pela CEI, em 1952; saiu o número único do jornal Msaho (1952), de João Dias e uma antologia
de Poesia em Moçambique, de Luís Polanah, Orlando de Albuquerque e Vítor Evaristo.

José Craveirinha sobressai, nesta década, de uma plêiade que congrega, além de Noémia de Sousa,
Rui Nogar, Rui Knopfli, Virgílio de Lemos, Rui Guerra, Fonseca Amaral, Orlando Mendes, entre
outros.

iv. 4º Período:

Designação: Desenvolvimento.

Obras e Autores: Nós matámos o cão tinhoso, de Luís Bernardo Honwana; Chigubo, e Karingana
ua Karingana, de José Craveirinha; Portagem, de Orlando Mendes;

v. 5º Período

Designação: Consolidação.

Obras e Autores: Silêncio escancarado, de Rui Nogar; Raiz de orvalho, e Terra sonâmbula de
Mia Couto;

5. AUTORES LIGADOS A NARRATIVA E SUAS OBRAS:


 Luís Bernardo Honwana: Nós matamos o cão tinhoso, As mãos do preto;

 Mia Couto: Terra Sonâmbula, vinte e zinco, O último voo do flamengo, o outro pé
da seria, Jesusalém, A Confissão da leoa, etc.;
 Ungulani ba ka Khosa: Ualalapi, Orgia dos loucos, os sobreviventes da noite,
entre as memórias silenciadas, história de Amor e Espanto;
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 Paulina Chiziane: Balada de Amor ao vento, ventos do apocalipse, niketche, na


mão de Deus.

6. AUTORES LIGADOS A POESIA E SUAS OBRAS:


 José Craveirinha: Xigubo, Karingana ua caringana, cela1, Maria, Poemas da
prisão, poemas da prisão, poemas eróticos.
 Rui de Naronha: Sonetos, meus versos, à mata-bicho.
 Eduardo Wite: Amar sobre o índico, país de mim, janela para o oriente, dormir
com Deus e um Navio da língua;
 Calane da Silva: Xicandarinha na lenha do mundo, olhar Moçambique, Gotas do
sol.
 Campos de Oliveira: Uma senhora muito feia, charada.
 Sebastião Alba: Poesia, o ritmo do pressagio, anoite dividida, uma pedra ao lado
da evidencia.
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FICHA DE TRABALHO 2
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1. ANALISE DOS TEXTOS


1.1. O Pescador de Moçambique
a) Mancha gráfica:

O poema O pescador de Moçambique, está divido em seis (6) estrofes, com oito (8) versos cada.

b) Temática

O poema O pescador de Moçambique, descreve o dia-a-dia de um pescador, a qual, embora


pacata, representa a realidade de um homem que, leva para casa o prêmio que seu esforço lhe
dera.

c) Enquadramento no contexto socio histórico social

O autor, numa tentativa literária, busca eleger um herói que possa representar poeticamente os
valores do povo moçambicano. Visto que na época, para a metrópole, a imagem que se insistia em
guardar dos africanos era a de uma gente que quando não feita a uma selvageria, facilmente se
submetia às ordens senhorias do colonizador, visão que não ofereceria a existência de um herói
indígena (Moçambicano).

1.2. Sangue Negro


a) Mancha gráfica

O poema Sangue negro está divido em cinco (5) estrofes, onde a primeira estrofe, é uma oitava, a
segunda e a terceira são tercetos, a quarta e quinta são quadras.

Na poesia Sangue negro,

b) Temática

No poema Sangue negro, podemos notar que se dá referencia ao feminismo, a voz poética da
autora, a condição politica de Moçambique e a representação de uma nação em direção a um
despertar.

c) Enquadramento no contexto socio histórico social


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Na Sangue negro, a autora questiona a estrutura social de repressão sobre a mulher e o processo,
de independência de Moçambique.

1.3. Grito Negro


a) Mancha gráfica

O poema Eu sou carvão encontra-se dividido em cinco (5) estrofes, sendo que:

A primeira é terceto, a segunda é uma quadra, a terceira é um terceto, a quarta é uma quintilha
e quinta estrofe é uma quadra.

b) Temática

A poesia fala-nos da escravatura, e o carvão é uma figura de estilo pela sua característica da cor e
pelas suas ações, então o carvão neste caso estamos a falar de negro moçambicano que esta a ser
escravizado pelo patrão, que é o homem branco o português colonizador.

c) Enquadramento no contexto socio histórico social

No poema Eu sou carvão, José Craveirinha ressalta a importância da cultura e história do país,
permitindo o povo ver que a sua cultura não está sendo valorizada e respeitada, levando-os a lutar
pela sua independência.
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CONCLUSÃO
A literatura pode ser considerada como uma das fontes que impulsionou vários países africanos
em destaque os da língua portuguesa em Africa em geral e Moçambique em particular. A literatura
aborda questões de interesse geral tais como aspectos socioculturais, opressão e políticos.

Destaca-se como exemplo os poemas “o pescador de Moçambique, Sangue negro, Grito negro,
entre outros” que abordam questões de opressão, exaltação da cultura e da raça negra, e problemas
contemporâneos. E para finalizar, importa salientar que a negritude também fortaleceu e alavancou
o espírito negro a nível social pois ela ajudou a reivindicar a identidade e a cultura negra, embora
não tenha sido debruçada ao longo deste trabalho.
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BIBLIOGRAFIA
LARANJEIRA, Pires. Literatura Africanas de Expressão Portuguesa. 2ª ed. 2º v. Universidade
Aberta, Lisboa, 1995.

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