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MA:
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Índice
Introdução...................................................................................................................................3
1.5. Aspectos formais e temáticos dos textos literários de autores mais representativos em
Moçambique e Angola................................................................................................................8
Conclusão..................................................................................................................................10
Bibliografia...............................................................................................................................11
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Introdução
O trabalho possui dois tipos de objectivos: Geral e Específicos. No que concerne ao objectivo
geral, temos o seguinte: De forma clara e eficiente, pretende-se trazer o percurso das
literaturas africanas de expressão portuguesa e a sua divisão, posteriormente fazendo uma
análise sobre a problemática geral das mesmas. E temos objectivos específicos que se
resumem nos seguintes: Distinguir a Literatura Colonial da Literatura Nacional; Relacionar a
literatura Moçambicana da literatura Angolana; analisar a problemática geral das literaturas
africanas.
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Quanto a metodologia, recorreu-se a consulta bibliográfica numa abordagem qualitativa e,
como técnica, fez-se uma leitura exaustiva, análise facial das fontes usadas e os dados foram
sintetizados de forma descritiva.
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Com efeito, a partir do século XV, inicia-se o processo de colonização em África, o que
condiciona, séculos mais tarde, o aparecimento de nova literatura, a literatura colonial (1900-
1939).
A produção literária nos países africanos divide-se em duas fases: a da literatura colonial e a
das literaturas africanas.
Logo no último quartel do século XIX encontram os pioneiros desta literatura. Mas é
no período 20/30 que ela vai atingir o ponto mais alto, na quantidade, na marca
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Secco, C. L. T.R. (2003). A magia das letras africanas: ensaios escolhidos sobre literaturas de Angola,
Moçambique e alguns outros diálogos. Rio de Janeiro: ABE Graph. P. 37.
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colonialista, na aceitação do público que esgota algumas edições, com certeza
motivado pelo exótico. Ai se destaca um naipe todo ele incapaz de apreender o
homem africano no seu contexto real e na sua complexa personalidade. É certo que
justo será destacar pela qualidade de sua escrita João de Lemos, “almas negras”, 1937,
porque nele, apesar de uma deficiente visão, se denota um mérito esforço de análise e
intenção humanística. Mas escritor português, manietado pela distanciação
colonialista, por norma, dá ao seu discurso um sentido racista, hoje de inconcebível
aceitação (COVANE, 2014, p. 7).
São precisamente as duras e condenáveis características da literatura colonial, e os outros
factores como a criação e desenvolvimento do ensino oficial e o alargamento do ensino
particular, a liberdade de expressão, a instalação da imprensa (a partir da década de 40 do
século XIX) que vão propulsionar o aparecimento de uma nova literatura a que se
convencionou chamar de literatura africana de expressão portuguesa.
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realizou no campo da linguagem literária foi o impulso gerador de projectos literários
característicos dos cinco países africanos que assumiram o português como língua oficial 2.
Tal, porem, não se autoriza a remontar as origens da poesia angolana a tão recuados tempo,
como já, com alguma intemperanças se quer insinuar. Repondo, por isso, a questão com certa
objectividade pode afirmar-se que a literatura africana chama a si mais de um século de
existência. Este longo período de mais de um século de actividade literária está, porém,
contido em duas grandes linhas: a literatura colonial e a literatura africana de expressão
portuguesa.
O tempo histórico, o tempo cultural, para quem ideologicamente, era incapaz de se furtar à
insidiosa instauração do fascismo em Portugal e à inscrição legal do assimilacionismo (aí
vinha já o celebre acto colonial, de 1930), não permitia ou não ajudava a uma tarefa de tal
norma, que rejeita meros propósitos e exige uma reformulação da mentalidade do europeu.
Hoje não há lugar para dúvidas: muitas dessas obras estão condenadas ao esquecimento,
salvando-se aquelas que, apesar de prejudicadas pelas contingências de uma época e de uma
mentalidade colonial, evidenciam, contudo, um esforço humanístico e uma real qualidade
estética. Mas, no conjunto, a história vai ser de uma severidade implacável e arrumará a quase
totalidade desta literatura no discurso da acção colonizadora ou no nacionalismo imperial,
saudosista e deslumbrado.
Manuel Ferreira (1989) discute a emergência da literatura (sobretudo da poesia) nos espaços
africanos colonizados pelos portugueses, propondo a observação de quatro momentos.
2
Cfr. COSTA, José Francisco. Poesia africana de língua portuguesa. Cronópios, Literatura e Arte no Plural, São
Paulo: Bitnick Comunicação. 2006.
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em que o escritor manifesta a percepção da realidade. O seu discurso revela influência
do meio, bem como os primeiros sinais de sentimento nacional: a dor de ser negro, o
negrismo e o indigenismo. O terceiro momento é aquele em que o escritor adquire a
consciência de colonizado. A prática literária enraíza-se no meio sociocultural e
geográfico: é o momento da dessalinação e do discurso da revolta. O quarto momento
corresponde à fase histórica da independência nacional, quando se dá a reconstituição
da individualidade plena do escritor africano: é o momento da produção do texto em
liberdade, da criatividade e do aparecimento de outros temas, como o do mestiço, o da
identificação com África, o do orgulho conquistado (Cfr. Ferreira, 1989, p. 87).
De acordo com Covane (2014, p. 7), de uma forma geral, o percurso da literatura de expressão
portuguesa divide-se em 5 momentos que se sequem:
É comum, na maioria das obras das literaturas africanas de expressão portuguesa, exprimir o
valor cultural da oralidade, defendendo, inclusive, a sua importância, fazendo, assim, com que
o leitor reflicta sobre a tradição oral africana.
Também relacionam-se com suas escritas revolucionárias em que os seus autores contribuíam
para que o discurso oficial hegemónico se esvazia-se e perdesse a sua aura, reiterando, de
forma dramática, a urgência de uma reinterpretação da História.
1.5. Aspectos formais e temáticos dos textos literários de autores mais representativos
em Moçambique e Angola
A veiculação de Mensagem foi curta, mas abriu espaço para que novas iniciativas de cunho
ideológico-cultural fossem criadas em Angola. Sendo assim, surge Cultura II (1957-1961),
com a participação de alguns militantes de Mensagem e outros intelectuais interessados em
encontrar uma estratégia capaz de suprir as falhas do projecto cultural que vislumbrava a luta
pela construção da identidade nacional:
A literatura moçambicana segue os mesmos carris tais como seguia Angola: Pré-colonial e
colonial, afro-cêntrica e luso-tropicalista, nacional e pós-colonial.
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À questões temáticas seguidas em Moçambique assim como em Angola são: escravatura,
raça, crítica à civilização ocidental, vitalismo, sensualidade, revalorização da tradição negra,
culto da natureza, animização, etc., com recursos aos modelos de Black Renaissance,
Negritude e neo-realismo, no intuito de construir uma identidade poética africana.
Conclusão
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e o protagonista dessa paisagem era o homem europeu. Trata-se, pois, de uma literatura
caracterizada fundamentalmente pela exploração do homem pelo homem
Bibliografia
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Santilli, M. A. (1985). Africanidade. São Paulo: Ática.
Secco, C. L. T.R. (2003). A magia das letras africanas: ensaios escolhidos sobre literaturas
de Angola, Moçambique e alguns outros diálogos. Rio de Janeiro: ABE Graph.
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