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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências e Educação


Licenciatura em Ensino de Português

ANÁLISE LITERÁRIA DO TEXTO “PÓS DA HISTÓRIA”

Calton Marcelino Tomé: 71220289

Quelimane, Junho de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
Faculdade de Ciências e Educação
Licenciatura em Ensino de Português

ANÁLISE LITERÁRIA DO TEXTO “PÓS DA HISTÓRIA

Trabalho de Investigação, apresentado


a disciplina de Literatura
Moçambicana, na Coordenação do
curso de Ensino de Português, como
requisito para avaliação. 2º Ano.
Tutor: Dra. Priscila Alface

Calton Marcelino Tomé: 71220289

Quelimane, Junho de 2023


Índice

1. Introdução............................................................................................................................4

1.1 Objectivos..........................................................................................................................5

1.1.1 Objectivo Geral:.............................................................................................................5

1.1.2 Objectivos Específicos:..................................................................................................5

1.2 Metodologia do trabalho...................................................................................................5

2. Análise estético literário do texto “pós da história”............................................................6

3. Considerações finais............................................................................................................8

Referências Bibliográficas..........................................................................................................9
1. Introdução
O presente trabalho centra-se na abordagem sobre a análise literária do texto “pós da história”.
Esta pesquisa apresenta uma análise estético-ideológica demonstrando que o poema, Pós da
História, é o centro gerador, a primeira voz reivindicatória imbuída de uma atmosfera de
manifesto, apresentando as marcas formais do discurso manifestatário e a atitude de auto-
afirmação e autodefinição como moçambicano e os respectivos distanciamento e
desvalorização dos traços da portugalidade para dar espaço ao altar da moçambicanidade.

Um dos problemas mais debatidos entre os estudiosos da formação dessas literaturas tem sido
a crítica à tendência de se constituir uma visão homogênea, definida a priori pela condição
colonial (e anticolonial), das mesmas. No caso dos países que foram colonizados por Portugal,
embora tenham sido colonizados pelo mesmo colonizador, têm formações histórico-sociais
muito distintas e assumiram diferentes funções no processo colonial. As interações deste
conjunto de aspectos diversos não poderiam resultar em formações literárias homogêneas.
Feita essa ressalva, argumentaremos em torno de uma certa identificação entre as principais
características de formação das "literaturas nacionais" e a constituição da crítica pós-colonial.

Para a melhor compreensão do presente trabalho, a redacção apresenta a seguinte estrutura:


Primeiro, apresenta-se a introdução, que engloba a contextualização, estrutura do trabalho,
objectivos e a metodologia utilizada. No segundo capítulo, são apresentados o marco teórico
na perspectiva de vários autores. Na terceira parte do trabalho apresenta-se as considerações
finais e por fim as referências bibliográficas.

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1.1 Objectivos

1.1.1 Objectivo Geral:

 Analisar aspectos estético-literários do texto “pós da história”.

1.1.2 Objectivos Específicos:

 Identificar aspectos literários do texto “pós da história”;

 Descrever as marcas da rejeição do colonialismo no texto;

 Caracterizar expressões ligadas aos aspectos de reafirmação e luta pela identidade


nacional no soneto.

1.2 Metodologia do trabalho

O presente trabalho utilizou a pesquisa bibliográfica como suporte de realização da pesquisa.


Para Gil (1991) a pesquisa bibliográfica tem como objetivo conhecer e analisar as principais
contribuições teóricas existentes a partir de um determinado tema ou problema, procurando
expor a realidade estudada, suas características e princípios vinculados.
Esta metodologia consiste na busca de conteúdos já existentes em livros, artigos, dissertações,
teses e outros que abordam o objecto em pesquisa. Trata-se de livros, revistas e artigos
científicos, que tenham por conteúdo o objecto pesquisado.

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2. Análise estético literário do texto “pós da história”
Para Basto (2008) Rui de Noronha (1909-1943) exprime timidamente nos anos trinta, os
conflitos suscitados pela sociedade em que se desenrolou a sua existência. Sensível ao
espectáculo da opressão, mas isolado na sua "demarche", prisioneiro do seu misticismo, o
poeta viveu o drama da suma impossível em tanto que assimilado.

Esta percepção ajudou a construir o lugar mítico que passou a ocupar, como fundador de uma
certa modernidade nacionalista, por parte da geração que lhe sucedeu (ideologicamente
vinculada ao nacionalismo de que o próprio Mário Pinto de Andrade fez parte) a qual
precisava elaborar a geneologia que a legitimasse, isto é, necessitava de se reclamar de uma
herança literária, de uma tradição que, inserida na História, lhe fornecesse um passado
regulador do seu próprio desenvolvimento.

Noa (2015) afirma que o Poema para Rui de Noronha, de Noémia de Sousa modelou, de certa
maneira, no início da década de 50, o seu lugar de primogénito da literatura moçambicana,
ajundando eventualmente a explicar a quase nula recepção (para além das fronteiras da Ilha de
Moçambique) da poesia de José Pedro Campos de Oliveira (1847-1911), primeiro poeta
nascido em Moçambique".

O texto “pós da história” é um soneto caracterizado por duas quadras dois tercetos. No que diz
respeito ao esquema rimático, o texto apresenta na sua primeira estrofe rima encadeada.

Pós da História

Caíu serenamente o bravo Quêto

Os lábios a sorrir, direito o busto

Manhude que o seguiu mostrou ser preto

Morrendo como Quêto a rir sem custo.

Fez-se silêncio lúgubre, completo,

No Kraal do vátua célebre e vetusto.

E o Gungunhanha, em pé, sereno o aspecto,


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Fitava os dois, o olhar heróico, augusto.

Então Impincazamo, a mãe do vátua,

Triunfando da altivez humana e fátua,

Aos pés do vencedor caiu chorando.

Na terceira, nota-se rimas emparelhadas que conota a fúria e vontade de vencer diante dos
portugueses, para se livrar da cultura imposta. Exalta-se a altivez humana como forma de
liberdade.

Oh, dor de mãe, sublime, que se humilha!

Que o crime se não esquece à luz que brilha

Ó mães, nas vossas lágrimas gritando?

Na quarta estrofe, o poeta demonstra através do esquema rimático emparelhado, a dor que
algumas mães tiveram e que marcou-as. Mostra a vontade de não voltar a ter que ver o seu
povo a sofrer diante do colonialismo português e que quando o poeta diz “não se esquece a
luz que brilha” intenciona explicar a relevância de não aceitar a opressão portuguesa, sendo
que tem certos conhecimentos.

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3. Considerações finais
O texto pós da história demonstra uma reivindicação de opressão e cultura que é imposto
pelos portugueses. Trata-se de um soneto, pois, apresenta duas quadras e dois tercetos com
predomínio do esquema rimático emparelhada.

Um dos problemas mais debatidos entre os estudiosos da formação dessas literaturas tem sido
a crítica à tendência de se constituir uma visão homogênea, definida a priori pela condição
colonial (e anticolonial), das mesmas. No caso dos países que foram colonizados por Portugal,
embora tenham sido colonizados pelo mesmo colonizador, têm formações histórico-sociais
muito distintas e assumiram diferentes funções no processo colonial.

A crítica literária que Noronha faz é mais directo e sem medo do terceiro opressor, pois, a
vontade de ter o seu país libertado e com liberdade de expressão era maior.

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Referências Bibliográficas

Basto, M. B. (2008) Relendo a literatura moçambicana dos anos 80. 1ª ed. Porto:
Afrontamento.

Noa, F. (2015) Surge et ambula: (des)construção da literatura moçambicana. Entrevista


concedida a Eliane Veras Soares e Remo Mutzenberg. Disponível em:
<http://www.revista.ufpe.br/revsocio/index.php/revista/index>. Acessado em: 20 Fev.
2015.

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