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Marta Maria Rodrigues dos Santos

Licenciatura em Artes Visuais

Metodologia do trabalho científico

José Maximiano Arruda Ximenes de Lima

31 de março de 2023

ZAMBONI, Silvio; A pesquisa em arte; Um paralelo entre arte e ciência. São


Paulo. Editora Autores Associados, 2001

No capítulo intitulado "Metodologia de pesquisa em Artes Visuais" (p. 43) o


autor busca apontar de maneira sistemática os principais conceitos em
pesquisa, trazendo em pauta não só o racional do pesquisador mas também a
forma como o intuitivo se junta à consciência para formar a busca por soluções
algo possível. Segundo o autor, a pesquisa sempre implica na premeditação,
na vontade clara de se encontrar uma solução através de trajetória racional
engendrada pela razão. (p. 43). A busca por soluções neste ponto junta tanto a
arte quanto a ciência a buscarem métodos para solução de problemas. Para
Zamboni, o método está sempre ligado a uma forma de ordem, implicando em
organizar, traçar uma sequência a ser seguida, ordenar elementos para evitar
erros. (p. 45).

Para cada tipo de pesquisa a um melhor método a ser seguido, dentre eles a o
método de desordem, também conhecido como desordem experimental que
por não se tratar de um método não convencional é visto como uma forma
ineficiente de buscar resultados para pesquisa na área da ciência, mas como o
próprio autor deixa claro, isso não se repete quando se trata de Arte.

Por não considerar a especulação como método de pesquisa, não


quero dizer que ela não tenha validade no processo global de
produção artística. Muitos artistas, possivelmente a maioria fazem da
especulação sua verdadeira base de atuação frente às atividades
artísticas. (p. 45, 46)

De fato os problemas a serem resolvidos são a principal base da pesquisa


científica, as indagações que cabem a ciência resolver são claras por se
tratarem de problemas comumente apontados pela sociedade. A definição do
problema é o primeiro desafio do pesquisador científico, por mais que se
apresentem muitos problemas a serem resolvidos pela ciência e tecnologia, o
sucesso da pesquisa só se dará de fato se o problema for resolvido e de
maneira que seja bem recebido pela sociedade atual e aprovado
academicamente.
Os problemas resolvidos pela pesquisa em arte, diferentemente dos
resolvidos pela atividade da ciência, são de difícil identificação, dado
que, muitas vezes, devem ser descobertos ou mesmo criados pelo
artista pesquisador. Depois de resolvidos a exemplo dos resultados
da pesquisa científica, também são devolvidos à sociedade; mas não
em forma de soluções verbalizadas ou em dados numéricos, mas sim
contidos nas obras de arte. (p. 51, 52)

Já no caso da arte, o problema imposto pelo artista será recebido de diferentes


formas pelo público, que após observar poderá ou não compreender o que o
artista quis passar em sua 1 obra. Entretanto no que se trata a pesquisa
científica que segue regras para que de forma clara seja de entendimento
geral, sem aberturas para possíveis interpretações errôneas.

A maneira de ver e perceber o objeto está relacionada ao paradigma


que o indivíduo se propõe a vivenciar. O processo de percepção em
comunicação de cientistas é diferente do artista; a diferença não está,
obviamente, no fato de ambos possuírem individualidades
características de cada ser humano, mas sim nos diferentes
paradigmas que instruem o olhar do artista e do cientista (p. 54)

A arte possui paradigmas diferentes dos da ciência. O que é válido a uma pode
não ser a outra. Por representar a realidade, a ciência se limita de forma que
nada se sobressaia do exato, sendo comunicada sempre por uma linguagem
lógica.

Por processo entende-se uma série de ações sistemáticas visando


certo resultado. Por trabalho entende-se aqui, operacionalização
material das ideias anteriormente acumuladas pela observação, além
delas o próprio fazer gera novos estímulos, o por fazer. Portanto
processo de trabalho é uma fase da pesquisa na qual, por meio de
ações sistemáticas procura-se chegar a materialização de uma obra
embasada pelas ideias e interpretações da observação. (p. 56)

Segundo o autor, o processo de trabalho não é algo exclusivo da pesquisa em


arte (p. 57), pois tanto o pesquisador quando o artista intuitivo seguem uma
ordem, ainda se o que buscam compreender seja algo tradicional, cultural ou
algo tecnológico. Já que a forma como foi desenvolvido o objeto observado em
nada alterará a pesquisa artística. Em contrapartida, a ciência se coloca
imparcial e restringe as formas de interpretação, para que, caso ocorra a
discordância de ideias unicamente será posto em prova o quadro teórico usado
pelo pesquisador.

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