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Sistema Educacional Master

Alunos: Alicia Alves, Julia Santos, Raul Gabriel, Ana Beatriz Silva, Ana Julia
Vasconcelos, Debora Moraes, Danielle Raquel, Davi Lucas, Maria Clara, Ana Beatriz
Farias

Literatura africana lusófona e literatura indígena

São Luis-MA
2022
SUMÁRIO

Part I: Literatura africana lusófona


INTRODUÇÃO........................................................................... 3
DESENVOLVIMENTO............................................................. 4
OBRAS..........................................................................................6
CONCLUSÃO..............................................................................7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................8
Part II: Literatura indígena
INTRODUÇÃO..........................................................................9
DESENVOLVIMENTO..........................................................10
OBRAS.....................................................................................11
CONCLUSÃO..........................................................................12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRINCHER, Sandra. 10 obras fundamentais da Literatura africana de
língua portuguesa. São Paulo: 2010
Literatura lusófona se conecta por língua, passado colonial e referências.
O Tempo, São Paulo: 5 de outubro de 2021
TERZARIOL, Andréia. A Literatura lusófona no ensino superior. UNIP, São
Paulo: 2020
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem por finalidade apresentar uma discussão sobre a
importância do ensino e pesquisa em Literatura Africana Lusófona no ensino
brasileiro, por entender ser uma disciplina essencial para a formação do aluno.
Estamos vivendo um momento em que se percebe uma preocupante falta de
interesse pela procura de obras desta origem.
No sentido de atender as demandas acadêmicas de pesquisa na área bem
como suprir as lacunas observadas ao longo de nossa experiência docente no
que se refere à pesquisa, pretende-se propor a disciplina Literatura Africana
Lusófona através do estudo e análise de autores e obras, a partir das
características específicas de cada universo literário em questão, observando-
se sua relevância literária em seu contexto histórico e cultural ao universo ao
qual pertencem.
DESENVOLVIMENTO
No Brasil ainda são raros os cursos de Letras que oferecem aos alunos
disciplinas de literatura voltadas ao universo africano lusófono, seja na grade
curricular obrigatória, seja na grade optativa. A partir do contato com escritores
africanos lusófonos – como Antônio Lobo Antunes – o estudante de Letras
passa a ter acesso a um universo literário extremamente rico e ainda
desconhecido, possibilitando um maior contato com a cultura africana, em um
momento em que o Brasil tem procurado estreitar seus laços com alguns
países com os quais tem fortes vínculos histórico–culturais.
A proximidade histórico-cultural entre Brasil e África, muito pouco se sabe,
entre os brasileiros, a respeito das manifestações artísticas do continente
africano. Mesmo em relação aos países africanos lusófonos, nosso
desconhecimento é alarmante, principalmente, se considerarmos que esses
países ajudaram a formar grande proporção da cultura brasileira. Nos últimos
quatro anos, o governo brasileiro vem salientando, a partir de ações concretas
dos setores econômicos, políticos, culturais e turísticos, a possibilidade de uma
maior troca entre estes dois pólos.
A recíproca é verdadeira, uma vez que o governo moçambicano, por exemplo,
tem incentivado o intercâmbio entre estudantes universitários entre Brasil e
Moçambique, além de apoiar a presença de doutores em várias áreas do
conhecimento para ministrarem aulas na Universidade Eduardo Mondlane, em
Maputo (há muito tempo pesquisadores brasileiros da área médica apóiam
pesquisa sobre Aids em Moçambique). No ano de 2006, um dos maiores
congressos de Ciências Sociais de pesquisadores de língua portuguesa, o
Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, teve lugar na Universidade
Agostinho Neto, em Luanda, Angola.
Apesar de ultimamente ter crescido o volume de publicações de autores
africanos de língua portuguesa no cenário editorial africano e europeu, o
público brasileiro encontra-se ainda afastado do universo literário africano
lusófono, uma vez que as editoras brasileiras não têm voltado seu foco de
interesse para obras dessa natureza, salvo algumas exceções. O leitor ainda
desconhece o que vem sendo produzido do outro lado do Atlântico, tanto com
relação à produção literária tradicional quanto à contemporânea, e não
somente dos países lusófonos, mas também da literatura da África central, do
norte, ocidental e oriental, assim como da África do Sul. A partir de publicações
voltadas ao continente africano, o público brasileiro poderia ter acesso a um
universo literário extremamente rico e ainda desconhecido, possibilitando um
maior contato com a cultura africana.
No que se refere às manifestações artístico-culturais, o pouco que sabemos
nos chega através de feiras, encontros, congressos, mas sempre muito
restritos às suas áreas específicas de interesse. Um primeiro passo para se
conhecer uma cultura estrangeira, distante geograficamente, poderia ser
através do universo literário. Dessa forma, algumas editoras brasileiras têm
propiciado certo número de títulos cujo tema é a África,seja através de uma
literatura consagrada, seja através de títulos cujo foco gira em torno de
histórias romanceadas sobre o período da colonização, como o conhecido
romance A fazenda, de Karen Blixen (Cosac Naif), além da recente publicação
em português da obra O africano, do autor francês ganhador do prêmio Nobel
de 2008, Le Clèzio, também pela Cosac Naif.
Segundo o professor da USP (Universidade de São Paulo) Mario Cesar
Lugarinho, especialista em literaturas africanas de língua portuguesa, a
libertação tardia das colônias africanas fez com que, no momento de afirmação
da sua literatura, o olhar dos autores buscasse o Brasil como inspiração.
"Houve um tempo em que os principais referenciais eram brasileiros ou
portugueses, principalmente no tempo de afirmação dessa produção literária,
nos anos 1940, 1950 e 1960. Foi superimportante, até porque era uma
produção que não era de Portugal, não era do colonizador” , afirma.
OBRAS
Algumas obras estão por conta de sua evidente aclamação crítica. Outras, por
sua importância histórica ou por terem sido “vanguarda” em algum momento.
Há ainda aquelas que, sem estarem em nenhuma das duas situações
mencionadas, são instigantes, belas, impactantes ou terríveis – sim, porque a
terribilidade da obra também é fundamental para o prazer da leitura.
Terra Sonâmbula | Mia Couto | Moçambique
Terra Sonâmbula tem como pano de fundo o período de guerra civil pós-
independência em Moçambique, mesclando realismo visceral a elementos
fantásticos de forma absolutamente orgânica. Em meio a uma terra devastada,
perambulando por uma estrada “mais deitada que os séculos, suportando
sozinha toda a distância”, um velho e um menino buscam uma forma de
sobreviver em meio àquela paisagem fantasmagórica.
O vendedor de passados | José Eduardo Agualusa | Angola
Félix Ventura escolheu um estranho ofício: vende passados falsos. Os seus
clientes, prósperos empresários, políticos, generais, enfim, a emergente
burguesia angolana, têm o seu futuro assegurado. Falta-lhes, porém, um bom
passado. Félix fabrica-lhes uma genealogia de luxo, memórias felizes,
consegue-lhes os retratos dos ancestrais ilustres. A vida corre-lhe bem. Uma
noite entra-lhe em casa, em Luanda, um misteriosos estrangeiro à procura de
uma identidade angolana. E então, numa vertigem, o passado irrompe pelo
presente e o impossível começa a acontecer. Sátira feroz, mas divertida e bem
humorada, à atual sociedade angolana.
Os flagelados do vento leste | Manuel Lopes | Cabo Verde
José da Cruz é um homem a quem as forças e as esperanças se esvaem, mas
cujo ímpeto de sobrevivência o leva a procurar as forças de trabalho do antigo
sistema colonial. A luta dura e inescrupulosa pela vida vai moldando
personagens áridos como a própria ilha de Santo Antão, palco deste drama no
qual a natureza, sempre implacável, é a força que dá alento e o tira com a
mesma fluidez do vento que corta o arquipélago de Cabo Verde .
Luuanda | Luandino Vieira | Angola

Através do olhar do narrador, conhecemos o cotidiano dos musseques


(favelas) de Luanda, a capital angolana. A falsidade da política de assimilação
colonial, a falta de esperanças num futuro decente, a descoberta da
solidariedade como forma de alívio da dor da existência, o olhar transformador
da criança em meio a essa realidade dura: eis alguns dos temas que Luuanda
nos oferece.
CONCLUSÃO

Portanto, recai sobre a comunidade como um todo, trazer a devida relevância para este
tipo de literatura, uma vez que pouco se dissemina sobre ela. Sendo assim, desde que
haja a parceria do governo com a sociedade, será possível incentivar e educar o povo
sobre esta diversificada cultura. Logo, é necessário que o Ministério da Educação,
juntamente com o da Cultura, faça parcerias com instituições de apoio e incentivo a
cultura destes povos, pois assim proporcionará a estes maiores chances de se sentirem
representados e inseridos na sociedade.
INTRODUÇÃO

Com a Constituição de 1988, o seu artigo 210, que reconheceu o direito indígena à
educação em suas línguas maternas e à utilização de processos próprios de
aprendizagem, fez surgir uma produção escrita de autoria coletiva para dar conta
dessas demandas educacionais. No mesmo contexto, a produção literária de cunho
individual também ganhou corpo, de caráter criador e mobilizador. Autores como
Kaká Werá e Daniel Munduruku foram precursores dessa produção escrita,
assentada nas tradições e na história de seus povos.

A Literatura de autoria indígena ou Literatura nativa tornou-se um fenômeno


cultural e um movimento literário a partir da década de 1990. As décadas anteriores
foram marcadas pela ausência de edições publicadas de autores nativos, com
raríssimas exceções, ficando clara a condição de esquecimento e invisibilidade
desses povos originários, de suas narrativas e de sua história.

A edição e publicação da Literatura Indígena tornou-se um instrumento importante


para a difusão das vozes desses povos, principalmente para a sociedade
envolvente, apartada de tais manifestações. Coloca pautas e fazeres das etnias na
esfera pública, suscitando debates e o reconhecimento de sua cultura, de seus
direitos constitucionais e da preservação de suas memórias.
DESENVOLVIMENTO

As principais características que marcam o texto produzido pelos autores


indígenas são as narrativas cosmológicas e de visões de mundo das etnias, a
integração entre o ser humano e a Natureza como algo uno, a ancestralidade e
as suas simbologias. A escrita é permeada pela oralidade, pela sabedoria dos
mais velhos, guardiões da memória e da identidade de seu povo. Garantia da
perenidade e conservação de seu universo social e cultural.

A publicação de textos escritos por indígenas dá visibilidade às diferentes


etnias que existem no país, número que hoje é de 206 povos. Cada um deles
tem suas particularidades e suas próprias tradições, deixando clara a
diversidade que é encontrada dentro da própria corrente literária indígena.

“Assim como o rótulo ‘literatura brasileira’ parece não ser suficiente para
expressar a diversidade de produção brasileira, o rótulo ‘literatura indígena’
parece não ser suficiente para que haja uma percepção da diversidade da
produção indígena, não só no Brasil. Cada povo tem sua expressão, visão de
mundo, modo de relacionar-se com a natureza e com o outro

Além da diversidade de etnias, há também diferentes tipos de autores que


desempenham diferentes papéis sociais dentro das comunidades indígenas.
Assim, algumas obras têm cunho didático e são escritas por professores ou
autores indígenas para transmitir conhecimentos de um certo grupo para
jovens e crianças desses povos, como forma de valorizar saberes e idiomas
que poderiam ser esquecidos.

Por outro lado, há escritores não indígenas que pesquisam narrativas de povos
nativos e traduzem essas histórias para não índios, em geral utilizando
estratégias discursivas ocidentais. Há, ainda, os escritores indígenas, que
falam para seus povos e para a sociedade urbana, transitando por esses dois
meios. É o caso de Kaká Werá.

 Kaká é filho de pais tapuias e tem se dedicado à disseminação das culturas


ancestrais brasileiras, além de trazê-las para a contemporaneidade. É citado no
livro Pele silenciosa, pele sonora: a literatura indígena em destaque como um
dos expoentes da produção textual indígena. “A literatura é uma ferramenta de
propagação de valores e de visão de mundo dos povos indígenas para muita
gente, ampliando o poder de difusão de uma diversidade de saberes. Torna-se,
assim, mais do que afirmação de identidade e autoestima, uma forma de
preservar conhecimentos e de (re)existência” afirma o escritor.
OBRAS

Kurumi Guaré no Coração da Amazônia – Yaguarê Yamã

Autor de livros infantis e juvenis, Yaguarê Yamã também é ilustrador, professor


e artista plástico. Indígena nascido no Amazonas, é filho do povo Maraguá,
onde vive atualmente. Seu Kurumi Guaré no Coração da Amazônia narra a
história do pequeno Yaguarê Yamã, que aprende a viver em contato com a
natureza. Ele ouve histórias que lhe dão medo na hora de dormir, mas procura
manter a coragem. Seguindo as tradições de seu povo, ele enfrenta também o
ritual da tukãdera e vai crescendo em tamanho e sabedoria.

Olho d’água: o caminho dos sonhos – Roni Wasiry Guará

Vencedor do 8º Concurso Tamoios de Textos de Escritores Indígenas, o livro


versa sobre o passado e o presente da vida dos índios de sua tribo, Maraguá,
do Baixo Amazonas, uma das poucas de origem Aruak da região. Dessa forma,
é lembrado do tempo quando corriam à vontade pelas florestas e exerciam
livremente seus costumes e tradições. Indicado para crianças a partir dos 9
anos, traz ilustrações de Walther Moreira Santos.

Iracema – José de Alencar

Outro título indispensável de José de Alencar, Iracema conta a história do


português Martim que se apaixona pela linda Iracema, “a virgem dos lábios de
mel”. A história se passa no Ceará, no século 17, e mostra o amor
problemático dos dois, já que a índia é a virgem prometida a Tupã. Com a
consumação da relação entre ela e Martim, os dois são obrigados a fugir para
evitar a revolta de sua tribo tabajara. Publicada em 1865, é até hoje festejada
como uma das mais importantes obras literárias brasileiras.

As serpentes que roubaram a noite e outros mitos – Daniel Munduruku

Essa antologia traz mitos contados pelos anciãos da aldeia Katõ, que fica às
margens do rio Kabitutu, no território do Distrito Sanitário Especial Indígena Rio
Tapajós, no Estado do Pará. São histórias que os antigos contam às crianças
indígenas como forma de despertar nelas o amor pela própria história e pelas
lutas de seu povo. Os mitos foram organizados e editados por Daniel
Munduruku, escritor e intelectual pertencente à etnia indígena mundurucu.
CONCLUSÃO

Portanto, recai sobre a comunidade como um todo, trazer a devida relevância para
este tipo de literatura, uma vez que pouco se dissemina sobre ela. Sendo assim,
desde que haja a parceria entre o governo e a sociedade, será possível incentivar e
educar o povo brasileiro sobre esta diversificada cultura. Logo, é necessário que o
Ministério da Educação, juntamente com o Ministério da Cultura, faça parcerias
com instituições de apoio e incentivo a cultura destes povos para proporcionar a
estes, maiores chances de se sentirem representados e inseridos na sociedade.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Conheça 5 importantes obras que retratam a cultura indígena. Adoro: 19
de abril de 2020.
ALMEIDA, Clara. Literatura indígena brasileira: origens, desenvolvimento e
importância. MultiRio, São Paulo: 3 de julho de 2019.
DORRICO, Julia. Literatura Indígena Brasileira. Secretaria de Cultura e
Juventude, Porto Alegre, RS, 2018.

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