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COGNIÇÃO SOCIAL

Objetivo: Compreender de forma integral o que é a cognição social e como que ela contribui
para a nossa qualidade de vida.

Contextualização

-Funções executivas “frias” (resumo)


-Sistema de autorregulação
-Contextualização história

Definição de cognição social e subtipos

“Neurocoisas”

Funções Executivas Frias

São 3 funções executivas (inibição, memória operacional, flexibilidade cognitiva). Dentro da


INIBIÇÃO encontra-se o auto controle (autorregular, monitorar e autocontrole) e controle de
interferências (nível atencional).

Inibição – Capacidade de inibir vontades, pensamentos, tomada de decisão e controle de


impulsos.

Memória Operacional – Capacidade de manipular informações visuoespaciais, fonológicas e


matemática.

Flexibilidade cognitiva – Habilidade referente a mudar conceitos pré-aprendidos a partir de


experencias novas.

Controle inibitório – Nos impede de viver no piloto automático, escravos dos impulsos;
Nos permite mudar, escolher como reagir e nos comportar;
nos evita de passar constrangimento;
Autorregularão e regulação emocional.
Controle de interferência – nível percepção (tálamo – córtex frontal)

Atenção Executiva – nos permite escolher no que queremos prestar atenção;


Também chamada de atenção seletiva;
Endógena (voluntariamente a vontade de prestar atenção), top-down(cérebro racional, é
deliberada e voluntária), ativa, direcionada ao objetivo, voluntária.

Supressão de representações mentais – também chamado de inibição social;


Resistir a pensamentos ou memórias indesejáveis, comumente usado em conjunto com a
memória operacional.

Auto-controle - O controle inibitório também faz parte dos sistemas de autorregulação;


Resistir a tentações, não agir impulsivamente;
Se controla as emoções, controla comportamento;
Componente fundamental da disciplina (protegar recompensas).
Memória operacional
 capacidade de imaginação;
 Nossa capacidade de manipular informações, alterar informações como palavras,
números e imagens.
 Totalmente necessária para a linguagem e aprendizado
 A memória operacional é também responsável por nos permitir a compreender uma
fala, uma ideia sendo transmitida por figuras, abstrair informações
 A memória operacional manipula informações diferente da memoria de curto prazo
que somente mantem a informação por um curto tempo.
 Ao longo da infância permite realizar tarefas cada vez mais complexas;
 Contribui diretamente para a cognição social;
 Maior organização com relação a comportamentos direcionados a objetivos.
 Verbal – necessário para colocar sentido em símbolos (letras e números), sons
(palavras) e realizar cálculos mentais;
 Não verbal – integrar e conectar informações sobre coisas aparentemente não
relacionadas;
 Realiza conexões entre coisas que não necessariamente tenham ligação, conseguindo
“desmontar” elementos e “remontar”, tomando possível a nossa criatividade;
 Além de realizar cálculos matemáticos, programa e calcula sequenciamento de tarefas,
recorda itens a serem incluídos nessa lista e realiza atualizações as ações em questão
(updating);

Memória Operacional VS Controle Inibitório

 Contribui para manter um objetivo “ativo” na memória operacional. Impede


interferencias de outros estímulos diante do funcionamento da memória operacional
 evita “mind wandering”

Flexibilidade Cognitiva

 Capacidade de adaptação aos diferentes contextos de acordo com novos estímulos


 Conseguir mudar de opinião frente a novas evidências
 Diretamente ligada à empatia
 Saber a hora de parar
 Começa a se tornar mais evidente e significativa dos 3 aos 5 anos;
 Melhor compreensão sobre compartilhamento de objetivos e atenção;
 Desenvolvimento da empatia;
 Autogestão, lidar com frustração;
 Capacidade de mudar a perspectiva, física e interpessoal;
 Recruta controle inibitório (desativar) e flexibilidade cognitiva (ativar);
 “think outside the box”
 Capacidade de assumir um erro e desculpar-se
 Ajustar prioridades (tarefas, relacionamentos, planejamentos, etc);
 Conseguir aproveitar oportunidades;
 Diretamente ligada à criativade;
 Mudar de caminhos, de rumos, de tarefas;
 Oposto de rigidez cognitiva;

Autorregulação

 Estresse agudo é uma herança evolutiva, é uma das funções neurobiológicas mais
preservadas da nossa evolução. Necessária, nos prepara para as dificuldades que
encontraremos no nosso caminho.
 Estresse crônico é extremamente prejudicial no curto, médio e longo prazo
 Curto prazo – prejudica funções executivas
 Médio prazo – alteração comportamental, prejuízos biopsicossociais,
comprometimento da vida prática, desorganização
 Longo prazo – anedonia/depressão.
A resposta ao Estresse não é linear

 Possuímos dois tipos de receptores de cortisol


 Um deles é de 6 a 10x mais sensíveis do que o outro
 O mais sensível é mais presente no sistema límbico
(hipocampo, hipotálamo e amigdala)
 O menos sensível está presente no córtex pré-frontal.

Evolução da Espécie

Alguns eventos do décimo milênio:

 Evidências do início do que seriam as colheitas e cultivos de alimentos atualmente;


 Primeiras cerâmicas produzidas no Japão;
 Aumento da complexidade das manifestações artísticas;
 Desenvolvimento e uso de ferramentas no cotidiano.
Nossa adaptabilidade vem de acordo com onde nos
encontramos na sociedade, em questões de aparência
e forma de lidar.

Início de estudo de cognição social

 Solomon asch, na década de 50,


buscava respostas para o preconceito,
desigualdade e comportamentos hostis;
 Avram Noam Chomsky foi um dos
principais expoentes dos estudos envolvendo
aspectos cognitivos, incluindo os sociais;
 A década de 60 é um marco para os
estudos da ciência cognitiva;
 Além da invenção da ressonância
magnética, foi o boom de pesquisas.

Cognição Social

 É um construto de habilidade que envolve “a percepção das emoções, a ToM


(Teoria da mente) e o viés de atribuição
 Até o momento, não existe uma definição precisa quanto e quais são as
definições de cognição social, principalmente, falando em psicometria.
 Entretanto, Pinkman et. Al (2014) realizou um estudo, com experts na área
de esquizofrenia e TEA, levando os principais domínios de avaliação em
cognição social.
 4 domínios foram elencados:
Processamento de emoções;
Percepção social;
Viés de atribuição; (Declarações causais, interferências sobre o responsável, ou causa
de uma determinada situação ou contexto podendo ser negativa ou positiva, interna
ou externa)
Atribuição de estados mentais (ToM)
Processamento de emoções

Capacidade de perceber e usar emoções de forma adequada, subdomínios em 3 itens:

 Reconhecimento de expressões faciais;


 Compreensão;
 Gerenciamento.

Além de importante preditor de socialização, também é pré-requisito para outras habilidades,


como teoria da mente.

Importante fator protetivo, uma vez que aumenta a qualidade de interação com o meio.

Percepção Social

 Decodificar e interpretar dicas sociais de acordo com o ambiente.


 Tem como pré-requisito para o funcionamento a compreensão social, funções e
objetivos de cada um dentro de cada contexto.

Emoções primarias

 Alegria
 Raiva
 Tristeza
 Nojo

Emoções segundárias

 Vergonha
 Ciúme
 Culpa
 Orgulho

Dependem de mecanismos de aprendizagem e do desenvolvimento das habilidades cognitivas


associadas à socialização dos indivíduos.

Relacionadas à internalização de normas sociais ou desenvolvimento de idade pessoal.

Sistemas emocionais do cérebro

 Processos primários: subcorticais, emoções “botton-up”


 Secundários: aprendizado, em grande parte límbico superior;
 Terciário: cognições, em grande parte neocortical.

Percepção/conhecimento social

 Capacidade para aplicar regras socais em uma situação especifica, que demanda uma
ação social.
 Alguns autores consideram conhecimento social como pertencente a percepção social.
Outros autores consideram habilidades distintas sendo um quinto componente da
cognição social.
Teoria da Mente

 Capacidade de atribuir estados mentais para si e para os outros


 Interferências sobre crenças, vontades, intenções e disposições
 Melhora a capacidade de prover um comportamento a partir da pista social
 Crucial para o funcionamento social.
 A partir de flexibilidade cognitiva a criança aprende que outras entidades podem ter
vontades, desejos, comportamentos e intenções diferentes dos dela.
 Mentalização – é a ação de atribuir os estados mentais, enquanto a teoria da mente é a
capacidade de faze-la.

Mas o que faz com que, assim como as funções executivas, as cognições sociais se dão bem?

Ambiente – a nossa interação com o ambiente que vai moldar quem somos (personalidade,
molda comportamentos, etc)

O que é o ambiente – tudo que é externo, o que molda nossos comportamentos.

O comportamento ta mais sob controle do ambiente do que imaginamos, o ambiente é como


se fosse uma régua, como as pessoas olham pra gente, como colocamos estados mentais e
como as pessoas olham para a gente. Como esse comportamento será inferido pelo outro?

Toda as partes do nosso dia a dia (genética, alimentação, esporte, rotina, animais de estimação,
cultura, etnia, moradia, hobbies, valores, orientação sexual, círculo social, condição
socioeconômica, etnia, redes sociais, rotina, seu ambiente, etc) são partes do ambiente.

A violência e o abandono são os maiores fatores de risco, principalmente quando ocorre na


infância.

Fator de risco – exposição a situações estressoras como violência, falta de afeto por parte dos
tutores, conduta inconsistentes e falta de educação emocional levam a maiores índices de
ansiedade, contribuindo para uma piora das funções executivas e cognição social, além da
dificuldade de construção de um circulo social adequado, carreira profissional e constituição de
família.

Fatores Protetivos – fatores protetivos entram como facilitadores de qualidade de vida e saúde
mental, um ambiente propício para o socioeconômicas, acesso à saúde, lazer, cultura,
educação são importantes preditores para bom desenvolvimento de funções executivas e
consequentemente, cognição social.

Desenvolvimento da TOM

 Tager-Flusberg e Sullivan (2000) sugerem que a ToM possui dois subsistemas:


Socio perceptivo: inferências sobre comportamentos, expressões, falas e gestos;
Reflexivo: raciocínio de interpretação sobre as informações;

Melhores funções executivas e habilidades sociais antes, melhor desenvolvimento depois –


crianças mais sociáveis aos 6 meses aprendem mais com os pais aos -a partir- 10 meses.

Primeiras interações e autorregulação


 Sensibilidade imitativa a gestões faciais e manuais de adultos
 Atenção compartilhada em torno dos 9 meses
 Interação cooperativa do bebe com outras pessoas e objetivos
 Autorregulação do comportamento com base na reação emocional do seu cuidador

Desenvolvimento da compreensão de crença falsa

 Ter irmãos
 Brincar de faz de conta com frequência
 Ter competência linguística
 Participar de conversas com mães e que utilizam termos de estados mentais
 Utilizar termos mentais em conversas com pares

Adolescência

Aumento na demanda social, fazendo com que as situações que envolvam a teoria da mente
recrutem normas mais complexas de lidar com situações do dia a dia, como por exemplo:

 Atribuições emocionais a si mesmo


 Outros indivíduos específicos
 Outros indivíduos genéricos
 Grupos, organizações, etc

Aumento da sensibilidade e refinamento das atribuições emocionais.

Adultos e idosos – vai perdendo com o avançar na


idade.

Sistema de recompensas
 Dopamina é um neurotransmissor preditor de recompensas
 Sistema envolvido com tomada de decisão e vontades
 Envolve basicamente 4 partes:
Córtex Pré-frontal (orbito-frontal)
Área tegmental vental
Núcleo accumbens

Neuroplasticidade – é a capacidade do cérebro de mudar e se adaptar em resposta a estímulos


externos e internos, formando novos conexões neurais e alterando a organização estrutural e
funcional do sistema nervoso.

Nosso cérebro é capaz de aprender qualquer coisa

 Esportes: podemos praticar esportes só para nos mantermos saudáveis, que também
dependem de um hábito, mas podemos treinar em alto desempenho para competição
 Hobbies: estudar algo e fazer coisas, simplesmente pelo prazer, é extremamente
benéfico para a saúde mental.
 Profissões: provavelmente é o que mais faremos na vida, para quem segue carreira, no
final da vida profissional, aquele conhecimento, transformado em comportamento terá
a sua excelência por natureza.
 Postergar: quanto mais tiramos da frente problemas, mais nosso cérebro entende que
essa estratégia funciona no curto prazo, menos enxerga o longo prazo, mais posterga e
por aí vai...
 Ser ansioso/depressivo: se ficamos ansiosos e não aprendemos a nos autorregular,
mudar o que deixa ansioso e organizar a saúde mental, a tendencia é ficar cada vez
mais ansioso, o mesmo para a depressão
 Não conseguir manter relações: quanto mais os últimos dois itens estejam presentes,
menor é a capacidade de socialização, fazendo com que fiquemos mais reativos,
menos empático, menos tolerantes e mais isolados
 Atrasar recompensa: postergar tarefas do dia a dia é o mesmo que não conseguir
postergar recompensa, deixar de fazer o que precisa ser feito, para seguir as próprias
vontades.
 Procurar por estímulos rápidos, fáceis e intensos: quanto maior for a intensidade do
prazer para o cérebro, maiores as chances de essa intensidade precisar ser maior para
que tenha o mesmo efeito com isso:
Deixa a vida sem graça, pessoas que buscam por prazeres cada vez mais intensos se
tornam dependentes deles, fazendo com que pequenos prazeres do dia a dia, como
um simples café olhando o vento batendo nas árvores se torne uma atividade
impossível.

Com isso, diversas áreas são prejudicadas na vida, como:

 Sono
 falta de organização
 Autorregulação
 Prejuízos sociais
 Dificuldades de manter rotina

Neuroanatomia da cognição social

 Pensar em estados mentais


mPFC: Córte pré-frontal medial
TPJ: Junção Temporoparietal
 Ativado por observar faxes e movimentos
biológicos
pSTS: Sulco temporal posterior superior
 Envolvidos em mais de um processo
IFG: Giro frontal inferior
IPS: Sulco interparietal
AAC: Córtex cingulado anterior
AI: Insula anterior
AI: Insula anterior

Dor social – SMA (parte sensório motora) que ativa junto com a insula e o cingulado, essas três
partes se juntam para interpretar dor física e social. O indivíduo que tem uma lesão no
cingulado não vai ter o senso de sobrevivência de buscar a sobrevivência daquilo, sente a dor
mas isso não interfere

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