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Universidade Presbiteriana

Neurociência
Aplicada à
Educação e
Aprendizagem 2
módulo

Cognição Social e Aprendizagem


Trilha 4 Neurociência da cognição
social
Sumário

1 Introdução ao estudo da trilha de aprendizagem p. 4


2 As estruturas associadas ao processamento de
informações sociais e emocionais p. 7
3 A relação entre funcionamento cerebral e
comportamento social p. 15
4 Síntese p. 18
5 Referências p. 20
4
Introdução ao
estudo da trilha de
aprendizagem

A capacidade de interação social e a comunicação do ser


humano é constantemente surpreendente mesmo quando
comparadas com a engenhosidade e inventividade de nossas
relações com o mundo físico (HAPPÉ & FRITH, 2014).

Ao longo das três primeiras trilhas, vimos que a cognição


social é uma característica multifacetada que inclui processos
primários e universais como percepção e expressão de
emoções básicas, até características mais complexas
como regulação emocional e compreensão mentalista de
aspectos da comunicação não-verbal, que dependem tanto
do desenvolvimento de outras habilidades cognitivas quanto
de estimulação ambiental a partir das experiências sociais
(BEAUDOIN et al., 2020; IZARD, 2001; PANKSEPP et al., 2011).

Entretanto, uma ampla gama de mecanismos mentais


é dedicada a processamento de informações sociais.
Compreender a percepção, a interpretação, manipulação de
informações sociais e emocionais, bem como o uso destas
informações para emissão de respostas que sejam adequadas
e aceitas culturalmente, são processos mentais que
dependem da integridade da estrutura e do funcionamento do
sistema nervoso central.

! A área de orientação científica e multidisciplinar que se


debruça sobre a investigação e compreensão do papel
das emoções sobre o comportamento, bem como sobre
o conhecimento a respeito dos sistemas biológicos
subjacentes aos processos emocionais e sociais, denomina-
se Neurociência Afetiva e Social. A neurociência tentou
iluminar alguns dos mecanismos do processamento de
5 informações sociais e emocionais, impulsionados em
grande parte pela combinação de paradigmas de psicologia
experimental e estudos de neuroimagem, em indivíduos
neurotípicos e atípicos, em diferentes faixas etárias.

Recentes e revolucionárias descobertas tornaram bem


conhecidos os papéis das emoções sobre os raciocínios
morais e sobre as tomadas de decisão, assim como sua
relativa independência em relação a percursos neurais
relacionados com a cognição, atenção, percepção e memória.
Esta compreensão das emoções básicas e complexas
decorrente do exame de áreas cerebrais constituiu uma
mudança significativa de rumos em relação aos estudos sobre
comportamento humano, ou seja, do quanto este é modulado
por substratos neurais (ALMADA, 2014).

A própria definição de emoção, por exemplo, pressupõe


o papel do sistema nervoso na experiência subjetiva de
certos estados mentais. De acordo com Mercadante e
Rosário (2009), o conjunto de regiões que são ativadas
durante o processamento de informação social e emocional
é denominado de “cérebro social”. As estruturas estão
interligadas através dos mecanismos de sinapses formando
cadeias associativas ou redes neurais (figura 1). O modo como
agimos socialmente depende do desenho e do funcionamento
destas redes.

Figura 1 - Sinapses.
Fonte: Imagem
Freepik.
6 Nesta trilha, vamos aprofundar nosso conhecimento a
respeito do cérebro social, embora longe de esgotar o
assunto em função da sua complexidade e constante
dinamismo. O objetivo é compreender o papel de diferentes
circuitarias e sua relação com o comportamento observável.
7
As estruturas
associadas ao
processamento de
informações sociais e
emocionais

Conforme visto nas trilhas anteriores, há diferentes modelos


que explicam a cognição social a partir de diferentes
processos. Logo, inferimos que estes diferentes processos
recrutam regiões, circuitarias diferentes. Antes de apresentar
as principais circuitarias, vamos olhar para cada uma das
estruturas individualmente (figura 2).

Figura 2 - Estruturas
que participam
do cérebro social.
Fonte: HAPPÉ &
FRITH (2014, p. 554).
8 Área Facial do Giro Fusiforme (também conhecido como
Giro Occipitotemporal): está associada ao reconhecimento
de identidade, de padrões característicos da face e corpo,
principalmente características estáticas. Possibilita que o
estímulo visualizado seja primariamente traduzido como
uma face, o que promoverá posterior especificidade no
processamento.

Amígdala: auxilia na decodificação da emoção percebida, o


reconhecimento de expressões faciais de emoções básicas.

Ínsula: auxilia na decodificação da emoção percebida, no


reconhecimento de expressões faciais de emoção e contágio
emocional.

Corpo estriado: aspectos motivacionais na interação e


tomada de decisão social.

Pólo temporal: representação de aspectos perceptuais e


semânticos. Nomeação de pessoas.

Junção têmporo-parietal: representação de aspectos


perceptuais e semânticos.

Sulco temporal superior e giro temporal superior:


processamento de conteúdo emocional, de aspectos
dinâmicos da face, tais como a direção do olhar. Também
participam de processos de integração multissensorial e
na representação de aspectos perceptuais e semânticos
juntamente com outras estruturas têmporo-parietais.

Cingulado anterior: sistema de monitoramento e alarme


emocional, detecta possíveis situações em que seja
necessário regular emoções para uma melhor adaptação
do organismo. Monitoramento de conflitos. Previsão e
monitoramento do ambiente. Correção da percepção e do
comportamento em casos de quebra de expectativa, erro ou
situações de risco ao indivíduo, como é o caso da dor.
9 Córtex pré-frontal dorsomedial: atribuição de estados
mentais (Teoria da Mente).

Córtex pré-frontal ventromedial/orbitofrontal: diminuição


de emoções negativas. Controle cognitivo em situações de
risco (avaliação). Identificação da valência de um estímulo
de acordo com contexto. Processos inibitórios. Emoções
secundárias e tomada de decisão social.

Além disso, outras estruturas não mencionadas pelas


autoras também podem ter sua contribuição nos processos
sociais e emocionais, como, por exemplo, o córtex pré-
frontal dorsolateral (CPFDL), que permite o direcionamento
atencional para as características mais relevantes da situação
emocionalmente eliciadora. O funcionamento do CPFDL
(figura 3) também está associado à sustentação do conteúdo
social e emocional na memória operacional e à alteração
do comportamento visando algum objetivo (planejamento e
controle inibitório).

Já o córtex pré-frontal ventrolateral direito (CPFVL)


contribui para diminuição da emoção negativa e maior
recrutamento de funções de controle, inibe um ciclo de
reavaliações acerca do conteúdo negativo (ruminação),
enfatizando reavaliações positivas (figura 3).

Figura 3 - Córtex
Pré-frontal
dorsolateral e
córtex pré-frontal
ventrolateral. Fonte:
HOWAT-RODRIGUES
(2016).
10 Essas estruturas não funcionam de forma isolada. Alguns
processos são paralelos, outros hierárquicos. Mas o
processamento adequado de informações sociais e
emocionais depende do desenvolvimento e estabelecimento
de sinapses entre essas diferentes regiões, formando
circuitos específicos (figura 4).

Figura 4 - Quatro
grandes circuitarias
do cérebro social.
Fonte: HAPPÉ &
FRITH (2014, p. 554).

Rede amigdalar: composta por conexões entre regiões


da amígdala e córtex pré-frontal ventromedial/orbitofrontal
envolvidas na detecção de perigo/ameaça, avaliação
emocional e regulação emocional.

Rede de mentalização: composta por regiões superiores


do lobo temporal e córtex pré-frontal medial, associadas à
atribuição de estados mentais.

Rede da empatia: composta pelas regiões da ínsula e


amígdala, envolvidas em detecção e respostas automáticas
diante das emoções do outro.

Rede de neurônios-espelhos: composta por regiões


parietais e pré-frontais, que contêm neurônios responsivos à
observação e execução de ações.
11 Comportamentos emocionais básicos ou primários são
subsidiados por circuitos neurais de regiões subcorticais,
tais como mesencéfalo, diencéfalo e gânglios da base
(PANKSEPP, 2011). Já as interações cortico-subcorticais
possibilitam a criação de uma riqueza especial para a vida
emocional humana (LIOTTI & PANKSEPP, 2004).

O processamento emocional primário constitui a base para


processos secundários, que envolvem aprendizagem e
memória, e processos terciários, que recrutam funções
cognitivas superiores. Os processos emocionais primários
Figura 5 - Circuitaria podem influenciar de forma significativa toda a vida mental,
da regulação tais como aprendizagem ou processos de tomada de
emocional - vmPFC/ decisões (OTTA, 2015).
mOFC – córtex pré-
frontal ventromedial
ou orbitofrontal;
Especificamente em relação à regulação emocional,
dmPFC – córtex pré- Ochsner, Silvers e Buhle (2012) descrevem um modelo
frontal dorsomadial; com participação de diferentes regiões, incluindo áreas
dACC – região intermediárias relacionadas à percepção e interpretação
dorsal do córtex emocional (caixas amarelas na figura 5) e áreas terciárias,
cingulado anterior;
de controle propriamente dito, associadas aos processos
Posterior PFC –
córtex pré-frontal autorregulatórios (caixas azuis na figura 5).
posterior; vlPFC –
córtex pré-frontal
ventrolateral; dlPFC
– córtex pré-frontal
dorsolateral; TP
– pólo temporal;
STG/MTG – Giro
temporal superior/
giro temporal
medial; TPJ – junção
temporoparietal.
Fonte: Adaptado de
OCHSNER; SILVERS;
BUHLE (2012, p. 31).

Os autores também inserem no modelo regiões primárias


associadas às respostas emocionais automáticas, conforme
ilustrado na figura 6.
12

Figura 6 - Estruturas
de processamento
automático das
emoções. Fonte:
Adaptado de
OCHSNER; SILVERS;
BUHLE (2012, p. 31).

+ Saiba mais sobre o tema em OCHSNER, K. N.; SILVERS,


J. A.; BUHLE, J. T. Functional imaging studies of emotion
regulation: a synthetic review and evolving model of the
cognitive control of emotion. Annals of the New York
Academy of Sciences, 1251(1), p. E1-E24, 2012.

No entanto, as circuitarias que participam do cérebro social


são estabelecidas a partir das conexões entre grupos de
neurônios das diferentes regiões. A comunicação entre os
neurônios ocorre por meio das sinapses. Estas, por sua vez,
dependem de substâncias que façam esta comunicação,
os chamados neurotransmissores. Diversos são os
neurotransmissores que participam do processamento
de informações sociais e emocionais. A seguir serão
apresentados alguns dos principais citados na literatura.

Principais neurotransmissores da cognição social

Serotonina: é produzida pela mãe durante o período


gestacional e influencia o desenvolvimento cerebral durante
13 o período de formação do embrião. Possui um papel também
no crescimento e amadurecimento do cérebro e não apenas
na sua formação. Sabe-se que há alta concentração de
serotonina no SNC em fases iniciais do desenvolvimento.
Receptores são serotoninérgicos espalhados por diversas
regiões cerebrais. Sua atuação está associada à percepção,
avaliação e resposta a estímulos ambientais (MECCA; DIAS;
BERBERIAN, 2016).

Dopamina: trata-se de um neurotransmissor associado


à regulação do comportamento frente à busca por
recompensas, por novidade, ou seja, pelo prazer
(BEAR; CONNORS; PARADISO, 2008). A dopamina é
conhecida “a molécula da motivação”. Alterações no
sistema dopaminérgico são observadas em indivíduos
que apresentam déficits de cognição social, tais como
pacientes com esquizofrenia. Este neurotransmissor é
um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento
e funcionamento adequado do córtex pré-frontal e suas
circuitarias. A literatura é bastante consistente a alterações
dopaminérgicas associadas a déficits de funções executivas
(KEBIR et al., 2009).

Vasopressina: associada ao comportamento sexual e


afiliativo. Possui um papel importante na consolidação e no
reconhecimento (processos de memória) social (MECCA;
DIAS; BERBERIAN, 2016).

Ocitocina: Reprodução e cuidado com a prole; formação de


pares e maternagem. Controle de comportamento agressivo.
Vinculação – apego.
14

Figura 7 -
Neurotransmissores
do cérebro social.
Fonte: Adaptado
de MECCA; DIAS;
BERBERIAN (2016).
15
A relação entre
funcionamento
cerebral e
comportamento social

De acordo com Rêgo et al. (2016), uma das principais


contribuições da neurociência ao estudo da cognição
social se deu na compreensão de teorias sobre sistemas
de processamento. Parte destas teorias postula que os
processos cognitivos, afetivos e comportamentais ocorrem
em dois níveis: um automático e um controlado.

Grande parte da atividade cerebral se baseia em


processamento automático, rápido e inconsciente. Os
processos automáticos nos permitem processar, organizar e
integrar uma grande quantidade de informações que chegam
através dos nossos sentidos. Também permitem a elaboração
de respostas rápidas e eficientes, de modo que possamos
garantir a nossa sobrevivência (RÊGO et al., 2016).

! No entanto, existem situações nas quais nossas respostas


automáticas não são suficientes ou mesmo adequadas.
Nestes casos, funções mais complexas, denominadas
de superiores, são recrutadas. Trata-se de recursos
mais elaborados diante da necessidade de respostas
mais adaptativas em situações de maior dificuldade ou
ambiguidade (KAHNEMAN, 2011). Os processos controlados
são recrutados diariamente quando precisamos parar,
analisar e pensar em uma resposta que seja socialmente
adequada.

Apesar de recrutar estruturas distintas, os processos


automáticos e controlados trabalham em conjunto. O
processamento controlado está associado ao funcionamento
16 do lobo frontal, principalmente da região pré-frontal. Esta,
por sua vez, possui conexões com outras regiões como, por
exemplo, aquelas associadas a processos emocionais e à
integração sensorial (TOGA, 2015).

A ideia do duplo processamento tem contribuído para a


discussão de fenômenos sociais, como, por exemplo, justiça
e regulação emocional. Achados demonstram como a
categorização social depende, em boa parte, de processos
automáticos e como estes impactam na nossa percepção e
em nosso comportamento (RÊGO et al., 2016). Autores como
Boksem e De Cremer (2010) mostraram que respondemos
de forma automática em situações consideradas injustas
na distribuição de um recurso (por exemplo: distribuição
de dinheiro ou alimento). Mas, se a distribuição injusta for
proposta por um amigo de confiança, há uma mudança de
processamento automático e nosso cérebro percebe amigos
como menos injustos (CAMPANHÃ et al., 2011).

Além dos estudos sobre injustiça social, há diversos outros


que explicam, por exemplo, reações emocionais automáticas
diante da dor de outra pessoa. Resultados de diversos
estudos mostram uma tendência a sentirmos dor e angústia
diante da dor do outro. E o mais interessante é que nossa
reação automática diante da dor do outro varia em função de
quem sente dor. Xu e colaboradores (2009) mostraram que a
reação é maior quando o outro pertence a nosso grupo racial.
Parte deste fenômeno pode ser explicado pela ressonância
afetiva, um dos componentes da empatia.

! Empatia é um fenômeno multidimensional que envolve a


capacidade de ressoar e compreender os estados afetivos
dos outros. Esta habilidade compreende uma série de
componentes cognitivos dissociáveis, mas relacionados.
Um desses componentes, emocional, envolve a capacidade
de compartilhar ou tornar-se afetivamente excitado/afetado
pelas emoções dos outros. Este é conhecido como contágio
emocional ou ressonância afetiva (DECETY & COWELL,
2014).
17 Um dado interessante é que a baixa ativação de estruturas
como amígdala, ínsula, região anterior do córtex cingulado
e giro frontal inferior, que estão associadas ao contágio
emocional, tende a estar associada a traços de psicopatia.
Casos em que há diminuição de uma resposta afetiva
+ Saiba mais em automática diante do estado emocional do outro (SEARA-
SEARA-CARDOSO, CARDOSO et al., 2016).
A. et al. Affective
resonance in
A ressonância afetiva nos indica que parte do processamento
response to
others’ emotional de informações que realizamos sobre estados de outras
faces varies with pessoas tem como base uma simulação automática destes
affective ratings estados em nós mesmos, como se nós estivéssemos em
and psychopathic certa medida passando pela mesma experiência (RÊGO et al.,
traits in amygdala
2016).
and anterior
insula. Social
+ Neuroscience, Você sabia que áreas que processam dor física também
11(2), p. 140-152, processam dor social? A dor social é uma resposta
2016. Disponível em: emocional e física frente às situações de rejeição,
<https://pubmed.
exclusão ou mesmo de perda de um ente querido. Tanto
ncbi.nlm.nih.
gov/25978492/>.
na dor física quando na dor social há ativação do córtex
Acesso em: 26 mar. cingulado anterior, da ínsula, do córtex pré-frontal ventral
2021. e da amígdala (EISENBERGER, 2012). Não é à toa que,
quando passamos por uma situação que elicia respostas de
emoções de dor social, dizemos que a dor parece física.

Um dos aspectos mais complexos da cognição social é a


tomada de decisão social. Diversos fatores sociais participam
do processo decisório, afetando o modo como percebemos
uma situação e, consequentemente, como decidimos por uma
via de ação (RÊGO et al., 2016). Para saber mais sobre como
tomamos decisão em contexto social, ouça o áudio blog da
trilha 4.
18
Síntese

A cognição social é:

Um campo que busca desvelar


como os indivíduos processam,
codificam, armazenam,
representam e acessam as
informações de natureza social
referentes a si mesmo e as
dos outros indivíduos para
regular, de forma adaptativa, seu
comportamento em sociedade.
(HAASE et al., 2009)

A literatura disponível até o momento nos permite fazer


algumas inferências sobre o processo de codificação,
armazenamento e recuperação de informações sociais e
emocionais:
1. em suma, sabemos que a cognição social se baseia em
um grande número de diferentes estruturas cerebrais e
suas conectividades. Além disso, esta função depende
muitas vezes de rede de uma forma rápida, eficiente, e
processamento interativo (assim, mesmo uma disfunção
leve em qualquer estrutura, difusa disfunção que não é
neuroanatomicamente específica, ou dano à substância
branca, podem resultar em prejuízo);
2. a natureza distribuída da cognição social torna-a
vulnerável a insultos, mas também deixa em aberto a
possibilidade de compensação e recuperação por meio
de componentes da rede (bem como por meio de outras
redes intactas);
3. a cognição social muitas vezes envolve um nível
profundo de abstração, inferência e pensamento
contrafactual (assim, qualquer compromisso nesses
processos resultará em comportamento social
19 prejudicado, muitas vezes de forma desproporcional).
Isso também torna social a cognição frequentemente
altamente dependente do contexto;
4. a cognição social requer sintonia prolongada
durante o desenvolvimento, dentro de um determinado
contexto social e cultural (e esta é talvez uma razão
pela qual o desenvolvimento de distúrbios costuma
apresentar prejuízos pronunciados e generalizados no
comportamento social e funcionamento);
5. a cognição social é altamente variável e comunitária
(assim, existem grandes diferenças, mesmo indivíduos
saudáveis e com funcionamento social comprometido
podem, em certa medida, ser compensados pelo
comportamento de outras pessoas em uma forma de
apoio meio ambiente).

+ Você pode encontrar uma revisão sobre o cérebro social


e suas alterações em: KENNEDY, D. P.; ADOLPHS, R. The
social brain in psychiatric and neurological disorders.
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20
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