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Reabilitação Neuropsicológica e

Terapia Cognitivo-Comportamental
Profa. Esp. Karina Araújo
Segundo a OMS (1980), “a reabilitação implica na recuperação dos pacientes ao
maior nível físico, psicológico e de adaptação social possível”
Reabilitar significa habilitar novamente. Cognitivo ou cognitiva se refere às
funções psicológicas que envolvem a cognição.
Sumário das aulas
A Neuropsicologia como uma ramificação da Psicologia (breve história).
Considerações neuroanatômicas
Funções cognitivas normalmente mais afetadas por lesões.
Funções executivas.
Neuropsicologia da Atenção, seus tipos e distúrbios.
Neuropsicologia da Linguagem, seus tipos e distúrbios.
Neuropsicologia da Percepção e das Habilidades visuo-espaciais e seus principais distúrbios.
Neuropsicologia da Memória, seus tipos e distúrbios.
Neuropsicologia e suas áreas: Avaliação Neuropsicológica e Reabilitação neuropsicológica.
Reabilitação Neuropsicológica e treino cognitivo
Neuroplasticidade
Reabilitação Neuropsicológica Integrativa
Técnicas de Reabilitação Neuropsicológica
Neuropsicologia

A neuropsicologia é um campo de pesquisa científico que se encontra dentro das Neurociências,


onde são estudadas as relações entre o cérebro, o comportamento e os processos mentais, tanto
em quadros de doenças como no desenvolvimento normal. Lezak et al. (2004) explicam a
neuropsicologia Clínica como a ciência dedicada a estudar a expressão comportamental das
disfunções cerebrais.
A neurociência tem concebido várias técnicas para investigar a função cognitiva e melhorar a
compreensão do funcionamento mental, tanto de indivíduos saudáveis, como de indivíduos
portadores de Transtornos Psiquiátricos.
Alexander Romanovich Luria, foi um famoso psicólogo russo especialista em
psicologia do desenvolvimento. Seu trabalho no Hospital do Exército durante a
Segunda Guerra Mundial (1939-1945), liderando uma equipe de pesquisa com o
objetivo de investigar a avaliação das funções cognitivas associadas às áreas com lesões
no cérebro, o fez ser considerado o grande precursor da neuropsicologia.
Em 1966, Luria desenvolveu métodos para avaliar e analisar o comportamento, técnicas
orientadas pela sua visão das funções corticais superiores, propondo assim um modelo
teórico que conduz o trabalho neuropsicológico. Luria foi o primeiro a desenvolver uma
bateria completa para o exame neuropsicológico, diversos testes psicométricos foram
propostos a partir de suas concepções neuropsicológicas.
Para McCarthy & Warrington (1990) apud Malloy-Diniz et al. (2010), a
neuropsicologia Cognitiva é uma área interdisciplinar que absorve
informações da Neurologia e da Psicologia Cognitiva, e estuda a organização
cerebral das habilidades cognitivas. Segundo essas autoras o termo “função
cognitiva” significa a integração das capacidades de percepção, de ação, de
linguagem, de memória e de pensamento.

Como pode ser observado, a fundamentação científica da neuropsicologia decorre de várias


décadas de estudos e investigações. Inicialmente, seus estudos estavam inclinados para as
consequências comportamentais e cognitivas decorrentes de lesões cerebrais. Atualmente, seus
estudos englobam investigações das funções cognitivas associadas à elaboração de testes cada
vez mais sensíveis e adequados para verificar o funcionamento em padrões normais e
patológicos desses domínios, podendo ser correlacionada a exames complementares, como
tomografia computadorizada e a ressonância magnética, apresentando um grande avanço para
o processo diagnóstico e tratamento de inúmeras patologias.
A neuropsicologia é reconhecida como uma especialidade em Psicologia desde 2004 pelo
Conselho Federal de Psicologia. A resolução 002/2004 (CFP, 2004) propõe que a atuação do
neuropsicólogo deve ser baseada no acompanhamento, no tratamento e na pesquisa da
cognição, das emoções, da personalidade e do comportamento, focando na relação entre estes
aspectos e o funcionamento cerebral. A resolução ainda dispõe que:
O objetivo teórico da neuropsicologia e da reabilitação Neuropsicológica é ampliar os modelos já
conhecidos e criar novas hipóteses sobre as interações cérebro-comportamentais. Trabalha com indivíduos
portadores ou não de transtornos e seqüelas que envolvem o cérebro e a cognição, utilizando modelos de
pesquisa clínica e experimental, tanto no âmbito do funcionamento normal ou patológico da cognição,
como também estudando-a em interação com outras áreas das neurociências, da medicina e da saúde (CFP,
Art. 3º, p. 2).
Hemisfério Esquerdo e Direito

A diferença morfológica e estrutural é insignificante, no entanto a diferença


funcional é importante!

Hemisfério Hemisfério
Esquerdo Direito
Centro da LGG verbal Reconhecimento de Lugares
e rostos

Compreensão não-verbal e
Aprendizado Lógico das intuitiva
estruturas verbais
Senso de direção, orientação
espacial e Percepção
Processamento e organização
da sintaxe e fonologia
LGG automática

Construção do Raciocínio
Gnosias e Praxias não
verbais
Córtex Cerebral e suas subdivisões

O córtex cerebral é dividido por lobos e cada um possui funções cognitivas específicas.
Tais habilidades se organizam como sistemas funcionais complexos, ou rede de conexões.
O córtex cerebral modula processos cognitivos complexos, como raciocínio, linguagem,
memória, percepção, habilidades motoras e comportamento.
Por processos cognitivos podemos compreender então um conjunto de funções mentais que
torna o homem capaz de processar as informações, interagir com o meio e gerenciar sua própria
vida.
Fonte: Neuropsicologia - 2ed: Teoria e Prática
Lobo Frontal:

Controla e modula o nosso comportamento.


Área responsável por nossa tomada de decisão, iniciativa, planejamento e execução de tarefas, sejam
estas cognitivas, emocionais ou motoras.
Responsável também pela modulação da atenção (córtex pré-frontal).
Subdivisão do lobo frontal e suas especificidades:

Córtex pré-frontal:
Planejamento e análise das consequências de ações futuras, estando
relacionado com comportamento.

Córtex pré-central (córtex


motor primário): Mediar movimentos e está relacionado com movimentos voluntários.

Córtex pré-motor:
Está relacionado com a integração dos atos e sequência de ações /
habilidades motoras aprendidas.
Alterações relacionadas ao lobo frontal:

Rigidez no comportamento social;


Euforia;
Desinibição;
Apatia;
Inquietude;
Perda do juízo crítico;
Perda de censura, colocações inapropriadas;
Agressividade;
Hiperssexualidade;
Hiperoralidade (levar objetos à boca);
Impulsividade;
Perseveração;
Perda da iniciativa do ato motor, ou dificuldade em coordenar os
movimentos;
Lentificação;
Lobo Temporal:

Áreas importantes associadas à linguagem e memória.


Através das redes de conexão com outros lobos, desempenha importante papel quanto a compreensão,
fala, leitura e escrita.
Lesões nesta região podem causar distúrbios de memória, afasia (distúrbios quanto a compreensão da
fala) e prejuízos quanto a aprendizagem.
Lobo Parietal:

Refere-se a área sensorial primária. Responsável pela identificação e discriminação de estímulos visuais e
táteis, noção de lateralidade, orientação e habilidade visuo-espacial.
O lobo parietal desempenha papel fundamental também quanto à leitura e cálculo (raciocínio
matemático).
Lesões parietais podem causar agnosia (incapacidade de identificar objetos, cores ou pessoas),
negligência ou heminegligência espacial, dislexia, disgrafia, discalculia e apraxia (incapacidade de
executar gestos ou atos motores, como trocar de vestuário).
Lobo Occipital:
Refere-se ao córtex visual. Serve como via de acesso aos estímulos visuais, possibilitando-nos de
realmente enxergar os objetos, pessoas e movimentos.
Lesões nesta região podem causar a chamada cegueira cortical, ou seja, impossibilidade de ver total ou
parcialmente os estímulos visuais, sem que haja lesão no aparelho ocular.
As funções cognitivas as quais podemos identificar fortemente mais
afetadas por lesões

Memória de trabalho
Memória visual
Memória verbal
Aprendizagem
Cognição social
Atenção sustentada
Funções executivas
Funções cognitivas

Motivação, consciência de si próprio e do meio

Planejamento e sequência de respostas

Memória
Atenção
Linguagem
Personalidade
Funções Executivas

As funções executivas são fundamentais à medida que o indivíduo amadurece e passa a ser
demandada uma capacidade de autonomia para tomar decisões e resolver problemas. Elas
capacitam o indivíduo para o desempenho de suas ações do dia a dia de forma independente,
auto organizada e orientada para metas. Desta forma, diversas pesquisas têm contribuído para
prover evidências de validade de diversos instrumentos que avaliam as funções executivas.
A região frontal do cérebro é uma das regiões mais desenvolvidas no ser humano, nela se
encontram o córtex pré-frontal, córtex-central (cortéx motor primário) e córtex pré-motor, esta
região é responsável pelas funções executivas, Malloy-Diniz et al. (2008) definem as funções
executivas como:
[...] conjunto de processos cognitivos que, de forma integrada, permitem ao indivíduo direcionar
comportamentos a metas, avaliar eficiência e a adequação desses comportamentos, abandonar
estratégias ineficazes em prol de outras mais eficientes e, desse modo, resolver problemas
imediatos, de médio e de longo prazo (p.94).
Sendo assim, as funções executivas são funções mentais específicas e altamente sofisticadas que
incluem comportamentos complexos direcionados para metas, como:
Controle inibitório: Capacidade de controlar ou impedir comportamentos inadequados;
Autoconhecimento: Consciência e compreensão de si próprio e do seu comportamento;
Gerenciamento do tempo: Funções mentais que permitem ordenar eventos em sequência
cronológica, alocando períodos de tempo para eventos e atividades;
Pensamento abstrato: Capacidade de criar ideias gerais, qualidades ou características fora da, ou
diferente de, realidades concretas, objetos específicos ou situações reais;
Planejamento e Execução de tarefas: Podem ser cognitivas, emocionais e motoras, permitindo
coordenar partes em um todo, estando envolvida no desenvolvimento de um método de procedimento
ou ação;
Flexibilidade cognitiva: Permite mudar estratégias, alterar cenários mentais, especialmente as
envolvidas na solução de problemas;
Julgamento: Funções mentais envolvidas na discriminação entre e avaliação de diferentes opções,
como aquelas envolvidas na formação de uma opinião;
Resolução de problemas e Tomada de decisão. Funções mentais de identificação, análise e
integração de informações incongruentes ou conflitantes em uma solução.
Neuropsicologia da Atenção, seus tipos e distúrbios

A atenção é um mecanismo cognitivo que envolve concentração, esforço mental, manutenção do


estado de observação ou alerta e capacidade de focalizar, ignorar estímulos distratores ou
irrelevantes e alterar o alvo da atenção quando necessário. Seus subcomponentes são :

Focalizada: capacidade de direcionar o foco atencional para um determinado estímulo ou grupo de estímulos
simultaneamente.

Sustentada ou Vigilância: capacidade de manter o foco atencional em uma determinada atividade por um tempo
longo com o mesmo padrão de consistência, compreende a quantidade de tempo na qual o indivíduo conseguirá
sustentar o foco, como também a consistência de resposta durante este intervalo.

Seletiva: capacidade de focalizar um estímulo específico em detrimento de estímulos distratores. Desta forma, se
faz importante por selecionar apenas estímulos relevantes em meio a tudo que nos é apresentado nos campos
visual e auditivo.

Alternada: capacidade de alternar o foco atencional, voluntariamente, entre um estímulo ou conjunto de


estímulos e outro.
Exemplo de distúrbio da Atenção -> Síndrome da negligência espacial.
Distúrbio ocasionado por lesões parietais, onde uma parte do campo visual, ou mesmo do próprio
corpo, é ignorada.
Em geral, a parte negligenciada é contralesionada.
Vídeo sobre a Síndrome da Negligência Espacial:
https://www.youtube.com/watch?v=R0Jfy5vyXoo
Exemplos de Testes neuropsicológicos para avaliar a
atenção:
Neuropsicologia da Linguagem, seus tipos e distúrbios

Pode ser definida como a capacidade que a espécie humana tem de se comunicar por meio de um código
simbólico adquirido, que permite transmitir seus pensamentos, ideias, emoções e etc.

A teoria sobre a base biológica da linguagem admite a existência de um substrato neuroanatômico, no cérebro,
para o sistema da linguagem, portanto todos os indivíduos nascem com predisposição para a aquisição da fala.
É importante utilizar testes específicos de avaliação de linguagem, que incluem compreensão, nomeação,
fluência verbal, leitura e escrita.

Exemplo de distúrbio da Linguagem -> Afasia


Distúrbio que compromete o uso da Linguagem. Envolve 2 componentes importantes: Um emissor e um
receptor.
Funções do Emissor →
o Escolha de palavras adequadas para se expressar (acervo de vocabulário), fluência verbal.
o Produção de palavras (pronunciar corretamente as palavras) no discurso oral envolve a articulação da
fala e na narrativa escrita organização em relação à ortografia, organização textual.
o O emissor é responsável pela expressão da linguagem.
o Área Encefálica envolvida: Área de Broca.
o Nos casos de lesão nesta área observa-se um distúrbio denominado Afasia de Broca ou de
Expressão ou Expressiva: Prejuízos na expressão da fala, causando diminuição da fluência verbal.
Tende a falar pouco e em casos graves pode evoluir para o mutismo. O discurso fica comprometido
apenas na sua expressão, e o nível de compreensão fica preservada (o indivíduo não consegue falar
direito mas entende o que lhe é dito). O vocabulário tende a ser restrito e esteriotipado.
Funções do Receptor →
o Decodificar as palavras (auditivamente e visualmente).
o Entender o significado das mesmas.
o Compreender o discurso a ele dirigido.
o Área encefálica envolvida: Área de Wernicke.
o Nos casos de lesão nesta região observa-se a Afasia de Wernicke ou de Compreensão ou
Receptiva: Compromete a compreensão da linguagem (interpretação da fala). O discurso é fluente
mas a compreensão é pobre, o que causa transtornos no processo de comunicação.
Afasia mista

o Distúrbio significativo dos processos de compreensão e expressão da linguagem. A compreensão,


assim como a produção da fala, são imperfeitas ou ausentes.
Exemplos de Testes neuropsicológicos para avaliar a
linguagem:

NEUPSILIN
(Instrumento de Avaliação Neuropsicológica Breve)
6. LINGUAGEM - Linguagem oral
A) Nomeação Vou lhe mostrar dois objetos e pedir para que me diga o nome
deles.
Após a leitura da instrução a seguir, mostrar a primeira figura e perguntar o
que é. Depois, mostrar a segunda figura e perguntar novamente.
Vou lhe mostrar duas figuras e pedir para que me diga o que é.
Após a leitura da instrução:
O que é isso? (mostrando a figura da escada) O que é isso? (mostrando
a figura da cama)
B) Repetição Ler para o indivíduo:
Vou lhe dizer algumas palavras para você repetir. Você deverá sempre repetir
como escutá-las.
Neuropsicolgia da Percepção e das Habilidades visuo-espaciais e seus
principais distúrbios

Percepção é a tomada de consciência sensorial de acontecimentos exteriores que originam sensações diversas. Atendo-
se á essa definição, os tipos de percepção podem ser: visuais, olfativas, auditivas, táteis e cinestésicas.
A informação é captada pelos órgãos dos sentidos, transmitida até as áreas primárias do córtex cerebral e dirige-se para
as áreas secundárias, nas quais se transforma em percepção e ganha significado.
Incluído no processo perceptivo encontramos as gnosias. Estas constituem uma percepção mais elaborada e um
processo mais complexo que envolve, além da detecção, da discriminação e da identificação, o reconhecimento. Este
último processo necessita da integração de esquemas adquiridos em experiências anteriores.
Considerando percepção e gnosia como etapas de elaboração de um mesmo processo, podemos dizer que na primeira
etapa se identificam as características dos objetos, do espaço, e na segunda etapa se chega à conceitualização, ao
verdadeiro conhecimento e reconhecimento.
Exemplo de distúrbio da Percepção e das Habilidades visuo-espaciais -> Agnosia

Refere-se a perda da capacidade de reconhecer estímulos nas modalidades sensoriais, visuais e auditivas.
Compromete a capacidade de identificar o mundo exterior por intermédio dos órgãos sensoriais, através de
recordações adquiridas anteriormente.
Tipos de Agnosia:
1 - Agnosia Visual : Condições de lesões em áreas visuais associativas que deixem preservadas a percepção do
estímulo luminoso, mas comprometeu a analise posterior, impedindo o reconhecimento. Incapacidade de
reconhecer com a visão.
2 - Agnosia Auditiva – Incapacidade de reconhecer pela audição. São classificadas de acordo com o nível do
déficit do tratamento de informações auditivas e também de acordo com o registro de sons, cujo reconhecimento é
alterado.

3 - Agnosia Tátil - Incapacidade de reconhecer objetos pelo tato, sem ajuda de outro canal sensorial.

Vídeos sobre prosopagnosia


https://www.youtube.com/watch?v=vwCrxomPbtY
https://www.youtube.com/watch?v=xzdwTvQeH8g
Agnosia para objetos: Incapacidade de reconhecer objetos quando estes são apresentados
visualmente, ainda que o reconhecimento de tal objeto esteja preservado, quando este é solicitado
através de outros canais sensoriais.

Agnosia para cores: Tais distúrbios não se limitam ao campo perceptivo podendo envolver o
reconhecimento verbal e conceitual da cor.

Prosopagnosia: Prejuízo no reconhecimento de uma face reconhecida.

Alexia: Incapacidade de leitura.


Exemplos de Testes neuropsicológicos para avaliar a Percepção e as
Habilidades visuo-espaciais

Cubos Armar Objetos Raven Matrizes Progressivas


Coloridas
7- Cubos 9- Armar objetos
• Capacidade de organização e processamento • Organização perceptual; • Eficiência intelectual;
visuo-espacial; • Integração perceptiva • Raciocínio e abstração;
• Resolução de problemas não-verbais; • Praxia construtiva.
• Criação de estratégias; • Organização perceptual;
• Inteligência não-verbal; • Inteligência não-verbal.
• Velocidade psicomotora. • Comando: “Se estas peças forem unidas
corretamente vão formar uma maçã. Veja
• Comando: “Esses cubos são iguais. Unidos eles como eu faço.”
podem formar desenhos como este aqui. Agora vou pedir que você monte alguns
Observe...Agora tente fazer o mesmo.” quebra-cabeças.”
Hora de praticar !
OBRI GADA!
Contato

Karina S. M. L. P. de Araújo
Psicóloga Clínica - CRP O5/47696
+55(21) 2548-0472 e +55(21) 98228-4933
E-mail: karinasmlpa@gmail.com
Site: http://www.flumignano.com/medicos

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