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PSICOLOGIA COGNITIVA

TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL

&

PROCESSO DE APRENDIZAGEM
O interesse em descobrir sobre o cérebro e a mente humana refletem
na explosão da pesquisa científica no campo da psicologia cognitiva e
da neurociência cognitiva.

Nessa área, reconhece-se que os processos


cognitivos desempenham um papel importante
no desenvolvimento e no sucesso do
tratamento dos transtornos mentais.
Existem quatro abordagens da cognição humana

1. Psicologia cognitiva: envolve a tentativa de compreender a cognição


humana por meio do uso de evidências comportamentais.
2. Neuropsicologia cognitiva: envolve o estudo de pacientes com lesão
cerebral para compreender a cognição humana normal.
3. Neurociência cognitiva: envolve a utilização de evidências provenientes
do comportamento e do cérebro para compreender a cognição humana.
4. Ciência cognitiva computacional: envolve o desenvolvimento de modelos
computacionais para aprofundar conhecimento sobre a cognição humana
O que é psicologia cognitiva?

Com o objetivo de
Pode ser utilizado de forma
compreender a cognição
mais abrangente para incluir
humana por meio da
atividade e estrutura cerebral
observação do comportamento
como informações relevantes
das pessoas enquanto
para a compreensão da
executam várias tarefas
cognição humana.
cognitivas.
• Ulric Neisser afirmou ser a psicologia cognitiva
e não a humanista a terceira força da
psicologia.
• Em 1967, Ulric Neisser, publicou a
obra Cognitive psychology (Psicologia
Cognitiva)
• A obra tornou-se extremamente conhecida, e
Neisser sentia-se constrangido por ser
identificado como o “pai” da psicologia
cognitiva.
• Ulric Neisser definia a cognição como os processos pelos quais “a
informação sensorial recebida é transformada, reduzida, elaborada,
armazenada, recuperada e usada (…) cognição está envolvida em
tudo que o ser humano é capaz de realizar” (Neisser, 1967,p.4).
Psicologia Cognitiva

Se concentra no estudo dos processos mentais superiores, incluindo


pensamento, linguagem, memória, resolução de problemas,
conhecimento, raciocínio, julgamento e tomada de decisão.

O domínio da psicologia cognitiva é amplo.

(Feldman, 2015)
Psicologia Cognitiva X Neurociência Cognitiva

Abordagem que tem por objetivo Abordagem que tem por objetivo
compreender a cognição humana compreender a cognição humana
por meio do estudo do por meio da combinação de
comportamento; uma definição informações sobre o
mais ampla também inclui o
comportamento e o cérebro.
estudo da atividade e da estrutura
cerebral.
Os neurocientistas cognitivos exploram a
cognição humana de várias maneiras:

1. As técnicas de imagem cerebral, entre as quais, a


imagem por ressonância magnética funcional é
provavelmente a mais conhecida.
2. Técnicas eletrofisiológicas envolvendo o registro de sinais
elétricos gerados pelo cérebro.
3. Os efeitos da lesão cerebral na cognição humana, que
podem nos informar sobre o funcionamento cognitivo
normal e as áreas cerebrais responsáveis por vários
processos cognitivos.
Contribuições
da
Neuropsicologia
de Luria
Biografia de Luria

• Alexander Romanovich Luria (1902 -1977)


• Neuropsicólogo Soviético
• Especialista em Psicologia do desenvolvimento
• Um dos fundadores de psicologia cultural histórica (estudo das noções de
causalidade e pensamento lógico baseado no SNC)
• Discutia com os alunos as origens do pensamento humano e a relação en
tre cérebro e mente.
• Consideramos a neuropsicologia como a ciência que
tem por objeto o estudo das relações entre as funções
do sistema nervoso e o comportamento humano.

• Através dela podemos compreender os processos


mnemônicos, perceptivos, de aprendizado e de
solução de problemas, dentre outras atividades
cognitivas.

• Segundo ele, a investigação neuropsicológica permite


conhecer a estrutura interna dos processos
psicológicos e da conexão interna que os une.
Luria (1973) estabelece as relações entre as funções psicológicas e
o funcionamento cerebral considerando o cérebro como um sistema
interrelacionado a partir de três unidades funcionais:

1. Unidade para regular o tono, a vigília e os estados mentais


2. Unidade para receber, analisar e armazenar informações
3. Unidade para programar, regular e verificar a atividade
Estudos neurológicos sugerem que algumas
funções cognitivas possam estar prejudicadas
nos quadros de dificuldades de aprendizagem,
tais como a atenção, memória de trabalho,
flexibilidade cognitiva
As funções executivas são um conjunto de
habilidades cognitivas relacionadas à capacidade do
Funções executivas indivíduo de planejar, executar e monitorar de
forma flexível comportamentos objetivos (LEZAK et.
al. 2012).

• Estão relacionadas às habilidades necessárias para:


1. planejar,
2. iniciar,
3. realizar e
4. monitorar comportamentos intencionais.
Relacionados a uma demanda
ambiental ou a um objetivo, de modo
a interagir com o mundo de forma
mais adaptativa.
Funções Permitem ao indivíduo:

executivas 1. emitir comportamentos em direção a


metas,

2. estar motivado para iniciar o dia, a


planejar-se com antecedência,

3. frear comportamentos inadequados,

4. lidar bem com os estresses da vida


diária,

5. a aprender com os erros


Funções executivas (Processos)

As funções executivas envolvem diferentes processamentos cognitivos:

• atenção seletiva,
• integração e manipulação de informações relevantes,
• controle de impulsos,
• intenção,
• flexibilidade cognitiva e comportamental, Que vão permitir ao sujeito
• monitoramento das atitudes, iniciar, planejar, sequenciar e
• memória de trabalho monitorar seus
comportamentos e
cognições.
• A aproximação entre ciência
cognitiva e neuropsicologia
colaborou também para o
desenvolvimento de teorias e
modelos neuropsicológicos,
além de métodos de avaliação,
ao sistematizar o
funcionamento mental em
funções ou processos.
Terapia Cognitivo Comportamental
• Na década de 1960, Aaron T. Beck, assistente de psiquiatria na University of
Pennsylvania, deu início a uma revolução no campo da saúde mental.
• Era psicanalista com formação completa e atuante. Acreditava que, para
que a psicanálise fosse aceita pela comunidade médica, suas teorias
precisariam ter demonstração de validação empírica.
• Final da década de 1960 e início dos anos de 1970, dedicou-se a
experimentos que, esperava ele que comprovassem perfeitamente essa
validação.

Ao invés disso, aconteceu o contrário. Os resultados levaram-no


à busca de outras explicações para a depressão.
Identificou cognições negativas e distorcidas (principalmente
pensamentos e crenças) como característica primária da
depressão e desenvolveu um tratamento de curta duração, no
qual um dos objetivos principais era o teste de realidade do
pensamento depressivo do paciente.
• Denominou originalmente “terapia cognitiva”.
• O termo “terapia cognitiva” hoje é usado por muitos da nossa área
como sinônimo de “terapia cognitivo-comporta-mental”,
• Para o tratamento da depressão, Beck concebeu uma psicoterapia
estruturada, de curta duração, voltada para o presente, direcionada
para a solução de problemas atuais e a modificação de pensamentos
e comportamentos disfuncionais (inadequados e/ou inúteis)
terapia
racional-emotiva
comportamental
modificação terapia
cognitivo- comportamental
comportamental dialética (DBT)

Existem muitas terapia de


ativação
comportamental formas de solução de
problemas
terapia
cognitivo-
sistema de comportamental terapia de
psicoterapia de
aceitação e
análise cognitivo-
compromisso
comportamental

terapia de
terapia de
processamento
exposição
cognitivo
Os princípios básicos da terapia cognitivo-
comportamental:
1. A terapia cognitivo-comportamental está baseada em uma formulação em
desenvolvimento contínuo dos problemas dos pacientes e em uma conceituação
individual de cada paciente em termos cognitivos.

2. A terapia cognitivo-comportamental requer uma aliança terapêutica sólida.

3. A terapia cognitivo-comportamental enfatiza a colaboração e a participação ativa.

4. A terapia cognitivo-comportamental é orientada para os objetivos e focada nos


problemas.

5. A terapia cognitivo-comportamental enfatiza inicialmente o presente.


Os princípios básicos da terapia cognitivo-
comportamental:
6. A terapia cognitivo-comportamental é educativa, tem como objetivo ensinar o paciente a ser
seu próprio terapeuta e enfatiza a prevenção de recaída.

7. A terapia cognitivo-comportamental visa ser limitada no tempo.

8. As sessões de terapia cognitivo-comportamental são estruturadas.

9. A terapia cognitivo-comportamental ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder aos


seus pensamentos e crenças disfuncionais.

10. A terapia cognitivo-comportamental usa uma variedade de técnicas para mudar o pensamento,
o humor e o comportamento.
Material de
trabalho dos
alunos
• Aracnofobia – fobia de aranha;
• Amaxofobia – fobia de dirigir;
• Catsaridafobia – fobia de barata;
• Claustrofobia – fobia a lugar fechado;
Fobias • Talassofobia – medo do mar e criaturas
marinhas.
• Síndrome do Pânico
• Coulrofobia – medo de palhaço
• Quando temos medo, o individuo tem como inclinação evitar ou
diminuir o contato a estímulos específicos.
• O manual diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5)
afirma que um transtorno de ansiedade no qual a pessoa desenvolve
ansiedade ou medo de maneira acentuada em relação a uma situação
ou objeto especifico é denominado de Fobia Especifica.
• São transtornos de ansiedade mais prevalentes.
• Uma pessoa é diagnosticada com claustrofobia, quando a ansiedade
provoca sentimento significativo ou traz prejuízos para a sua vida.

• Segundo DSM-5, as fobias especificas estão englobadas na categoria


dos transtornos de ansiedade. Os sujeitos apresentam apreensão,
ansiedade ou esquiva de objetos ou situações relacionadas ao
problema.
• Dificuldade em respirar • Respiração ofegante
Sintomas • Sudorese • Tremores
(fisiológicos, • Taquicardia • Tontura
mentais) • Coração acelerado • Náuseas
• Sensação de pânico • Boca seca
• Ansiedade • Dor no peito
• Sensação de desmaio • Tensão muscular
• Desconforto abdominal • Sensação de morte
eminente
Consequências
• Negativas na qualidade de vida
• Isolamento social
• Depressão
• Abuso de substancias psicoativas.
• Suicídio.
Tratamento
• Exposição (desenho, foto, ao vivo).
• Terapias Expositivas, por entender que os comportametos são aprendidos.
Ex. Dessensibilização Sistemática – é composta por um conjunto de
técnicas de exposição ao que ocasionou o trauma.
• Hipnose – é uma técnica.
• Contracondicionamento
• Farmacos
• Tecnica de respiração diafragmática
• Exposição em realidade virtual
• Oficinas Terapeuticas
• Psicoeducação (corrigindo interpretações distorcidas)
Dessensibilização Sistemática/
gradual

• É uma técnica baseada na extinção respondente, que


consiste na extinção de um reflexo condicionado, por meio
da exposição gradativa do individuo ao estimulo aversivo
eliciando respostas de menos magnitude até o estimulo
condicionado original.

(Moreira e Medeiros, 2007)


Dessensibilização Sistemática/ gradual

• É uma técnica usada no tratamento de fobias especificas baseadas no


conceito de extinção, onde após apresentações sucessivas de
estímulos condicionado sem a presença do incondicionado resultaria
na gradativa diminuição da resposta e seu eventual desaparecimento.

(Wolpe, 1958)
Dessensibilização Sistemática
• Envolve três etapas:
1. Treinamento do cliente ao relaxamento físico
2. Estabelecimento de hierarquia de ansiedade em relação ao
estimulo fóbico.
3. Contra condicionamento do relaxamento como uma resposta ao
estimulo fóbico, iniciando em níveis baixos até o mais alto da
hierarquia; (ver foto, tocar pelúcia, ver no vidro...)
• A terapia comportamental conclui que uma exposição prolongada e
controlada, sem consequências físicas, ao que ocasiona fobia pode
diminuir de maneira gradativa os sintomas fóbicos sentidos pelo
individuo.
Hipnose
• Uma técnica
• Atua em níveis cognitivos
• Usada de forma complementar (controle da dor,
tratamento de transtornos, mudanças de hábitos, melhorar
o funcionamento psicológico, como autoconfiança.

• Acessa os pensamentos, as crenças e as lembranças,


permitindo que que o paciente reestruture ideias
“Ao utilizar técnicas cognitivas, o
terapeuta procura auxiliar o
paciente a identificar e modificar
suas percepções disfuncionais a
respeito do estímulo fóbico, uma vez
que elas acabam por manter a
reação evitativa”

(Andretta et. al., 2011)


Bibliografia
• Beck, Judith S. Terapia Cognitivo-Comportamental. Disponível em: Minha
Biblioteca, (2nd edição). Grupo A, 2013.
• DA SILVA BARBOSA, Jéssica; JARDIM, Mariana Lannes; DOS SANTOS,
Mariana Fernandes Ramos. Neuropsicologia da atenção: da avaliação à
estimulação. Revista Transformar, v. 14, n. 2, p. 258-271, 2021.
• de Sá, A. L., do Carmo Narciso, A. L., & Fumiã, H. F. (2020). Neurociência
Cognitiva e Educação: análise sobre a prevalência de neuromitos entre
os docentes de Matemática e das demais áreas do conhecimento
atuantes na SRE de Carangola-MG. Educação, 45, 1-25.
• Eifler Saraiva, Caroline Andréia, & de Lima Argimon, Irani I.. (2007).
Ciência da computação e ciência cognitiva: um paralelo de semelhanças.
Ciências & Cognição, 12, 150-155.
• Eysenck, Michael, W. e Mark T. Keane. Manual de Psicologia Cognitiva.
Disponível em: Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, 2017.
• Feldman, Robert S. Introdução à Psicologia. Disponível em: Minha
Biblioteca, (10th edição). Grupo A, 2015. (Capitulo 3).
• MORETTI, Lúcia Helena Tiosso; MARTINS, João Batista. Contribuições da
neuropsicologia para a psicologia clínica e a educação. Psicologia Escolar
e Educacional, v. 1, p. 67-70, 1997.

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