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Psicologia cognitiva:

Kênia Antônia Santana


Psicologia Cognitiva
• A psicologia cognitiva surgiu formalmente
entre 1950 e 1970, na tentativa de investigar
os processos mentais subjacentes ao
comportamento humano (Anderson, 2004).
• A Segunda Guerra Mundial, o computador e a
lingüística foram as três principais influências
para o desenvolvimento posterior desse
campo de pesquisa;
Psicologia Cognitiva
• A psicologia cognitiva é atualmente uma das linhas
terapêuticas mais influentes e efetivas no que se
refere ao tratamento de transtornos mentais.
• Ainda que o termo “cognitivo” seja pouco usual na
linguagem coloquial, no mundo das ciências do
comportamento é um termo usado com grande
frequência.
• “Cognitivo” é um termo usado como sinônimo de
conhecimento ou de pensamento.
A Psicologia Cognitiva
• Todos os seres humanos são dotados de
cognição, isso é, são capazes de gerar
pensamentos ou representações mentais das
coisas que conhecemos, do que ocorre ao
nosso redor. O mesmo não ocorre, porém, em
relação a coisas que não conhecemos ou não
sabemos que existem.
A Psicologia Cognitiva
• A psicologia cognitiva, portanto, dedica-se ao estudo
do comportamento humano a partir de aspectos
que não são diretamente observáveis.
• Não são observáveis pois são aspectos mentais que
mediam a relação entre um estímulo e uma resposta.
“...a psicologia cognitiva se encarrega de conhecer
quais idéias afloram na mente do paciente e como
essas idéias influenciam as respostas emocionais e os
comportamentos que ele tem. É como ele se sente e
o que faz a respeito disso.
Psicologia Cognitiva
• Hoje em dia usamos com frequência a terapia
cognitiva para resolver uma multiplicidade de
problemas psicológicos.
• Isso chegou a esse ponto atualmente porque
foi possível observar como a cognição e o
pensamento influenciam, e até mesmo
determinam em muitos casos, o
comportamento do paciente.
Psicologia Cognitiva
• O tratamento a partir dessa perspectiva é centrado
na identificação do pensamentos, crenças e esquemas
mentais que não correspondem à realidade à volta do
paciente.

• Ou seja, pensamentos exagerados para tentar questioná-los


mediante um debate consistente a partir de perguntas que
coloquem em dúvida os pensamentos.
Uma vez que a pessoa ou o paciente seja capaz de identificar e
questionar suas próprias crenças, estará então preparado para
reformulá-las e criar novas crenças mais ajustadas à realidade.
A psicologia cognitiva
• Nos anos 50 o paradigma dominante era da psicologia
comportamental ou behaviorista.
• Ainda que esta tenha tido sucesso em explicar muitos
dos fenômenos psicológicos, era também bastante
reducionista já que se preocupava em explicar apenas o
observável.
• Tudo aquilo que estava entre os estímulos e as respostas
era chamado de “a caixa preta behaviorista”.
• Era considerado ou irrelevante para o estudo do
comportamento observável ou até mesmo algo
metafísico.
Psicologia Cognitiva
• Quanto a teoria em voga chegou a um beco
sem saída, foi observado que os fenômenos
que ocorriam em nossa mente eram
importantes. Acontecia algo durante o tempo
que se passava entre o estímulo recebido e a
resposta que este gerava.
• Foi aí que os cientistas começaram a estudar
os processos de racionalidade, linguagem,
memória, inteligência, imaginação…
Psicologia Cognitiva
• Em linhas gerais, existem algumas perspectivas
científicas que deram origem ao surgimento da
psicologia cognitiva, são elas:
• Os aprimoramentos na informática e na computação
(Turing, Von Neumann) que permitiram a criação de
máquinas e programações capazes de tomar decisões,
criando paralelos de como a mente humana processa
informações.
• Os avanços na cibernética, como de Wiener.
• As teorias da informação com Shannon, que concebia a
informação como uma eleição e redução de alternativas.
Representantes Desta Abordagem?

• Como explicamos anteriormente, a psicologia


cognitiva surgiu a partir das limitações do
behaviorismo.
• Este era capaz de explicar, por exemplo, por que
existem pessoas que respondem de modos
diferentes entre si, mesmo que tenham passado pelo
mesmo condicionamento, as mesmas experiências.
• Os representantes mais conhecidos que ajudaram a
psicologia cognitiva a se estabelecer no mundo das
ciências do comportamento foram:
F.C. Barlett

• Barlett foi o primeiro professor de psicologia experimental na


Universidade de Cambridge. Sua principal teoria foi a Teoria dos
Esquemas Cognitivos.
• A teoria diz que o pensamento, assim como a memória, são
processos que podem ser reconstruídos.
• Por meio de fábulas que o pesquisador lia para as pessoas que
participavam de seus estudos, ficou comprovado que a recordação
das mesmas não era feita de forma literal. Mesmo que as histórias
fossem lidas repetidamente, cada pessoa era mais propensa a
lembrar o que se encaixava com seus esquemas mentais prévios. Ou
seja, cada pessoa lembrava de detalhes da história que se
encaixavam melhor em sua vida e crenças, e tinha a tendência de
esquecer detalhes opostos.
Jerome Bruner

• Para este autor, existem três formas de aprendizagem: a inativa, a


icônica e a simbólica.
• Bruner criou uma teoria de ensino que determina quatro grandes
aspectos mais importantes na aprendizagem: a predisposição a
aprender, as formas a partir das quais um corpo de conhecimento
pode ser estruturado, sequências para apresentação do material e,
por último, a natureza e ritmo de estímulos de recompensa ou de
punição.
• O mais importante de sua teoria é o lugar que ocupa a imersão no
conhecimento, necessária para que qualquer um possa aprender.
Assim, salienta a ideia de que um estudante aprende mais e mais
rápido quando se envolve com o conhecimento que deve adquirir,
por meio de seu uso prático e aplicação.
Gardner

• Gardner formulou a famosa teoria das múltiplas


inteligências. A teoria diz que a inteligência seria a
capacidade de organizar os pensamentos e coordená-los
com as ações.
• Cada pessoa teria, pelo menos, oito tipos de inteligência
ou habilidade cognitiva.
• Essas formas de inteligência são semi autônomas, mas
podem trabalhar em equipe, integradas dentro da mente
da pessoa. Cada pessoa, além disso, desenvolverá mais
um ou outro tipo de inteligência em graus diferentes
devido a ênfases culturais e história de vida.
Jeffrey Sternberg

• Sternberg é muito conhecido por sua teoria triangular do


amor.
A teoria diz que o amor consumado é composto por três
elementos: intimidade, paixão e compromisso.
• Além disso, também postulou a teoria triárquica da
inteligência, que diz que a inteligência é uma atividade
mental que tem como objetivo melhorar nossa adaptação,
selecionando e determinando as características relevantes
de uma pessoa.
• A inteligência, segundo ele, fica evidente em como cada
um de nós enfrenta ou produz mudanças.
David Rumerlhart

• É um autor muito influente dentro da teoria dos


esquemas.
• Segundo ele, os esquemas são representações de
conceitos gerais que ficam armazenados em nossa
memória e que nos ajudam a organizar o mundo.
• Sua teoria nos explica como o mundo é representado
em nossa mente e como usamos as informações para
interagir com o ambiente.
Jean Piaget

• Piaget é um dos autores mais importantes da


psicologia cognitiva.
• Ele formulou a teoria do desenvolvimento cognitivo
por etapas.
• As etapas são caracterizadas pelo desenvolvimento
gradual de estruturas lógicas, que são
qualitativamente diferentes em diferentes idade.
• Cada estrutura dá a possibilidade para a criança de,
aos poucos, desenvolver suas capacidades, impondo
também restrições de acordo com cada fase.
Concluindo
• Existem outros muitos representantes da
psicologia cognitiva, como Vigotsky, Erickson ou
Ausubel.
• Todos mereciam um espaço nessa lista uma vez
que seus estudos contribuíram para a revolução
da psicologia atual, compondo-a e possibilitando
entender quais são os principais pontos forte
dessa linha, e também as fraquezas da corrente
mais popular da atualidade, a cognitivo-
comportamental.
Concluindo
• Assim, graças a contribuições de todos eles, a
psicologia deu enormes passos.
• Desse modo, ainda que o behaviorismo siga ainda
hoje em uso e inclusive se combine com a
psicologia cognitiva na linha cognitivo-
comportamental, foi também um grande avanço
para seu tempo frente ao que se conhecia
anteriormente, melhorando o tratamento de
diferentes transtornos mentais com tanta
incidência como a depressão, por exemplo.
Referências bibliográficas:

• De la Vega, M. Introducción a la psicología


cognitiva (1984). Alianza.
• Bruner, J.S. (1959). Learning and Thinking.
Harvard Education, 29: 184-192.
• Pozo, J.I. Teorías cognitivas del
aprendizaje. Morata. Novena edición

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