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REVISÃO PARA A PROVA DE NEUROPSICOLOGIA N1

HISTÓRICO / NEUROANATOMIA
NEUROPSICOLOGIA
FUNÇÕES COGNITIVAS = ATENÇÃO, MEMÓRIA, LINGUAGEM E FUNÇÇOES EXECUTIVAS
AVALIAÇÃO NEUROPSICOLOGIA = ETAPAS, MÉTODOS E TÉCNICAS E DIAGNÓSTICO
NEUROIMAGEM

NEUROPSICOLOGIA: Ponte entre fisiológico e psicológico, todo comportamento, função psicológica,


deriva do funcionamento cerebral. Lúria e Vygotsky investigava a importância do contexto na influência
com o biológico. Fatores de risco e protetivos: ambientais também. Visão monista da neurologia,
cérebro e mente são a mesma coisa, sem divisão. Dualista cérebro e mente são separados. Biológico e
fisiológico alteram o comportamento.
NEUROCIÊNCIAS: PASSADO, PRESENTE E FUTURO:
Aplicações, tecnologia são utilizados para estudar tratamento, diagnóstico e intervenção.
Marcador biológico: quando começou o que se fazer.

HISTÓRICO / NEUROANATOMIA
VISÃO MONISTA – cérebro e mente são a mesma coisa, é integrado, sem divisão. Ex.: Psicanálise
VISÃO DUALISTA = cérebro e mente se influenciam, são coisas separadas. Biológico e fisiológico alteram o
comportamento.

PRÉ HISTÓRIA/ POVOS PRIMITIVOS

Relações entre o cérebro e a atividade mental. Se existia a noção da “cabeça” e que ali estava o
comportamento, pensamento.
Trepanações cranianas = Alterações de conduta, abrir para retirar o “espírito”. Acreditam que os problemas
psicológicos estão no cérebro.

IDADE ANTIGA /ANTIGUIDADE CLÁSSICA

GREGOS - Estudos partindo da Filosofia


História do pensamento. Valorizar o pensamento humano. Preocupação com a alma e a razão humana.

Hipócrates - cérebro é a parte mais importante do corpo. Pai da medicina. Descobre a epilepsia que partia do
cérebro.
Sócrates – razão como principal característica humana que nos diferencia de outros animais/ escravidão.
Aristóteles: Coração, cardiocentrismo alma e corpo indissociáveis. Reside no coração as funções de emoção e não
no cérebro. Psiche é o princípio da vida.

IDADE MÉDIA 456-1453:


Retrocesso: Igreja Faculdades / mentais relacionadas a ventrículos
I- Sensação e percepção (recebe).
II- Juízo, razão e pensamento (pensa).
III- Memória (armazena)
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Ventrículo formado pelo tubo neural, problemas no fechamento fissura palatina


Células espedinárias: Produz licor
Teoria dos ventrículos
Faculdades mentais relacionadas com os ventrículos. Ventrículo é formado pelo tubo neural, problemas no
fechamento causam fissura palatina, tubo neural passa por alterações para formar os giros e sulcos.
Recebe sensação e percepção. Juízo, razão e pensamento. Os ventrículos eram considerados como os que controlam
as funções cognitivas (mas não é, é no córtex).

IDADE MODERNA

Retomada ao conhecimento, desenvolvimento do método científico: observação, experimentos, repetição.


Possibilidade do estudo do corpo humano, cadáveres.
 Andreas Vesalius 1514-1564
Publica “De humani corporis fábrica” tratado de anatomia. Desenhava. Rompeu com a ideia ventricular,
mas não se aprofundou.
 René Descartes 1596-1650
Dualismo: corpo responsável pelo físico e biológico e mente invisível, racional, imaterial, responsável
pelo juízo, moral e sofrimentos.
Método cartesiano (ceticismo metodológico) 2+2=4.
Doutrina Neuronal- conexões: A interação pode ser responsável, mas precisa de ligação
Primeiros tratados de anatomia
Desenvolvimento e conhecimento/método científico – observação, explicação, generalização, repetição.
Conhecimento não é somente na filosofia e religião.
ANDREAS VERSALIUS – desenvolve as pessoas anatômicas. Rompe com a ideia da localização ventricular e
não acreditava que as funções cognitivas derivavam dos ventrículos.
RENÉ DECARTES – Dualismo = corpo é responsável pelos mecanismos físicos e biológicos e mente = invisível,
racional, imaterial, responsável pelo juízo moral e sofrimento.
Glândula pineal no diencéfalo é responsável pela união corpo e mente, ela integra corpo e mente. Método
cartesiano, mais racional.

IDADE CONTEMPORÂNEA
Método científico: Newton, Galileu e, outros. Princípios de observação, experiências.
Localizacionismo: Mente e cérebro, achar as funções no cérebro, função e área (teoria não totalmente
errada).
Franz Joseph Gall: Diferença entre substância cinzenta e branca. Cérebro responsável por função.
Cranioscopia que é o ato de apalpar o cérebro dá início a frenologia que trabalhava com medidas.
1800: Mapa frenológico com 35 faculdades intelectuais e emocionais. Divide crânio em 27 fatias.
PROEMINÊNCIA: Tecnologia aumentou, percebeu o neurônio, glia e etc.
Glia: Modula atividade elétrica, relacionados a problemas mentais.
Doutrina Neuronal- conexões: A interação pode ser responsável, mas precisa de ligação, uma área
específica.
Inicia a psicologia/psicometria.
ERA CIENTÍFICA – MÉTODO CIENTÍFICO - Galilei, Newton e outros.
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GALL - Localizacionismo das funções cognitivas (relação de função e área). Cérebro como responsável por todas
as funções. importante precursor da neuropsicologia.
Diferenças entre substância branca e cinzenta. Desenvolvimento do método cranioscopia (apalpar o crânio). Deu
início à Frenologia (medida do cérebro).

WUNDT avaliava a personalidade com teste. Começa a entrar a Psicologia.

PAUL BROCA
Pierre Paul Broca 1824-1880
Neurologista Frances, mecanismos da linguagem oral. Broca demonstrou a relação entre lesão no
hemisfério esquerdo e perda da fala. Paciente Tan, 1861 Louis Victor Leborge, 30 anos, solteiro,
alfabetizado e artesão. Teve neurosífilis e perdeu capacidade de expressão por meio da linguagem oral,
programação motora da fala: Linguagem expressiva.
Compreensão ok. Afasia: perda da linguagem
– questão mais científica do uso do método científico – estudo do cérebro e mente. Estudo da relação de uma área
específica do encéfalo e a linguagem. Área de Broca é a área de programação e planejamento motora da fala,
não é ela que executa. Fica no giro frontal inferior (área anatômica) do hemisfério esquerdo.
Paciente TAN – lesão na área motora da fala, no lobo frontal esquerdo no giro frontal inferior. Tinha um quadro de
neurosífilis – (zona do cérebro destruída), lesionou a área de Broca. TAN tinha boa compreensão, entende, pensa,
formula o que quer falar, mas na hora de falar, ele não consegue, tem dificuldade de expressão oral, o sintoma era
de dificuldade de expressão oral na área motora da fala, linguagem expressiva. Tem compreensão mas não tem
linguagem expressiva, não consegue falar.
A área de Broca joga a informação para o giro central executar.
Giro pré central – resposta motora
Giro pós central = resposta = sensorial
Sulco central na vertical divide o córtex frontal no meio
Sulco lateral = lobo temporal.
O sulco central divide o córtex frontal em 3 giros: giro frontal superior, giro frontal médio e giro frontal inferior
Outras áreas de compreensão motor: área motora suplementar e área pré motora.

CARL WERNICKE – estudou os efeitos do TCE- traumatismo craniano encefálico na linguagem receptiva.
Identificou que regiões posteriores também no hemisfério esquerdo – área relacionada a compreensão – área
importante para conversação, para grafema-fonema – converter letras em som – organização do discurso oral e
escrita.
Área de WERNICKE – são áreas corticais e fica do lado de fora. Do ponto de vista funcional, está na junção da
área parietal, occipital e temporal. Fica no final do sulco lateral que tem 2 giros = giro angular e giro supra
marginal (fazem parte do parietal). Vai pronunciar os sons, as palavras. É a área relacionada a compreensão
(receptiva) e área responsável na linguagem escrita/leitura. Organiza as palavras em uma frase, organiza o discurso
oral e escrito. Importante para conversão grafema/fonema (converter letras em sons),
Linguagem receptiva é a compreensão, entender o significado = oral e escrita.
WERNICKE estudou relações entre lesões no traumatismo crânio encefálico. Estudou lesões na região posterior
da junção dos lobos temporal, occipital e parietal.
Compromete a compreensão das palavras. Consegue pronunciar mas não tem facilidade de compreensão,
repercute na escrita/leitura. Ex.: quem tiver AVC, traumatismo craniano, tem que ser alfabetizado novamente.
Giro pré central é o boneco de Penfield = giro pré central – motor e giro pós central – sensorial.
AFASIA = é um sintoma neurológico que está dentro de um diagnóstico. Afasia - lesão na área da linguagem,
perda de alguma habilidade, de algum componente da linguagem.
Funcionalmente - se eu tenho uma perda de tecido, eu perdi. Na reabilitação é difícil o indivíduo ter uma restituição
funcional completa.
Ex.: paciente TAN tinha neurosifílis (diagnóstico), e teve sintomas ex.: AFASIA.
O neurônio não tem capacidade de mitática.
Mitose – capacidade da célula de se reproduzir, fazer novas células. Somente na área do cérebro = bulbo olfatório e
no hipocampo.
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PACIENTE COM TEA = espectro - síndrome de .... Alteração de linguagem na pragmática (alteração no
componente específico da linguagem que não a pragmática) , no contexto. Ex.: chovendo canivete, o paciente não
vai entender.
Conforme
Wernicke - na afasia motora, os sujeitos falam pouco, mas compreendem a linguagem, enquanto na afasia
sensorial a fala está preservada, mas a sua linguagem é inapropriada e a sua compreensão da linguagem dos
outros está prejudicada.

Obs.: a área de Broca vai mandar impulsos para a região da boca (no boneco de Penfield) e de lá vai sair neurônios
para a boca pronunciar o fenômeno porque já tenho a programação que a área de Broca já fez. A área de Broca joga
para o giro pré central e ele vai mandar minha boca executar os músculos da fala para ele executar aquilo que foi
pensado e planejado.

JOHN HARLOW – CASO PHINEAS GAGE – a barra de ferro lesionou o crânio entrando na região temporal e
saindo na região parietal (em cima). Lesão na área pré frontal do encéfalo, no lobo pré frontal. Teve alterações de
comportamento, de desinibição, não seguia regras, não tinha freio inibitório, não tinha um planejamento e
organização de comportamento, não regulava as emoções.
Gage teve perda de funções executivas quentes. Essas funções são complexas e nos auxiliam na realização de
metas, no comportamento para realizar as metas.
Exemplos de funções executivas: organização, planejamento e controle de estímulos, regulação das emoções e da
motivação, pensamento prospetivo (que é planejar para mais adiante), auto avaliação, auto motivação.
O córtex pré frontal é um córtex de regulação de todos os comportamentos. Ex.: ansiedade, esquizofrenia, dislexia,
TDAH, dep. Químico. Todos os transtornos têm alguma disfunção, algum nível de disfunção executiva.
No final do sulco lateral fica o giro supra marginal e o giro angular – que faz parte do parietal (é a área de controle
inibitório).

WUNDT – a psicologia surge no meio do processo histórico Idade contemporânea. Se dedicou nas relações entre
cérebro e mente. Nos primórdios a mente tinha relação com o cérebro, com o corpo, então a psicologia era
experimental, organicista, psicométrica e neurológica. Desenvolvimento de métodos e técnicas para estudo dos
fenômenos psicológicos. Afastamento do psicólogo filosofia e entrada do psicólogo no campo da ciência.
A psicologia como uma ciência natural (1º curso de Wundt), criação de um laboratório dedicado ao estudo do
comportamento humano, das percepções e início da pesquisa experimental.

SÉCULO XX - APLICAÇÕES DE TODOS OS CONHECIMENTOS


IVAN PAVLOV – estudos científicos do aprendizado e da memória. Surgimento da pesquisa cientifica (biológica
-medicamentosa e não biológica – por meio da fala, transtornos Ex.: Freud). Doença mental – cérebro.
1929 – Eletroencefalograma, estudos sobre essas aplicações – a psiquiatria e a neurologia vai se dedicar a cuidar do
ponto de vista medicamentoso, com neurocirurgia. Ex.: se o indivíduo tivesse uma mega alteração comportamental,
violento, faziam lobotomia, lesionavam o lobo frontal para deixar de ser violento. Hoje outras técnicas =
estimulação magnética transcraniana – não invasiva e eficaz para tratamento de depressão e esquizofrenia.

LURIA – tem várias formações na área da psicologia, medicina e educação. Neurologista soviético – é uma figura
importante, avô da neuropsicologia soviética. Concepção sobre o sistema funcional e complexo (livro), enfatiza
aspecto motor, funcional. Divide o encéfalo em unidades de funcionamento 1ª, 2ª e 3ª unidade.

BRENDA MILNER – CASO PACIENTE HM – década e 50, jovem era portador de epilepsia refratária.
Tinha epilepsia de lobo temporal (atividade elétrica anormal). Refratária = caso que a doença não respondia aos
medicamentos. Procedimentos de neurocirurgia em epilepsia para retirada da área cerebral que tem uma atividade
epileptiforme anormal. Vai ter alterações funcionais e não terá mais epilepsia. Recebeu cirurgia que removeu o
hipocampo dentro do lobo temporal. Hm foi submetido a uma cirurgia para remoção dos lobos temporais
bilateralmente, HD e HE. Após a remoção dessas áreas, HM perdeu a capacidade de formação de novas memórias.
É como se ele tivesse ficado preso no tempo antes da cirurgia, ele lembrava das coisas antes da cirurgia, mas tinha
dificuldade de formar novas memórias. Se relacionou o hipocampo com a memória de curto prazo. Na
linguagem, a formação de novas memórias depende do hipocampo, mas a memória de longo prazo não depende.

3 CASES ESTUDADOS (funções cognitivas) POR MEIO CLÍNICO da neurociências


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Paciente TAN - área de Broca – linguagem, fala expressão. Gage – córtex pré frontal – funções executivas. HM –
memória de curto prazo– hipocampo.

A DÉCADA DO CÉREBRO – 1991-2000 – BUSH – teve investimento em estudos nos EUA e muitas
publicações em neurociências. Enfatiza e incentiva pesquisas sobre o funcionamento cerebral.

Século XXI – Avanço tecnológico – importância da tecnologia para o estudo dessas relações para pesquisa,
diagnóstico e outras aplicações e intervenções. Eletroencefalograma (para pesquisa, diagnostico e outras
aplicações), tomografia computadorizada, ressonância magnética é usada para diagnóstico, ressonância
magnética funcional (RMf), tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPEET). A tomografia é
uma fotografia do cérebro, eu vejo se tem lesão, uma massa estranha em alguma região. Na tomografia
computadorizada por emissão de fóton único (SPEET), avaliar distribuição de fluxo de sangue em áreas do
cérebro. Na ressonância magnética funcional (RMf), usada só para pesquisas, não tem protocolo para usar.
Vê áreas do cérebro que estão mais ativa ou menos ativas na hora que está fazendo uma atividade.

PROJETO CONECTOMA – visa mapear os padrões de conexão que temos no encéfalo.

APA – ASSOCIAÇÃO PSICOLÓGICA AMERICANA - DIVIDÃO 40 – ÁREA DA NEUROPSICOLOGIA


CLÍNICA

SÍNTESE DOS ASPECTOS MAIS HISTÓRICOS – 4 GRANDES IDEIAS


1) existe relação entre mente e cérebro (desde a pré história) tem sido discutida, pensada e evidenciada desse a
pré-história e vem avançando.
2) importância do desenvolvimento do método científico (idade moderna para idade contemporânea). A ciência
teve início na idade moderna e a consolidação do método científico na idade contemporânea. Psicologia com
Wundt. O método científico, o desenvolvimento da ciência permitiu que pudesse estudar essa relação saindo da
filosofia e metafisica e indo para o ponto de vista da ciência.
3) papel da tecnologia – avanço do conhecimento e da tecnologia (Eletroencefalograma, ressonância, tomografia)
aplicado aos estudos na história das neurociências para ver/estudar relação cérebro e mente.
4) aplicações do conhecimento – vamos desenvolver formas e métodos de estudar e aplicar esses conhecimentos,
áreas como: psicologia, neurologia.

NEUROPSICOLOGIA
A neuropsicologia é a disciplina que tem por objeto o estudo dessas relações entre estruturas cerebrais e funções
cognitivas.

História das neurociências


Várias áreas juntas profissionais e de conhecimento distintos que tem em comum o estudo do cérebro, do
funcionamento do encéfalo. Cada área enfatiza alguma coisa. Ex.: neurocientista, psicólogo, fisioterapeuta,
educador, neurologista, fonoaudiologia, terapeuta ocupacional, psicopedagogia, pedagogia.

Area multidisciplinar de estudo do sistema nervoso

Transversalidade – conhecimentos que transcendem uma determinada área e passa para outra. Ex.: psicologia –
linguagem – estudamos na psicologia e tem outra área de formação profissional que estuda a linguagem que e a
fonoaudiologia.

A neurociências atua em duas perspectivas, é multidisciplinar = NEUROCIENTISTAS = atividade profissional é


a pesquisa cientifica, faz experimentos, laboratório de pesquisa, mestrado, doutorado, publicar artigos. E tem os
neurocientistas, os PROFISSIONAIS DA SAÚDE - que vão se dedicar a uma prática profissional específica
clínica de aplicação de todos os conhecimentos. Ex.; psicólogo, fonoaudiologia, fisioterapeuta, geneticista,
neurologista, psiquiatra.
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NEUROPSICOLOGIA – ciência multidisciplinar que estuda as relações entre cérebro (funções cerebrais) e o
comportamento humano.
Em 2004 - reconhecimento – resolução CFP 002/2004

Área da neurociências está entre a neurologia e a psicologia. Ex.: o interesse do psicólogo é o comportamento, do
geneticista é aspectos moleculares.
Vamos inferir o funcionamento cerebral a partir do comportamento. Por trás do comportamento temos funções
cognitivas, funções executivas, personalidade.
Neuropsicologia relação entre processos biológicos e comportamento = a gente olha para o comportamento, vamos
entender as funções, o funcionamento e a estrutura, mas sempre olhando o comportamento.

AREA DE ATUAÇÃO/DE INTERESSE: infância/adolescente (transtorno de neurodesenvolvimento), idade


adulta, idosos.
O neuropsicólogo pode atuar em: 1) pesquisa, 2) clínica, área hospitalar, aval. Neuropsicológica, auxiliar no
diagnóstico, reabilitação neuropsicológica, treino cognitivo (reabilitação. Ex.: treino de memória em saúde,
clínica), 3) escolar, 4) prevenção.

CONHECIMENTOS:
Técnicas: técnica de entrevista, psicodiagnóstico, domínio técnico dos instrumentos de avaliação, estatística e
psicometria.
Áreas: neurociências, neuroanatomia, genética, neurofisiologia, neurologia, psiquiatria, educação, tecnologia,
fonoaudiologia, neuroimagem.
FORMAÇÃO:
1) Cursos de formação, 2) prova de títulos do CFP, domínio teórico e técnico , prática e supervisão.

NEUROPSICOLOGIA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS:


ATENÇÃO E MEMÓRIA
William James - Função cognitiva Atenção – estabelecer o foco, capacidade de selecionar os estímulos.
Estímulos externos – chega em nosso encéfalo por vias aferentes = barulho (olfato, tato, paladar – estímulos
sensoriais).
Estímulos internos vem dos órgãos, da própria cognição (quando penso e processo a informação), ex.: lembrança,
raciocínio.
Vias sensórias – aferente – sobe. Vias motoras – eferentes – desce – resposta motora. Ex.: pela fala.

ATENÇÃO - é uma função cognitiva básica, capacidade do indivíduo responder predominantemente os estímulos
que lhes são significantes em detrimento de outros. A atenção seleciona, foca os estímulos que vamos atender. É a
capacidade de selecionar e responder os estímulos mais importantes. Depende de fatores como o contexto, história
da pessoa, características da personalidade. Os estímulos distratores são aqueles que não foram selecionados.

SUBTIPOS DE ATENÇÃO
1) SELETIVA = capacidade de o indivíduo diante de vários estímulos, escolher e selecionar o mais importante.
2) SUSTENTADA = expectativas e motivação (fator tempo). Foco, concentração quando consigo manter a minha
atenção, meu foco, concentração ao longo do tempo na mesma coisa para executar uma tarefa.
3) ALTERNADA = exige energia. Relevância da tarefa e estado emocional. Capacidade de desengajar, sair de
um e focar em outro estímulo, flexibilidade de troca. Hora eu atendo um estímulo, hora eu atendo outro estímulo.
Quando saio do foco e me direciono para outro foco, posso ir e voltar. Ex.: eu estou lendo um texto e olho o celular
depois volto a ler.
4) DIVIDIDA = experiências anteriores, (memória). Divido minha atenção em duas coisas ao mesmo tempo.
Capacidade de prestar atenção em duas coisas ao mesmo tempo. Em neuropsicologia, tem duas formas de
processamento de estímulos (tem a ver com a memória): AUTOMÁTICA E CONTROLADA. A controlada tem
mais gasto de energia e mais esforço porque a demanda cognitiva é maior. A automática tem menos gasto de
energia e menos esforço. Ex.: ouvir música e ler ao mesmo tempo. Se no final eu consigo contar o que li e contar a
história da música, eu estou dividindo, se conto partes, eu alternei.

Obs.: qualquer alteração nessas capacidades podem ser indicativos de algum transtorno mental.
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Alternar e dividir exige esforço, energia porque tenho que controlar muito, tenho que entender qual é a demanda da
atividade. Ex.: dirigir (aprendendo a dirigir) carro e alguém conversa comigo. Eu perco a minha atenção poque o
processo de direção não está automatizado.

FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR POSITIVAMENTE OU NEGATIVAMENTE NA ATENÇÃO

1) Característica física dos estímulos. Ex.: barulho, captura a nossa atenção, é involuntário, não tem controle. 2)
Expectativas que tenho em relação a aqueles estímulos. 3) Período do dia, vigília, se estou sonolento não consigo
processar a demanda.4) Motivação para me manter processando aqueles estímulos. 5) Relevância da tarefa que é
a atribuição de significado, de sentido. 6) Estado emocional. 7) Memória com experiência anterior com aquele
estímulo vai ser mais rápido processar.

Em termos cerebrais de BASES NEUROLÓGICAS podemos dividir da seguinte maneira:


Sistema atencional posterior = processamento de estímulos - relaciona-se à orientação atencional e atenção
sustentada - lobo parietal (visoespacial), área visual da forma da palavra (letras) e tálamo
Sistema atencional anterior = controle de estímulos - relaciona-se à seletividade atencional, controle da ação,
iniciação e inibição de uma resposta - córtex pré frontal, cingulado anterior e núcleos da base do corpo estriado. O
frontal é o substrato neural das funções executivas.
Encéfalo tem áreas posteriores que são áreas de processamento sensorial, atrás do sulco central. Os lobos
temporais, occipital e parietal são responsáveis pelo processamento de informações sensoriais.
Lobo temporal - processa estímulo sensorial auditivo
Lobo parietal – processa estímulo tátil/ somestésico (corpo, dor, temperatura, pressão)
Lobo occipital – processa estímulo sensorial visual.
Informações que chegam no encéfalo que vem das vias aferentes, sempre desembocam em algum desses lobos
porque são informações sensoriais, elas vão direto para as áreas posteriores do encéfalo para serem processadas
e o tálamo é o porteiro, que vai distribuir os estímulos/informações. O tálamo (é dividido em vários núcleos) é
uma área subcortical no diencéfalo e que controla = top-down de cima para baixo). No sistema de atenção ele
está no sistema atencional posterior.
Do ponto de vista atencional, essas regiões que é a base neurológica da atenção. Então a atenção tem a ver com as
sensações e percepções porque quando chega os estímulos, eles precisam ser encaminhados para as áreas sensoriais
para que eles sejam processados adequadamente.
Tem uma região, um sistema que fica na frente do sulco central, em todo o córtex frontal. Então o sistema
atencional anterior está na frente do encéfalo ligado a várias regiões corticais e subcorticais, dentro do encéfalo
no córtex frontal.
Então o sistema atencional anterior não tem a função de processar os estímulos e sim, de controlar o
processamento dos estímulos pelo controle de atenção. O sistema atencional anterior é o maestro da orquestra,
está na frente controlando, monitorando, acompanhando e avaliando tudo que está fazendo.
Controle é sempre frontal, no córtex frontal, tem a função de elaborar respostas e controlar tudo o que está
acontecendo no encéfalo e na cognição. Ex.: controlar impulsos, controlar estímulos, sustentação da minha atenção,
controlar meu comportamento de ter consciência de que eu estou alternando e me distraindo demais. Ex.: déficit de
controle é sempre frontal – relação com o cérebro – comportamento.
Pode ser lesão ou disfunção.
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Elaboração de respostas e controle da minha cognição é sempre execução de resposta, é sempre no frontal,
respostas motoras sempre saem do frontal. Do giro pré central vão sair neurônios para as áreas de execução
motora que são os músculos, os tendões - via aferente.
O córtex pré frontal é uma região que demora para ser desenvolvida porque é a área mais complexa e controla as
funções mais complexas que temos como: controle de atenção, de impulsos, de comportamento, de estímulos, de
emoções, etc.
Obs.: Se um indivíduo tiver um transtorno mental, pode ter alguma disfunção não só na área posterior, mas também
uma dificuldade na hora de receber uma informação e no controle dessas informações e teremos falha no
comportamento.
PARADIGMA DE AVALIAÇÃO DE ATENÇÃO – PARADIGMA DE CANCELAMENTO
Paradigma é um modelo de organização e apresentação de estímulos. Ex.: beta III se baseia no paradigma de matriz
inteligência fluida/raciocínio fluido.
Na neuropsicologia o principal modelo teórico de avaliação para atenção é o paradigma de cancelamento.
Cancelamento de figuras geométricas. O indivíduo tem que atender somente ao estímulo que é relevante e os
demais estímulos precisam se tornar distratores.

MEMÓRIA
Memória é a capacidade de processamento, armazenamento, manipulação e recuperação de informações. No início
do aprendizado a gente fica tentando reverberar as informações, depois fica automatizada. Quando eu recebo uma
informação, eu processo, guardo, armazeno, recupero e acesso essa informação, eu organizo essas informações em
categoria.
Memória é a capacidade de processar informações, guardar e acessar 3 (TRÊS) GRANDES COMPONENTES
DA MEMÓRIA: processar, armazenar e recuperar a informação. - PAR
A memória tem relação com a construção da identidade, a gente mantém a nossa identidade porque a gente lembra
quem nós somos.
Ex.: habilidade mais ampla = aprendizagem/aprender
Função cognitiva específica - ex.: memória, hab. Motoras, sensoriais, atenção, linguagem, funções executivas
Ex.: Habilidade música – funções: raciocínio, percepção e atenção.
Se já aprendeu vai lembrar. Ex.: andar de bicicleta, vai lembrar como faz o movimento. Acesso as informações pela
memória.
Temos 2 (duas formas) de RECUPERAR A INFORMAÇÃO (memória)
Recuperar por meio de reconhecimento (automático). Acesso minha memória e consigo entender. Ex.: ver uma
garrafa (automático) e reconhecer uma informação por meio de um reconhecimento o que é mais automático.
Recuperar por meio da evocação (é mais trabalhoso, quando fazemos um esforço para buscar a informação), exige
um processamento mais controlado, exige mais atenção devido a demanda cognitiva, preciso de mais tempo, mais
controle.
SUBTIPOS DE MEMÓRIA: Memória de curto prazo, memória de longo prazo e conteúdo
Memória de curto prazo (função de registro sensorial e receber a informação pelo hipocampo) – primeiro critério
= tempo (tempo que armazeno a informação na minha memória) / segundo critério = linguagem
Memória de longo prazo – implícita (não declarativa) – pode ser algo automático. Se é uma habilidade motora =
ação comportamental é não declarativa, implícita. Ex.: dirigir carro, andar de bike, escrever.
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Memória de longo prazo – explícita (declarativa) – semântica (significados de conceito. Ex.: fazer prova,
conteúdo que está a muito tempo) e episódica (contar sobre a vida dela).
Explícita/declarativa – eu uso a linguagem para explicitar, declarar o que foi acessado na memória. O conteúdo
que estou explicitando por meio da linguagem.
Explícita/declarativa/episódica Se o conteúdo é uma situação da minha vida, aspecto emocionais da minha vida.
Autobiográfica.
Explícita/declarativa/semântica – Ex.: na prova. Semântica = significado – buscar o significado, qual é o
conteúdo da informação, significado de uma palavra, conhecimento.
Paradigma de avaliação de memória de curto prazo é o PARADIGMA SPAN (de extensão da memória). Teste
Span de dígitos (sequência direta)

LINGUAGEM
Estruturação de pensamento como um organismo - expressão oral por meio da linguagem – preciso organizar meu
discurso, a sequência. Linguagem expressiva e linguagem receptiva.
Escrita – transtorno específico de aprendizagem, a alteração de acordo com os subtipos.
TEA – transtorno específico de aprendizagem
Conceito de linguagem subdivisões dos 4 (quatro) componentes – relações com o HE
Leitura, escrita e compreensão = linguagem
COMPONENTES DA LINGUAGEM – relacionado com HE
1) Fonético – questão motora da fala. Maneira como articular minha boca para pronunciar sons. Ex.: área de
Broca - área de programação motora da fala, como vou movimentar os meus órgãos fonoarticulatórios.
2) Fonológico – diz respeito aos sons, produção e percepção dos sons, consciência dos sons. Ex.: diferenciar sons
que foneticamente é o mesmo movimento (do ponto de vista motor). Ex.: V e F – vaca, faca. Do ponto de vista
fonológico (percepção) são sons diferentes, vibração.
3) Morfosintático – usar a língua de acordo com regras. Morfo = as letras. Sintático são as regras. Aprende regras
para estruturação dos pensamentos para estruturar o que quer comunicar. Tem que incorporar regras morfológicas e
sintáticas.
4) Semântico – (MLP) diz respeito ao significado das palavras, ao vocabulário, ao léxico que é o vocabulário
semântico. Guarda informações em redes semânticas. Ex.: categoria de animais em redes e arquivos, conceito de
áreas e subdivisão.
5) Pragmático – uso social, na prática, no dia a dia, como vou usar para cumprir a função da linguagem que é se
comunicar, descrever, compreender. Uso comunicativo da linguagem, contexto – uso da linguagem.
Variação prosódica – HD hemisfério direito - entonação da linguagem diferente, tom, intensidade. Posso falar
uma frase de formas diferentes, tom, variação, tom emocional, ritmo. Ex.: a janela está aberta – a janela está
aberta?
Prosódia – aspecto emocional, entonação na linguagem. Ex.: falar uma frase com entonações prosódicas,
diferentes.
Subdivisões conceituais = linguagem oral, escrita, expressiva e receptiva (compreensão)
BASES NEURAIS – MODELO CLÁSSICO
Linguagem Oral - Compreensão (linguagem receptiva) e expressão
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Linguagem oral e leitura (escrita)


Áreas cerebrais diferentes para processamento, são muitos circuitos. Área de Broca e área de Wernicke - (HE).
Área de Broca relacionado com expressão da fala. Área de Wernicke relacionado com a compreensão da fala
(Wernicke facilita a organização do pensamento em palavras, transformar as palavras em respostas).
Recebe auditivamente por ondas mecânicas – cóclea, núcleos cocleares – córtex auditivo.
Linguagem oral = compreensão e expressão – compreende e elabora uma resposta. Ele recebe auditivamente e vai
desembocar no encéfalo, nos lobos temporais (isso porque é processamento auditivo). 1ª análise sensorial – os
sons. E para compreender e transformar meu pensamento em palavras é na área de Wernicke. Numa área
transformo o que quero responder em palavras com frases organizadas, organização do pensamento. Essas
informações são jogadas para o frontal (área de saída), porque todas as respostas de output são sempre frontais.
Então essas informações da área de Wernicke são jogadas para a área de Broca (giro frontal inferior) para fazer a
programação motora da fala e depois quem vai executar é o boneco de Penfield representação de todo o corpo
– giro pré central.

Vamos ter o processamento de algo que entrou no posterior (occipital, temporal ou parietal) e depois é a elaboração
da resposta out put (frontal), planejamento e elaboração da resposta, joga a informação para o giro pré central para
execução.
Do ponto de vista sensorial
O imput é sempre em áreas posteriores pelos lobos temporal, occipital e parietal e o out put é sempre pelo frontal
(execução), sempre giro pré frontal.
Ex.: se é fala, a programação motora da fala é o GFI
Ex.: se é movimento tem áreas de planejamento de movimento – área motora suplementar e área pré motora
que também é planejamento de movimento.
Então tem áreas anteriores que ficam antes do giro pré central que fazem o planejamento e joga esse planejamento
para o giro pré central para executar. O GPC é o córtex motor primário que é de onde sai todos os movimentos
voluntários (sempre giro pré central – boneco de Penfield).
Córtex pré frontal na frente de tudo fazendo o controle de tudo isso, ele é o maestro, promove ajustes.
Ex.: se leio em voz alta, vou ter informações chegando visual e auditivo, escuto o que leio. Lobos temporais e
visualmente também área de Wernicke.
ÁREAS CLASSIFICADAS DE PROCESSO DA LINGUAGEM
Se tenho um comprometimento na recepção da informação, o restante vai estar comprometido. Ex.: confusão de
letras, a compreensão já está prejudicada na hora de executar, a pessoa faz troca.
Sulco central divide anterior (córtex pré frontal) e posterior (lobos parietal – tátil, somestésico), occipital - visual e
temporal - auditiva)
Tem dois giros no sulco central = giro pré central (no frontal – área de execução) e giro pós central (atrás –
processamento sensorial)
Córtex pré central – execução, elaboração de respostas (out put) para a informação chegar.
Linguagem – a comunicação do que está lá atrás com o que está na frente ocorre no fascículo arqueado – faz a
ponte, comunicação de área de Wernicke (giro supra marginal e giro angular é a área que está a área de
Wernicke) com área de Broca (giro pré frontal inferior). Área de Wernicke joga para giro pré frontal inferior
que é área de Broca.
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GFI manda neurônios para o giro pré central que é o córtex motor primário que é de onde sai todos os
comportamentos voluntários.
Os comportamentos involuntários têm áreas do diencéfalo, áreas subcorticais (núcleos da base) que controlam o
comportamento involuntários. Mais automatizado.
Somatotópico – cada parte do corpo representada no cérebro porque na hora que sinto as coisas, é localizado. Ex.:
tocar no joelho. Acontece do ponto de vista motor (elabora uma reposta) e sensorial (recebe informação sensorial).
O GFI programação motora da fala segue pela boca (eferentes) sai neurônios para o giro pré central para
movimentar.
Sulco central – antes pré central – depois pós central
Boneco de Penfield – giro frontal inferior manda informações para o giro pré central (que é área
motora/voluntária) para movimentar e executar as ações que foram processadas e planejadas. Ex.: as informações
sensoriais chegam, elas vão bater/desembocar primariamente, saindo do ouvido e vai desembocar no córtex
auditivo primário no temporal.
Informação visual vai no córtex occipital – visual primário
Tem áreas do temporal que não são auditivas, são visuais e do parietal que não é tátil, são visuais. Primariamente,
inicialmente é temporal-auditivo, occipital – visual e parietal – tátil.
São divididas 3 áreas em termos de processamento mais complexo: níveis de complexidade
Primárias – análise de estímulos modalidade sensorial = visual, auditivo e tátil.
Secundárias – juntar as informações para entender que estímulo é aquele.
Terciárias – passa a ser multimodal, não é unimodal. Área de Wernicke é área terciária, porque ela é as três
coisas – Na alfabetização multissensorial – envolve o que escuta, vê, sente as diferenças táteis das letras - a criança
aprende.

LEITURA ORAL
Área de Wernicke – processamento fonológico. Lobo parietal – controle da atenção visoespacial. Lobo occipital –
processamento visual – reconhecimento das letras. 1º estímulo visual – órgão sensorial. Área de Broca –
planejamento motor da fala. Giro pré frontal - (Homúnculo do Penfield). Pré-frontal – controle de todo o
processamento, funções executivas. Áreas importantes. Área giro pré frontal. Função área motora. Lobo parietal.
Giro pós central. Área de Wernicke é área terciária, as informações vão para as três modalidades, o pensamento
está no encéfalo.

FUNÇÕES EXECUTIVAS
Definição: conjunto de habilidades de processos cognitivos e metacognitivos que auxiliam o indivíduo no
engajamento autônomo e independente em atividades dirigidas a objetivos. As funções executivas em termos
funcionais, vão representar processos e habilidades tanto cognitivas quanto metacognitivo (acima da própria
cognição).
Metacognitivo são mais complexos, está acima da cognição. Ter auto percepção do que estou pensando, fazendo.
Ajuda a atingir metas e objetivos.
Ex.: metacognitivo = quando percebo minhas emoções, mês comportamentos. Quando tenho autopercepção e
autoavaliação do que estou pensando, sentindo e como estou agindo. Quanto mais engajamento de função
executiva temos em uma atividade, mais autônomo, independente e autorregulado para atingir meta e objetivos.
Quanto mais desenvolver essa funções, mais autônomo e independente seremos, mais auto desempenhado, teremos
mais percepção dos pensamentos, sentimentos para atingir uma meta.
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Obs.: rede de modo default (rede padrão) network não é a mesma coisa que funções executivas. Se opõe é
contrário de funções executivas. Funções executivas estão relacionadas às tarefas, metas e funções. As funções
executivas dependem da maturação e do desenvolvimento de circuitos de redes do lobo frontal, precisa de
estímulos.
Na atenção o lobo frontal cumpre o papel de controle de atenção. Na linguagem tem área que tem função de
planejamento e execução da linguagem, de fala, de elaboração de comportamento, de saída de resposta. Ele recebe
informação que vem de áreas posteriores do encéfalo que processam informação e elabora respostas e ao mesmo
tempo ele monitora e avalia tudo o que está acontecendo. Ex.: na linguagem – área de Wernicke, fascículo
arqueado, GFI, GFC que é no frontal e as vias eferentes motoras.
Lobo frontal – grandes maestros, funções executivas. Todas as respostas voluntárias saem do lobo frontal. As
respostas involuntárias não, elas saem de redes menos complexas.
Arco reflexo – a informação é recebida por uma via sensorial e dá volta na medula e automaticamente tenho reflexo
de retirada, não precisa de funções executivas para isso. Tenho estímulo sensorial que não precisa ir para o córtex,
não precisa de planejamento para esta resposta. Ex.: colocar a mão na chapa quente.
Todos os comportamentos que exigem nível de organização de monitoramento, auto avaliação e ajustes, eu preciso
de funções executivas porque são complexos, são voluntários que exigem um monitoramento.
Todos os transtornos mentais comprometem as funções executivas em níveis diferentes, alteram as funções
cognitivas. Ex.: Autismo, TDAH, esquizofrenia.
Alterações nas funções executivas é primária, é o que define o transtorno. Ex.: TDAH é o que define o transtorno.
Na depressão o transtorno que define é o humor e não as funções executivas. A alteração de funções é secundária.
Em termos neurais – lobo frontal mais especificamente – córtex pré frontal cumpre duas funções = receber e
planejar a execução das respostas.
Área dorsolateral mais em cima. Medial orbitofrontal – onde Gage lesionou com a barra de ferro.
BASES NEURAIS
Gage – Ventrolateral – alterações nas funções executivas – lesão frontal (alterações comportamentos emocionais).
Ventromedial (frontal orbito frontal) onde a barra de ferro entrou em baixo
Na linguagem especificamente as áreas posteriores se conectam com o lobo frontal. Ex.: no circuito da
linguagem. Na área de Wernicke tem o fascículo arqueado que faz a ponte, a conexão de ida e de volta de envio
de informações para monitoramento.
Controle funções complexas – lobo frontal
As áreas de processamento emocional são subcorticais e estão no sistema límbico. Sistema límbico – emoções,
áreas de processamento emocional são no sub corticais = amígdalas, giro do cíngulo, hipocampal. É primitivo em
termos evolutivos sobre o cérebro.
Como processamos e representamos essas emoções é no frontal (chega no córtex e nós as representamos).
MODELOS TEÓRICOS – explicativos a respeito das funções executivas, quais são os componentes das
funções executivas primárias e secundárias
Controle de atenção
Controle inibitório (fica na área do giro angular) – para atingir um objetivo, preciso controlar estímulos do
comportamento, do pensamento e de emoção , controlar pensamento também é um tipo de controle de estímulos.
Ex.: quando estou estudando.
Controle de emoções
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Controle de comportamento que é o controle de respostas prepotentes, que são comportamentos impulsivos que
podem interferir na execução dirigida a um determinado objeto. Ex.: teste do Marschimallow
MODELO ZELOSO - Funções executivas quente e frio (atingir metas) mais na inferência
Frias – baseado na lógica, planejamento sequenciamento, inibição, flexibilidade cognitiva. Preciso de estratégias,
planejamento e raciocínio. As áreas dorsolateral = priorizar e planejar, controle de estímulo, engaja mais. Ex.:
organizar os materiais para estudar para a prova, separar e ver qual vou ler primeiro.
Quentes – baseada nas emoções em comportamentos emocionais, regulação de comportamentos sociais, resolução
de conflitos. Autorregulação e controle das emoções para atingir os objetivos. Área ventro lateral é embaixo. Ex.:
tenho que autorregular minhas emoções caso tenha uma alteração emocional e um objetivo para cumprir.
MODELO DE MIYAKE com base em estatística (modelo psicométrico)
São três componentes principais, conjunto de habilidades das funções executivas: Memoria operacional, controle
inibitório e flexibilidade mental
1) MEMÓRIA OPERACIONAL (preciso dela para cumprir uma tarefa naquele momento). É de curto prazo,
manter a informação na memória para cumprir uma meta, capacidade de manter uma representação mental.
Memória operacional nas funções executivas é frontal.
2) CONTOLE INIBITÓRIO (fica no giro angular) é o controle de estímulos, de atenção para atingir objetivos.
Selecionar as informações relevantes.
Paradigma de Postergação de reforço = Paradigma experimental – paradigma de controle inibitório – usado para
controle inibitório e tomada de decisão. Ex.: vídeo de criança diante do Mashmallow.
3) FLEXIBILIDADE MENTAL/COGNITIVA é mais complexo, exige percepção do erro, exige repertório,
relação do indivíduo com o ambiente. Mudança de um estado para o outro. Capacidade de mudar o curso dos seus
pensamentos, comportamentos de acordo com um feedback. Preciso de um feedback que pode ser interno ou
externo. Ex.: mudar o comportamento devido a orientação de uma pessoa. Ex.: Feedback - criança colocar a estrela
dentro do quadrado. Tem que ter autopercepção e estratégia para mudar, indicio quantitativo. Capacidade de se
monitorar, autorregulação. Se ele lembra das instruções e percebe o erro e tenta flexibilizar, são indícios
qualitativos.

AVALIAÇÃO NEUROPSICOLOGICA
Diferença entre av. psicológica e av. neuropsicológica. A av. psicologia demanda de ordem mais psicológica e a av.
neuropsicológica demanda do ponto de vista mais pela cognição. Nas etapas da avaliação, o tempo é o método é
diferente, mas o raciocínio é o mesmo. Os dois tipos de avaliação tem um objetivo.
A av. neuropsicológica um procedimento técnico com objetivo clínico limitado no tempo (tem começo, meio e
fim). Sempre tem um objetivo (o que, prá que), tem como base teórica o raciocínio sobre o funcionamento
neuropsicológico para embasar a observação do comportamento em modelos da neuropsicóloga, usa modelo das
neurociências. Ex. de duas demandas: Dislexia e aspectos emocionais. A dislexia que guia o processo para fazer a
intervenção. Os aspectos emocionais o psicólogo pode atender as duas, mas é mais difícil.
Na neuropsicologia parte do pressuposto que o comportamento tem relação com o funcionamento cerebral e bases
anatômicas. Relação do comportamento com o funcionamento neuropsicológico e base anatômica e todo esse
aparato neurológico vem de um processo da constituição biológica/genética e ambiente.
A av. neuropsicológica tem que ter um raciocínio sobre o funcionamento cerebral do indivíduo. Ex.: Autismo,
não é usado um método técnico da Av. psicológica, e sim, da Neurociências.
Exemplos de demandas para av. neuropsicológica
Acidente vascular cerebral – AVC isquêmico
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TEA – criança com hipótese de TEA


TCE – traumatismo cranioencefálico para avaliar o funcionamento neuropsicológico para ver sequelas de uma
lesão causada pelo TCE
Escola envia uma adolescentes com queixa de aprendizagem e hipótese de transtorno de aprendizagem
Individuo com sintomas de TDAH sequelas
Indivíduo que sofre AVC cognitivo
Filhos que procuram uma equipe interdisciplinar para investigar queixas de memória da mãe. Essa avaliação é
importante para fazer o diagnóstico diferencial de demência.
PROCEDIMENTO TÉCNICO com objetivos clínicos
Inferir e organização e o funcionamento cerebral por meio do desempenho do indivíduo.
Genética (cromossomo) – bases anatômicas – função cognitiva, comportamento complexo

OBJETIVOS NA AV. NEUROPSICOLÓGICA


- Levantamento de sinais indicativos e preditores/prodrômicos (conjunto de sinais e sintomas que prenunciam
uma doença ou uma alteração da normalidade orgânica) de determinados transtornos. Ex.: quadro
demencial/sinais: pode ser indicativo de). Ex.: autismo – criança com sinais de autismo. Na av. neuropsicológica
dá para entender o funcionamento e se esse funcionamento é um sinal de indicativo de autismo ou não. Ex.:
idosa que apresenta problemas de memória, mas não se sabe se o problema é quadro demencial, então posso
avaliar e indicar se isso é indicativo ou não de um quadro demencial.
- Diagnóstico neuropsicológico (não é necessariamente diagnóstico classificatório/nosológico). Avaliar se tem
sequelas ou não. Indicar o perfil, o funcionamento neuropsicológico do indivíduo já é um diagnóstico diferencial.
Pode ser um objetivo da avaliação, dizer como o indivíduo funciona.
- Diagnóstico diferencial (entre dois transtornos – dúvida entre duas demandas X ou Y, ou a possibilidade de uma
comorbidade, ou seja, uma sobreposição de um transtorno com o outro, também pode ser um objetivo da avaliação.
Quem determina os objetivos são: quem encaminha, o porquê a pessoa procurou e qual o entendimento que eu fiz
daquele caso. Quando tenho dúvida sobre as duas demandas X e Y, então o objetivo é diagnóstico diferencial.
- Identificação de comorbidades – sobreposição de um transtorno com o outro.
- Delineamento do perfil neuropsicológico (1º ou 2º) entre dois transtornos ou um com o outro. Dar orientação,
avaliar o prognóstico ou acompanhar o indivíduo em uma outra intervenção para delinear o perfil e o outro
profissional continua com a intervenção e de tempo e tempo, o paciente volta para reavaliarmos e acompanhar se
ele está evoluindo ou não.
- Elaboração de programas de intervenção (ver se ela está respondendo a intervenção, tem que monitorar para
saber)
- Planejamento de outras intervenções (parte sempre da cognição). Ajudar a pensar em programas de intervenção.
Ex.: TDAH, autismo, quadro demencial para ajudar outro profissional que vai intervir como o terapeuta
ocupacional, o fisioterapeuta.
O RACIOCÍNIO CIRCULAR parte de uma hipótese, um objetivo e uma demanda (do funcionamento cerebral) –
usar vários procedimentos para responder o objetivo. Depois tem a conclusão e essa conclusão vai direcionar para a
intervenção. Tem princípios clínicos norteadores para fazer a intervenção.
ETAPA DO PROCESSO AVALIATIVO (5 etapas) – Exploratória, Planejamento, Avaliação, Resultados,
Devolutiva. São processos distintos com etapas diferentes. Parte de um objetivo com várias perguntas para
responder e ter uma conclusão que vai dar em uma intervenção.
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1ª etapa exploratória = coleta inicial, anamnese, entrevista clínica com paciente, familiares. Estabelece hipóteses e
respostas provisórias.
2ª etapa – planejamento = dependendo da hipótese, do objetivo, vou selecionar métodos e técnicas. Entrevista,
jogos, testes, conversar com a escola, com outras pessoas, aplicar testes. Na av. neuropsicologia sem parto sempre
da cognição, das funções cognitivas: atenção, memória, percepção, habilidades motoras, linguagem, inteligência,
funções cognitivas.
3ª etapa avaliação = vou aplicar testes, entrevista, encontrar esse paciente, posso rever e refazer o planejamento,
posso criar ou mudar hipóteses.
4ª etapa resultados = juntar todos os materiais e organizar os resultados, delinear o perfil, qual é a interpretação
dos resultados, se a hipótese faz sentido ou não, o que vou fazer, encaminhar para outro profissional? Vou sugerir
intervenção? Qual?
5ª etapa devolutiva = organizo as informações no laudo e marco entrevista de devolutiva para entregar o laudo e
explicar os resultados, orientar, encaminhar para outros profissionais se necessário. Obs.: posso encaminhar para
outro profissional antes para agilizar quando percebo a necessidade durante a avaliação.
ETAPAS DA AVALIAÇÃO – DO PROCESSO AVALIATIVO
Tipos de métodos e técnicas
Entrevista clínica; entrevista com múltiplos informantes (familia, escola, outros profissionais que atendem aquele
paciente); instrumentos padronizados (No SATPSI, psicométricos): escalas (com os pais para observar os
sintomas), inventários, baterias, teste de desempenho; Tarefas ecológicas; análise de tarefas.
Na neuropsicologia pode usar tarefas neuropsicológicas que tem estudos de validade e normatização e que não são
testes restritos ao psicólogo e que podem ser comprados em sites de editoras.
Tarefas ecológicas tem relação mais direta com o que o indivíduo faz no dia a dia. Posso usar um teste
padronizado de leitura e escrita para crianças com dificuldades, mas posso elaborar uma atividade mais ecológica
pensando nas demandas dele no dia a dia. podemos reproduzir estas demandas no consultório, é uma tarefa que vou
pensar e criar para aquela pessoa. Não é um teste padronizado. Posso aplicar um teste de desempenho padrão para
ver o desempenho dela onde vou aplicar e corrigir, mas posso pensar em como é o desempenho dele em função
cognitiva no dia a dia, ex. dar para um idoso uma lista de supermercado (ver como ele planeja, se organiza, paga).
Não é um teste psicométrico, é mais qualitativo de observar o comportamento.
Análise de tarefas = preciso observar como o indivíduo realiza o teste, se ele verbaliza ou não. Não tem protocolo
para isso, eu tenho que treinar.
Jogos e métodos lúdicos com crianças e adolescentes e com adultos e idosos também. Tem que fazer análise dos
jogos pois está sendo usado em contexto de avaliação.
Métodos observacionais (é intencional)- posso ter protocolo de observação. Ex.: no consultório, observar a
interação dos pais com a criança ou por exemplo observar na escola.
Vídeos e fotos – ver linguagem e comportamento a partir do vídeo (crianças e adolescentes).

Escalas clínicas - na TCC tem várias escalas clínicas. O protocolo de conceitualização cognitiva é clínica, não tem
pontuação, se baseia no modelo teórico que é cognitivo, posso usar no processo de avaliação, é um instrumento
clínico, exige raciocínio clínico.
No geral, na av. neuropsicológico sempre vai envolver funções cognitivas, tem que fazer um rastreio de todas as
funções cognitivas. Não precisamos nos limitar nessas funções cognitivas, pois dependendo da queixa e das
características do paciente, podemos incluir na avaliação, outros construtos, ex.: criatividade, comportamento,
personalidade, habilidades sociais, estilos parentais.
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Sintomas específicos como ansiedade, depressão (pode não ser o foco principal, pois principal é o processamento
cognitivo), mas não vamos deixar de lado esses outros construtos psicológicos de lado durante a av.
neuropsicológica, podemos incluir.
Com crianças tem instrumentos para av. de personalidade psicométricos, mas eles são mais rasos (porque a criança
ainda está desenvolvendo estes traços). Ex.: BIFFIVE – traços de personalidade por meio do computador.
PLANO DE AVALIAÇÃO
QUEIXAS: Funções / habilidades de domínio do desenvolvimento
Funções cognitivas: = Inteligência, Percepção, Atenção, Memória, Linguagem, Habilidades Motoras, Funções
Executivas, leitura e escrita.
Outros construtos: Personalidade, Sintomas específicos, Inteligência emocional, Suporte social e familiar,
Criatividade, Estilos parentais, Habilidades escolares.

Métodos e técnicas para avaliação: Planos para usar

SATEPSI - Sistema de avaliação de testes psicológicos e sites de editoras para testes específicos: MEMNON,
VETOR, HOGREFE E PERSON.
RASTREIO NEUROPSICOLOGICO – identificar onde tem problema para investir em outros testes mais
específicos. Visão geral do paciente, do funcionamento neuropsicológico dele. Instrumento que vai avaliar funções
ao mesmo tempo, vai ter pequenas tarefas de todas as funções.
NEUROPSILIN: Instrumento de avaliação neuropsicológica - •Infantil: 6 -12 anos •Breve: 12 -90 anos

TESTE DE INTELIGÊNCIA – eles tem vários subtestes


WISC IV • ESCALA WECHSLER DE INTELIGENCIA PARA CRIANÇAS 6 16 ANOS
WISC III : ESCALA WECHSLER DE INTELIGENCIA PARA ADULTOS > 17 ANOS • Avalia: – Inteligência,
– Percepção, – Memória, – Atenção
Tempo é o parâmetro do desempenho no teste WAIS. Os teste de inteligência, a maioria envolve tempo para fazer.
Organização visual é o cubos = vai exigir organização perceptual = percepção. Tem o subteste Beta III raciocínio
matricial = Gf inteligência fluida e exige mais raciocínio.

ATENÇÃO
TAVIS-4 é online sustentada visual e atenção alternada visual – cor e forma
Paradigma de cancelamento – paradigma de Lince. O jogo de LINCE ver a função do jogo, pode ser
manipulado. É usado para atenção se a criança tem que procurar o alvo. É memória se eu mostro a cartinha que ela
tem que procurar e tiro, estou engajando memória, não é mais atenção.

MEMÓRIA
Memória de curto prazo visual e memória operacional – Cubos de Corsi
Paradigma de SPAN – tarefa de Span de memória – Cubos de Corsi
3 processos de memória: como adquirir a informação, como armazenar e como recuperar. Tem sequência de
números. Ex.: 4-5-7 – a criança tem que repetir a ordem.
Tem também a versão indireta – memória visual operacional. A criança tem que repetir a sequência dos números ao
contrário, de trás para a frente.
Paradigma de avaliação de memória de curto prazo é o PARADIGMA SPAN (de extensão da memória). Teste
Span de dígitos (sequência direta)

LINGUAGEM
Paradigma de linguagem Token Test - Tarefa de compreensão, linguagem receptiva. Tem que compreender,
reproduzir e executar.
O Token Test também é uma tarefa neuropsicológica, é tarefa de compreensão, tem parâmetros para crianças,
adolescentes, adultos e idosos. Ex.: figuras geométricas em madeira em formato quadrado e círculo com cores e
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tamanhos diferentes. Pedir para a pessoas tocar em uma figura tal e de cor tal. Coloque o quadrado verde entre o
círculo vermelho e o quadrado azul, ou seja, vai ficando mais difícil a tarefa.

FUNÇÕES EXECUTIVAS
Tarefa mais ecológica, aplicada mais em situação acadêmica, para escola. Ex.: para fazer prova, qual estratégia
usa? Vamos questionar as funções executivas dentro das situações acadêmicas, é mais clínico e não tarefa de
desempenho com pontuação. Outro material é o baralho das cognições e aprendizagem. Se baseia no modelo
cognitivo de Aaron Beck para avaliar as distorções de pensamento de uma pessoa em situação de aprendizagem.
São cartas de pensamento, sentimentos, situações e questionamentos divididas por cores.
Para as funções executivas tem a Torre de Londres (planejamento), Torre de Hanói, Torre de Coimbra.
Avaliação do planejamento, ex.: mostrar para a criança o material estímulo que estão em posições diferentes. A
criança tem que mudar os discos de lugar para chegar na posição que está sendo mostrado. Tem regras para a
execução, a criança tem uma meta, um objetivo para cumprir, tem que fazer um planejamento e tem que usar uma
estratégia para atingir os objetivos.

Tarefas neuropsicológicas não tem no SATEPSI

Diagnóstico categórico + diagnóstico nosológico


Caso M.O.G – 10 anos e 7 meses
Hipóteses
Dislexia - explica a desatenção, leva a alterações funcionais que explica a leitura e escrita (que é a queixa),
tem alteração no proc. Auditivo, alteração de atenção, na leitura e na escrita. Dificuldade de aprendizagem.

TDAH – poderia ter dificuldade de aprendizagem, a alteração principal é nas funções executivas, na atenção, ou
seja, se fosse TDAH, seria para chamar mais atenção a função executiva e não na linguagem, a linguagem pode ser
uma consequência.
TDAH pode desenvolver comorbidades emocionais, ex.: ansiedade, mas a ansiedade não explica o transtorno de
aprendizagem. Agitado, ansioso, dificuldade para ficar parado.

Transtorno específico de aprendizagem – alteração no processo auditivo central – pode ser diagnóstico
funcional, não é diagnóstico nosológico porque não tem no manual. É um resultado de exame que ele fez e que deu
alterado. Pode ser um achado clínico.

Transtorno de linguagem – se fosse, outras alterações de linguagem oral ficariam mais evidenciados. O
diagnóstico é clínico e não tem relato dos pais que tem problemas desde cedo.

Habilidade motora fina (mão) e habilidade global – como ele pega no lápis.

Métodos e técnicas = WISC-IV, percepção visual, atenção, memória, habilidades motoras, funções executivas.

DIFERENTES NÍVEIS DE DIAGNÓSTICOS NEUROPSICOLÓGICOS


O diagnóstico vem a partir do raciocínio clínico. Diagnóstico não categoria, tem que explicar.

FUNCIONAL= sindrômico – descreve os sintomas e sinais em termos de padrões de associação. Explicar,


descrever, apresentar os sintomas, as características do funcionamento neuropsicológico. Descrição de sintoma e
funcionamento e de dissociações. Utilização de modelos teóricos para a explicação do funcionamento
neuropsicológico. Depois que termina o processo de avaliação, a gente explica o funcionamento neuropsicológico
do indivíduo. Padrão de alteração de uma função – ter relevância clínica – usar muitas técnicas e métodos. Ex.:
WISC-IV – 4 funções, índices que o WISC avalia = comportamento verbal, organização perceptual, memória
operacional e velocidade de processamento.

TOPOGRÁFICO – localização, estrutural, exames de neuroimagem, relacionar as áreas com as funções.


Relação entre estrutura e função. Correlação anátomo-funcional. Comportamento e cérebro. Lesão cerebral mais
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evidente. O neuropsicólogo localiza o déficit em um modelo cognitivo e a seguir correlaciona o déficit funcional
com a localização cerebral estabelecida na literatura ou na sua experiência prévia.

NOSOLÓGICO – nosoterápico – nome do transtorno. São sindrômicos, juntam vários sintomas e dá um


diagnóstico.
Associação entre o padrão (representa um nome: TEA, TDAH, Esquizofrenia, TOC, TAG) de funcionamento e
um diagnóstico específico. Importância do conhecimento das diretrizes diagnósticas dos diferentes transtornos
mentais e neurológicos, presentes nos manuais diagnósticos internacionais. Tem que saber consultar os critérios de
entrada. É apenas um tipo, um nível de diagnóstico que pode definir em neuropsicologia, não é um único.

CID 11 – funções e estruturas do corpo, funções psicológicas, funções cognitivas.


DSM-5 – Usamos por conta da descrição, coloco na laudo a hipótese e o código.

ECOLÓGICO – impacto dos transtornos sobre o funcionamento do indivíduo. Qualidade de vida, representação
sobre suas dificuldades e potencialidades, participação familiar, profissional, acadêmica, dentre outras. Como ele
funciona no dia a dia no ambiente natural. Impacto da dificuldade no dia a dia da pessoa (comparação com ela
mesma).
Para diagnóstico ecológico pode usar a CIF – classificação internacional de funcionalidades (incapacidade e
saúde) – estrutura e função do corpo.
Ex.: psiquiatra com TCE – traumatismo crânio encefálico. Limitação por causa da TCE para fazer algumas funções
– o que esse problema o afeta. No pessoal é ecológico.

NEUROIMAGEM APLICADA A NEUROPSICOLOGIA


Técnicas para estudar o encéfalo “in vivo”
Vamos ter duas grandes aplicações dessas técnicas de neuroimagem:
Pesquisa científica – investigação estrutural e funcional
Aplicações clínicas – exames complementares para diagnósticos
Ex.: lesões na estrutura do cérebro – Alzheimer / o paciente tem uma alteração estrutural/anatomia no cérebro,
lesões. E do ponto de vista funcional - transtorno do neurodesenvolvimento.
Usado para a pesquisa científica, investigação estrutural: integridade anatômica e funcional: ex. transtorno do
neurodesenvolvimento, estuda a parte funcional ou NÃO funcional. Tem aplicações clínicas como exames
complementares para o diagnóstico. *clínica sempre é soberana*
Tomografia computadorizada e ressonância magnética estrutural (usadas na clínica com aplicação clínica).
Ressonância magnética funcional usada para pesquisa, não tem aplicação clínica. É usado em vários transtornos
tanto estruturais quanto funcionais, mas não é usado para diagnóstico e intervenção.
Estrutural: Constituição física e morfológica do encéfalo em determinado momento e não depende de uma
atividade cognitiva (aplicações clínicas).
Funcional: Mede indiretamente a atividade neuronal. Pode estar associada a uma atividade cognitiva ou estado de
repouso (pesquisa/ não tem aplicação clínica) – conexão entre uma área e outra.
AVANÇO TECNOLÓGICO: ELETROENCEFALOGRAMA, TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA,
TOMOGRAFIA POR EMISSÃO DE FÓTON (SPEET) E RESSONÂNCIA MAGNÉTICA FUNCIONAL.
Eletroencefalograma - EEG -Técnica eletrofisiológica, registra o resultado, mede e mapeia a atividade elétrica
por meio dos potenciais de ação gerados pelo córtex. O sinal pode ser dividido em bandas com frequências distintas
(Beta>10Hz,Alfa8-hz,Delta=<4Hz)
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Boa resolução temporal e espacial (localização que o eletrodo fica na cabeça), uso clínico (crises convulsivas,
encefalites, intoxicação medicamentosa, delirium, encefalopatias e experimental. Vai medir, mapear o córtex, a
atividade elétrica do córtex e atividade elétrica cerebral, crises epiléticas. *crises convulsivas podem ocorrer por
diversos motivos, inclusive quando o indivíduo tem epilepsia*
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA – TC – É o Raio X mais sofisticado. Estrutural mais avançado do que
o raio X, Imagens obtidas em múltiplos cortes pelo plano horizontal longitudinal plano axial/transversal. Alta
densidade (ex. ossos aparecem bem brancos, indicando uma absorção quase completa dos RX.) Baixa densidade
(ex. ar absorve pouco a radiação baixa atenuação e aparece em preto). absorção completa = substância branca
(mais escura) e substância cinzenta (mais clara). Após atravessar o corpo do paciente, a radiação é captada, em
forma de fótons, pelos detectores. Depois, os detectores convertem os fótons em sinal analógico, que, então, é
enviado para um computador. Tubo de raio-X é formado pela cápsula que envolve a radiação, pelo catódio (que
libera elétrons) e pelo anódio rotatório (responsável pela transformação dos elétrons em raios-X). Detectores de
fótons são dispositivos que captam a radiação e a convertem em sinais elétricos analógicos.
Uso clínico: calcificação, hemorragias agudas, danos ósseos, limitações para diferenciar substância branca e
cinzenta.
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA – RM - Mais utilizada para investigação clínica. Evoluções atípicas de sintomas
psiquiátricos, diagnóstico diferencial de demência, TCE, sintomas psiquiátricos de início precoce, sintomas
psicóticos, dep. Do álcool, epilepsia, transtorno do movimento, doenças autoimunes. Transtorno de alimentação,
suspeita de intoxicação, catatonia, sintomas neurológicos focais. Resolução maior que a TC, com diferentes cortes
e planos.
Uso clínico: para estudar diversos transtornos neuropsiquiátricos, como transtorno bipolar, autismo, epilepsia,
demências e esquizofrenia. *para AVC a ressonância é melhor* É utilizada uma tecnologia de ponta que
estimula e detecta a mudança na direção do eixo de rotação dos prótons encontrados na água que compõem os
tecidos vivos. Essas moléculas são captadas pelo aparelho de ressonância e reproduzidas no computador para
avaliar o resultado obtido. ímãs que produzem um campo magnético que força os prótons presentes no corpo
humano a se alinharem. Uma corrente de radiofrequência é pulsada através do paciente e quando é desligado, os
sensores de ressonância magnética são capazes de detectar a energia liberada conforme os prótons se realinham
com o campo magnético.
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA FUNCIONAL – RMF - Ressonância Magnética Funcional- Estímulos
durante/ativo
Princípio básico – avaliar quais são as áreas cerebrais mais ativas quando um individuo está envolvido numa
tarefa/atividade específica. O princípio é a relação entre as áreas ativadas e atividades cognitivas ao mesmo tempo.
A máquina de ressonância normal é a mesma da ressonância magnética funcional, o que muda é o software para
decodificar as imagens a partir do escaneamento, permite a correlação entre a atividade que está sendo feita, o fluxo
sanguíneo cerebral e o nível de oxigênio.
Tem muitas aplicações em termos de pesquisa, mas não tem os protocolos clínicos que permitam usar esse tipo de
técnica para avaliação desses transtornos. O diagnóstico e a avaliação desses transtornos ainda é baseado no
raciocínio clínico.
Alterações na atividade neural enquanto o indivíduo realiza uma tarefa. Detecta mudanças da perfusão (nível de
sangue naquela região) na região cerebral, no volume ou na oxigenação que acompanham a atividade neuronal,
com mais sangue e oxigênio (oxigênio vem com o sangue).
Efeito BOLD – (blood oxigenation leven dependent) - Oxiemoglobina aumenta, o sinal fica mais intenso, brilhoso.
Densidade cortical- número de alelos e conexões que temos nos neurônios, detém região cerebral.
Detecta mudanças na perfusão cerebral regional, no volume ou na oxigenação sanguíneos, que acompanham a
atividade neuronal. Supostamente, em áreas com maior atividade neuronal há aumento na oferta de oxigênio, o que
causa um aumento da concentração regional de hemoglobina saturada de oxigênio (oxiemoglobina). Alterações na
atividade neural quando o indivíduo realiza uma tarefa. Assim, a imagem de RM é obtida pelo chamado efeito
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BOLD (blood oxygenation level dependent). O efeito BOLD é, então, obtido de acordo com a proporção entre
oxiemoglobina e desoxiemoglobina. Áreas com altas concentrações de oxiemoglobina mostram-se mais brilhantes,
com sinal mais intenso que áreas com baixa concentração.
Uso em pesquisa: Transtornos psiquiátricos, localização das funções cognitivas, personalidade, respostas a
intervenções farmacológicas, psicoterápicas, neuropsicológicas, SÓ USAM EM PESQUISAS. Promissor para
identificar sinais prodrômicos e diagnósticos precoces. Tem outros protocolos clínicos. Uso clínico-
cirurgias/prodrômicos (acompanha espaço
mento longitudinal/ acompanhamento clínico).
Ex.: TDAH – (avaliaram a densidade cortical e o aumento de número de conexões ao longo dos anos) esses
indivíduos apresentam atraso na maturação cortical . eles tem mais alterações do ponto de vista neurobiológico
porque frontal é uma área de controle de atenção e funções executivas que é o que tem mais dificuldade. Pacientes
com TDAH tem maturação cortical nessas áreas mas é mais atrasada, ao longo do tempo ele vai diminuindo os
sintomas. Ex.: de agitação motora. Hipercinesia que é não conseguir controlar o comportamento motor,
dificuldade para controle motor. Intervenção para TDAH – neuroimagem pode mostrar.
Ex.: Autismo – alteração na cognição social que ele tem. Qual área cerebral está mais envolvida/ tem mais
relação com esse processo de reconhecer o outro, fazer uma percepção das expressões fisionômicas dos outros e se
tem uma área cerebral especifica envolvida. É o sulco temporal superior – tem uma anormalidade dessa região.

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