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Avaliação Neuropsicológica

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Avaliação Neuropsicológica

NEUROPSICOLOGIA

 Disciplina científica, que surgiu no século XIX, que se ocupa das


relações cérebro/funções cognitivas.
 Pode ser entendida como sendo a análise dos distúrbios de
comportamento que se seguem a alterações da atividade cerebral
normal caudados por doenças, lesões ou modificações experimentais
(Lezak, 2004).
 É o campo de atuação profissional que investiga as alterações
cognitivas e comportamentais associadas às lesões ou disfunções
cerebrais
 É uma ciência de caráter interdisciplinar
 Conhecimento advindo de várias disciplinas
 Estuda os distúrbios cognitivos e emocionais, bem como distúrbios de
personalidade causados ou potencializados por lesões ou disfunções
cerebrais

BREVE HISTÓRICO DA NEUROPSICOLOGIA

 Termo utilizado pela primeira vez em 1913, porém cunhado nos anos 40
com o trabalho de Hebb “The organization of bevarior: a
neuropsychological theory”.
 Em 1957 – termo designava uma subárea das neurociências
 Década 60 – divulgação científica, com os trabalhos de Lashley

FILÓSOFOS GREGOS:

 Sede do intelecto e fonte dos processos mentais


 Platão: teoria da “alma tripartida”, defendia a ideia de que o cérebro
responsável pela razão (por estar mais perto do céu), coração pelas
emoções e o baixo ventre pelo instinto e desejo

RENÉ DESCARTES:

 Século XVII = Dualismo Cartesiano - a separação entre a mente e o


cérebro.

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 Descartes escolheu a glândula pineal como a sede da alma, o lugar de


encontro entre a mente e o corpo.

SÉCULO XIX:

 Hipótese Cerebral
 Quais as estruturas responsáveis pela cognição? Elas atuam em
conjunto ou de maneira independente?

FRANZ GALL:

 (1758-1828): Localizacionista
 Posição não-dualista e tentativa de localizar no cérebro áreas
específicas para os comportamento.
 Verificou que os processos mentais estavam localizados em diferentes
regiões do cérebro.
 Primeiro a descrever de forma completa a relação entre lesão cerebral
frontal esquerda e afasia, tornando-se assim um importante precursor da
neuropsicologia.
 Ideia ingênua: palpação manual do crânio – Cranioscopia
 Frenologia: interesse pela função cerebral, influência na escola
parisiense (Broca)

JEAN PIERRE FLOURENS:

 (1794-1867)
 Maior opositor das ideias de Gall – realizou que fizesse mapeamento do
crânio de um cientista na época.
 Visão holística = as funções mentais não dependiam de partes
particulares do cérebro, mas sim que elas atuam envolvendo o cérebro
como um todo
 Experimento com pombos – evidência que o cérebro funciona de um
modo integrado
 “Todas as sensações, percepções e vontades ocupam o mesmo lugar no
cérebro” (Flourens, 1824)

PAUL BROCA:

 (1824-1880)

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 Descobertas  marco decisivo para Neuropsicologia Clássica


 Observou pacientes com lesões cerebrais e suas consequências na
linguagem, através do método anátomo-clínico = HE associado a
produção da fala
 AFASIA DE BROCA
 1ª evidencia da localização de uma função mental complexa

CARL WERNICKE:

 (1848-1905)
 Descobriu outra área relacionada com a linguagem, observando
pacientes com lesões temporais esquerdas
 Dificuldades compreensão de linguagem
 AFASIA DE WERNICKE
 Pioneiro na concepção de que o cérebro funcionava conectado várias
partes do sistema por meio de feixes de fibras

HUGHLINS JACKSON:

 (1835-1911)
 Visão mais holística das alterações cognitivas
 Sistema nervoso subdividido por hierarquia funcional: cada parte
correspondia a determinado nível de funcionamento
 Cada uma das funções superiores era desempenhada por todo cérebro,
sendo que cada área com sua contribuição.
 Condução Hemisférica – hemisfério direito também é importante

SÉCULO XIX:

 Neuropsicologia se desenvolveu principalmente a partir dos estudos com


pacientes cérebro-lesados
 Grandes guerras mundiais – imenso número de casos clínicos serviram
de base para o desenvolvimento da Neuropsicoliga.

LAPSO DE TEMPO ENTRE SÉCULO XIX E DESENVOLVIMENTO DAS


NEUROCIÊNCIAS EM 1920:

 Sustentação das posições unitarista e localizacionista

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 Desenvolvimento da psicanálise
 Origem epistemológica da psicologia
 Falta de interesse por parte da psicologia dos achados biológicos

WILDER PENFIELD:

 (1891-1976)
 Durante a cirurgia de pacientes com epilepsia, utilizavase de
estimulação elétrica em regiões corticais e observava as reações do
paciente.
 Mapeou diversas funções cognitivas e percepto-motoras e correlacioná-
las a áreas circunscritas do cérebro.

ALEXANDER LURIA:

 (1902-1977)
 Pacientes que sofreram lesões cerebrais na Segunda Guerra Mundial =
modelo de organização das funções mentais no cérebro
 Funções mentais = sistemas funcionais altamente complexas e
dinâmicas e não podem ser localizados em áreas cerebrais específicas.
 Dependem do cérebro como um todo, mas com partes distintas sendo
responsáveis.
 NOVO ENFOQUE: LOCALIZAÇÃO DINÂMICA DAS FUNÇÕES
 Funções mentais dependem do cérebro como um todo, mas com partes
distintas sendo responsáveis.
 Memória, atenção... Produto final do processamento de diversas áreas
cerebrais que, trabalhando em conjunto, proporcionam a função
requerida.
 Erro: delimitar áreas específicas do cérebro para cada função
(localizacionismo) e considerar que atividade mental estaria relacionada
ao funcionamento de todo o cérebro.
 DIVIDE O CÉREBRO EM TRÊS UNIDADES FUNCIONAIS
 UNIDADES FUNCIONAIS DE LURIA: I UNIDADE Regular tônus cortical
ou vigília (estado de consciência). II UNIDADE Obter, processar e
armazenar informações. III UNIDADE Programar, regular e verificar a
atividade mental.

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 I UNIDADE FUNCIONAL DE LURIA - ESTRUTURA: Formação Reticular


(no tronco cerebral) FUNÇÃO: • regular tônus cortical • vigília • atividade
mental VIGÍLIA: ESSENCIAL (pré-requisito) para atividade mental
normal
 II UNIDADE FUNCIONAL DE LURIA - ESTRUTURA: 2/3 posteriores da
superfície lateral dos hemisférios cerebrais 1 - região visual -
OCCIPITAL 2 - região auditiva - TEMPORAL 3 - região somestésica -
PARIETAL  FUNÇÃO: RECEBER + ANALISAR + SINTETIZAR +
ARMAZENAR INFORMAÇÕES.  Especificidade modal: componentes
adaptados para receber informações visuais, auditivas ou sensoriais
gerais.
 III UNIDADE FUNCIONAL DE LURIA ESTRUTURA: 1/3 anterior da
superfície lateral dos hemisférios cerebrais FUNÇÃO: • CRIAR +
PROGRAMAR (PLANEJAR) + EXECUTAR + REGULAR + VERIFICAR
+ CORRIGIR a atividade consciente. • Esta é a principal característica
que diferencia a regulação da atividade consciente humana.
 INTERAÇÃO ENTRE AS 3 UNIDADES FUNCIONAIS QUALQUER
FORMA DE ATIVIDADE CONSCIENTE É SEMPRE UM SISTEMA
FUNCIONAL COMPLEXO E NECESSITA DA FUNÇÃO COMBINADA
DAS TRÊS UNIDADES FUNCIONAIS

DÉCADA DE 50 E 60:

 Década de 70: marco da Neuropsicologia Cognitiva. Estudos de Casos


únicos
 Incorporou os paradigmas e modelos da psicologia cognitiva, o
processamento da informação.
 Psicologia Cognitiva: Promover modelos sobre o funcionamento mental
 Neuropsicologia: Capacidade de testar a aplicabilidade desses modelos

PSICOLOGIA COGNITIVA:

 Resumidamente: O modo como as pessoas percebem, aprendem,


recordam e pensam sobre a informação.
 Especificadamente: Forma como as informações externas são
extraídas. Como estas informações são conceitualizadas e organizadas

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internamente. Como são realizadas as elaborações e processamentos


internos a partir da interação com o ambiente.

NEUROPSICOLOGIA CLÁSSICA:

 Busca pelos correlatos neuroanatômicos dos processos mentais


 Relação cérebrocomportamento- cognição
 “Como as sequelas cognitivas de X se relacionam à sua lesão
neurológica?”

NEUROPSICOLOGIA COGNITIVA:

 Ênfase para o estudo dos processos cognitivos


 Visa compreender como processa a informação, em termos funcionais
 Que habilidades foram comprometidas e poderiam explicar as alterações
comportamentais?
 Área interessada na análise e funções de processos mantidos e nos
déficits cognitivos para a melhor compreensão da organização do
comportamento normal (Seron, 1997).
 Compreender: “Como um indivíduo processa a informação, em termos
funcionais, sendo de menor interesse, para essa abordagem, o
mapeamento das relações cérebrocomportamento e a descrição de
sequelas típicas de lesão cerebral” (Fernandes, 2003)

DÉCADA DE 90:

 Técnicas avançadas de neuroimagem


 Maior conhecimento métodos de avaliação neuropsicológica, de
reabilitação
 Interface entre neuropsicologia e psicopatologia
 Neuropsicologia de quadros neurodegenerativos e do desenvolvimento
 Neuropsicologia dinâmica e ecológica

NEUROPSICOLOGIA ATUAL:

 Ênfase não se restringe mais ao diagnóstico – propósito é entender a


natureza do problema, prognóstico e pensar em estratégias de
reabilitação (Mello, Miranda, Muszkat, 2005)

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 FUNCIONALIDADE = As técnicas de avaliação neuropsicológica advêm


da tradição funcionalista que considera que a predição do desempenho
do indivíduo é o objetivo primário da avaliação e o construto psicológico
é secundário.
 COGNITIVISMO = os testes construídos na tradição cognitivista
enfatizam primariamente o construto psicológico e a predição clínica
como alvo secundário da avaliação.

NEUROPSICOLOGIA NO BRASIL:

 Há uma grande demanda clínico-científica de instrumentos de avaliação


neuropsicológica adequados às diversas realidades sócio-culturais e
lingüísticas de nosso país.
 Tradução de instrumentos internacionais: várias versões de um mesmo
instrumento
 Maior aplicabilidade e interpretação dos testes psicológicos no contexto
da neuropsicologia

PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DA NEUROPSICOLOGIA:

 Neuropsicologia baseia-se na interação:


 Modelos cognitivos Psicologia Cognitiva Psicolinguística
 Modelos Neurais Neuroanatomia Neurofisiologia

FENÔMENOS QUE EMBASAM A DISCUSSÃO SOBRE O


FUNCIONAMENTO DOS PROCESSOS COGNITIVOS:

 Modulariedade (Fodor, 1983) – independência funcional dos diferentes


processamento Desenvolvimento ou o prejuízo de determinados
componentes cognitivos não afeta a totalidade do sistema cognitivo
 Isomorfismo – módulos cognitivos são universais a todos os indivíduos
 Dissociação
 Associação

AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA: PROPÓSITOS E OBJETIVOS:

 Caracterizar o funcionamento cognitivo e comportamental de diferentes


processos psicológicos, identificando suas fraquezas e forças, após um
quadro neurológico e/ou psiquiátrico.

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 Estabelecer a extensão e os impactos de lesões/disfunções cerebrais,


nos seguintes aspectos: Cognição - Comportamento - Adaptação
emocional - Adaptação social

AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA E PSICODIAGNÓSTICO:

PSICODIAGNÓSTICO:

 “Trata-se de uma avaliação psicológica feita com propósito clínico”


 “Processo científico que utiliza técnicas e testes psicológicos seja para
entender problemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e avaliar
aspectos específicos ou para classificar o caso e prever o curso
possível, comunicando os resultados”

PRINCIPAIS OBJETIVOS DO PSICODIAGNÓSTICO:

 Classificação Nosológica e diagnóstico diferencial – utiliza-se o DSM-5


 Avaliação Compreensiva – avaliação do funcionamento da
personalidade, fatores psicodinâmicos, funções do ego, insight, conflitos,
chegando uma compreensão do caso com base num referencial teórico.
 Prevenção – identificar problemas precocemente, avaliar risco, estimar
forças e fraquezas do ego
 Estabelecimento de um prognóstico e tratamentos necessários.

PRINCIPAIS DEMANDAS E CAMPOS DE ATUAÇÃO DO


PSICODIAGNÓSTICO:

 Pacientes psiquiátricos (Eixo I e II)


 Pacientes de psicoterapia } Avaliação da personalidade
 Campo de atuação: instituição que presta serviços psiquiátricos ou de
medicina geral; clínica ou consultório particular
 Fontes de encaminhamento: psicólogos, psiquiatras, médicos de outras
especialidades, comunidade escolar, juízes, procura espontânea,
recomentados por familiares e amigos.

AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA:

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 “Processo científico que busca caracterizar o funcionamento cognitivo de


diferentes processos psicológicos, identificando suas fraquezas e forças,
após um quadro neurológico e/ou psiquiátrico” (Fonseca, 2011)
 “Pode ser entendida como sendo a análise dos distúrbios de
comportamento e cognitivos que se seguem a alterações da atividade
cerebral normal caudados por doenças, lesões ou modificações
experimentais” (Lezak, 2004).

PRINCIPAIS OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA:

 Diagnóstico funcional e descritivo dos processos cognitivos,


comportamentais e emocionais e auxiliar no diagnóstico nosológico de
transtornos neuropsiquiátricos;
 Estabelecimento de um prognóstico e tratamentos necessários;
 Orientação e esclarecimento para familiares e cuidadores;
 Auxiliar no planejamento e execução da reabilitação neuropsicológica
 Avaliação dos efeitos dos tratamentos e cirurgias

PRINCIPAIS DEMANDAS DA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA:

 Pacientes neurológicos: AVC, TCE, tumor cerebral, epilepsia, demências


 Pacientes psiquiátricos (transtornos de humor, de ansiedade,
esquizofrenia, etc).
 Transtornos do Neurodesenvolvimento: TDAH, Espectro Autista,
Transtornos e dificuldades de aprendizagem, deficiência intelectual
 Campo de atuação: clínica e consultório, hospitais, escolas,
organizações, forense, esporte.
 Fontes de encaminhamento: psicólogos, psiquiatras, neurologistas,
médicos de outras especialidades, comunidade escolar, juízes, procura
espontânea, recomentados por familiares e amigos

SIMILARIDADES ENTRE PSICODIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO


NEUROPSICOLÓGICO:

 Estrutura das sessões


 Etapas do processo
 Tempo de duração

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 Determinados instrumentos
 Algumas fontes de encaminhamento

ALGUNS OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA POR


QUADRO CLÍNICO:

 Demências: Auxílio no diagnóstico, detectar a degeneração cognitiva,


detectar o estágio – acompanhamento longitudinal, diagnóstico
diferencial com estados depressivos no idoso.
 AVCs: traumatismos cranioencefálicos, tumores: verificar funções
preservadas e falhas, localização da lesão (?), plano de reabilitação e
estudo evolutivo
 Epilepsia: Conhecimento das alterações neuropsicológicas, estudo do
efeito da terapia medicamentosa nas funções mentais, seleção de
pacientes com indicação cirúrgica
 Alterações cerebrais funcionais (esquizofrenia, depressão, bipolaridade):
análise dos prejuízos em funções neuropsicológicas, análise da eficácia
de programas de reabilitação (avaliação antes e depois da intervenção)
 Crianças com dificuldades de aprendizagem escolar: Auxiliar no
diagnóstico de dislexia, transtorno não verbal da aprendizagem,TDAH,
análise do perfil neuropsicológico – considerando fatores de
desenvolvimento

CAMPOS DE ATUAÇÃO DA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA:

 Clínica
 Pesquisa
 Hospitalar
 Escolar
 Organizacional
 Esporte
 Forense

PASSO A PASSO DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA:

 Entrevista Clínica
 Plano de avaliação e hipóteses

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 Aplicação dos instrumentos e técnicas


 Correção e interpretação quali e quanti
 Selecionar e integrar todos os dados
 Confecção de documentos
 Entrevista de devolução

FATORES RELEVANTES NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO:

 Idade
 Nível de escolaridade
 Frequência de hábitos de leitura e escrita
 Fadiga
 Fatores emocionais
 Problema de audição e visão
 Ambiente de avaliação
 Motivação

ENTREVISTA CLÍNICA/ANAMNESE:

 Momento de coleta de informações


 Permite a investigação:
 motivo do encaminhamento,
 aspectos referentes a vida diária,
 funcionamento social e acadêmico,
 relações familiares,
 fatores que possam ter contribuído para o surgimento e/ou agravamento
dos sintomas,
 história de vida pregressa e atual
 nível de desenvolvimento e funcionamento prévio
 Etapa fundamental para a definição das hipóteses clínicas que serão
testadas no exame neuropsicológico
 É com base nas entrevistas iniciais que, muitas vezes, seleciona-se
técnicas a serem utilizadas durante o processo de avaliação =
construção do PLANO DE AVALIAÇÃO

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 Observa-se o grau de comprometimento cognitivo e emocional e a


presença de habilidades necessárias para que o processo de avaliação
ocorra.
 Como se preparar ...
 O clínico deve ter consciência de que a experiência nas situações de
entrevistas pode gerar:
 Tensão no paciente
 Pode haver preocupações sobre os sintomas
 Processo de evitação Passo a passo do processo de avaliação
neuropsicológica
 Por isso, deve ser um momento também de validação e envolve muita
empatia
 Como começar ...
 O QUE OS (TE) TRAZ AQUI?
 ADULTOS E IDOSOS “Estou com dificuldades de raciocínio” “Ela esta
não lembrando das coisas” “O médico me mandou” “Eu só choro”
 CRIANÇAS E ADOLESCENTES “Ele não consegue aprender na escola”
“Ele está agitado” “Não consegue ler”
 Nem sempre a queixa do paciente é a real demanda de avaliação ou a
solicitação
 Qualificando a queixa na Entrevista Inicial
 Uhum, fale-me mais sobre isso...
 Me conta uma situação em que essa dificuldade de memória aconteceu?
(Familiar)
 Me dê exemplos... Qual foi a primeira vez que você percebeu?
 Anotações?
 É importante porque falhamos na memória
 Avisar o paciente torna o processo de tomar notas menos ansiogênico
 A escrita não pode ser lenta a ponto de quebrar o ritmo da entrevista

ROTEIRO DE ENTREVISTA DE ANAMNESE – PAIS E RESPONSÁVEIS:

 1 – Queixas e sintomas
o Sintomas pelos quais é levada à consulta: descrição e início
(psicopatologia?

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o Alteração somática?
o Alteração de conduta sem psicopatologia?
o Ausência de psicopatologia?)
o Quem encaminhou?
o Desde quando?
o Desde quando notou o comportamento diferente (data que iniciou,
desenvolvimento, época do sintoma)?
o O que notou e quem notou?
o Ações neste sentido (buscou ajuda?)
o Descrever o filho/a filha
o Qual profissional/fonte que encaminhou?
 2 – Histórico e curso dos sintomas
o Descrição detalhada do início e da evolução dos sintomas:
intensidade, frequência, contextos, tratamentos recebidos,
atitudes tomadas até então
o De forma rápida e destrutiva?
o De maneira lenta ou estacionária?
o Por surtos ou crises com remissão posterior?
o De forma espontânea?
o Presença de estressores?
 3 –Antecedentes familiares
o Construção de um heredograma: verificar a ocorrência de
quadros similares na família
o Verificar o estado de sanidade física e mental e os traços
patológicos de conduta do paciente e seus familiares para ver se
há semelhanças.
o Estrutura familiar, condições socioeconomicas e culturais.
o Métodos educacionais e punitivos
o Descrição de cada pai
o Como é a união?
o Doenças físicas e psicológicas dos pais?
o Problemas legais dos pais?

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o Irmãos? Como é a relação? Diferença de idade?


o Como dão limite para o filho?
o Separação: Quantos anos tinha a criança? Por que se
separaram? O que a criança disse e fez? O que lhe foi dito?
o Re-casamento?
 4 –Antecedentes pessoais – gestação, desenvolvimento, histórico
médico
o Desenvolvimento: concepção, gestação e parto
 Idade dos pais na época?
 Número de gestações anteriores: Abortos? Naturais?
Provocados?
 Perda de algum filho?
 Antes ou depois do paciente?
o Desenvolvimento: concepção, gestação e parto
 Quando ocorreu? O que significou?
 Foi desejada e planejada, ou acidental?
 Reações diante do anúncio da gravidez?
 Rechaço com desejo de abortar?
 Qual expectativa, menino ou menina? Qual a reação diante
da expectativa não correspondida?
o Desenvolvimento: concepção, gestação e parto
 Fez tratamento pré-natal?
 A mãe fez uso de alguma medicação? Consumiu bebida
alcoólica? Utilizou drogas? Sofreu acidente?
 Investigar complicação ocorrida durante a gestação
(vômitos excessivos, perda de sangue/sangramento,
ameaça de aborto, infecções, desmaio, tonturas, etc)
o Desenvolvimento: concepção, gestação e parto
 Como foi o parto? Quando tempo durou?
 Normal ou cesárea? A termo ou induzido? Foi usado
fórceps?
 No hospital ou em casa?
 Houve indício de sofrimento fetal?

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 Precisou ser reanimado?


o Desenvolvimento: concepção, gestação e parto
 Tinha alguma preocupação com o parto?
 Viu o bebê? Como foi?
 APGAR? Comprimento e peso?
 Chorou logo?
o Desenvolvimento: Primeiros anos de vida
 Qual a atitude da mãe para acalmar o filho?
 Como agia quando o bebê rechaçava o alimento?
 Qual a época do desmame? Como foi a passagem do leite
para outros alimentos?
 Mãe sem leite, como deu a mamadeira?
o Desenvolvimento: Primeiros anos de vida
 Usou bico? Até que idade?
 Como era o sono?
 Era levado ao colo?
 Tinha ansiedade a estranhos?
 Situações marcantes nesta fase?
o Desenvolvimento: Neuropsicomotor
o Linguagem
 Com que idade disse a primeira palavra?
 Qual foi?
 Quando disse a primeira frase?
 Como se desenvolveu a linguagem?
 Com atraso? Procurou ajuda? Gagueira?
 Como fala atualmente?
o Desenvolvimento motor
 Fixação da cabeça
 Quando sentou? Quando parou em pé?
 Engatinhou? Como foi?
 Com que idade deu os primeiros passos?
 Quando caminhou efetivamente?
 Quando começou a correr? E a amarrar os sapatos?

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o Desenvolvimento: Sono
 Como foi o sono do bebê?
 Até que idade dormiu o quarto com os pais? Ainda dorme?
 É sonâmbulo? Se mexe na cama, fala ou grita quando está
dormindo?
 Avaliar qualidade x quantidade
 Avaliar como se acorda x fadiga
 Tem insônia? (explorar época)
 Tem pesadelos? (explorar época)
 Como é o quarto da criança?
 Dorme só? Necessita de alguém?
 Quando acorda com pesadelo, qual a conduta?
 Dorme com a luz acessa?
o Desenvolvimento: Controle esfincteriano
 Com que idade? Como foi?
 Com que idade controlou durante o dia? E à noite?
 Em que idade começou a aprendizagem?
 Como foi o treinamento?
 Tem enurese noturna?
o Desenvolvimento: Histórico Médico
 Quais doenças teve na infância?
 Coincidiram com alguma situação específica?
 Cirurgias?
 Traumatismos?
 Doença infecto-contagiosa com comprometimento
cerebral?
 Crises convulsivas?
 Teve assistência médica?
 Tomou algum medicamento?
 Quais exames realizou? Já foi hospitalizada?
 Problemas de visão? Quando foi a última avaliação da
visão?

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 Problemas de audição? Quando foi a última avaliação de


audição?
o Desenvolvimento: Abuso
 Há histórico de abuso? Se sim, que tipo de abuso? Físico (
) Negligência ( ) Sexual ( ) Psicológico ( )
 Idade do paciente na época do abuso.
 Grau de parentesco entre a criança e agressor
 A criança tem contato atual com o agressor?
 O Conselho Tutelar está envolvido com a família?
 5 – Histórico escolar e outras atividades extracurricular
o Com quantos anos iniciou a escola?
o Como reagiu nos primeiros dias?
o Houve troca de escola?
o Facilidades e dificuldades no aprendizado da leitura, escrita ou
aritmética?
o Como é para fazer as lições?
o Como é a relação da criança com a escola?
o
 6 – Relação interpessoal, rotina e lazer
o Além da escola, o seu filho realiza outra atividade?
o Com que frequência?
o Esses comportamentos também são observados nesse
ambiente?
 7 – Lazer e brincadeiras
o Quais os brinquedos e brincadeiras favoritas?
o Brinca só?
o Com outras crianças? De que idades?
o Brinca com os pais ou irmãos?
o O que ele gosta de fazer?
o Assiste televisão? Quais os programas favoritos?
o Usa computador? Com que frequência?
 8 – Rotina

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o Descrever um dia de vida da criança: Sono, Despertar, Como se


veste, Banho, Refeições, Atividades, Castigos, punições, Horários
o Descrição de domingos, dias de festas e aniversários

ROTEIRO DE ENTREVISTA COM COMUNIDADE ESCOLAR:

PRINCIPAIS COMPORTAMENTOS OBSERVADOS:

 Quantidade e qualidade x iniciativa de brincadeiras


o Isoladas, em duplas
o Pequenos e grandes grupos
 Obedece regras? Como reage a mudanças de regras?
 Histórico de repetências, dependências, recuperações?
 Rendimento escolar
 Frequência nas aulas?

ENTREVISTA DE ANAMNESE EM UMA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA


COM ADULTOS E IDOSOS:

 Principais comportamentos observados (início dos sintomas, frequência,


intensidade, pré e pós ao início dos sintomas)
 Histórico médico e distúrbios sensoriais (remédios, exames)
 Histórico pessoal (família, relações)
 Escolaridade, ocupação, trabalho
 Funcionalidade

FINALIZANDO A ENTREVISTA:

 A entrevista pode demorar de 30 a 90 minutos.


 Para finalizar você pode:
o Conferir cronologia dos fatos
o Questões adicionais que tiverem surgido
o Clarificar benefícios e prejuízos vindos da avaliação
o Dar esperança sobre o processo de avaliação
o Estabelecer contrato, horários, tempo estimado, valores,
perspectivas de resultados
o Avisar para TRAZER correções sensoriais

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O QUE É UMA BOA ENTREVISTA:

 Clarificar os objetivos da avaliação


 Definir a demanda (o que realmente precisa)
 Levantar hipóteses cognitivas e nosológicas
 Traçar plano e estratégia de avaliação (testar as hipóteses)
 Estabelecer o contrato
 O que este paciente tem? Imagino que é dificuldade de atenção? Como
vou avaliar se é isso mesmo?

HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS:

 HIPÓTESE COGNITIVA = DIFICULDADES DE ATENÇÃO, MEMÓRIA


EPISÓDICA, LINGUAGEM (que CIF)?
 HIPÓTESE NOSOLÓGICA e ETIOLÓGICA = QUE QUADROS
NEUROLÓGICOS, PSICOPATOLÓGICOS JUSTIFICAM?

PLANO DE AVALIAÇÃO E HIPÓTESES:

 Organizar o processo de avaliação


o Estimativa de consultas
o Lista de instrumentos padronizados que será utilizada – Como
escolher?
o Quais os instrumentos serão aplicados em cada um dos dias
(bateria flexível)
o Prever visitas a escola, contato com outros profissionais ü Prever
construção de tarefas clínicas
 SUGESTÃO
o Sessão 1: Entrevista de Anamnese criar-se uma Hipótese se
monta uma Bateria (em geral flexível) de avaliação cognitiva para
teste de hipóteses:
o Sessão 2: Screenings ou baterias breves ou hora do jogo Sessão
o 3: testes globais padronizados
o Sessão 4 testes específicos padronizados
o Sessão 5: tarefas clínicas e avaliação emocional aplicação de
testes curtos (tira dúvidas)

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o Sessão 6: devolutiva oral e escrita

APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS E TÉCNICAS:

AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS:

 Linguagem (oral/ escrita, compreensão, expressão)


 Atenção (concentrada, dividida, alternada)
 Percepção (visual, auditiva)
 Orientação (espaço, tempo, pessoal)
 Raciocínio
 Cálculo
 Praxias (ideomotora, construtiva, reflexiva)
 Funções executivas (planejamento, inibição, tomada de decisão)
 Memória (longo e curto prazo, semântica, de trabalho)

ESPECIFICIDADE DOS TESTES NEUROPSICOLÓGICOS:

 Raramente um teste independente de única função.


 Teste de nomeação
o Atenção,
o Percepção visual
o Seleção lexical

TIPOS DE AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA:

 FLEXÍVEL: Tarefas e subtestes - Avaliação funcional


 SISTEMÁTICA: Triagens - Avaliações breves - Baterias completas

CLASSIFICAÇÃO DE INSTRUMENTOS NEUROPSICOLÓGICOS:

 Quanto ao tempo:
o Triagens ou screenings, cujo tempo de aplicação varia de 5 a 15
minutos.
o Instrumentos breves, que deve ser aplicado em uma única
sessão, ou seja, no máximo em 1 hora.
o Baterias expandidas, com duração de duas a mais de 10
sessões.
 Quanto ao foco:

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o Instrumentos específicos ou focais, que se propõem a examinar


componentes de determinada função cognitiva.
o Instrumentos completos ou baterias completas que têm por
objetivo caracterizar o perfil cognitivo de diferentes funções
cognitivas em uma mesma ferramenta.
 Quanto ao modo de aplicação:
o Lápis e Papel
o Computadorizado
 Quanto ao objetivo dos instrumentos:
o Exame do desempenho cognitivo - ferramentas que possibilitam a
atribuição de pontos a acertos ou erros - mais formais, artificiais
o Avaliação da funcionalidade no cotidiano - escalas e inventários
que atribuem pontos à ocorrência e⁄ou à frequência e à
intensidade de sinais de déficits cognitivos – mais ecológicas ou
naturalísticas

CORREÇÃO E INTERPRETAÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA:

 Análise Quantitativa
o Exame do desempenho
o Escores de porporção de acertos, erros, tempo
o Escalas – ocorrência, frequência, intensidade
o Comparação a uma amostra normativa (percentil, escore z)
 Análise Qualitativa
o Observação da resposta e forma de execução
o Utilização de estratégias
o Tipos de erros
o Exclamações, nível de ansiedade...

SELECIONAR E INTEGRAR TODOS OS DADOS:

 INTERPRETAÇÃO DOS INSTRUMENTOS


o De posse de todas as informações pode-se pensar no diagnóstica
nosológico e descritivo do funcionamento do paciente;
o Análise intra e intertestes

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o Análise em conjunto com outras informações: dados médicos,


avaliação laboratorial
o Verificação de comorbidades

OS DIFERENTES TIPOS DE DIAGNÓSTICOS EM NEUROPSICOLOGIA:

 Diagnóstico funcional – descreve os sintomas e sinais em termos de


padrão de associação ou dissociação.
 Diagnóstico topográfico – procura localizar as lesões em um
referencial anátomo-funcional.
 Diagnóstico nosológico – identificação de uma entidade mórbida
válida presente nos manuais de diagnóstico (DSM ou CID).
 Diagnóstico ecológico – avaliar o impacto da condição de saúde sobre
o funcionamento do indivíduo nos níveis cognitivos, comportamentais e
contextuais.

CONFECÇÃO DE DOCUMENTOS E ENTREVISTA DE DEVOLUÇÃO:

TIPOS DE ENTREVISTAS DE DEVOLUÇÃO:

 Presencial verbal
 Presencial verbal e por escrito: ideal!!!
 Não-presencial e apenas por escrito
o Quando é inerente ao contexto (escolar, hospitalar, evoluções em
fichas e/ou prontuários)
o Quando paciente falta à sessão e precisamos entregar laudo à
fonte encaminhadora (nada ideal)

CONFECÇÃO DO LAUDO/PARECER E ENTREVISTA DEVOLUTIVA:

 Retomar os motivos da avaliação e a maneira como o processo foi


conduzido.
 Inicia-se com os aspectos menos comprometidos do paciente (menos
mobilizadores de ansiedade)
 Deve encerrar com as indicações terapêuticas e técnicas de orientação
aos familiares sobre sintomas neurocomportamentais identificados.
 Caso mobilize o avaliando ou acompanhante, dever-se oferecer uma
outra entrevista.

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 Os resultados da investigação dos déficits cognitivos e comportamentais


são documentados em um laudo ou relatório, que visa a fornecer
subsídios para a equipe de profissionais que atende o paciente em
termos de diagnóstico e prognóstico.
 Processo final da avaliação e a abertura de orientações para
reabilitação.
 Meio de comunicação oficial, o documento que responde à demanda
 A pessoa que é avaliada tem o DIREITO de saber os resultados
OS RESULTADOS DEVEM SER COMUNIDADOS DE FORMA
SENSATA, HONESTA E SIGILOSA

LAUDO NEUROPSICOLÓGICO:

 1. Identificação - nome, data de nascimento, idade, escolaridade,


filiação, profissão etc.
 2. Descrição da demanda = motivos, queixas ou problemáticas
apresentadas.
 3. Métodos e técnicas utilizadas = recursos utilizados e resultados
obtidos.
 4 . Conclusão = apresentar uma síntese do diagnóstico e/ou prognóstico
da avaliação realizada e/ou encaminhamentos

PARECER NEUROPSICOLÓGICO:

 1.Identificação = nome do parecerista e do solicitante


 2. Exposição dos motivos= objetivos da consulta, quesitos ou dúvidas
levantadas; Procedimentos NÃO precisam ser apresentados
minuciosamente
 3. Análise = análise detalhada da questão, com argumentos
fundamentados na ciência psicológica
 4 . Conclusão = posicionamento a respeito das dúvidas ou quesitos

NEUROPSICOLOGIA DA ATENÇÃO

O que é prestar atenção?

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 Conceito que faz parte do senso comum


 “Todo mundo sabe o que é atenção” (James, 1890)
 Termo muito debatido e controverso na história da psicologia cognitiva
(Smith & Kosslyn, 2007)

ASPECTOS CONCEITUAIS:

“Fenômeno pelo qual processamos ativamente uma quantidade limitada de


informações do enorme montante de informações disponíveis por meio de
nossos sentidos, de nossas memórias armazenadas e de outros processos
cognitivos”

 PROCESSO CONTROLADO
o Exigem controles consciente
o Esforço e intenção
o Processos sequencias
o Mais duradouros
 PROCESSO AUTOMÁTICO
o Sem controle consciente
o Pouca ou nenhuma intenção
o Processos paralelos
o Mais rápido

MODELOS TEÓRICOS:

 Teoria do Filtro Atentivo (Boadbent (1958)


 Teoria do Filtro Atenuador (Treisman,1960)
 Deutsch e Deutsch (1963)
 Sistema Atencional Supervisor (Norman e Shallice,1986)
 Posner e Peterson (1990)

MODELOS TEÓRICOS E SUBSISTEMAS:

 Sohlberg e Mateer (2001)


o 1) Atenção focada
o 2) Atenção sustentada
o 3) Atenção seletiva

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o 4) Atenção alternada
o 5) Atenção dividida
 Sternberg (2012)
o 1) Atenção seletiva
o 2) Atenção vigilante
o 3) Sondagem
o 4) Atenção dividida
 Dalgalarrondo (2000)
o 1) Atenção dividida
o 2) Atenção sustentada
o 3) Atenção alternada
o 4) Atenção seletiva
 Rueda (2011)
o 1) Atenção concentrada
o 2) Atenção dividida
o 3) Atenção alternada
o 4) Atenção sustentada
 ATENÇÃO FOCALIZADA – Resposta básica ao estímulo (visual,
auditivo, tátil) específico.
 ATENÇÃO SUSTENTADA – Manutenção da atenção ao longo do tempo
durante atividade contínua
 ATENÇÃO SELETIVA – Habilidade para eleger alguns estímulos
relevantes e evitar os distratores - Livre de distratibilidade
 ATENÇÃO ALTERNADA – Capacidade para mudar de foco atencional e
movimentar entre tarefas com diferentes requisitos cognitivos –
Flexibilidade
 ATENÇÃO DIVIDIDA – Habilidade para responder simultaneamente a
múltiplas tarefas

BASES NEUROANATOMOFUNCIONAIS:

 Tronco cerebral – sistema reticular


 Tálamo
 Lobo parietal

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 Colículo superior
 Lobo frontal
 Núcleos da base…
 Posner e Rothbart (2007) sugerem que três circuitos cerebrais
separados, porém inter-relacionados, controlam as funções atencionais:

FATORES QUE INFLUENCIAM NA ATENÇÃO:

 Fatores Externos
o Posição/Tamanho
o Cor
o Movimento
o Novidade
 Fatores Internos
o Fadiga
o Estresse
o Interesse
o Motivação
 Alterações hormonais
 Estado de humor – depressão
 Nível de ansiedade
 Idade
 Estresse, Fadiga
 Privação do sono
 Cafeína/Energético

ALTERAÇÃO DA ATENÇÃO: QUADROS CLÍNICOS:

 Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)


 Demências
 Traumatismo cranioencefálico (TCE)
 Acidente Vascular Cerebral (AVC)
 Doença de Parkinson
 Esquizofrenia
 Dislexia

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TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE:

 Padrão inadequado de desatenção e/ou hiperatividade em relação ao


esperado para a idade, o que leva a distúrbios motores, perceptivos,
cognitivos e comportamentais (DSMV).
 É um transtorno de desenvolvimento do autocontrole que consiste em
problemas com os períodos de atenção, com o controle inibitório e com
o nível de atividade (Barkley, 2000)
 Principais sintomas:
o Desatenção:
 Dificuldade em prestar atenção a detalhes ou erra por
descuido
 Dificuldade me manter a atenção em tarefas ou atividades
lúdicas
 Parece não escutar quando lhe dirigem a palavra
 Não segue instruções e não termina tarefas que começou
 Desorganização
 Não envolve em atividades que exijam esforço mental
constante
 Facilmente distraído
 Apresenta esquecimento em atividades diárias
o Hiperatividade
 Agitação das mãos, pés ou se mexe na cadeira
 Abandona a cadeira em sala de aula ou outras situações
 Corre e escala em demasia em situações nas quais isto é
inapropriado
 Dificuldade em brincas ou envolver-se silenciosamente
 Frequentemente “a mil”
 Fala com demasia
o Impulsividade
 Frequentemente dá respostas precipitadas antes das
perguntas terem sido concluídas
 Apresenta constante dificuldade em esperar sua vez

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 Frequentemente interrompe ou se mete em assuntos de


outros
 Diagnóstico:
o Não existe marcador biológico definido - doença multifatorial
o Diagnóstico é eminentemente clínico, baseando-se nos critérios
do DSM-V.
o A base do diagnóstico está formada pela história, observação do
comportamento atual do paciente e relato dos pais e professores
sobre o funcionamento da criança nos diversos ambientes que
frequenta
o Avaliação neurológica – exame neurológico e neurológico
evolutivo
o Avaliações complementares: auditivas e visuais
o Avaliação neuropsicológica
o Avaliação escolar - Não esquecer das co-mordidades
 Co-morbidades:
o Transtornos disruptivos do comportamento (30 a 50%);
o Depressão (15 a 20%);
o Transtornos de ansiedade (em torno de 25%);
o Transtornos da aprendizagem (19 a 26%)
o Epilepsia
o Abuso de substância
 Tratamentos:
o Abordagens múltiplas:
 Modificação do ambiente
 Ajustamento acadêmico
 Atendimento psicoterápico – treinamento aos pais e
professores e atendimento à criança
 Tratamento farmacológico – metilfenidato, pemoline e
anfetaminas

TRANSTORNO DE ATENÇÃO: HEMINEGLIGÊNCIA:

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 HEMINEGLIGÊNCIA – inabilidade do indivíduo em registrar, integrar ou


responder a eventos provenientes do hemicorpo contralateral à lesão

AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DA ATENÇÃO:

 Entrevista com pais/responsável


 Observação Clínica
 Análise qualitativa
 Instrumentos Padronizados

AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO: PRINCIPAIS INSTRUMENTOS

 Dígitos (WAIS-III, WISC-IV)


 Teste D2
 Teste AC
 Teste de Atenção Dividida e Teste de Atenção Sustentada
 Teste de Cancelamento dos Sinos

NEUROPSICOLOGIA DA MEMÓRIA

O que é memória?

 Termo geral para o processo mental que permite ao indivíduo registrar,


armazenar e evocar uma informação posteriormente (Tulving, 2000;
Tulving & Crack, 2000).
 Relação entre Aprendizado X Memória

Como a memória funciona?

 3 etapas necessárias para o sistema de memória funcionar


o Aquisição
o Armazenamento
o Recuperação

Etapas de Memorização

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 Aquisição: transformar informações da experiência em representações


mentais.
 Armazenamento: retenção da informação codificada em registros
mentais.
 Recuperação: evocando um conjunto de informações armazenadas

CLASSIFICAÇÃO PELO TEMPO DE DURAÇÃO:

 Memória Sensorial: Armazena informações dos sentidos de forma


momentânea
 Memória de Curto Prazo: Armazena informações por um período curto
de tempo
 Memória de Longo Prazo: armazenamento duradouro
o Memória são mantidas por período mais longo.
o Capacidade da memória de longo prazo – alguns teóricos
sugerem que é ilimitada
 Memória de Curto Prazo: Acessível e armazena informações por
segundos e até minutos.
o Capacidade da memória de curto prazo – número mágico 7+ - 2
(Miller, 1956). A informação seria organizada em unidades de
memória (agrupamento de informações)

CLASSIFICAÇÃO PELO CONTEÚDO:

 Declarativa ou Explícita
o Sistema de memória acessível à consciência
o Armazena eventos, fatos ou conhecimentos.
 Procedural ou Implícita
o São memórias não declarativas e referem-se a atos automáticos
e inconscientes

ORGANIZAÇÃO DA MEMÓRIA:

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MEMÓRIAS DECLARATIVAS:

 Memórias que registram fatos, eventos ou conhecimentos.

 Memórias adquiridas com plena intervenção da consciência.

MEMÓRIAS DECLARATIVAS EPISÓDICA:

 Referente a eventos, fator aos quais assistimos ou dos quais


participamos.
 Informação com um referencial de tempo característico; eventos ou
episódios experimentados de maneira pessoal (memórias
autobiográficas).
 “O que você comeu jantou ontem?”;
 “Qual a história do filme que você assistiu no cinema no domingo?”

MEMÓRIAS DECLARATIVAS SEMÂNTICA:

 Conhecimento da vida em geral;


 Memória para fatos que não nos são exclusivos e que não são evocados
em algum contexto temporal específico.
 Inclui conhecimento sobre o mundo, significado das palavras, o que
fazer em determinada situação
o “O que é memória?”
o conhecimentos de psicologia
o conhecimentos de línguas
o conhecimentos gerais

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MEMÓRIAS PROCEDURAL:

 Não envolve consciência do ato de lembrar


 Não faz referência a informações espaciais ou temporais

MEMÓRIA PROSPECTIVA:

 Lembrança de um evento futuro

MEMÓRIA DE TRABALHO:

“Sistema ativo, a partir do qual o indivíduo possui uma capacidade de


armazenar informação por um tempo curto e limitado, mas suficiente para
manipular tal informação durante a realização de tarefas mais complexas”

 Alça fonológica
o Componente responsável pelo armazenamento de informações
faladas
o Fundamental para a codificação semântica
 Avaliação – SPAN de dígitos, SPAN de palavras, Repetir
pseudopalavras
 Componente visuo-espacial
o Processamento de imagem
o Exemplo – forme uma imagem de letra maiúscula J. Imagine
agora o D. Agora gire D em 90 graus para esquerda e coloque-o
em cima do J. Com o que se parece?
 Avaliação – Blocos de Corsi
 Executivo Central
o Considerado um sistema de controle atencional, além de
coordenar as informações de diferentes origens.
o Ligado aos dois sistemas escravos
 Buffer Episódico
o Age como conector entre diversos sub sistemas da memória de
trabalho
o Reúne conceitos previamente não relacionados para formar
novas representações.

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AMNÉSIA:

 Retrógrada = Anterior ao trauma


 Anterógrada = Inabilidade de formar novas memórias
 Global transitória = minutos a dias, anterógrada e retrógrada recente
(estresse, drogas)

FATORES QUE INTERFERE NA MEMÓRIA:

 Idade
 Exercício físico
 Medicamentos
 Drogas
 Estresse, depressão, ansiedade
 Distúrbio do sono
 Problema hormonal e metabólico.

Alteração da memória: quadros clínicos:

 Queixa de memória
 Suspeita de epilepsia do lobo temporal
 Suspeita de demência de Alzheimer
 Quadros de AVC e TCE
 Dependência química
 Portadores de AIDS

Avaliação (Neuro)psicológica da Memória:

 Baterias de avaliação
 Tarefas clínicas
 Questionários
 Entrevistas
 Dígitos e SNL WAIS-III/WISC-IV
 Informação e Vocabulário WAIS-III/WISC-IV
 Figuras Complexas de Rey
 Teste de aprendizagem auditiva-verbal de Rey (RAVLT)
 Memória Lógica - Wechsler Memory Scale (WMS-R)

Avaliação da Memória Semântica:

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 Tarefas que contemplam distintas vias de acesso ao conhecimento


sobre o mundo:
 Produção de definições de determinadas palavras
 Nominação de objetos e figuras
 Classificação de figuras de acordo com categorias

Avaliação da Memória Semântica:

 Vocabulário WAIS e WISC


 Informações WAIS e WISC

Avaliação da Memória Episódica:

 O exame clínico da memória episódica parte de dois conceitos


diferentes.
o 1)capacidade de aprender novas informações, retenção dos
eventos mais recentes, atuais (reter e aprender novas
informações).
o 2)capacidade de lembrar experiências passadas (evocar
experiências passadas).
 Tarefas para avaliar a capacidade de reter novas informações
o Aprendizagem e a recordação de lista de palavras, textos ou
figuras.
 Tarefas para avaliar experiências passadas
o Recordação dos eventos vividos pelo indivíduo
o Utilizam-se fotografias de “faces famosas”, a evocação de
eventos históricos e a recordação de dados autobiográficos.
 Teste de aprendizagem auditiva-verbal de Rey
o Lista de palavras que medem vários componentes da memória
verbal: memória imediata e tardia, aprendizagem verbal,
interferência proativa como retroativa, retenção de informações,
reconhecimento.
o 15 palavras, cinco tentativas
o Lista nova é apresentada (B1)
o Evocação imediata (A6)

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o Evocação tardia – após 20 minutos (A7)


o Reconhecimento
o Público-alvo
Crianças, adolescentes, adultos e idosos, de 06 a 92 anos
o Materiais - 1 Manual e 1 Livro de Aplicação / Avaliação
o É aplicado individualmente, sem limite de tempo, sendo que a
maioria das aplicações leva em média 40 minutos
 Teste de aprendizagem auditiva-verbal de Rey = Correção
o Escore Total = A1 + A2 + A3 + A4 + A5 - Ele representa de forma
geral a capacidade do sujeito em reter e recuperar o conteúdo-
alvo mediante múltiplas apresentações.
o Aprendizagem ao Longo das Tentativas (ALT) = Escore Total – (5
X A1) - Representa o quanto o participante conseguiu aprender
ao longo do teste controlando-se o efeito da tentativa A1.
o * Quanto maior o resultado encontrado nesses dois Índices
melhor se deram os processos de aprendizagem ao longo da
tarefa.
o O RAVLT também permite estimar como a retenção das
informações aprendidas ocorre em cada etapa da tarefa.
o Velocidade de Esquecimento = A6/A5 - é possível estimar o
quanto o conteúdo se mantém entre as evocações de curto e
longo prazo.
o *Quanto menor o valor, mais conteúdo se perdeu entre as etapas
A6 e A7
o Interferência Proativa = B1/A1 Representa o quanto o conteúdo
aprendido anteriormente influencia a aprendizagem de um novo
conteúdo (Quanto maior os escores, melhor a aquisição de novos
conteúdos).
o Interferência Retroativa = A6/A5 Representa o quanto o contato
com novas informações interfere na recuperação de um conteúdo
previamente aprendido (Quanto maior os escores, mais a
presença de um novo conteúdo afeta a recuperação da
informação previamente aprendida).

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o Após realizar o cálculo para todas as medidas, deverá buscar o


percentil, de acordo com a tabela mais indicada.
o Avaliar as funções de percepção visual e memória imediata
o Verificar o modo como o sujeito apreende os dados perceptivos
que lhe são apresentados e, o que foi conservado
espontaneamente pela memória

Avaliação da Memória de Trabalho:

 Dígitos WISC e WAIS


o Dígitos Ordem Inversa – Repetir os dígitos na ordem inversa –
trás para frente
 Sequência de Números e Letras WISC e WAIS
o O aplicador lê em voz alta uma série de números e letras; ela
deverá repeti-los, os números em ordem crescente e as letras em
ordem alfabética.

FUNÇÕES EXECUTIVAS

ASPECTOS CONCEITUAIS:

 Grupo de habilidades cognitivas que permitem ao indivíduo exercer o


controle e regular o seu comportamento e todo o processamento de
informação, possibilitando alcançar objetivos complexos e direcionados
a metas.
 São competências necessárias para o gerenciamento de diversas
demandas do cotidiano (Alloway & Alloway, 2010; Diamond, 2013)
 As FE permitem que as pessoas no seu cotidiano:
o (a) priorizam e iniciam um comportamento
o (b) inibem uma resposta automática ou dominante
o (c) mantenham a informação relevante na cabeça para finalizar
uma tarefa
o (d) resistam a distrações ou a estímulos irrelevantes

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o (e) criem diferentes alternativas para resolver um problema


 Crucial para diversos desfechos ao longo da vida (Prince et al., 2007;
Snyder, 2013)
 Fatores preditores do desenvolvimento de habilidades acadêmicas (Bull,
Espy, & Wiebe, 2008; Monette et al., 2011)

ASPECTOS HISTÓRICOS:

 Luria (1966, 1973):


o 3º UNIDADE FUNCIONAL = responsável pela regulação do
comportamento voluntário = PAPEL EXECUTIVO
 Lezak (1982, 1987): -
o Pioneira na conceitualização das FE
 Caso Phineas Gage (1823-1860)
o Lobo frontal - região relacionada ao comportamento socialmente
adequado e processo de tomada de decisão
o Reconstituição da lesão de Phineas Gage
o A barra de ferro destruiu bilateralmente porções ventromediais da
região anterior do córtex frontal.
o Produziu mudança drástica na personalidade, principalmente no
que tange às suas respostas emocionais !!!
 HIPÓTESE DO MARCADOR SOMÁTICO
o Tomada de Decisão = componente “quente” = ENVOLVE UM
PROCESSAMENTO EMOCIONAL

MODELOS TEÓRICOS:

 Funções Executivas Frias


o Componentes lógicos
o Região pré-frontal dorsolateral
o Planejamento, MT, raciocínio
 Funções Executivas Quentes
o Relação com os aspectos emocionais
o Região pré-frontal ventromedial
o Tomada de decisão, inibição de comportamento

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 Modelo Fatorial
o Atualização
o Inibição
o Flexibilidade

FUNÇÕES EXECUTIVAS: MULTICOMPONENTES:

 Controle Inibitório
o Habilidade de controlar os comportamentos inapropriados, assim
como os processos de atenção frente a distratores.
o Permite ao indivíduo inibir impulsos e respostas automáticas,
assim como inibir estímulos irrelevantes.
 Avaliação informal e observação do comportamento:
o Incapaz de inibir respostas inadequadas e de regular sua conduta
o Interrompe os outros;
o Dificuldade para esperar a sua vez de falar ou de jogar nas
brincadeiras;
o São de certa forma “impacientes”, com baixa tolerância a esperar;
o Dão respostas impulsivas sem considerar o efeito das próprias
palavra;
o Necessidade de recompensas imediatas
 Memória de Trabalho
o Sistema ativo, a partir do qual o indivíduo possui uma capacidade
de armazenar informação por um tempo curto e limitado,
enquanto a utiliza para solução de algum problema, atualizando
informações necessárias.
o Permite a manipulação mental da informação, possibilitando
relacionar ideias, integrar informações, lembrar de sequência ou
ordem de acontecimentos.
 Avaliação informal e observação do comportamento:
o Dificuldade em conseguir realizar cálculos mentais embora não
tenham dificuldades no raciocínio matemático.

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o Falha em manter e manipular as informações dos parágrafos


anteriores para conectar com o que está sendo lido, e assim
identificar a ideia do texto como um todo.
o Dificuldade para seguir corretamente as instruções das tarefas
 Flexibilidade Cognitiva
o Habilidade de mudar o foco atencional, perspectivas, prioridades
ou regras e adaptar-se à demandas do ambiente.
o Capacidade de mudar e alterar de estratégias e de curso de ação
ou cognição conforme a demanda e exigência, visando sempre se
adaptar ao ambiente e as necessidades.
o Relacionado com a criatividade e envolve inibição e MT.
 Avaliação informal e observação do comportamento:
o Rigidez cognitiva e comportamental, presença de perseverações.
o Ansiedade frente a mudança de planos e rotinas;
o Se apega a um detalhe dificultando enxergar o todo;
o Não consegue pensar em diferentes formas de solucionar um
problema;
o Dificuldade na compreensão de provérbios ou piadas, ficando
limitado ao sentido concreto.
 Planejamento/Organização
o Refere-se a capacidade de identificar e organizar uma sequência
de eventos para alcançar um objetivo específico.
o Considera-se que essas capacidades são formadas por três
etapas:
 Planejamento: Planejar quer dizer pensarmos bem antes
de fazermos alguma coisa. Pensarmos quando, como e
com o quê vamos fazer o que queremos.
 Execução: É o momento de monitorar o comportamento e
movimento e confirmar se está correndo como previsto.
 Avaliação: Comparar o produto final com o modelo/ideia
criado no início e retirar conclusão.
 Avaliação informal e observação do comportamento:

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o Normalmente tem boas ideias, mas não conseguem realizá-las


por falta de estratégias;
o Podem ter dificuldades de ordenar as suas ideias na hora de
escrever;
o Dificuldades em realizar tarefas que exijam mais de uma etapa.
 Lobo Pré-Frontal
o Substrato neurológico mais envolvido nas FE.
o Atinge a maturação mais tardiamente no ciclo vital e está
relacionado ao desenvolvimento das FE

FUNÇÕES EXECUTIVAS: DESENVOLVIMENTO:

 Iniciam seu desenvolvimento muito precocemente;


 Consideradas “maduras” apenas na adolescência ou na vida adulta
inicial;
 Mudanças no lobo pré-frontal nos anos pré-escolares (Tsujimoto, 2008)
o Mielinização de fibras
o Aumento da conectividade inter-hemisférias
o Aumento na densidade neural e sináptica.
 Há diferentes trajetórias de desenvolvimento para os diferentes
componentes executivos.

FUNÇÕES EXECUTIVAS: INFLUÊNCIA AMBIENTAL:

 Embora o desenvolvimento das habilidades executivas dependa da


maturação biológica, as FE parecem também ser fortemente
influenciados por experiências ambientais e sociais

FUNÇÕES EXECUTIVAS: AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA:

 Avaliação formal:
o Instrumentos para a avaliação do desempenho que possibilitam
mensurar as seguintes variáveis:
 Acertos
 Erros
 Tempo de execução
 Avaliação informal:

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o Instrumentos que possibilitam a avaliação do funcionamento da


criança no seu contexto.
 Tarefas clínicas
 Entrevistas
 Escalas
 Questionários
 Observação

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