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Tipo estudo
Introdução
Um grande número de fatos foi obtido pela neurologia clínica e pela neurocirurgia modernas.
Avanços nesses campos permitiram o estudo pormenorizado das maneiras pelas quais formas
altamente complexas de comportamento são perturbadas em casos de lesões locais do cérebro.
Uma contribuição substancial para o sucesso na solução desses problemas foi dada pela criação
da neuropsicologia, um ramo novo da ciência cujo objetivo específico e peculiar é a
investigação do papel de sistemas cerebrais individuais em formas complexas de atividade
mental.
Histórico
As tentativas de examinar processos mentais complexos como uma função de áreas cerebrais
locais começaram em um passado bem distante. Mesmo na idade média, filósofos e
naturalistas consideraram que “faculdades” mentais poderiam estar localizadas nos “três
ventrículos cerebrais”
Essas tentativas foram seguidas por outras que procuravam distinguir zonas funcionais do
córtex cerebral com base em observações positivas de alterações do comportamento humano
que ocorriam após lesões cerebrais
A crise
Hughlings Jackson inventou a hipótese de que a organização cerebral dos processos mentais
complexos deve ser abordada do ponto de vista do nível da construção de tais processos, em
Eles chamaram a atenção, muito acertadamente, para o caráter complexo da atividade mental
humana. Postularam que fenômenos complexos de “semântica” ou “comportamento
categórico” são o resultado da atividade de todo o cérebro, em vez de serem o produto do
funcionamento de áreas locais do córtex cerebral.
Essa crise forçou uma busca de novos caminhos para a descoberta dos mecanismos cerebrais
verdadeiros das formas mais elevadas de atividade mental, caminhos esses que retivessem os
mesmos princípios científicos de investigação que já se tinham mostrado comprovadamente
úteis no estudo das formas elementares de processos fisiológicos, mas que foram adequados
ao exame da atividade consciente humana, como sua origem social-histórica e sua estrutura
complexa, hierárquica.
Este conceito de uma função como um sistema funcional inteiro é uma segunda definição, que
difere nitidamente da definição de uma função como a função de um tecido particular.
Localização
Enquanto funções elementares de um tecido podem, por definição, ter uma localização precisa em
agrupamentos celulares particulares, não se coloca, evidentemente, o problema da localização de
sistemas funcionais complexos em áreas limitadas do cérebro ou de seu córtex.
As formas superiores dos processos mentais possuem uma estrutura particularmente complexa;
elas são delineadas durante a ontogênese.
Eis aqui por que as funções mentais, como sistemas funcionais complexos, não podem ser
localizadas em zonas estreitas do córtex ou em agrupamentos celulares isolados, mas devem ser
organizadas em sistemas de zonas funcionando em concerto, desempenhando cada uma dessas
zonas o seu papel em um sistema funcional complexo, podendo cada um desses territórios estar
localizado em áreas do cérebro completamente diferentes e frequentemente bastante distantes
uma da outra.
Dois fatos que distinguem claramente esta forma de funcionamento do cérebro humano:
Sintoma
Identificar o sintoma significa obter informação definida para o diagnóstico tópico da lesão e,
portanto, para a localização da função no sistema nervoso.
Se a atividade mental é um sistema funcional complexo, envolvendo a participação de um grupo
de áreas do córtex operando em concerto, uma lesão de cada uma dessas zonas ou áreas pode
o sistema funcional como um todo pode ser perturbado por uma lesão de um número
muito grande de zonas, e também que ele pode ser perturbado diferentemente em lesões
situadas em diferentes locais.
cada área do cérebro vinculada a esse sistema funcional introduz o seu próprio fator
particular essencial ao seu desempenho, e a remoção deste fator torna impossível a
atuação normal desse sistema funcional.
O neuropsicólogo que se defronta com esses problemas deve, em primeiro lugar, determinar que
fatores estão de fato envolvidos na atividade mental particular e que estruturas do cérebro
constituem a sua base neuronal.
Esses dois problemas podem ser resolvidos somente por comparação de todos os sintomas que
surgem em lesões de um foco estritamente localizado no córtex e por uma análise exaustiva da
Cada uma dessas unidades básicas exibe uma estrutura hierarquizada e consiste em pelo
menos três zonas corticais construídas uma acima da outra:
São as zonas
terciárias deste
segundo sistema
cerebral ou as
zonas de
superposição das
terminações
corticais dos
vários
analisadores que
são responsáveis
por possibilitar
que grupos de
vários
analisadores
funcionem em
concerto.
Essas zonas
terciárias se
relacionam quase
exclusivamente
com a função de
integração de
excitação que
chega de diferentes
analisadores
A partir disso, é
possível distinguir
três leis básicas
que governam a
estrutura de
funcionamento das
regiões corticais
individuais.
lei da
hierarquização
das zonas
corticais
lei da
especificidade
decrescente
das zonas
lei da
lateralização
das funções
superiores →
o hemisfério
esquerdo (para
pessoas
destras) possui
dominância
para a fala e
funções
cognitivas
correlatas, isso
se dá pois há
diferenciação
entre as zonas
secundárias e
terciárias dos
hemisférios
direito e
esquerdos. As
zonas
primárias são
iguais para
ambos.
esses fatos mostram claramente que a percepção ocorre por meio da ação combinada de todas
as três unidades funcionais do cérebro