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• Professor: Carlucio costa.

• Médico psiquiatra(ABP/AMB).
• Especialista em Medicina de Tráfego .(ABRAMET/AMB).
• Professor do Centro de Regional de Referência para
formação permanente sobre drogas da Universidade
Federal de Goiás.( CRR-UFG ).
• Médico do Projeto de Prevenção do Uso de Drogas para
Educadores de Escolas Públicas.( Ministério da Justiça -
SENAD e Ministério da Educação – SEB)
• Médico assistente da Unidade de Dependência Química
Hospital Psiquiátrico Eurípedes Barsanulfo. ( 2005-
2014).
• Médico assistente do CAPS AD lll Ap. Goiânia.
Psicopatologia e semiologia dos
transtornos mentais

Baseado no livros dos autores : Dr. Paulo


Dalgalarrondo, Dr. Portella Nunes. Kaplan & sadok.

Aula elaborada por: Carlucio Costa, médico


psiquiatra.
Psicopatologia básica .
Introdução.
Psicopatologia é a ciência que estuda as anormalidades
psíquicas do ser humano.

A psicopatologia fenomenológica é o método utilizado, pela


psiquiatria, de investigação desenvolvida por Karl Jasper, em
1913.

Baseia-se na descrição dos fenômenos psíquicos, conforme


seja observado ou relatados.

É descrever o que é vivido diretamente pelo o individuo.


• Conceito básico, é a diferenciação entre
forma (experiência psíquica ou estrutura
do sintoma sempre se mantém) e o
conteúdo ( o recheio desse sintoma).
• Exemplo de forma e conteúdo do
sintoma:
• Um paciente delirante que diz ser rei e
outro que diz ser deus. Ambos tem
sintoma com a mesma forma (idéia
delirante),e conteúdos diferentes.
• Um paciente com delírio hipocondríaco e
outro com transtorno de pânico. Ambos
tem o mesmo conteúdo para formas
sintomáticas diferentes.
Critérios de normalidade.

• Normalidade como bem estar:A OMS definiu,em


1946, a saúde como completo bem estar físico,
mental, social e não como ausência de doença.

• Normalidade funcional: É considerado anormal a


partir do memento que é disfuncional,
provocando sofrimento para o individuo ou para
seu grupo social.

• Normalidade como liberdade: Alguns autores


conceituam a doença mental como a perda da
liberdade existencial.
Normalidade como processo. Considera os aspectos
dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das
desestruturações e das reestruturações ao longo do tempo,
de crises, de mudanças próprias a certos períodos etários.

O psiquiatra gaúcho Cyro Martins, afirmava que a saúde


mental poderia ser vista, até certo ponto, como a
possibilidade de dispor “senso de realidade, senso de humor
e de um sentido poético perante a vida” , atributos estes que
permitiriam ao indivíduo “relativizar” os sofrimentos e as
limitações inerentes à condição humana e, assim, desfrutar
do resquício de liberdade e prazer que a existência oferece.
• Psiquiatria legal forense . A determinação
de anormalidade psicopatológica pode
ter importantes implicações legais,
criminais e éticas,podendo definir o
destino social, institucional e legal de
uma pessoa.
Neurose e psicose.
Neurose. Trata-se de um transtorno não
psicótico crônico ou recorrente que se
caracteriza principalmente por ansiedade,
aparecendo como um sintoma, como uma
obsessão, uma compulsão, uma fobia ou
uma disfunção sexual. ( egodistônica)

Psicose. O termo psicótico enfatiza a perda


da capacidade de teste de realidade e
limitações no funcionamento mental.
•Exame Psíquico

• Aspecto geral; • Inteligência;


• Consciência; • Linguagem;
• Orientação; • Afetividade;
• Atenção;
• Volição;
• Memória;
• Psicomotricidade:
• Sensopercepção;
• Pensamento; • Consciência do eu;
• Juízo de realidade; • Personalidade.
Apresentação
É conveniente que o profissional se apresente,dizendo
seu nome, sua profissão e especialidade.

O sigilo poderá ser rompido no caso de ideias, planos ou


atos seriamente auto ou heterodestrutivos.

 Colher dados sociodemográficos básicos (nome, idade,


estado civil, etc.)

Embora a atitude básica do entrevistador na fase inicial


da avaliação seja de escuta, isso não significa colocar-se
em posição totalmente passiva.
Aspecto global do paciente

• O aspecto global do paciente expresso pelo corpo e


pela postura corporal , pela indumentária (roupas,
sapatos e etc.), pelos acessórios (colares, brincos e etc.).

• Porte e atitudes psicológicas especificas e globais do


paciente.

• Aparência do paciente, suas vestes, seu olhar, sua


postura, revela muito seu estado mental interior.
apresentação

Ver estratégias involuntárias ou propositais que


podem ser usadas para que o paciente evite falar
de si: (Riso , silêncio , comentários circunstâncias
sobre o profissional – o senhor já deve estar
cansado.

O entrevistador deve evitar perguntas muito


fechadas: qual a causa , porque.

È sempre melhor intervenções do tipo: Explique


melhor , como foi isso, conte um pouco mais
sobre isso.
Transferência e contratransferência.

• Transferência o paciente tende a projetar


inconscientemente no médico os afetos básicos
que nutria ( e nutre ) pelas figuras significativas
de suas vida.

• Inclui tanto sentimentos positivos ( como


confiança, amor e carinho) quanto negativos(
raiva, hostilidade, inveja).
contratransferência

• Da mesma forma que o paciente, o profissional de


saúde projeta inconscientemente no paciente
sentimentos que nutria no passado por pessoas
significativas de sua vida.
Aspectos físicos e psíquicos dos pacientes
verificados por meio da aparência.
• Postura geral:

• 1. ativa - postura excessivamente ativa: pacientes


histriônicos, maníacos, alguns delirantes, etc.

2. passiva – paciente apático, largado, indiferente ao


que acontece na entrevista. Quadro demenciais,
depressões, esquizofrenia, etc.
Roupas e acessórios segundo os quadros clínicos.

• Anorexia nervosa - roupas largas e escuras.

• Demência - pode apresentar higiene e roupas


descuidadas, ausência de senso crítico em relação à sua
aparência.

• Depressão – ás vezes, roupas desalinhadas ou sujas,


cabelos despenteados, sem maquiagem, preferência
roupas escuras.
Roupas e acessórios segundo os quadros
clínicos.
• Esquizofrenia – pode-se notar higiene e roupas
descuidadas e sujas, podem apresentar roupas e
acessórios bizarros que expressam delírios(medalhas,
colares e tiaras).

• Histeria – algo semelhante à mania, roupas chamativas,


muita maquiagem, roupas muito curtas.

• Mania – roupas coloridas, chamativas, muuuuuita


maquia, perfume em excesso.
Roupas e acessórios segundo os quadros clínicos

• Personalidade borderline – roupas extravagantes,


marcas no corpo, tatuagens, cabelos coloridos.

• Transtorno obsessivo-compulsivo e personalidade


obsessiva – roupas e acessórios muito “certinhos”,
cabelos penteados de modo ultracuidadoso.
Atitudes globais.

• Afetada – modo de falar, gesticular e andar muito


teatral e artificial.

• Arrogante – coloca-se como superior, acima do


entrevistador, ironiza e critica constantemente. Ex.,
“não vou participar da reunião sou satânica”

• Amaneirada – comportamento caricatural, curva se


diante do entrevistador, diz “ vossa excelência”.
Atitudes globais.

• Confusa - parece não entender nada, não estar na


situação de entrevista.

• Deprimida – paciente triste e desanimado de modo


geral.

• Desconfiada – pelo olhar, postura, pelo modo de ouvir


e responder, revela desconfiança medo.
Atitudes globais.

• Desinibida – contado extremamente fácil, próximo


fisicamente, trata como se conhecesse o entrevistador
há anos, fala e pergunta sobre intimidades, sem
inibição.

• Indiferente – não parece estar na entrevista, não se


sente incomodado por estar na entrevista.

• Inibida – não encara o examinador demonstra estar


pouco à vontade, se segura para não falar.
Atitudes globais.

• Lamuriosa ou queixosa – queixa-se o tempo todo de


seus problemas , demonstra autopiedade.

• Manipuladora – tenta obrigar o entrevistador a fazer o


que ele quer, com chantagens, indiretas, ameaças, p.
ex., “se me der alta vou pular na frente de um carro”.

• Não cooperante – não colabora com solicitações


básicas na entrevista.
Atitudes globais.

• Oposicionista ou negativista – recusa-se a participar da


entrevista, se opõe a tudo que solicitam.

• Perplexo – assustado, parece não entender nada do


que está acontecendo na entrevista.

• Dissimuladora – tenta ocultar sintomas ou fatos de sua


vida com algum intuito.
Atitudes globais

• Dramática ou teatral – hiperemocional, quer chamar a


atenção, dá grande expressão a coisas corriqueiras.

• Expansiva – fala alto, e o “dono do pedaço”, comporta-


se como se fosse muito importante.

• Gliscróide ou grudento – difícil de encerrar a conversa,


quer atenção na sua prolixidade.
Atitudes globais

• Hostil – provoca, irrita, parece querer confronto.

• Querelante – discute ou briga com entrevistador por se


sentir ofendida.

• Sedutora – elogia e tenta agradar o examinador, ás


vezes sexualmente.
Termos descritivos relativos a aparência física do
paciente.
• Rosto – agradável, neutro, cansado, assustado, sem
maquiagem, sujo, ensebado, perplexo, triste,
angustiado, sem expressão.

• Olhar – agressivo, vago, perdido, confuso, assustado,


amedrontado, perplexo, fixo, arrogante, doloroso,
irônico, maligno, de desprezo.

• Olhos - triste, lacrimejantes,avermelhados.


Termos descritivos relativos a aparência física do
paciente.
• Cabelos – limpos, bem penteados, emaranhados, sujos,
sebosos, maria-chiquinha.

• Pêlos faciais – barba por fazer, suja, bizarra, longa.

• Dentes – sujos, apodrecidos, com falhas.

• Odor – desagradável,odor de fezes de urina, mau hálito.


Termos descritivos relativos a aparência física do
paciente.
• Roupas – sujas, descuidadas, inadequadas, velhas,
bizarras, extravagantes, provocantes.

• Movimentos, postura e gestos – inquieto esfregando as


mãos, trêmulo, estala lábio ou articulação, parado,
rígido, movimentos bizarros, curvado.

• Corpo – magro, caquético, obeso, marcas corporais,


tatuagens.
Crítica do paciente e insigth em relação a
sintomas e transtornos.
Insight – apesar do paciente apresentar sintomas
graves que comprometem suas vidas, não os
reconhece como tal, componentes:

1 – consciência da doença.

 2 – adesão a tratamento propostos.

A avaliação psiquiátrica possui uma dimensão


longitudinal( histórica, temporal) e outra
transversal(momentânea, atual).
A CONSCIÊNCIA E SUAS ALTERAEÇÕES.

• É a condição da vida mental que nos põem em contato


com os fatos da realidade.

• É a integração de todos os processos metais em


determinado momento.
A consciência.

• Definição neuropsicológica – Estar desperto , acordado,


vígio, lúcido.

• Definição psicológica – É a capacidade de o indivíduo de


entrar em contato com a realidade, perceber e
conhecer os seus objetos.

• Definição ético-filosófica – É a capacidade de tomar


ciência dos deveres éticos e assumir as
responsabilidades, os direitos e os deveres
concernentes a essa ética.
Neuropsicologia da consciência.
CONSCIÊNCIA

• ATENÇÂO

• ORIENTAÇÃO : -MEMÓRIA,ATENÇÃO

-PERCEPÇÃO

-INTELIGÊNCIA
Consciência.
• Alterações normais da consciência.

• O sonho é uma alteração normal da


consciência.

• Para Freud, o sonho é um fenômeno


psicológico rico, revelador de desejos e
temores. Para ele o conteúdo do sonho tem
um sentido.
Alterações patológicas da consciência .

• A) Alterações quantitativas. (Rebaixamento do nível de


consciência)

• 1-a) Obnubilação da consciência-( ou turvação)- grau


leve ou moderado. Há diminuição do grau de clareza do
sensório , com compreensão lenta e dificuldade de
concentração. O pensamento pode estar confuso.
Alterações patológicas da consciência

• 2-a) Estupor – turvação marcante da consciência,


podendo apenas ser despertado por estímulo enérgico,
geralmente doloroso.

• 3-a) Coma – grau mais profundo , não há atividade


voluntária consciente.
Síndromes psicopatológicas associadas ao
rebaixamento do nível de consciência.
 DELIRIUM é o termo atual mais adequado para designar a maior
parte das síndromes confusionais agudas .

 São quadros com rebaixamento leve a moderado do nível de


consciência.Acompanhados de desorientação temporoespacial,

 Dificuldade de concentração, perplexidade,

 ansiedade, agitação ou lentificação psicomotora, discurso ilógico e


confuso e ilusões e / ou alucinações..
Síndromes psicopatológicas associadas ao
rebaixamento do nível de consciência.
• 2) ESTADO ONÍRICO.

• Há turvação da consciência, confusão mental e


um estado semelhante a um sonho muito
vívido.

• Geralmente, predomina alucinação visual


intensa com caráter cênico.
Alterações qualitativas da
consciência
• 1) ESTADOS CRESPUSCULARES.

• Há, portanto, estreitamento transitório do campo da


consciência, afunilamento da consciência.

• 2) DISSOCIAÇAO DA CONSCIÊNCIA

• Fragmentação ou a divisão do campo da consciência,


• Perda da unidade psíquica.
• Ocorre com certa frequência nos quadros histéricos
Alterações qualitativas da consciência

• 3)TRANSE.
• É um estado dissociação da consciência que se
assemelha a sonhar acordado.

• Ocorre em contextos religiosos e culturais.

• Não se deve confundir o transe religioso com o transe


histérico.
Atenção.

• “A direção da consciência, o estado de


concentração da atividade mental sobre
determinado objeto”.

• Capacidade de seleção de estímulos, determinando


uma orientação focal da consciência, um estado de
concentração das funções mentais.

• Estabelecimento de prioridades da atividade


consciente do indivíduo diante de um conjunto
amplo de estímulos ambientais.
Atenção
• Componentes da atenção:( quanto a amplitude)

– Vigilância: susceptibilidade a estímulos que atraiam a


atenção. Ligada à atenção involuntária, passiva,
espontânea.
– Tenacidade: capacidade de manter o foco da atenção
em determinado objeto. Ligada a atenção voluntária,
ativa, intencional.
– Sondagem: busca por estímulos.
– Alternância: capacidade de oscilar entre estímulos.
– Direcionamento: interno, externo, corporal.
Quanto à natureza da atenção.

• Voluntária ( ativa ) é um esforço intencional, consciente.

• Espontânea ( passiva ) não intencional , inconsciente.


Quanto á direção da atenção

• Atenção externa – voltada para o mundo


externo ou para o corpo, utiliza dos
órgãos dos sentidos.

• Atenção interna – se volta para os


processos metais do próprio individuo. É
mais reflexiva, introspectiva.
Alterações da atenção
• Hipoprosexia: diminuição global da atenção,
perda básica da capacidade de concentração,
dificuldade de percepção e compreensão dos
estímulos ambientais.

• Hiperprosexia: estado de atenção exacerbada,


tendência incoercível a manter a atenção
indefinidamente sobre determinado objeto,
surpreendente infatigabilidade.

• Aprosexia: total abolição da capacidade de


atenção, por mais fortes e variados que sejam os
estímulos utilizados.
Atenção
Alterações da atenção

• Distração: superconcentração ativa da atenção


sobre determinado conteúdo, com a inibição de
tudo o mais.

• Distraibilidade: estado patológico que se exprime


por instabilidade marcante e mobilidade acentuada
da atenção voluntária.

• Alterações da atenção são comuns nos


transtornos afetivos - quadros depressivos e
maníacos, no TDAH e intoxicações. Podem
aparecer em todos os quadros psiquiátricos.
Memória

• É a capacidade de registrar, manter e evocar os fatos


já ocorridos.

• Relaciona-se intimamente com o nível de consciência,


com a atenção e a afetividade.
Substrato neurobiológico da memória.

• Engramação mnéstica , ou seja, formação das unidades


de memória.
Fatores psicológicos do processo de
memorização.
• Do ponto de vista psicológico, o processo de
fixação depende de :
1- Nível de consciência e estado geral do organismo.
2-Atenção global.
3-Sensopercepção preservada.
4- Interesse e colorido emocional.
5- Conhecimento anterior.
6- Capacidade de compreensão do conteúdo.
7- Canais sensoperceptivos envolvidos na
percepção, já que, quanto maior o número
melhor.
Fases da memorização
• Fixação: fase de percepção e registro. Depende do nível
de consciência, estado geral do organismo e interesse.

• Conservação: fase de retenção. Favorecida pela


repetição.

• Evocação: fase de reprodução da memória. É


capacidade de recuperar e atualizar os dados
“arquivados”.

• Esquecimento: impossibilidade de evocar e recordar.

• Reconhecimento: capacidade de identificar o conteúdo


mnêmico como lembrança e diferencia-lo da imaginação.

Dr Eduardo Aratangy
Tipos de memória
• Memória imediata: capacidade de reter o
material imediatamente após percebido
(segundos a minutos).

• Memória recente: capacidade de reter a


informação por um período curto de tempo
(horas a dias).

• Memória remota: capacidade de evocação de


informações e acontecimentos ocorridos no
passado (anos).

• Outras: explícita, implícita, trabalho, semântica,


etc.

Dr Eduardo Aratangy
Alterações quantitativas da memória

 Hipermnésia: os elementos mnêmicos afluem rapidamente,


ganhando em número, porém perdendo em clareza e precisão.
 Amnésias: perda da capacidade ou de fixar ou de manter e
evocar antigos conteúdos mnêmicos.
 psicogênica: perda de elementos mnêmicos focais.
Esquecimento “seletivo” de um evento com um significado
afetivo especial.

 orgânica: perda genérica, não seletiva, que segue a “lei de


Ribot”.

 anterógrada: incapacidade de fixar elementos mnêmicos


novos. dano cerevbral  transtorno neurocognitivo.

 retrógrada: incapacidade para relembrar os fatos ocorridos


antes do início da doença ou trauma  não implica em dano
cerebral.
Memória
• LEI DE RIBOT  os conteúdos da
memória são perdidos na ordem e no
sentido inverso aos quais foram adquiridos:

– primeiro são perdidos os elementos recentemente


adquiridos e depois os mais antigos.

– primeiro são perdidos os elementos mais complexos e


depois os mais simples.

– primeiro são perdidos os elementos mais estranhos,


menos habituais e posteriormente, os mais familiares.

Dr Eduardo Aratangy
Alterações qualitativas da memória
• Paramnésias: deformação do processo de evocação de
conteúdos mnêmicos previamente fixados. Lembrança
deformada que não corresponde à sensopecepção original.

• Fabulações: elementos da imaginação ou lembranças


isoladas completam artificialmente as lacunas de memória,
sem consistência ou duração (se a pergunta é repetida, o
indivíduo cria outra história). Não há intenção de mentir ou
enganar. Podem ser “produzidas, direcionadas ou
estimuladas”  “déficit de monitorização da realidade”.
Alterações qualitativas da memória

Criptomnésia: falseamento da memória, na qual as


lembranças aparecem como fatos novos o
indivíduo não as reconhece como como
lembranças, vivendo-as como uma nova
descoberta.

Ecmnésia: visão panorâmica da vida, recapitulação


e revivescência intensa, condensada e abreviada
da existência.
Alterações do reconhecimento
 Agnosia: déficits do reconhecimento de
estímulos sensoriais, objetos, pessoas,
fenômenos, que não podem ser
explicados por outros transtornos.

 Falso reconhecimento: identificar uma


pessoa nova com outra já conhecida e
trata-la como tal.

 Falso desconhecimento: não


reconhecimento de pessoas muito
familiares.
Sensopercepção
• Capacidade do organismo de captar o estímulo
do mundo externo, transmiti-lo, decodifica-lo e
interpreta-lo, criando a “consciência do objeto”.

• Sensação: fenômeno elementar gerado por


estímulos físicos, químicos ou biológicos, que
produz alterações nos órgãos receptores
(dimensão neuronal do processo).

• Percepção: tomada de consciência do estímulo


sensorial (dimensão neuropsicológica do
processo). É o que permite o conhecimento e
reconhecimento.
Delimitação. dos conceitos de imagem e de
representação
• O elemento básico do processo de sensopercepção
é a imagem perceptiva real, ou simplesmente
imagem.( nitidez, corporeidade, estabilidade,
extrojeção, completude).

• A imagem representativa ou mnêmica(


representação) se caracteriza por ser apenas uma
revivescência de uma imagem sensorial
determinada, sem que esteja presente o obejeto
original.
Existem alguns subtipos de imagem
representativa.
• Imagem eidética é a evocação de imagem guardada na
memória de forma muito precisa, com muita nitidez e
clareza.

• Pareidolias são as imagens visualizadas


voluntariamente a partir de estímulos imprecisos do
ambiente. P ex., ao olhar uma nuvem e ver um gato.
A imaginação / fantasias.

• A imaginação é uma atividade psíquica, geralmente


voluntária, que consiste na evocação de imagens
percebidas no passado ( imagem mnêmica ) ou na
criação de novas imagens ( imagem criada).

• A fantasia, ou fantasma, é uma produção imaginativa,


produto minimamente organizado da imaginação.(ela
se origina tanto de desejo,temores e conflitos tanto
conscientes como inconscientes).
Alterações da sensopercepção.

• alterações quantitativas .

• Alterações qualitativas.
A hiperestesia( alteração quantitativa).

• È a condição na qual as percepções encontra-se


anormalmente aumentadas em sua intensidade ou
duração.

• Os sons são ouvidos de forma muito amplificada; as


imagens visuais e as cores tornam-se mais vivas e
intensas.

• Ocorrem no uso de LSD, Santo Daime, enxaqueca


epilepsia, esquizofrenia etc..
A HIPOESTESIA(alteração quantitativa)

• É observado em alguns pacientes depressivos nos quais


o mundo circundante é percebido como mais escuro;
as cores tornam-se mais pálidas e sem brilho, os
alimentos não tem mais sabor....
Alterações qualitativas da sensopercepção.

• As alterações qualitativas da
sensopercepção são as mais importantes
em psicopatologia.

• Alucinações, ilusões, alucinoses e


pseudo-alucinações.
As ilusões, alterações qualitativas da
sensopercepção.

• A ilusão é a percepção deformada de um objeto real e


presente.
• Ocorrem basicamente em três condições:

• 1- Estados de rebaixamento do nível de consciência.


• 2- Estado de fadiga grave.
• 3 - Alguns estados afetivos( ilusões catatímicas)
Ilusões
As alucinações, alterações qualitativas da
sensopercepção.
• Alucinação é a percepção clara e definida de um
obejeto (voz, ruído, imagem )sem a presença do objeto
estimulante.

• Alucinações verdadeira são aquelas que têm todas as


características de uma imagem perceptiva real.( nitidez,
corporeidade, projeção no espaço e constância).
Os tipos de alucinações mais importantes na
clínica são:
• Alucinações auditivas- são as mais frequentes nos
transtornos mentais.

• Podem ser divididas em simples e complexas.

• Simples ouvem apenas ruídos primários.

• Complexa - a forma mais frequente é a alucinação


audioverbal.
Alucinações auditivas- audioverbal.

São vozes que geralmente o ameaçam ou insultam.

Quase sempre e de conteúdo depressivo e / ou de


perseguição.

Algumas vozes ordena que o paciente faça isso ou


aquilo( vozes de comando).

Vozes que comentam atividades corriqueira do paciente,


ex., olha o João está indo beber água.( vozes que
comentam a ação).
Sonorização do pensamento, eco do
pensamento e publicação do pensamento
• Sonorização do próprio pensamento é semelhante a
alucinação audioverbal, o paciente está ouvindo os
próprios pensamentos, no exato momento que está
pensando.

• Sonorização de pensamentos como vivência


alucinatório-delirante - os pensamentos foram
introduzidos em sua cabeça por alguém estranho e
sendo agora ouvido por ele.
Sonorização do pensamento, eco do
pensamento e publicação do pensamento

• Na publicação do pensamento – o paciente tem a


nítida sensação de que as pessoas ouvem o que ele
pensa no exato momento em que está pensando.
Alucinações musicais.

• É descrita é com audição de tons musicais, ritmos,


melodias .

• São raras e encontrado em mulheres idosas com perda


progressiva da audição com transtornos psiquiátricos,
tipo depressão.
Alucinações visuais.

• São visões nítidas que o paciente experimenta, sem a


presença de estímulos visuais.

• Podem ser simples e complexas.

• A. visuais simples – nelas os pacientes vê cores, bolas e


ponto e brilhantes.

• Podem manifestar na esquizofrenia, no abuso de álcool,


enxaqueca e na epilepsia.( mais frequente em pac. com
doenças oculares).
Alucinações visuais complexas.

• Incluem figuras e imagens de pessoas, de pares do


corpo, de entidade ( demônios, uma santa), ...

• Podem incluir visões de cenas completas( p. ex., o


quarto pegando fogo) – alucinações cenográfica.

• Alucinação liliputiana o indivíduo vê cenas com


personagens diminutos.
• As circunstâncias da ocorrência de
qualquer experiência alucinatória são
importantes.

• As alucinações hipnagógicas (que


ocorrem quando se adormece) e as
hipnopômpicas ( que ocorrem quando se
desperta) têm menos relevância do que
outros tipos de alucinações.
• Alucinações táteis - o paciente sente espetadas,
pequenos animais correndo sobre sua pele.( associado
com delírio de infestação).

• Alucinações olfativas e gustativas – são raras podem


estar associadas a interpretações delirantes( “ sinto o
cheiro de veneno de taro na comida, pois estão
tentando me envenenar”),
Alucinações cenestésicas e cinestésicas
• Alucinações cenestésicas - paciente sente que seu
cérebro encolheu, ou o fígado está despedaçado.(
Síndrome de Cotard, nas depressões graves).

• Alucinações cinestésicas – são sensações alteradas de


movimentos do corpo. p. ex., “um braço está se
elevando”.
• Alucinações funcionais – é desencadeada por um
estímulo real. p. ex., “quando eu abro o chuveiro
começo a ouvir vozes”.

• Estranheza do mundo percebido – nas fases iniciais de


muitos quadros psicóticos, observa a estranheza do
mundo percebido, na qual o mundo, como um todo, é
percebido alterado, bizarro, difícil de definir pelo
doente,
Alucinose.

• É o fenômeno pelo qual o paciente percebe tal


alucinação como estranha à sua pessoa, reconhecendo
o seu caráter patológico.

• Ocorre com maior frequência em quadros psico-


orgânicos, intoxicações por substâncias.

• Uma forma comum de alucinose auditiva é a


denominada alucinose alcoólica. ( “ olha como o João
está sujo hoje).
O pensamento e suas alterações
Definições básicas :

 Devem-se distinguir os elementos constitutivos do


pensamento, conceito, juízo e raciocínio.

 Das diferentes dimensões do processo de pensar, curso ,


forma e conteúdo.

 Pode-se, didaticamente , afirmarmos que o pensamento se


constitui a partir de elementos sensoriais, imagens
perceptivas e representações.
´
• .....O mais vivo pensamento é
ainda inferior à mais embotada
das sensações. (1973, p. 134)
Elementos constitutivos do
pensamento:
Conceitos - se formam a partir das representações, (
trata-se de um elemento puramente cognitivo,
intelectivo) é o elemento básico do pensamento. Ex.
quando se representa uma cadeira.

Juízos – é o processo que conduza ao estabelecimento


de relações significativas entre os conceitos. ( sujeito e
predicado) .

Raciocínio – representa um modo especial de ligação


entre conceitos, de sequência de juízos, de
encadeamento de conhecimentos derivando sempre
uns dos outros.
O processo de pensar
• Curso: modo como o pensamento flui, a sua velocidade.

• Forma: estrutura básica, sua arquitetura, preenchidos


pelos mais diversos conteúdos e interesses do
indivíduo.

• Conteúdo: pode ser definido como aquilo dá


substância ao pensamento, os seus temas
predominantes, o assunto em si.
Alterações do elementos constitutivos do
pensamento
-Alterações dos conceitos:
Desintegração dos conceitos.
Condensação dos conceitos.

-Alterações dos juízos:


Juízo deficiente ou prejudicado.
Delírios ou alterações do juízo da realidade.

-Alterações do pensamento –
Alterações dos elementos constitutivos do
pensamento - conceitos
• Desintegração dos conceitos – ocorre quando os
conceitos sofrem um processo de perda de seu
dignificado original. Ex. : futuro significa furto,
ocorre na esquizofrenia e pode ocorrer nas
síndromes demenciais.

• Condensação dos conceitos – ocorre quando dois


ou mais conceitos são fundidos, o paciente
involuntariamente condensa duas ou mais ideias
em um único conceito, que se expressa por uma
nova palavra – neologismo.
Alterações dos elementos constitutivos do
pensamento - juízos
• Juízo deficiente ou prejudicado – é um tipo de juízo
falso que se estabelece porque a elaboração dos juízos
é prejudicada por deficiência intelectual e pobreza
cognitiva do indivíduo.

– Raciocínio pobre e defeituoso, os juízos são


simplistas, concretos e sujeitos à influência do meio
social, difícil diferenciar juízo falso de delírio.
Ex.: “Eu sou bonitinha , boazinha e legal”.
Alterações dos elementos constitutivos do
pensamento - juízos
• Juízo da realidade ou delírio – são juízos
patologicamente falsos determinados por transtornos
mentais.

• São, de fato, alterações do juízo mais importante em


psicopatologia.
Alterações dos elementos constitutivos do pensamento,
raciocínio ou estilo de pensar.

• Uma série de crenças preconceituosas, sociais ou


pessoais é mantida de forma insistente por um
número considerável de pessoas .

• Tudo isso torna difícil a discriminação ente


pensamento normal e patológico.

• A psicopatologia registra uma série de tipos de


pensamento comumente associados a estados
mentais alterados e transtornos psiquiátricos.
Alterações do pensamento.
• Pensamento mágico.
• Pensamento dereístico.
• Pensamento concreto.
• Pensamento inibido.
• Pensamento vago.
• Pensamento prolixo.
• Pensamento deficitário.
• Pensamento demencial.
• Pensamento confusional.
• Pensamento desagregado.
• Pensamento obsessivo.
Tipos alterados de pensamento-mágico
• É o tipo de pensamento que fere os princípios da lógica
formal, bem como os indicativos e imperativos da
realidade.

• Pensamento mágico segue o os desígnios dos desejos,


das fantasias e dos temores, conscientes ou
inconscientes, do sujeito, adequando a realidade ao
pensamento, e não , o contrário.

• A magia de contágio – por ex., ao queimar a camisa de


uma pessoa estará queimado a própria pessoa.
Tipos alterados de pensamento-mágico

• Magia imitativa – por ex., ao queimar um boneco com


alguma semelhança com um inimigo, estará queimado
o próprio inimigo.

• É mais comum em crianças, também encontrados em


alguns transtornos de personalidade, como os
esquizotípico, histriônico, borderline e narcisista.

• Nos quadros obsessivo –compulsivos, ocorrem com


frequência pensamentos mágicos e rituais compulsivos.
Tipos alterados de pensamento, dereístico.
• Aqui, o pensamento só obedece à lógica e á
realidade naquilo que interessa ao desejo do
indivíduo,suas fantasias e seus sonhos.

• A pseudologia fantástica e mitomania implica uma


boa dose de p. dereístico.

• Pode ocorrer na personalidade esquizotípica,


borderline, narcisista, histeria e, eventualmente
em crianças e adolescentes normais.
Tipos de alterações de pensamento -concreto
ou concretismo.

• Não ocorre a distinção entre dimensão abstrata e


simbólicas e concreta e imediata dos fatos.

• O indivíduo não consegue entender ou utilizar


metáforas, o pensamento é muito aderido ao nível
sensorial da experiência.

• Tantos os indivíduos com deficiência mental como os


dementados e esquizofrênicos podem apresentar
concretismo.
Tipos de alterações de pensamento - inibido

• Aqui ocorre a inibição do raciocínio, com diminuição da


velocidade e do número de conceitos e juízos e
representações no utilizadas no processo de pensar.

• Ocorre em quadros demenciais e depressivos graves.


Tipos de alterações de pensamento -
vago.
• As relações conceituais, a formação dos juízos e
concatenação destes em raciocínio são caracterizadas
pela imprecisão

• O paciente expõe um pensamento muito ambíguo,


podendo mesmo parecer obscuro.

• Pode ser um sinal inicial de esquizofrenia, quadros


demenciais inicias, transtornos de personalidade e
neuroses graves.
Tipos de alterações de pensamento – prolixo.
• Aqui o paciente não consegue chegar a qualquer
conclusão sobre o tema que está se tratando, falta de
capacidade de síntese.

• A tangencialidade e a circunstancialidade são tipos de


pensamento prolixo.

• Ocorre em T. personalidade, deficientes metais


limítrofes, esquizofrenia no inicio da doença, neuróticos
graves( TOC).
Tipos de alterações de pensamento, deficitário
ou oligofrênico.

• É um pensamento de estrutura pobre e rudimentar.

• O indivíduo tende o raciocínio concreto.

• Há pouca flexibilidade na aplicação de regras e


conceitos aprendidos.
Tipos de alterações de pensamento, demencial.

• Trata-se também de pensamento pobre, porém tal


empobrecimento é desigual, ao contrário do que
ocorre no pensamento deficitário.

• É frequente o fato de o indivíduo dementado,nas


fase iniciais, tentar dissimular suas dificuldades
cognitivas.

• Por exemplo, Não consigo encontra o meu....(


batom) , aquilo de pintar a boca..
Tipos de alterações de pensamento,
confusional.
• Há marcante dificuldade em estabelecer vínculos ente
conceitos e juízos devido as alterações de consciência,
de atenção e de memória imediata, impedindo a
formação adequada do raciocínio e lançando o
individuo em estado de perplexidade e impotência.

• Ocorre principalmente nas síndromes confusionais


aguda.
Tipos de alterações de pensamento,
desagregado.
• Trata-se de pensamento radicalmente incoerente, no
qual os conceitos e os juízos não se articulam
minimamente de forma lógica.

• A linguagem correspondente é o que se denomina


“salada de palavras”.

• Ocorre na formas graves de esquizofrenias.


Tipos de alterações de pensamento, obsessivo.

• Aqui, predominam ideias ou representações que,


apesar de ter conteúdo absurdo ou repulsivo para o
indivíduo, se impõem à consciência de modo
persistente e incontrolável.

• O indivíduo se esforça para bani-las de sua consciência,


gerando um estado de angústia constante.

• O pensamento mágico pode estar presente, ex.; “se eu


repetir a palavra santo cinquenta vezes impedirei que
meu pai morra”.
Alterações do processo de pensar

• As principais alterações do curso do pensamento são a


aceleração, a lentificação, o bloqueio e o roubo do
pensamento.
Alterações do processo de pensar,curso do
pensamento - aceleração.

 Aceleração: fluxo acelerado, exacerbação do


ritmo, as ideias se sucedem rapidamente, pode
chegar à fuga de ideias.

 Ocorre nos quadros de mania, na esquizofrenia,


nos estados de ansiedade intensa,nas psicose
tóxicas e na depressão ansiosa.
Alterações do processo de pensar,curso do
pensamento – lentificação.

• Lentificação : inibição ou retardo do pensamento,


que progride lentamente de forma dificultosa.

• O corre principalmente nas depressões graves, em


alguns casos de rebaixamento do nível de
consciência e quadros psico-orgânicos.
Alterações do processo de pensar,curso do
pensamento, bloqueio.

• Verifica-se interceptação do pensamento quando o


paciente relata que, sem saber porque, o pensamento
pára é bloqueado no meio de uma conversa.

• Alteração quase que exclusiva da esquizofrenia.


Alterações do processo de pensar,curso do
pensamento, roubo.

• É uma vivência, frequentemente associada ao bloqueio


do pensamento.

• O indivíduo tem a nítida sensação de que seu


pensamento foi roubado de sua mente, por uma força
estranha, por máquina.

• O roubo do pensamento é um tipo de vivência de


influência.
Pensamento – Alterações do curso
• Lentificação : inibição ou retardo do pensamento, que
progride lentamente de forma dificultosa.

• Aceleração: fluxo acelerado, exacerbação do ritmo, as


ideias se sucedem rapidamente, pode chegar à fuga de
ideias.

• Bloqueio: interrupção brusca e repentina do fluxo, sem


qualquer motivo aparente. O pensamento “para”, é
interceptado.

• Roubo de pensamento: vivência associada ao bloqueio


de pensamento, na qual o indivíduo refere que seu
pensamento foi roubado de sua mente.(controverso)
Alterações do processo de pensar,forma do
pensamento.
• as principais alterações da forma ou estrutura do
pensamento são:
• Fugas de ideias.

• Dissociação do pensamento.

• Afrouxamento das associações

• Descarrilhamento do pensamento

• Desagregação do pensamento.
Alterações do processo de pensar,forma do
pensamento, fuga de ideias.
• É uma alteração secundária à aceleração do
pensamento, na qual uma ideia se segue a outra de
forma extremamente rápida, perturbando-se as
associações lógicas entre o juízos e os conceitos.

• A associação entre as palavras deixa de seguir uma


lógica ou uma finalidade do pensamento e passam a
ocorrer por assonância( p. ex. , amor, flor, cor....ou
presença de estímulos externos na sala de entrevista.
Alterações do processo de pensar,forma do
pensamento, dissociação.

• Os pensamentos passam a progressivamente a não


seguir uma sequência lógica e bem organizada.

• Os juízos não se articulam de forma coerente uns com


ou outros.

• Ainda sendo possível captar o que o paciente quer dizer.


Alterações do processo de pensar,forma do
pensamento,descarrilhamento.

• O pensamento passa a extraviar-se e seu curso


normal, desvios, retorna aqui e acolá ao seu curso
original.

• Geralmente está associado a marcante


distraibilidade.

• Se for muito intenso o descarrilhamento pode-se


não mais captar a sequência lógica do pensamento.
p. ex, na esquizofrenia e nos transtornos maníacos.
Alterações do processo de pensar, forma do
pensamento, desagregação.
• Neste caso, há profunda e radical perda dos enlaces
associativos.

• Total perda da coerência do pensamento.

• Sobram apenas pedaços de pensamento, conceitos e


ideias fragmentados.

• Sem que seja detectado uma finalidade no ato de


pensar, p. ex, formas avançadas de esquizofrenias e de
quadros demenciais.
Alterações do processo de
pensar, conteúdo do pensamento.
• O conteúdo do pensamento é aquilo
preenche a estrutura do processo de
pensar.

• Neste sentido, o conteúdo corresponde à


temática do pensamento.

• P. ex quando um indivíduo acometido


por uma psicose afirma que os vizinhos
preparam um complô para mata-lo.( o
Pensamento – Conteúdo

• Principais conteúdos que preenchem os


sintomas psicopatológicos:

– perseguição
– depreciativos
– religiosos
– sexuais
– de poder ou grandeza
– de ruína ou culpa
– hipocondríacos
Pensamento – Alterações formais

• Descarrilamento: mudança súbita e


inexplicável de uma linha de idéias para
outra.

• Dissociação: desorganização do
pensamento, na qual fica perdida a
seqüência lógica.

• Desagregação: profunda e radical perda


dos enlaces associativos, total perda da
coerência dos pensamentos. (precedida Dr Eduardo Aratangy
Pensamento – Alterações formais

• Fusão: união de duas ou mais idéias de


forma não lógica, mas ainda passíveis de
serem diferenciadas.

• Prolixidade: utilização excessiva de


sinonímias e rodeios para atingir o
objetivo, mesclando de forma imprecisa o
superficial e o supérfluo.

• Perseveração: persistência em um tema,


por pobreza de conceitos, independente
Pensamento – Alterações formais

• Tangencialidade: dificuldade de responder


exatamente o que foi perguntado. A pergunta é
entendida, mas a resposta é de algo próximo
ao tema, sem nunca chegar ao ponto central,
ao objetivo final ou a alguma conclusão.

• Circunstancialidade: perda do fio condutor da


idéia, num discurso excessivo, com várias
idéias paralelas, detalhes irrelevantes, sem
objetivo.
• Concretude: dificuldade ou impossibilidade de
abstrair o significado simbólico de conceitos.

Dr Eduardo Aratangy
Outras alterações do pensamento
• Pensamento fantástico: exagero da atividade
imaginária normal, sem comprometimento da
realidade, há controle da vontade.

• Mitomania: hábito exagerado de mentir.

• Pseudologia fantástica: viver como verdadeira uma


história que o indivíduo sabe que é mentira.

• Publicação do pensamento: escutar o próprio


pensamento em voz alta.

• Leitura do pensamento: capacidade de ler os


pensamentos de outrem.
O DELÍRIO são alterações do pensamento
- Juízo da realidade e suas alterações-

• Ajuizar, isto é, produzir juízos, é um atividade humana


por excelência.

• Em psicopatologia, a primeira distinção essencial a se


fazer é entre o erro não determinado por processo
mórbido ( por transtornos mentais) e as diversas forma
de juízos falsos determinados por transtorno mentais,
sendo a principal delas o delírio.

Dr Eduardo Aratangy
Distinção fundamental: erro simples versus
delírio.
• Segundo a escola psicopatológica de Jaspers os erros
são psicologicamente compreensíveis, pois admite-se
que possam surgir e persistir em virtude de ignorância,
fanatismo religioso ou político.
• p, ex, sempre que me cair um dente alguém conhecido
irá morrer

• O delírio tem como característica principal a


incompreensibilidade .
Distinção fundamental: erro simples versus
delírio.
Os tipos de erros mais comuns, não são determinados(
necessariamente ) por transtorno mental, são;

Preconceitos. P. ex, racismo os brancos são superiores aos


negros.
.
Crenças. culturalmente sancionadas- o indivíduo compartilha
sua cresça com um grupo social.

Superstições.

Ideias prevalentes.
Alterações patológicas do juízo. Ideias
prevalentes ou sobrevaloradas.
• Ideias errôneas por superestimação afetiva.

• São egossintônicas .

• As ideias prevalentes se situariam no meio de um


continuum de insight ou crítica que vai das ideais
obsessivas até as ideias delirantes.
Transtornos mentais nos quais ocorrem Ideias
prevalentes.

• Anorexia nervosa- “ tenho uma forte sensação


de que estou muito gorda.”

• Hipocondria – “ estou convencido de que tenho


câncer de estômago.”

• Dismorfofobia- meu nariz e disforme, enorme e


muito feio.
Algumas características de ideias prevalentes.

• Geralmente se desenvolve em personalidades


alteradas.

• Causa sofrimento ou disfunção no sujeito ou naqueles


com quem ele convive.

• Assemelha-se as convicções religiosas ou políticas


apaixonadas.

• Pode, eventualmente, progredir para delírio verdadeiro.


Alterações patológicas do juízo
• Delírios: são juízos patologicamente falseados
(Jaspers),que tem origem na doença mental.

• Dessa forma o delírio é um erro do ajuizar, sua base


é mórbida.

• Não é tanto a falsidade do conteúdo que faz uma


cresça ser um delírio, mas a justificativa para cresça.
Características para identificação clínica do
delírio.
Convicção extraordinária.

O delírio é irremovível, ele não é possível de ser


modificado, mesmo pela prova de realidade mais
plausível. P. ex . Paciente acha que tem veneno na água.

O seu conteúdo é impossível. P. ex, pac. etilista que tem


ciúmes .

O delírio é uma produção associal- o indivíduo se


desgarra de sua trama social, do universo cultural no
qual se formou.
Dimensões do delírio, servem
como indicadores de gravidade,
são;
• Grau de convicção.
• Extensão .
• Bizarrice.
• Desorganização.
• Pressão ou preocupação.
• Resposta afetiva.
• Comportamento desviante.
Estrutura do delírios.
• Delírio simples. Ideias que se desenvolve em
torno de um só conteúdo.

• Delírios complexos – englobam vários temas ao


mesmo momento.

• Delírios não sistematizados – encontrados em


pac. com baixo nível intelectual, demenciados.

• Delírios sistematizados – com história ricas,


consistentes, mantêm o conteúdo.
Alterações patológicas do juízo

• Delírio primário: distúrbio do juízo crítico, não


influenciado na sua lógica e coerência por
qualquer outra experiência psicológica. É
psicologicamente incompreensível, não tem
raízes na experiência psíquica do homem normal,
sendo assim, impenetrável.

• Delírio secundário: ( ou ideias


deliróides)distúrbio do juízo crítico resultante de
condições psicológicas rastreáveis e
compreensíveis.
‘relação entre alteração do humor e temática
delirante.
• Humor-congruente - p. ex, se paciente transtorno co
humor com sintomas psicóticos – no caso de depressão
– o conteúdo vai ser de culpa, ruína...

• Humor - incongruente – se na depressão psicótica o


delírio for de perseguição.
Surgimento e evolução do delírio: estados pré-
delirantes.
• Humor delirante - em geral, os delírios
surgem após período pré-delirante.

• Nesse período , o paciente experimenta


aflição e ansiedade intensas, sente como se
algo terrível estivesse por acontecer,mas
não sabe exatamente o quê.

• Predomina aqui grande


perplexidade,sensação de fim do mundo, de
estranheza.
Surgimento e evolução do delírio, configuração
do delírio.

• O humor delirante cessa quando o paciente configura o


delírio quando descobre , como se fosse por uma
revelação inexplicável, o que está de fato acontecendo;

• P. ex.,” Ah, então os vizinhos organizarão um grande


complô para me matar”.
Mecanismos formadores do delírio.
Interpretação.( delírio interpretativo)

Intuição.(delírio intuitivo)

Imaginação.( delírio imaginativo)

Afetividade. (delírio catatímico).

Memória.(delírio mnêmico ou recordação delirante).

 Alteração da consciência.( delírio onírico)

Alterações sensoperceptivas. (delírio alucinatório)


Mecanismos formadores do delírio.
Interpretação,
• Interpretação: delírio interpretativo(ou interpretação
delirante).

• A atividade interpretativa é um mecanismo que, de


forma geral, está na base constituinte de todos os
delírios.

• Geralmente respeita determinada lógica produzindo


história que, embora delirantes, guardam
verossimilhança.
Intuição: delírio intuitivo.

• O indivíduo intui o delírio de repente, pois capta de


forma imediata novo sentido nas coisas.

• Paciente não interpreta e conclui, não busca provas que


certifiquem a verdade do seu delírio.

• Simplesmente intui a ação delirante.


Imaginação – delírio imaginativo.

• Assim como a interpretação, a imaginação está


presente na maior parte do delírios.

• O indivíduo imagina um determinado episódio ou


acontecimento e, a partir disso, pela interpretação, vai
construindo o delírio.
Afetividade – delírio catatímico.

• Em estados afetivos intensos, como nas depressões


graves, o individuo passa a viver em um mundo
fortemente marcado por esse estado afetivo( catatímia)
Memória – delírio mnêmico( recordação
delirante)

• O delírio é construído por recordações e elementos da


memória( verdadeiro ou falsos) que ganham dimensão
delirante.

• Por ex., paciente afirma que foi raptado quando


criança.......
Alteração da consciência: delírio onírico.

• São os delírios associados a quadros de turvação da


consciência ricas em vivências oníricas com alucinações
cênicas.

• Os delírios podem ocorrer durante ou após a turvação


da consciência.
Alterações sensoperceptivas – delírio
alucinatório.
O delírio é constituído a parti de experiências
alucinatórias ou pseudo-alucinatórias intensas

A experiência alucinatória é tão marcante e penetrante


que não lhe resta outra alternativa a não ser integra-la
em sua vida por meio do delírio.

Tal integração ocorre mediada por atividade


interpretativa.

O delírio alucinatório também é , em certo sentido, um


delírio interpretativo.
Percepção delirante .

• O delírio surge a partir de uma percepção normal que


recebe, imediatamente ao ato perceptivo significação
delirante.

• Por ex. , ao entrar numa sala, o indivíduo vê um lenço


amarelo sobre a mesa ( uma percepção real), logo
entende que se trata de conspiração contra ele.
Mecanismos de manutenção do delírio.

A inércia em mudar suas próprias ideias.

A pobreza na comunicação interpessoal , isolamento


social.

O comportamento agressivo por parte do paciente, com


reforço do sentimentos paranóides de perseguição.

Diminuição do respeito das pessoas que convive com o


paciente e construindo novas interpretações delirantes.
Idéias delirantes mais comuns
• Perseguição
• Referência
• Influência ou controle
• De relação
• De grandeza
• Místico ou religioso
• Ciúmes
• Erótico
• Conteúdo depressivo
• De culpa ou auto-acusação
• Hipocondríaco
• Fantástico ou mitomaníaco
• De negação de órgãos
Os tipos de delírios segundo seus conteúdos.

• Existem delírios cuja temática predominantemente é a


perseguição. Nesse grupo estão:

• Delírio de perseguição.

• Delírio de auto-referência .

• Delírio relação.

• Delírios de influência ou controle.


Delírio persecutório ou de perseguição.

• O indivíduo acredita que é vítima de complô e está


sendo perseguido por pessoas conhecidas e
desconhecida.

• Ele pensa que querem envenena-lo , prende-lo, expô-lo


ao ridículo.

• Cabe lembrar que é o tema mais frequente.


Delírio de referência ou auto referência

• Paciente diz ser alvo frequente de referência


depreciativas, caluniosas.

• P. ex. , Ao passar diante de um bar e observar as


pessoas conversando e rindo, entende que estão
falando dele.( mecanismo interpretativo associado ao
delírio de referência)

• Ocorre na esquizofrenia paranóide e nos transtornos


delirantes.
Delírio de relação.

• O indivíduo delirante constrói conexões significativas (


delirante) ente os fatos normamente percebidos.

• P. ex., as chuvas do verão passado, o inverno mais frio


indica que vai começar um guerra dos alienígenas.

• Delírio que também apresenta um colorido


persecutório.
Delírio de influência ou controle.
O individuo vivencia intensamente o faro de estar sendo
controlado, comandado ou influenciado por força,
pessoa ou entidade externa.

P. ex. “a antena do vizinhos está enviado raios que


controla minha mente” ( tem um conteúdo
persecutorio)

O paciente passa a submeter a essa força externa, re,


afirma ter perdido a capacidade de controle.

Esquizofrenia.
Delírio de grandeza.

• O paciente acredita ser extremamente especial, dotado


de capacidade e poderes, conhecimentos superiores ou
especiais.

• Ocorrem tipicamente em quadros maníacos .

• P. ex.,” Eu sou Deus”!


Delírio místico ou religioso.

• O paciente é portador de uma mensagem especial, é


um novo messias, um Deus.

• Ocorre em todas as formas de psicose, porém


predominando na mania delirante e na esquizofrenia.
Delírio de ciúmes.

• Neste caso, o indivíduo percebe-se traído pelo cônjuge


de forma vil e cruel.

• O sentimento de ciúmes intenso e desproporciona em


indivíduo muito possessivos e inseguro pode
eventualmente ser difícil de diferenciar do delírio de
ciúmes.( pode ser ideia prevalente)

• É mais comum no alcoolismo crônico e no transtorno


delirante crônico.
Delírio erótico.

• Aqui o paciente afirma que um cantor famoso ou um


artista está totalmente apaixonada por ela.

• Ocorrem mais entre as mulheres com transtorno


delirante.
Delírios de conteúdo depressivo.

• De ruína .

• De culpa.

• De negação de órgãos.

• Hipocondríaco.
Delírio de ruína.

• Neste caso, o indivíduo vive em um mundo repleto de


desgraças, o futuro lhe reserva apenas sofrimentos e
fracassos.

• Em alguns casos, o paciente acredita estar morto ou


que o mundo inteiro está destruído.
Delírio de culpa.

• Aqui o indivíduo afirma, sem base real para isso, ser


culpado por tudo de ruim que acontece no mundo e na
vida das pessoas que o cercam.

• O paciente acredita ser uma pessoa pecaminosa, suja,


irresponsável.
Delírio de negação de órgãos.

• O indivíduo experimenta profundas alterações


corporais.

• Paciente relata que seu corpo está destruído ou morto,


que não tem mais um ou vários órgãos.( síndrome de
Cottard).

• “não vou morrer nunca mais”

• Pode ocorrer também em quadros psico-orgânicos


crônicos e na esquizofrenia.
Delírio de hipocondríaco.

• O indivíduo crê com convicção estrema que tem uma


doença grave e incurável.

• O que diferencia o delírio hipocondríaco da ideia


hipocondríaca é a intensidade da cresça, assim como a
total ausência de crítica do paciente e seu envolvimento
com as preocupações hipocondríacas.

• Transtornos delirantes e também na esquizofrenia.


Outros tipos de delírio menos frequentes.

Delírio de reivindicação ou querelância.

Delírio de invenção ou descoberta.

Delírio de reforma .

Delírio cenestopático.

Delírio de infestação.( síndrome de Ekbom).

Delírio fantástico ou mitomaníaco.


Delírio de reivindicação ou querelância.

• O indivíduo, de forma completamente desproporcional


em relação à realidade, afirma ser vítima de terríveis
injustiças e discriminações .

• O indivíduo considera representante dos injustificados.

• Mais comum em transtornos delirantes.


Delírio de invenção ou descoberta.

• Aqui o indivíduo, mesmo completamente leigo na


ciência ou na área tecnológica em questão, revela ter
descoberto a cura de uma doença grave.

• Mais comum transtornos delirantes, na esquizofrenia e


na mania.
Delírio de reforma .

• Ocorre em indivíduos que se sentem destinados a


salvar, reformar revolucionar ou redimir o mundo ou a
sua sociedade.

• Esses delirantes têm convicção plena de que seu


sistema religioso ou político é absolutamente o único
capaz de salvar de fato a humanidade.
Delírio cenestopático.

• O indivíduo afirma que existem animais (cobra, rato e


etc.) ou objetos dentro de sue copo.

• Esse tipo de delírio baseia-se na interpretação delirante


de sensações corporais vivenciadas pelo paciente.

• P. ex., “ tem uma laranja podre dentro do meu crânio”.


Delírio de infestação.( síndrome de Ekbom).

• O indivíduo acredita que seu corpo( principalmente sua


pele e/ ou seus cabelos) está infestado por pequenos
organismos.

• Podem ocorrer em esquizofrênicos, deprimidos, no


delirium tremens, em intoxicações por cocaína ou
alucinógenos.
Delírio fantástico ou mitomaníaco.

• É notável pelas histórias e narrativas fabulosas,


totalmente irreais, descrições que se assemelham a
contos fantásticos, ricos em detalhes e francamente
inverossímeis.

• Ocorre tipicamente na parafrenia.


A linguagem e suas alterações.

• A linguagem, particularmente na sua forma verbal, é uma


atividade especificamente humana, talvez a mais
característica de nossas atividades mentais.

• È o principal instrumento de comunicação do ser humano.

• É fundamental na elaboração e expressão do pensamento.


Alterações da linguagem secundárias a lesão
neuronal identificável.

• Afasia – é a perda de habilidade linguística que foi


previamente adquirida no desenvolvimento cognitivo do
indivíduo.

• Dislexia – é uma dificuldade leve de leitura, encontrada


principalmente em crianças que apresentam dificuldades
diversas no aprendizado da linguagem escrita.
Alterações da linguagem secundárias a lesão
neuronal identificável

• Disartria - é a incapacidade de articular corretamente


as palavras devido a alterações neuronais referentes ao
aparelho fonador.( fala pastosa, aparentemente
embriagada).

• Disfemia – é a alteração da linguagem falada sem


qualquer lesão ou disfunção orgânica, determinada
conflitos e fatores psicogênicos.( gagueira)
Alterações da linguagem secundárias a lesão
neuronal identificável.

• Bradifasia - o paciente fala vagarosamente, as palavras


segue umas as outras de forma lenta e difícil.

• Mutismo – ausência de resposta verbal oral por parte


do doente(negativismo verbal) ,Embora ,
aparentemente , pudesse falar.
Alterações da linguagem secundárias a lesão
neuronal identificável.

• Ecolalia – é a repetição da última ou das últimas


palavras que o entrevistador falou ou dirigiu ao
paciente.

• Palilalia - é a repetição automática e estereotipada pelo


paciente da última ou das última palavras que ele
próprio emitiu.(logoclonia).
Alterações da linguagem associadas a
transtornos psiquiátricos primários. Logorréia.

• – existe a produção aumentada e acelerado da


linguagem verbal, um fluxo incessante de palavras.

• Loquacidade – é o aumento da fluência verbal sem


qualquer prejuízo da lógica do discurso.
Tiques verbais ou fonéticos e coprolalia

• No tique verbal, o paciente produz geralmente sons


guturais, abruptos e espasmódicos.

• Já coprolalia é a emissão involuntária e repetitiva de


palavras obscenas, vulgares ou relativas a excrementos(
T. Tourette).
Verbigeração e mussitação.

• Verbigeração – é a repetição, de forma monótona e sem


sentido comunicativo aparente, de palavras, sílabas ou
trechos de frases.

• Mussitação - é a reprodução de uma voz muito baixa,


murmurada, em tom monocórdico, sem significado
comunicativo.
Glossolalia / para-respostas

• Glossolalia – é a produção de uma fala gutural, pouco


compreensível, um verdadeiro conglomerado
ininteligível de sons, comum nos culto pentecostais.

• Fenômeno de para-respostas – ao ser indagado, por


exemplo, sobre onde mora o paciente responde: “ o dia
está muito quente”.
Semiotécnica da linguagem

• Como é a fala do paciente? Ele fala espontaneamente


ou apenas quando solicitado?

• A fala é lenta ou rápida? Percebe-se a fala como


incoercível, inibida ou interceptada?

• Caso paciente não fale, é possível notar se se recusa ou


é incapaz de falar?
inteligência
• Para k. Jaspers, a inteligência é a capacidade de
utilizarmos um conjunto de instrumentos ( atividade
sensorial, memória, habilidades psicomotora e verbal e
resistência à fadiga.

• É um função mental complexa e de difícil mensuração.

• Método mais aceito é o Q. I. ( quoeficiente de


inteligência.)
Transtornos de inteligência.
• Na prática podemos classificar os transtornos de
inteligência em:

1- Duráveis ou estruturáveis – retardado


mental,demências e etc.

2 - Passageiros (relacionados a problemas de interferência


momentânea no rendimento, como problemas de
atenção.
Inteligência.

• O retardo mental é definido pela OMS como uma


condição de desenvolvimento interrompido ou
incompleto das capacidade mentais, manifestando-se
pelo comprometimento das habilidades cognitivas que
são adquiridas longo do desenvolvimento da infância e
na adolescência. Incluem principalmente as aptidões
intelectivas, a linguagem e a capacidade de adaptação
social.
01. INTELIGÊNCIA Limítrofe • Não são
considerados como deficiência mental •
Surge com o aumento das exigências
ambientais • Beneficia-se com orientações
no ambiente escolar, familiar e profissional.
• 02. INTELIGÊNCIA Retardo mental leve • A
idade correspondente é de 9 a 12 anos • 85% dos
indivíduos com retardo mental no Brasil • São
capazes de usar a fala adequadamente no dia a
dia • Podem ser totalmente independentes em
relação aos cuidados pessoais e habilidades
domésticas • Problemas específicos de leitura,
escrita e raciocínio • Imaturidade para as funções
adultas.
Inteligência

Totalidade das habilidades cognitivas do indivíduo


(vetor final dos diferentes processos intelectivos).
Capacidade de abstração, planejamento e resolução
de tarefas.

Avaliar histórico escolar e profissão, nível cultural e


regionalismo.

Inteligência limítrofe, retardo mental leve, moderado,


grave e profundo.

Diversos testes para mensuração.


31. INTELIGÊNCIA Retardo mental moderado •
Idade comparável a criança de 6 a 9 anos • 10 % dos
indivíduos com retardo mental • Desenvolvimento
psicomotor e de linguagem lentificado ou
incompletos • Aquisição escolar bastante limitada •
Podem realizar tarefas práticas simples
supervisionados • Raramente conseguem vida
adulta independente • Conversas simples e gosto
pela interação social
• 32. INTELIGÊNCIA Retardo mental grave • Idade
comparável a criança de 3 a 6 anos • 3 a 4% dos
indivíduos com retardo mental •Desenvolvimento
psicomotor e neurológico bastante prejudicado •
Dificuldades graves de capacidade comunicativa •
Certa autonomia em cuidados básicos diários mas com
supervisão constante
33. INTELIGÊNCIA Retardo mental
profundo • 1 a 2% dos indivíduos com
retardo mental • grave limitação em um
entendimento simples • muitas vezes
restritos aos leitos • total dependência de
terceiros • por vezes associado a lesões
cerebrais ou doenças orgânicas
Afetividade
• Dimensão psíquica que da cor, brilho, e calor a todas as
vivências humanas. Sem afetividade a vida mental
torna-se vazia, sem sabor.  penetra todos os demais
aspectos da atividade psíquica.

• Estado da vida psíquica que mais precoce e


frequentemente se altera nos estados psicopatológicos
de qualquer feitio e natureza.
Afetividade.
• Distinguem-se cinco tipos básicos de
vivências afetivas:
1. Humor ou estado de ânimo.
2. Emoções.
3. Sentimentos.
4. Afetos.
5. Paixões.
Distinguem-se cinco tipos básicos de
vivências afetivas : Humor.
1-Humor : O humor é definido com o tônus afetivo do
indivíduo, o estado emocional basal e difuso em que se
encontra a pessoa em determinado momento.

– Eutimico
– Irritado ou disfórico
– Triste ou deprimido
– Apático ou inibido
– Hipertímico ou eufórico
– Pueril
– Ansioso
Distinguem-se cinco tipos básicos de
vivências afetivas: Emoções
• 2 - A emoção é um estado afetivo intenso, de curta
duração, originado geralmente como reação do
indivíduo a certas excitações interna ou externas,
conscientes ou inconscientes

• É uma reação afetiva aguda,momentânea,


desencadeada por uma estímulo significativo
.
• Desconcerta, comove e perturba o instável equilíbrio
existencial.
Distinguem-se cinco tipos básicos de
vivências afetivas: Sentimentos.

• 3 - Sentimentos - estado comumente associados a


conteúdos intelectuais, valores, representações e, em
geral, não implicam concomitantes somáticos.

• 3.1 - Sentimentos da esfera da tristeza; melancolia,


saudade, tristeza, vergonha, culpa, infelicidade.
• 3.2 - Sentimentos de esfera da alegria: euforia,
satisfação, expectativa, esperança.

• 3.3 - Sentimentos da esfera da agressividade:


raiva, revolta, rancor, ciúme, ódio, inveja, vingança,
nojo.

• 3.4 - Sentimentos relacionados à atração pelo


outro: amor, atração, tesão, gratidão, respeito,
apego, amizade.
• 3.5 - Sentimento associado a perigo: temor ,
desamparo, abandono, rejeição.

• 3.6 - sentimento do tipo narcísico: vaidade, orgulho,


arrogância, onipotência, superioridade, prepotência.
Distinguem-se cinco tipos básicos de vivências
afetivas: afetos.

• 4- 0s afetos acoplam-se as ideias,


anexando a elas um colorido afetivo.

• Seriam, assim, o componente


emocional de uma ideia.

• A qualidade o tônus emocional que


acompanha uma ideia ou uma
representação mental.
Distinguem-se cinco tipos básicos de
vivências afetivas: paixões
5 - A paixão um estado afetivo extremamente intenso,
que domina a atividade psíquica como um todo,
captando e dirigindo a atenção e o interesse do
individuo em uma só direção, inibindo os demais
interesses.
catatimia

• Denominou de catatimia a importante influência que a


vida afetiva, o estado de humor, as emoções, os
sentimentos e as paixões exercem sobre a demais
funções psíquicas.

• A pesquisa psicopatológica tem identificado


historicamente quão penetrante é a influência da
afetividade sobre toda a vida mental.
Alterações patológicas da afetividade –
alterações do humor.

• Distimia – em psicopatologia geral, é o termo que


designa a alteração básica do humor.( tanto no sentido
da inibição com no sentido da exaltação).

• Observação não confundir com transtorno distímico.


Alterações patológicas da afetividade –
alterações do humor.
• Distimia hipotímica ou melancólica – ( Depressão).
Tristeza patológica.

• Distimia hipertímica ou expansiva ou eufórica –para


nomear a exaltação patológica do humor, ou seja, as
bases afetivas dos quadros maníacos.
Alterações patológicas da afetividade –
alterações do humor.
• Frequentemente junto com o humor depressivo (
sobretudo quando este é acompanhado de
desesperança e muita angustia).

• Ocorrem ideias relacionadas a morte(“ gostaria de


morrer para que o sofrimento acabasse”).

• Ideais suicidas (“ penso em me matar).

• Planos suicidas ( “ planejei como iria me matar”).


Alterações patológicas da afetividade –
alterações do humor.

• Atos (“ comprei remédio, veneno, uma corda para me


enforcar”).

• Tentativas de suicídio.

• A ideação suicida deve ser sempre investigada


cuidadosamente em pacientes com humor triste.
Alterações patológicas da afetividade –
alterações do humor.

• Disforia – diz respeito à distimia acompanhada de uma


tonalidade afetiva desagradável, mal-humorada.

• No espectro maníaco, o termo euforia ou alegria


patológica, define o humor morbidamente exagerado
no qual predomina um estado de alegria intensa e
desproporcional ás circunstâncias.
Alterações patológicas da afetividade –
alterações do humor.

• A puerilidade – é uma alteração do humor que se


caracteriza pelo aspecto infantil, simplório, regredido..
P. ex., “o que eu mais gostei aqui do hospital e dos
patinhos, gatinhos....”

• Moria – é uma forma de alegria muito pueril,


ingênua,boba. Ocorrem em pacientes com deficiência
mental, demência, lesões de lobos frontais...
Alterações patológicas da afetividade –
alterações do humor.

• No estado de êxtase, há uma experiência de beatitude,


uma sensação do Eu no todo, de um compartilhamento
do estado afetivo interior com o mundo exterior.

• Frequentemente associado a um contexto religioso ou


místico.

• pode estar presente no transtorno histérico, na


esquizofrenia ou na mania.
Alterações patológicas da afetividade –
alterações do humor.

• Irritabilidade patológica, há hiper-reatividade


desagradável, hostil e , eventualmente, agressiva a
estímulos( mesmo leves) do meio exterior.

• Ocorre quadro de natureza orgânica, síndromes


depressivas, nos quadros maníacos, nos transtornos
ansiosos e na esquizofrenia.
Alterações patológicas da afetividade –
alterações do humor. Ansiedade, angustia e
medo.

• A ansiedade é definida como estado de humor


desconfortável, apreensão negativa em relação ao
futuro, inquietação interna desagradável.

• Inclui manifestações somáticas e fisiológicas.


Alterações patológicas da afetividade –
alterações do humor

• Angustia do ponto de vista existencial tem significado


mais marcante, é algo que define a condição humana é
um tipo de vivência “pesada”.

• Mais fundamental que a experiência da ansiedade.


Afetos ansiosos

• Medo: emoção não patológica. Estado de


progressiva insegurança e angustia, de impotência
,ante a impressão eminente de um perigo real.

• Fobia: medo desproporcional e incompatível com


a possibilidade de perigo real.

• Pânico: reação de medo intenso relacionada ao


perigo imaginário de morte iminente, descontrole
ou desintegração.
Alterações da afetividade- emoções e
sentimentos.

• Apatia: diminuição da excitabilidade afetiva emotiva,


sem conotação de sofrimento. “Tanto faz como tanto
fez”. Alteração subjetiva (Incapacidade de sentir
afeto).

• Anedonia: Incapacidade total ou parcial de obter ou sentir


prazer em determinadas atividades e experiências da
vida. Ocorre simultaneamente com a apatia.
(Incapacidade de sentir prazer).
Alterações da afetividade- emoções e
sentimentos.

 Rigidez afetiva: perda da capacidade de


modular a resposta afetiva de acordo com a
situação (hipomodulação do afeto).

 Paratimia: inadequação do afeto, com reação


incongruente a situações, revelando desarmonia
profunda da vida psíquica.
Alterações da afetividade- emoções e
sentimentos.

• Distanciamento afetivo: empobrecimento do


afeto por perda progressiva das vivências
afetivas. Incapacidade de vivenciar alternâncias e
variações na esfera afetiva.

• Embotamento afetivo: Perda profunda de todo


tipo de vivência afetiva. Alteração objetiva ( da
apatia), observável, constatável pela mímica,
postura e atitude.
Alterações da afetividade- emoções e
sentimentos.

• Sentimento de falta de sentimento (alexitimia):


Incapacidade de sentir emoções, expressa de
forma muito penosa pelo paciente. Sentimento de
vazio: “Morto por dentro”, sentimento de falta de
sentimento.

• Pode ocorrer em quadros depressivos graves.


Alterações da afetividade- emoções e
sentimentos.

• Neotimia: é a designação para sentimentos e


experiências afetivas inteiramente novos
vivenciados por pacientes em estado psicótico.

• São afetos muito bizarro, ameaçador e estranho


para próprio paciente.

• Antecede o surgimento da revelação delirante.


Alterações da afetividade- emoções e
sentimentos.
• Indiferença afetiva – trata-se de certa frieza afetiva
incompreensível diante os sintomas que o paciente
apresenta.

• Foi descrita particularmente na histeria como uma


“bela indiferença”.

• P. ex., paralisia psicogênica das pernas.


Alterações da afetividade
• Labilidade afetiva: oscilação de forma abrupta,
rápida e inesperada de um estado afetivo para
outro.

• Incontinência afetiva: incapacidade de contenção


das reações afetivas, que se tornam
desproporcionais, embora a estímulos apropriados.

• Ambivalência afetiva: sentimentos opostos em


relação a um mesmo estímulo ou objeto, que
ocorrendo de modo simultâneo, refletem um
processo de cisão do eu e de profunda desarmonia
das vivências psíquicas.
catatimia

• Denominou de catatimia a importante influência que a


vida afetiva, o estado de humor, as emoções, os
sentimentos e as paixões exercem sobre a demais
funções psíquicas.

• A pesquisa psicopatológica tem identificado


historicamente quão penetrante é a influência da
afetividade sobre toda a vida mental.
A vontade, a psicomotricidade e suas
alterações.

• A vontade é uma dimensão complexa da vida mental,


relacionada intimamente com as esferas instintivas,
afetiva e intelectiva ( que envolve avaliar, julgar.
analisar, decidir ).

• Bem como o conjunto de valores, princípios,hábitos e


normas socioculturais do indivíduo.
A vontade, a psicomotricidade e suas
alterações.

• O conflito entre livre arbítrio e


determinismo é uma das questões mais
fundamentais para o ser humano.

• É o conflito entre a liberdade e a


responsabilidade de decidir que destino
tomar.
A vontade, a psicomotricidade e suas
alterações.
• O instinto é definido como um modo relativamente
organizado, fixo e complexo de resposta
comportamental de determinada espécie, que, por
meio dela, pode sobreviver melhor em seu meio
ambiente.

• O desejo é um querer, um anseio, um apetite, de


natureza consciente ou inconsciente, que visa sempre
algo, que busca sempre a satisfação. ( necessidades,
inclinação).
A vontade, a psicomotricidade e suas alterações.
A motivação.

• A motivação – para a psicologia contemporânea, a


motivação é tanto intencional (estimula e orienta as
ações), com reguladora(permite ao sujeito controlar seu
comportamento e o dos outros).
A vontade, a psicomotricidade e suas alterações.
Ato volitivo ou ato de vontade.

• O ato volitivo é traduzido pela expressões típicas do


“eu quero” ou “eu não quero” ( razões intelectuais,
influências afetivas atrativas e repulsivas).

• O ato volitivo se dá, de forma geral, como um processo,


processo volitivo, no qual se distinguem quatro etapas.
Volição
Ação – fase de execução- atos psicomotores.

Pragmatismo

Decisão / Planejamento

Deliberaçã

Projeção de um desejo

Conação ou vontade
(Hipobulia, Normobulia,
Impulso / Instinto / Motivação básica- Hiperbulia)
fase de intenção
Comportamento moral, agressividade e
funcionamento cerebral.

• Estudos com pacientes com lesões no córtex pré-frontal


ventromedial demonstravam menos empatia,
compaixão, culpa, vergonha e arrependimento quando
tomava decisões que causavam danos a alguém.
Atos volitivos, comportamentos morais e
variedade cultural.

• Segundo Marc Hauser (2007), o Homo sapiens foi


equipado pela evolução com a capacidade de fazer
julgamentos morais e realizar atos de vontade seguindo
algumas regras universais.

• P. ex., assistência a criança, compartilhar alimentos,


complexo de Édipo, distinção entre o bom e mau, julgar
os outros, cópula preferencialmente praticada na
privacidade....
Alterações da vontade.

• Hipobulia / abulia - apresenta diminuição da atividade


volitiva . O indivíduo refere que não tem vontade para
nada , sente-se muito desanimado, sem força.

• Geralmente hipobulia/abulia encontra-se associada à


apatia, à dificuldade de decisão, à fadiga fácil.

• Não confundir com a ataraxia(desejada)- trata-se aqui


do estado de imperturbabilidade almejada.
atos impulsivos e atos compulsivos.

• Ato impulsivo: espécie de curto circuito do ato


voluntário, da fase de intenção à fase de
execução.

• O impulsos patológicos são tipos de atos


impulsivo, nos quais predomina as ações
psicomotoras automáticas, sem reflexão,
ponderação.

• Características – são incontroláveis, é associado á


incapacidade de tolerância a frustração.
atos impulsivos e atos compulsivos.

• Ato compulsivo – è geralmente uma ação motora


complexa.

• Pode ser atos compulsivos simples( coçar,-se picar-se)


até rituais compulsivos complexos( lavar as mãos e
secar de modo estereotipado).

• Características – desconforto do sujeito, egodistônicos,


tentativa de resistir, alívio ao realizar ato, associado a
ideias obsessivas.
Tipos de impulsos e compulsões
patológicas- agressivas, auto ou
heterodestrutivas.
• Automutilação: impulso seguido de
comportamento de autolesão voluntária
(tricotilomania).

• Ex., .T. P. borderline, T. obsessivo compulsivo e


alguns deficientes mentais.

• As formas mais graves são a auto-enucleação e


auto-amputação do pênis, ocorrem em paciente
psicóticos.
Tipos de impulsos e compulsões
patológicas- agressivas auto ou
heterodestrutivas.
 Frangofilia: impulso de destruição dos objetos
que circundam o indivíduo.( ocorre nas
psicoses, intoxicações por psicotrópicos e T.
personalidades.

 Piromania: impulso de atear fogo a objetos ou


lugares.( ocorre em transtornos de
personalidades)
Impulsos e compulsões relacionados à
ingestão de substâncias ou líquidos.

• Dipsomania : impulso periódico para


ingestão de grandes quantidades de álcool .

• Bulimia: impulso irresistível a ingerir


rapidamente grande quantidade de
alimentos.

• Potomania : compulsão a beber água ou


outros líquidos, sem que haja sede.
Atos e compulsões relacionados ao desejo e
comportamento sexual.
• Fetichismo
• Exibicionismo
• Voyeurismo
• Pedofilia
• Pederastia
• Gerontofilia
• Zoofilia
• Necrofilia
• Coprofilia
• Ninfomania
• Satiríase
Atos e compulsões relacionados ao desejo e
comportamento sexual.

• O fetichismo - é o impulso e o desejo sexual


concentrado em partes da vestimenta ou do corpo da
pessoa desejada.

• O exibicionismo - é o impulso de mostrar os órgãos


genitais,geralmente contra vontade da pessoa que
observa.
Atos e compulsões relacionados ao desejo e
comportamento sexual.
• O voyurismo é o impulso de obter prazer pela
observação visual de uma pessoa que está tendo
relação sexual ou se despindo.

• A pedofilia é o desejo sexual por crianças ou púberes


do sexo posto.

• Pederastia é o desejo sexual por crianças ou


adolescentes do mesmo sexo.
Atos e compulsões relacionados ao desejo e
comportamento sexual.

• A ninfomania – é o desejo sexual quantitativamente


muito aumentado na mulher , e a satiriáse o homem.

• Compulsão a utilizar roupas íntimas do sexo oposto. –


vestir-se em segredo como uma mulher.

• Compulsão em masturbação – até mesmo com


desprazer.
Outras alterações da vontade..

• Cleptomania – é o ato impulsivo ou compulsivo de


roubar.

• Jogo patológico – è a compulsão por jogos de azar.

• Compulsão por comprar – sem observar a utilidade e


sem ter necessidade.
Outras alterações da vontade.

• Automatismo – refere-se aos sintomas psicomotores (


movimentos de lábios, línguas e deglutição, abotoar e
desabotoar de roupas, deambular a esmo) ex. , crise
epiléptica.
Outras alterações da vontade..

• Compulsão por internet e video-games – (jogos, salas


de bate-papo, sites eróticos, e de compras).

• Negativismo – N. ativo o paciente faz o oposto ao


solicitado. N passivo o paciente simplesmente nada faz.

• O Mutismo – è frequentemente uma forma de


negativismo verbal.
Outras alterações da vontade.

• Fenômenos em eco ( ecopraxia, ecolalia, ecomimia,


ecografia) – o indivíduo repete de forma automática,
durante a entrevista, os últimos atos do entrevistador,
suas palavras ou sílabas , reações mímicas ou escrita.
alterações da psicomotricidade.
• Agitação psicomotora –comumente se associa à
hostilidade e heteroagressividade com aceleração e
exaltação de toda atividade motora.

• Estupor é a perda de toda atividade espontânea, na


vigência de um nível de consciência aparentemente
preservado.( Não se alimenta voluntariamente).
alterações da psicomotricidade.
• Flexibilidade cerácea –moldável por outra pessoas,
como se fosse um homem de cera.

• Estereotipias motoras – o paciente repete o mesmo


gesto com as mãos dezenas de vezes.

• Maneirismo – é o um tipo de estereotipia motora


caracterizada por movimentos bizarros e repetitivos,
que busca certo objetivo. Alteração do comportamento
expressivo( mímica , gestos, )
alterações da psicomotricidade.
• Os tiques – são atos coordenados, repetitivos,
resultantes de contrações súbitas, breves e
intermitentes. (ansiedade).

• Transtorno de Tourette – tiques múltiplos motores ou


vocais.

• Conversão motora –ocorre geralmente em situação de


estresse, de ameaça ou conflito intrapsíquico ou
interpessoal.
alterações da marcha..

• Marcha do paciente histérico – irregular , mutável,


bizarra, espasticidade, podendo ter elementos de
ataxia.

• Disbasia hísterica – incapacidade de lenvantar-se e


andar quando não há razão orgânica para isso

• Marcha do paciente esquizofrênico – é marcadamente


bizarra, com maneirismo, estereotipias.
Outras alterações da psicomotricidade e
apraxias.
• Hiperventilação psicogênicas – ocorre associado a
ansiedade e situação estressante. Ex. , transtornos de
pânico, héstericos.

• Apragmatismo (ou hipopragmatismo) – é a dificuldade


ou incapacidade de realizar condutas volitivas ou
psicomotoras, como cuidar da higiene pessoal,
participar de trabalhos domésticos.

• Apraxias – ocorrem sempre de lesões neurológicas, é a


incapacidade de realizar atos intencionais ou gestos
voluntários.
Alterações motoras associadas ao uso de
psicofármacos.
Parkinsonismo medicamentoso – rigidez, acúmulo de saliva
na boca, sinal da roda denteada.

Distonia aguda – contração muscular lenta, dolorosa, postura


distorcida de membros e troncos, protusão da língua, espasmo
laríngeo.

Acatisia – inquietação motora, necessidade de andar de um


lado para outro, inquietação, desconforto.

Discinesia tardia – movimentos bucolinguomastigatório


Alterações motoras associadas ao uso de
psicofármacos.

• Discinesia tardia e acatisia tardia –


movimentos bucolinguomastigatório,
persiste por longo período após a
retirada do medicamento.

• Tourette tardio – ocorrem tiques


motores múltiplos e complexos, tiques
vocais.
Alterações quantitativas da
psicomotricidade
• Hipercinesia: exaltação patológica da
motricidade voluntária e involuntária
(Inquietação, agitação, furor).

• Hipocinesia: inibição psicomotora, com


diminuição acentuada e generalizada
dos movimentos espontâneos.

• Acinesia: abolição total da atividade


espontânea e de reação ao meio
ambiente (estupor catatônico).
Alterações quantitativas da
psicomotricidade
• Hiperpraxia ou hiperatividade: exagero da atividade
voluntária de execução, com aceleração e exaltação de
toda a atividade motora do indivíduo.

• Hipopraxia ou hipoatividade: diminuição patológica


dos movimentos voluntários, lentificação de toda
atividade.

• Bradipraxia: lentificação anômala dos movimentos


voluntários (slow motion).

• Flexibilidade cérea ou catalepsia: rigidez muscular


com perda dos movimentos ativos, mas os movimentos
passivos e posições são “moldados” facilmente por outra
pessoa.
Consciência do eu.

• Refere-se à consciência do eu corporal e psíquico.

• É a sensação subjetiva de convicção da existência


pessoal, da diferenciação e limites entre o sujeito e o
mundo.
• No início do desenvolvimento psíquico da criança, não há ,
entre o Eu e o mundo exterior, discriminação e delimitação
claras.

• A noção de que algo existe “fora” ( o externo à criança) marca


o instante de singular significação para a formação do que se
entende por “consciência do eu”.
Distúrbios nas quatros áreas em que a
consciência do eu está presente.

• Atividade do eu.

• Unidade do eu.

• Identidade do eu.

• Relação eu e o mundo.
Distúrbios da atividade do eu.
• Trata-se da consciência íntima de que, em todas as atividades
psíquicas que ocorrem, é o próprio Eu que as realiza e
presencia.( personalização)

• Qualquer tipo de atividade, não apenas pensar, mas


andar,falar, agir, podem ter sua ação voluntária influenciada.(
existência e execução).

• “Sinto me um nada”, “sou apenas uma máquina”.


Distúrbios da unidade do eu.

• A cada momento, o Eu é sentido como


algo uno e indivisível. Essa é uma
qualidade da vivência do Eu sentida como
natural e espontânea.

• O paciente tem noção de ser um e outro


ou vários outros simultaneamente.
Distúrbio de identidade do eu.
• O paciente não se reconhece como a si
próprio.

• O paciente pode se reconhecer como outro


ou apenas estranhar o seu próprio eu.
(despersonalização)
Distúrbios da relação eu-mundo.

• Desaparece o limite entre o interno e o externo.

• Há rompimento da dualidade do eu e o não eu.

• São ex., a publicação ou roubo de pensamento e a


sensação de estranheza ao mundo(desrealização)
Crítica

• Capacidade de perceber seu estado


mórbido.

• Percepção sobre a alteração das suas


funções psíquicas.

• Preservada ou prejudicada.

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