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SEXUALIDADE HUMANA
Freud trouxe o conceito que todo corpo tem potencial de ser erógeno. A
zona erógena se desloca de uma parte a outra no corpo, ou vai se espalhando
por todo o corpo. A vida sexual infantil é autoerótica, encontrando a satisfação
no próprio corpo. Freud identificou, ainda, quatro zonas erógenas principais e
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cada uma delas ligadas a um estágio do desenvolvimento emocional: olhos,
boca, ânus e genitais. Reich aprofundou essas zonas principais ligadas ao
organismo e no processo de encouraçamento muscular. Baker (1980) retrata os
estágios do desenvolvimento denominado ocular, oral, anal, fálico e genital, e
cada estágio executa suas funções temporárias, servindo a capacidade de sentir
prazer.
O desenvolvimento da personalidade é apoiado na estrutura física do
organismo, as primeiras motivações e ansiedades do ser humano estão ligadas
aos processos fisiológicos.
Com as frustrações e o enrijecimento muscular, o organismo vai formando
a couraça, que aprisiona a energia impedindo-a de chegar livre até o último
estágio do desenvolvimento emocional, que é o genital. Esses bloqueios vão
provocando sintomas nessas zonas erógenas e provocam fixações que
determinam a formação da personalidade.
As etapas para o desenvolvimento da personalidade e libido são: fase
ocular, oral, anal, genital, latência, adolescência, adulta e velhice.
Dandrea (1987) retrata que a maneira como a pessoa resolve os
problemas desses três primeiros estágios e os mecanismos de defesas e
adaptação utilizados são os responsáveis pela estrutura básica da
personalidade.
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muscular, em que podemos compreender a personalidade do indivíduo. Baker
(1980) diz que o bloqueio do funcionamento natura pode começar a ser realizado
antes mesmo de o bebê nascer, através de um útero contraído que iniba sua
movimentação e, logo a pós o nascimento, dependendo da forma como se
recebe o bebê, faz com que ele vá se contraindo, como forma de autoproteção.
Boadella (1985, p. 52) retrata que o bebê passa por uma transição
sensorial entre o amniótico e o terrestre, e a mudança de vida é muito grande.
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regressão parcial da mãe com o objetivo de poder identificar-se com essas
necessidades do bebê.
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de vivacidade e de prazer, estando assim em contato com o seu centro saudável
e com os seus impulsos primários. Na sensação de ausência de contato, o
impulso interno é semelhante à contração que vem de fora, ou seja, são
equivalentes as forças repressoras e as reprimidas, decorrendo o bloqueio do
movimento de energia.
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• Personalização: o alojamento da psiquê no corpo é facilitado pelo manejo,
que é um aspecto mais específico relativo ao cuidado físico.
• Contato com a realidade: é propiciado pela apresentação gradual do
contato com o mundo ao bebê.
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Na mente da criança, o seio, a mamadeira e a chupeta na boca podem ser
percebidos como a retenção da própria mãe ou a sua proteção.
No bebê, a boca está altamente carregada de energia. Para o recém-
nascido, alimentar-se exprime a necessidade de ser amado, garantido e de
poder abandonar-se em repouso, depois de saciado. A alimentação se confunde,
para ele, com a relação de amor e assume um significado afetivo, em que se
busca a segurança. “O colo é o primeiro chão da criança, e juntamente com o
ato da amamentação e contato ocular, são a base para proporcionar a segurança
básica para o bebê”.
Lake (2006) diz que, na fase da vinculação, a ênfase está na função de
"conter" que a mãe exerce com seus braços e com o contato visual, o que reforça
a sensação do abraço do útero. Ao ser nutrido, o bebê passa a ser o contentor
(recipiente) e a mãe o conteúdo, uma vez que ele a bebe, ou bebe o que ela lhe
oferece ou introduz em seu corpo. Os problemas dessa relação estão ligados ao
sabor que o mundo tem, à sensação interna de bem-estar (p. 17). A tensão que
surge pode ser muita intensa para uma criança na situação vulnerável da
amamentação. Leite insuficiente, bico frio ou leite muito quente e ausência de
contato. Tanto no caso de ser privado do alimento correto quanto no caso de ser
completamente invadido por alimentos inadequados, a alimentação pode, em
vez de ser uma fonte de sustentação, transformar-se em sofrimento.
O bebê é capaz de regular seu próprio ritmo, segundo suas necessidades,
porém, muitas vezes o ambiente interrompe o ritmo e a conexão que a mãe tem
com o seu bebê, e ela acaba impondo regras sociais, como horários rígidos com
a amamentação. Essa fase é marcada pelos aspectos de dependência e
independência, que vão definir os aspectos nas relações na vida adulta. O
indivíduo poderá buscar sua independência na vida adulta quando a
amamentação e o desmame acontecem de forma saudável, com respeito ao
ritmo do lactante. Quando isso não acontece, deixará registros de repressão e
insatisfação. Volpi (2009) diz que a sensação das pessoas fixadas nesta fase é
de vazio, carência, faltando força para ação e para concretizar suas
necessidades. O indivíduo tentará para o resto da vida buscar o direito de estar
seguro, que deriva da função de suporte e de alimentação por parte da mãe
durante os primeiros anos de vida.
Nessa etapa ou estágio estão em questão o direito de ter a sensação de
ser preenchido e o período de sustentação. É a experiência de ter, saborear e
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satisfazer suas necessidades, que foram privadas nesse estágio (Lake, 2006, p.
7).
Esse estágio ocorre entre dois e três anos de idade, período em que o
esfíncter anal passa a ser um órgão funcional e o prazer é derivado da retenção
e expulsão das fezes e do controle muscular. A criança vivencia a sensação de
orgulho e satisfação quando produz um movimento intestinal, ou seja, sente-se
no controle. Esse momento ela está aprendendo a se separar da mãe e formar
sua identidade e independência, e começa a perceber com maior intensidade o
seu corpo. Volpi (2009) retrata esse estágio como a etapa de produção, a criança
nessa fase já pode andar se sua atenção está focada nas atividades excretoras,
e fezes e urinas são vistas pela criança como produto do seu corpo. Quando a
criança é respeitada, pode lidar com a autonomia e produtividade de forma
espontânea na vida adulta. Quando o contrário ocorre e a criança precisa chegar
nessa fase e esse senso de realização sofre interferências, pode ser distorcida
de forma fundamental a sua personalidade. Baker (1980) diz que, quando a
criança precisa aprender o controle esfincteriano antes de estar madura, pode
retesar sua musculatura das coxas, nádegas e soalho pélvico. Lowen (1982)
também retratou os prejuízos da criança ser forçada a usar os músculos das
nádegas e das coxas para obter o controle anal leva a uma imobilização das
pernas e a distúrbios no andar e na sustentação sobre os próprios pés.
Essas tensões diminuem a espontaneidade deixando a criança submissa
e dependente das instruções externas, e cria uma profunda teimosia (retenção).
As informações que chegam para a criança são segurar sua função natural e
abandonar o prazer. Lowen (1982, p. 143) traduz que como a repressão atua
movida por ocorrências na fase anal:
Isso vem de uma mãe que é super protetora, super solícita ou super
'cuidadora'. O interesse material no bem-estar da criança é um
substituto do carinho e afeto que devem acompanhar a crescente
independência do novo indivíduo. Isso se chama 'sufocamento' ao
contrário de maternagem. Essa atitude pode tomar a forma de
alimentação forçada, ansiedade e interesse no funcionamento
intestinal, um zelo excessivo para que a criança não se machuque em
alguma atividade física. Isto é feito em nome do amor, mas significa
reprimir o crescimento do ego da criança. Resistência e rebeldia são
logo erradicadas, auto-afirmação e auto-regulação não são permitidas.
Sob a crença de que a mãe sabe mais o espírito da criança é
literalmente esmagado, oprimido.
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Nessa fase, a criança corre o risco de perder sua espontaneidade. E ser
violado o direito e ser livre, que é o direito de não ser submetido às necessidades
do outro (Lake, p. 8). Nessa frase, o autor retrata ainda que, na formação da
personalidade, podem acontecer duas situações: a criança pode se submeter
aos pais e externamente aceitar seu controle e repressão; ou ela pode resistir e
afirmar seu próprio controle de forma a obter poder sobre os pais.
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• As forças negativas dos pais podem ter levado a tal culpa e medo de que
as sensações de prazer genital estão todas bloqueadas e uma grande
ansiedade se desenvolve em seu lugar.
• A brincadeira genital e seu prazer são sentidos, culpa e medo são
produzidos e, assim, serão guardados para momentos e locais secretos.
• A criança está consciente de que as brincadeiras genitais deixam os pais
incomodados, apesar de verbalmente o permitirem. A criança usa esse
fato para provocar irritação quando se sente agressiva.
• A rejeição dos pais pode tomar várias formas: pode consistir em punição
direta, ou carinho sedutor e estímulo corporal seguido de rejeição abrupta
às reações impulsivas da criança. Os efeitos são produzir uma ruptura
massiva da necessidade de contato e fusão e um corte tanto dos
sentimentos amorosos quanto dos movimentos pélvicos espontâneos.
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Conclui-se que, quanto mais tranquila for a passagem por essas fases,
maior fortalecimento se tem para a construção de uma personalidade saudável.
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REFERÊNCIAS
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