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FORMAÇÃO EM NEUROCIÊNCIAS DO DESENVOLVIMENTO (PUCRS)

OBJETIVOS
• Aprender os processos do neurodesenvolvimento e as trajetórias que o nosso cérebro percorre desde o nascimento até
a idade adulta;
• Como isso contribui para a expressão dos nossos comportamentos para a nossa capacidade de aprender, memorizar e
de se relacionar com o ambiente;
• Adentrar neste tema que envolve alguns conceitos básicos da neurociência, que envolve: o aprendizado desde o
início da vida (dos primeiros anos) até o período da vida adulta.

Introdução
• No decorrer do primeiro ano de vida, os bebês começam a produzir linguagem, eles começam a subir e descer as
escadas, e eles desenvolvem uma personalidade própria.
• A importância de entender os processos subjacentes que impulsionam o desenvolvimento para traz também uma
compreensão amplificada sobre o desenvolvimento normal, isso também auxilia no suporte profissional aos bebês e
crianças que não seguem esse mesmo caminho de desenvolvimento.

DESENVOLVIMENTO INFANTIL
TÓPICOS:
1. Nature e Nurture e as implicações de como tratamos os nossos bebês | Desenvolvimento inicial cerebral e potencial
de aprendizagem;
2. Desenvolvimento biológico inicial |e a abordagem de sistemas dinâmicos para o desenvolvimento;
3. A abordagem ecológica para o aprendizado | Desenvolvimento perceptivo com conceitos centrais da percepção
direta, diferenciação, affordances e controle prospectivo.
4. Alguns experimentos com base na neurociência ecológica | Desenvolvimento do Cérebro e suas implicações para o
diagnóstico precoce.

1. NATURE E NURTURE E AS IMPLICAÇÕES DE COMO TRATAMOS OS NOSSOS BEBÊS |


DESENVOLVIMENTO INICIAL CEREBRAL E POTENCIAL DE APRENDIZAGEM;
Referências Bibliográficas: www.ntnu.edu/psychology/nulab#/view/about
Materiais de Estudo: Slide e Livro On-line.

• Diferença entre nature e nurture e como as teorias antigas muito populares ainda determinam como devemos criar
nossos filhos.
• No laboratório da professora Audrey van der Meer, ela estudou aprendizagem e envelhecimento cognitivo ao longo
da vida, mas o foco está na primeira infância da criança, porque tanta coisa está acontecendo neste período em tão
pouco tempo. Por isso a importância de apontar esses processos que fazem o desenvolvimento acontecer.
• Os bebês são mais inteligentes do que pensamos.
• O fato de não terem nenhuma língua e se moverem um pouco desajeitadamente, nos faz acreditar que os bebês
nascem com um cérebro imaturo e que eles não podem controlar o mundo ao seu redor de forma sensata, e é por isso
que os subestimamos.
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• O bebê já tem uma personalidade forte desde o primeiro dia e tem um cérebro pronto para aprender desde o primeiro
dia. Reconhecer isso, será mais fácil para o bebê atingir todo o seu potencial.
• Essa noção que as pessoas acreditam que os bebês são criaturas imaturas, que não podem fazer nada. Que não podem
aprender, por ter um cérebro imaturo, está ficando desatualizada. Porque, por exemplo, quando olhamos para bebês
que ainda não nasceram com ultrassom, então vemos que o feto já pode chupar o próprio dedo. Mas, a média dos
bebês recém-nascidos levam cerca de seis semanas para que possam fazer o mesmo. Então, qual seria o motivo?
• Nossos bebês têm um cérebro imaturo ou o problema é outro?
Os bebês, quando comparados a bebês macacos, nascem com proporções corporais bastante desequilibradas. Eles
nascem com uma cabeça que tem ¼ do tamanho total do corpo (comparado com adultos que a cabeça é de 1/8 do
tamanho total do corpo).
• Os bebês nascem com essa cabeça enorme, da qual eles precisam para acomodar o grande cérebro humano. Para
eles, é como andar com uma grande melancia nos ombros, isso torna os primeiros movimentos muito difíceis de
controlar.
• Os humanos não têm pelos para mantê-los aquecidos. Os bebês nascem bem gordinhos com muita gordura
subcutânea, para manter-se aquecidos.
• No Ocidente, há uma teoria antiga muito popular do século passado que é chamada de “Teoria da Maturação
Cortical”: essa teoria diz que os bebês recém-nascidos nascem com um cérebro imaturo, que eles só são capazes de
fazer movimentos reflexivos involuntários, como se nada pudessem fazer conscientemente.
• Então, acreditamos que os reflexos dos recém-nascidos são apenas reflexos involuntários. E esses reflexos
involuntários são controlados pelos centros primitivos do cérebro.
• O que esses reflexos têm em comum é que eles desaparecem e se tornam cada vez mais fracos durante os primeiros
meses de vida. E isto é, segundo a teoria, um sinal de que o córtex está amadurecendo adequadamente e está
começando a suprimir esses reflexos involuntários, o que abre o caminho para o bebê começar a controlar seus
movimentos.
• Essa teoria nos faz acreditar que o primeiro sorriso não é um sorriso verdadeiro. Porque a teoria diz que o sistema
nervoso central do bebê recém-nascido não está desenvolvido o suficiente para poder produzir um verdadeiro sorriso
social.
• Muitas vezes, quando o bebê está sorrindo, este comportamento acaba sendo caracterizado como um comportamento
involuntário.
• Essa teoria da maturação cortical diz que nossos bebês nascem como criaturas primitivas com um cérebro imaturo. E
eles têm que sentar e esperar o córtex amadurecer, atingir um certo nível de maturação para que o reflexos primitivos
sejam suprimidos e isso possa abrir caminho para o bebê começar a viver.
• Então, nossos bebês têm que se sentar e esperar, girando seus polegares para que seus cérebros amadureçam antes
que eles possam realmente interagir com o mundo e as pessoas ao seu redor.
• Hoje em dia, há muitas pesquisas e evidências que, mesmo os primeiros movimentos já estão sob certo controle.
• Os movimentos dos bebês têm essa qualidade descontrolada, mas isso não é por causa de seu cérebro imaturo, e sim
porque nascem com essas proporções corporais infelizes, como a cabeça grande e o corpo gordo.
• Então, sabemos que os recém-nascidos têm um interesse genuíno em suas mãos visíveis e estão preparados para
trabalhar duto para mantê-las à vista.
• O recém-nascido lembra experiências sensoriais do momento em que estava dentro do ventre da mãe.
Há um experimento científico, onde pesquisadores colocaram o bebê recém-nascido para baixo na barriga da mãe e
lavaram um de seus seios com seu próprio líquido amniótico. E o outro seio, escolhido aleatoriamente, com água
limpa. E, então, eles observaram o bebê usando seu reflexo inato de rastejar, contorcendo-se em direção a um dos
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seios e eles identificaram em qual seio o bebê preferia pegar para começar a beber o leite. Eles descobriram que os
bebês preferiam o seio que foi lavado com líquido amniótico da própria mãe, porque estavam acostumados com
aquele cheiro e aquele gosto desde o momento em que ainda estava dentro do útero. E, talvez a coisa mais incrível é
que os recém-nascidos podem imitar gestos faciais e movimentos com as mãos.
• Todo bebê fica bem acordado durante a primeira hora após o nascimento, antes de cair em um sono profundo. E é
nessa época que, normalmente, faz contato visual com sua mãe, sendo um momento crucial na formação do vínculo
entre pais e filhos.
• Um bebê recém-nascido com apenas algumas horas de vida, consegue imitar outra pessoa mostrando a língua ou
abrindo e fechando a mão. Para isso, você tem que perceber que a pessoa à sua frente é exatamente igual a você, então
você tem que recrutar todos aqueles músculos que fazem a mão abrir e fechar e fazer a língua ficar para foram, sendo
um comportamento complexo que acontece no cérebro de um recém-nascido.
• A mãe de todos os reflexos inatos com os quais o bebê nasce = o reflexo de sucção.
→ Normalmente, o reflexo de sucção permite que o bebê comece a se alimentar do peito ou da mamadeira, no minuto
em que nasce. Mas, nós sabemos que o feto suga e engole líquido amniótico por quatro a cinco meses no útero.
Também sabemos que o leite materno é muito diferente em consistência no início de uma alimentação, quando está
muito fina e aguada e, no final, quando fica bem grossa e bem cremosa. O bebê precisa se ajustar a essa mudança de
consistência durante uma alimentação e ele faz isso sem problemas.
• Então, a questão é: o reflexo de sucção, como um dos 12 reflexos inatos pode, de fato, explicar um comportamento
tão avançado? O reflexo de sucção é apenas um simples reflexo ou é uma coordenação precisa de sugar, respirar e
engolir? Porque é isso que precisa ser feito para que ele consiga se alimentar com sucesso.
• O bebê tem um bom controle no momento da alimentação. Este bom controle é caracterizado por uma coordenação
igual de sucção, respiração e deglutição, sendo um comportamento observável na maioria os bebês.
• Mas, alguns deles tinham problemas para coordenar a respiração. Lembrando que no útero, o feto está sugando e
engolindo há quatro meses e tem muita prática, mas respirar e algo completamente novo. E, ligar a respiração padrão
para o padrão de sucção e deglutição, é um desafio para um bebê recém-nascido.
• Um bebê é capaz de sugar e engolir muito bem, mas é incapaz de coordenar sua respiração. E isso acontece por cerca
de, aproximadamente, 15 segundos: o bebê precisa interromper a sua alimentação, recuperar o fôlego e, então,
começar a sugar e engolir novamente.
→ Esta não é uma maneira muito eficiente de alimentação e o bebê pode estar gastando muita energia ao fazer isso.
Ele pode ficar cansado antes de estar completamente satisfeito e adormecer no peito ou na mamadeira e depois acordar
cedo. → Isso facilita a entrada nessa espiral negativa de problemas de sono e alimentação.

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