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O primeiro termo sobre crise foi empregado por autores, para referir-se às
reações de uma pessoa a eventos traumáticos, tais como a morte súbita de uma
pessoa amada, o nascimento de um filho prematuro, desemprego inesperado,
caracterizadas como crises imprevisíveis. O casamento, a gravidez e a menopausa
são crises previsíveis. Uma crise pode ser precipitada por mudanças internas e
externas, e, em qualquer caso, as crises implicam num enfraquecimento temporário
da estrutura básica do ego.
Situar a gravidez como crise não quer dizer que o período crítico termine com
o parto, na realidade grande parte das mudanças maturacionais ocorrem após o parto,
e, portanto, o puerpério deve ser considerada como a continuação da situação
fisiológica, consolidação da relação materno-filial e em grandes modificações da rotina
e do relacionamento familiar.
Pode-se dizer que a interpretação dos movimentos fetais constitui mais uma
etapa de formação da relação materno-filial onde, na fantasia da mãe, o feto já começa
a adquirir características peculiares e a se comunicar através de seus movimentos.
Este processo também impacta o marido que, na maioria das vezes passa a
possuir profundos sentimentos de inveja, pela impossibilidade de sentir o feto
desenvolvendo-se dentro de si.
Quando a mãe escolhe como vai alimentar seu bebê, está sob influência da
sociedade, de seu estilo de vida, da sua história pessoal e da sua personalidade.
A maior incidência da alimentação artificial está relacionada com o fracasso
da amamentação. No leite humano, há cerca de cem componentes diferentes
presentes em proporções e composições diferentes das do leite da vaca. O leite
humano alimenta o bebê até o sexto mês sem necessitar de complemento. A prática
de introdução precoce de outros alimentos não traz benefícios nutritivos nem
psicológicos. Essa prática leva o bebê a se saciar mais rápido, que assim, não suga
com tanta frequência, havendo menos produção de leite.
O colostro (secreção que dura dois dias após o parto, antes do verdadeiro
leite ser produzido, que contém inúmeras células vivas), protege o bebê contra
infecções dos primeiros seis meses, evita diarreia e imuniza contra várias doenças.
O hormônio ocitocina é responsável pelas contrações uterinas e pela ejeção
do leite. Alguns estudos apontam que, o ato de colocar o recém-nascido para sugar
antes mesmo de cortar o cordão umbilical, acarretaria contrações uterinas intensas,
acelerando a involução uterina, iria provocar a constrição dos vasos sanguíneos
(reduzindo a perca sanguínea), facilitaria a expulsão da placenta e estimularia a
produção láctea (a sucção estimula a produção de leite).
O fracasso da amamentação está relacionado com a inibição do reflexo da
liberação do leite, muitas vezes afetada por mecanismos psicossomáticos. As
emoções podem influenciar na secreção láctea, reduzindo o fluxo de sangue para os
seios e reduzindo a sucção do bebê. O medo e a ansiedade afetam o reflexo da
liberação atrás da inibição da secreção de ocitocina.
A amamentação envolve um padrão de comunicação, onde o bebê volta para
o corpo da mãe e reelabora a separação (se o desmame não for precoce), podendo
superar o trauma da separação do parto.
Para muitas mães, a mamadeira simboliza um objeto intermediário, lhe dando
certo grau de afastamento e não envolvimento, por medo de perder a própria
identidade, modificações físicas, entre outros.
A forma de amamentar será determinada por nuanças intrapsíquicas, onde,
com a dificuldade da mãe em relação a amamentação e com a repulsa de optar pela
mamadeira, surgem mecanismo de defesa para impedir a amamentação.
A quantidade e horários da amamentação devem ficar à curso do bebê, como
também, a prática de deixa-lo chorar é vista como inadequada. Nas primeiras
semanas, o bebê não percebe que há um mundo fora dele e que satisfará suas
necessidades, sentindo-se desesperado. Ao esperar tempo demais para saciar suas
necessidades, aumenta-se a sensação de insegurança.
Estudos realizados comprovam que mães que apresentaram atitudes
positivas em relação à amamentação e que valorizavam as trocas afetivas,
produziram mais leite e obtinham grande êxito na amamentação, diferentemente das
mães que apresentavam atitude negativa.