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Teatro: Somos a soma das nossas decisões.

Narrador: Durante o primeiro semestre letivo, iniciamos a eletiva: ISSO É MELHOR QUE
ISSO. Durante as aulas foram realizadas atividades diversificadas, com confecção de
cartazes, jogos, rodas de conversas sobre preconceito, discriminação, aborto e violência
doméstica.
Narrador: Hoje como culminância da eletiva iremos realizar a peça de teatro: Somos a
soma das nossas decisões.
Narrador: Em uma pacata cidade do interior de Goiás, vivia a família Marajó. Família,
marcada por momentos alegres e tristes.
Narrador: Em uma bela tarde Isabela chega cansada do trabalho e inicia os afazeres
domésticos.
Isabela: (Varrendo a casa) - O marido chega do trabalho alcoolizado.
Arthur: Aí mulher cadê a janta.
Isabela: Ainda não fiz. Meu bem.
Arthur: (Voz alterada) Não fez, porque ainda não fez a janta muie.
Isabela: Acabei de chegar do trabalho.
Arthur: E daí muie, é sua obrigação é fazer comida, sua inútil.
Isabela: Meu bem, daqui a pouco vou fazer a janta.
Arthur: Tem que fazer agora, sua imbecil, feia, gorda, eu trabalho o dia todo e não tem
nem comida em casa. Sua sem-vergonha. (Segura a esposa pelos braços e sacode).
Isabela - A esposa empurra o marido.
Arthur: - que a agride fisicamente com um tapa no rosto.
Mikaelly – A filha mais velha intervém. (Nervosa) – Pai, por favor não faça isso.
Arthur: Quer apanhar no lugar de sua mãe, já falei que não quero intervenção de filho na
minha vida. Empurra Mikaelly que cai ao chão e sai batendo a porta.
Luana: Machucou mãe, porque você não se separa do papai. Ele sempre machuca a
gente.
Isabela: Ele não faz por mau, está bêbado. Ele vai mudar, é um bom homem.
Mikaelly: Bom homem. Ele sempre agride você e você o defende. (Sai chorando).
Isabela: Meu Deus, me ajuda não quero perder meu marido, eu o amo tanto. Vou ligar
para Ananda. (Sai aos prantos).
Narrador: Há alguns quilômetros da residência dos Marajós- Gislaine – está apreensiva e
preocupada.
Gislaine: Meu Deus, como vou contar para o Rogério, que estou gravida, ele não quer ter
filhos. E muito machista e autoritário.
Gislaine: Mas preciso falar com ele quem sabe aceite nosso filho.
Rogério: Oi meu bem, queria falar comigo?
Gislaine: Quero sim, você tem direito de saber.
Rogério: Saber o quê?
Gislaine: Estou grávida, vamos ter um filho.
Rogério: Grávida, eu te disse para se cuidar, que não quero ter filhos.
Gislaine: Mas aconteceu.
Rogério: Não nasci para ser pai, não quero vai ter que tirar esse filho!
Gislaine: Jamais farei isso.
Rogério: Eu pago o aborto!
Gislaine: Não, jamais (coloca as mãos na barriga).
Rogerio: Aborte, ou vai ter que escolher, ou ele ou eu.
Gislaine: Te amo, mas escolho nosso filho.
Rogério: Então, suma da minha frente. E não me procure nunca mais, nunca.
Gislaine sai aos prantos e Rogério sai em seguida.
Narrador: Na residência de Ananda, Isabela busca conselhos.
Isabela: Amiga, meu marido me agrediu novamente.
Ananda: Outra vez, é a segunda este mês. Precisa denunciá-lo.
Isabela. Não, não posso fazer isso, eu o amo. Ele não fez por mau, é um bom marido, só
está bebendo muito.
Ananda: Ele bebe todos os dias. Não pode aceitar isso, agressão atrás de agressão.
Isabela: Eu não vivo sem meu marido, não suportaria perdê-lo. Vou para casa.
Ananda: Está bem amiga – O que faço não posso deixar minha amiga nessa situação.
(Gislaine chega triste)
Gislaine: Ananda o Rogério quer que eu aborte, não aceitou nosso filho.
Ananda: E agora, o que vai fazer irmã?
Gislaine: Vou trabalhar e criar minha filha sozinha. Ele nunca mais terá notícias nossas.
Vou arrumar minhas coisas e me mudar para o apartamento de Anápolis.
(Saem do palco juntas).
Narrador: Enquanto isso, na residência dos Marajós. Isabela espera por Arthur,
preocupada.
Isabela: Meu bem, onde você estava até essa hora.
Arthur: Estava jogando sinuca e tomando umas para ver se esqueço os problemas dessa
casa.
Isabela: A janta está pronta.
Arthur: (Alterado) Não quero, já comi com os amigos. Vai cuidar da sua vida.
Isabela: Querido, não fiz nada.
Arthur: Sai para lá (empurra a esposa).
Chega a polícia. Isabela abre a porta.
Rogério: Rebemos uma denúncia de violência doméstica dessa residência.
Isabela: Está tudo bem, foi engano.
Rogério: Onde está seu marido.
Arthur: O que é muie?
Se aproxima de Rogério.
Rogério: Há não é você meu amigo se soubesse, nem teria vindo.
Lara: Como não teria vindo. É um caso de agressão.
Rogério: Somos grandes amigos, vamos deixar isso quieto. (Lara se afasta).
Narrador: Lara se afasta e liga para a delegada.
Delegada: Como você não quer cumprir a lei Rogério?
Está preso por abuso de poder e descumprimento da lei, e o senhor nos acompanhe está
preso em flagrante por violência doméstica.
Ananda: Legislação sobre violência doméstica e aborto. Ler no microfone.
O Código Penal, em seu art. 124, criminaliza a prática de aborto, impondo pena de
detenção, de um a três anos a quem “provocar aborto em si mesma ou consentir que
outrem lho provoque”.
O art. 128, porém, prevê dois casos em que o aborto não é considerado crime: “se não há
outro meio de salvar a vida da gestante” e “se a gravidez resulta de estupro e o aborto é
precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante
legal.”

A Lei 11.340 conhecida como “Lei Maria da Penha”, foi sancionada em agosto de 2006 e
tem o objetivo de criar mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a
mulher de forma a prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher, através de
medidas protetivas.

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