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Nº 7, Agosto de 2018

Documento Científico
Departamento Científico de
Aleitamento Materno

Amamentação e Sexualidade

Departamento Científico de Aleitamento Materno


Presidente: Elsa Regina Justo Giugliani
Secretária: Graciete Oliveira Vieira
Conselho Científico: Carmen Lúcia Leal Ferreira Elias, Claudete Teixeira Krause Closs,
Roberto Mário da Silveira Issler, Rosa Maria Negri Rodrigues Alves,
Rossiclei de Souza Pinheiro, Vilneide Maria Santos Braga Diégues Serva,
Yechiel Moises Checinski
Colaboradora: Denise de Sousa Feliciano

Como todas as funções do corpo, a possibi- te. Quando deu à luz seu segundo filho, preten-
lidade de uma mulher amamentar um bebê está dia amamentá-lo e evitar uma ama de leite, mas
relacionada aos demais fatores que a constituem sintomas semelhantes aos que ocorreram com o
como indivíduo: psíquico, social e cultural. Nes- primeiro filho voltaram a aparecer, e com maior
se sentido, torna-se fundamental que o pediatra intensidade. Como último recurso, seus médicos
que acompanha uma família durante a fase de recomendaram que ela visse Freud e pudesse
aleitamento materno esteja orientado quanto às ser submetida à hipnose, técnica com a qual ele
dificuldades derivadas de fatores alheios ao fun- iniciou suas investigações em psicanálise, mas
cionamento do organismo, mas que podem impe- abandonou posteriormente por mostrar-se inefi-
dir que suas funções vitais sejam comprometidas. caz para que as mudanças conquistadas fossem
duradouras. Essa intervenção possibilitou à mu-
Freud (1893), ainda no início de suas pesqui-
lher amamentar satisfatoriamente seu bebê até
sas que fizeram dele o fundador da psicanálise,
os 8 meses. Um ano mais tarde, ao nascer seu ter-
foi chamado por uma família cuja mulher não
ceiro filho, novamente os sintomas apareceram e
conseguia amamentar seu segundo filho, apesar
mais uma vez foi necessária a hipnose para con-
de expressar grande desejo em fazê-lo. Ela ha-
seguir amamentar seu bebê. Dessa última vez, a
via tentado sem sucesso amamentar o primeiro
mãe confessou a Freud seu descontentamento
filho, mas fora acometida de alguns sintomas que
por constatar que a hipnose poderia ter conse-
inviabilizaram seu intento, como a pouca produ-
guido o que ela sozinha, com toda a sua vontade,
ção de leite e dores quando o bebê era colocado
não havia conseguido.
para mamar, além de inapetência e insônia. Nessa
ocasião, após 15 dias de tentativas em vão, optou Esse caso ilustra como os fenômenos intrapsí-
por delegar a amamentação a uma ama de lei- quicos têm influência significativa no desem-

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Amamentação e Sexualidade

penho da função materna de amamentar, tantas colo. Em função disso, muitas mulheres que ama-
vezes sugerida como simples e natural. Mesmo mentam perdem seus desejos sexuais e outras
quando a mãe está fortemente empenhada e caminham em direção ao desmame precoce por
disposta, fatores psíquicos inconscientes podem não conseguir atribuir aos seios uma outra fun-
interferir no aleitamento materno, dificultando e ção que não a de atributo sexual. As sensações
até mesmo impedindo-o. sexuais que podem surgir em virtude do seio re-
presentar uma importante zona erógena podem
Depois de Freud, muitos autores como Badin-
inibir a amamentação pelo desconforto moral
ter (1985), Deutsch (1951), Klein (1997), Langer
que desencadearia. Entretanto, para Deutsch
(1981), Soifer (1980), Winnicott (1994), Maldo-
(1951) algumas mulheres psiquicamente mais
nado (1976), Monteiro (2003), Feliciano (2009),
livres para o desempenho de suas funções ma-
dentre outros, se ocuparam em pesquisas rela-
ternas tendem a aceitar tais sensações e incor-
cionadas à influência de fatores psíquicos nas di-
porá-las como inerentes ao processo de lactação
nâmicas da maternidade e lactação. Atualmente,
e perfeitamente aceitas por seu psiquismo. A
com todo o desenvolvimento da psicanálise e os
mesma autora afirmou estar convencida de que a
recursos para compreender a complexidade da
maior parte dos problemas de lactação estaria re-
mente, podemos tê-la como um trunfo importan-
lacionada a fatores psíquicos que, analogamente
te na compreensão de dinâmicas familiares e da
ao fisiológico, seriam uma espécie de cordão um-
dupla mãe e bebê que chegam aos consultórios,
bilical psíquico que ligaria o seio materno à boca
ambulatórios e maternidades com impossibilida-
do bebê. Para ela, o conflito entre as tendências
des de praticar o aleitamento materno.
egoísticas e as forças altruístas da maternidade
O objetivo deste documento científico é abor- estariam subjacentes às dificuldades ou ao su-
dar alguns fatores de ordem psíquica que a ama- cesso da lactação.
mentação desencadeia nas pessoas envolvidas,
que nem sempre são levados em consideração
nas consultas pediátricas de acompanhamento
O Seio e as Turbulências
durante o período de amamentação.
Identitárias Femininas
O principal elemento que se torna um im-
bróglio no aleitamento materno é o fato de que
Um dos primeiros sinais que marca a entrada
o seio que produz o alimento do bebê também
da menina no mundo adulto é o crescimento dos
ocupa um importante papel na sexualidade adul-
botões mamilares, que desponta como anúncio
ta, por seu caráter de zona erógena que participa
do processo de tornar-se mulher. O crescimento
ativamente dos jogos eróticos de um casal.
dos seios, que em geral vem acompanhado da
Do ponto de vista fisiológico, uma zona eróge- menarca, consolida a identidade feminina no que
na concentra uma quantidade de inervações sen- tange à concretude corporal. Na contrapartida psí-
soriais que provocam no organismo a excitação quica, essa etapa do desenvolvimento traz à tona
sexual preparatória para o coito. Essa característi- uma série de conflitos que tumultuam o universo
ca do corpo se associa a uma representação cultu- mental da menina, desde a estranheza de um cor-
ral e psíquica que acompanha cada dupla, família po novo, com novos estímulos e necessidades, ao
e sociedade como um fator importante que define efeito que sua nova imagem produz em seu meio
o sucesso ou insucesso da amamentação. social. É uma experiência que mistura muitos afe-
tos que incluem o medo pelo desconhecido e a
Para algumas mulheres, existe uma dissocia-
dor do luto pela infância que fica para trás.
ção muito marcante entre maternidade e sexuali-
dade, fincada na imagem da mãe santa e assexu- Após esse período de abalo na identidade da
ada que permeia as mais diversas culturas, com menina na qual o seio é o aliado mais significati-
ícones como os quadros de virgens com bebês ao vo, percorre-se um período no qual o seio da mu-

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lher adulta é símbolo de sedução e sensualidade. mulher e ser mãe. Entretanto, algumas delas não
Essa marca é tanto pessoal quanto compartilhada conseguem a integração dos dois aspectos iden-
pelos olhares ao seu redor. Somente por ocasião titários e muitas vezes vivem apenas um deles em
de uma gestação é que se dá um novo abalo em detrimento do outro, reprimindo-o. Em alguns ca-
sua relação com o seio, marcando nova etapa de sais, essa dinâmica é compartilhada pelo homem,
vida e identidade social. fazendo com que o casal não retome a vida sexu-
al, adotando um papel maternal exagerado que
Para nossa cultura ocidental o seio está as-
deserotiza a relação. Ou quando a mulher não
sociado ao atrativo erótico, dos mais importan-
tem um casal constituído com o pai da criança
tes da vida sexual de um casal. As sensações no
abandona sua vida sexual mantendo-se ancorada
mamilo são fortes aliadas na excitação genital. O
unicamente na relação com o filho, o que de certo
mesmo seio que o bebê vai mamar.
modo sobrecarrega a criança e dificulta seu de-
As terminações nervosas não mudam nas senvolvimento psicoemocional, repercutindo em
duas situações. O que muda é a representação outras áreas do desenvolvimento.
psíquica e todo o engendramento mental que vai Mas, tão importante quanto ser capaz de viver
permitir que a mulher, na amamentação, trans- e entregar-se à maternidade é poder conservar a
forme as sensações de seu mamilo em um prazer sensualidade e o desejo. Algumas mulheres ao se
de natureza diferente do erótico. Os afetos des- tornarem mães se encantam a tal ponto que ani-
pertados pela maternidade tornam o contato de quilam sua feminilidade sensual, adotando um
amamentar uma experiência de ternura e amor. papel exclusivamente maternal. Essa é uma das
Não é um mecanismo mental simples e só terá causas frequentes de conflitos de casal e divór-
êxito se essa mulher teve um desenvolvimento cios, além de ser uma atitude que sobrecarrega
psicoemocional satisfatório e contar com recur- a criança e impede que ela possa estar livre psi-
sos mentais para tal. A condição de que essa or- quicamente para suas relações sociais. Frequen-
ganização aconteça está relacionada a toda sua temente, esses engendramentos psíquicos entre
história e marcas que ela nem mesmo pode aces- mãe e filho aparecem quando a criança recusa-se
sar conscientemente e à sua atual vivência na re- a receber outros alimentos que não o leite mater-
lação com seu parceiro amoroso e a criança. no, ou não se adapta à escola e à companhia de
É fundamental para o aleitamento materno outros adultos, mantendo-se numa relação fusio-
que a mulher possa ser capaz de diferenciar emo- nal com a mãe.
cionalmente os dois tipos de estímulos em seus É certo que no período puerperal é esperado
mamilos, sensual e maternal. Alguns dos impe- que haja um tempo de reorganização do impacto
dimentos se dão em razão de a mulher associar que a nova configuração familiar e novos papéis
a sucção do bebê à estimulação erótica tanto do impõem. Contudo, é frequente que essa desorga-
contato da mucosa do bebê com o seio, quanto nização inicial se cristalize numa escolha que não
das contrações uterinas reflexas ao ato de sugar, integra as duas faces da identidade masculina e
o que torna insuportável amamentar, pelo caráter feminina. Alguns casais chegam a adotar o “ape-
incestuoso que adquire e a aterroriza, como ilus- lido” de mãe e pai entre si.
trado em Monteiro (2009): “A dor, as rachaduras
do seio, os abcessos mamários e o isolamento que Em pesquisa sobre as dinâmicas psíquicas de-
levam a mãe a se desligar do ambiente e da crian- sencadeadas pela amamentação realizada com
ça, respondem ao conflito inconsciente entre um mulheres durante o primeiro semestre de vida de
desejo sexual incestuoso e a tendência repressiva seus bebês, houve consenso sobre esses confli-
oposta.” Sofier (1980). tos mencionados anteriormente e ilustrados por
depoimentos como: parece que ele (o marido) cor-
Observa-se uma turbulência identitária na tou a parte mulher e ficou só a mãe. Eu sinto que
mulher, que precisa integrar os papéis entre ser ele me olha como se fosse mãe, não como mulher;

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Amamentação e Sexualidade

eu não voltei ainda a ser mulher, então acho que a aspecto de sensualidade que vinha representan-
partir do momento que eu voltar a ser mulher, nos- do, para que se conserve o casal amoroso e não
so relacionamento vai começar a ser de homem e apenas o casal parental.
mulher. Acho que, por enquanto, eu sou mãe e ele
Alguns homens não conseguem ver a mulher
é o pai... não marido e mulher.” (Monteiro, 2003)
como mãe e também parceira sexual, porque a
A possibilidade de “se dividir” entre mulher imagem materna fica associada à representação
sensual e mulher maternal depende fundamen- da mãe assexuada de sua infância. Quando me-
talmente da relação vivida pela mulher com a nino esse era o recurso psíquico ilusório que o
sua própria mãe e as construções imaginárias protegia da dor de reconhecer o lugar importante
que se constituíram e que agora se impõem na que seu pai ocupava junto à sua mãe. A criança
vida com seu próprio bebê. As mudanças corpo- deseja ser o único amor da mãe. Aos poucos e
rais e amamentação são derivadas desse mundo dolorosamente a maturidade emocional aceita a
intrapsíquico. Como afirma Felice (2000): “As realidade de não ser o centro da vida materna, e
mudanças corporais devidas à gravidez, parto e é uma das mais importantes aquisições mentais
amamentação podem conflitar com os desejos do indivíduo.
narcísicos da mulher de preservar o corpo como
No cenário aparentemente dual entre a mãe
objeto de atração erótica”. Em outras palavras, a
e o bebê, muitas vezes o pai sente-se preterido e
mulher que não pode doar seu corpo em amor
sem lugar, o que transtorna toda a dinâmica fami-
a um bebê pelo medo de perder seus atributos
liar, incluindo a própria amamentação e às vezes
revela insegurança que advém de sua infância
o desempenho do papel de pai. Embora haja de
muito precoce.
fato uma dualidade mãe e bebê, a possibilidade
de entrega plena da mulher e condições psíqui-
cas para viver a proximidade quase fusional que
O Seio no Universo
o bebê precisa, vai depender também do quanto
Mental Masculino
pode contar com o apoio do pai da criança.

O pai, por sua vez, só poderá oferecer essa


O ponto de vista masculino é complementar sustentação se ele próprio não estiver excessiva-
à essa dinâmica vivida pela mulher, e não menos
mente incomodado e impossibilitado de tolerar
complexa. Para ele, a marca inaugural do seio
ser excluído da dualidade mãe e bebê. Nesse mo-
está relacionada à sua vivência com a própria
mento, suas próprias vivências infantis no perío-
mãe, nos primórdios de sua existência, época da
do do chamado complexo de édipo serão o esteio
qual ele não tem os registros acessíveis em sua
no qual ele se apoiará ou não para esse lugar fun-
lembrança consciente, mas tem as marcas afeti-
damental na relação com sua família atual.
vas inconscientes.
É comum os homens viverem grande ciú-
Essa experiência tão antiga fica por um lon-
me dessa relação do filho com sua esposa, seja
go período ausente da vida do homem, sendo
porque se sente excluído do prazer que percebe
substituída no início da puberdade pelo caráter
haver entre eles, seja porque precisa temporaria-
de sensualidade que o seio adquire em sua vida
mente abster-se da sexualidade genital do casal,
pessoal e grupal. Os seios de uma mulher passam
que fica ofuscada ante à temporária substituição
a ser representantes de sua vida erótica, com res-
do prazer erótico genital da mulher pela plenitu-
postas corporais condizentes com atração sexual.
de que a ternura ocupa em sua sexualidade. En-
A dicotomia do seio ante a paternidade impli- tretanto, esse período também precisa terminar
ca novos arranjos mentais que permitam que ele e o bebê necessita que sua mãe se afaste e volte
abra mão do seio erótico em favor da alimentação para a dualidade do casal parental para dar-lhe
de seu filho ou filha, sem que com isso se perca o espaço de desenvolvimento psíquico, ainda que

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seja um período de dor e luto. É um afastamento em ser excluída da dualidade do prazer comparti-
gradual que tem seu apogeu no desmame. lhado entre o casal, a tal tão disseminada ideia de
Édipo que ficou banalizada no discurso simplista
Se o homem não é capaz de ajudar a mulher
da paixão da criança pelo seu progenitor.
nesse distanciamento numa espécie de inter-
dição e reivindicação da mulher ao seu lado, a Na verdade, em psicanálise o conceito de édi-
dupla mãe e bebê “se perde” numa vivência de po tem como função simbólica nomear a dor de
estagnação que vai desgastando e exaurindo a quem fica excluído de um prazer compartilhado,
todos. vivência que constitui a capacidade de se relacio-
nar em sociedade. De fato, é na relação com os
pais que a criança vive esse sentimento em cará-
ter inaugural. E é importante para ela que os pais
O Casal
possam sustentar o casal e tolerar a dor que ad-
vém para a criança. Algumas vezes os pais, con-
Por muitas razões psíquicas, não é incomum doídos com o sofrimento que inconscientemente
que o casal que tem um bebê sofra dificuldades traz à tona sua própria vivência de infância, ten-
para lidar com as mudanças descritas acima em re- tam desfazer os limites, incluindo a criança em
lação às suas identidades e aos vários significados todos os espaços e com isso abandonam a vida
que o seio adquire. Não é possível abordar neste a dois.
documento a pluralidade de fatores que estão im-
A suspensão da vida sexual faz parte de um
plicados em termos mentais, pois são derivados
período de adaptação pelo qual passa a família, e
de toda a constituição do psiquismo e suas dinâ-
que envolve o corpo da mulher em seus hormô-
micas. Mas se o profissional está atento à influên-
nios que precisam ser reorganizados. Antigamen-
cia desses elementos, poderá perceber quando
te falava-se em “quarentena”, que era uma forma
questões dessa natureza são impeditivas para que
simbólica de caracterizar essas adaptações. Não
a amamentação flua e se consolide durante o tem-
há um tempo preciso para isso; naturalmente
po necessário ao desenvolvimento do bebê.
acompanha o desenvolvimento do bebê, o resta-
Durante o primeiro mês após o parto, ante belecimento do corpo materno e a familiaridade
a todas as mudanças descritas acima, mãe e pai da nova constituição familiar. Mas se o casal não
vêm-se sobrecarregados emocionalmente e con- retoma sua vida sexual, cria-se um estado mútuo
fusos com o universo desconhecido. Além disso, de hostilidade e frustração que nem sempre é
essas vivências trazem à tona as experiências consciente. Instala-se uma tensão na dinâmica
infantis muito precoces com todas as marcas de familiar.
tabu que a sexualidade carrega.
O grande desafio de um casal após o nasci-
A sociedade ocidental traz em seu imaginário mento dos filhos é poder integrar as faces mater-
a antiga marca de mãe-santa que está nas raízes na e feminina na mesma pessoa, tanto do ponto
de nossa cultura, derivada da Virgem Maria e das de vista da mulher quanto do homem. A ama-
demais marcas religiosas judaico-cristãs. O de- mentação não é a causa dessa desorganização da
sejo sexual e a eroticidade ficaram segregados identidade sexual do casal, mas a coincidência de
e atribuídos a mitos como Lilith, que teria sido a ser o seio a parte do corpo da mulher que viabili-
primeira mulher de Adão, porém por ser insub- za a amamentação e também uma das principais
missa e “tentadora” fugiu do Éden. zonas erógenas femininas impõe um conflito que
agudiza essa desorganização do casal.
Ao lado dessas representações culturais, so-
ma-se o imaginário infantil no qual os pais tor- A falta de espaço para a sexualidade do ca-
nam-se assexuados aos olhos dos filhos. É uma sal vai fatalmente desencadear conflitos tanto
solução psíquica que resulta da dor da criança intrapsíquicos quanto relacional. Mas na maior

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Amamentação e Sexualidade

parte das vezes o casal não se dá conta de que nascimento, delegando a uma babá ou familiar o
a causa de brigas, incômodos e dificuldades na cuidado com a criança, o que representa o terror
dinâmica familiar e com a criança têm a sexuali- inconsciente à aproximação das vivências primi-
dade represada como raiz inconsciente. tivas e imaturas do bebê. Essa angústia também
se faz representar no pai que nunca está presen-
Muitas vezes, todos esses conflitos incons-
te nas consultas ou na rotina da criança, alegando
cientes ficam camuflados no aparente cuidado e
excesso de trabalho, o que se desdobra na solidão
preocupação com o bebê. Alguns casais relatam
da mãe não apenas para lidar com seus próprios
que a criança, muitas vezes já crescida, só aceita
conflitos, mas pela sobrecarga que as tarefas com
dormir abraçada à mãe, numa espécie de barrei-
o bebê e amamentação lhe impõem.
ra contra a aproximação do homem, o que muito
frequentemente causa ressentimentos e ame- Observar detalhes em como a mãe se apre-
açam o relacionamento. A atitude da criança de senta em seus cuidados pessoais também pode
recusa na verdade é um conluio com os conflitos ajudar a diagnosticar a necessidade de uma in-
intrapsíquicos do casal. Crianças pequenas são tervenção mais ativa do pediatra e eventualmen-
extremamente sensíveis às angústias parentais te de um psicólogo. Mulheres que passam a se
e reagem a elas tanto em contraposição quanto descuidar da aparência, mas que em contrapar-
como aliados. tida esmeram-se na apresentação dos bebês em
roupas e acessórios, pode sinalizar a substituição
Assim, a própria amamentação pode tornar-se
da autoestima que passa a ser transferida ao fi-
um escudo da reaproximação do casal quando ela
lho, como expressão de seu próprio eu (Szejer &
ocupa um espaço que parece excessivo nas ne-
Stewart, 1997).
cessidades fisiológicas da criança. É importante
que o pediatra esteja atento a esses manejos de- Toda a intensidade desse momento inicial
correntes dos conflitos mentais para não se aliar assume um estado depressivo saudável, conhe-
a esses engendramentos e poder intervir como cido como baby blues. A vulnerabilidade, espe-
ajuda familiar. cialmente da mãe que se desdobra em choros
contínuos e chamados frequentes ao pediatra
pelos mais simples motivos, precisa ser tolera-
O Papel do Pediatra da e compreendida como uma expressão e des-
carga emocional. A passagem desse estado a um
quadro depressivo mais preocupante é tênue,
Pela proximidade da família puérpera com o demandando atenção e proximidade do pediatra
pediatra, torna-se imprescindível que esse pro- para que não haja medicalização ou preocupação
fissional esteja atento ao processo de readap- precoce, que impede o processo natural de aco-
tação e construção das novas identidades tanto modação psíquica.
de cada um dos pais quanto do casal e da família
ante a chegada de seu novo membro. O homem também vive seu baby blues, ainda
que com uma roupagem diferente do da mulher.
No primeiro mês de vida da criança é espe-
Para ele, a quem culturalmente foi ensinado ser
rado que todas essas questões mencionadas an-
forte e não chorar, as reações de sua depressão
teriormente sejam visíveis e façam parte desse
ficam por conta de uma fragilidade somática que
momento de rupturas e nova reorganização. Do
faz com ele adoeça ou se acidente com mais fre-
mesmo modo, é importante que o pediatra es-
quência, ou ainda seja tomado de um torpor e
teja atento a uma postura aparentemente sem
cansaço excessivo (Szejer & Stewart, 1997).
transtornos e conflitos, o que significa uma im-
possibilidade do casal de entrar em contato com À medida em que o tempo passa, a tendência
essas turbulências. A exemplo disso está o retor- é a estabilização de todo esse cenário familiar e
no muito precoce da mãe à sua rotina anterior ao individual de cada um. Ao perceber uma cristali-

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zação desse quadro ou ameaças mais significati- Obviamente que é preciso criar condições e
vas de desmame precoce ou outros indicadores políticas públicas que permitam que a mulher
de dificuldades mais expressivas, uma conversa possa ser livre para escolher amamentar em pú-
aberta com os pais pode ajudá-los a se reorga- blico ou preferir um lugar mais reservado. En-
nizarem. Outras vezes é importante reconhecer tretanto, é fundamental estar atento que não se
que as tensões são mais profundas e pedem aju- trata de uma questão banal, nem para os que as-
da de um profissional de saúde mental que tra- sistem à cena, nem para os envolvidos com ela.
balhe especificamente com famílias de crianças Saber disso ajuda a favorecer ações que tenham
pequenas, entre 0 e 3 anos. como prioridade as necessidades do bebê.

É importante que o pediatra não dissocie os


sintomas orgânicos dos fundamentos psicoló-
gicos que os acompanham, mesmo que ele não
Considerações Finais
tenha claro o engendramento que está subjacen-
te a cada família, sobretudo à mulher. Supor que
as dificuldades são de ordem psíquica permitem A sexualidade humana, assim como a intimi-
que o pediatra escute os pais sem minimizar os dade, são assuntos de muita complexidade emo-
sintomas e atribuí-los a fatores banais. cional. A amamentação tangencia essas duas fa-
ces do psiquismo trazendo à tona toda a história
Dependendo da natureza dos conflitos in-
psíquica dos que estão envolvidos, sobretudo a
conscientes, o fato de se sentirem respeitadas
mãe e o pai do bebê. Considerar a amamentação
e acolhidas pelo pediatra pode ajudar a família
com a multiplicidade de vértices que ela abriga é
a se reorganizar gradualmente. Entretanto, nem
a primeira conquista de um profissional de saúde
sempre a atitude do médico é suficiente, deman-
implicado em promovê-la. A dedicação e escuta
dando uma assistência psicológica. A falta de
atenta e respeitosa do profissional que a acom-
uma intervenção psicológica pode representar a
panha pode fazer a grande diferença na vida des-
impossibilidade de amamentação ou mesmo ou-
sas famílias.
tros sintomas ainda mais preocupantes como a
depressão da mãe ou do bebê. A mente de cada pessoa é um universo par-
ticular e único. Julgamentos, preconceitos e ge-
neralizações são componentes que atrapalham
as boas relações de troca e desenvolvimento
A Sociedade
entre as pessoas. Os conflitos de cada pai e mãe
podem ficar remexidos com o nascimento de um
Contextualizar que o significado psíquico da filho, e tornam-se mais visíveis aos olhos e ouvi-
amamentação evoca a sexualidade de cada um, dos de um profissional sensível. A atitude desse
incluindo os tabus e preconceitos que o tema im- certamente irá contribuir para a saúde mental da
plica, permite uma melhor compreensão das rea- criança que nasce e para a reorganização e soli-
ções públicas ante o ato de amamentar. dez de sua família.

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Amamentação e Sexualidade

REFERÊNCIAS

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1967.

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Diretoria
Triênio 2016/2018

PRESIDENTE: Adriana Seber (SP) Paulo Cesar Pinho Pinheiro (MG)


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Membros: Marun David Cury (SP) Fábio Ancona Lopez (SP)
Hans Walter Ferreira Greve (BA) DIRETORIA-ADJUNTA DE DEFESA PROFISSIONAL DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA
Eveline Campos Monteiro de Castro (CE) Sidnei Ferreira (RJ) Joel Alves Lamounier (MG)
Alberto Jorge Félix Costa (MS) Cláudio Barsanti (SP) COORDENAÇÃO DE PESQUISA
Analíria Moraes Pimentel (PE) Paulo Tadeu Falanghe (SP) Cláudio Leone (SP)
Corina Maria Nina Viana Batista (AM) Cláudio Orestes Britto Filho (PB) COORDENAÇÃO DE PESQUISA-ADJUNTA
Adelma Alves de Figueiredo (RR) Mário Roberto Hirschheimer (SP) Gisélia Alves Pontes da Silva (PE)
COORDENADORES REGIONAIS: João Cândido de Souza Borges (CE) COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO
Norte: COORDENAÇÃO VIGILASUS Rosana Fiorini Puccini (SP)
Bruno Acatauassu Paes Barreto (PA) Anamaria Cavalcante e Silva (CE) COORDENAÇÃO ADJUNTA DE GRADUAÇÃO
Nordeste: Fábio Elíseo Fernandes Álvares Leite (SP) Rosana Alves (ES)
Anamaria Cavalcante e Silva (CE) Jussara Melo de Cerqueira Maia (RN) Suzy Santana Cavalcante (BA)
Sudeste: Edson Ferreira Liberal (RJ) Angélica Maria Bicudo-Zeferino (SP)
Luciano Amedée Péret Filho (MG) Célia Maria Stolze Silvany ((BA) Silvia Wanick Sarinho (PE)
Kátia Galeão Brandt (PE)
Sul: Elizete Aparecida Lomazi (SP) COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Darci Vieira Silva Bonetto (PR) Maria Albertina Santiago Rego (MG) Victor Horácio da Costa Junior (PR)
Centro-oeste: Isabel Rey Madeira (RJ) Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE)
Regina Maria Santos Marques (GO) Jocileide Sales Campos (CE) Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO)
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
ASSESSORES DA PRESIDÊNCIA: COORDENAÇÃO DE SAÚDE SUPLEMENTAR Jefferson Pedro Piva (RS)
Assessoria para Assuntos Parlamentares: Maria Nazareth Ramos Silva (RJ)
Corina Maria Nina Viana Batista (AM) COORDENAÇÃO DE RESIDÊNCIA E ESTÁGIOS EM PEDIATRIA
Marun David Cury (SP) Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS)
Álvaro Machado Neto (AL)
Assessoria de Relações Institucionais: Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
Joana Angélica Paiva Maciel (CE) Victor Horácio da Costa Junior (PR)
Clóvis Francisco Constantino (SP) Cecim El Achkar (SC)
Assessoria de Políticas Públicas: Clóvis Francisco Constantino (SP)
Maria Helena Simões Freitas e Silva (MA) Silvio da Rocha Carvalho (RJ)
Mário Roberto Hirschheimer (SP) COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE GESTÃO DE CONSULTÓRIO
Rubens Feferbaum (SP) Tânia Denise Resener (RS)
Normeide Pedreira dos Santos (BA) Delia Maria de Moura Lima Herrmann (AL)
Maria Albertina Santiago Rego (MG) DIRETORIA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS E COORDENAÇÃO
Sérgio Tadeu Martins Marba (SP) Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA)
DE DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Jefferson Pedro Piva (RS)
Assessoria de Políticas Públicas – Crianças e Dirceu Solé (SP) Sérgio Luís Amantéa (RS)
Adolescentes com Deficiência: DIRETORIA-ADJUNTA DOS DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS Gil Simões Batista (RJ)
Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo (MT) Lícia Maria Oliveira Moreira (BA) Susana Maciel Wuillaume (RJ)
Eduardo Jorge Custódio da Silva (RJ) Aurimery Gomes Chermont (PA)
DIRETORIA DE CURSOS, EVENTOS E PROMOÇÕES
Assessoria de Acompanhamento da Licença Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck (SP) COORDENAÇÃO DE DOUTRINA PEDIÁTRICA
Maternidade e Paternidade: Luciana Rodrigues Silva (BA)
João Coriolano Rego Barros (SP) COORDENAÇÃO DE CONGRESSOS E SIMPÓSIOS
Ricardo Queiroz Gurgel (SE) Hélcio Maranhão (RN)
Alexandre Lopes Miralha (AM) COORDENAÇÃO DAS LIGAS DOS ESTUDANTES
Ana Luiza Velloso da Paz Matos (BA) Paulo César Guimarães (RJ)
Cléa Rodrigues Leone (SP) Edson Ferreira Liberal (RJ)
Assessoria para Campanhas: Luciano Abreu de Miranda Pinto (RJ)
Conceição Aparecida de Mattos Segre (SP) COORDENAÇÃO GERAL DOS PROGRAMAS DE ATUALIZAÇÃO
Ricardo Queiroz Gurgel (SE) COORDENAÇÃO DE INTERCÂMBIO EM RESIDÊNCIA NACIONAL
GRUPOS DE TRABALHO: Susana Maciel Wuillaume (RJ)
Drogas e Violência na Adolescência: COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE REANIMAÇÃO NEONATAL:
Maria Fernanda Branco de Almeida (SP) COORDENAÇÃO DE INTERCÂMBIO EM RESIDÊNCIA INTERNACIONAL
Evelyn Eisenstein (RJ) Herberto José Chong Neto (PR)
Ruth Guinsburg (SP)
Doenças Raras: DIRETOR DE PATRIMÔNIO
Magda Maria Sales Carneiro Sampaio (SP) COORDENAÇÃO PALS – REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA
Alexandre Rodrigues Ferreira (MG) Cláudio Barsanti (SP)
Atividade Física Kátia Laureano dos Santos (PB) COMISSÃO DE SINDICÂNCIA
Coordenadores: Gilberto Pascolat (PR)
Ricardo do Rêgo Barros (RJ) COORDENAÇÃO BLS – SUPORTE BÁSICO DE VIDA
Valéria Maria Bezerra Silva (PE) Aníbal Augusto Gaudêncio de Melo (PE)
Luciana Rodrigues Silva (BA) Isabel Rey Madeira (RJ)
Membros: COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO EM NUTROLOGIA Joaquim João Caetano Menezes (SP)
Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA) PEDIÁTRICA (CANP) Valmin Ramos da Silva (ES)
Patrícia Guedes de Souza (BA) Virgínia Resende S. Weffort (MG) Paulo Tadeu Falanghe (SP)
Profissionais de Educação Física: PEDIATRIA PARA FAMÍLIAS Tânia Denise Resener (RS)
Teresa Maria Bianchini de Quadros (BA) Victor Horácio da Costa Júnior (PR) João Coriolano Rego Barros (SP)
Alex Pinheiro Gordia (BA) PORTAL SBP Maria Sidneuma de Melo Ventura (CE) Marisa Lopes Miranda
Isabel Guimarães (BA) Flávio Diniz Capanema (MG) (SP)
Jorge Mota (Portugal) COORDENAÇÃO DO CENTRO DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA CONSELHO FISCAL
Mauro Virgílio Gomes de Barros (PE) José Maria Lopes (RJ) Titulares:
Colaborador: PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA À DISTÂNCIA Núbia Mendonça (SE)
Dirceu Solé (SP) Altacílio Aparecido Nunes (SP) Nélson Grisard (SC)
Metodologia Científica: João Joaquim Freitas do Amaral (CE) Antônio Márcio Junqueira Lisboa (DF)
Gisélia Alves Pontes da Silva (PE) DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Suplentes:
Luciana Rodrigues Silva (BA) Adelma Alves de Figueiredo (RR)
Cláudio Leone (SP) João de Melo Régis Filho (PE)
Pediatria e Humanidade: Dirceu Solé (SP)
Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho (PE) Darci Vieira da Silva Bonetto (PR)
Álvaro Jorge Madeiro Leite (CE) ACADEMIA BRASILEIRA DE PEDIATRIA
Luciana Rodrigues Silva (BA) Joel Alves Lamounier (MG)
Presidente:
João de Melo Régis Filho (PE) DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES Mario Santoro Júnior (SP)
Transplante em Pediatria: Fábio Ancona Lopez (SP) Vice-presidente:
Themis Reverbel da Silveira (RS) EDITORES DA REVISTA SBP CIÊNCIA Luiz Eduardo Vaz Miranda (RJ)
Irene Kazue Miura (SP) Joel Alves Lamounier (MG) Secretário Geral:
Carmen Lúcia Bonnet (PR) Altacílio Aparecido Nunes (SP) Jefferson Pedro Piva (RS)

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