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ASSISTÊNCIA DE

ENFERMAGEM EM ONCOLOGIA
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA
É importante estabelecer cronogramas específicos de assistência de
enfermagem para administrar medicamentos, alimento ou bebida, pois,
determinadas substâncias presentes nestes itens podem interferir no efeito
terapêutico, quando são administrados no mesmo horário ou com intervalos
próximos. Além disso, a condição de saúde do paciente pode potencializar ou
diminuir os efeitos, principalmente, terapêuticos dos medicamentos.

Destaca-se que, o tratamento oncológico inclui a aplicação de várias


combinações de medicamentos antineoplásicos e a interação medicamentosa
destes medicamentos podem causar efeitos indesejáveis no tratamento.
Existem três tipos de interação medicamentosa:

 Interação entre drogas: quando dois ou mais medicamentos reagem entre


si. Os efeitos podem ser potencializados, causando efeitos indesejáveis;
 Interação entre droga e alimento: a combinação de certos alimentos,
bebidas e medicamentos podem interferir na absorção do medicamento e do
nutriente do alimento pode ser prejudicado, potencializando ou diminuindo o
funcionamento do sistema grastrointestinal ou o efeito terapêutico do
medicamento.
 Interação condicional da droga com a condição de saúde do paciente:
dependendo do diagnóstico de primário do paciente, como exemplo, a
hipertensão, o medicamento oncológico pode ter seu efeito terapêutico
prejudicado, quando é associado à administração do medicamento para
redução da pressão arterial.
Exemplifica as interações medicamentosas mais comuns:

Medicamento (2) ou
Medicamento (1) alimento/bebida Resultado

Imatinibe Varfarina Risco de sangramento

Schweppes® Aumenta o nível de dasatinibe no sangue,


Dasatinibe (contem grapefruit) consequentemente, aumenta o risco de efeito
colateral.

Irinotecano Diminui o nível de irinotecano ou Lapatinibe no


Lapatinibe Erva de São João sangue, resultando em menos efeito do quimioterápico.

Diminui o nível de tamoxifeno no sangue, resultando


Tamoxifeno Fluoxetina ou em menos efeito, podendo ocorrer a volta do câncer
Paroxetina de mama.
PRINCIPAIS MEDICAMENTOS PARA O CONTROLE DA DOR ONCOLÓGICA

O tratamento farmacológico da dor se resume em três grupos: analgésicos não


opioides, analgésicos opióides e drogas adjuvantes ou co-analgésicos.

Analgésicos não Opióides


Agem na dor periférica como, infiltração de músculos e tecidos conjuntivos.
Se administrada uma dose acima do determinado não produz efeito analgésico.
AINE: não causa tolerância ou dependência física ou psíquica. Age apenas no
tecido afetado (efeito local), sem ação central.
PRINCIPAIS MEDICAMENTOS PARA O CONTROLE DA DOR ONCOLÓGICA

 Ibuprofeno Pode causar náuseas, epigastralgia, ulceração,


 Diclofenado hemorragia, insuficiência renal aguda, nefrite intersticial,
 Naproxeno antiagregação plaquetária e reações de
hipersensibilidade.

Analgésico simples: não tem ação anti-inflamatória e tem ação analgésica e


antipirética. Pode causa toxicidade.
 Paracetamol
PRINCIPAIS MEDICAMENTOS PARA O CONTROLE DA DOR ONCOLÓGICA
Analgésicos Opióides
São analgésicos de ação curta, usados em situações de dor aguda ou intermitente,
sendo:
 Morfina: rápida absorção pela via oral, sendo metabolizada no fígado e
excretada pelo fígado. É a droga mais usada para dor moderada a severa.
 Oxicodona: tem propriedades semelhantes a morfina, contudo parece
causar menos sedação, delírio, vômito e prurido, mas mais obstipação.
Porém, é mais potente que a morfina via oral.
 Oxiformona, Hidromormofona, Hidrocona.
PRINCIPAIS MEDICAMENTOS PARA O CONTROLE DA DOR ONCOLÓGICA
Analgésicos Opióides
 Metadona: indicado para dores severas e neuropáticas, metabolismo hepático, é bem absorvida
pela via oral.

 Fentanil: seu uso é mais apropriado quando o paciente não é incapaz de tolerar morfina e
incapaz da ingestão oral pela evolução da doença. Pode-se usar adesivos também, mudando o
sítio de aplicação devendo se colocar em local seco, plano, limpo e sem pelos.

 Tramadol: tem metabolização hepática, as apresentações orais são mais eficazes que a
parenteral, pode ser usado via subcutânea de forma contínua ou intermitente.
PRINCIPAIS MEDICAMENTOS PARA O CONTROLE DA DOR ONCOLÓGICA
Analgésicos Adjuvantes

 São drogas usadas para outras indicações que não o alívio da dor, são chamadas
de co-analgésicos, podendo ser usados com outras drogas em combinação, não
apresentam efeito analgésico eficaz quando usados isolados.

 Utilizados para efeitos antidepressivos, anticonvulsivantes, corticosteróides,


bifosfonatos, anestésicos locais.
PRINCIPAIS MEDICAMENTOS PARA O CONTROLE DA DOR ONCOLÓGICA

Antidepressivos: inibidores da serotonina ou noradrenalina, que demonstram ser


eficazes também na dor neuropática reduzindo a ansiedade associada a dor
crônica e melhoria funcional. Venlafaxina, Duloxetina.

Antidepressivos tricíclicos: eficazes na dor neuropática. Possuem diversos


efeitos adversos como obstipação, retenção urinária, xerostomia, confusão, delírio,
arritmia, hipotensão e sedação. Amitriptilina, Nortriptilina.
Anticonvulsivantes: são eficazes na dor neuropática. Podem ser usados isolados
ou como coadjuvantes, seus efeitos adversos incluem sedação, letargia, náuseas,
vômitos, confusão mental e ataxia. Gabapentina, Pregabalina, Carbamazepina

 A Carbamazepina e a Fenitoína podem causar toxicidade hepática, leucopenia


e trombocitopenia, devendo ser usados com cuidado em pacientes oncológicos,
necessitando de monitorização de níveis séricos.
Neurolépticos: possuem efeito antiemético: Haloperidol, Clorpromazina,
Levomepromazina.

Anestésicos locais: aliviam a dor neuropática. Administrada via endovenosa


ou subcutânea: Lídocaína

Corticosteróides: usados quando há compressão medular, hipertensão


intracraniana, dor óssea grave, bem como a compressão ou infiltração dos
tecidos por edema, melhoram náuseas, apetite e o humor. Pode ocorrer
alterações gastrointestinais, síndromes neuropsiquiátricos, miopatia proximal e
hiperglicemia como efeitos secundários indesejados.
Antiespasmódicos: em pacientes com cólica, como nos casos de obstipação
intestinal, a dor pode ser aliviada por drogas que relaxam as fibras musculares,
aliviando os espasmos intestinais: Hioscina
FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO DA QUIMIOTERAPIA
INTRAVENOSA ORAL
 É a mais utilizada
 Vantagens = efeito imediato  Vantagem = é mais
 Desvantagens = esclerose confortável e pode ser
venosa, hiperpigmentação da administração em casa
pele, infecção, flebite, e pelo próprio paciente.
necrose do tecido após
extravasamento do
quimioterápico.
FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO DA QUIMIOTERAPIA

INTRATECAL
 É utilizado canal espinhal (cefalorraquidiano)

 Vantagens = o efeito do medicamento atua rapidamente no sistema nervoso

 Desvantagens = via de acesso dolorosa. Requer punção lombar ou implantação


de cateter para administração do medicamento. Pode causa cefaleia, confusão,
letargia náuseas e vômitos e convulsões.
FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO DA QUIMIOTERAPIA

INTRA ARTERIAL
 Infundida diretamente na artéria.

 Vantagens = aumento da dose para tumores com diminuição dos efeitos


colaterais sistêmicos

 Desvantagens = requer procedimento cirúrgico para colocação do cateter,


Sangramento e embolia
FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO DA QUIMIOTERAPIA
INTRA PLEURAL
INTRACAVITÁRIA  Administrado através de um cateter direto na
 Administrado através pleura (quimioterapia torácica).

de um cateter direto no  Vantagens = esclerose da parede da pleura para


prevenir a recidiva de derrame pleural
abdome (quimioterapia
 Desvantagens = requer inserção do dreno de
intraperitoneal) tórax. Dor; infecção

INTRAMUSCULAR
 O medicamento é injetado no músculo.

 Desvantagens = lipodistrofias e abcessos.

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