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TEMA 2.

FACTORES SOCIAIS DA SAÚDE HUMANA


AULA 2
Sumario:
• 1.6 - Definição
• 1.7 - Lei Orgânica de Saúde
• 1.8 - o que a OMS diz sobre os determinantes sociais?
• 1.9 - relação entre a medicina de familiar e comunidade e os determinantes
sociais da saúde.

Objetivo:
• Identificar os factores sociais da saúde humana e a relação entre a medicina
familiar e comunidade.

DESENVOLVIMENTO

1.6 - CONCEITO DE DETERMINANTES SOCIAIS DE SAÚDE

A verdade é que, certamente, a maioria dos indivíduos associam a saúde e estar


saudável e sem algum tipo de doença.

Mas, se pararmos para pensar, por exemplo, uma pessoa com diabetes controlada,
que vai ao medico regularmente e tem uma boa qualidade de vida, não tem saúde?
É aí que as coisas se confundem.

Pensando nisso, a OMS define a saúde como um estado completo de bem-estar,


tanto físico, quanto mental e social, e não apenas a ausência de alguma doença ou
problema, como um simples resfriado. E é aí que entram os determinantes sociais da
saúde.

De acordo com a OMS, a definição se dá sobre como uma pessoa vive ou trabalha.
São conhecidos como determinantes sociais de saúde: a igualdade, economia,
cultura, sociedade, comportamento, fatores de risco, entre outros.

Existem diversos significados que explicam os determinantes sociais. Basicamente,


determinantes sociais são a razão que leva uma pessoa a estar ou ser saudável. Por
isso, é muito complicado avaliar a qualidade de vida somente se a pessoa está ou
não doente. É necessário avaliar o individual e o coletivo em que o indivíduo está
inserido.

1.7 - LEI ORGÂNICA DE SAÚDE


Segundo a Lei Orgânica de Saúde, podemos ter como base os seguintes
determinantes, porém não só: alimentação, meio ambiente, trabalho, renda,
educação, transporte, lazer, moradia, saneamento básico, acesso a serviços de
saúde. Já para a Comissão Nacional de Determinantes Sociais da Saúde, os
tópicos observados são os fatores sociais, psicológicos, comportamentais,
étnicos/raciais, culturais e econômicos.

Todos esses determinantes podem influenciar no aparecimento de riscos e doenças


à população.

COMO IDENTIFICAR QUE ESTOU BEM?

saúde está em conhecer os seus limites e ter o equilíbrio entre ser saudável e estar
doente.

Entenda: tecnologia, relação familiar, moradia, água, trabalho, lazer, entre outros
podem ser pontos determinantes para uma pessoa ser saudável ou não. Um trabalho
estressante pode desencadear problemas mentais. Assim como a relação familiar
desestruturada, a tecnologia em excesso, a água contaminada e por aí vai. Tudo sem
equilíbrio pode determinar o bem-estar físico, mental e social de um ser humano.

No entanto, tudo depende do estilo de vida de cada um. Podemos identificar como
estamos de saúde por meio do autoconhecimento e entendendo o seu equilíbrio,
sabendo como os determinantes influenciam na sua qualidade de vida.

Com o passar dos anos, o conceito de doença foi mudando e evoluindo conforme a
sociedade. Antigamente, as condições eram insalubres na maioria das moradias. As
doenças que eram comuns em séculos passados, atualmente, ou foram extintas ou
já temos a cura

1.8 - O QUE A OMS DIZ SOBRE OS DETERMINANTES SOCIAIS?

Para a Organização Mundial da Saúde é levado em consideração as condições que


as pessoas crescem, nascem, vivem, trabalham e envelhecem, sem deixar de lado o
sistema de saúde.

A organização defende que recursos como poder e renda são determinados por
decisões políticas. São as decisões que influenciam diretamente em como a
sociedade vai lidar com as condições em que escolheu, o que explica países serem
mais desenvolvidos que outros. Ainda de acordo com a OMS, as decisões políticas
podem interferir nos aspectos sociais e na condição de vida da população, tanto para
bem quanto para mal.

Podemos perceber, assim, que a ideia de ter saúde depende do dia a dia e da forma
como a pessoa individualmente enxerga o seu conceito. Certamente, o conceito de
saúde de um brasileiro não é igual ao conceito do estadunidense, por seus
determinantes sociais serem distintos.

É um grande desafio entender quais são os determinantes sociais de saúde para cada
indivíduo assim como para a sociedade em geral, pois temos que levar em conta
hierarquia de economia, fatores ambientais e acesso a saúde pública. Não é possível
achar uma causa exata para a consequência de uma doença sem levar em conta os
fatores que diferenciam cada pessoa e seu meio.

1.9 - Relação entre a Medicina Familiar e Comunidade e os determinantes


sociais de saúde.

Como vimos, os determinantes sociais de saúde têm como objetivo entender o que é
a qualidade de vida e bem-estar, físico e mental, em uma pessoa ou sociedade. Com
o intuito de promover a saúde e eliminar desigualdades.

Uma profissão que se aproxima muito dessa responsabilidade e que, inclusive, tem o
mesmo objetivo, é o médico de família, que tem como objetivo promover a saúde
nos pacientes com um olhar individual e orientar cada pessoa em relação à prevenção
de doenças.

Assim como os determinantes sociais de saúde precisam observar de perto todo o


conjunto de uma comunidade para determinar o que é saúde naquele local, o médico
de família tem um olhar sensível para todo o contexto do paciente.
TEMA 3. MEDICINA
AULA 3
Sumario:
3.1 - Saúde preventiva

3.1.1-Beneficios da medicina preventiva

3.2 - Medicina curativa


3.3 – A diferença entre a medicina curativa e a medicina preventiva
3.4 - Saúde comunitária
3.5 - Medicina Comunitária

objetivo:
• Caracterizar Medicina curativa, Saúde comunitária e Medicina Comunitária.

DESENVOLVIMENTO

3.1 - SAÚDE PREVENTIVA

O conceito de estar saudável vai além da ausência de doenças. Trata- se de um


estado de pleno equilíbrio, em que o ser humano apresenta bem-estar físico, mental
e social. Para que isso aconteça, é preciso contemplar outras áreas além da medicina
curativa. Priorizar-se e buscar qualidade de vida é o que chamamos de saúde
preventiva, uma prática médica que traz muitos benefícios para o paciente

a saúde preventiva é o ato de cultivar cuidados antecipados para evitar o surgimento


de doenças. Trata-se de um trabalho constante de monitoramento da saúde, visando
à melhoria da qualidade de vida.

Nessa investigação é possível descobrir, por exemplo, que a dor de cabeça é


resultado de longas jornadas de exposição a telas, de má alimentação ou mesmo de
estresse. Nesse sentido, a adoção de melhores hábitos alimentares, descansos
regulares e prática de atividades físicas seriam alternativas preventivas.

3.1.1 - BENEFICIOS DA MEDICINA PREVENTIVA

a. Mais qualidade de vida para o beneficiário


O principal benefício de investir em medicina preventiva é a melhoria na qualidade
de vida das pessoas. As ações de prevenção trazem diversos reflexos positivos nas
condições gerais de saúde do indivíduo, seja ele saudável ou portador de alguma
doença.

Com os devidos cuidados preventivos, até mesmo pacientes com doenças crônicas
podem ter uma vida mais ativa e feliz, inclusive na terceira idade. Isso inclui milhões
de pessoas diagnosticadas com diabetes tipo 2, hipertensão, câncer ou problemas
cardiovasculares.
Como consequência do investimento em medicina preventiva, o beneficiário do plano
de saúde consegue reduzir os gastos pessoais com medicamentos e tratamentos,
melhorar o convívio com a família e aumentar sua produtividade no trabalho.

Ao cuidar da saúde e focar na prevenção, as pessoas não precisam interromper


planos e projetos de vida devido às complicações decorrentes do tratamento de uma
doença.

b. Mais produtividade e menos absenteísmo


Para as empresas que optam por planos de saúde corporativos e priorizam o
investimento em medicina preventiva, os resultados positivos podem ser observados
na produtividade da equipe.

Com a saúde em dia, os colaboradores faltam menos e têm mais disposição para o
trabalho, tornando todo o ambiente mais produtivo. Além disso, oferecer ações e
programas voltados para a medicina preventiva pode ser uma ótima ferramenta de
endomarketing, capaz de motivar os funcionários e atrair novos talentos.

Por meio da implantação de programas de medicina preventiva, as empresas


conseguem aumentar a qualidade de vida e a disposição de todos os envolvidos. O
tema e o formato desses programas vão depender das necessidades identificadas
pelos gestores, através do levantamento do perfil epidemiológico do seus
funcionários.

Entre as ações que podem ser desenvolvidas com sucesso no ambiente corporativo
estão campanhas voltadas para o diagnóstico precoce, vacinação, programas de
ginástica laboral e a promoção de hábitos saudáveis, incluindo reeducação alimentar,
prática de atividade física e combate ao tabagismo.

c. Redução dos gastos com saúde


Além de estarem preocupadas com a qualidade de vida dos beneficiários, empresas
e operadoras buscam nos programas de prevenção e promoção da saúde uma forma
de reduzir suas despesas com saúde.

Nestes casos, direcionar recursos para o investimento em medicina preventiva


certamente contribui para a redução dos custos assistenciais, apesar de isso
parecer contraditório à primeira vista.

Nas operadoras, essa redução acontece principalmente por que os usuários passam
a adotar hábitos mais saudáveis e fazer exames preventivos com mais frequência.
Além de evitar o desenvolvimento de diversas doenças, isso possibilita detectar
enfermidades em seu estágio inicial, encurtando o tempo dos tratamentos e tornando-
os menos dispendiosos.
d. Racionalização dos serviços médico-hospitalares
Pessoas com o hábito de fazer exames frequentes, mais informadas e com mais
qualidade de vida consequentemente apresentam menos complicações de saúde. E
isso implica em um uso mais racional dos serviços médico-hospitalares.

Além da redução nas despesas (tanto pessoais quanto por parte das operadoras), o
investimento em medicina preventiva diminui o desperdício de recursos
assistenciais, cuja disponibilidade costuma ser reduzida.

Com menos demanda por internações ou intervenções de alta complexidade, estes


serviços podem ser utilizados com menor frequência, reduzindo os problemas
gerados pelo excesso de procura.

Assim, além de economizar, a operadora pode ter certeza de que não vão faltar leitos
para pacientes graves e que não haverá “filas de espera” para a realização de
consultas ou cirurgias.

e. Aumento da pontuação no IDSS


Calculado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Índice de
Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) é um indicador muito importante para a
imagem de uma operadora de saúde. Entre o público consumidor dos serviços, ele é
considerado a principal referência na hora de escolher ou mesmo trocar de plano de
saúde.

O investimento em medicina preventiva é um dos fatores que influenciam nessa “nota”


dada pela ANS às operadoras. Para conseguir aumentar sua nota no IDSS com
programas de Promoprev, é preciso inscrever e aprovar cada programa junto à
agência, apresentando indicadores que mostrem os resultados obtidos.

Mesmo ações simples, como ligar para os beneficiários para agendar exames
preventivos, podem reverter em bônus para a pontuação no IDSS. A realização
desses exames com frequência aumenta os casos de diagnóstico precoce,
diminuindo a procura pelos serviços de emergência e melhorando a qualidade do
serviço prestado.

Isso resulta não apenas na melhora da imagem da operadora perante o mercado,


como também em um aumento no índice de satisfação e retenção dos beneficiários.

f. A tecnologia e o investimento em medicina preventiva


Antes de começar um projeto com foco em prevenção e promoção da saúde é preciso
muita análise e planejamento. Não adianta sair colocando as atividades em prática
antes de estudar a demanda e estabelecer metas, de modo a minimizar os erros e
otimizar os benefícios.
Nesses casos, uma boa dica é fazer o uso de ferramentas para a gestão de medicina
preventiva, que contribuem para a tomada de decisões e tornam as ações mais
assertivas.

3.2- MEDICINA CURATIVA

Medicina curativa: é aquela direcionada à cura de enfermidades e/ou tratamento de


sintomas, evitando o agravamento e aparecimento de complicações. As estratégias
são muitas e variadas, de acordo com a doença a ser combatida, podendo englobar
tratamentos medicamentosos, terapias, intervenções cirúrgicas, etc.

3.3- A DIFERENÇA ENTRE A MEDICINA CURATIVA E A MEDICINA PREVENTIVA

Anteriormente, a medicina tinha como foco curar uma doença ou um problema de


saúde já estabelecido. Tão logo a patologia fosse diagnosticada, os médicos
indicavam técnicas e medicamentos para sanar a dor do paciente e solucionar o
problema.

Como não havia uma investigação a fundo da origem dos sintomas, era comum que
a doença evoluísse de forma silenciosa e agravasse o estado de saúde do paciente.
Com isso, os casos se repetiam e os médicos continuavam remediando o problema,
isto é, utilizando a medicina curativa.

Com o passar do tempo, a realização de pesquisas, estudos e os avanços


tecnológicos, percebeu-se que a prevenção de doenças era a estratégia mais eficaz
para diminuir e tratar os casos clínicos. Essa preocupação trouxe um novo conceito:
a medicina preventiva. Com a união das duas frentes, é possível evitar o surgimento
de doenças e promover saúde de forma integral.

3.4- SAÚDE COMUNITÁRIA

Saúde Comunitária pode definir-se como o ramo das Ciências da Saúde que se ocupa
da saúde e dos desafios (promoção) e problemas (doença) a ela inerentes ao nível
da comunidade ou grupos populacionais (não de indivíduos isolados). Assim, tendo
subjacente a dimensão comunitária que os fundamenta, são tidos em linha de conta
todos os fatores relevantes para o efeito: os de ordem individual e familiar, ambiental
e ocupacional, económica e social, cultural e administrativa.

Visando como finalidade última a obtenção de conhecimentos que permitam reforçar


ou gerar comportamentos em ordem a um mais elevado grau de saúde para o maior
número de pessoas e assentando no princípio, há muito reconhecido e aceite, de que
a dimensão da doença ultrapassa em larga medida o indivíduo que a suporta, para
além de em outras, nas seguintes áreas:

a) diagnóstico da situação de saúde das comunidades;

b) definição das necessidades de saúde das populações (com base no diagnóstico


da situação);

c) estudo dos processos mais adequados para a satisfação das necessidades


detetadas (planeamento, estabelecimento de prioridades, programação de ações,
organização e gestão de serviços, avaliação de programas e de cuidados);

d) intervenção sobre as necessidades ou problemas selecionados;

e) avaliação das ações incrementadas.

Com base nesta ideia fundamental, é possível definir, como finalidade prioritária da
Disciplina de Saúde Comunitária, o proporcionar aos alunos do ICBAS a aquisição de
capacidades e a indução de comportamentos que permitam analisar, tão
intuitivamente quanto possível, as situações sócio - sanitárias da comunidade de
forma a contribuírem para uma intervenção globalizante e eficiente no processo saúde
da comunidade.

A concretização das finalidades enunciadas condiciona a prossecução dos objectivos


gerais de ensino que a seguir se discriminam:

a) Estabelecer o equilíbrio necessário entre os conhecimentos adquiridos acerca do


indivíduo (células, tecidos e sistemas - identidade, personalidade e relação) e os
conhecimentos / atitudes sobre comportamentos de saúde e doença nas
comunidades;

b) Evidenciar a efetividade da promoção da saúde e Prevenção da doença na


melhoria dos padrões de saúde da comunidade;

c) Demonstrar, em ligação com outras disciplinas, a importância da prática da


“medicina preventiva”, integrada com a da “medicina curativa” tanto a nível individual
como coletivo;

d) Enquadrar devidamente os conhecimentos relativos a cuidados de saúde primários


(prestados tanto a pessoas sãs como doentes) e a cuidados diferenciados, realçando
a respetiva articulação: as especificidades do Centro de Saúde e do Hospital no
processo ensino/aprendizagem;

e) Evidenciar a importância dos fatores ambientais, socio económicos e ocupacionais


na causalidade, prevenção e tratamento da doença;
f) Fundamentar a necessidade do recurso a sistemas multidisciplinares organizados
para a preservação-fomento da saúde e luta contra a doença;

g) Caracterizar a importância do diagnóstico da situação de saúde das comunidades


(e da elaboração de hipóteses alternativas) para a resolução dos problemas
detetados;

h) Objetivar a necessidade da aplicação das ciências da administração à resolução


equilibrada dos problemas de saúde das comunidades.

3.4 - MEDICINA COMUNITÁRIA

O médico de família e comunidade é o especialista que atende os problemas


relacionados com o processo saúde-enfermidade, de forma integral, contínua e sobre
um enfoque de risco, no âmbito individual e familiar. Com uma visão holística leva em
consideração o contexto biológico, psicológico e social, reconhecendo que a
enfermidade está fortemente ligada à personalidade e à experiência de vida da
pessoa. Entende a enfermidade como parte do processo vital humano, incluindo as
dimensões relacionais, ambientais e espirituais e reconhecendo a singularidade de
cada pessoa em cada contexto na qual sua vida transcorra.
O médico de família e comunidade como pessoa, desenvolve a capacidade de
conhecer-se a si mesmo, identifica seus paradigmas através da introspecção,
conhece e maneja suas emoções, preconceitos e valores entre outros. Na prática,
inclui a capacidade para dar conta de funções de administração, educação, docência
e investigação. Está preparado para responder às demandas assistenciais em
qualquer momento do ciclo de vida individual e/ ou familiar, reconhecendo ao mesmo
tempo as interações que se dão na comunidade.
Através do médico de família e comunidade se produz o ingresso aos Sistemas
Locais e Nacionais de Saúde de maneira escalonada, coordenada, eficaz e eficiente.
Quando isto não ocorre, gera-se uma relação caótica que produz a desorganização
dos serviços de saúde, encarecimento dos mesmos, ineqüidade, falta de
acessibilidade e diminuição da cobertura para uma alta porcentagem para a
população, e por isso, perda da integração básica da atenção médica que permite de
maneira simultânea prevenir e curar, sanar e entender o sentir dos pacientes e suas
famílias. A efetividade da Medicina de Família e Comunidade, ao responder as
necessidades assistenciais da população em 90 a 95% das vezes, potencializa o uso
dos recursos com um alto sentido humano.

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