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O Ambiente e as Doenças

Relacionadas ao Trabalho

Profº. Me. Daniel Martins


Engº Civil e de Seg. do Trabalho
Constituição Federal - Art. 196

Saúde é um direito de todos e dever do


Estado, garantido mediante Políticas
Sociais e Econômicas que visem a
redução de risco de doença e de
outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para a
promoção, proteção e recuperação.
“Saúde é um estado de completo
bem estar físico, mental e social,
não apenas a ausência de doença
ou enfermidades.” OMS

“A saúde para cada homem, mulher


ou criança é ter meios de traçar um
caminho pessoal e original, em
direção ao bem-estar físico, psíquico
e social.” C. Dejours
Nossos problemas mais sérios de
saúde e de doença estão ligados
com o estilo de vida e o
comportamento.

Estes parâmetros são os principais


responsáveis pelo bem-estar
individual e pelo nível de qualidade
de vida de uma comunidade
DETERMINANTES DO ESTADO DE SAÚDE
Caracteres Raciais e
Antropológicos

Caracteres Genéticos e
BIOLOGIA Sexo e Idade
Hereditários

Prevenção e
Físico Promoção

Biológico AMBIENTE
ESTADO DE SERVIÇOS
Tratamento
SAÚDE DE SAÚDE

Sócio-Econômico
Reabilitação
(ocupação, salário, etc)

Hábitos, Vícios, ESTILO DE Lazer, Recreação.


Abuso de Drogas VIDA

Outros: Alimentação,
Exercício, etc.
A saúde é determinada por um conjunto de
fatores agrupáveis em quatro categorias:

BIOLOGIA E FISIOLOGIA
HUMANA

AMBIENTE, SAÚDE ESTRUTURA E


INCLUÍDO O ORGANIZAÇÃO
AMBIENTE DE HUMANA DA ATENÇÃO A
TRABALHO SAÚDE
ESTILO DE VIDA
(Alimentação,
Atividade Física, etc.)
Promoção da Saúde definida na
Carta de Ottawa (1986):
Um processo que visa criar
condições que permitam aos
indivíduos e aos grupos controlar
a sua saúde, a dos grupos onde se
inserem e ao mesmo tempo, agir
sobre os fatores que a
influenciam.
CONDIÇÕES RELACIONADAS AO TRABALHO QUE
PROPICIAM DOENÇAS OCUPACIONAIS

CONDIÇÕES DO AMBIENTE DE TRABALHO:

 agentes físicos: ruídos, vibrações, temperaturas


anormais, pressões anormais, radiações ionizantes,
radiações não-ionizantes, iluminação e umidade.
 agentes químicos: substâncias, compostos ou
produtos químicos em suas diversas formas de
apresentação: líquida, sólida, plasma, vapor, poeira,
névoa, neblina, gasosa e fumo.
 agentes biológicos: os microrganismos, geneticamente
modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as
toxinas e os príons.
 agentes ergonômicos: esforço físico excessivo,
levantamento, transporte e descarga manual de peso,
controle rígido de produtividade, ritmo excessivo de
trabalho, jornadas de trabalho prolongadas, trabalho em
turno e noturno, monotonia, repetitividade, postura
inadequada de trabalho, mobiliário e equipamentos
impróprios, condições ambientais dos postos de trabalho e
organização do trabalho.
 agentes mecânicos: são ligados à proteção das máquinas,
arranjos físicos, ordem e limpeza do ambiente de trabalho,
sinalização, pisos irregulares e outras condições que podem
levar a acidentes de trabalho.
 Classificação: As classificações existentes (OMS,
CEE, CDC-NIH) são bastante similares, dividindo
os
 agentes em quatro classes:

 Classe 1 - onde se classificam os agentes que


não apresentam riscos para o manipulador, nem
para a comunidade (ex.: E. coli, B. subtilis);
 Classes 2 - apresentam risco moderado para o
manipulador e fraco para a comunidade e há
sempre um tratamento preventivo (ex.:
bactérias - Clostridium tetani, Klebsiella
pneumoniae, Staphylococcus aureus; vírus -
EBV, herpes; fungos - Candida albicans;
parasitas - Plasmodium, Schistosoma);
 Classe 3 - são os agentes que apresentam risco
grave para o manipulador e moderado para a
comunidade, sendo que as lesões ou sinais
clínicos são graves e nem sempre há
tratamento (ex.: bactérias - Bacillus anthracis,
Brucella, Chlamydia psittaci, Mycobacterium
tuberculosis; vírus - hepatites B e C, HTLV 1 e
2, HIV, febre amarela, dengue; fungos -
 Blastomyces dermatiolis, Histoplasma;
parasitos - Echinococcus, Leishmania,
Toxoplasma gondii, Trypanosoma cruzi);
IMPORTÂNCIA RELATIVA DOS AGENTES CAUSADORES
DE DOENÇAS PROFISSIONAIS

Os agentes químicos ocupam o lugar mais importante


entre os agentes causadores de doenças profissionais,
não só pelo grande números de produtos químicos
encontrados na indústria moderna (número que cresce
diariamente), mas também pelas conseqüências,
bastante sérias, que muitos desses produtos são
capazes de ocasionar a saúde.

Os agentes físicos devido a sua multiplicidade e


conseqüências que podem produzir a saúde, ocupam o
segundo lugar de destaque entre os agentes causadores
de doenças profissionais
Os agentes ergonômicos requerem medidas de
proteção relativamente mais simples do que aquelas
que devem ser adotadas por controle de agentes físicos
e químicos; assim os agentes ergonômicos podem ser
considerados menos importantes que estes, porém
mais importantes que os biológicos.

Os agentes biológicos, apesar dos danos à saúde que


tais agentes podem ocasionar, podem ter considerada
sua importância reduzida, quando comparada à dos
agentes físicos e químicos nos ambientes de trabalho
industriais, com ressalvas para os ambientes de
trabalho específicos dos estabelecimentos de saúde,
onde sua constatação é preponderante, mas não
exclusiva.
ASPECTOS RELACIONADOS ÀS CONDIÇÕES E AOS
AMBIENTES DE TRABALHO QUE PROPICIAM O
ADOECIMENTO
CONDIÇÕES ORGANIZACIONAIS E PSICOSSOCIAIS
 situações críticas, com sobrecarga de trabalho;
 precariedade de meios para executar as tarefas;
 falta de treinamento para o trabalho;
 falta de reconhecimento profissional,
 baixos salários, ausência de plano de carreira e/ou incentivos;
 Dificuldade de estabelecer relações interpessoais;
 carga afetiva individual;
 trabalhos em turnos e noturno;
 relação de trabalho precária (temporário, terceirizados,
cooperativados, sem garantias trabalhistas).
Os agentes mecânicos requerem medidas de atuação mais
relacionadas à equipe de Segurança do Trabalho, porém,
as condições de trabalho, os modelos produtivos, a
proteção de máquinas, são fatores que merecem toda
atenção pois podem determinar acidentes de trabalho
gravíssimos, por vezes sendo responsáveis até pela morte
de trabalhadores.
Nesse sentido, a contribuição do Médico do Trabalho na
vistoria periódica dos ambientes de trabalho pode ser de
grande valia e deve ser realizada, com risco de poder ser
enquadrado no artigo 159 do Código Civil Brasileiro, que
diz:
“Art. 159 (CC) - Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência, ou imprudência, violar direitos,
ou causar prejuízos a outrem, fica obrigado a reparar o
dano.”
Como identificar, qualificar,
quantificar e tomar ações de
proteção dos trabalhadores
frente aos riscos existentes
nos ambientes de trabalho?
HIGIENE DO TRABALHO

“Conjunto de normas e procedimentos voltados para


a integridade física e mental do trabalhador,
preservando-o dos riscos de saúde inerentes às
tarefas do cargo e ao ambiente físico onde são
executadas”
(Chiavenato, 1999).
Objetivos da Higiene do Trabalho

• Manutenção da saúde;
• Eliminação das causas das doenças profissionais;
• Prevenção do agravamento de doenças e lesões;  
• Aumento da produtividade pelo controle do
ambiente de trabalho.
Formas de Atuação da Higiene do Trabalho

1) Identificação, Prevenção e Eliminação ou


Atenuação dos riscos à saúde, com metas
de atuação e responsabilidades;
2) Controle das áreas Insalubres ou Perigosas
(EPC’s e/ou EPI’s);
3) Epidemiologia das Formas de Adoecimento
(rastreamento e diagnóstico precoce);
4) Educação e Conscientização;
5) Promoção da Saúde e Qualidade de Vida;
6) Documentação das ações efetuadas e
revisão periódica com análise crítica.
ACIDENTE DO TRABALHO

Lei 8213/91 - Ocorre pelo exercício do trabalho a serviço


da empresa, com o segurado empregado, trabalhador
avulso, médico residente, bem como com o segurado
especial no exercício de suas atividades, provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
morte, a perda ou redução, temporária ou permanente
da capacidade para o trabalho.

O Acidente de Trabalho é uma ocorrência não


programada, inesperada ou não, que
interrompe ou interfere no processo normal
de uma atividade, ocasionando perda de
tempo útil e/ou lesões nos trabalhadores e/ou
danos materiais.
Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo
humano, seja ele leve, como, por exemplo, um corte
no dedo, ou grave, como a perda de um membro.

Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento


de qualquer órgão ou sentido. Por exemplo, a perda
da visão, provocada por uma pancada na cabeça,
caracteriza uma perturbação funcional.
Consideram-se acidente do trabalho as seguintes entidades
mórbidas:

DOENÇAS PROFISSIONAIS OU ERGOPATIAS

Assim entendidas as doenças produzidas ou desencadeadas


pelo exercício de trabalho peculiar a determinada atividade e
constante do Anexo II do Decreto 3.048/1999.

Têm no trabalho a sua causa única. São doenças típicas de


algumas atividades.

(Ex.: exposição sílica = silicose; exposição ao amianto =


asbestose).
DOENÇAS DO TRABALHO OU
MESOPATIAS

Assim entendidas as doenças adquiridas ou


desencadeadas em função de condições
especiais em que o trabalho é realizado e a se
relacionam diretamente.

Por serem doenças atípicas exigem a


comprovação do nexo causal com trabalho.

(Exemplo: ar-condicionado = sinusites,


pneumopatias; computadores= tendinopatias).
Não serão consideradas como doenças do trabalho
(*):

 a doença degenerativa;
 a que não produz incapacidade laborativa;
 a doença endêmica adquirida por segurados
habitantes de região em que ela desenvolva,
salvo comparação de que resultou de exposição
ou contato direto determinado pela natureza do
trabalho.
 Em caso excepcional, constatando-se que a
doença não incluída na relação prevista nos
incisos I e II resultou de condições especiais em
que o trabalho é executado e com ele se
relaciona diretamente, a Previdência Social deve
considerá-la acidente do trabalho.
Tanto as Doenças Profissionais como as
Doenças do Trabalho são equiparadas ao
Acidente do Trabalho, quando delas decorrer
a incapacidade para o trabalho.

Lei n. 8.213/91 - Art. 20 - § 2° - Independentemente


de constar na relação do Regulamento Geral da
Previdência Social (RGPS), a Previdência Social
deverá reconhecer o acidente do trabalho quando
restar comprovado que a doença foi
desencadeada pelas condições especiais de
trabalho (insalubres ou não, de acordo com a
classificação das NR’s da Portaria 3.214/78) a que
estava submetido o segurado.
Lei 8.213/91 - Art. 21 - Acidentes do trabalho por
ficção legal

CONCAUSALIDADE
embora não seja a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte, redução
ou perda da capacidade para o trabalho.

CAUSALIDADE INDIRETA
ocorrido no local e horário de trabalho: ato de
agressão, ofensa física, ato culposo de colega,
desabamento.
ocorrido fora do local e horário do trabalho –
mas com realização de serviço sob autoridade da
empresa: viagem a serviço, acidente de trajeto.
Lei 8.213/91 - Art. 22 - Comunicação de Acidente do
Trabalho - CAT
Deve ser feita pela empresa!
Na falta desta, pelo:- próprio acidentado
- seus dependentes
- entidade sindical
- médico assistente
- autoridade pública
 Prazo: até o primeiro dia útil seguinte ao
acidente,
e, imediatamente, em caso de morte.

Forma: formulário próprio de CAT disponível nas


agências do INSS ou via internet:
www.mpas.gov.br
CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO

 A Vítima fica incapacitada de forma total ou parcial,


temporária ou permanente para o trabalho .
 A Família tem seu padrão de vida afetado pela falta dos
ganhos normais, correndo o risco de cair na
marginalidade .
 Reflete-se na Empresa a perda de mão-de-obra, de
material, de equipamentos, de tempo investido em
treinamentos, de horas extras eventualmente
necessárias, etc., provocando elevação dos custos
operacionais.
 A Sociedade, com o número crescente de inválidos e
dependentes da Previdência Social, tem a elevação do
Custo Social.
ACIDENTES DE TRABALHO - IMPLICAÇÕES

Responsabilidade Previdenciária – Lei 8.213/91

Art. 120 - Ação Regressiva proposta pelo INSS


contra o empregador.

Acidente motivado por negligência do


empregador
quanto ao cumprimento das normas de segurança
e
higiene do trabalho relativas à proteção coletiva e
individual.
ACIDENTES DE TRABALHO - IMPLICAÇÕES

Responsabilidade Previdenciária

Art. 169 - O segurado que sofreu acidente do


trabalho tem garantida pelo prazo mínimo de
12(doze) meses, a manutenção do seu contrato
de trabalho na empresa, após a cessação do
auxílio-doença acidentário. Independentemente
da percepção de auxílio-acidente.

Art. 172 - O pagamento pela Previdência Social


das prestações por acidente do trabalho não
exclui a responsabilidade civil da empresa ou
de outrem.
ACIDENTES DE TRABALHO - IMPLICAÇÕES

Responsabilidade Previdenciária

Decreto 6.042/2007

Criação do FAP.

IN - 31
ACIDENTES DE TRABALHO - IMPLICAÇÕES

Responsabilidade Previdenciária – Lei 8.213/91


Art. 173 - A empresa é responsável pela adoção do
uso das medidas coletivas e individuais de proteção e
segurança da saúde e higiene do trabalhador.
§ 1º - Constitui contravenção penal, punível com
multa, deixar a empresa de cumprir as normas de
segurança e higiene do trabalho.
§ 2° - É dever da empresa prestar informações
pormenorizadas sobre os riscos da operação a
executar e do produto a manipular.

Art. 176 - Nos casos de negligência quanto às normas


padrão de segurança e higiene do trabalho indicadas
para a proteção individual e coletiva, a Previdência
Social proporá ação regressiva contra os
responsáveis.
ACIDENTES DE TRABALHO - IMPLICAÇÕES

Responsabilidade Civil

Constituição Federal, Art. 7°


- São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
além de outros que visem à melhoria de sua condição
social:
Seguro contra acidente de trabalho, a cargo do
empregador, sem excluir a indenização a que este
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

Código Civil
Art. 159 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência, ou imprudência, violar direitos, ou causar
prejuízos a outrem, fica obrigado a reparar o dano.
ACIDENTES DE TRABALHO - IMPLICAÇÕES

Responsabilidade Civil

Código Civil
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda
que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular


de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
bons costumes.
Perícias Judiciais Trabalhistas
A Ação Judicial Trabalhista é o meio de que se vale um
cidadão para pleitear seus direitos quando a matéria
envolve Acidentes de Trabalho, Doenças Ocupacionais
(Profissionais ou do Trabalho) e as Condições de
Trabalho, decorrente dos quais tenha restado Morte,
Incapacidade (total, parcial, temporária, definitiva),
Redução da Capacidade ou Sequelas de quaisquer
naturezas.
Dano: Qualificação e Quantificação (Repercussões sobre
a Capacidade Física, Funcional, Laborativa e Dano
Estético).
Nexo Causal: Existência do Risco/Exposição; local da
ofensa relacionado com local da lesão; temporalidade;
lógica anatomoclínica; não exista causa estranha
motivadora do dano).
PROCEDIMENTOS MÉDICO-PERICIAIS PARA O
RECONHECIMENTO TÉCNICO DO NEXO CAUSAL
ENTRE A DOENÇA E O TRABALHO” (Art. 337 Decreto
3048/99)

De acordo com a Resolução 1488/98 do Conselho


Federal de Medicina, aplicável a todos os médicos
em exercício profissional no país, “para o
estabelecimento do nexo causal entre os transtornos
de saúde e as atividades do trabalhador, além do
exame clínico (físico e mental) e os exames
complementares, quando necessários, deve o
médico considerar:
Ahistória clínica e ocupacional, decisiva em
qualquer diagnóstico e/ou investigação de nexo
causal;
O estudo do local de trabalho;
O estudo da organização do trabalho;
 Os dados epidemiológicos;
A literatura atualizada;
A ocorrência de quadro clínico ou subclínico em
trabalhador exposto a condições agressivas;
A identificação de riscos físicos, químicos,
biológicos, mecânicos, estressantes, e outros;
O depoimento e a experiência dos trabalhadores;
 Osconhecimentos e as práticas de outras
disciplinas e de seus profissionais, sejam ou não da
área de saúde.” (Artigo 2º da Resolução CFM 1488/98).
Além disso, recomenda-se incluir no raciocínio
médico, a resposta a algumas questões
importantes, a saber:

1) Natureza da exposição: o “agente patogênico” é


claramente identificável pela história ocupacional
e/ou pelas informações colhidas no local de
trabalho e/ou de fontes idôneas familiarizadas com
o ambiente ou local de trabalho do Segurado?

2) Especificidade da relação causal: o agente


patogênico ou o fator de risco podem estar pesando
de forma importante entre os fatores causais da
doença?
Schilling Categoria Exemplos

- Intoxicação por Chumbo;


I – Trabalho como Causa
Necessária - Silicose;
(Nexo Causal é Direto e Imediato) - “Doenças Profissionais”
legalmente reconhecidas.

II – Trabalho como Fator - Doença Coronariana;


Contributivo, mas não - Doenças do Aparelho
necessário Locomotor;
- Câncer;
(Nexo Causal Estabelecido
Epidemiologicamente) - Varizes dos Membros
Inferiores.
III – Trabalho como Provocador
- Bronquite Crônica;
de um Distúrbio Latente ou
- Dermatite de Contato
Agravador de Doença já
Alérgica;
estabelecida.
- Asma;
(Concausalidade)
- Doenças Mentais.
3) Tipo de relação causal com o trabalho: o
trabalho é causa necessária (Schilling Tipo I)?
Fator de risco contributivo de doença de etiologia
multicausal (Schilling Tipo II)? Fator
desencadeante ou agravante de doença pré-
existente (Schilling Tipo III)?

4) Grau ou intensidade da exposição: é ele


compatível com a produção da doença?

5) Tempo de exposição: é suficiente para produzir


a doença?

6) Tempo de latência: é suficiente para que a


doença surja e se desenvolva?
7) Pré-Existência: Há o registro do “estado
anterior” do trabalhador segurado? O
conhecimento do “estado anterior” favorece o
estabelecimento do nexo causal entre o “estado
atual” e o trabalho?

8) Epidemiologia: Existem evidências


epidemiológicas que reforçam a hipótese de
relação causal entre a doença e o trabalho
presente ou pregresso do segurado?

A resposta positiva à maioria destas questões irá


conduzir o raciocínio na direção do
reconhecimento técnico da relação causal entre a
doença e o trabalho.
Epidemiologia
Conjunto de conceitos, métodos e formas
de ação que se aplicam ao conhecimento e
transformação do processo saúde-doença
na dimensão coletiva ou social.

Distribuição das doenças nas coletividades


humanas e dos fatores causais
responsáveis por essa distribuição.
Multifatorialidade

Nenhuma das condições para a eclosão


de uma doença é suficiente para
desencadeá-la.

A probabilidade da sua ocorrência é


dependente da associação estabelecida
entre os fatores contribuintes.

A associação destes fatores é sinérgica,


afetando as funções vitais do ser vivo,
provocando a doença.
História natural da doença
Inter-relações do agente, do suscetível e
do meio ambiente que afetam o processo
global e seu desenvolvimento.

desde as primeiras forças que criam o


estímulo patológico no meio ambiente, ou
em qualquer outro lugar.

passando pela resposta do homem ao


estímulo, até as alterações que levam a um
defeito, invalidez, recuperação ou morte.
Período pré-patogênico
Inter-relação entre agente, suscetível e
ambiente que produzem estímulo à doença.
Fatores sociais
Sócio econômicos: recursos financeiros
Sócio políticos: cidadania
Sócio culturais: conhecimento
Fatores psicossociais
Fatores ambientais
Agressores ambientais
Fatores genéticos
Período patogênico

Interação do estímulo com o suscetível


provocando alterações:

- Bioquímicas, histológicas e fisiológicas.

- Sinais e sintomas (doença).

- Cura, invalidez ou morte.


Níveis de prevenção
Prevenção primária (pré patogênico)
Promoção da saúde
Proteção específica

Prevenção secundária (doença)


Diagnóstico precoce
Tratamento imediato
Limitação da incapacidade

Prevenção terciária (sequelas)


Reabilitação
Reintegração social
Indicadores
São relações numéricas que visam
estabelecer medidas de determinação de
ocorrências ou de uma situação.

São parâmetros representativos de um


processo que permitem quantificá-lo.

Representação quantificável da qualidade de


um produto ou serviço.
Indicadores de Saúde (OMS)
- Prover dados necessários ao planejamento e
avaliação dos serviços de saúde.

- Identificar os fatores determinantes das


doenças e permitir sua prevenção.

- Avaliar os métodos utilizados no controle das


doenças.

- Descrever as histórias das doenças e


classificá-las.

- Colocar à disposição do homem


conhecimento e tecnologia, que possam
promover a saúde individual através de
medidas de alcance coletivo
“O prontuário do paciente representa uma
segurança para os médicos cultos e
conscienciosos, uma ameaça constante para
audazes sem escrúpulos, os ignorantes
incorrigíveis e, ao mesmo tempo, uma
barreira intransponível contra reclamações e
caprichos dos clientes descontentes.”
(Lacassagne)

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