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Técnico em

Enfermagem
Módulo II
SAÚDE DO TRABALHADOR
Evolução histórica da
Política Nacional de Saúde do Trabalhador
 Período inicial (1940-1970)
Nesse período, a saúde do trabalhador no Brasil era centrada na
medicina curativa e previdenciária. As ações voltadas à saúde do
trabalhador eram desenvolvidas, principalmente, pelo Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS), que se concentrava no
atendimento aos trabalhadores acidentados e acometidos por
doenças ocupacionais.
A principal referência normativa desse período foi a Lei nº 3.784, de
15 de novembro de 1941, que criou o INSS e estabeleceu as bases
da previdência social no Brasil. A lei previu a concessão de
benefícios previdenciários aos trabalhadores acidentados ou
acometidos por doenças ocupacionais, mas não estabeleceu
diretrizes para a prevenção desses agravos.
Evolução histórica da
Política Nacional de Saúde do Trabalhador
 Período de transição (1970-1988)
A partir da década de 1970, a saúde do trabalhador passa a ser vista
como um direito fundamental do trabalhador. Nesse período, o
movimento sindical e as organizações de trabalhadores começam a
se mobilizar pela defesa da saúde do trabalhador.
A principal referência normativa desse período foi a Lei nº 6.514,
de 22 de dezembro de 1977, que estabeleceu normas de segurança
e medicina do trabalho. A lei previu a realização de exames
médicos admissionais, periódicos e demissionais, mas não
estabeleceu diretrizes para a promoção da saúde do trabalhador.
Evolução histórica da
Política Nacional de Saúde do Trabalhador
 Período de consolidação (1988-2000)
A Constituição Federal de 1988 consagrou o direito à saúde do
trabalhador como um direito social. O Sistema Único de Saúde
(SUS) foi criado com a atribuição de desenvolver ações de
vigilância e atenção à saúde do trabalhador.

Onde na Constituição Federal está contida as leis do SUS?


 Artigos 196 – 200
 Doutrinas: Universalidade, Integralidade e Equidade
 Diretrizes: Descentralização, Regionalização, Hierarquização,
Participação do cidadão e Complementariedade.
Evolução histórica da
Política Nacional de Saúde do Trabalhador
 Período de consolidação (1988-2000)
A principal referência normativa desse período foi a Lei nº 8.080, de
19 de setembro de 1990, que criou o SUS. A lei estabeleceu a saúde
do trabalhador como uma das atribuições do SUS, mas não definiu
diretrizes específicas para o desenvolvimento das ações de saúde do
trabalhador.
Evolução histórica da
Política Nacional de Saúde do Trabalhador
 Período atual (2000-atualidade)
No início da década de 2000, o Ministério da Saúde elabora a
primeira Política Nacional de Saúde do Trabalhador
(PNST), que tem como objetivo definir os princípios,
diretrizes e estratégias para o desenvolvimento da atenção
integral à saúde do trabalhador.
A PNST de 2001 foi atualizada em 2012, incorporando novos
desafios e avanços da área. A atualização da PNST reforçou a
importância da vigilância em saúde do trabalhador, da
promoção da saúde do trabalhador e da participação social.
Evolução histórica da
Política Nacional de Saúde do Trabalhador
 Período atual (2000-atualidade)
Principais avanços
• A definição da saúde do trabalhador como um direito
social;
• A atribuição do SUS de desenvolver ações de vigilância e
atenção à saúde do trabalhador;
• A criação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do
Trabalhador (RENAST);
• O fortalecimento da participação social nas ações de saúde
do trabalhador.
Evolução histórica da
Política Nacional de Saúde do Trabalhador
 Período atual (2000-atualidade)
Desafios
• A precariedade das condições de trabalho;
• A falta de informação e conscientização sobre a saúde do
trabalhador;
• A insuficiência de recursos financeiros para o
desenvolvimento das ações de saúde do trabalhador.
Política Nacional de Saúde do Trabalhador
(Portaria GM/MS n° 1.823/ 2012)

 Diretrizes
• Vigilância em saúde do trabalhador: a vigilância em
saúde do trabalhador tem como objetivo identificar,
monitorar e prevenir os riscos à saúde relacionados ao
trabalho.
• Promoção da saúde do trabalhador: a promoção da saúde
do trabalhador tem como objetivo fortalecer os fatores
protetores da saúde e reduzir os fatores de risco
relacionados ao trabalho.
• Atenção à saúde do trabalhador: a atenção à saúde do
trabalhador tem como objetivo atender às necessidades de
saúde dos trabalhadores, incluindo a prevenção, o
diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a redução da
morbimortalidade decorrente dos modelos de
desenvolvimento e dos processos produtivos.
Gênero e Trabalho
A relação entre gênero e trabalho envolve questões sociais,
culturais e econômicas que podem influenciar a saúde e o bem-
estar dos trabalhadores. Aqui estão alguns pontos relevantes:
1. Desigualdades Salariais e Ocupacionais: No Brasil, como
em muitos outros lugares, existe uma disparidade salarial entre
homens e mulheres. Além disso, certas profissões e setores de
trabalho são dominados por um gênero específico, levando a
desigualdades ocupacionais.
2. Dupla Jornada: Muitas mulheres enfrentam a chamada
"dupla jornada", que envolve equilibrar responsabilidades
profissionais e domésticas. Essa sobrecarga pode impactar
negativamente a saúde mental e física das trabalhadoras.
Gênero e Trabalho
3. Condições de Trabalho: Homens e mulheres podem ser
expostos a condições de trabalho diferentes com base no tipo
de emprego. Por exemplo, alguns setores podem apresentar
riscos específicos à saúde que afetam predominantemente um
gênero.
4. Assédio e Discriminação: A discriminação de gênero e o
assédio no local de trabalho são questões relevantes. Isso pode
afetar a saúde mental e emocional dos trabalhadores, além de
criar um ambiente de trabalho hostil.
5. Licença Maternidade e Paternidade: As políticas
relacionadas à licença maternidade e paternidade também
desempenham um papel importante. A falta de apoio adequado
pode impactar a saúde física e emocional das mães e pais que
trabalham.
Gênero e Trabalho
6. Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional: É crucial
considerar as diferenças de gênero ao desenvolver políticas de
saúde e segurança no trabalho. As necessidades de homens e
mulheres podem variar, exigindo abordagens específicas para
garantir a proteção de todos os trabalhadores.
7. Representatividade: A representatividade de gênero em
todos os níveis hierárquicos e setores de trabalho é uma
questão importante. A falta de representação pode contribuir
para a perpetuação de estereótipos e desigualdades.
Aspectos conceituais dos riscos
 Acidentes de trabalho: os homens são mais propensos a sofrer
acidentes de trabalho do que as mulheres. Isso pode ser explicado
pela maior exposição dos homens a riscos físicos, como a
exposição a máquinas e equipamentos pesados.
 Doenças ocupacionais: as mulheres são mais propensas a
desenvolver doenças ocupacionais relacionadas a fatores
ergonômicos, como lesões por esforço repetitivo (LER) e
distúrbios osteomusculares (Dort). Isso pode ser explicado pela
maior exposição das mulheres a tarefas repetitivas e a posturas
inadequadas no trabalho.
 Violência no trabalho: as mulheres são mais propensas a sofrer
violência no trabalho, como assédio sexual e assédio moral. Isso
pode ser explicado pela desigualdade de gênero no mercado de
trabalho e pela cultura machista que ainda prevalece em muitas
sociedades.
Aspectos conceituais dos riscos laborais
 Riscos físicos: são aqueles causados por agentes físicos,
como ruído, vibrações, radiações ionizantes e não
ionizantes, calor, frio, umidade, eletricidade e pressão.
 Riscos químicos: são aqueles causados por agentes
químicos, como gases, vapores, poeiras, fumos, névoas e
líquidos.
 Riscos biológicos: são aqueles causados por agentes
biológicos, como bactérias, vírus, fungos, parasitas e
protozoários.
 Riscos ergonômicos: são aqueles causados por fatores que
interferem nas características psicofisiológicas do
trabalhador, como levantamento de peso, ritmo excessivo de
trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada e
iluminação inadequada.
Agravos à saúde do trabalhador
 Doenças ocupacionais: são doenças causadas pelo trabalho
ou que são agravadas pelo trabalho.
 Acidentes de trabalho: são eventos inesperados que
causam danos à saúde ou à integridade física do trabalhador.
 Lesões por esforço repetitivo (LER) e distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT): são
doenças causadas pelo uso repetitivo de músculos e tendões.
 Estresse ocupacional: é o estado de tensão mental e física
causado pelo trabalho.
Prevenção dos riscos
 Inspeção periódica do ambiente de trabalho;
 Treinamento dos trabalhadores sobre segurança do trabalho;
 Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e
Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC);
 Adoção de medidas de controle dos riscos, como
isolamento, ventilação, sinalização e treinamento.

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