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Pós-graduação em Engenharia de Segurança

do Trabalho
Disciplina: O Ambiente e as Doenças do
Trabalho
Ementa:
• Conceitos e importância. Epidemiologia e Doenças Ocupacionais. Medicina
do trabalho: atribuições e relação com a engenharia de segurança do
trabalho. Doenças causadas por agentes físicos, químicos e biológicos.
Doenças no meio rural. Programas de controle para prevenção de doenças
ocupacionais. Toxicologia (PPR, PCMSO, PCA).
As Doenças e o Ambiente de Trabalho
As Doenças e o Ambiente de Trabalho

Introdução

• Trabalho sustenta a base econômica e


material das sociedades.

• A saúde dos trabalhadores e um


ambiente de trabalho saudável são
pré-requisitos para a produtividade e
fundamentais para o desenvolvimento
socioeconômico e sustentável de uma
sociedade.
As Doenças e o Ambiente de Trabalho

Introdução
Sociedade dependente da capacidade de
trabalho de seus trabalhadores.

A Força de Trabalho disponível num país


depende de três fatores:

• Tamanho da pop. residente;


• Faixa etária da pop. (adultos);
• Disposição ao emprego dessa
população.
As Doenças e o Ambiente de Trabalho

Mudanças importantes no perfil da


oferta de força de trabalho brasileira
ao longo dos últimos 30 anos.

Quais são as implicações para as próximas


décadas?
As Doenças e o Ambiente de Trabalho
As Doenças e o Ambiente de Trabalho
As Doenças e o Ambiente de Trabalho
SESMT
Serviços Especializados em Segurança e em
Medicina do Trabalho

• Conceituação e importância;
• Atribuições e relacionamento com a engenharia de segurança;
• Decreto7.602/2011 - PNSST
HISTÓRICO SESMT
• RAMAZZINI – 1700 - primeiras descrições DRT;
• Medicina do trabalho – 1830 -Revolução
industrial;
• 1959 – Recomendação OIT nº 112 – Serviços de
Medicina do Trabalho.
• Saúde Ocupacional - Pós-Guerra (* intervir nos
locais de trabalho – controle dos riscos)
• Saúde do Trabalhador – Segunda metade da
década de 60 (trabalhador como ator, serviços
públicos como suporte técnico),
SESMT

• 1959 – Recomendação OIT nº 112 –


Serviços de Medicina do Trabalho.
• BRASIL: SESMT, criado a partir do
Decreto-Lei  Nº 229, de 28/02/1967.
• Regulamentado em 27 de julho de 1972,
Portaria n° 3.237( MTPS).
• 1978 – Port. 3.214 (MTE) - Normas
Regulamentadoras, revoga a Port. n°
3.237/72.
• SESMT - NR 4.
• Port. Nº 559, DE 3 DE AGOSTO DE 2016
Determina a utilização do Sistema
SESMT.
• Obrigatoriedade: Empresas privadas e
públicas, órgãos públicos da
administração direta e indireta e dos
poderes Legislativo e Judiciário que
possuam empregados regidos pela CLT.
Equipe:
• 3 n. superior (Médico do Trabalho, Enfermeiro do
• Instituição do SESMT: total de Trabalho e Engenheiro de Segurança do
empregados X grau de risco da atividade Trabalho).
econômica principal. • 2 n. técnico (Auxiliar de Enfermagem do Trabalho
e Técnico de Segurança do Trabalho).
• Qualquer membro pode chefiar o
serviço.
Empresas: com 50% dos
empregados em
estabelecimentos ou setor
com grau de risco superior
ao da atividade principal:
deverão dimensionar o
SESMT, em função do
maior grau de risco.
Atribuições do Engenheiro de Segurança do Trabalho no SESMT:
(regulamentado pela Lei n° 7.410/85 e Decreto n° 92.530/86).
Engenheiro ou o Arquiteto com pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho.

Atribuições:
 Estudar as condições de segurança dos locais de trabalho e das instalações e equipamentos;
 Planejar e desenvolver a implantação de técnicas relativas a gerenciamento e controle de riscos;
 Analisar riscos, acidentes e falhas, investigando causas, propondo medidas preventivas e corretivas, dentre
outras.
Sistema SESMT
Política Nacional de Saúde e Segurança no Trabalho - PNSST
Decreto Nº 7.602 nov./2011
Brasil: 2010 – 4º maior taxa de mortalidade por acidente de trabalho no mundo.
2013 – 3º maior taxa de mortalidade por acidente de trabalho.

• 2.731 mortes;
• 14.755 ficam permanentemente incapacitadas.

No Brasil: SÃO 8 MORTES E 30 TRABALHADORES COM SEQUELAS


DEFINITIVAS POR DIA.

No Mundo: a cada 15 segundos, um trabalhador morre de acidentes


ou doenças relacionadas com o trabalho.
Dados, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Anuário Estatístico da Previdência Social de
2012.
ORIGEM DA PALAVRA TRABALHO

 O termo vem de tripalium (ou trepalium), do


Latim Tardio, um instrumento romano de
tortura, uma espécie de tripé formado por
três estacas cravadas no chão, onde eram
supliciados os escravos. Reúne o elemento "
tri" (três) e " palus" (pau) - literalmente, "três
paus".
HISTÓRICO
Ramazzini – 1700 : primeiras descrições
Medicina do Trabalho – 1830: Revolução industrial

• A serviço e sob confiança do empresário


• Centrado no médico – responsabilização
• Adaptação física e mental dos trabalhadores
• Visão mecanicista ( Administração científica )
• Porém: evolução tecnológica, aumento da morbidade,
insatisfação.
Saúde Ocupacional – Pós-Guerra

 Necessidade de intervir no ambiente - Multicausalidade


 Multiprofissional – centrado no Médico
 Ênfase na Higiene Industrial
 Porém: capacitação, conhecimento, tecnologia de intervenção não
acompanham o ritmo de transformação, modelo mecanicista
Saúde do trabalhador - 2ª metade do século XX:

 Resposta aos movimentos sociais e dos trabalhadores


 Direito à informação, à recusa, consulta prévia, participação
 Automação, informatização, terceirização
 Determinação social do processo saúde-doença
 Construída no espaço da Saúde Pública
 Intervenção no processo saúde-doença-trabalho ( “organizador da vida
social, espaço de dominação do capital sobre o trabalhador, mas também
de resistência, constituição e do fazer histórico “ )
 Trabalhador como ator, serviços públicos como suporte técnico
Saúde do Trabalhador no BRASIL

Movimento em prol da Saúde do Trabalhador tem como


marco o final dos anos 70:

Ações em defesa do direito ao trabalho digno e


saudável;

A participação dos trabalhadores nas decisões quanto à


organização e gestão dos processos produtivos;

E na busca da garantia da atenção integral à saúde para


todos.
Saúde do Trabalhador no BRASIL
Art.200: ao sistema Único de Saúde (SUS) compete:

II. Executar as ações de vigilância sanitária e


epidemiológica, bem como as de Saúde do
Trabalhador.
REDE NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL
À SAÚDE DO TRABALHADOR.

Criada no final de 2002 e


atualizada pela Portaria
nº 2728 de 11 de
novembro de 2009

É uma rede de atenção integral à saúde do


trabalhador em todos os níveis: Atenção
Primária, Secundária e Terciária de modo
articulado com as vigilâncias Sanitária,
Epidemiológica e Ambiental.
TRABALHADOR

Trabalhadores são todos os homens e mulheres que exercem


atividades para seu próprio sustento e ou de seus
dependentes, qualquer que seja a forma de inserção no
mercado de trabalho, nos setores formal e informal da
economia. (MS,
2004)
TRABALHO

Abrange as atividades formais, informais, ilegais, os


trabalhos domiciliares, familiares, as atividades
consideradas “ajuda”, não remuneradas ou com
benefícios secundários como casa
. e comida
(MS,2004)
Política Nacional de Saúde e Segurança no
Trabalho
Decreto Nº 7.602 nov./2011
Política Nacional de Segurança e
Saúde no Trabalho

Decreto nº 7.602 de 07 de novembro de 2011.

Deve ser desenvolvida de modo articulado e


cooperativo pelos ministérios do trabalho, da
previdência Social e da saúde, com vistas a
garantir que o trabalho, base da organização social
e direito humano fundamental, seja realizado em
condições que contribuam para a melhoria da
qualidade de vida, a realização pessoal e social dos
trabalhadores e sem prejuízo para sua saúde,
integridade física e mental.
OBJETIVOS:

A Promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida do


trabalhador e a prevenção de acidentes e de danos á saúde
advindos,relacionados ao trabalho ou que ocorram no curso
dele por meio da eliminação ou redução dos riscos nos
ambientes de trabalho.
DIREITO AO TRABALHO

Trabalho Decente: Trabalho


produtivo e adequadamente
remunerado, exercido em
condições de liberdade,
equidade, segurança, sem
quaisquer formas de
discriminação, e capaz de
garantir uma vida digna a todas
as pessoas que vivem de seu
trabalho.
DIRETRIZES da PNSST:
I- Inclusão de todos os trabalhadores brasileiros no Sistema Nacional de
promoção e proteção da saúde;

II- Harmonização das legislações e articulação das ações de


promoção, proteção, prevenção, assistência, reabilitação e
reparação da saúde do trabalhador;

III- Adoção de medidas especiais para atividades laborais de alto


risco;

IV- Estruturação de Rede Integrada de Informações em Saúde do


Trabalhador;
DIRETRIZES da PNSST:
V- Promoção da Implantação de sistemas e programas de gestão da
segurança e saúde nos locais de trabalho;

VI- Reestruturação da Formação em Saúde do Trabalhador e em


Segurança no Trabalho e o estímulo á capacitação e á educação
continuada de trabalhadores;

VII- Promoção de agenda integrada de estudos e pesquisas em Segurança


e Saúde no Trabalho.

Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho


Abril de 2012.
Ministério do Trabalho e Emprego - MTE

1- Formular e propor as diretrizes da inspeção do trabalho, bem como


supervisionar e coordenar a execução das atividades relacionadas com a
inspeção dos ambientes de trabalho e respectivas condições de trabalho;
2- Elaborar e revisar, em modelo tripartite, as Normas Regulamentadoras de
Segurança e Saúde no Trabalho;
3- Participar da elaboração de Programas Especiais de Proteção ao Trabalho,
assim como da formulação de novos Procedimentos Reguladores das
relações capital-trabalho;
4- Promover estudos da Legislação Trabalhista e correlata, propondo o seu
aperfeiçoamento;
5- acompanhar o cumprimento,dos acordos e convenções ratificados pelo
Governo brasileiro junto a organismos internacionais, em especial à
Organização Internacional do Trabalho – OIT;
6- planejar, coordenar e orientar a execução do Programa de Alimentação do
Trabalhador
Fundacentro/MTE:

1.elaborar estudos e pesquisas pertinentes aos problemas que afetam a


segurança e saúde do trabalhador;
2.produzir análises, avaliações e testes de medidas e métodos que visem
à eliminação ou redução de riscos no trabalho, incluindo equipamentos
de proteção coletiva e individual;
3.desenvolver e executar ações educativas sobre temas relacionados
com a melhoria das condições de trabalho nos aspectos de saúde,
segurança e meio ambiente do trabalho;
4.difundir informações que contribuam para a proteção e promoção da
saúde do trabalhador;
5.contribuir com órgãos públicos e entidades civis para a proteção e
promoção da saúde do trabalhador;
6.estabelecer parcerias e intercâmbios técnicos com organismos e
instituições nacionais e internacionais e contribuir com a implementação
de ações globais de organismos internacionais.
Ministério da Previdência Social/ MPS:
1- Subsidiar a formulação e a proposição de diretrizes e normas relativas à
interseção entre as ações de segurança e saúde no trabalho e as ações de
fiscalização e reconhecimento dos benefícios previdenciários decorrentes
dos riscos ambientais do trabalho;
2- Coordenar, acompanhar, avaliar e supervisionar as ações do Regime
Geral de Previdência Social, bem como a política direcionada aos Regimes
Próprios de Previdência Social;
3- Coordenar, acompanhar e supervisionar a atualização e a revisão dos
Planos de Custeio e de Benefícios;
4- Realizar estudos, pesquisas e propor ações formativas visando ao
aprimoramento da legislação e das ações do Regime Geral de Previdência
Social e dos Regimes Próprios de Previdência Social;

5- Por intermédio do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS:


1.realizar ações de reabilitação profissional;
2.avaliar a incapacidade laborativa para fins de concessão de benefícios
previdenciários.
Ministério da Saúde/MS ( SUS):
1- Fomentar a estruturação da atenção integral à saúde dos trabalhadores,
envolvendo a promoção de ambientes e processos de trabalho saudáveis, o
fortalecimento da vigilância de ambientes, processos e agravos relacionados
ao trabalho, a assistência integral à saúde dos trabalhadores, reabilitação
física e psicossocial e a adequação;
2- Definir, em conjunto com as secretarias de saúde de Estados e Municípios,
normas, parâmetros e indicadores para o acompanhamento das ações de
saúde do trabalhador a serem desenvolvidas no Sistema único de Saúde,
segundo os respectivos níveis de complexidade destas ações;
3- Promover a revisão periódica da listagem oficial de doenças relacionadas
ao trabalho;
4- Contribuir para a estruturação e operacionalização da rede integrada de
informações em saúde do trabalhador;
5- Apoiar o desenvolvimento de estudos e pesquisas em saúde do
trabalhador;
6- Estimular o desenvolvimento de processos de capacitação de recursos
humanos em saúde do trabalhador;
7- Promover a participação da comunidade na gestão das ações em saúde do
trabalhador;
Empregador

Atores
Sociais
Estado

s a Tri partite
Me

Trabalhador
Adaptado aula prof. Beth Dias
Primeiros trabalhadores do Brasil?
Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da
Trabalhadora.
(Portaria GM nº1.823 de 23 em agosto de 2012)

Parágrafo Único: A PNSTTª alinha-se com o conjunto de políticas de


saúde no âmbito do SUS, considerando a transversalidade das ações de
saúde do trabalhador e o trabalho como um dos determinantes do
processo saúde-doença.
A implementação da RENAST dar-se-á do seguinte
modo:

I - estruturação da rede de Centros de Referência em Saúde do


Trabalhador (CEREST);

II - inclusão das ações de saúde do trabalhador na atenção básica, por


meio da definição de protocolos, estabelecimento de linhas de cuidado e
outros instrumentos que favoreçam a integralidade;

III - implementação das ações de promoção e vigilância em saúde do


trabalhador;

IV - instituição e indicação de serviços de Saúde do Trabalhador de


retaguarda, de média e alta complexidade já instalados, aqui chamados de
Rede de Serviços Sentinela em Saúde do Trabalhador; e

V - caracterização de Municípios Sentinela em Saúde do Trabalhador


CEREST – Centro de Referência Regional em
Saúde do Trabalhador

O CEREST tem por função dar subsídio técnico para


o SUS, nas ações de promoção, prevenção,
vigilância, diagnóstico, tratamento e reabilitação em
saúde dos trabalhadores urbanos e rurais.
Descentralização
RENAST
Capacitação da rede
Referência técnica Ministério da Saúde

Vigilância formal
Secretarias de Saúde do Estado
Convênios cooperação CEREST estadual
Estágios, pesquisa
Secretarias Municipais de Saúde
Assessorar legislativo
Promoção CEREST regional
Assistência média
complexidade Referências Técnicas Municipais
Controle social
Protocolos

REDE SENTINELA
Emprego e o Auto-emprego DESCENTES:

São a melhor maneira de atender ás necessidades sociais:

1- A inserção no sistema produtivo oferece uma solução


definitiva, enquanto as medidas assistenciais requerem
financiamento público recorrente;

2- Em termos psicológicos , o exercício do direito ao trabalho


promove a auto-estima, oferece, oportunidades para a auto-
realização e o avanço na escala social, ao contrário do
desânimo e da falta de perspectivas vivenciados por assistidos
crônicos.
Emprego e auto-emprego
DESCENTE:

Agosto 2012
COMO É O SEU TRABALHO?
COMO É O SEU TRABALHO?
COMO É O SEU TRABALHO?
COMO É O SEU TRABALHO?
COMO É O SEU TRABALHO?
COMO É O SEU TRABALHO?
COMO É O SEU TRABALHO?
COMO É O SEU TRABALHO?
COMO É O SEU
TRABALHO?
COMO É O SEU
TRABALHO?
COMO É O SEU TRABALHO?
COMO É O SEU TRABALHO?
COMO É O SEU TRABALHO?
“ A formulação de uma
Política Pública é o
processo de
transformação de
demandas sociais em
escolhas políticas”

Roberto Guimarães,1986.
OBRIGADO!
Magdacota_to@yahoo.com.br
Tel.: 9607- 4035

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