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A saúde do trabalhador de enfermagem frente às

condições de trabalho e a precarização dos vínculos


empregatícios
 CONCEITUAÇÕES

ENTENDENDO ESTES
PROCESSOS
SAÚDE DO TRABALHADOR ?
Segundo a Lei nº 8.080/90, art.6,§3.º, entende-se por
saúde do trabalhador

um conjunto de atividades que se destina, através das ações


de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção
e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à
recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores
submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de
trabalho.
AMBIENTE DE TRABALHO?
Ambiente é um termo com origem no latim ambĭens, que significa “que
rodeia”. Esta noção refere-se ao entorno que rodeia os seres vivos,
condicionando as suas circunstâncias vitais. O ambiente, por conseguinte, é
formado por diversas condições, tanto físicas como sociais, culturais e
económicas.

O trabalho, por sua vez, é a medida do esforço que realizam as


pessoas. Trata-se da actividade produtiva que um sujeito leva a
cabo e que é remunerada através de um salário 
O ambiente de trabalho engloba todas as
circunstâncias que incidem na atividade dentro de um
escritório, de uma fábrica, etc.

OBS: O conceito de ambiente de trabalho algumas vezes confundido


com o MEIO AMBIENTE DO TRABALHO é o local ou o ambiente onde
se desenvolvem as ações de trabalho, convivência e permanência dos
trabalhadores, enquanto no exercício de suas atividades laborais.
PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO ?
Este termo tem sido utilizado para designar perdas nos direitos
trabalhistas ocorridas no contexto das transformações do mundo do
trabalho e de retorno às ideias liberais de defesa do estado mínimo, que
vêm surgindo, especialmente, nos países capitalistas desenvolvidos a
partir da terceira década do século passado.

Em termos genéricos refere-se a um conjunto


amplo e variado de mudanças em relação ao
mercado de trabalho, condições de trabalho, 
qualificação dos trabalhadores e direitos
trabalhistas
ENFERMAGEM NO BRASIL
BAHIA
 De acordo com o Censo 2010, o Brasil  101.731 PROFISSIONAIS
possuia 190.732.694 habitantes,
demonstrando que em uma década a
 AUXILIARES DE ENFERMAGEM
população cresceu 12,3%. Nesta mesma 17.149 PROFISSIONAIS
crescente está a área da Enfermagem, que  TECNICOS EM ENFERAMGEM
contabilizava 1.480.653 profissionais.
57.264 PROFISSIONAIS
 ENFERMEIROS
25.555 PROFISSIONAIS

HOJE: MAIS 2,5 MILHÕES DE


TRABALHADORES
A SAÚDE DO TRABALHADOR DA ENFERMAGEM

A singularidade do setor da saúde é que, nele, o aumento de capital e


de tecnologia, ao invés de reduzir, faz aumentar a mão-de-obra.

O aumento do custo em saúde - população com mais saúde, com vida


mais longa e melhor - passou a exigir pessoal em maior quantidade,
melhor qualificado e bem remunerado. Mais capital, mais tecnologia,
mais trabalhadores de saúde!
No setor saúde a enfermagem ocupa
função singular :

• O maior grupo individualizado de trabalhadores de saúde; (54,5%)


Prestadora de assistência ininterrupta, 24 horas por dia;
• Executora de cerca de 60% das ações de saúde;
• A categoria que mais entra em contato físico com os doentes;
• Por excelência, uma profissão feminina;
• Bastante diversificada em sua formação.
O termo Saúde do Trabalhador refere-se a uma área de Saúde Pública que possui
as relações existentes entre o trabalho e a saúde como objeto de estudo e
intervenção; cabendo destacar os determinantes relacionados, dentre eles:
sociais, econômicos, tecnológicos e organizacionais; que respondem pelos
fatores de risco presentes nos processos de trabalho e nas condições de vida
No contexto da Enfermagem, é possível verificar que estes trabalhadores
estão expostos a várias cargas que comprometem a saúde, gerando índices
elevados de acidentes de trabalho e doenças relacionadas à ocupação
Das principais patologias acarretadas encontram-se os distúrbios
musculoesqueléticos (DME), tendo como principais fatores de risco: a
organização do trabalho, os fatores ambientais e as possíveis
sobrecargas de segmentos corporais em determinados movimentos
Ademais, a experiência permitiu a relação da saúde do
trabalhador com a subjetividade do mesmo, refletindo a
representação do seu modo específico de trabalhar/desgastar-se,
incluindo a saúde mental e o estresse

FONTE: Ana Lúcia Cardoso Kirchhof -Rev Bras Enferm, Brasília (DF) 2003 nov/dez;56(6):669-673
estudos realizados sobre a saúde do trabalhador de enfermagem, encontram-se fatores de riscos
os quais os mesmos estão expostos e considera-se que o profissional pouco conhece sobre as doenças
e causas relacionadas com sua atividade de trabalho

. Esse desconhecimento implica num aumento de acidente de trabalho, assim como de


doenças ocupacionais, acarretando afastamento ou permanência no trabalho em
condições físicas e psicológicas alteradas, interferindo diretamente no cuidado
prestado e na qualidade de vida do profissional

FONTE: Ana Lúcia Cardoso Kirchhof -Rev Bras Enferm, Brasília (DF) 2003
nov/dez;56(6):669-673
PRINCIPAIS RISCOS E DOENÇAS

RISCOS BIOLÓGICOS: INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS E OTITES:

RISCOS FÍSICOS: RADIAÇÕES XCANCER

RISCOS QUIMICOS: LESÕES DE PELE E ALERGIAS;

RISCOS ergonomicos: LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS

riscos ambientais: estresse, depressão e bornaut.


• INTERVENÇÕES NECESSÁRIAS PARA
BOAS CONDIÇÕES DE TRABALHO:
NR 07 Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional
NR 09 Programas de Prevenção de Riscos
Ambientais E
NR 15 Atividades e Operações Insalubres.
NR32-SAUDE E SEGURANÇA PARA O
TRABALHADOR DA SAÚDE
SINDICALIZAÇÃO
CONDIÇÕES DE TRABALHO
-NR32 APLICADA;
-DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL;
-EDUCAÇÃO PERMANENTE;
- EQUIPAMENTOS E MATERIAIS NECESSÁRIOS;
- VALORIZAÇÃO DA PRODUTIVIDADE E QUALIDADE
TOTAL NO TRABALHO.
A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO

A precarização do trabalho caracteriza-


se pela falta de regulamentação e perda
de direitos trabalhistas e sociais, a
legalização dos trabalhos temporários e da
informalização do trabalho.
QUANTO A PRECARIZAÇÃO NO BRASIL:

- COOPERATIVAS X CELETISTAS X
ESTATUTÁRIOS
 JORNADA DE TRABALHO
COOPERATIVAS: Exploração máxima da mão de obra
CLT: Garantias fundamentais, mas carga horária estafante
Estatutário: Garantias em Leis municipais, estaduais ou
Federais mais flexíveis de negociações.
TURNOS:

COOPERATIVAS: Exploração com trabalho continuo e


ausência de repouso no trabalho

Estatutário: jornada DE diarista ou plantonista com


intervalos GARANTIDOS EM LEI

CLT: JORNADA DE diarista ou plantonista COM


INTERVALO MINIMO DE 11H INTERJORNADA.
DIMENSIONAMENTO?
A MAIOR PARTE DOS SERVIÇOS NÃO POSSUI
DIMENSIOANMENTO ADEQUADO.

SALÁRIOS?
Defesa do piso salarial digno nacional, estadual e
municipal
 NÃO PAGAMENTO DA INSALUBRIDADE OU
PAGAMENTO NO PERCENTIUAL INADEQUADO;
 CALCULO DE ADICIONAL NOTURNO
DUVIDOSOS OU MESMO O NÃO PAGAMENTO
DELE;
 ESCALAS DE TRABALHO ESTAFANTES E
IRREAIS (24h/36h/48h);
 PÉSSIAS CONDIÇÕES DE TRABALHO: PESSOAL
INSUFICIENTE, FALTA DE EQUIPE
INERDISCIPLINA,FALTAM MATERIAIS E
EQUIPAMENTOS
 TRABALHO EXTRA NÃO VALORIZADO;
 AUSENCIA DE REAJUSTE SALARIAIL ANUAI;
 NÃO HÁ MOTIVAÇÃO PARA O ESTUDO PERMANENTE NA
SAÚDE;
 AUSENCIA DE PLANOS DE CARREIRA E SALARIOS APROVADOS
EM LEI OU IMPLEMENTADOS EFETIVAMENTE;
 SOBRECARGA DE ATRIBUIÇÕES

VELHOS NOVOS PROBLEMAS


QUE PODEMOS FAZER???
LUTA PELA CARGA HORÁRIA 30 HORAS PL 2295/2000 ( REATIVADO EM
03/05/2011)
CRIAR OS PCCV ESTADO E MUNICIPIOS;
ADICIONAL DE INSALUBRIADADE JUSTO;
ADICIONAL NOTURNO CORRETO;
ACORDO E DISCIDIO COLETIVO (REDE PRIVADA)
HOMOLOGAÇÃO DE RECISÃO DE TRABALHO
 SUPERVISÃO E IMPLANTAÇÃO DA NR32
(Condições de Trabalho)
 Dimensionamento de pessoal
( cobrar ao órgão competente)
 Criação e reajuste anual do piso Estadual da
Enfermagem
 LUTAR EM FAVOR DO PROJETO DE LEI
No 4.924 , DE 2009
(Do Sr. MAURO NAZIF)
Dispõe sobre o Piso Salarial do Enfermeiro, do
Técnico de Enfermagem, do Auxiliar de
Enfermagem e da Parteira.
OBJETIVOS A SEREM ALCANÇADOS PARA A TRANSFORMAÇÃO DA
REALIDADE EM QUE NOS ENCONTRAMOS:
- Quebra da cultura da VISÃO de dominação e subserviência da enfermagem
por demais profissões da área da saúde;
-Politizaçãoda categoria com maior participação nos espaços de deliberações
e de forças reais de poder politico e econômico;
-Atuação conjunta das entidades de classe com a categoria.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABEN-RJ: Cartilha do trabalhador da enfermagem , Saúde, segurança e


boas condições de trabalho (2006);
KIRCHHOF, Ana Lúcia Cardoso -Rev Bras Enferm, Brasília (DF) 2003
nov/dez;56(6):669-673
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartilha_aben.pdf ACESSO EM
22/09/2014.
O OCEANO SE FAZ DE CADA
GOTA D`Agua que humildemente e
diligentemente flui na mesma direção.

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