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ESCOLA PAULISTA DE ENFERMAGEM S/S LTDA

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ENFERMAGEM EM
SAÚDE PÚBLICA

É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL E/OU PARCIAL DO CONTEÚDO


DESSA APOSTILA SEM A PRÉVIA AUTORIZAÇÃO
DA ESCOLA PAULISTA DE ENFERMAGEM
CONCEITO E IMPORTÂNCIA DA SAÚDE PÚBLICA

“Saúde Pública; é a ciência e a arte de evitar doenças, prolongar a vida e
desenvolver a saúde física e mental e a eficiência, através de esforços organizados da
comunidade para o saneamento do meio ambiente, o controle de infecções na
comunidade, a organização de serviços médicos e paramédicos para o diagnóstico
precoce e o tratamento preventivo de doenças, e o aperfeiçoamento da máquina social,
que irá assegurar a cada indivíduo, dentro da comunidade, um padrão de vida adequado
à manutenção da saúde”.
Winslow, citado por Leavel & Clark (1976).

A Saúde Pública objetiva prevenir doenças e promover saúde em populações
através de esforços comunitários, tendo como principal instrumento a Epidemiologia.
Quando se cogita oferecer soluções para elevar o nível de saúde deve-se
considerar que o problema não pode ser resolvido com a formação de um número maior
de hospitais (mesmo que muito bem aparelhados) e profissionais de saúde altamente
especializados, pois a questão da saúde passa invariavelmente pelas condições
socioeconômicas da população. “Se a saúde se distribui, social e geograficamente, como
a renda, a redistribuição da saúde implica na redistribuição da renda”.
(Mello, 1982).

CONCEITOS DE SAÚDE E DOENÇA

SAÚDE
9 “É um estado de completo bem estar físico, mental e social, e não meramente a
ausência de doenças ou defeitos”. OMS.
Esta definição descreve um objetivo a saúde não depende somente de
profissionais e casas de saúde. É um problema de natureza social decorrente do
nível de vida dos indivíduos, é um equilíbrio orgânico resultante de um
ajustamento do organismo no sentido da manutenção de um balanço positivo
contra forças biológicas, físico-químicas, mentais e sociais que tendem a romper
este equilíbrio.
Portanto, este conceito está em desuso, embora muitos estudiosos ainda
busquem uma definição para saúde. Uma delas, escrita pelo Ministério da Saúde,
em 1986, diz: “A saúde é resultante de alimentação, habitação, educação, renda,
– Saúde Pública - 2
meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse
de terra e acesso aos serviços de saúde. É assim o resultado das formas de
organização social e da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades
nos níveis de vida”.



DOENÇA
9 “Alteração de um desvio do estado de equilíbrio de um indivíduo com o meio”.
OMS.
A doença ocorre quando há perturbação funcional dos processos
fisiológicos a nível celular. Isto ocorre quando o indivíduo ou população são
expostos a condições ambientais desfavoráveis, a agentes e/ou a fatores
genéticos que levam a essas alterações. A alteração dos processos fisiológicos
produz manifestações denominadas de sintomas e/ou sinais de doença.



Sintomas são os efeitos das alterações fisiológicas que são detectáveis somente pelo
próprio indivíduo. É uma manifestação subjetiva da doença. São exemplos de sintomas
dor, vertigem, náusea, etc.

Sinais (ou sinais clínicos): são os efeitos das alterações fisiológicas que podem ser
observadas ou medidas por outros indivíduos (ex. veterinários, médicos, etc.). É uma
manifestação objetiva da doença. São exemplos: a febre, inapetência, o vomito,
alteração da locomoção etc. Outros sinais são mais obscuros e podem necessitar de
instrumentos sofisticados (alterações dos valores bioquímicos) ou períodos de
observação longos (ex. fertilidade baixa, perda de peso, perda de pelo).
Saúde e doença são termos relativos, portanto, a conceituação simplista de que saúde e
doença são dois estados recíprocos, exclusivos e estáticos, com demarcação de limites é
incorreta.


HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA E O S.U.S

Antes do advento do Sistema Único de Saúde (SUS), a atuação do Ministério da


Saúde se resumia às atividades de promoção de saúde e prevenção de doenças (por
exemplo, vacinação), realizadas em caráter universal, e à assistência médico-hospitalar
para poucas doenças; servia aos indigentes, ou seja, a quem não tinha acesso ao
atendimento pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social.
– Saúde Pública - 3
O INAMPS foi criado pelo regime militar em 1974 pelo desmembramento do
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que hoje é o Instituto Nacional de
Seguridade Social (INSS); era uma autarquia filiada ao Ministério da Previdência e
Assistência Social (hoje Ministério da Previdência Social), e tinha a finalidade de prestar
atendimento médico aos que contribuíam com a previdência social, ou seja, aos
empregados de carteira assinada. O INAMPS dispunha de estabelecimentos próprios,
mas a maior parte do atendimento era realizada pela iniciativa privada; os convênios
estabeleciam a remuneração por procedimento.
O movimento da Reforma Sanitária nasceu no meio acadêmico no início da
década de 70 como forma de oposição técnica e política ao regime militar, sendo
abraçado por outros setores da sociedade e pelo partido de oposição da época — o
Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
Em meados da década de 70 ocorreu uma crise do financiamento da previdência
social, com repercussões no INAMPS. Em 1979 o general João Baptista Figueiredo
assumiu a presidência com a promessa de abertura política, e de fato a Comissão de
Saúde da Câmara dos Deputados promoveu, no período de 9 a 11 de outubro de 1979, o
I Simpósio sobre Política Nacional de Saúde, que contou com participação de muitos dos
integrantes do movimento e chegou a conclusões altamente favoráveis ao mesmo; ao
longo da década de 80 o INAMPS passaria por sucessivas mudanças com universalização
progressiva do atendimento, já numa transição com o SUS.
A 8ª Conferência Nacional de Saúde foi um marco na história do SUS por vários
motivos. Foi aberta em 17 de março de 1986 por José Sarney, o primeiro presidente civil
após a ditadura, e foi a primeira CNS a Símbolo oficial do SUS.
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988 para
que toda a população brasileira tenha acesso ao atendimento público de saúde.
Anteriormente, a assistência médica estava a cargo do Instituto Nacional de Assistência
Médica da Previdência Social (INAMPS), ficando restrita aos empregados que
contribuíssem com a previdência social; os demais eram atendidos apenas em serviços
filantrópicos. Do Sistema Único de Saúde fazem parte os centros e postos de saúde,
hospitais - incluindo os universitários, laboratórios, hemocentros (bancos de sangue), os
serviços de Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental, além de
fundações e institutos de pesquisa, como a FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz e o
Instituto Vital Brazil.
A 8ª CNS resultou na implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de
Saúde (SUDS), um convênio entre o INAMPS e os governos estaduais, mas o mais
importante foi ter formado as bases para a seção "Da Saúde" da Constituição brasileira
de 5 de outubro de 1988. A Constituição de 1988 foi um marco na história da saúde
pública brasileira, ao definir a saúde como "direito de todos e dever do Estado". A
implantação do SUS foi realizada de forma gradual: primeiro veio o SUDS; depois, a
incorporação do INAMPS ao Ministério da Saúde (Decreto nº 99.060, de 7 de março de
1990); e por fim a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990)
fundou o SUS. Em poucos meses foi lançada a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990,
que imprimiu ao SUS uma de suas principais características: o controle social, ou seja, a
participação dos usuários (população) na gestão do serviço. O INAMPS só foi extinto em
27 de julho de 1993 pela Lei nº 8.689.

– Saúde Pública - 4
Sistema Único de Saúde teve seus princípios estabelecidos na Lei Orgânica de
Saúde, em 1990, com base no artigo 198 da Constituição Federal de 1988. Os princípios
da universalidade, integralidade e da eqüidade são às vezes chamados de princípios
ideológicos ou doutrinários, e os princípios da descentralização, da regionalização e da
hierarquização de princípios organizacionais, mas não está claro qual seria a classificação
do princípio da participação popular.

PRINCÍPIOS DO SUS

UNIVERSALIDADE
"A saúde é um direito de todos", como afirma a Constituição Federal.
Naturalmente, entende-se que o Estado tem a obrigação de prover atenção à saúde, ou
seja, é impossível tornar todos sadios por força de lei.


INTEGRALIDADE
A atenção à saúde inclui tanto os meios curativos quanto os preventivos; tanto os
individuais quanto os coletivos. Em outras palavras, as necessidades de saúde das
pessoas (ou de grupos) devem ser levadas em consideração mesmo que não sejam iguais
às da maioria.

EQUIDADE
Todos devem ter igualdade de oportunidade em usar o sistema de saúde; como,
no entanto, o Brasil contém disparidades sociais e regionais, as necessidades de saúde
variam. Por isso, enquanto a Lei Orgânica fala em igualdade, tanto o meio acadêmico
quanto o político consideram mais importante lutar pela eqüidade do SUS.

PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE
O controle social, como também é chamado esse princípio, foi melhor regulado
pela Lei nº 8.142. Os usuários participam da gestão do SUS através das Conferências de
Saúde, que ocorrem a cada quatro anos em todos os níveis, e através dos Conselhos de
Saúde, que são órgãos colegiados também em todos os níveis. Nos Conselhos de Saúde
ocorre a chamada paridade: enquanto os usuários têm metade das vagas, o governo tem
um quarto e os trabalhadores outro quarto.

DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
O SUS existe em três níveis, também chamados de esferas: nacional, estadual e
municipal, cada uma com comando único e atribuições próprias. Os municípios têm
assumido papel cada vez mais importante na prestação e no gerenciamento dos serviços
de saúde; as transferências passaram a ser "fundo-a-fundo", ou seja, baseadas em sua
população e no tipo de serviço oferecido, e não no número de atendimentos.

HIERARQUIZAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO
Os serviços de saúde são divididos em níveis de complexidade; o nível primário
deve ser oferecido diretamente à população, enquanto os outros devem ser utilizados
apenas quando necessário. Quanto mais bem estruturado for o fluxo de referência e
– Saúde Pública - 5
contra-referência entre os serviços de saúde, melhor a eficiência e eficácia dos mesmos.
Cada serviço de saúde tem uma

ÁREA DE ATUAÇÃO
Área de abrangência, ou seja, é responsável pela saúde de uma parte da
população. Os serviços de maior complexidade são menos numerosos e por isso mesmo
sua área de abrangência é mais ampla, abrangência a área de vários serviços de menor
complexidade. Ser eficiente e eficaz, produzindo resultados com qualidades.
A Lei Orgânica da Saúde estabelece ainda os seguintes princípios:
Æ Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e
moral;
Æ Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
Æ Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e sua
utilização pelo usuário;
Æ Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de
recursos e a orientação programática;
Æ Integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio-ambiente e
saneamento básico;
Æ Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na prestação de serviços
de assistência à saúde da população;
Æ Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e
Æ Organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para
fins idênticos.

FINANCIAMENTO
Um bom trabalho está sendo feito, principalmente pelas prefeituras, para levar
assistência à saúde aos mais distantes sertões, aos mais pobres recantos das periferias
urbanas. Por outro lado, os técnicos em saúde pública há muito detectaram o ponto
fraco do sistema: o baixo orçamento nacional à saúde.
Outro problema é a heterogeneidade de gastos, prejudicando os Estados e os
municípios, que têm orçamentos mais generosos, pela migração de doentes de locais
onde os orçamentos são mais restritos.
Assim, em 1993 foi apresentado uma Emenda Constitucional visando garantir
financiamento maior e mais estável para o SUS, semelhante foi ao que a educação já
tem há alguns anos. Proposta semelhante foi apresentada no legislativo de São Paulo.
As políticas são baseadas no princípio do Sistema Único de Saúde de oferecer
acesso integral, universal e gratuito ao sistema de saúde pública a todos os brasileiros,
seja uma criança, uma pessoa com deficiência ou um trabalhador, entre outros perfis.
A “Carta dos direitos dos usuários na saúde”, após
revisão, foi publicada no Diário Oficial da União – nº 155 - Seção I
– Páginas 80 e 81, no último dia 14 (PORTARIA GAB/MS - nº
1820, de 13 de agosto de 2009).
A “Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde” traz
informações para que você conheça seus direitos na hora de
procurar atendimento de saúde. Ela reúne os seis princípios
– Saúde Pública - 6
básicos de cidadania que asseguram ao brasileiro o ingresso digno nos sistemas de
saúde, seja ele público ou privado. A Carta é uma importante ferramenta para que você
conheça seus direitos e, assim, ajude o Brasil a ter um sistema de saúde ainda mais
efetivo.

Os princípios da Carta são:
1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde
2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo para seu problema
3. Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de
qualquer discriminação.
4. Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a sua pessoa, seus valores e
seus direitos.
5. Todo cidadão também tem responsabilidades para que seu tratamento aconteça
da forma adequada.
6. Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos gestores da saúde para que
os princípios anteriores sejam cumpridos.


O ATENDIMENTO NO SUS ESTÁ VOLTADO Á:

SAÚDE DA MULHER
A área técnica de Saúde da Mulher é responsável pelas ações de assistência ao
pré-natal, incentivo ao parto natural e redução do número de cesáreas desnecessárias,
redução da mortalidade materna, enfrentamento da violência contra a mulher,
planejamento familiar, assistência ao climatério, assistência às mulheres negras e
população.



SAÚDE DA CRIANÇA
Elaborar diretrizes, políticas e técnicas, para a atenção integral à saúde da criança
de zero a nove anos é o principal objetivo da área técnica de Saúde da Criança do
ministério.

– Saúde Pública - 7



SAÚDE DO IDOSO
Conheça a política e as ações do Ministério da Saúde que buscam garantir
atenção integral à saúde da população idosa, enfatizando o envelhecimento familiar,
saudável e ativo.




JOVEM E ADOLESCENTE
Neste espaço você encontra informações voltadas para a promoção da saúde de
jovens. Entre os dados, destacam-se aqueles sobre saúde sexual e redução da
mortalidade por violência e acidentes.



SAÚDE DO TRABALHADOR
A Saúde do Trabalhador é a área responsável pelo estudo, prevenção, assistência
e vigilância aos agravos à saúde relacionados ao trabalho. Faz parte do direito universal à
saúde.




SAÚDE DO HOMEM
A Política Nacional de Saúde do Homem, lançada dia 27 de
agosto de 2009, tem por objetivo facilitar e ampliar o acesso da
população masculina aos serviços de saúde.
– Saúde Pública - 8


PESSOA COM DEFICIÊNCIA
A Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência é resultado de múltiplos
movimentos e longa mobilização, nacional e internacional, de muitos atores sociais e
institucionais. Voltada para a inclusão das pessoas com deficiência em toda a rede de
serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), caracteriza-se por reconhecer a necessidade
de responder às complexas questões que envolvem a Atenção à Saúde das pessoas com
deficiência no Brasil.




SAÚDE MENTAL
A Política Nacional de Saúde Mental, apoiada na lei
10.216/02, busca consolidar um modelo de atenção à saúde
mental aberto e de base comunitária. Isto é, que garante a livre
circulação das pessoas com transtornos mentais pelos serviços,
comunidade e cidade, e oferece cuidados com base nos recursos
que a comunidade oferece. Este modelo conta com uma rede de
serviços e equipamentos variados tais como os Centros de
Atenção Psicossocial (CAPS), os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), os Centros de
Convivência e Cultura e os leitos de atenção integral (em Hospitais Gerais, nos CAPS III).
O Programa de Volta para Casa que oferece bolsas para egressos.


SISTEMA PENITENCIÁRIO
A Política Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário é uma iniciativa conjunta do
Ministério da Saúde e da Justiça. Tem como objetivo organizar o acesso da população
penitenciária às ações e serviços do Sistema Único de Saúde.





PREVENÇÃO DAS DSTs (DOENÇAS SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS)

– Saúde Pública - 9

As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são causadas por vários tipos de
agentes. São transmitidas, principalmente, por contato sexual sem o uso consistente da
camisinha, seja feminina, seja masculina, com uma pessoa que esteja infectada e,
geralmente, se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas.
Algumas DST são de fácil tratamento e rápida resolução. Outras têm tratamento mais
difícil ou podem persistir ativas, apesar da sensação de melhora.
Mulheres, em especial, devem ser bastante atenciosas, já que, em diversos casos
de DST, não é fácil distinguir os sintomas das reações orgânicas comuns de seu
organismo. Isso exige da mulher consultas periódicas ao profissional médico e/ou
enfermeiro. Algumas DST, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem
evoluir para complicações graves e até a morte.



1- Agente Comunitário de Saúde
O ACS mora na comunidade em que atua e é um personagem-chave do Programa
de Agentes Comunitários de Saúde (Pacs), vinculado à Unidade de Saúde da Família
(USF). Ele liga a equipe à comunidade, destacando-se pela comunicação com as pessoas
e pela liderança natural. É um elo cultural do SUS com a população e seu contato
permanente com as famílias facilita o trabalho de vigilância e promoção da saúde.

2- Alta Complexidade
Procedimentos que envolvem alta tecnologia e/ou alto custo. São exemplos de
procedimentos de alta complexidade: traumatoortopedia, cardiologia, terapia renal
substitutiva e oncologia. As principais áreas estão organizadas em redes, como as de
cirurgias cardíacas e de atenção oncológica.

3- Assistência Farmacêutica
Abrange todas as etapas do abastecimento de medicamentos, do atendimento
ambulatorial/hospitalar ao fornecimento dos remédios para tratamento prescrito por
médico responsável. A compra dos medicamentos básicos é descentralizada para as
secretarias estaduais e municipais de saúde.

4- Atenção Básica à Saúde
Trata-se do primeiro nível de atenção à saúde, segundo o modelo adotado pelo
SUS. É, preferencialmente, a “porta de entrada” do sistema de saúde. A população tem
acesso a especialidades básicas, que são: clínica médica (clínica geral), pediatria,
obstetrícia e ginecologia. Estudos demonstram que a atenção básica é capaz de resolver
cerca de 80% das necessidades e problemas de saúde.

5-Convênios
– Saúde Pública - 10
São feitos quando há interesse recíproco entre o Ministério da Saúde e o
convenente (entidades federais, estaduais, municipais, ONGs, filantrópicas, empresas,
etc.). No convênio, sempre se exige uma contrapartida, que será variável conforme a
capacidade de cada parceiro. Podem ser utilizados para a execução de programas,
projetos, ações, atividades ou eventos de saúde. São transferências voluntárias de
recursos.

6- Descentralização
Processo de transferência de responsabilidades de gestão para o município,
conforme determinações constitucionais e legais do SUS.



Estratégia prioritária adotada pelo Ministério da Saúde para a organização da
atenção básica, no âmbito do SUS, dispondo de recursos específicos para seu custeio. É
responsável pela atenção básica em saúde de uma área determinada. Cada equipe
(médico, enfermeiro e auxiliar de enfermagem) deve atender no mínimo 2.400 e no
máximo 4.500 pessoas, podendo solucionar 80% dos casos em saúde das pessoas sob
sua responsabilidade.

Características e composição
De acordo com a Portaria Nº 648, de 28 de Março de 2006, além das
características do processo de trabalho das equipes de Atenção Básica ficou definido as
características do processo de trabalho da Saúde da Família:
1. Manter atualizado o cadastramento das famílias e dos indivíduos e utilizar, de
forma sistemática, os dados para a análise da situação de saúde considerando as
características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do
território;
2. Definição precisa do território de atuação, mapeamento e reconhecimento da área
adstrita, que compreenda o segmento populacional determinado, com atualização
contínua;
3. Diagnóstico, programação e implementação das atividades segundo critérios de
risco à saúde, priorizando solução dos problemas de saúde mais freqüentes;
4. Prática do cuidado familiar ampliado, efetivada por meio do conhecimento da
estrutura e da funcionalidade das famílias que visa propor intervenções que

– Saúde Pública - 11
influenciem os processos de saúde doença dos indivíduos, das famílias e da própria
comunidade;
5. Trabalho interdisciplinar e em equipe, integrando áreas técnicas e profissionais de
diferentes formações;
6. Promoção e desenvolvimento de ações intersetoriais, buscando parcerias e
integrando projetos sociais e setores afins, voltados para a promoção da saúde, de
acordo com prioridades e sob a coordenação da gestão municipal;
7. Valorização dos diversos saberes e práticas na perspectiva de uma abordagem
integral e resolutiva, possibilitando a criação de vínculos de confiança com ética,
compromisso e respeito;
8. Promoção e estímulo à participação da comunidade no controle social, no
planejamento, na execução e na avaliação das ações;
9. Acompanhamento e avaliação sistemática das ações implementadas, visando à
readequação do processo de trabalho.
Baseado nesta mesma portaria foi estabelecido que para a implantação das
Equipes de Saúde da Família deva existir (entre outros quesitos) uma equipe
multiprofissional responsável por, no máximo, 4.000 habitantes, sendo que a média
recomendada é de 3.000. A equipe básica composta por minimamente médico,
enfermeiro, auxiliar de enfermagem (ou técnico de enfermagem) e Agentes
Comunitários de Saúde, deve ter uma jornada de trabalho de 30 horas semanais para
todos os integrantes. Inúmeras cidades brasileiras contratam outros profissionais como
farmacêuticos, nutricionistas, educadores físicos, psicólogos, fisioterapeutas,
fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, etc.


Atribuições dos membros da Equipe de Saúde da Família

As atribuições dos profissionais pertencentes à Equipe ficaram estabelecidas
também pela Portaria Nº 648, de 28 de Março de 2006, podendo ser complementadas
pela gestão local.


Atribuições comuns a todos os Profissionais que integram as equipes
1. Participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da
equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos, inclusive
aqueles relativos ao trabalho, e da atualização contínua dessas informações,
priorizando as situações a serem acompanhadas no planejamento local;
2. Realizar o cuidado em saúde da população descrita, prioritariamente no âmbito
da unidade de saúde, no domicílio e nos demais espaços comunitários (escolas,
associações, entre outros), quando necessário;
3. Realizar ações de atenção integral conforme a necessidade de saúde da
população local, bem como as previstas nas prioridades e protocolos da gestão
local;
4. Garantir a integralidade da atenção por meio da realização de ações de promoção
da saúde, prevenção de agravos e curativas; e da garantia de atendimento da

– Saúde Pública - 12
demanda espontânea, da realização das ações programáticas e de vigilância à
saúde;
5. Realizar busca ativa e notificação de doenças e agravos de notificação
compulsória e de outros agravos e situações de importância local;
6. Realizar a escuta qualificada das necessidades dos usuários em todas as ações,
proporcionando atendimento humanizado e viabilizando o estabelecimento do
vínculo;
7. Responsabilizar-se pela população descrita, mantendo a coordenação do cuidado
mesmo quando esta necessita de atenção em outros serviços do sistema de
saúde;
8. Participar das atividades de planejamento e avaliação das ações da equipe, a
partir da utilização dos dados disponíveis;
9. Promover a mobilização e a participação da comunidade, buscando efetivar o
controle social;
10. Identificar parceiros e recursos na comunidade que possam potencializar ações
intersetoriais com a equipe, sob coordenação da SMS;
11. Garantir a qualidade do registro das atividades nos sistemas nacionais de
informação na Atenção Básica;
12. Participar das atividades de educação permanente;
13. Realizar outras ações e atividades a serem definidas de acordo com as prioridades
locais.

Do Enfermeiro do Programa Agentes Comunitários de Saúde
1. Planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS;
2. Supervisionar, coordenar e realizar atividades de qualificação e educação
permanente dos ACS, com vistas ao desempenho de suas funções;
3. Facilitar a relação entre os profissionais da Unidade Básica de Saúde e ACS,
contribuindo para a organização da demanda referenciada;
4. Realizar consultas e procedimentos de enfermagem na Unidade Básica de Saúde
e, quando necessário, no domicílio e na comunidade;
5. Solicitar exames complementares e prescrever medicações, conforme protocolos
ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal ou do Distrito
Federal, observadas as disposições legais da profissão;
6. Organizar e coordenar grupos específicos de indivíduos e famílias em situação de
risco da área de atuação dos ACS;
7. Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado
funcionamento da UBS.
Enfermeiro
1. Realizar assistência integral (promoção e proteção da saúde, prevenção de
agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) aos
indivíduos e famílias na USF e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou
nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc), em todas as fases do
desenvolvimento humano: infância, adolescência, idade adulta e terceira idade;
durante o tempo e frequencia necessários de acordo com as necessidades de
cada paciente;

– Saúde Pública - 13
2. Conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo Conselho
Federal de Enfermagem (COFEN) aprova a Resolução n.º 195, de 18/02/97,
observadas as disposições legais da profissão, realizar consulta de enfermagem,
solicitar exames complementares e prescrever medicações;
3. Planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS;
4. Supervisionar, coordenar e realizar atividades de educação permanente dos ACS e
da equipe de enfermagem;
5. Contribuir e participar das atividades de Educação Permanente do Auxiliar de
Enfermagem.
6. Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado
funcionamento da USF.
7. Planejar, gerenciar, coordenar, executar e avaliar a USF.


Médico
1. Realizar assistência integral (promoção e proteção da saúde, prevenção de
agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) aos
indivíduos e famílias em todas as fases do desenvolvimento humano: infância,
adolescência, idade adulta e terceira idade;
2. Realizar consultas clínicas e procedimentos na USF e, quando indicado ou
necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas,
associações etc);
3. Realizar atividades de demanda espontânea e programada em clínica médica,
pediatria, ginecoobstetrícia, cirurgias ambulatoriais, pequenas urgências clínico-
cirúrgicas e procedimentos para fins de diagnósticos;
4. Encaminhar, quando necessário, usuários a serviços de média e alta
complexidade, respeitando fluxos de referência e contrareferência locais,
mantendo sua responsabilidade pelo acompanhamento do plano terapêutico do
usuário, proposto pela referência;
5. Indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a
responsabilização pelo acompanhamento do usuário;
6. Contribuir e participar das atividades de Educação Permanente dos ACS,
Auxiliares de Enfermagem, ACD e THD; e
7. Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado
funcionamento da USF.


Auxiliar e do Técnico de Enfermagem
1. Participar das atividades de assistência básica realizando procedimentos
regulamentados no exercício de sua profissão na USF e, quando indicado ou
necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas,
associações etc);
2. Realizar ações de educação em saúde a grupos específicos e a famílias em
situação de risco, conforme planejamento da equipe; e
3. Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado
funcionamento da USF.
– Saúde Pública - 14

Atribuições específicas do Agente Comunitário


de Saúde
Agente Comunitário de Saúde (ACS) mora
na comunidade e está vinculado à USF que atende
a comunidade. Ele faz parte do time da Saúde da
Família! Quem é o agente comunitário? È alguém
que se destaca na comunidade, pela capacidade
de se comunicar com as pessoas, pela liderança natural que exerce. O ACS funciona
como elo entre e a comunidade. Está em contato permanente com as famílias, o que
facilita o trabalho de vigilância e promoção da saúde, realizado por toda a equipe. É
também um elo cultural, que dá mais força ao trabalho educativo, ao unir dois universos
culturais distintos: o do saber científico e o do saber popular.
O seu trabalho é feito nos domicílios de sua área de abrangência. As atribuições
específicas do ACS são as seguintes:
1. Realizar mapeamento de sua área;
2. Cadastrar as famílias e atualizar permanentemente esse cadastro;
3. Identificar indivíduos e famílias expostos a situações de risco;
4. Identificar área de risco;
5. Orientar as famílias para utilização adequada dos serviços de saúde,
encaminhando-as e até agendando consultas, exames e atendimento
odontológico, quando necessário;
6. Realizar ações e atividades, no nível de suas competências, nas áreas prioritárias
da Atenção Básicas;
7. Realizar, por meio da visita domiciliar, acompanhamento mensal de todas as
famílias sob sua responsabilidade;
8. Estar sempre bem informado, e informar aos demais membros da equipe, sobre a
situação das famílias acompanhadas, particularmente aquelas em situações de
risco;
9. Desenvolver ações de educação e vigilância à saúde, com ênfase na promoção da
saúde e na prevenção de doenças;
10. Promover a educação e a mobilização comunitária, visando desenvolver ações
coletivas de saneamento e melhoria do meio ambiente, entre outras;
11. Traduzir para a ESF a dinâmica social da comunidade, suas necessidades,
potencialidades e limites;
12. Identificar parceiros e recursos existentes na comunidade que possa ser
potencializados pela equipe.

Redes de Atenção
As ações e serviços de saúde estão organizados em redes de atenção
regionalizadas e hierarquizadas, de forma a garantir o atendimento integral à população
e a evitar a fragmentação das ações em saúde.
O acesso à população ocorre preferencialmente pela rede básica de saúde
(atenção básica) e os casos de maior complexidade são encaminhados aos serviços
especializados, que podem ser organizados de forma municipal ou regional, dependendo

– Saúde Pública - 15
do porte e da demanda do município. As principais redes de atenção de alta
complexidade do SUS são:
• Assistência ao paciente portador de doença renal crônica (diálise);
• Assistência ao paciente portador de oncologia;
• Cirurgia cardiovascular;
• Cirurgia vascular;
• Cirurgia cardiovascular pediátrica;
• Procedimentos da cardiologia intervencionista
• Procedimentos endovasculares extracardíacos;
• Assistência em traumatoortopedia;
• Procedimentos de neurocirurgia;
• Cirurgia das vias aéreas superiores e da região cervical;
• Cirurgia da calota craniana, da face;
• Procedimentos em fissuras labiopalatais;
• Reabilitação protética e funcional das doenças da calota craniana, da face;
• Procedimentos para a avaliação e tratamento dos transtornos
respiratórios do sono;
• Assistência aos pacientes portadores de queimaduras;
• Assistência aos pacientes portadores de obesidade (cirurgia bariátrica)
• E redes para cirurgia reprodutiva, genética clínica, terapia nutricional,
distrofia muscular progressiva, osteogênese, fibrose cística e reprodução
assistida. Cabe à direção municipal do SUS a gestão da rede de serviços em
seu território, estabelecendo parcerias com municípios vizinhos para garantir
o atendimento necessário à sua população.

OS ACONTECIMENTOS MARCANTES DA HISTÓRIA
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS

1988: O SUS é criado e aprovado pela Constituição Federal, que reconhece o direito de
acesso universal à saúde para toda a população.

1989: Registro do último caso de poliomielite no Brasil. Criação do Programa de Saúde
do Adolescente.

1990:
Ÿ Regulamentação da organização e funcionamento dos serviços do SUS.
Ÿ Regulamentação da participação da comunidade na gestão o SUS e das
transferências intergovernamentais de recursos.
Ÿ Implantação do Sistema de Informações Hospitalares e o Sistema de Informações
Ambulatórias.

1991:
Ÿ Implantação do Programa Agentes Comunitários da Saúde.
Ÿ Realização da primeira campanha da mídia da hanseníase, quebrando o
preconceito ao redor da doença.

– Saúde Pública - 16

1992: Realização da 9ª Conferência Nacional de Saúde, com o tema “Municipalização é
o caminho”.


1993
• Regulamentação do processo de descentralização da gestão dos serviços e ações do
SUS, por meio da Norma Operacional Básica.
• Extinção do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps).

1994
• Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) concede ao Brasil o certificado de
erradicação da poliomielite.
• Criação do Programa Saúde da Família.

1995: Recomendação para que as emissoras de TV evitem a transmissão de imagens em
que personalidades aparecem fumando.

1996
• Implantação da distribuição gratuita de medicamentos aos portadores de HIV/Aids.
• Redefinição do modelo de gestão do SUS que disciplina as relações entre União,
estados, municípios e Distrito Federal, por meio da Norma Operacional Básica
• Realização da 10ª Conferência Nacional de Saúde, com o tema “SUS: Construindo um
Novo Modelo de Atenção à Saúde para a Qualidade de Vida”.

1997
• Criação do Sistema Nacional de Transplantes.
• Implantação do serviço de Assistência Domiciliar Terapêutica (ADT) para o
atendimento aos portadores de HIV/Aids.
• Criação do Disque Saúde.

1998: Instituição do Piso de Atenção Básica para viabilizar a organização de atenção
básica à saúde nos municípios brasileiros.

1999
• Criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
• O medicamento genérico é estabelecido no país, assim como a utilização de nomes
genéricos em produtos farmacêuticos.
• Início da Campanha Nacional de Vacinação para a Terceira Idade contra a gripe, tétano
e difteria.

2000
• Criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
• Realização da 11ª Conferência Nacional de Saúde, com o tema “Efetivando o SUS:
Acesso, Qualidade e Humanização na Atenção à Saúde com Controle Social”.
• Registro do último surto de sarampo no Brasil.
– Saúde Pública - 17
• São assegurados os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços
públicos de saúde nas três esferas de governo.

2001
• O Brasil alcança a marca de 150 mil Agentes Comunitários de Saúde, antecipando a
meta prevista para o fim de 2002.
• Aprovação da Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS), que define a
regionalização e a descentralização da assistência á saúde.
• A Organização Mundial da Saúde reconhece o Brasil como o país com a maior e mais
complexa Rede de Bancos de Leite Humano do mundo

2002
• Instituição do Dia Nacional de Mobilização contra a Dengue.
• Criação da Política Nacional de Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência.
• Criação da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas.

2003
• Criação da nova estrutura do Ministério da Saúde com as secretarias: Atenção à Saúde;
Vigilância em Saúde; Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos; Gestão Participativa; e
Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.
• Realização da 12ª Conferência Nacional de Saúde com o tema “Saúde: um Direito de
todos e um Dever do Estado – a saúde que temos, o SUS que queremos”.
• Criação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
• Criação do programa “De Volta para Casa”, que contribuiu com o processo de
reinserção social de pessoas com longa história de internação psiquiátrica
• Criação do Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário.
• Implantação do tratamento para fumantes na rede de atenção básica.

2004
• Instituição da Política Nacional de Humanização no Sistema Único de Saúde (Humaniza
SUS).
• Lançamento do programa “Brasil Sorridente”. Um conjunto de ações do Ministério da
Saúde para melhorar as condições de saúde bucal da população brasileira.
• Lançamento do programa “Farmácia Popular do Brasil”
• Criação da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobras).
• Publicação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher.
2005
• Publicação do Plano Nacional da Saúde.
• Lançamento da Política Nacional de Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos.
• Inauguração do Banco Nacional de Tumores (BNT), do Instituto Nacional do Câncer
(Inca).

2006
• Aprovação do Pacto pela Saúde em três dimensões: Pela Vida, em Defesa do SUS e de
Gestão.
• Instituição da Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde.
– Saúde Pública - 18
• Incorporação da vacinação contra o rotavírus no Calendário Básico de Vacinação da
Criança, tornando-se o primeiro país
do mundo a oferecer essa vacina na rede pública de saúde.
• Lançamento da Política da Pessoa Idosa.

2007
• Realização da 13ª Conferência Nacional de Saúde, com o tema “Saúde e Qualidade de
Vida: Política de Estado e Desenvolvimento”.
• Lançamento do Programa Mais Saúde – PAC – Saúde – direito de todos, em quatro
vertentes: 1. Promoção e atenção; 2. Gestão, trabalho e controle social; 3. Ampliação do
acesso com qualidade; 4. Desenvolvimento e Inovação em Saúde e o PAC do
saneamento, ara ampliar o acesso e a qualidade dos serviços prestados pelo SUS à
população brasileira.
• Lançamento do Programa Nacional de Telesaúde
• Licenciamento compulsório do anti-retroviral Efavirenz, remédio usado no tratamento
da Aids.

2008
• Implantação das ações do “Programa Mais Saúde – PAC: Saúde, direito de todos”.
• Governo estimula mudanças estruturais nas unidades de saúde para incentivar o parto
normal humanizado, controlar riscos
e reduzir a mortalidade materna neonatal.
• Lançamento da Campanha Nacional contra a Rubéola, a maior campanha de vacinação
do mundo.

Entende-se por Vigilância Sanitária um conjunto de ações capazes de eliminar,


diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do
meio ambiente, da produção e da circulação de bens e da prestação de serviços de
interesse da saúde, abrangendo:
1. o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com
a saúde, compreendidas todas as etapas de processo, da produção ao consumo;
2. o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente
com a saúde.

Por volta dos séculos 17 e 18 na Europa e 18 e 19 no Brasil, teve início a Vigilância
Sanitária, como uma resposta a este novo problema da convivência social. Surgiram
então as regras e providências sanitárias. Por exemplo, a água para abastecer as cidades
passou a ser transportada através de aquedutos, que se constituíam na tecnologia de
– Saúde Pública - 19
ponta para a época. O lixo produzido passou a ter um local próprio para depósito e
outras providências básicas vieram compor a agenda pública, garantindo a higiene e
evitando a propagação das epidemias.
As preocupações com a saúde das populações, e especialmente com as ações de
Vigilância Sanitária, emergiram do poder público desde os tempos mais remotos. Ao
longo dos tempos, o governo também se desenvolvia e se tornava complexo,
diversificado em suas atribuições. De quem governa uma aldeia para quem governa um
Estado nos dias de hoje vai uma grande diferença.
A instituição da União responsável pela Vigilância Sanitária hoje no Brasil é a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. Ela faz a gestão de todo serviço de
Vigilância Sanitária, que compete ao nível federal.
O governo tem a obrigação de promover e proteger a saúde da população. Para
isto ele diz quais são as regras, as normas que devem ser consideradas e respeitadas na
produção, uso e circulação de produtos que apresentam algum tipo de risco para a
saúde das pessoas. O transporte de alimentos, por exemplo, tem que ser feito em
condições tais que protejam o produto da deterioração ou contaminação e, por
conseguinte, protejam a saúde daqueles que vão consumir. São muitos os riscos que
devem ser controlados pela Vigilância Sanitária. Vamos ver como eles podem ser
classificados. Tentem guardar bem os vários tipos de riscos e a que eles se referem.

Riscos ambientais:
Água (consumo e mananciais hídricos), esgoto, lixo (doméstico, industrial,
hospitalar), vetores e transmissores de doenças (mosquitos, barbeiro, animais), poluição
do ar, do solo e de recursos hídricos, transporte de produtos perigosos, etc.

Riscos ocupacionais:
– Processo de produção, substâncias, intensidades, carga horária, ritmo e ambiente
de trabalho.

Riscos iatrogênicos:
– Decorrentes de tratamento médico e uso de serviços de saúde) medicamentos,
infecção hospitalar, sangue e hemoderivados, radiações ionizantes, tecnologias
médico-sanitárias, procedimentos e serviços de saúde.

Riscos institucionais:
– Creches, escolas, clubes, hotéis, motéis, portos, aeroportos, fronteiras, estações
ferroviárias e rodoviárias, salão de beleza, saunas, etc.

Riscos sociais:
– Transporte, alimentos, substâncias psicoativas, violências, grupos vulneráveis,
necessidades básicas insatisfeitas

– Saúde Pública - 20

Como define a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/90), a vigilância
epidemiológica é "o conjunto de atividades que permite reunir a informação
indispensável para conhecer, a qualquer momento, o comportamento ou história
natural das doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus fatores
condicionantes, com o fim de recomendar oportunamente, sobre bases firmes, as
medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e ao controle de determinadas
doenças".
A Vigilância Epidemiológica é responsável por acompanhar o comportamento
das doenças na sociedade, reunindo informações com objetivo de conhecer, detectar
ou prever qualquer mudança que possa ocorrer nos fatores condicionantes do
processo saúde-doença, bem como identificar a gravidade de novas doenças à saúde
da população.
De posse dessas informações deverá então, propor medidas de intervenção
para reprimir ou amenizar os danos à população, elaborar ações e estratégias em
saúde.


DIFERENÇA ENTRE SURTO, EPIDEMIA E PANDEMIA

O que é um surto?
Epidemia restrita a um espaço extremamente delimitado: quartel, colégio,
edifício, bairro. Um surto resulta do surgimento de vários casos de uma doença, causada
pelo mesmo agente infeccioso, num mesmo território ou região e em curto espaço de
tempo.

O que é uma epidemia?
A epidemia ocorre quando uma doença infecciosa é rapidamente disseminada a
muitas pessoas. Em 2003, a epidemia de síndrome respiratória aguda grave acabou com
a vida de quase 800 pessoas por todo o mundo. Uma epidemia resulta da incidência alta,
acima da média de anos/períodos anteriores, de grande número de casos da mesma
doença, em áreas geográficas e de tempo em contínuo alargamento.

O que é endemia?
A endemia é uma situação de doença que é prevalente num determinado
território, ou numa população específica. A causa pode ser associada a um vetor local,
como, por exemplo, um mosquito que habita na região, ou a condições geográficas e de
clima do território. A definição também é utilizada para caracterizar contextos sociais,
como a fome ou a má nutrição.

– Saúde Pública - 21
O que é uma pandemia?
Uma pandemia é um surto global da doença. HIV/AIDS é um exemplo de uma das
pandemias globais mais destruidoras na história.
A pandemia de Influenza aconteceu mais de uma vez.
• A Gripe Espanhola matou 40 a 50 milhões de pessoas, em 1918.
• A Gripe Asiática foi responsável pelo óbito de 2 milhões de pessoas, em 1957.
• A Gripe Hong Kong acabou com a vida de 1 milhão de pessoas, em 1968


SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE DOENÇAS
DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA

A informação gerada pela Vigilância Epidemiológica destina-se à tomada de
decisões. Assim sendo, é importante que tenhamos acesso aos dados, através das
seguintes fontes:

NOTIFICAÇÃO
Notificação é a comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à
saúde, feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para
fim de adoção de medidas de intervenção pertinentes.
A notificação é o primeiro passo do Sistema de Vigilância Epidemiológica (SVE),
sendo fundamental para o conhecimento dos casos, para o desencadeamento da
investigação e das medidas de prevenção e controle dos agravos, além de permitir, a
partir das informações geradas, analisar o comportamento epidemiológico das doenças,
avaliar o impacto das medidas adotadas, definir novas estratégias de ação e estabelecer
metas e prioridades.
A notificação tem sido a principal fonte da Vigilância Epidemiológica a partir da
qual na maioria das vezes se desencadeia o processo INFORMAÇÃO – DECISÃO – AÇÃO.

O QUE NOTIFICAR
Para organizar um Sistema de Vigilância Epidemiológica, são necessárias que
sejam definidas quais as doenças que ficarão sob vigilância, ou seja, quais as doenças
cuja ocorrência deverá ser notificada.

CRITÉRIOS
Os critérios mais utilizados para a seleção das doenças que compõem o elenco
das doenças de notificação compulsória são as seguintes:

a) Regulamento Sanitário Internacional – As doenças que são definidas como de
notificação compulsória internacional, obrigatória, são incluídas nas listas de todos os
países membros da OMS, e hoje estão restritas a três: Cólera, Febre Amarela e Peste.
b) Magnitude – Doenças com elevada freqüência que afetam grandes contingentes
populacionais, que traduzem pela incidência, prevalência, mortalidade, anos potenciais
de vida perdidos. Exemplos: Cólera, Dengue, Tuberculose, Doença Meningócica.

– Saúde Pública - 22
c) Potencial de disseminação – É expresso pela transmissibilidade da doença através de
vetores e demais fontes de infecção, colocando sob risco outros indivíduos ou
coletividades. Exemplos: Sarampo, Dengue, Malária.

d) Vulnerabilidade – Doenças para as quais existem instrumentos específicos de
prevenção e controle permitindo a atuação concreta e efetiva dos serviços de saúde
sobre indivíduos e coletividades. Exemplos: Doenças imunopreveníveis como o
Sarampo, Poliomielite, Difteria.

e) Transcendência – Definido como um conjunto de características apresentadas por
agravos, de acordo com sua apresentação clínica e epidemiológica, das quais as mais
importantes são:
• Severidade – Medida pelas taxas de letalidade (proporção de óbitos por uma
doença entre os que tiveram esta doença), hospitalizações, seqüelas etc.
Exemplos: Raiva humana, Poliomielite, AIDS, Hanseníase.
• Relevância – que subjetivamente significa o valor que a sociedade imputa à
ocorrência do evento através da estigmatização dos doentes, medo, indignação
quando incide em determinadas classes sociais. Exemplos: Hanseníase, AIDS,
Doença Meningócica.
• Relevância Econômica – Devido às restrições comerciais, perdas de vida,
absenteísmo ao trabalho, custo do diagnóstico e tratamento. Exemplos: Hepatites
B e C, AIDS, Tuberculose, Tétano.

f) Epidemias, surtos e agravos inusitados – Todas as suspeitas de epidemias ou de
ocorrência de agravo inusitado devem ser imediatamente notificados aos níveis
hierárquicos superiores pelo meio mais rápido de comunicação disponível e
devidamente investigados. Mecanismos próprios de notificação devem ser instituídos,
definidos de acordo com a apresentação clínica e epidemiológica do evento. Exemplos:
Surtos e/ou epidemias de Hepatite A, Varicela, conjuntivite.

g) Compromissos Internacionais – O Governo brasileiro vem firmando acordos
juntamente com os países membros da OMS que visam empreender esforços conjuntos
para o alcance de metas continentais ou até mundiais de controle, eliminação ou
erradicação de algumas doenças. Exemplos: Poliomielite, Hanseníase, Sífilis Congênita,
Sarampo, Malária.

Entende-se por:
• Controle – Manutenção de uma determinada doença ou agravo com número
reduzido de casos, através de operações ou programas desenvolvidos com o
objetivo de reduzir sua incidência e/ou prevalência.

• Eliminação – ou erradicação regional é a cessação da transmissão determinada


infecção em ampla região geográfica ou jurisdição política. Não se pode retirar a
medida de controle porque a doença pode ressurgir, devido a presença do agente
em outras regiões.

– Saúde Pública - 23
• Erradicação – Cessação de toda a transmissão da infecção pela extinção artificial
da espécie do agente em questão, de forma a permitir a suspensão de qualquer
medida de prevenção ou controle. Exemplo: Varíola.

Portaria GM/MS Nº 104, de 25/01/2011 - Lista Nacional de Doenças de
Notificação Compulsória e Imediata

Lista de Notificação Compulsória - LNC
1. Acidentes por animais peçonhentos;
2. Atendimento antirrábico;
3. Botulismo;
4. Carbúnculo ou Antraz;
5. Cólera;
6. Coqueluche;
7. Dengue;
8. Difteria;
9. Doença de Creutzfeldt-Jakob;
10. Doença Meningocócica e outras Meningites;
11. Doenças de Chagas Aguda;
12. Esquistossomose;
13. Eventos Adversos Pós-Vacinação;
14. Febre Amarela;
15. Febre do Nilo Ocidental;
16. Febre Maculosa;
17. Febre Tifóide;
18. Hanseníase;
19. Hantavirose;
20. Hepatites Virais;
21. Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana - HIV em gestantes e crianças
expostas ao risco de transmissão vertical;
22. Influenza humana por novo subtipo;
23. Intoxicações Exógenas (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos
e metais pesados);
24. Leishmaniose Tegumentar Americana;
25. Leishmaniose Visceral;
26. Leptospirose;
27. Malária;
28. Paralisia Flácida Aguda;
29. Peste;
30. Poliomielite;
31. Raiva Humana;
32. Rubéola;
33. Sarampo;
34. Sífilis Adquirida;
35. Sífilis Congênita;
36. Sífilis em Gestante;
– Saúde Pública - 24
37. Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS;
38. Síndrome da Rubéola Congênita;
39. Síndrome do Corrimento Uretral Masculino;
40. Síndrome Respiratória Aguda Grave associada ao Coronavírus (SARS-CoV);
41. Tétano;
42. Tuberculose;
43. Tularemia;
44. Varíola; e
45. Violência doméstica, sexual e/ou outras violências.

ANEXO II
Lista de Notificação Compulsória Imediata - LNCI
I - Caso suspeito ou confirmado de:
1. Botulismo;
2. Carbúnculo ou Antraz;
3. Cólera;
4. Dengue nas seguintes situações:
- Dengue com complicações (DCC),
- Síndrome do Choque da Dengue (SCD),
- Febre Hemorrágica da Dengue (FHD),
- Óbito por Dengue
- Dengue pelo sorotipo DENV 4 nos estados sem transmissão endêmica desse sorotipo;
5. Doença de Chagas Aguda;
6. Doença conhecida sem circulação ou com circulação esporádica no território nacional
que não constam no Anexo I desta Portaria, como: Rocio, Mayaro, Oropouche, Saint
Louis, Ilhéus, Mormo, Encefalites Eqüinas do Leste, Oeste e Venezuelana, Chikungunya,
Encefalite Japonesa, entre outras;
7. Febre Amarela;
8. Febre do Nilo Ocidental;
9. Hantavirose;
10. Influenza humana por novo subtipo;
11. Peste;
12. Poliomielite;
13. Raiva Humana;
14. Sarampo;
15. Rubéola;
16. Síndrome Respiratória Aguda Grave associada ao Coronavírus (SARS-CoV);
17. Varíola;
18. Tularemia; e
19. Síndrome de Rubéola Congênita (SRC).
II - Surto ou agregação de casos ou óbitos por:
1. Difteria;
2. Doença Meningocócica;
3. Doença Transmitida por Alimentos (DTA) em embarcações ou aeronaves;
4. Influenza Humana;

– Saúde Pública - 25
5. Meningites Virais;
6. Outros eventos de potencial relevância em saúde pública, após a avaliação de risco de
acordo com o Anexo II do RSI 2005, destacando-se:
a. Alteração no padrão epidemiológico de doença conhecida, independente de constar
no Anexo I desta Portaria;
b. Doença de origem desconhecida;
c. Exposição a contaminantes químicos;
d. Exposição à água para consumo humano fora dos padrões preconizados pela SVS;
e. Exposição ao ar contaminado, fora dos padrões preconizados pela Resolução do
CONAMA;
f. Acidentes envolvendo radiações ionizantes e não ionizantes por fontes não
controladas, por fontes utilizadas nas atividades industriais ou médicas e acidentes de
transporte com produtos radioativos da classe 7 da ONU.
g. Desastres de origem natural ou antropogênica quando houver desalojados ou
desabrigados;
h. Desastres de origem natural ou antropogênica quando houver comprometimento da
capacidade de funcionamento e infraestrutura das unidades de saúde locais em
conseqüência evento.
III - Doença, morte ou evidência de animais com agente etiológico que podem acarretar
a ocorrência de doenças em humanos, destaca-se entre outras classes de animais:
1. Primatas não humanos
2. Eqüinos
3. Aves
4. Morcegos
Raiva: Morcego morto sem causa definida ou encontrado em situação não usual, tais
como: vôos diurnos, atividade alimentar diurna, incoordenação de movimentos,
agressividade, contrações musculares, paralisias, encontrado durante o dia no chão ou
em paredes.
5. Canídeos
Raiva: canídeos domésticos ou silvestres que apresentaram doença com sintomatologia
neurológica e evoluíram para morte num período de até 10 dias ou confirmado
laboratorialmente para raiva. Leishmaniose visceral: primeiro registro de canídeo
doméstico em área indene, confirmado por meio da identificação laboratorial da espécie
Leishmania chagasi.
6. Roedores silvestres
Peste: Roedores silvestres mortos em áreas de focos naturais de peste.

ANEXO III
Lista de Notificação Compulsória em Unidades Sentinelas LNCS
1. Acidente com exposição à material biológico relacionado ao trabalho;
2. Acidente de trabalho com mutilações;
3. Acidente de trabalho em crianças e adolescentes;
4. Acidente de trabalho fatal;
5. Câncer Relacionado ao Trabalho;
6. Dermatoses ocupacionais;

– Saúde Pública - 26
7. Distúrbios Ostemusculares Relacionados ao Trabalho (DORT)
8. Influenza humana;
9. Perda Auditiva Induzida por Ruído - PAIR relacionada ao trabalho;
10. Pneumoconioses relacionadas ao trabalho;
11. Pneumonias;
12. Rotavírus;
13. Oxoplasmose adquirida na gestação e congênita; e
14. Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho.

Quem deve notificar
Segundo o artigo 8º da Lei 6.259 de 30/10/75 “é dever de todo o cidadão
comunicar à autoridade sanitária local a ocorrência de fato comprovado ou presumível
de casos de doença transmissível, sendo obrigatório a médicos e outros profissionais de
saúde, no exercício de sua profissão, bem como aos responsáveis por organizações e
estabelecimentos de ensino, a notificação de casos suspeitos ou confirmados das
doenças de notificação compulsória”.
A Lei 10.083 de 23/09/98 que dispõe sobre o Código Sanitário do Estado de São
Paulo, em seu artigo 64, estende esta obrigatoriedade aos responsáveis por
estabelecimentos prisionais, por locais de trabalho, por Serviços de Verificação de Óbito
(SVO) e Institutos Médicos - Legais (IML).
Apesar da notificação ser compulsória, muitas vezes o sistema de vigilância
epidemiológica não fica sabendo de todos os casos de DNC. Assim, é necessário que
outras fontes de notificação sejam consultadas: atestados de óbito, registros
hospitalares e ambulatoriais, estatísticas das escolas, entrada de exames laboratoriais
cuja suspeita seja de um DNC, etc. Os profissionais de saúde, na medida do possível,
devem realizar a busca ativa das notificações, isto é, ir pessoalmente aos hospitais e
outros serviços de saúde, periodicamente, e verificar se houve a ocorrência de alguma
DNC.
Recebida a notificação, o profissional de saúde é obrigado a proceder à
investigação epidemiológica pertinente para a elucidação do diagnóstico e tomar as
medidas de controle cabíveis. A autoridade sanitária deverá informar ao notificante, à
medida que forem adotadas.



NORMAS OPERACIONAIS BÁSICAS (NOB)

CARTA DE OTTAWA
Ao longo dos anos 70 e 80, as evidências da associação entre condições de vida,
prosperidade e bom nível educacional se acumularam (Mendes, 1996 e Terris, 1992).
Dessa forma foram criadas as condições para a organização da I Conferência
Internacional em Promoção de Saúde, em 1996, em Ottawa no Canadá, patrocinada pela
OMS, Ministério da Saúde e Bem Estar do Canadá e Associação Canadense de Saúde
Pública.
A Carta de Ottawa para a Promoção da Saúde, um marco fundamental na história
da Saúde Pública, reconheceu como pré requisitos fundamentais para a saúde: a paz, a

– Saúde Pública - 27
educação, a habitação, o “poder aquisitivo, um ecossistema estável, e conservação dos
recursos naturais e a equidade” (WHO, 1986).
Em 1980, a principal causa de morte era a decorrente de doenças do aparelho
circulatório, o que permaneceu em 2000.
Dentre os dez principais grupos de causas, foram observadas algumas mudanças
significativas no ranking entre 1980 e 2000. Uma dessas alterações é o aumento do peso
da participação das neoplasias.
Em 1980, essa causa correspondia ao 5º lugar, passando ao 3º em 2000.
Outra mudança importante foi o aumento das mortes por doenças do aparelho
respiratório e a redução das infecciosas e parasitárias.


RANKING DAS PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE NO BRASIL
(ANO BASE 2005):

1-Doenças do aparelho circulatório: 32,2%.


§ O derrame cerebral é a principal causa isolada de morte no Brasil. A principal
causa de morte nos homens é o infarto do miocárdio (ataque cardíaco) e nas
mulheres é o derrame cerebral.

2-Neoplasias (tumores): 16,7%.
§ A principal causa de morte por tumores em mulheres é o câncer de mama e nos
homens, o câncer dos pulmões.

3-Causas externas: 14,5%.
§ Nos estados do Norte e Nordeste, as causas externas como os homicídios e os
acidentes, são a segunda causa de morte, superando as neoplasias (tumores).

4-Doenças do aparelho respiratório: 11,1%.
§ Como a bronquite crônica e enfisema pulmonar.

5-Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas: 6,1%.
§ Como causa isolada, o diabete melito e as suas complicações, são a quarta
principal causa de morte no Brasil (a terceira principal causa nas mulheres e a
sétima causa nos homens).

6-Doenças do aparelho digestivo: 5,7%.

7-Doenças infecciosas e parasitárias: 5,3%.
§ As mortes pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana), tuberculose ou doença
de Chagas estão diminuindo na população brasileira.

8-Doenças do aparelho urinário:2,1%
9-Doenças do sistema nervoso:1,9%.

10-Malformações congênitas:1,1%

– Saúde Pública - 28
Fonte: relatório Saúde Brasil-IBGE (2007).



AS PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE NO BRASIL

Evolução da mortalidade proporcional.


Dentre os grandes grupos de causas, os que se destacaram nos anos 1980
permaneceram ao longo dos últimos vinte anos.
As doenças do aparelho circulatório foram a maior causa de mortalidade
proporcional tanto na década de 1980 quanto na década de 1990.
As causas relacionadas com os sintomas, os sinais e as afecções mal definidas,
foram à segunda causa mais frequente, seguidas das neoplasias, das causas externas e
das doenças do aparelho respiratório, respectivamente terceira, quarta e quinta causas
de mortalidade proporcionais excluídas as outras causas de morte tomadas em seu
conjunto.
A doença do aparelho circulatório mostrou uma tendência de estabilização da
proporção de óbitos;.
Os sintomas, os sinais e as afecções mal definidas mostraram uma tendência de
queda; as neoplasias e as doenças do aparelho respiratório mostraram uma tendência
de aumento na mortalidade proporcional.
As doenças infecciosas e parasitárias mostraram uma importante redução no
período (35%), passando de 69.553 a 44.987 óbitos em 2001.














BIBLIOGRAFIA

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