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DOI: 10.1590/1413-81232022278.

04942022 3091

Políticas de saúde do trabalhador no Brasil:

revisão review
contradições históricas e possibilidades de desenvolvimento

Workers’ health policies in Brazil:


historical contradictions and possibilities for development

Sandra Lorena Beltran Hurtado (https://orcid.org/0000-0003-4059-2365) 1


Angela Paula Simonelli (https://orcid.org/0000-0003-4337-5796) 2
Vivian Aline Mininel (https://orcid.org/0000-0001-9985-5575) 3
Thaís Vieira Esteves (https://orcid.org/0000-0002-1230-6328) 4
Rodolfo Andrade de Gouveia Vilela (https://orcid.org/0000-0002-8556-2189) 1
Adelaide Nascimento (https://orcid.org/0000-0002-4847-8762) 5

Abstract The Workers’ Health (WH) approach Resumo A abordagem de Saúde do Trabalhador
understands that it is necessary to expand the ob- entende que é necessário ampliar o objeto das po-
ject of public policies to transform the work proces- líticas públicas para transformar os processos de
ses that determine the health-disease relationship. trabalho que determinam a relação saúde-doença.
This broadening brings challenges that drive the Essa ampliação traz desafios que impulsionam o
development of the formulation and implemen- desenvolvimento da formulação e implementa-
tation of policies for the surveillance and preven- ção das políticas para a vigilância e prevenção de
tion of diseases. This article aimed to analyze the agravos. O objetivo deste artigo é analisar o de-
development of Brazilian policies on WH from senvolvimento das políticas brasileiras em saúde
the perspective of historical contradictions. To do trabalhador a partir das contradições históri-
this end, the analytical concept of contradiction cas. Para este fim, foi usado o conceito analítico
from Cultural-Historical Activity Theory was de contradição da teoria da atividade histórico-
used. This is a scoping review, including 64 the- cultural. Trata-se de uma revisão de escopo que
oretical and empirical studies and gray literature inclui 64 estudos teóricos, empíricos e literatura
published between 1991 and 2019. The results of cinza publicados entre 1991 e 2019. Os resultados
1
Faculdade de Saúde the analysis showed that: from the change of the da análise mostraram que: a partir da mudança
Pública, Universidade de object of prevention inserted by the WH appro- de objeto da prevenção inserida pela abordagem
São Paulo. Av. Dr. Arnaldo ach, five new contradictions emerged that are re- da Saúde do Trabalhador, emergiram cinco novas
715. 01246-904 São Paulo
SP Brasil. lated to the predominance of instruments of the contradições que estão relacionadas ao predomí-
sandrabeltran@usp.br previous activity model, normative and training nio de instrumentos do modelo de atividade an-
2
Departamento de Terapia instruments, division of labor for assistance and terior, instrumentos normativos e de formação,
Ocupacional, Universidade
Federal do Paraná. Curitiba surveillance actions, intra and intersectoral arti- divisão do trabalho para as ações de assistência e
PR Brasil. culations. and social control. These contradictions vigilância, articulações intra e intersetoriais e con-
3
Departamento de have driven some changes, but some limitations trole social. Essas contradições permitiram impul-
Enfermagem, Universidade
Federal de São Carlos. São persist around a challenging object. sionar algumas mudanças, mas também existem
Carlos SP Brasil. Key words Workers’ health policy, Workers’ heal- limitações que persistem em torno de um objeto
4
Faculdade de Medicina, th services, Workers’ health surveillance desafiante.
Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Palavras-chave Política de saúde do trabalhador,
Filho. Botucatu SP Brasil. Serviços de saúde do trabalhador, Vigilância em
5
Conservatoire National des saúde do trabalhador
Arts et Metiers. Paris Île-de-
France France.
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Hurtado SLB et al.

Introdução norteada pelas seguintes perguntas: como foi o


desenvolvimento histórico das políticas em ST
A saúde do trabalhador (ST) pressupõe a com- no Brasil? Quais contradições históricas foram
preensão das relações trabalho-saúde-doença, superadas e de que maneira promoveram mu-
num contexto de constantes transformações1. danças no desenvolvimento dessas políticas?
Historicamente, esse caminho se inicia com a Quais as contradições que persistem, limitando a
abordagem da medicina do trabalho, tendo o implementação e os avanços? Para respondê-las,
médico como ator principal, os trabalhadores foram adotados pressupostos teóricos e conceitos
como objeto passivo, e um modelo que explica as da teoria da atividade histórico-cultural (TAHC).
doenças de forma unicausal. O crescente questio-
namento sobre os elevados custos dos agravos à O conceito de contradição como fonte
saúde e as lutas dos trabalhadores por melhores de desenvolvimento
condições de vida2 demonstraram a insuficiência
desse modelo para intervir nos problemas causa- O referencial teórico deste estudo parte da
dos pelos processos produtivos. premissa de que a implementação de políticas
A abordagem da saúde ocupacional (SO) apa- públicas para prevenção de agravos à ST é uma
rece como alternativa, por meio de instrumental atividade coletiva, determinada historicamente e
para intervir em um novo objeto: o ambiente mediada por relações sociais. Para compreender
de trabalho. Porém, nessa abordagem as ações esses aspectos, é preciso entender três princípios
multidisciplinares permanecem desarticuladas e da TAHC11: o objeto, a historicidade e as contra-
o enfoque, ainda que multicausal, continua sen- dições do sistema de atividade (SA). O primeiro
do mecanicista1,2. No Brasil, esse movimento foi princípio afirma que um sistema ou uma rede de
acompanhado pela criação de normas regula- atividades humanas é coletivo e orientado por
mentadoras (NR) que passaram a mediar relações um objeto; portanto, estudar as políticas em ST
entre órgãos fiscalizadores e empresas. Houve pressupõe a análise do objeto que direciona a
surgimento de departamentos de SO nas institui- atividade, isto é, compreender o que se pretende
ções acadêmicas e governamentais, representan- transformar com tais políticas. Outro princípio
do uma expansão significativa da comunidade. é o da historicidade: todo SA se transforma ao
No contexto do Movimento da Reforma Sa- longo do tempo; assim, seus problemas só po-
nitária Brasileira (MRSB), é realizada a primeira dem ser compreendidos estudando sua história.
Conferência Nacional da Saúde do Trabalhador Por último, o princípio de que as contradições
(CNST), com o objeto alterado para a determi- acumulam tensões estruturais entre os elementos
nação dos processos de trabalho1. Nessa pers- que compõem a atividade, que quando se agra-
pectiva, passa-se a contestar a fundamentação vam, promovem questionamentos sobre a possi-
científica dos “limites de tolerância” e de “expo- bilidade de mudança e, em alguns casos, geram
sição segura” e são utilizados mecanismos como uma visão colaborativa acerca de possíveis solu-
Comissões Internas de Prevenção de Acidentes ções. Em outras palavras, as contradições geram
de Trabalho, previstas nas NR desde 1978, para distúrbios, mas também tentativas inovadoras de
promover a participação dos trabalhadores2, e alterar a atividade11.
Programas de Saúde do Trabalhador (PST) para As contradições podem se manifestar discur-
operacionalizar as ações3-5. sivamente na forma de dilemas, conflitos ou im-
Mesmo com os avanços da abordagem de ST, passes, e essas manifestações são, em si mesmas,
que destaca a determinação social, a multipro- apenas hipóteses12. Ao analisar somente as políti-
fissionalidade e a intersetorialidade, esse campo cas públicas, teríamos uma percepção apenas do
ainda opera dentro de uma lógica compartimen- prescrito para a implementação dos diferentes
talizada, em que ações são executadas por órgãos modelos em ST. Foi na literatura existente onde
distanciados institucionalmente3. Somado a isso, encontramos as diferenças entre o prescrito e o
as constantes inovações tecnológicas causam o real para elaborar as hipóteses das possíveis con-
surgimento de novos riscos ocupacionais e novas tradições subjacentes a esses distúrbios.
lógicas produtivas, o que nem sempre é passível
de acompanhamento2.
Integrando-se aos estudos que têm discuti- Método
do os avanços, desafios e possibilidades das po-
líticas de ST no Brasil6-10, esta revisão pretende Foi realizada uma revisão de escopo visando iden-
contribuir com a análise dessas políticas, sendo tificar o desenvolvimento histórico das políticas de
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ST no Brasil. Este tipo de revisão permite mapear Foram identificados 203 registros, sendo exclu-
os conceitos-chave que dão suporte a um campo ídos 73 duplicados, eliminados usando o gerencia-
de pesquisa e as fontes de evidências disponíveis13. dor de referências bibliográficas EndNote. As revi-
A revisão seguiu as seguintes etapas13,14: 1) identi- soras 1 e 2 (R1 e R2) realizaram a leitura de 130
ficação da pergunta de pesquisa; 2) identificação títulos e resumos provenientes da consulta à base de
de documentos a partir de bases de dados; 3) iden- dados, identificando quais atendiam aos critérios
tificação de outros documentos a partir da con- de inclusão, com a eliminação de 92 registros. Após
sulta de ampliação; 4) consolidação da amostra; a seleção da amostra inicial para leitura completa
5) extração de dados relacionados à pergunta de dos textos, foi feita uma consulta de ampliação13,14,
pesquisa; 6) análise e relato dos resultados. com vistas a incluir publicações que abordassem o
Foi utilizada a opção de busca simples na Bi- tema de pesquisa e que não estavam indexadas nas
blioteca Virtual de Saúde – BVS Brasil, que inclui, bases de dados consultadas. Para isso, foi realizada
além de base de dados científicos, fontes de lite- uma busca nas referências das publicações inclu-
ratura cinza, como as de órgãos responsáveis pela ídas, obtendo-se 40 novos registros. Desses, sete
implementação dessas políticas. A escolha dos não estavam disponíveis on-line, resultando em 33
descritores foi feita em etapas de experimentação registros, que foram analisados pelas R1 e R2, tota-
para, finalmente, traçar duas estratégias de busca lizando 29 novos documentos incluídos na análise.
por título, resumo e assunto ou no descritor do Seis pesquisadores fizeram a leitura comple-
assunto: “Política de saúde do trabalhador” OR ta dos 67 textos incluídos, sendo que três foram
“Vigilância em saúde do trabalhador”. Foram eliminados por não responderem às questões de
incluídos textos em português e disponíveis na investigação. Assim, foram incluídos 64 textos, 35
íntegra, sem limitação temporal. As etapas da re- provenientes da BVS Brasil e 29 da consulta de am-
visão estão descritas na Figura 1. pliação.

Identificação de novos estudos via bases de dados e registros Identificação de novos estudos via outros métodos
(consulta de ampliação)
Identificação

Registros identificados Registros eliminados


antes da triagem: Registros identificados
nas bases de dados da na busca em referências
BVS Brasil (n = 203) Registros duplicados bibliográficas (n = 40)
eliminados (n = 73)

Registros que passaram Registros eliminados


pela triagem (n = 130) (n = 92)

Registros com textos Registros com textos


Triagem

Registros para procura de Registros com textos


completos disponíveis completos não textos completos disponíveis completos não
na internet (n = 38) disponíveis (n = 0) na internet (n = 40) disponíveis (n = 7)

Publicações avaliadas Publicações excluídas: Publicações avaliadas Publicações


para elegibilidade Motivo 1 (n = 3) para elegibilidade excluídas:
(n = 38) (n = 33) Motivo 1 (n = 4)

Publicações da base de dados


Incluídos

incluídas na revisão (n = 35)


Publicações da consulta
de ampliação incluídas na
revisão (n = 29)

Figura 1. Fluxograma da revisão de escopo.

Fonte: Autores, adaptado de Page et al.15


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Hurtado SLB et al.

Para a extração de dados, desenhou-se uma nica, fixa, fragmentada), e na nova abordagem os
matriz em planilha Excel com categorias relacio- processos de trabalho determinam socialmente a
nadas à caracterização dos estudos e às categorias saúde da população (dimensão sistêmica, expan-
de análise, construídas com base no referencial siva, inesperada). Porém, muitos sujeitos envolvi-
teórico. Um teste piloto dessa matriz foi efetuado dos na atividade mantêm a primeira abordagem
por três autoras com cinco artigos selecionados e, por conseguinte, um não reconhecimento da
da BVS Brasil, para análise da pertinência e rele- segunda. Essa contradição se manifesta com uma
vância dos itens, com a versão final apresentada atividade de prevenção que favorece ações sobre
no Quadro 1. fatores de risco e desconsidera a atuação sobre os
O conjunto de metadados da revisão está dis- processos de trabalho.
ponível em: http://repositorio.uspdigital.usp.br/ O modelo de desenvolvimento econômico
handle/item/346 tem priorizado resultados a curto e médio pra-
zos, em detrimento da saúde e do meio ambiente
(por ex.: participação nula do SUS no Programa
Resultados de Aceleração de Crescimento)16,17. O interesse
pela criação imediata de empregos, desconside-
Os documentos incluídos apresentam as seguin- rando as alternativas de desenvolvimento sus-
tes características: são 22 ensaios, 21 artigos de tentável, e a não intervenção em empresas que
pesquisa, seis dissertações ou teses, cinco relatos geram agravos à ST evidenciam a racionalidade
de experiência ou estudos de caso, cinco capí- política acima da racionalidade técnica4,6,18. Esses
tulos de livro, três artigos de revisão e dois ca- problemas são percebidos na falta de autonomia
dernos. Quarenta e um estudos são teóricos, e dos agentes para executar ações19 independentes
23 empíricos; 44 têm abrangência nacional, e 20 das interferências políticas e econômicas, no sen-
regional. O texto mais antigo é de 1991, e o mais tido previsto pela abordagem da ST, como prática
recente de 2019. político-ideológica para superação de relações de
Os resultados foram categorizados com base poder1. Essas são manifestações de uma contra-
no referencial teórico adotado e nas perguntas de dição anterior à abordagem da ST e inerentes aos
pesquisa. O desenvolvimento das políticas em ST próprios processos de trabalho. Os investimentos
no Brasil foi analisado a partir das dificuldades para o desenvolvimento da ST só têm resultados
e avanços, e com base nesses achados foram ela- em longo prazo, o que entra em choque com a
boradas as hipóteses das contradições históricas busca pelo retorno financeiro a curtíssimo prazo.
que promoveram mudanças. Como o objeto da atividade também é seu verda-
deiro motivo, a natureza inerentemente dupla do
Desenvolvimento histórico das políticas motivo fica visível20.
de ST: transformações a partir do novo O SUS ainda não incorporou o trabalho como
objeto (contradição 1) categoria central na determinação social do pro-
cesso saúde-doença. Se, por um lado, na atenção
No contexto do MRSB, a nova abordagem da básica (AB) o usuário não é reconhecido enquan-
ST entende os processos de trabalho como objeto to trabalhador21,22, em outros locais há ausência
de transformação16. Quando este é adotado, surge de registro sobre a sua história ocupacional23.
uma contradição entre a nova e a antiga aborda- Muitos Centros de Referência em Saúde do Tra-
gem de prevenção. Na abordagem tradicional, os balhador (Cerests), onde existem parcialmente
ambientes de trabalho apresentam fatores de ris- essas informações, não atuam para melhorar o re-
co majoritariamente mensuráveis (dimensão téc- gistro e as prioridades não são organizadas a par-

Quadro 1. Matriz para extração de dados dos estudos incluídos.


# Autor(es) Título Ano Tipo de Objetivo Método População
documento
Categorias de análise Observações Link
Contradições Tipo de Elementos do As contradições As contradições Foi
contradição SA envolvidos promoveram ficaram em identificado
na contradição avanços? Quais? limitações? um objeto
Quais? fugidio?
Fonte: Autores.
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tir do mapeamento de processos produtivos21,24,25. Entre assistência e vigilância – na divisão
Tudo isso se traduz em uma incapacidade crônica do trabalho (contradição 3)
de estabelecer a relação doença-processos de tra-
balho26. No entanto, algumas experiências docu- Vários autores apontam dificuldades para a
mentadas buscaram superar essa contradição27. implementação de práticas em ST baseadas no
O surgimento da contradição primária no princípio da integralidade. A estratégia inicial da
novo objeto (neste contexto, o modelo da ST) Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do
conduz a outras contradições que serão descritas Trabalhador (Renast) permitiu o financiamento
a seguir. e a ampliação da rede com novos Cerests. Contu-
do, deu ênfase às ações assistenciais individuais,
Contradições entre novo objeto da ST em detrimento das ações de vigilância e no re-
e antigos elementos da SO (contradição 2) conhecimento predominante dos Cerests como
centros para assistência especializada aos traba-
O novo objeto (processos de trabalho) se lhadores18,21,26,28,30-32,40-43. Por outro lado, a estraté-
apoia na abordagem teórica da ST, porém as gia de regionalização derivou em um elevado nú-
ações ainda são mediadas predominantemen- mero de serviços regionais com acesso limitado
te por instrumentos que surgiram para tratar o de municípios distantes39,43. Adicionalmente, ape-
objeto antigo da SO (ambiente de trabalho). A sar do financiamento promovido, alguns recursos
publicação de protocolos, normativas e manuais foram destinados a cobrir outras necessidades do
para orientar as ações de ST na rede de serviços sistema de saúde28,30,31.
públicos28 promove avanços na instrumentaliza- Desde 2009, a Portaria 2.728 prevê a muni-
ção. Entretanto, a herança de instrumentos para cipalização e inclusão de ações articuladas de
interpretar o trabalho produtivo industrial, com Vigilância em Saúde do Trabalhador (Visat) na
forte predomínio do conceito de riscos29, limita AB e demais pontos da Rede de Atenção à Saúde
a compreensão e a transformação dinâmica dos (RAS). Alguns Cerests têm investido em estraté-
processos de trabalho. gias de formação das equipes de Saúde da Família
De maneira concomitante, as políticas atuais (eSF), conseguindo melhorar o uso do Sistema
de ST definem uma equipe mínima para os Ce- Nacional de Notificação de Agravos (Sinan), com
rests, mas os concursos e as transferências não aprimoramento da vigilância, embora houvesse
exigem formação ou experiência na área26. Isso se inconsistências no banco de dados44,45. Mesmo
traduz em um agravamento da contradição entre com essa iniciativa, o apoio técnico dos Cerests às
o uso de instrumentos conceituais desatualizados eSF se limita a capacitações pontuais. Poucas ve-
(do antigo modelo) para enfrentar o objeto dos zes são usadas outras estratégias de apoio, como
processos de trabalho (proposto pelo novo mode- discussão de casos. As eSF trabalham com sobre-
lo). Os Cerests que se deparam com essas dificul- carga, alta rotatividade, vínculos precários e baixo
dades procuram investir em educação permanente uso dos instrumentos de vigilância. É reconheci-
ou fomentar mestrados profissionais, acumulan- da a necessidade de uma intervenção não só para
do assim experiência e conhecimento28,30-32. Entre- institucionalizar o apoio dos Cerests, mas para
tanto, ainda existem muitos serviços que não têm aprimorar suas condições de trabalho21,40.
profissionais especializados ou capacitados tecni- Apesar da criação de indicadores de avaliação
camente ou que não incluem temáticas de ST nas nos Cerests, muitos ainda estão na linha assisten-
ações contínuas de educação19,26,28,29,33-35. cial e faltam indicadores qualitativos de avaliação
Mesmo face à ausência de uma política de Es- do impacto das ações e dos resultados de consti-
tado para formação e capacitação desses recursos tuição da rede que contemplem diferentes proces-
humanos36, é possível observar um crescimento sos de trabalho e necessidades de cada serviço36,41.
de programas de pós-graduação em ST, com con-
sequente incremento de produção acadêmica e Entre a capacidade de articulação
incorporação de novos conceitos que viabilizam e os resultados da vigilância e prevenção
práticas profissionais orientadas pelas políticas (contradição 4)
em ST8. Porém, há um descompasso entre a pro-
dução científica e o nível dos resultados empíri- Autores incluídos nesta revisão manifestam
cos, e uma produção de conhecimento fragmen- a baixa capacidade de articulação intrasetorial
tada, com lacunas para subsidiar a elaboração de e intersetorial da Visat, com ausência de uma
políticas públicas25,29,37-39. base conceitual para ações transversais25,26,34,41. A
despeito de tentativas como a do Congresso da
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Hurtado SLB et al.

Abrasco em 2003, que promoveu discussões in- Trabalho (PNSST)52, reafirmando atribuições já
tegradas dos diferentes grupos temáticos entre as existentes para cada ministério23,31, sem propor
vigilâncias, persistem dificuldades para articular ações intersetoriais e mantendo a centralidade
intrasetorialmente as ações da Visat com as das das ações de vigilância dos ambientes de trabalho
vigilâncias ambiental, epidemiológica e sanitá- no Ministério do Trabalho48.
ria6,26,28,30,40,46,47. A portaria de 2005 visava forta- Nesse contexto, alguns estudos apontaram a
lecer a Renast mediante organização de serviços fragilidade da CISTT e as limitações da PNSST
e municípios-sentinela; no entanto, a notificação ao não apresentar linhas práticas para os setores
de agravos se restringia aos estes municípios44. envolvidos53,54. Oliveira e Vasconcellos55 propu-
Mesmo com a ampliação das notificações a to- seram que a CISTT também incluísse sindicatos,
dos os municípios, alguns Cerests regionais ainda Justiça do Trabalho e Ministério Público do Tra-
enfrentam dificuldades para desenvolver capaci- balho (MPT), e, adicionalmente, alertaram que na
tação nos municípios-sentinela sob seu apoio45. PNSST os ambientes de trabalho ficaram fora da
É possível destacar três exemplos de ações intervenção da Agência Nacional de Vigilância Sa-
entre vigilâncias coordenadas e bem-sucedidas: o nitária, na linha das recomendações da Organiza-
controle da exposição ao benzeno nos postos de ção Internacional do Trabalho. A ênfase histórica
combustíveis, a Visat no setor canavieiro19,31,48 e da atuação da vigilância sanitária sobre produtos
a inserção das ações de ST no plano de saúde da como fármacos e alimentos dificultou a incorpo-
rede municipal do SUS pelo Cerest São Bernardo ração dos processos de trabalho em sua atuação56.
do Campo/SP32. Em 2012, considerando a necessidade da de-
No plano organizacional, desde 2007 a Coor- finição de princípios, diretrizes e estratégias nas
denação Geral de Vigilância em Saúde Ambien- três esferas do SUS, o Ministério da Saúde publi-
tal e a Coordenação Geral de ST conformam o cou a Política Nacional de Saúde do Trabalhador
Departamento de Saúde Ambiental e de ST no e da Trabalhadora (PNSTT)57, mais um elemento
Ministério da Saúde, procurando avançar na in- contraditório que surge, pois as contradições en-
trasetorialidade24. Contudo, os autores incluídos tre PNSST e PNSTT se traduzem em duas vigi-
na revisão não mencionam resultados específicos lâncias e em nenhuma política de fato42.
do novo departamento. Por outro lado, com a perda massiva de audi-
Quanto à dimensão intersetorial, os PST são tores fiscais de trabalho, algumas ações do Minis-
referidos como antecedentes importantes, pois já tério do Trabalho foram substituídas pelas atu-
articulavam a assistência aos trabalhadores com ações do MPT. Nesse sentido, é destacado o uso
a vigilância dos locais de trabalho, sendo os sin- de Termos de Ajuste de Conduta (TAC) como
dicatos partícipes da gestão desses programas25. importante instrumento de ação17,54, uma vez
Adicionalmente, é vista como um avanço a pro- que a maioria dos Cerests não possui caráter de
mulgação da Comissão Intersetorial de Saúde do autoridade sanitária. Algumas Procuradorias Re-
Trabalhador e da Trabalhadora (CISTT), na Lei gionais do Trabalho usam os TAC como artifício
Orgânica de Saúde49, integrada por representan- para conferir poder de ação aos Centros48,58. Esta
tes de oito ministérios com o objetivo de asses- também é uma manifestação de um avanço pro-
sorar o Conselho Nacional de Saúde nos temas duzido pela contradição 2, pois os instrumentos
relativos à ST. da Visat, como multa e autuação, têm eficácia li-
Mesmo antes da promulgação da Lei Orgâ- mitada para intervir nos processos de trabalho. Já
nica, existia uma fragmentação das responsabi- a articulação com o MPT favorece o uso de ins-
lidades, com as Delegacias Regionais do Traba- trumentos mais adequados para esse fim.
lho atuando na fiscalização, o extinto Instituto Como apontado anteriormente, a Renast
Nacional de Assistência Médica da Previdência possibilitou a transferência de recursos e a am-
Social cuidando da assistência e o Instituto Na- pliação da rede. No entanto, há poucos avanços
cional do Seguro Social fazendo o reconhecimen- na “coerência” (cooperação entre atores) e na
to causal3,6. Assim, quando foi definida a Visat, “conectividade” intra e intersetorial (comunica-
apareceram conflitos históricos de competências ção fluida entre componentes da rede)41 (p. 89).
entre os ministérios (Saúde, Trabalho e Previdên- Articulações com outros setores, como empre-
cia), inclusive com questionamentos sobre quem sas e organizações, são mencionadas nos textos
poderia fiscalizar ambientes de trabalho4,50,51. Na como propostas teóricas, sem relatos de experi-
tentativa de superar esses conflitos, foi publica- ência neste sentido.
da a Política Nacional de Segurança e Saúde no
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Entre o controle social e a incorporação dos de e resolver problemas apontados por meio da
trabalhadores como sujeitos (contradição 5) participação dos usuários47. Contudo, a literatura
incluída na revisão não faz referência à efetivação
A ST emergiu em um contexto favorável, de desses objetivos.
forte participação social no MRSB. Iniciativas Para resumir a apresentação dos resultados,
como a criação do Departamento Intersindical a Figura 2 destaca os principais eventos, publica-
de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes ções e momentos em que a literatura começou a
de Trabalho e a 1ª CNST traziam vários setores identificar os desafios, aqui interpretados como
da sociedade a discutir as bases das futuras polí- manifestações de contradições no desenvolvi-
ticas em ST. As próprias PNSST e PNSTT foram mento das políticas em ST.
colocadas para consulta pela sociedade. Entre-
tanto, com as políticas neoliberais instaladas no
país e a subsequente precarização das condições Discussão
de trabalho, desemprego e aumento da informa-
lidade, os vínculos entre trabalhadores e sindi- Na implementação de políticas em ST, persiste
catos foram fragilizados1,24,25. Majoritariamente uma contradição que emerge com a ampliação
preocupados com pautas salariais, manutenção do objeto de atuação: a determinação social in-
de empregos e benefícios previdenciários e de serida na organização dos processos de trabalho16
planos de saúde, os sindicatos tendem a defen- como determinante dos agravos à ST60. Antes de
der menos as pautas de ST28,48,59 e a demandar discutir especificamente essa atuação, é preciso
dos Cerests cada vez mais respostas técnicas e de destacar uma diferença conceitual.
curto prazo25. Os determinantes sociais da saúde (DSS) são
A CISTT pressupõe a participação da socie- definidos como fatores sociais, econômicos e
dade civil como elemento de condução técnico culturais que influenciam a ocorrência de pro-
-política para o desenvolvimento de ações de pla- blemas de saúde63. O conceito chega ao Brasil
nejamento e avaliação49. Mesmo assim, há baixa “desprovido do peso teórico e político” quando
participação da população na construção das po- se pretende “entendê-lo à luz marxista” do pensa-
líticas de ST e no controle das ações governamen- mento social62 (p. 7). Esse modelo reforça a abor-
tais56,58. A portaria de ampliação e fortalecimento dagem positivista da epidemiologia tradicional,
da Renast define que o controle social nos servi- pois ao utilizar métodos das ciências naturais no
ços que compõem a rede deve se dar por inter- mundo social, faz-se uma fotografia estática da
médio das Conferências de Saúde, dos Conselhos realidade, obscurecendo a dinamicidade da teo-
de Saúde e das CISTTs60. Porém, as CISTTs lo- ria da determinação social62,64. Adicionalmente, o
cais em geral não existem ou não participam dos modelo mantém a visão limitada sobre os fatores
Conselhos Municipais de Saúde, de forma que há e impossibilitando a análise do nexo histórico
uma ausência de políticas municipais de ST es- acerca das dimensões da vida.
truturadas e aprovadas pelo controle social36. O modelo de determinação social, por sua
A expansão dos cuidados à população tra- vez, propõe uma compreensão dos fenômenos
balhadora se dá, em algumas regiões, como pro- a partir das mediações dinâmicas entre os níveis
duto de discussões entre gestores públicos, mo- nos quais se produzem os processos sociais65. No
vimento sindical e instâncias de controle social, campo da ST, a preferência pela abordagem de
e da incorporação de ações no Plano Municipal DSS favorece a implementação e manutenção de
de Saúde em uma perspectiva de universalidade processos de trabalho adoecedores, uma vez que
e de inclusão de trabalhadores da economia in- a determinação social do sistema produtivo, que
formal18. se evidencia na sua estrutura, organização, me-
Em 2013, o município de São Paulo reconhe- tas, prazos etc., não é contestada, muito menos
ceu o problema da “participação esparsa de enti- alterada.
dades e movimentos sociais e dos trabalhadores A atuação do Estado é voltada principalmen-
na formulação das políticas de ST, bem como no te aos interesses do mercado, de modo que a falta
controle social”47 (p. 3). No plano plurianual da de articulação no campo da ST entre os minis-
Política Municipal de Saúde do Trabalhador e da térios acaba desvanecendo as principais ações
Trabalhadora são incluídos dois objetivos espe- de intervenção66. Portanto, as relações entre os
cíficos orientados a: a) fortalecer a participação trabalhadores com os proprietários dos meios
social na formulação da política de ST e b) confe- de produção não se alteram factualmente. A 3ª
rir transparência à administração pública na saú- CNST, de 2005, também adverte para a desarti-
3098
Hurtado SLB et al.

Normas,
listas,
manuais,
procedim.

Portarias
Portarias
RENAST
RENAST PNSST (2004) e
PNSST e
1ª CNST 1986
1ª CNST 1986 2ª CNST 1994
2ª CNST 1994 [1998-2001]
[1998-2001] 3ª CNST 2005 2005-2009
3ª CNST 2005
2005-2009 PNSTT (2012) 4ª CNST
PNSST 2012 2014
4ª CNST 2014

Ampliação do objeto e
Ampliação do Contradições na incorporação
Contradições na instrumentos
Contradições
Contradições no uso de Contradições
Contradições nas ações de nas
surgimento contradição terciária do controle social antigos e novos assistência x vigilância
ações de Contradições na
Contradições na articulação intra
objeto e surgimento incorporação do parano trataruso de
novo objeto
e intersetorial
articulação intra e
contraindicação controle social instrumentos assistência x
vigilância intersetorial
terciária antigos e novos

Figura 2. Linha do tempo das contradições históricas no desenvolvimento das políticas em ST.

Fonte: Autores.

culação das políticas industriais e econômicas cial da atuação técnica. Por outro lado, os auto-
que criam os riscos para a ST. res colocam como contradição persistente o foco
Chama a atenção dos revisores do presente dos sindicatos nas negociações com convênios e
trabalho que apenas duas publicações destacam a planos de saúde. Por último, assinalam que existe
insuficiência de efetivo para desenvolver as ações um divórcio entre o MRSB e o movimento sin-
em ST19,48, o que interpretamos como uma con- dical da ST, pois a reforma desconsiderou a rele-
tradição entre sujeitos e objeto. O conhecido des- vância política da atuação sindical pela ST.
monte e a alta rotatividade das equipes nos últi- Os textos incluídos na revisão destacam difi-
mos anos provavelmente tem sido evidenciado em culdades para implementação das políticas devi-
publicações mais recentes ou então são reduzidas do às subnotificações, aos processos de terceiri-
às pesquisas que têm abordado esse problema. zação, à precarização do trabalho e ao trabalho
Estudos publicados após a coleta de dados informal17,36,48,53,70. Além disso, transformações
desta revisão, apontam persistência de contra- aceleradas nos processos produtivos e nas rela-
dições mencionadas. Por exemplo, na dimensão ções de trabalho, via novas tecnologias e reformas
da integralidade (contradição 3: assistência e vi- trabalhistas, trazem consequências que demoram
gilância), Faria et al.67 indicam que a inserção da a ser dimensionadas e reconhecidas, com conse-
linha de cuidado da ST na Estratégia de Saúde da quente atraso nos ajustes das estratégias para en-
Família ainda é frágil. Os autores alertam, igual- frentamento deste problema2,16,24,29,35,37,71,72.
mente, que estão ocorrendo transformações im- Dessa forma, a determinação social dos agra-
portantes no campo da Política Nacional de AB e vos à ST, localizada na organização dos processos
na capacidade do Estado em garantir a seguridade de trabalho, é um objeto complexo, multideter-
social dos trabalhadores, e que é necessário defen- minado, que escapa ao controle de diferentes
der o direito a políticas públicas para a classe tra- sistemas de atividade. Trata-se de um objeto
balhadora. fugidio73, que na era da globalização muda ra-
Na contradição 4, da articulação intra e inter- pidamente e escapa às ações isoladas dos siste-
setorial, Lancman et al.68 evidenciam falta de dire- mas que gravitam em torno dele na tentativa de
trizes que deem suporte à operacionalização das transformá-lo (Figura 3). É um objeto que pode
ações intersetoriais e de ações claras e efetivas de passar despercebido por longos períodos de tem-
intersetorialidade entre gestores e trabalhadores. po, mostrando aparentemente a superação das
Sobre a contradição 5, da participação social, contradições que produz, até explodir em forma
Lacaz et al.69 afirmam que as experiências sindi- de crises agudas. O controle desse objeto depen-
cais abriram a possibilidade de reverter o modelo de da intenção e do gesto, mas essas iniciativas
médico de atenção à saúde mediante controle so- podem ser dispersas e pouco resolutivas42.
3099

Ciência & Saúde Coletiva, 27(8):3091-3102, 2022


Atividade do MTPS
Atividade do MS (AFT, ENIT, FAP)
(VISAT, eAB e eSF)
Atividade dos
Determinação Sindicatos
social dos processos Agravos à ST (Diretorias SST)

de trabalho (resultado
(objeto)→ indesejado)

Atividade do MPT
Atividade
das empresas
(acionistas, gestores,
SESMT, CIPA) Atividade de
ONGs/coletivos
Atividade das IES que representam
Atividade do interesses de cidadãos/
Sistema Judiciário (ensino, pesquisa e
extensão em SST) consumidores
(TJT)

Figura 3. Atividades múltiplas que tentam controlar a determinação social dos agravos à ST vista como um objeto
fugidio.

Fonte: Autores, adaptado de Engeström73.

Por meio do desenvolvimento e da implemen- Considerações finais


tação de políticas em ST, algumas contradições
promoveram ou continuam promovendo esfor- Algumas das contradições históricas que sur-
ços pontuais ou locais para sua superação, com giram no desenvolvimento das políticas em ST
forte potencial para a transformação do campo persistem limitando o avanço nas ações de Visat,
ao longo do tempo. Alguns desses avanços foram e ao mesmo tempo, outras promovem inovações
mencionados em cada contradição, por exemplo: e transformações locais das práticas de preven-
a vigilância em ambientes e processos de trabalho ção. A compreensão profunda dessas contradi-
no Cerest Regional de Palmas (TO), na contradi- ções deve promover a revisão das políticas em
ção 1; a instrumentalização trazida pela Renast, ST, especialmente nas dimensões de instrumen-
na contradição 2; a formação das eSF, a notifi- talidade, para atuar nos processos de trabalho,
cação de agravos via Sinan e o aprimoramento integralidade, articulação intra e intersetorial e
da vigilância, na contradição 3; tentativas de ar- controle social.
ticular diálogos entre vigilâncias e exemplos bem A revisão de escopo limitou a busca a bases de
sucedidos de ações coordenadas, na contradição dados de saúde, deixando de fora possíveis publi-
4; propostas para melhorar a participação social, cações de outras áreas, que influenciam ou são
na contradição 5. Outros avanços promovidos a influenciadas pelas políticas em ST. Além disso,
partir dessas contradições, como o Observatório foi necessário excluir textos não disponíveis na
Digital de Saúde e Segurança do Trabalho e os internet, principalmente capítulos só disponíveis
Cadernos de AB para a Saúde do Trabalhador e em livros impressos, pois a pandemia do SARS-
da Trabalhadora, não apareceram nos textos re- CoV-2 manteve as bibliotecas fechadas para con-
visados, mas sem dúvida constituem, um esfor- sulta. A busca nas bases foi realizada no primeiro
ço para vencer a lacuna de informações sobre a semestre de 2020, assim as publicações relaciona-
ocorrência dos agravos à ST. das com pandemia e ST ainda não tinham sido
indexadas. Já as discussões sobre novas formas
3100
Hurtado SLB et al.

de organização de trabalho e avanço de políticas tiva e formativa com atores que elaboram e apli-
neoliberais apareceram em algumas publicações cam essas políticas em diferentes níveis e sistemas
mais recentes, sem usar ainda termos como “ube- de atividade. Esses esforços devem ter em vista
rização do trabalho”. formular e validar as hipóteses das contradições
As influências do quadro internacional nas aqui apontadas, para enfrentá-las por meio de co-
políticas brasileiras não apareceram nas publica- alizões estáveis e duradouras, de modo a pensar
ções incluídas. Se fazem necessários novos estu- em cenários de trabalho decente. O objeto que
dos que ajudem a refletir como os modelos de ST enfrentamos também é poderosamente eman-
predominantes no mundo promovem contradi- cipador e pode potencializar iniciativas comuns
ções ou avanços dentro do Brasil. a todos os envolvidos, bem como abrir novas
A formulação e implementação de políticas possibilidades de desenvolvimento, bem-estar e
em ST requer estudos de intervenção participa- proteção daqueles que produzem riqueza social.

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CC BY Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons

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