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03 NOVEMBRO 2023

Prevenção da infecção
cruzada na Odontologia

Docente: Vivaldo Pim. Vieira;

Discentes: Anderson Araquan, Davi, Felipe Aguiar,


Felipe Luz e Luiz Fernando;
Odontologia 2º Período
CONTROLE DE INFECÇÃO ODONTOLÓGICO
Órgãos competentes mundiais, como:
OSHA (Occupation Safety and Health Administration);
ADA (American Dental Association);
CDC (Centers for Disease Control and Prevention);
OSAP (Organization for Safety and Asepsis Procedures), outros;

No Brasil: esse controle é estabelecido pela


Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
Ministério da Saúde;
Fiscalização da Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Conselhos Regionais de Odontologia (CRO)
Conselho Federal de Odontologia (CFO)
Infecção cruzada X Biossegurança
Definição: é conjunto de ações destinadas à
prevenção e minimização ou eliminação de
riscos inerentes às atividades
profissionais. Tais atividades podem estar
Biossegurança relacionadas à produção, ensino,
desenvolvimento tecnológico e prestação
de serviços, visando à saúde do homem,
animais, preservação do meio ambiente e
qualidade dos resultados.
FORMAS DE TRANSMISSÃO DE DOENÇAS
Entende-se por doença infecciosa aquela que sempre é
capaz de ser transmissível e contagiosa.
virulência e patogenicidade.

Transmissão Direta: pessoa a pessoa.


Doenças como hepatite, infecção por herpes, infecção
pelo HIV e tuberculose;
via aérea e também via contato sem proteção como
sangue, saliva.

(Fiocruz, 2020.)
TRANSMISSÃO INDIRETA
Ocorre quando os microrganismos são transmitido inicialmente a objetos ou superfícies e em seguida para
outra pessoa que toca esses objetos e superfícies.

(Cunha, 2015) (Syda Productions, 2023)


TRANSMISSÃO POR VIA AÉREA

Aerossol, Spray e Respingo


São produzidos durante o tratamento odontológico e podem
conter sangue, saliva e secreções nasofaríngeas.
Os aerossóis podem transmitir infecções respiratórias.

Manual de boas práticas em biossegurança para ambientes


odontológicos. Conselho Federal de Odontologia(2020)

Manual de boas práticas em biossegurança para ambientes


odontológicos. Conselho Federal de Odontologia(2020)
RISCOS BIOLÓGICOS
• HEPATITE A , B , C , D , E • LEGIOLENOSE (Legionella pneumophylia)

• HIV / AIDS • COQUELUCHE (Bordetella pertussis)

• HERPES SIMPLES • POLIOMIELITE

• INFLUENZA • STAFILOCOCCUS AUREUS

• RUBÉOLA (Rubivirus) • STREPTOCOCCUS

• DIFTERIA (Corynebacterium diphtheriae) •STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE

• GASTRITE (Helicobacter pylori) • GASTRITE (HELICOBACTER PYLORI)

• MENINGITE (Neisseria meningitidis) • CAXUMBA (VIROS PARAMYXOVIRIDAE)

• TUBERCULOSE (Mycobacterium tuberculosis) • CATAPORA ( VARICELA-ZOSTER)

• SARAMPO (Morbillivirus)
COMO PREVINIR?

Manual de boas práticas em biossegurança para ambientes


odontológicos. Conselho Federal de Odontologia(2020)
De acordo com manual de boas práticas em Biossegurança para
ambientes odontológicos, temos em base 4 agentes essenciais:
PRECAUÇÕES PADRÃO
A- HIGIENIZAÇÃO DE MÃOS
Uso de água e sabão antisséptico ou uso de
preparação alcoólica Álcool Gel 70%

(Manual de boas práticas em biossegurança para ambientes


odontológicos. Conselho Federal de Odontologia, 2020)
PRECAUÇÕES PADRÃO
A- HIGIENIZAÇÃO DE MÃOS

(Anvisa, 2010)
PRECAUÇÕES PADRÃO
B- EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIs)

Luvas Máscara

Aventais/ Jaleco Propé/ sapatos fechados

Óculos de proteção Gorro

(manual de biosseguranca revisado


ABO, 2018)
PRECAUÇÕES PADRÃO
C- IMUNIZAÇÃO

(Norma regulamenta Nº32, 2008)

PCMSO (Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional).


- Item 32.2.4.17.6 a vacinação deve ser registrada no prontuário clínico individual do trabalhador e
mantê-lo disponível à inspeção do trabalho.
PRECAUÇÕES PADRÃO
C- IMUNIZAÇÃO
recomendações do manual de biosseguranca revisado ABO:
Hepatite B - É administrada em 3 doses. Teste de Anti-HBs
para analisar imunidade.
Hepatite A - É administrada em 2 doses.
Gripe (Influenza) - É administrada em dose única
anualmente.
Tétano e Difteria (dT adulto ou toxóide tetânico) - – É
administrada em 3 doses. O reforço deve ser feito em dose
única a cada 10 anos.
Varicela- É administrada em 2 doses. Recomendada para
profissionais de saúde suscetíveis à varicela e, em especial,
aos profissionais que atendem bebês e crianças
Rubéola, Sarampo e Caxumba (MMR Tríplice Viral) -
Administrada em dose única
PRECAUÇÕES PADRÃO
C- IMUNIZAÇÃO
Tuberculose (BCG) - Apesar de não existir estudos que
comprovem sua eficiência na fase adulta, alguns autores
ainda indicam a BCG (Bacille Calmette-Guérin) para
prevenção da turberculose em profissionais de saúde.
Tríplice bacteriana para adultos (DTP: Coqueluche,
Tétano e Difteria) - Recomenda-se a vacinação,
especialmente para os que lidam com recém-nascidos,
crianças e pacientes imunodeprimidos. É administrada via
intramuscular em dose única como 3º reforço, já que faz
parte do calendário básico de vacinação da criança.
PRECAUÇÕES PADRÃO
D- CONDUTAS PÓS-EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A MATERIAL BIOLÓGICO

Os acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos potencialmente contaminados devem ser tratados como
casos de emergência médica.
Porque rapidez = maior eficácia
Tipos de exposição:
• Percutâneas: lesões provocadas por instrumentos perfurocortantes (agulhas, bisturi, vidrarias, etc);
• Mucosas: quando há respingos envolvendo olho, nariz e boca;
• Cutâneas: por exemplo, contato com pele não íntegra, como no caso de dermatites ou feridas abertas;
• Por mordeduras humanas: consideradas como exposição de risco quando envolvem a presença de sangue.
Devem ser avaliadas tanto para o indivíduo que provocou a lesão quanto para aquele que tenha sido exposto;
PRECAUÇÕES PADRÃO
ACIDENTES PERFUROCORTANTES

(Norma regulamenta Nº32, 2008)

Segundo a NR32:
41% dos acidentes ocorrem após o uso e antes do
descarte;
39% durante o uso do produto;
16% após o descarte;

Dessa forma, 80% dos acidentes ocorrem sob a


responsabilidade do profissional que está
realizando o procedimento.
PRECAUÇÕES PADRÃO
ACIDENTES PERFUROCORTANTES

(Norma regulamenta Nº32, 2008)

Nesses estudos, a prática de reencapar agulhas


foi responsável por 15 a 35% dos acidentes.

Estudo em hospital universitário da cidade de São


Paulo evidenciou que o reencape manual de
agulhas foi responsável por 13,7% dos acidentes
com agulhas
PRECAUÇÕES PADRÃO
ACIDENTES PERFUROCORTANTES

Os ferimentos com perfurocortantes estão primariamente De acordo com o Ministério da Saúde no ano de
associados à transmissão ocupacional dos vírus da hepatite 2015 foram registrados:
B (HBV), hepatite C (HCV) e HIV.
51 casos de Hepatite B;
Risco de contaminação:
86 casos de Hepatite C contraídas por acidentes
vírus da hepatite B (HBV) é de 6 a 30%; ocupacionais
vírus da hepatite C (HCV) é de 0,5 a 2%;
vírus da AIDS (HIV), é de 0,3 a 0,4%;
PRECAUÇÕES PADRÃO
D- CONDUTAS PÓS-EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A MATERIAL BIOLÓGICO

Recomendações em caso de exposição à material biológico


Manter a calma e lavar com água e sabão abundantemente o ferimento, mucosa ou pele exposta ao sangue
ou líquido orgânico
X Atos de espremer a lesão e/ou colocar antissépticos NÃO apresentam evidências de redução de risco, pode
aumentar a área lesada.
Realizar a notificação o mais rápido possível!
O profissional acidentado deve se dirigir imediatamente ao Centro de Referência no atendimento de acidentes
ocupacionais de sua região.
Nesse local, deverá ser comunicado o fato ao Técnico de Segurança do Trabalho, preenchido o inquérito de
notificação e emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).
O paciente-fonte deve ser abordado de forma cautelosa evitando situações delicadas, ou mesmo que pense
que foi “contaminado” ou que estão desconfiando dele.
PRECAUÇÕES PADRÃO
D- CONDUTAS PÓS-EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A MATERIAL BIOLÓGICO

O IDEAL É REALIZAR A NOTIFICAÇÃO EM ATÉ 2 HORAS APÓS O ACIDENTE!


Em casos extremos, até 72 horas. Após esse período de tempo, sua eficácia para o HIV édiscutível.

O protocolo de quimioprofilaxia pós-exposição visa a reversão de risco para:


Hepatite B (HBV)
Verificação da imunização do trabalhador (Anti-HBS+);
Administração de imunoglobulina hiperimune;
Vacinação posterior (3 doses);
AIDS (HIV)
Sorologia rápida do trabalhador Sorologia rápida do paciente (se possível);
Medicamentos retrovirais por até 4 semanas;
Acompanhamento sorológico;
Hepatite C (HCV)
Sorologia rápida do trabalhador acidentado;
Verificar paciente-fonte (sorologia rápida) se possível Nenhuma medida disponível;
Acompanhamento sorológico;
PRECAUÇÕES PADRÃO
D- CONDUTAS PÓS-EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A MATERIAL BIOLÓGICO

O protocolo de quimioprofilaxia pós-exposição visa a reversão de risco para:


Hepatite B (HBV)
Verificação da imunização do trabalhador (Anti-HBS+);
Administração de imunoglobulina hiperimune;
Vacinação posterior (3 doses);
AIDS (HIV)
Sorologia rápida do trabalhador Sorologia rápida do paciente (se possível);
Medicamentos retrovirais por até 4 semanas;
Acompanhamento sorológico;
Hepatite C (HCV)
Sorologia rápida do trabalhador acidentado;
Verificar paciente-fonte (sorologia rápida) se possível Nenhuma medida disponível;
Acompanhamento sorológico;
PRECAUÇÕES PADRÃO
LIMPEZA DO AMBIENTE CLÍNICO
Barreiras físicas de proteção

O objetivo, evitar infecção cruzada, em


procedimentos clínicos.
Superfícies e mobiliários estão sujeitos
ao toque das mãos, respingos e
aerossóis.
Atualmente, são produzidos cadeiras e
mochos mais lisos e sem costuras,
pontas autoclaváveis, equipamentos
(manual de biossegurança revisado ABO, 2018) com comandos acionados com os pés,
dentre outras adaptações.
Em casos cirúrgicos, as barreiras devem ser trocadas entre
cada atendimento, promovendo limpeza e desinfecção, com
álcool a 70% ou ácido peracético, a cada troca.
PRECAUÇÕES PADRÃO
CUIDADOS COM A CLINICA

A desinfecção das superfícies do


ambiente clínico deve ser feita:
1º. da área menos contaminada para
mais contaminada;
2º. de cima para baixo;
3º. de dentro para fora.
Não se esqueça das mangueiras de
ar e água e filtro do ar condicionado.
PRECAUÇÕES PADRÃO
CENTRAL DE ESTERILIZAÇÃO
A esterilização é um ponto crítico na Odontologia.
Didaticamente, divide-se a Central de Esterilização em seis partes:
A. Pré-lavagem
B. Lavagem
C. Secagem / Inspeção visual
D. Barreira (Embalagem)
E. Esterilização / Monitoração da Esterilização e
Acondicionamento
O espaço físico deve ser delimitado em 2 áreas:
• Área Contaminada (pré-lavagem, lavagem, secagem e
embalagem)
• Área Limpa (esterilização, monitoração e acondicionamento)
PRECAUÇÕES PADRÃO
CENTRAL DE ESTERILIZAÇÃO

C
A B

D E E

(manual de biossegurança revisado ABO, 2018)


Referencias
CUNHA, Maria Aparecida Gonçalves de Melo. Biossegurança na prática
odontológica. In: FÓRUM DE BIOSSEGURANÇA E VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2015,
Belo Horizonte. Anais [...]. Minas Gerais: Centro Universitário Newton Paiva, Escola
de Odontologia, ago. 2015.
Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico - Hepatites Virais. Ano V, nº 01, Revista Brasileira de Medicina.
Brasília - DF; 2016.
Brasília (2009) Ministério da Saúde — Secretaria de Vigilância em Saúde — Exposição a materiais biológicos:
Editora do Ministério da Saúde. São Paulo (2006) COREN/SP — Conselho Regional de Enfermagem de São
Paulo: NR-32.
Borges, Lusiane Camilo. Manual de biossegurança revisado - ODONTOLOGIA SEGURA Biossegurança e
Segurança do Paciente. Associação Brasileira de Odontologia, 2018. ; Disponível em: URL. Acesso
em:https://www.abo.org.br/uploads/files/2018/06/manual-de-biosseguranca-revisado.pdf
BRASIL. RDC nº 42, de 25 de outubro de 2010. Dispõe sobre a obrigatoriedade de disponibilização de
preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos, pelos serviços de saúde do País, e dá outras
providências.
PINELLI, C. et al.. Biossegurança e odontologia: crenças e atitudes de graduandos sobre o controle da
infecção cruzada. Saúde e Sociedade, v. 20, n. 2, p. 448–461, abr. 2011. Negrini, T.deC., Duque, C., de Oliveira,
A. C., Hebling, J., Spolidorio, L. C., & Spolidorio, D. M. (2009). Staphylococcus aureus contamination in a
pediatric dental clinic. The Journal of clinical pediatric dentistry, 34(1), 13–18.
https://doi.org/10.17796/jcpd.34.1.n435k10291222035
Referencias
Manual de boas práticas em biossegurança para ambientes odontológicos. Conselho Federal de
Odontologia(2020)14. Ilustração do CFO adaptada de Peng et al. (2020)8 .

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