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Edição Gráfica:
Juliana Dias (julianadiasdesigngrafico@gmail.com)
Capa:
Juliana Dias
Imagem da capa:
Colônias de Saccharomyces cerevisiae em meio Sabouraud - imagem dos autores.
Imagens:
Figura 1.1 símbolos de risco biológico e substância tóxica – imagens de Studio Souldesign.eu por
FreeImages.
Figura 1.1 símbolo de substância corrosiva - imagem de Clker-Free-Vector-Images por Pixabay.
Figura 2.1 imagem gentilmente cedida pela Olympus Corporation.
Figura 3.1 imagem gentilmente cedida pela Prismatec Indústria e Comércio.
Inclui referências.
ISBN: 978-65-00-06812-2
CDD 576
Os autores.
4. Meios de cultura 22
7. Antibiograma 35
CONCEITO DE BIOSSEGURANÇA
Biossegurança é o conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, re-
duzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer
a saúde humana, de outros animais, vegetais e o ambiente.
Via digestiva:
Esta acontece por ingestão de microrganismos patogênicos decorrente do uso direto da pipeta com
a boca, falta de lavagem das mãos após manuseio de amostras clínicas ou culturas e pela remoção
inadequada de luvas contaminadas.
Via cutânea:
Tal transmissão acorre pela inoculação direta na pele; ocasionada por acidentes com agulhas,
bisturis ou vidrarias quebradas, bem como durante o manuseio de amostras clínicas e culturas,
estando o manipulador com ferimentos ou arranhões na pele.
Os procedimentos listados abaixo visam garantir a segurança dos alunos, professores, monitores e
funcionários, além de evitar danos ao meio ambiente.
1. Lavar as mãos com detergente e secá-las com papel toalha antes e depois das aulas práticas
(ver Figura 1.2);
2. Utilizar sempre bata ou jaleco, calças compridas e sapatos fechados para diminuir a possibilidade
de riscos, evitar acidentes e, principalmente, reduzir a possibilidade de transportar bactérias e
fungos para o ambiente externo. É importante destacar que não é permitida a permanência no
laboratório do aluno que descumprir essa norma de biossegurança;
3. Não comer, beber, fumar, guardar alimentos, usar o telefone ou manusear lentes de contato e
cosméticos nas áreas do laboratório;
4. Não colocar materiais contaminados como alças de semeio, pipetas e lâminas com células vivas
sobre as bancadas ou superfície da cabine de fluxo laminar. Estes materiais devem ser colocados
em recipientes específicos para posterior descontaminação; as alças devem ser imediatamente
flambadas antes e após o uso;
10. Enxague as mãos, retirando os resíduos 11. Seque as mãos com papel toalha
de sabonete. Evite contato direto das descartável, iniciando pelas mão e
mãos ensaboadas com a torneira. seguindo para os punhos.
Figura 1.2. Etapas da técnica de lavagem das mãos de acordo com o cartaz e o manual Segurança do Paciente -
Higienização das Mãos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária/ Ministério da Saúde (ANVISA/MS).
EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA
Em laboratório, o uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC) con-
tribui para assegurar a realização das aulas práticas sem colocar em risco a saúde dos alunos,
professores, monitores, técnicos e profissionais da limpeza.
Máscara PPF-N95 PPF= Peça de Proteção Fil- Proteção respiratória que contém filtro para reten-
trante ção de contaminantes atmosféricos.
• Espalhar água sanitária ao redor do sítio do acidente, nunca sobre o material biológico devido à
possibilidade de formação de aerossóis;
• Utilizar luvas de procedimento e com papel absorvente recolher a mistura de cultura que der-
ramou juntamente com o antimicrobiano utilizado para desinfecção. Acondicionar em um reci-
piente autoclavável e esterilizar o material antes de descartá-lo no lixo comum.
Material Finalidade
Equipamento Finalidade
O olho humano, por sua vez, é capaz de enxergar estruturas com diâmetro
mínimo de 0,2 mm ou 200 μm. Dessa forma, para a observação de células
microbianas, é necessário o uso de microscópio óptico ou de luz (para vi-
sualizar bactérias, fungos, algas e protozoários) e de microscópios eletrô-
nicos (para observar partículas virais e detalhes das estruturas celulares
de bactérias, fungos, algas e protozoários).
Revólver Braço
Lentes objetivas
Condensador Charriot
Fonte de luz
Base
Parafuso macrométrico Parafuso micrométrico
Objetiva Objetiva
Lentes
Óleo de
imersão
Lamínula Lamínula
Lâmina Lâmina
Amostra Amostra
Figura 2.2. Correção da refração da luz pelo uso do óleo de imersão na objetiva de 100X.
Antes e após a utilização do microscópio deverá ser realizada a limpeza das lentes objetivas uti-
lizando papel macio umedecido com uma solução de álcool etílico absoluto e éter na proporção
70:30 (v/v). Não utilizar solventes orgânicos (ex. xilol e acetona), pois estas substâncias podem
promover o descolamento das lentes. Para a limpeza das lentes deve-se utilizar um papel macio
“tipo lenço”; não usar papel toalha, pois pode arranhá-las.
LIMPEZA DE MATERIAL
Material NÃO CONTAMINADO pelo manuseio no laboratório:
• Lavar com água corrente e detergente neutro (nunca usar detergentes perfumados);
Material CONTAMINADO
Pipetas: adicionar algodão hidrófobo na extremidade das pipetas e embrulhar individualmente com
papel madeira em forma de espiral, identificando o volume de cada pipeta. No caso de utilização de
estojos inoxidáveis para pipetas, não há necessidade de empacotá-las individualmente; no entanto,
deve-se deixar o orifício do estojo aberto para que ocorra a entrada de vapor.
Tubos de ensaio: tamponar com algodão hidrófobo. Organizar os tubos em latas próprias cobertas
na parte superior por papel e identificá-las.
Vidrarias: frascos Erlenmeyer, balões, recipientes para cultivo: tamponar com algodão hidrófobo e
revestir o tampão com papel. Evitar o uso de papel alumínio, em vista da interferência no processo
de esterilização, como também não usar gaze (material hidrofílico).
Pinça, bisturi, alça de Drigalski: devem ser envolvidos também com papel.
Ao preparar um meio de cultura devemos observar a indicação do fabricante. Pois a maioria deles
é esterilizado à 121 ºC por 15 minutos. Entretanto, alguns devem ser esterilizados por filtração por
conterem componentes termossensíveis (ex. vitaminas). No caso de grandes volumes de líquidos
(a partir de 3 L) e em caso de descontaminação de material, o tempo de esterilização deve ser
estendido para 30 minutos.
Para solos é indicada a esterilização fracionada, que consiste em submeter o solo à esterilização
em autoclave durante três dias consecutivos a temperatura de 121ºC durante 30 minutos, ou por 1
hora em dois dias alternados. O solo poderá ser utilizado após 24 horas de repouso, tempo neces-
sário para que ocorra remoção de gases tóxicos.
Válvula de segurança
Manômetro
Saída de vapor
Led indicativo de
equipamento ligado
Dreno para
Chave comutadora troca de água
Figura 3.1. Autoclave e seus componentes. Na parte superior está o manômetro, indicando pela seta vermelha, a marcação
que corresponde à temperatura de 121 ºC.
• Calcular a quantidade de meio (pó) para o volume que se deseja preparar. Para isso, utiliza-se a
regra de três. Conforme exemplo abaixo.
Exemplo:
Se 65 g* g 1000 mL de solução
X g** g 50 mL
Então, X = 65 x 50 / 1000
ATENÇÃO! Quando o meio desidratado não possui ágar (caldo, ou no inglês Broth) para o preparo do
meio sólido, a quantidade de ágar deve ser calculada separadamente. No caso de meio semissólido,
a quantidade de ágar deverá ser de 1%.
• Pesar o meio de cultura em um béquer, devemos adicionar o volume de água determinado, que
deverá ser medido com a proveta e misturar com bastão de vidro;
• Meios de cultura com ágar deverão ser aquecidos no micro-ondas até a fervura do meio e dis-
solução do ágar;
• Meios de cultura líquidos não precisam ser fervidos, apenas homogeneizar e distribuir nos reci-
pientes apropriados;
• Medir o pH com papel indicador de pH e verificar se está de acordo com o descrito na embala-
gem do produto. Ajustar, se necessário, pela adição da base NaOH (promove aumento do pH) ou
ácido HCl 1N (diminui o pH). Distribuir nos recipientes desejados e tamponar. No caso de tubo
• Identificar os recipientes com o nome do meio, data de preparo e turma. Os tubos de ensaio
devem ser dispostos em uma lata e coberta com papel pardo;
• Após a esterilização os tubos de ensaio contendo meio sólido devem ser colocados na posição
inclinada até a solidificação do ágar. Os tubos de ensaio com meio semissólido devem per-
manecer na posição vertical para formar camada alta. Meios líquidos permanecem na vertical,
enquanto os meios sólidos contidos em frascos Erlenmeyer podem ser vertidos em placas de
Petri, enquanto ainda estiverem no estado líquido.
ATIVIDADES DA AULA
* Volume adicionado de 20% a mais do que seria necessário, devido as perdas de meio aderido ao recipiente.
• A alça de semeio deverá ser flambada antes e depois de qualquer semeadura, ou seja, deverá
ser aquecida ao rubro na chama do bico de Bunsen ou lamparina. Também deve ser feita uma
passagem rápida de 5 cm do cabo de Kolle pela chama;
• Os recipientes (tubos de ensaio, placas de Petri) com meio de cultura deverão ser abertos pró-
ximos a fonte de calor, e as bocas dos tubos deverão ser aquecidas antes e após a semeadura.
Nunca colocar o tampão de algodão e as tampas das placas de Petri sobre a bancada;
• O semeio dos microrganismos deverá ser realizado individualmente. Dessa forma, cada aluno
realizará sua atividade sem a ajuda do colega.
• Etapa 1: Segurar a alça de semeio, que possui extremidade arredondada, com a mão direita,
flambar até o rubro, deixar a alça esfriar perto da chama e, em seguida, pegar o tubo contendo
a cultura com a mão esquerda, retirar o tampão com os dedos mínimos e anelar da mão direi-
ta, flambar a boca do tubo, introduzir a alça de semeio até tocar o meio e retirar um pouco do
crescimento bacteriano (inóculo), flambar novamente a boca do tubo, recolocar o tampão de
• Etapa 2: Pegar o tubo com o meio líquido Caldo Nutriente com a mão es-
querda, retirar o tampão de algodão como indicado acima, flambar a boca
do tubo, colocar a alça com inóculo no interior do tubo até atingir o meio
e agitar delicadamente (Figura ao lado). Retirar a alça, flambar novamente
a boca do tubo, recolocar o tampão de algodão, colocar o tubo na estante,
flambar a alça de semeio, etiquetar o tubo semeado.
• Etapa 2: Pegar o tubo com o meio sólido inclinado com a mão esquerda,
retirar o tampão de algodão como mencionado anteriormente, flambar a
boca do tubo, introduzir a alça com inóculo o mais interno do tubo sem
tocar o meio ágar Nutriente (Figura ao lado, 1). Em seguida, encostar deli-
cadamente a ponta da alça na superfície do meio e proceder a semeadura
fazendo estrias (Figura ao lado, 2), retirar a alça, flambar novamente a boca
do tubo, recolocar o tampão de algodão, colocar o tubo na estante, flambar
a alça de semeio, etiquetar o tubo semeado.
• Etapa 2: Pegar o tubo com o meio semissólido com a mão esquerda, retirar
o tampão de algodão como mencionado acima, flambar a boca do tubo, in-
troduzir a agulha com inóculo no meio de cultura ágar Nutriente até próxi-
mo ao fundo do tubo de forma linear (Figura ao lado), retirar a agulha, flam-
bar novamente a boca do tubo, recolocar o tampão de algodão, colocar o
tubo na estante, flambar a agulha de semeio, etiquetar o tubo semeado.
• Etapa 1: Retirar o inóculo bacteriano, procedendo como na Etapa 1 do cultivo em meio líquido;
• Etapa 2: Segurar a placa de Petri com a mão esquerda e flambar as bordas, apoiar a placa na
palma da mão e abrir com os dedos polegar e indicador, encostar a alça contendo inóculo na
borda superior do meio de cultura. A seguir, iniciar a semeadura em estrias, mais próximo ini-
cialmente e, a seguir, distanciar as estrias (como na Figura abaixo, 1). Fechar a placa e girá-la
em 90º e iniciar uma segunda estria passando a alça uma única vez pelo setor 1 já estriado
(como na Figura abaixo, 2), repetir esse procedimento como mostrado em 3 e 4. Tente apro-
• Etapa 1: Dividir a placa de Petri em três partes, fazendo linhas com a caneta de retroprojetor na
parte de baixo da placa, como nas Figuras abaixo;
• Etapa 2: Proceder com o método de estria composta como descrito em “d”, porém, preenchendo
apenas os 3 quadrantes delimitados na placa com a caneta de retroprojetor.
Positivo/Coco com ar- Membro da microbiota dos seres humanos e outros ani-
Sarcina sp. ranjo em cubo com 8 mais monogástricos, sendo citado raramente como pató-
células geno oportunista em imunocomprometidos.
coco espiroqueta
bacilo
tétrade
diplococo espirilo
diplobacilo
sarcina
estreptobacilo vibrião
estreptococo
“paliçada” cocobacilo
estafilococo
PREPARO DO ESFREGAÇO
• Utilizar lâminas de microscopia limpas;
• Identificar com uma etiqueta na parte fosca da extremidade da lâmina, o nome da bactéria abre-
viado (utilizar lápis, pois a marcação à tinta de caneta pode ser removida pelo etanol);
• Adicionar com uma pipeta de Pasteur uma gota de água destilada estéril no centro da lâmina.
Caso a cultura bacteriana esteja em meio líquido não há necessidade de adicionar essa gota de
água;
• Fazer o esfregaço: depositar o inóculo sobre a água e espalhar com movimentos circulares da
alça, obtendo um esfregaço fino e uniforme. Terminado o processo, flambar a alça;
• Para fixar o esfregaço, segure a lâmina com uma pinça e passe-a três vezes sobre a chama,
com o lado que contém o inóculo voltado para cima; não aquecer demais para evitar de danifi-
car as células do esfregaço;
Fixação
Cristal Violeta
Lugol
Etanol-acetona
Fucsina ou Safranina
Figura 6.2. Efeito dos reagentes e corantes sobre as células bacterianas nas etapas da coloração de Gram.
Zonas ou halos
de inibição
Crescimento
bacteriano
Disco difusão Etest®
Figura 7.1. Testes de disco difusão e Etest. Observe o crescimento microbiano pela formação de um tapete de células.
concentração do antimicrobiano
Figura 7.2. Teste de diluição em tubo. O tubo indicado pelo * contém a Concentração Mínima Inibitória (CMI) do
antimicrobiano.
Preparo do inóculo
1. Cultivar a bactéria em meio àgar nutriente por 16 a 24 horas (elas
devem estar na fase Log de crescimento)
Salina estéril
Ágar Mueller-Hinton
Suspensão bacteriana
(1x108 células mL)
Parte 2
Girar a placa em 90 graus e repetir o proces-
so de estriagem, com o mesmo swab e sem
carregá-lo com mais suspensão bacteriana.
Aguardar 5 minutos antes de aplicar os dis-
cos com os antimicrobianos.
Tabela 1. Padrões interpretativos dos diâmetros de halos de inibição para bactérias, aprovados pelo
CLSI (2020), a serem considerados pelos Laboratórios de Microbiologia Clínica.
Amoxicilina +
20/10 µg ≤13 14–17 ≥18
Ácido Clavulânico
Os fungos filamentosos, por outro lado, são formados por células tubu-
lares (hifas com 2–10 µm) e o conjunto dessas células é denominado
micélio. As hifas podem ser contínuas (hifas cenocíticas ou assepta-
das) ou apresentar divisões transversais (hifas septadas). Em meio de
cultura, as colônias de fungos filamentosos podem apresentar aspectos
variados tais como: algodonoso, aveludado, coriáceo e pulverulento.
Etapa 2: Pegar o tubo com o meio sólido inclinado ágar Sabouraud com a mão esquerda, retirar
o tampão de algodão como indicado acima, flambar a boca do tubo, colocar a alça com inóculo
dentro do tubo e depositar o bloco contendo as estruturas do fungo filamentoso no centro da
área inclinada (com a parte do crescimento fúngico em contato com o meio) (Figura 8.1), flambar
novamente a boca do tubo, recolocar o tampão de algodão, colocar o tubo na estante, flambar a
alça de semeio, etiquetar o tubo semeado.
Cultura pura
Figura 8.1. Transferência de fungo filamentoso para um tubo com ágar inclinado usando alça em L.
Etapa 2: Pegar a placa de Petri contendo a cultura do fungo com a mão esquerda e flambar as
bordas, apoiar a placa na palma da mão e abrir com os dedos polegar e indicador, depositar o
bloco contendo as estruturas do fungo no centro da placa (com a parte do crescimento fúngico
em contato com o meio ágar Sabouraud), fazendo suave pressão (Figura 8.2), fechar e flambar
novamente as bordas da placa e a alça de semeio em L.
Cultura pura
Figura 8.2. Transferência de fungo filamentoso para placa de Petri contendo meio sólido usando alça em L.
Etapa 2: Transferir com auxílio de uma alça esterilizada um disco de meio de cultura ágar
Sabouraud para cada extremidade da lâmina contida no interior da placa esterilizada;
Etapa 3: Abrir a placa próximo a chama e transferir para as duas extremidades de cada disco
fragmentos da cultura de um fungo filamentoso e cobrir com uma lamínula. Umedecer o papel
filtro com água destilada esterilizada para obtenção de uma atmosfera úmida durante a incubação
Lamínula
Leveduras
Fungos Filamentosos
• Com a alça de semeio coletar um pouco de massa celular do crescimento de leveduras (sem
coletar o meio de cultura) e espalhar as células na água destilada fazendo movimentos cir-
culares;
• Cobrir a preparação com uma lamínula e com auxílio de uma pinça fazer leve pressão;
• Pressionar levemente um pedaço de fita adesiva, usando um tubo de ensaio como suporte,
na superfície de um micélio crescido em placa;
• Transferir a fita adesiva contendo fragmento de micélio para uma lâmina de microscopia
contendo uma gota de corante azul de Amann;
• Com auxílio de uma pinça, remova a lamínula do microcultivo para uma lâmina contendo
uma gota de azul de Amann, tendo o cuidado para evitar formação de bolhas; o lado da la-
mínula contendo o fungo deverá estar em contato com o corante.
Leveduras
Fungos Filamentosos
LEVEDURAS
800X
Saccharomyces cerevisiae
Célula parental
Broto
400X
Rhodotorula sp.
Conidiósporos
(esporos)
Vesículas
Conidióforos
Aspergillus sp.
Cleistotécio
100X Ascos
400X
Emericella sp.
Esporangiósporos
(esporos)
Esporangióforo
Rizoides
Rhizopus sp.
Conídios
(esporos)
Conidióforo
Hifas vegetativas
septadas
Penicillium sp.
Conídios
(esporos)
400X
Alternaria alternata
Microconídios
Septos
Hifas vegetativas
septadas
Fusarium sp.
Figura 10.1. Vistas frontal e lateral da câmara de Neubauer (A); gradeamento presente na câmara de Neubauer com
destaque para os 16 quadrados presentes em cada quadrante de 1 ao 4 (B); leveduras na câmara de Neubauer com células
mortas coradas em azul e células vivas incolores (C).
Para efetuar a contagem total de microrganismos numa determinada suspensão da amostra faz-se
diluições seriadas (Figura 10.2). A partir de dada diluição, pode-se misturar uma alíquota com a
solução corante (1:2; v:v) e, a seguir, transferir a mistura para a câmara de Neubauer para observa-
ção ao microscópio. Na contagem em meio de cultura, para tal, existem dois métodos mais usuais:
Spread Plate (plaqueamento em superfície) ou Pour Plate (plaqueamento em profundidade).
Na técnica Spread Plate, o meio de cultura já se encontra solidificado na placa de Petri. Uma alíquo-
ta da diluição da amostra, geralmente 0,1 mL, é depositada na superfície do meio sólido em placa
utilizando-se uma pipeta esterilizada, seguido do espalhamento da amostra com o auxílio da alça
de Drigalski ou alça em “L”, permitindo assim, o crescimento microbiano e formação de colônias na
1 mL 1 mL 1 mL 1 mL 1 mL
9 mL de NaCl
(0,9%) estéril
Amostra a ser
quantificada 101 102 103 104 105 Diluições
Plaqueamento de
1 mL de amostra
Número de
110 17 0
colônias
Excesso de colônias contadas
para contagem
Após o plaqueamento e incubação da placa em posição invertida, por tempo e temperatura ade-
quados ao microrganismo, as células vão se multiplicar dando origem às colônias. O número de
colônias quantificadas é menor quanto maior for a diluição. Por outro lado, nos tubos de menor
diluição (amostra mais concentrada) a quantidade de colônias será maior, algumas vezes sendo
impossível diferenciar as colônias entre si. Assim, idealmente devem ser escolhidas para contagem
as placas que contenham entre 30 e 300 colônias. Todavia, resultados mais confiáveis são obtidos
quando é realizada a média do número de colônias de duas placas de dada diluição.
1. Adicionar 1. Adicionar
inóculo numa inóculo numa
placa estéril placa contendo
o meio ágar
Diluição previamente
microbiana solidificado
2. Adicionar meio
ágar fundido
sobre o inóculo 2. Espalhar o
inóculo com a
alça de Drigalski
3. Homogeineizar
fazendo
movimento no
formato de
Colônias crescendo
em profundidade
Figura 10.3. Métodos de quantificação de células viáveis de bactérias e leveduras em profundidade (pour plate) e em
superfície (spread plate).
Bacillus clausii
(Enterogermina®)
Bactéria Ágar nutriente
Bacillus cereus
(Biovicerin®)
Saccharomyces boulardii
(Floratil®)
Levedura Ágar Sabouraud
Saccharomyces cerevisiae
(Florax®)
• Misturar 0,5 mL da diluição 10-5 + 0,5 mL do azul de Tripan (ou azul de metileno) em um tubo de
ensaio;
• Adicionar a lamínula sobre a Câmara de Neubauer e, a seguir, uma alíquota da suspensão ante-
rior (normalmente 1 gota ou 10 µL);
• Contar as células viáveis em 4 quadrados (Figura 10.4) em um dos quatro quadrantes (Figura
10.1B).
Contar a célula
parental e o broto
Figura 10.4. Esquema da contagem de células na câmara de Neubauer. Inicia-se a contagem no quadrado 1, seguindo na
direção das setas azuis e finalizando no quadrado 16. Os 16 quadrados representam um quadrante da câmara.
Quadrado 1 = 25 células
Quadrado 2 = 35 células
Quadrado 3 = 30 células
Quadrado 4 = 10 células
Média = 25 células x 16 quadrados = 400 células
X células g 1 mL
O valor encontrado em X deverá ser multiplicado pelo fator de diluição (tubo da diluição de
onde foi aliquotado para contagem na câmara) e pela diluição realizada com o corante.
ATENÇÃO! Por convenção o valor final deve ser expresso como células/mL com uma casa de-
cimal somente, entre 1 e 9 (Exemplo: 8 x 1011 células/mL e não 800.000.000.000 células/mL).
• Com uma pipeta esterilizada, retirar 0,2 mL da diluição 10-5 e transferir 0,1 mL para a placa
contendo o meio e o restante (0,1 mL) para outra placa;
• Repetir o procedimento anterior com a diluição 10-4 (utilizando a mesma pipeta) para duas
novas placas;
• Flambar a alça de Drigalski. Para isso, passar a extremidade triangular da alça que estava
depositada em um recipiente com etanol 96% pela chama da lamparina ou bico de Bunsen; o
etanol presente na alça irá queimar; aguarde o resfriamento da alça mantendo-a na zona de
manipulação asséptica da lamparina ou bico de Bunsen, após o resfriamento da alça fazer
o espalhamento do inóculo. NÃO manter a alça de Drigalski dentro da chama da lamparina
para não aquecer exageradamente (isso poderá matar as células do inóculo).
• Identifique duas placas de Petri contendo meio de cultura apropriado com o nome do mi-
crorganismo e a diluição 10-6.
• Com uma pipeta estéril, aliquotar 2 mL da diluição 10-6 e transferir 1 mL para uma placa es-
téril vazia (sem meio de cultura) e o restante (1 mL) para outra placa estéril vazia;
• Fazer o mesmo com a diluição 10-5 (utilizando a mesma pipeta anterior) para duas novas
placas;
• Fazer a média das contagens obtidas nas duas placas de cada diluição.
Exemplo:
Placa 1 = 70 colônias
Placa 2 = 90 colônias
Média = 80 colônias
ATENÇÃO! O volume do inóculo da técnica de Spread Plate é de 0,1 mL e na técnica de Pour Plate é
de 1 mL.
Situação 1: Umas das placas com 30 a 300 colônias e a outra com menos de 30 ou com mais de 300.
Resultado
Spread plate: 30 x 104 x 10 UFC/mL g 3 x 106 UFC/mL
Pour Plate: 30 x 104 UFC/mL g 3 x 105 UFC/mL
Situação 2: Duas diluições consecutivas com 30 a 300 colônias (deixar na mesma base)
Resultado
Spread Plate: 25 + 35 = 30 x 105 x 10 UFC/mL g 3 x 107 UFC/mL
2
Pour Plate: 25 + 35 = 30 x 105 UFC/mL g 3 x 106 UFC/mL
2
Resultado
Spread Plate e Pour Plate: <1 x 101 UFC/mL
Situação 4: Todas as diluições apresentam mais de 300 colônias. Nesse caso, escolhe-se a placa
de maior diluição e a divide em 4 quadrantes. Contam-se as colônias presentes em um desses
quadrantes.
Resultado
Spread Plate: 340 x 104 x 10 UFC/mL g 3,4 x 107 UFC/mL
Pour Plate: 340 x 104 UFC/mL g 3,4 x 106 UFC/mL
Raios gama
Ionizantes
Raios X
Radiação Atuam sobre o DNA
Não ionizantes Raios ultravioleta
Estufa
Calor seco Flambagem Oxidação das moléculas
Alta Incineração
temperatura Autoclave
Físicos Desnaturação das prote-
Calor úmido Água fervente
ínas
Pasteurização
Refrigeração Diminuição do metabo-
Baixa temperatura
Congelamento lismo
Membranas filtrantes
Filtração Filtros Hepa (cabine de Remoção mecânica
fluxo laminar)
a. Temperatura
• Transferir 1 mL de uma cultura líquida de Bacillus cereus com 24 horas para 4 tubos con-
tendo 3 mL de Caldo Nutriente. Identifique o primeiro tubo com C (controle), o segundo com
“10” (10 minutos), o terceiro com “20” (20 minutos) e o quarto com “30” (30 minutos);
b. pH
• Transferir 0,1 mL de uma cultura líquida de Bacillus cereus com 24 horas para 3 tubos de
ensaio contendo Caldo Nutriente com valores de pH 3.0; 7.0 e 9.0, respectivamente;
• Incubar os tubos a 35 ºC por 18–24 horas. Observar se houve crescimento microbiano (tur-
vação do meio de cultura).
• Incubar os tubos a 35 ºC por 18–24 horas. Observar se houve crescimento microbiano (tur-
vação do meio de cultura).
• Transferir 0,1 mL de uma cultura líquida de Escherichia coli com 18–24 horas para os dois
tubos e aguardar 10 minutos;
• Tocar a suspensão com uma alça de inoculação e transferir o inóculo para uma placa com
ágar nutriente;
Diluído Concentrado
10 minutos 10 minutos
Diluído Concentrado
20 minutos 20 minutos