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ASPECTOS

EPIDEMIOLÓGICOS DAS
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

Elaborada por Profa Andréia Luciana S. Silva e profa. Rosângela E. Minéo Biagolini - 2020
O que é doença?
• É o desajustamento ou uma falha nos mecanismos de defesa

ou adaptação do organismo OU uma ausência de reação ao


estímulo que está exposto.

• O processo conduz a uma perturbação da estrutura ou da

função de um ou mais órgãos.


Doenças Infecciosas e não infecciosas

Tipo da Doença Agudas Crônicas

Tétano, Meningite, Tuberculose,


Sarampo, Hanseníase,
Infecciosas
Gripe Doenças Chagas

Envenenamento Diabetes, Doenças


Não Infecciosas por picada de Coronarianas,
cobra Hipertensão
Conceitos Básicos

• Infecção: penetração, desenvolvimento e multiplicação


de um agente infeccioso no organismo de um
hospedeiro.
• Doença contagiosa: doenças infecciosas cujos
agentes etiológicos atingem os sadios através do
contato direto com os indivíduos infectados. Ex:
sarampo, caxumba, varicela etc.
• Doença transmissível: doença infecciosa transmitida
por um agente etiológico encontrado em um
reservatório (humano, animal ou ambiental) que
atinge um hospedeiro suscetível. Ex: leptospirose,
tétano.
O controle das doenças transmissíveis
está baseado em:

• Conhecimento de sua cadeia de transmissão

• Conhecimento técnico

• Recursos tecnológicos existentes

• Disponibilidade de recursos financeiros

• Adoção de estratégias de controle visando a eliminação

de um ou mais elos da cadeia epidemiológica


A cadeia epidemiológica
1. Agente Causal
Específico

2. Reservatório

5. Porta de
entrada no 3. Porta de
novo Saída do
Hospedeiro Agente
4. Modo de
transmissão do
Agente
A cadeia epidemiológica

1. Agente
Causal
Específico
Cadeia Epidemiológica

1. O agente etiológico (agente causal)

Agente causador da doença, aquele que causa os sinais e


sintomas de determinada enfermidade.

Este termo pode ser usado em substituição a agentes


infecciosos, patógeno ou agente patogênico. Vírus,
bactérias, protozoários, parasitas, fungos, são alguns
exemplos de agentes etiológicos.
Conceitos Básicos
• Infectividade: é a capacidade que tem certos microorganismos
de penetrar e de se desenvolver ou de se multiplicar no novo
hospedeiro, ocasionando infecção. Há agentes dotados de alta
ou baixa infectividade. Exemplo: vírus gripe (alta infectividade),
vírus sarampo (alta infectividade), fungos (baixa infectividade)

• Patogenicidade: é a capacidade que o microorganismo tem de


produzir sintomas no hospedeiro infectado. Há agentes dotados
de alta ou baixa patogenicidade. Exemplo: vírus do sarampo
(praticamente todos infectados desenvolvem os sintomas, já o
vírus da poliomielite só 1% desenvolve a paralisia)

• Virulência: refere-se à gravidade de uma doença, alta virulência


indica uma grande proporção de casos fatais ou graves.
Exemplo: vírus da raiva (alta virulência), vírus do sarampo (baixa
virulência)
A cadeia epidemiológica

1. Agente Causal
Específico

2. Reservatório
Cadeia Epidemiológica
2. Reservatório
O reservatório é qualquer local, vegetal, animal ou
humano onde vive e multiplica-se um agente
etiológico tornando-o capaz de atingir hospedeiro
suscetíveis.
São considerados reservatórios de infecção:
• O homem

• Os animais

• O ambiente
Cadeia Epidemiológica
Reservatório humano
Boa parte das doenças infecciosas tem o homem como
reservatório. Ex: sarampo, Infecções Sexualmente
Transmissíveis (IST), caxumba, meningites e a maioria das
doenças respiratórias. Existem dois tipos de reservatório
humano:
• Pessoas sintomáticas
• Pessoas portadoras

Portador é o indivíduo que não apresenta sintomas de uma determinada


doença transmissível, porém está portando e eliminando o agente etiológico.
Ex: HIV, Hepatite B, Hepatite C, Doença de Chagas etc
Cadeia Epidemiológica
Reservatório Animal

Doenças transmitidas de animais para homens são chamadas Zoonoses.


Via de regra são doenças de animal para animal, mas atingem o homem
acidentalmente.
Ex: leptospirose (roedores como reservatórios), raiva (morcego, cachorro,
gato)

Reservatório Ambiental
Plantas, o solo e a água podem ser reservatórios para alguns agentes
infecciosos.
Ex:
Legionellae pneumophila que tem a água como reservatório, encontrada em
certos sistemas de aquecimento de água, umidificadores, etc. Clostriduim
tetanium – encontrado no solo, poeira, ferrugens.
A cadeia epidemiológica

1. Agente Causal
Específico

2. Reservatório

3. Porta
de Saída
do Agente
Cadeia Epidemiológica

3. Porta de saída:
O caminho pelo qual um agente infeccioso sai do seu
hospedeiro é, geralmente, denominado como porta de
saída. As principais portas de saída são: Respiratória,
Genitourinária, Digestiva, Pele e Placentária.
A cadeia epidemiológica
1. Agente Causal
Específico

2. Reservatório

3. Porta de
Saída do
4. Modo de Agente
transmissão do
Agente
4. Modo de Transmissão

Transmissão direta = existe contato entre superfícies.


Dá-se pelo contato físico entre o reservatório e o novo
hospedeiro por exemplo: mordedura, arranhadura, contato
sexual (IST), beijo, passagem do agente da mãe para o feto
através da placenta, etc.
E também pela transmissão do agente por meio das
secreções oronasais: gotículas de flugge = rubéola.
4. Modo de Transmissão
Transmissão indireta= quando os agentes etiológicos, que são
eliminados, necessitam de um meio ou hospedeiro intermediário,
para percorrer toda ou parte da distância que separa o indivíduo
infectado do suscetível, onde deverá desenvolver-se ou multiplicar-
se, estabelecendo a infecção.

✓ Veículos animados → Exemplo: caramujos (esquistossomose), insetos


hematófagos (barbeiro, dengue).

✓ Veículos inanimados → água (ex: cólera); alimentos; solo; objetos


(peças do vestuário, utensílios de copa e cozinha, instrumentos cirúrgicos,
objetos de uso pessoal, aparelhos de PA, estetoscópios, termômetro, etc)

✓ Transmissão vertical → Ocorre durante o período de reprodução,


desenvolvimento fetal ou parto. Ex.: AIDS, sífilis congênita, rubéola
congênita.
A cadeia epidemiológica
1. Agente Causal
Específico

2. Reservatório

5. Porta de 3. Porta de
entrada no novo Saída do
Hospedeiro Agente
4. Modo de
transmissão do
Agente
Cadeia Epidemiológica
• 5. Portas de entrada:
As portas de entrada de um germe no novo
hospedeiro são basicamente as mesmas usadas para
a saída do hospedeiro prévio.
✓ Diretamente: o agente etiológico não passa pelo meio
ambiente, exemplo → IST
✓ Diretamente pela via transplacentária, exemplo → sífilis,
rubéola
✓ Diretamente por outras espécies → mordedura de cão
raivoso
✓ Introduzido por vetor → dengue, febre amarela
✓ Veiculado por elemento não vivo → parasitoses
A cadeia epidemiológica

1. Agente Causal
Específico

6. Suscetibilidade 2. Reservatório
do Hospedeiro

5. Porta de
entrada no 3. Porta de
novo Saída do
Hospedeiro Agente
4. Modo de
transmissão do
Agente
Cadeia Epidemiológica
6. Suscetibilidade do hospedeiro
Suscetibilidade → não possui resistência (imunidade)
suficiente contra o agente patógeno

Resistência→ servem de defesa contra a invasão ou


multiplicação de agentes infecciosos, ou contra os efeitos
nocivos de seus produtos tóxicos.

Imunidade → inespecífica e específica


A cadeia epidemiológica

1. Agente Causal
Específico

6. Suscetibilidade 2. Reservatório
do Hospedeiro

5. Porta de
entrada no 3. Porta de
novo Saída do
Hospedeiro Agente
4. Modo de
transmissão do
Agente
A cadeia epidemiológica da DENGUE
Vírus da Dengue tipo 1, 2, 3 ou 4

Universal 1. Agente
Causal
Específico Homem
6. Suscetibilidade 2. Reservatório
do Hospedeiro

3. Porta de
Saída do
Agente

4. Modo de
transmissão do
Agente

Porta de saída / Modo de transmissão / Porta de entrada: A principal forma de


transmissão de dengue, picada de fêmeas infectadas do mosquito Aedes Aegypti.
Conceitos Básicos
• Comunicante: São todos aqueles (pessoa ou animal) que
estiveram em contato com um reservatório ou com ambiente
contaminado, de forma a ter oportunidade de adquirir o agente
etiológico de uma doença.

• Período de Incubação: é o intervalo de tempo que decorre


desde a penetração do agente etiológico no hospedeiro
(indivíduo já está infectado), até o aparecimento dos sinais e
sintomas da doença.

• Período prodrômico: intervalo entre os primeiros sintomas da


doença e o início dos sinais que lhe são característicos.
Conceitos Básicos
• Período de Transmissibilidade: é aquele em que o indivíduo é
capaz de transmitir a doença quer esteja ou não com sintomas.

• Portador: Uma pessoa ou animal que hospeda um agente infeccioso


específico na ausência de doença clínica, e que sirva como fonte
potencial de transmissão da infecção.

• Imunidade de rebanho: resistência de um grupo ou população a


introdução e disseminação de um agente infeccioso. Essa resistência
é baseada na elevada proporção de indivíduos imunes entre os
membros desse grupo ou população e na uniforme distribuição
desses indivíduos imunes.
Imunidade
de
Rebanho

Fonte: https://share.america.gov/pt-
br/desenvolvendo-a-proxima-vacina-
dinheiro-dos-impostos-salva-vidas/
Conceitos Básicos
• Erradicação: é a cessação de toda a transmissão da infecção
pela extinção do agente etiológico de uma determinada
doença, de forma a permitir a suspensão de qualquer medida
de prevenção.

• Eliminação: é a situação onde não há registro de casos da


doença porém, a existência do agente etiológico possibilita a
ocorrência de novos casos.
• Busca Ativa: é a busca de casos suspeitos, que se dá de forma
permanente ou não; visitas periódicas do serviço de saúde em áreas
silenciosas ( sem a ocorrência de casos) ou na ocorrência de casos
em municípios vizinhos.
Conceitos Básicos
• Endemia: É a presença contínua de uma enfermidade ou de
um agente infeccioso em uma zona geográfica determinada.
• Surto: É a epidemia de proporções reduzidas, atingindo uma
pequena comunidade humana. Pode-se utilizar o termo para o
caso de ocorrências em instituições fechadas (escolas, creches
etc)
• Epidemia: É a manifestação, em uma coletividade ou região,
de um número de casos de alguma enfermidade que excede
claramente a incidência (ocorrência) prevista.
• Pandemia: É a epidemia de uma doença que afeta pessoas em
muitos países e continentes.

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