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EPIDEMIOLOGIA DA INFEÇÃO:

- Cadeia epidemiológica -

Formadora: Helena Sousa


Como se transmite
uma infeção?

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Do ponto de vista biológico, infeção é uma forma de relação microbiota-
hospedeiro que consiste na implantação e na colonização de microrganismos
em hospedeiros altamente organizados.
O termo “microrganismo” abrange bactérias, fungos, protozoários e vírus.

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Por colonização entendemos a aderência, a
adaptação ecológica, o crescimento
celular e a posterior multiplicação de
microrganismos.

◦ Comensais
◦ Patogénicas

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Os agentes infeciosos propagam-se ao ser humano ou aos animais através
duma série de passos conhecidos por:

Cadeia de Infeção

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Só poderá ocorrer infeção quando todos os seis passos da cadeia estiverem
presentes.

Ao ser quebrado um dos elos da cadeia, interrompe-se o ciclo.

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A infeção ocorre em um ciclo que depende dos seguintes elementos:
 Um agente infecioso
 Um reservatório ou fonte para o crescimento do patógeno
 Uma porta de saída para o reservatório
 Um mecanismo de transmissão
 Uma porta de entrada para o hospedeiro
 Um hospedeiro suscetível.

Assim, a presença de um patógeno não significa que ocorrerá uma infeção.

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Agente
infecioso

Hospedeiro Reservatório

Cadeia da infeção
(6 elos)

Porta de
Porta de saída
entrada

Mecanismo de
transmissão 8
AGENTE INFECCIOSO

É o microrganismo que pode causar uma doença infeciosa, existem vários


tipos:

 Bactérias
 Vírus
 Fungos
 Parasitas

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FONTE OU RESERVATÓRIO

Fonte da Infeção ou Reservatório é o local onde o agente infecioso se


encontra, neste local, consegue viver, crescer e se multiplicar.
 Pode ser uma pessoa, um objeto, um ambiente, etc.

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a) Fontes ou reservatórios humanos: quando a fonte é
uma pessoa, esta não tem que estar necessariamente
doente, pode estar ainda no período de incubação,
pode estar com sintomas inespecíficos (muitas vezes
leves), ou ainda a pessoa pode estar apenas colonizada
(o organismo vive nela, sem causar doença).

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b) Fontes ambientais:

 Superfícies de materiais (roupas)


 Superfícies de móveis (cama, mesa de cabeceira, monitor)
 Superfícies de equipamentos
 Solo
 Água – bactéria Legionella
 Ar condicionado – são fontes importantes de infeções em hospitais,
principalmente por fungos
 Soluções (até mesmo soluções como o sabão pode ser fonte de infeção se não for
cumpridas as regras de uso)

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c) Fontes ou reservatórios
animais: todo o ser vido pode
ser hospedeiro de
microrganismos (comensais ou
patogénicos).
 Exemplos: bactérias em
boca, pelos ou unhas de
cães, gatos, etc…
A doença pode ser normalmente
transmitida de animal a animal, ou
animal para humanos – zoonoses.

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PORTA DE SAÍDA

É a via pela qual os micro-organismos saem da fonte humana para atingir


uma fonte ambiental ou um hospedeiro suscetível.

Exemplos de porta de saída:


 Trato respiratório
 Trato geniturinário
 Trato gastrointestinal
 Sangue
 Pele
 Mucosas
 Feridas 15
MECANISMO DE TRANSMISSÃO

É o modo com que o agente infecioso atinge um hospedeiro suscetível, sendo


a forma de transmissão do microrganismo que definirá o tipo de isolamento.

Um microrganismo pode ter uma ou mais que uma via de transmissão.


◦ Ex: a tuberculose quase sempre se transmite por via aérea, o sarampo transmite-
se por contacto e pelo ar.

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1. Transmissão:

a) Por contato direto: é a forma mais frequente de transmissão. Os microrganismo é


transmitido diretamente de pessoa para pessoa através do contato pele a pele, beijo,
contato sexual, etc.. A transferência de microrganismos pode acontecer também
através da troca de fluidos orgânicos como por exemplo através do sangue,
expetoração, limpeza de feridas, etc... Assim, as mãos contaminadas são a forma mais
comum de propagação de infeção.

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b) Por contato indireto: inclui a propagação da infeção através de bebidas ou alimentos
contaminados, tocar em roupas sujas, produtos de higiene pessoal, utensílios vários,
etc.. Numa unidade de cuidados o contacto indireto ocorre sempre que haja um contato
pessoal com um equipamento contaminado, instrumentos, roupa suja ou outros objetos.
Uma das formas de transmissão indireta mais comum é o estetoscópio contaminado.

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Quando espirramos, tossimos, ou mesmo falamos, emitimos pequenas
partículas que saem por nossa boca ou nariz, essas partículas são emitidas a
uma certa distância até caírem no chão.

Existem dois tipos de transmissão respiratória:


1) Transmissão por gotícula
2) Transmissão por aerossol

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1) Transmissão por gotícula: as gotículas respiratórias são partículas muito
pequeninas e que não podem ser vistas a olho nu. Podem sair do corpo do
doente através de tosse, espirro ou da fala. Estas gotículas respiratórias
entram no corpo penetrando nas mucosas de olhos, nariz ou boca.

2) Transmissão por aerossol: a transmissão por aerossol ocorre pela


disseminação de núcleos goticulares ou de pequenas partículas. Essas
partículas contêm agentes infeciosos que permanecem ativos por longos
períodos e podem percorrer longas distâncias através das correntes de ar e ser
inalados por pessoas suscetíveis que não tiveram contato próximo. O
tamanho da partícula proporciona a forma ideal para a inalação, uma vez que
é suficientemente pequena para atingir a árvore respiratória sem ser contida
pelos cílios presentes na mucosa do trato respiratório superior.

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Transmissão de doenças infeciosas por vetores
É a transferência desde um reservatório até um hospedeiro tendo animais como
intermediários.
Exemplos de vetores:
 Moscas ( bactérias causadoras de diarreias infeciosas)
 Carraça (febre da carraça)
 Mosquitos (Dengue, Malária,)
 Roedores (Leptospirose - urina)
 Morcegos (Raiva,)
 Pombos (Criptococose – fungo fezes)
 Gatos (Toxoplasmose)

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PORTA DE ENTRADA

É a via pela qual o agente infecioso atinge o


hospedeiro suscetível.

Exemplos:
 Trato respiratório,
 Trato gastrointestinal,
 Trato urinário,
 Pele não íntegra,
 Mucosas,
 Procedimentos invasivos.
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HOSPEDEIRO (SUSCEPTÍVEL)
Todos os indivíduos possuem algum grau de suscetibilidade, porém, nem todos
que entram em contato com algum microrganismo ficará doente, na verdade, a
maioria dos agentes infeciosos com os quais temos contato, não nos causam
doenças.

Pessoas com maior risco de desenvolver doenças infeciosas:


 Pacientes imunodeprimidos
 Recém Nascidos,
 Queimados,
 Idosos,
 Recém operados.

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Para que seja possível o aparecimento de infeção é requerido que estejam
presentes as seguintes condições:
1. Número adequado de agentes patogénicos, variável consoante a espécie e o
estado imunitário do hospedeiro;
2. Existência de um reservatório ou fonte onde o microrganismo sobreviva e
possa multiplicar-se;
3. Via de transmissão do agente para o hospedeiro;
4. Porta de entrada do hospedeiro específica para o agente patogénico (há
especificidade entre microrganismos e capacidade de desencadear doença
em órgãos ou sistemas específicos do hospedeiro);
5. Que o hospedeiro seja suscetível ao agente microbiano, isto é, que não tenha
imunidade ao agente.

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À ocorrência destes sucessivos acontecimentos denominamos “Cadeia da
Infeção”.
As estratégias de controlo de infeção eficientes e eficazes têm que ter em
conta esta sequência, prevenindo a transferência dos agentes pela interrupção
de uma ou mais das ligações desta cadeia.

Eficaz - É algo adequado para atingir um propósito, de


modo a alcançar o resultado pretendido ou esperado.
Eficiente - Quando a tarefa é executada da melhor
maneira possível, com o menor desperdício de tempo,
esforço e recursos

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