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UFCD 6562 – Prevenção e Controlo da Infeção: Princípios Básicos

Considerar na Prestação de Cuidados de Saúde.

Tarefa: PESQUISA ACERCA DOS COMPONENTES DA CADEIA EPIDEMIOLÓGICA.

CADEIA EPIDEMIOLÓGICA

INFEÇÃO pode ser definida, como “penetração e desenvolvimento ou multiplicação de


um agente infecioso no organismo do homem ou de outro animal.” A infeção pode
desencadear algumas manifestações clínicas, sendo, nesse caso, denominada de doença
infeciosa. Apenas uma minoria das pessoas expostas a agentes infeciosos desenvolvem
doenças infeciosas. Isso se deve ao fato de que, na maioria das vezes, nosso corpo é
capaz de barrar a infeção. Entre as defesas do organismo contra infeções, podemos citar
a pele, que é uma barreira mecânica; células de defesa e os famosos anticorpos. Outro
ponto importante a ser destacado é que, muitas vezes, o homem consegue transmitir
agentes infeciosos de um indivíduo para outro, sendo o homem, portanto, uma fonte
de infeção.

Agentes infeciosos - Os agentes infeciosos são organismos capazes de desencadear


doenças infeciosas ou infeções. Esses agentes são sobretudo micro-organismos,
entretanto, podem ser também outros organismos, como os helmintos (popularmente
chamados de vermes). Entre os principais agentes infeciosos, podemos citar: vírus,
bactérias, fungos e protozoários.
Os agentes infeciosos podem adentrar o organismo pela pele, via respiratória,
circulatória e mucosas, por exemplo. A transmissão também pode se dar de diferentes
formas, podendo ser de maneira direta ou indireta, ou seja, agente infecioso é um ser
vivo capaz de reconhecer seu hospedeiro, penetrar, desenvolver-se, multiplicar-se neste
ser vivo e, mais tarde, sair para alcançar novos hospedeiros.

Reservatório ou fonte - O reservatório pode ser entendido como o habitat de um agente


infecioso, no qual este vive, cresce e se multiplica. É aceitável dizer que a característica
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que diferencia o reservatório da fonte de infeção diz respeito ao fato de o reservatório
ser indispensável para a perpetuação do agente, ao passo que a fonte de infeção é a
responsável eventual pela transmissão. Podem comportar-se como reservatório ou
fontes de infeção: o homem, os animais e o ambiente.

Porta de saída - É a via pela qual os micro-organismos saem da fonte para atingir um
hospedeiro suscetível.
Exemplos: Trato respiratório; Trato geniturinário; Trato gastrintestinal; Sangue; Pele;
Mucosas.

Forma de transmissão - É o modo com que o agente infecioso atinge um hospedeiro


suscetível. É a forma de transmissão do micro-organismo que definirá o tipo de
isolamento.
Transmissão de doenças infeciosas – direta por contato - Micro-organismo é transmitido
diretamente de pessoa para pessoa: Pele-a-pele, beijo, contato sexual.

Exemplos: Contato de sangue e fluídos corporais diretamente com mucosa ou pele não
íntegra como HIV, Hepatites virais e etc.

Transmissão de doenças infeciosas – direta por gotas (respiratória) - Quando


espirramos, tossimos, ou mesmo falamos, emitimos pequenas partículas que saem por
nossa boca ou nariz.

Essas partículas são dispersadas por uma certa distância até caírem no chão,
dependendo do tamanho e peso dessas partículas, elas podem ter diferente alcance.

Existem dois tipos de transmissão direta por gotas ou transmissão respiratória:

Transmissão por gotícula

Transmissão por aerossol

Transmissão de doenças infeciosas – Via respiratória por gotícula


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As gotículas respiratórias são partículas muito pequeninas (não podem ser vistas a olho
nu) e saem do corpo do doente através de tosse, espirro ou fala. As gotículas
respiratórias entram no corpo penetrando nas mucosas de olhos, nariz ou boca.

Exemplo: vírus sincicial respiratório, Bactérias,

Transmissão de doenças infecciosas – Via respiratória por aerossol

A transmissão por aerossol ocorre pela disseminação de núcleos goticulares ou de


pequenas partículas. Essas partículas contêm agentes infeciosos que permanecem
infetantes por períodos prolongados e podem percorrer longas distâncias.

O tamanho da partícula proporciona a forma ideal para a inalação, uma vez que é
suficientemente pequena para atingir a árvore respiratória sem ser contida pelos cílios
presentes na mucosa do trato respiratório superior.

Exemplos: esporos de Aspergillus spp; Mycobacterium tuberculosis

Os micro-organismos carreados desta forma podem atingir longas distâncias através das
correntes de ar e ser inalados por pessoas suscetíveis que não tiveram contato próximo
ou que estiveram no mesmo quarto com a pessoa infetada

Transmissão de doenças infeciosas – indireta pelo Ar

Transferência de um agente infecioso desde um reservatório até um hospedeiro através


de núcleos de poeira ou gotículas suspensas no ar. Núcleos de poeira se instalam em
superfícies e depois viajam pelo ar através do vento ou queimadas. Já as gotículas são
partículas muito pequenas e leves que conseguem ficar suspensas no ar por mais tempo
e alcançam distancias maiores que os núcleos de poeira e se dispersam mais facilmente.
Exemplo: sarampo.

Transmissão de doenças infeciosas – indireta por veículo - Transferência de um agente


infecioso desde um reservatório até um hospedeiro por vias como: Material biológico
(como o sangue), Comida, Agua, Fomites (objetos inanimados: como luvas, roupas,
materiais cirúrgicos, etc)
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Um veículo pode funcionar apenas para um meio de transporte para o agente infecioso,
ou como um reservatório (onde ele pode crescer e se multiplicar)

Transmissão de doenças infeciosas – indireta por vetores - Transferência de um agente


infecioso desde um reservatório até um hospedeiro por intermediários animados
(animais). Os vetores podem transportar os agentes infeciosos por meios puramente
mecânicos ou participarem do ciclo de vida do micro-organismo. Cada animal (vetor)
pode ser capaz de transmitir um ou vários agentes infeciosos.

Exemplos de vetores:

Moscas ( bactérias causadoras de diarreias infeciosas)

Carrapatos (Borreliose – doença de lyme)

Mosquitos Aedes aegypti (Dengue, Zika, Chikungunya, Febre Amarela)

Mosquitos do gênero Anopheles (Malária)

Roedores (Leptospirose)

Morcegos (Raiva, Histoplasmose)

Pombos (Paracoco)

Gatos (Toxoplasmose, Raiva)

Porta de entrada: É a via pela qual o agente infecioso atinge o hospedeiro suscetível.
Exemplos:
Trato respiratório,
Trato gastrointestinal,
Trato urinário,
Pele não íntegra,
Mucosas.

Hospedeiro Suscetível: Local onde o agente microbiano mantém a sua presença e que
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reúne as condições propícias à sua multiplicação (pode ser o Homem, animais ou fontes
ambientais).
Os microrganismos podem reproduzir-se em diversos reservatórios- tecidos humanos,
objetos do meio ambiente, matéria orgânica, água, esgotos, animais, e ainda, as
superfícies húmidas são mais favoráveis ao desenvolvimento de microrganismos que as
superfícies secas.

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