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UFCD 6562 – Prevenção e Controlo da Infeção: Princípios Básicos

Considerar na Prestação de Cuidados de Saúde.

Tarefa: PESQUISA ACERCA DA AÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS: ÓXIDO DE ETILENO,


ÁLCOOL, PERÓXIDO DE HIDRIGÊNIO E CLOREXIDINA.

AÇÃO DE AGENTES QUÍMICOS

Óxido de etileno - O óxido de etileno ou epóxi-etano é uma importante substância


química gasosa inflamável e um líquido refrigerado com um fraco odor doce, além de
ser o mais simples exemplo de epóxido. Devido a facilidade de abertura de seu anel de
alta tensão angular, é um composto muito reativo, o que garante sua alta versatilidade
como intermediário químico, como na produção de etilenoglicol e outros produtos
químicos, assim como um esterilizante para alimentos e materiais de uso médico.
Contudo, essa mesma característica também garante que seja relativamente tóxico e
propenso a causar acidentes.
Seu nome IUPAC é epoxietano. Outros nomes incluem oxirano e óxido de dimetileno.
História
Óxido de etileno foi primeiro preparado em 1859 pelo químico francês Charles-Adolphe
Wurtz, que o preparou pela reação de 2-cloroetanol com uma base. inicialmente
produzido para pulverizar em produtos têxteis, drogas, livros e na agricultura como
inseticida de ação ampla, enquanto na indústria do fumo, foi usado para reduzir o tempo
de envelhecimento e o conteúdo de nicotina[2] . Ele adquiriu importância industrial
durante a Primeira Guerra Mundial como um precursor para tanto o refrigerante
etilenoglicol e a arma química gás mostarda.A partir de 1914, a produção industrial a
partir do processo descoberto por Wurtz e, partir daí, tanto ela quanto sua importância
cresceu. Em 1931, Theodore Lefort, outro químico francês, descobriu o principal para
preparar óxido de etileno diretamente do etileno e oxigênio, usando prata como
catalisador. Desde 1940, quase todo óxido de etileno produzido industrialmente tem
sido feito usando este método.[4]A partir de 1949, estabeleceu-se sua ação esporicida
e as indústrias alimentícias começaram a usá-lo como agente esterilizante. Em 1962,
começou a ser usado na esterilização de artigos médico-hospitalares termossensíveis ou
hidrossensíveis.
Usos
Quando numa mistura com N2, CO2 ou diclorofluormetano, é usado como como
desinfetante, agente esterilizante e fumegante, penetrando pelos poros e através de
embalagens, garantindo seu uso como esterilizante de materiais cirúrgicos em hospitais,
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como ataduras, suturas, e instrumentos cirúrgicos, ou removedor de pragas e
microorganismos de temperos, peles e outros produtos. Isso permite esterilizar
substâncias que sofreriam danos por técnicas de esterilização tais como pasteurização
que baseiam-se em calor. A esterilização por óxido de etileno para a preservação de
especiarias foi patenteado em 1938 pelo químico estadunidense Lloyd Hall, e é ainda
usado com este fim.
A esterilização por este método deve ser realizada em autoclave própria para o óxido de
etileno. Além disso, esse método conserva os produtos esterilizados por não apresentar
poder de corrosão.
Os métodos preferidos têm sido:
A tradicional câmara de esterilização: onde uma câmara é preenchida com um misto de
óxido de etileno e outros gases os quais são depois removidos por exaustão.
O mais recente método da difusão gasosa: desenvolvido em 1967 o qual se coloca em
bolsas que acondicionam os materiais a serem esterilizados e atua como uma mini-
câmara de maneira a consumir menos gás e fazer o processo economicamente mais
atraente para pequenas demandas. Outros nomes para este método alternativo para
pequenas cargas são: método Anprolene, método de esterilização em bolsas ou método
de esterilização de micro-doses.
O mecanismo de ação desse método de esterilização é por alquilação proteica,
inativando a proteína [8]. Lembrando: é a substituição de um átomo de hidrogênio de
uma cadeia aromática por um radical alquila (são eles os radicais metil, etil, propil ou
butil). O aumento da umidade relativa aumenta o poder esterilizante do óxido de etileno
[9], pois a água funciona como um solvente polar para promover reações covalentes
entre o óxido de etileno e os microrganismos, não se dissociando e intivando-os. Além
disso, ainda está em avaliação a esterilização de materiais que seriam inicialmente de
uso único, causando um impacto econômico positivo. É importante ressaltar que os
materiais devem ser previamente limpos antes de passar por esse processo.[9] Segundo
um estudo [10], o óxido de etileno poderia causar impactos na proteína albumina sérica
de humanos. No estudo, observaram a esterilização por óxido de etileno em seringas
pré-preenchidas, constatando que o óxido de etileno potencialmente causaria
degradação química nos produtos terapêuticos, formando adutos com resíduos de
aminoácidos da proteína albumina sérica humana. Tal situação não foi encontrada com
esterilização a vapor.
Seu gás é usado para esterilização a baixa temperatura de materiais que são sensíveis a
temperatura e a pressão, ou seja que não podem ser autoclavados. O tratamento dura
cerca de 4 horas sendo que após esse tempo o material deve manter-se em local arejado
para que o óxido de etileno residual seja eliminado antes da sua utilização. [12] Apesar
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da alta eficiência deste processo para a esterilização é importante salientar que tal gás
é inflamável, explosivo e carcinogênico para animais de experimentação. [12] A
exposição aguda deste gás está relacionada com inflamação de vias aéreas, náuseas,
diarreia, cefaleia, vertigens e até convulsões. Já, a exposição crônica do mesmo acarreta
em infecções respiratórias, anemia e mudanças no comportamento. [11] Assim sendo,
o óxido de etileno não é utilizado na disponibilidade de outros métodos de esterilização
aceitáveis. Ademais, a eficácia deste processo de esterilização é monitorado por meio
do teste com esporos do Bacillus subtilis. Exemplos de outros gases utilizados para
esterilização de materiais são formaldeído e beta-propiolactona.
A maioria do óxido de etileno, entretanto, é usado como um intermediário na produção
de outras substâncias. O principal uso de óxido de etileno é na produção de etileno
glicol. O uso primário final para o etileno glicol é na produção de polímeros de poliéster.
Tal composto é mais comumente conhecido por seu uso como um refrigerante
automotivo e anticongelante. Outros usos desse composto incluem solventes e
surfactantes.
Cuidados e Riscos
Óxido de etileno pode causar explosões e incêndios, além de ser extremamente reativo,
fazendo-o uma substância muito perigosa de se manipular. Seu vapor puro ou mistura
com gases inertes ou ar podem se decompor explosivamente, dependendo da pressão,
temperatura, concentração dele no ambiente, tipo, forma e energia da fonte de ignição,
e o tipo de recipiente em questão. Sua decomposição explosiva em ambientes fechados
pode ser suprimida pela cobertura com um gás inerte até a pressão de alcance não
explosivo ser alcançada, sendo preferidos agentes com maior condutividade térmica.
Quando no estado líquido, também pode participar na decomposição, que começa na
sua fase gasosa. Contudo, essa reação ocorre na última fase, a qual é criada por uma
fonte de ignição e mantida pela evaporação do composto.
Outro perigo são as reações extremamente exotérmicas. Se traços de iniciadores de
polimerização, como aminas, entrarem em contato com uma grande quantidade do
composto, a polimerização se inicia e a velocidade de sua reação rapidamente cresce
graças ao aumento na temperatura. Já que essa é segue um processo quase adiabático,
há um súbito e veloz aumento na temperatura e pressão, que pode levar a ruptura do
recipiente que contém a substância, sendo seguida por sua decomposição explosiva.
Fogos de isolamento também podem ocorrer se ele vazar para os materiais que fazem
tal isolamento, como asbestos, silicato de cálcio ou de magnésio e lã mineral, por uma
combinação de efeitos e reações já que, como outros compostos orgânicos, ele tem
menor temperatura de autoignição em tais materiais. Essa autoignição também pode
ser facilitada na sua isomerização em acetaldeído, que diminui a temperatura necessária
para tal processo acontecer. Além disso, quando na presença de água, ele pode ser
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hidrolisado a etilenoglicol e se polimerizar a polietilenoglicol, com aparecimento de
calor. Tanto o óxido de etileno, o acetaldeído ou o polietilenoglicol contido no material
de isolamento podem ser oxidados pelo ar, criando pontos quentes nele que podem
causar decomposição explosiva de tais vapores.
Desse modo, para prevenir situações perigosas envolvendo o óxido de etileno, deve-se
evitar: seus vazamentos, seja na forma líquida ou gasosa; a entrada de ar, O2, ou
impurezas reativas em seus recipientes; fontes de ignição e seu superaquecimento.
Álcool – (do árabe al-kohul) é uma classe de compostos orgânicos que possuem, na sua
estrutura, um ou mais grupos de hidroxilas ("-OH") ligados a carbonos saturados. Entre
esses compostos, temos como exemplo o etanol, comumente utilizado como
combustível, esterilizante e solvente. É o componente principal das bebidas alcoólicas.
O etanol, conhecido como álcool etílico, é o tipo de álcool mais comum. Está contido
nas bebidas alcoólicas, que é formado pela fermentação anaeróbica (sem ar) do açúcar,
é usado para limpeza doméstica, fabricação de formaldeído, aditivo de gasolina e
também é combustível para automóveis. A fórmula do álcool etílico é CH3CH2OH e seu
ponto de ebulição 78,50C.
O álcool etílico é um potente antisséptico que pode ser usado em épocas de alto
contágio viral, como nos surtos de gripe, por exemplo. Trata-se de um composto
químico incolor que é utilizado, sobretudo, para desinfetar as áreas da pele que
estiveram em contato com vírus ou microrganismos e assim prevenir infeções e são
comercializados para diferentes aplicações como, por exemplo:
▪ Desinfetantes e antissépticos: álcool etílico (etanol), álcool isopropílico
(isopropanol);
▪ Solvente: álcool metílico (metanol);
▪ Limpeza de peças eletrônicas: álcool isopropílico;
▪ Combustível: álcool etílico, álcool metílico.

Desinfeção e antissepsia - O álcool etílico e o isopropílico possuem atividade contra


bactérias na forma vegetativa, vírus envelopados (Ex.: Vírus Influenza, HBV, HCV, HIV),
micobactérias e fungos. Porém, não apresentam ação contra esporos e vírus não-
envelopados (Ex.: HAV e rinovírus). São caracterizados então como desinfetantes e
antissépticos, porém sem propriedade esterilizante.

Em geral, o álcool isopropílico é considerado mais eficaz contra bactérias, enquanto o


álcool etílico é mais potente contra vírus. Sua atividade ocorre provavelmente pela
desnaturação de proteínas e remoção de lipídios, inclusive dos envelopes de alguns
vírus.
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Álcool hidratado - Para apresentar sua atividade germicida máxima, o álcool deve ser
hidratado (diluído em água), o que possibilita a desnaturação das proteínas.

A concentração recomendada para atingir maior rapidez microbicida é de:

▪ Etanol: 70% em peso;


▪ Isopropanol: entre 60 e 95% em peso.

O álcool comum, que geralmente é vendido a 96%, é capaz de fixar a bactéria na


superfície que foi limpa, mas não a destrói.

Já o álcool a 70% (30 mL de água em 100 mL de álcool) é capaz de destruir bactérias.

Peróxido de hidrogênio é uma substância química formada por 2 átomos de hidrogênio


e 2 átomos de oxigênio, cuja fórmula é H2O2.
Pode-se dizer que é uma molécula de água com um oxigênio a mais. Foi descoberto em
1818, pelo cientista Louis Auguste Thenard.
Dos compostos da classe dos peróxidos, o peróxido de hidrogênio é o mais simples e
amplamente utilizado. Suas aplicações vão desde um antisséptico, na forma de solução
conhecida como água oxigenada, até a propulsão de foguetes, utilizando-o de maneira
concentrada.
Aplicações do peróxido de hidrogênio
Antisséptico - Geralmente, vemos a indicação de uso da água oxigenada para assepsia
de ferimentos, como cortes e queimaduras (a região afetada deve estar limpa antes de
usar). Além disso, também é utilizado, misturado com água, como enxaguante bucal.
Ao entrar em contato com a pele, a enzima catalase degrada o peróxido de hidrogênio,
pois essa substância é tóxica para as células.
2 espaço reto H com 2 subscrito reto O com 2 subscrito espaço mais espaço CATALASE
espaço seta para a direita espaço 2 espaço reto H com 2 subscrito reto O espaço mais
espaço reto O com 2 subscrito
O poder antisséptico deve-se a liberação de oxigênio quando a solução é inserida na
área desejada. A formação do gás é percebida pelo aparecimento de espuma, que ajuda
a limpar e remover a pele morta.
Branqueador - A primeira aplicação encontrada para o peróxido de hidrogênio foi a de
descolorante, por volta de 1900, sendo aplicado em chapéus de palha.
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Industrialmente, é utilizado como alvejante para têxteis. Muitos materiais, como lã, seda
e algodão, podem ser branqueados pela ação do peróxido.
Descolorante capilar - Como descolorante de cabelo, o peróxido ao ligar-se com a
molécula de pigmento que produz a cor faz com que ela não reflita a luz como antes,
fazendo com que visualmente perceba-se um clareamento.
A sua utilização para alterar a cor dos fios tornou-se uma das mais comuns,
principalmente pela utilização de famosas, como Marilyn Monroe, que obtinham fios
platinados utilizando uma mistura com peróxido.
Peróxido de hidrogênio e a água oxigenada - Uma solução de peróxido de hidrogênio é
comercializada com o nome de água oxigenada. O peróxido de hidrogênio é um
poderoso oxidante, pois é capaz de se decompor rapidamente em contato com água ou
ar, por isso uma solução diluída entre 3%-9% é vendida para uso doméstico.
Características do peróxido de hidrogênio
Trata-se de um ácido fraco, oxidante, corrosivo, irritante, com odor característico e
sabor amargo. Embora não seja inflamável, pode reagir com combustíveis por ser um
forte oxidante.

No estado puro, apresenta-se como um líquido levemente viscoso, com coloração azul
muito claro, mas por ser comercializado na forma de solução aquosa, por questões de
segurança, aparenta ser incolor.

A clorexidina - é uma substância com ação antimicrobiana, eficaz no controle da


proliferação de bactérias na pele e mucosas, sendo um produto muito utilizado como
antisséptico na prevenção de infeções.
Esta substância está disponível em diversas formulações e diluições, que devem ser
adaptadas ao fim a que se destinam, mediante a recomendação do médico.
Como funciona - A clorexidina, em dosagens elevadas, causa a precipitação e coagulação
das proteínas citoplasmáticas e morte bacteriana e, em doses mais baixas, leva a uma
alteração da integridade da membrana celular, que resulta num extravasamento dos
componentes bacterianos de baixo peso molecular
Para que serve - A clorexidina pode ser utilizada nas seguintes situações: Limpeza da
pele do recém-nascido e do cordão umbilical, para evitar infeções; Lavagem vaginal
materna em obstetrícia; Desinfeção das mãos e preparo da pele para cirurgia ou
procedimentos médicos invasivos; Limpeza e desinfeção de feridas e queimaduras;
Lavagem oral na doença periodontal e na desinfeção da boca para prevenir a pneumonia
associada à ventilação mecânica;
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Preparação de diluições para a limpeza de pele. É muito importante que a pessoa saiba
que a diluição do produto deve ser adaptada para o fim a que se destina, devendo ser
recomendado pelo médico.
Produtos com clorexidina - Alguns exemplos de produtos de uso tópico, que têm na sua
composição clorexidina são o Merthiolate, Ferisept ou Neba-Sept, por exemplo.
Para uso oral, a clorexidina está presente em quantidades mais baixas e geralmente
associada a outras substâncias, na forma de gel ou enxaguante. Alguns exemplos de
produtos são o Perioxidin ou o Chlorclear, por exemplo.
Possíveis efeitos colaterais - Embora seja bem tolerada, a clorexidina pode, em alguns
casos, causar erupção da pele, vermelhidão, ardor, coceira ou inchaço no local da
aplicação.
Além disso, se usada por via oral, pode causar manchas na superfície dos dentes, deixar
um gosto metálico na boca, sensação de queimação, perda de paladar, descamação da
mucosa e reações alérgicas. Por este motivo, o uso prolongado deve ser evitado.
Quem não deve usar - A clorexidina não deve ser usada em pessoas com
hipersensibilidade aos componentes da fórmula e deve ser usado com cuidado na região
periocular e dos ouvidos. Em caso de contato com os olhos ou ouvidos, deve-se lavar
abundantemente com água.
Além disso, também não deve ser usado por grávidas sem orientação médica.

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