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CURSO AUXILIAR DE ENFERMAGEM

DT’S E DCNT’S
SAÚDE COLETIVA

Prof. Biomédico Dr. Manassés Crispim


DT’s (doenças transmissíveis)

São aquelas em que ocorre a transmissão, de um


hospedeiro para outro, de um agente vivo que, atua como
causa “necessária” da doença.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS DT NO BRASIL

DT com tendência declinante: são principalmente as doenças


imunopreveníveis (que podem ser prevenidas por imunização),
como a varíola erradicada em 1973; a poliomielite, erradicada em
1989; o sarampo erradicado a partir de 2000, porém teve sua
volta devido a baixa imunização; e a doença de Chagas, uma
doença com tendência de redução de casos.
DT com quadro de persistência: são doenças, que apesar
das ações de controle, mantêm-se em níveis elevados de
incidência.
Ex.: a Tuberculose, as Hepatites virais, a Meningite, a
Esquistossomose e a Leishmaniose.
DT emergentes: são doenças infecciosas novas que surgiram
recentemente, e que tem impacto no ser humano por sua
gravidade e cuja incidência aumentou nas últimas décadas ou
tende aumentar em um futuro próximo.
Ex.: Covid 19, SIDA.
DT reemergentes: são doenças que foram controladas no
passado, mas que
voltaram à apresentar ameaça a saúde humana.
Ex.: Cólera, Dengue, Malária, Febre amarela.
Hospedeiro Susceptível: pessoa que pode ser
contaminada/infectada.

Quanto para se contaminar quanto para a doença se


desenvolver efetivamente, é necessário ter
susceptibilidade.
Situações que aumentam a susceptibilidade do
indivíduo:
- Primeira infância;
- Idosos;
- Doenças pré-existentes;
- Condições de vida ruim;
- Má nutrição;
- Estresse.
Nas DT’s existem três formas pelas quais pode
ser estabelecido o estímulo doença:

INFECÇÃO INGESTÃO DE
PRODUTOS
TÓXICOS

INFESTAÇÃO
Infecção: é a penetração, no organismo de
um homem ou de outro animal, de um agente
que nele se desenvolve ou multiplica.
Infestação: é o alojamento, com ou sem
desenvolvimento e reprodução, de
artrópodes na superfície do corpo ou nas
vestes. Ex.: pediculose (piolhos), escabiose
(sarna).
Ingestão de produtos tóxicos: ocorre,
usualmente, por ingestão.
Transmissão é a transferência de um agente etiológico
de uma fonte primária de infecção para um
novo hospedeiro. A transmissão pode ser de dois tipos:
horizontal e vertical.
MODO DE TRANSMISSÃO DE DOENÇAS INFECCIOSAS

TRANSMISSÃO
TRANSMISSÃO
HORIZONTAL
VERTICAL

TRASMISSÃO TRANSMISSÃO
DIRETA INDIRETA

DIRETA INDIRETA
MEDIATA PARENTERAL

DIRETA
IMEDIATA
Transmissão horizontal: ocorre a transmissão do
agente de um indivíduo para outro, de mesma
espécie ou não. Este tipo de transmissão pode ser:

Transmissão direta ou contágio: ocorre a


transferência do agente etiológico, sem a
interferência de veículos.
Transmissão direta imediata: é a transmissão direta
em que há um contato físico entre a fonte primária de
infecção e o novo hospedeiro.

Transmissão direta mediata: transmissão direta em


que não há contato físico entre a fonte primária de
infecção e o novo hospedeiro; a transmissão se faz por
meio das secreções oronasais (gotículas).
Transmissão indireta: a transferência do agente
etiológico ocorre por meio de veículos inanimados
(água, ar, alimentos, solo e fômites – objetos de uso
pessoal do portador).
Transmissão Parenteral (indireta): ocorre quando o agente é
inoculado por meio de objetos dentro do organismo, como agulhas e
cateter (infecções hospitalares), e também infecções causadas por
transfusão de sangue.

Transmissão vertical: ocorre através da passagem do patógeno da


mãe para o bebê durante a gestação, trabalho de parto, o parto
propriamente dito (contato com as secreções cérvico-vaginais e
sangue materno) ou a amamentação.

O vírus HIV, a Sífilis e a Hepatite C são exemplos de doenças que


podem ser transmitidas dessa forma.
PORTAS DE ENTRADA
Por onde acontece a penetração do agente infectante no novo
hospedeiro.
VIAS DE ELIMINAÇÃO
Conjunto de vias no animal ∕ homem, pelas quais, o agente etiológico é
eliminado para o meio ambiente.
ESTÁGIOS DA DOENÇA
Período de incubação: do momento da transmissão até
o momento dos primeiros sinais e sintomas.

Período prodrômico: aparecem os sinais e sintomas


inespecíficos que ainda não indicam qual o patógeno
presente: febre, mal-estar geral, fadiga, dores articulares.
Estado da doença: estágio no qual aparecem os
sintomas específicos da infecção, e que coincide com o
pico reprodutivo do agente no organismo.
Declínio: melhora dos sinais e sintomas da doença,
relacionada à redução da quantidade do patógeno.
Convalescença: estágio de recuperação do
organismo, ainda com sintomas como a fadiga e o mal-
estar.
DCNT’s (doenças crônicas não transmissíveis)

São aquelas que se desenvolvem ao longo da vida,


muitas vezes de forma lenta, silenciosa e sem apresentar
sintomas, mas que comprometem muito a qualidade de vida
e oferecem grave risco ao indivíduo.
TERMINOLOGIA

 DOENÇAS CRÔNICAS DEGENERATIVAS

 DOENÇAS CRÔNICAS NÃO INFECCIOSAS

 DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

 DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS


CLASSIFICAÇÃO

- DOENÇAS CARDÍACAS
- CÂNCER
- DIABETES
- DOENÇAS RESPIRATÓRIAS CRÔNICAS
- DOENÇAS AUTOIMUNES
- DOENÇAS MENTAIS.
CLASSIFICAÇÃO
1. DIABETES E DOENÇAS CARDIOVASCULARES (ARTERIOSCLEROSE, HAS...)

2. TUMORES MALIGNOS

3. DOENÇAS PSICOSSOCIAIS (ALCOOLISMO, TOXICOMANIAS, DOENÇAS MENTAIS)

4. DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

5. DOENÇAS CARENCIAIS (ANEMIAS, ESCORBUTO (def. vit. C), PELAGRA (def. vit. B3),
RAQUITISMO (def. vit. D)

6. DOENÇAS OCUPACIONAIS (SILICOSE >inalação da sílica – presentes nas rochas, areias,


quartzo..., SATURNISMO – intoxicação pelo chumbo)

7. DOENÇAS GENÉTICAS, METABÓLICAS

8. DOENÇAS FÍSICAS DECORRENTES DE TRAUMAS: Físicos – úlceras, alergias,


enxaqueca...Psíquicos – irritabilidade, ansiedade; assalto.; violência sexual; aborto; fim de
relacionamento; perda de ente querido...
EXEMPLOS DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO
TRANSMISSÍVEIS

● DOENÇAS CARDIOVASCULARES
→ HIPERTENSÃO ARTERIAL
→ IAM (INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO)
→ AVE (ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO)

● DIABETES

● NEOPLASIAS

● DOENÇAS RESPIRATÓRIAS CRÔNICAS


FATORES DE RISCO
Qualquer situação que aumente a probabilidade de
ocorrência de uma doença ou agravo à saúde, além do
sentido de possibilidade ou chance, tem o sentido de
perigo.
Fatores associados ao aumento do risco de se desenvolver uma doença

AGENTE PATOGÊNICO OU FATORES DE RISCO: EXEMPLO – TABACO

→ NEOPLASIA MALIGNA DO ESTÔMAGO

→ NEOPLASIA MALIGNA DA LARINGE

→ NEOPLASIA MALIGNA DOS BRÔNQUIOS E DO PULMÃO

→ DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC)

→ ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE)


CAUSAS DE UM EFEITO:

EXEMPLO: CÂNCER DE BOCA


→ TABAGISMO
→ CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS
→ TABAGISMO PASSIVO
→ INFECÇÃO PELO HPV
→ COMPORTAMENTO SEXUAL
→ EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS
→ HIGIENE BUCAL
→ FATORES GENÉTICOS
→ FATORES NUTRICIONAIS
DIFERENÇA DE DT E DNT

TRANSMISSÍVEIS
→ AGENTE INFECCIOSO
→ AMBIENTE
→ SUSCEPTÍVEL ( HOSPEDEIRO)

NÃO TRANSMISSÍVEIS
→ FATORES DE RISCO
→ AMBIENTE
→ SUSCEPTÍVEL (GENÉTICA)
PLANOS DE AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA O
ENFRENTAMENTO DAS DCNTs NO BRASIL

 REDUZIR A TAXA DE MORTALIDADE PREMATURA ( <70 ANOS) POR DCNT EM


2% AO ANO;

 REDUZIR A PREVALÊNCIA DE OBESIDADE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES;

 DETER O CRESCIMENTO DA OBESIDADE EM ADULTOS;

 REDUZIR AS PREVALÊNCIAS DE CONSUMO DE ÁLCOOL;

 AUMENTAR A PREVALÊNCIA DE ATIVIDADE FÍSICA;

 AUMENTAR O CONSUMO DE FRUTAS E HORTALIÇAS;


 REDUZIR O CONSUMO MÉDIO DE SAL;

 REDUZIR A PREVALÊNCIA DO TABAGISMO;

 AUMENTAR A COBERTURA DE MAMOGRAFIA EM MULHERES ENTRE 50 E 69 ANOS;

 AUMENTAR A COBERTURA DE EXAME PREVENTIVO DE CÂNCER DE COLO


UTERINO EM MULHERES DE 25 A 64 ANOS

 TRATAR 100% DAS MULHERES COM DIAGNÓSTICO DE LESÕES PRECURSORAS DE


CA.
BONS ESTUDOS!!

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