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GLICOCORTICÓIDES
TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER
MECANISMO DE AÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
A classificação dos GC ocorre de acordo com sua duração de ação. A duração de ação pode
ser curta, intermediária ou longa e tem como base o tempo de supressão do ACTH, após
dose única que demonstre atividade anti-inflamatória equivalente a 50 mg de prednisona.
Para iniciar a terapia com glicocorticoides algumas considerações devem ser realizadas
para que a relação risco/benefício do uso destes medicamentos seja a melhor possível,
algumas destas considerações são: o diagnóstico da doença base já foi confirmado? A
gravidade da doença justifica o uso dos GC? Também deve-se avaliar se foi afastada
a possibilidade de infecção ativa concomitante e/ou de infecção oportunista em paci-
entes já em uso de imunossupressores, se a possibilidade de ocorrer diabetes, hiper-
tensão arterial, entre outras.
A posologia, as vias de administração e os fármacos utilizados variam de acordo com a
doença, sua gravidade e presença de comorbidades.
IMPORTANTE:
• Deve-se utilizar a menor dose possível, pelo menor tempo necessário, consid-
erando como dose baixa a administração diária de 5 a 10 mg de prednisona ou seu
equivalente.
PULSOTERAPIA
ATENÇÃO
A retirada ou redução das doses de GC deve ocorrer de forma lenta e gradual em usuári-
os crônicos destes hormônios, pois a retirada abrupta pode provocar a reativação da
doença base ou a insuficiência adrenocortical secundária (supressão do eixo hipotála-
mo-hipófise-adrenal — HHA).
Exemplo: para reduzir uma dose de 60mg de prednisona ao dia para 40 mg/dia é
necessário uma ou duas semanas, porém para reduzir ou retirar uma dose de 20 mg/
dia são necessárias semanas.
INDICAÇÕES
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
EFEITOS ADVERSOS
Os principais efeitos adversos dos glicocorticoides nos sistemas do corpo humano são:
Sistema imunológico: maior probabilidade de desenvolver infecções secundárias.
IMPORTANTE
É importante ressaltar que pode ocorrer insuficiência suprarrenal aguda em pacientes
em uso de corticoides por tempo prolongado, pois a função normal do eixo hipotála-
mo-hipófise-adrenal pode levar até 12 meses para se reestabelecer. Portanto, em situ-
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Neste artigo, vamos explorar a farmacologia das estatinas, discutindo seu mecanismo
de ação com base na etiologia das dislipidemias, destacando os efeitos terapêuticos,
para, por fim avaliar os efeitos adversos e interações medicamentosas.
Dislipidemias
As dislipidemias são distúrbios que alteram os níveis de lipídios no sangue. São consid-
eradas um dos fatores de risco, assim como a hipertensão, para ocorrência de doenças
cardiovasculares (dcv), dentre elas a aterosclerose, infarto agudo do miocárdio (iam),
doença isquêmica do coração e avc. Para reduzir o risco desses eventos, são indicados
tratamentos não medicamentoso e medicamentoso. O tratamento não medicamento-
so está ligado à, basicamente, mudanças no estilo de vida do paciente, enquanto que,
no medicamentoso, pode-se destacar como os principais grupos: estatinas, ezetimiba,
colestiramina, fibratos e ácido nicotínico.
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As alterações do perfil lipídico dos pacientes podem incluir colesterol total (ct) alto, triglic-
erídeos (tg) alto, colesterol de lipoproteína de alta densidade baixo (hdl-c) e ldl-c alto. Com
base no tipo de alteração dos níveis séricos de lipídios, a dislipidemia é classificada como:
hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia isolada, hiperlipidemia mista e hdl-c
baixo.
Na tabela a seguir encontram-se características dos perfis lipídicos de pacientes de
acordo com cada dislipidemia.
Quanto aos valores de referência para avaliação dos níveis séricos de lipídios para adul-
tos maiores de 20 anos, temos:
Mecanismo de ação
Representantes
As estatinas que existem no mercado brasileiro são: lovastatina e pravastatina que são
de origem natural, sinvastatina de origem semi-sintética, atorvastatina, rosuvastatina
e fluvastatina de origem sintética.
Parece não haver diferenças significativas entre as estatinas sobre os efeitos pleiotrópi-
cos (vasodilatação, ação antitrombótica, anti-inflamatória e anti-proliferativa), inde-
pendente da sua origem.
Efeitos adversos
As estatinas são, geralmente, muito bem toleradas pelos pacientes que fazem uso na
terapêutica, no entanto, podem ocorrer as seguintes reações adversas: dor de cabeça,
mialgia, astenia, prisão de ventre, diarreia vertigem, náuseas e dor abdominal.
Os principais efeitos adversos causados pela toxicidade muscular das estatinas são
rabdomiólise que é caracterizada por danos no músculo esquelético e miopatia, que
ocorre com menor frequência em pacientes que utilizam lovastatina e sinvastatina na
terapia medicamentosa. A miopatia é caracterizada por sintomas musculares difusos
como dor, sensibilidade e fraqueza, e esse quadro pode evoluir para rabdomiólise e
insuficiência renal.
Interações medicamentosas
O uso concomitante de dois fármacos que são metabolizados pela via do cyp 450 3a4
leva à competição pela via, resultando em concentrações elevadas das duas drogas
utilizadas, como por exemplo a ciclosporina, eritromicina, cetoconazol e os inibidores
de protease. Ocorreram muitos relatos de pacientes que sofreram rabdomiólise quan-
do os usos de lovastatina e eritromicina foram combinados.
As estatinas interagem com fibratos, apesar de serem efeitos muito raros quando
utilizados de forma concomitante. Essa interação se dá, principalmente, entre a genfi-
brozila e a sinvastatina.
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Interações Medicamentosas
Há diversos tipos de interações medicamentosas, contudo suas principais característi-
cas podem ser resumidas facilmente.
A administração de dois ou mais fármacos simultaneamente com alteração do efeito
em comparação ao uso isolado do fármaco, é definida como interação medicamen-
tosa. Esta associação de medicamentos frequentemente ocorre com o objetivo de
melhorar determinado efeito farmacológico, contudo, muitas interações não são
previstas e podem diminuir o efeito de um dos medicamentos ou provocar efeitos
danosos.
Nos dias atuais, existem inúmeros programas computadorizados que conseguem
verificar as interações medicamentosas, porém é necessário a intervenção farmacêu-
tica para realizar a identificação das interações de maior importância clínica para o
paciente.
Aqui vamos leva-lo pelas principais interações medicamentosas e pela sua classifi-
cação, incluindo também interações entre fármaco e alimento.
Na prática clínica, as associações entre medicamentos são muito utilizadas para
efeitos benéficos, como exemplo pode-se citar a probenicida, que prolonga a ação
das penicilinas e os diuréticos tiazídicos que aumentam a atividade de fármacos
anti-hipertensivos. Além disso, alguns fármacos também podem ser usados como
antídotos em intoxicações, a protamina, por exemplo, é utilizada no tratamento de
superdosagem de heparina, a leucovirina é utilizada nas intoxicações por metotrexa-
to e agentes quelantes são úteis contra metais pesados.
Contudo, existem interações que podem provocar graves danos à saúde dos paci-
entes, essas serão o foco deste artigo. As principais interações medicamentosas de
importância clínica são:
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• Início do efeito
• Gravidade
• Mecanismo de ação
Nos casos de sinergismo, pode ocorrer três tipos de fenômenos com relação aos
efeitos: adição, quando os mecanismos são semelhantes, somação, quando os
mecanismos são diferentes, ou ainda, potencialização quando o efeito é maior. Além
disso é possível que haja efeitos tóxicos.
Também podem ocorrer interações entre fármacos que atuam em diferentes recep-
tores. A potenciação da depressão do sistema nervoso central, com a administração
simultânea, por exemplo, de um narcótico e um barbitúrico, é resultado de ativação
de diferentes receptores.
pode sofrer alterações caso o fármaco seja administrado em associação com antiáci-
dos, resinas, alimentos ou substâncias adsorventes, pois a alteração do pH gástrico
ou intestinal pode alterar as velocidades de desintegração, dissolução ou absorção.
O tratamento com inibidores da bomba de prótons causa diminuição da acidez
gástrica o que pode prejudicar a absorção de determinados fármacos, devido a
diminuição da sua lipossolubilidade, que dificulta o processo de passagem através
membrana gástrica.
Um exemplo é a varfarina que apresenta elevada ligação proteica e pode ser deslo-
cada pela fenilbutazona, o que provoca hemorragia grave, pois a concentração da
fração livre do anticoagulante é aumentada, atingindo níveis tóxicos.
É comum que muitos fármacos sejam indutores do metabolismo hepático por meio
do citocromo P450, este aumento do metabolismo faz com que consequentemente
as concentrações plasmáticas e os efeitos farmacológicos diminuam se os metabóli-
tos forem inativos e se forem ativos, podem ocorrer efeitos tóxicos.
A ingestão de fármacos junto com alimentos também pode reduzir os efeitos colat-
erais de determinados fármacos como alguns anti-inflamatórios e antimicrobianos.
Além disso, é importante lembrar que deve-se evitar a ingestão de sucos de frutas
cítricas junto com medicamentos, devido a possível alteração do pH gástrico que
prejudicaria a absorção.
Também deve-se observar os efeitos de uma dieta alcalina (leite e derivados; vege-
tais), pois ela provoca aumento do ph urinário; aumento da ionização; diminuição da
reabsorção tubular e aumento da excreção.
Mas, antes, para entender melhor os ISRS, vamos fazer uma breve revisão sobre o
Transtorno Depressivo Maior.
Mecanismo de Ação:
Sobre a fisiologia da transmissão serotonérgica, sabe-se que ocorre a transmissão das
monoaminas do neurônio pré-sináptico, onde são produzidas, para a fenda sinápti-
ca, já no neurônio pós-sináptico as monoaminas se ligam aos receptores e o impulso
nervoso é conduzido.
Figura 1.
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Representantes:
Embora todos os ISRSs apresentem o mesmo mecanismo de ação, as diferenças
entre suas estruturas moleculares implicam em perfis farmacodinâmicos e farmaco-
cinéticos também diferentes. Esses dois fatores são muito importantes ao escolher a
terapêutica mais adequada para cada paciente.
Dentre os medicamentos da classe dos ISRSs, são eles:
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1. CITALOPRAM
• Indicações: tratamento da depressão e, a longo prazo, para prevenir a recor-
rência de novos episódios de depressão nos casos de depressão recorrente;
tratamento de pacientes com transtorno de pânico com ou sem agorafobia e
para o tratamento de pacientes com transtorno obsessivo compulsivo (TOC).
• Possui pouco efeito na recaptação de dopamina, noradrenalina, e GABA.
• Suprime o sono REM (Rapid Eye Movement) ou sono com movimento oculares
rápidos, e aumenta o sono profundo de ondas lentas.
• Potencializa o efeito antinociceptivo de analgésicos opióides quando utiliza-
dos de forma concomitante.
• A meia-vida de eliminação (t1/2) é de, em média, um dia e meio.
2. FLUOXETINA
• Indicada para o tratamento da depressão associada ou não com ansiedade,
bulimia nervosa, TOC e transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM).
• Ela é bem absorvida após administração oral, atingindo sua concentração
máxima no intervalo de 6 a 8 horas.
• Importante para a clínica: administração cuidadosa em pacientes com históri-
co de convulsões.
• Interações importantes com a fluoxetina: medicamentos ativos no sistema
nervoso central (ex.: fenitoína, carbamazepina, haloperidol, diazepam e desip-
ramina); drogas que se ligam às proteínas plasmáticas (ex.: diclofenaco); Varfa-
rina (por alterar os efeitos anticoagulantes); Ácido acetilsalicílico e AINES (ex.:
ibuprofeno, nimesulida, naproxeno); Tioridazina (arritmias cardíacas graves,
podendo levar o indivíduo a óbito).
3. PAROXETINA
• Utilizada no tratamento de depressão de todos os tipos e transtornos de ansie-
dade.
• Possui meia-vida de eliminação de um dia (em média).
4. SERTRALINA
• Absorvida lentamente quando tomada por via oral - máxima concentração
plasmática 4 a 6 horas após a ingestão.
• Possui maior potência e especificidade relacionada à inibição da recaptação
de serotonina do que de noradrenalina.
• Possui meia vida de 26 horas e início da ação em 7 dias.
• A sertralina também possui ação inibitória baixa na recaptação de dopamina,
ação agonista do receptor sigma 1 e antagonista do receptor alfa1-adrenérgi-
co.
5. FLUVOXAMINA
• É um medicamento utilizado no tratamento dos transtornos de ansie-
dade, como TOC, ansiedade generalizada, fobia social, transtorno de estresse
pós-traumático e os estados mistos de ansiedade e depressão.
• Em crianças maiores de 8 anos e adolescentes menores de 18 anos, apenas
em casos de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) a fluvoxamina poderá ser
indicada para o tratamento.
• Possui baixa afinidade pelo receptor de dopamina ou outro neurotransmissor
e ótima afinidade com o receptor sigma 1 (ação agonista).
Efeitos colaterais:
Por causa da ação seletiva, os ISRS apresentam um perfil mais tolerável, existindo
também diferenças entre os principais efeitos colaterais dos diferentes medicamen-
tos dessa classe. De forma geral, os efeitos colaterais mais frequentes são:
Além dos efeitos colaterais citados na tabela, os pacientes também podem sentir
alterações no sono e fadiga, sendo estes referentes a todos os medicamentos já cita-
dos para a terapêutica.
Principais interações:
• O principal mecanismo das interações medicamentosas dos ISRSs envolve a
inibição de diferentes isoenzimas do citocromo P450 - medicamentos que são
metabolizados pelo fígado (ex: clorpromazina, propranolol, propafenona, parac-
etamol).
• A seletividade na ação dos ISRSs pode aumentar o risco de interação com
outras substâncias que afetam a transmissão de serotonina e desencadear o
aparecimento de sintomas característicos de uma Síndrome Serotoninérgica.
Os sintomas podem aparecer em casos de intoxicação ou com o uso de doses
terapêuticas de substâncias associadas, como ADTs, IMAOs e lítio. Os sintomas
são: rigidez muscular, hipertermia, alterações dos sinais vitais.
• Inibidores do citocromo P450 podem intensificar os efeitos dos antidepres-
sivos.
Cuidados na clínica:
• Uso na gestação e lactação: não há evidências de teratogenicidade. Foi relata-
da maior incidência de partos prematuros com o uso de ISRSs no terceiro trime-
stre de gestação. Sintomas de abstinência em neonatos (tremores, irritabilidade,
inquietação e nervosismo). A fluoxetina e o citalopram são distribuídos para o
leite materno em níveis terapêuticos e seu uso em lactantes não é recomenda-
do. O lactente pode receber até 17% da dose materna de fluoxetina; com sertrali-
na, paroxetina e fluvoxamina as concentrações encontradas são muito pequenas.
• Uso em hepatopatas: necessidade do uso de doses mais baixas por causa da
diminuição na metabolização do fármaco pelo comprometimento hepático. Paci-
entes com cirrose hepática alcoólica apresentam depuração reduzida de fluoxeti-
na, sertralina e fluvoxamina.
IMPORTANTE:
Referências