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Uso de

Corticoides
na Prática Clínica
Principais indicações e manejo
Uma boa
novidade para
tratamentos acessíveis.1
+

Redução de preços 1
nas apresentações
• 5 mg com 20 cpr
• 20 mg com 10 cpr

PMC - ICMS 12% PMC - ICMS 17% PMC - ICMS 18% PMC - ICMS 19%
Prelone
(5 mg com 20 cpr) 9,95
R$ R$ 10,56 R$ 10,68 R$ 10,82
Prelone
(20 mg com 10 cpr) R$ 14,42 R$ 15,29 R$ 15,48 R$ 15,66

Apresentações: comprimidos sulcados de 5 mg e 20 mg 2 em blíster picotado

Contraindicações: Hipersensibilidade a qualquer componente da fórmula. Interações medicamentosas: Anticoagulantes,


antidiabéticos, barbituratos e drogas indutoras enzimáticas.
Referências Bibliográficas: 1) Revista Kairos, número 257: página 158; Abril 2010. 2) Bula do produto: PRELONE (prednisolona). MS - 1.0573.0330.

A minibula do produto encontra-se no corpo desta edição.


MATERIAL TÉCNICO-CIENTÍFICO EXCLUSIVO À CLASSE MÉDICA.
Produzido em MXOKR/2010
Coordenação

Profa. Dra. Cristina Miuki Abe Jacob


Professora Doutora Associada e Livre-docente do Departamento de Pediatria da FMUSP.
Chefe da Unidade de Alergia e Imunologia - ICr - HCFMUSP.

Corticoides - Considerações gerais


Dr. Hilton Kuperman
Assistente da Unidade de Endocrinologia - ICr - HCFMUSP.

Doenças alérgicas
Profa. Dra. Cristina Miuki Abe Jacob
Professora Doutora Associada e Livre-docente do Departamento de Pediatria da FMUSP.
Chefe da Unidade de Alergia e Imunologia - ICr - HCFMUSP.

Dra. Luciana Andrade Ribeiro


Pós-graduanda do Departamento de Pediatria da FMUSP.

Doenças reumatológicas
Prof. Dr. Clóvis Artur Almeida da Silva
Professor Livre-docente do Departamento de Pediatria da FMUSP.
Chefe da Unidade de Reumatologia - ICr - HCFMUSP.

Doenças neurológicas
Dr. José Albino da Paz
Assistente da Unidade de Neuropediatria - ICr - HCFMUSP.

2010
1. Quais os mecanismos de ação dos corticoides?
Os corticoides são substâncias sintéticas, anti-inflamatórias e imunossupresso-
ras, que possuem ampla variedade de indicações terapêuticas; porém, apresentam
efeitos colaterais que devem ser sempre avaliados a fim de que sejam evitados ou
minimizados.
Sua ação farmacológica ocorre por meio de quatro mecanismos, sendo os três
primeiros intranucleares (com ação mais lenta):3
• Ação direta em estruturas do DNA, que leva à transcrição de substâncias
responsáveis por sua ação;
• Ação direta em estruturas do DNA, porém, este leva à repressão na transcri-
ção gênica;
• Ligação indireta em estruturas do DNA, impedindo a transcrição de substâncias,
principalmente as envolvidas na resposta inflamatória, como as citocinas;
• Ação na membrana citoplasmática, atuando nas bombas Na+-K+- ATPase e
Ca2+- ATPase. Esse mecanismo de ação é mais rápido que os anteriores,
explicando a ação dos corticoides administrados via endovenosa, como o uso
de dexametasona no edema cerebral e de metilprednisolona na crise asmática.

2. De que maneira ocorre a secreção do cortisol e quais os níveis


fisiológicos no homem?
O cortisol é um hormônio esteroide que contém 21 carbonos distribuídos sobre
a estrutura básica do colesterol. Após sua produção no córtex suprarrenal, dis-
tribui-se no sangue, de forma que 75% a 80% são transportados pela globulina
transportadora de cortisol (CBG ou transcortina), uma 2-globulina.4,12
Uma segunda porção (10% a 15%) é ligada à albumina, e a outra fração, a livre,
é a porção que vai atuar nos tecidos. As suprarrenais produzem aproximadamente
7,5 mg/m2 por dia de cortisol, em crianças acima de sete anos, com níveis elevados
pela manhã e mais baixos à tarde, caracterizando o ciclo circadiano. Até o primeiro
ano de vida não há padrão circadiano.
Nos primeiros dias de vida, a produção de cortisol é um pouco maior (18 mg/m2
a 24 mg/m2 por dia), por causa da passagem transplacentária de cortisol. Sua
metabolização ocorre no fígado, e seus metabólitos são excretados pelo rim. A
meia-vida do cortisol é de aproximadamente uma hora e meia, sendo maior no
período neonatal e em pacientes com doenças hepáticas.
5
3. Como se classificam os corticosteroides quanto à ação?
Quanto ao mecanismo de ação, os corticosteroides classificam-se em: minera-
locorticoides e glicocorticoides (GCS). Os mineralocorticoides têm ação predomi-
nantemente retentora de sódio, e os GCS têm ação anti-inflamatória, de depósito
de glicogênio hepático, de redução dos tecidos linfoides e catabolismo celular.3,4
A potência do corticoide utilizado depende de sua meia-vida e da estrutura mole-
cular, conforme descrito no quadro 1.

Quadro 1 – Meia-vida plasmática e biológica e equivalência


dos GCS em relação à potência
Corticoide Meia-vida Meia- Potência Potência Potência em Dose
plasmática -vida anti- retentora relação à equivalente
(min) biológica -inflamatória de sódio interferência (mg)
(horas) no cresci-
mento
Cortisol 90 8 - 12 1 1 1 20
Cortisona 30 8 - 12 0,8 0,8 0,8 25
Prednisona 60 12 - 36 4 0,8 5 5
Prednisolona 200 12 - 36 4 0,8 5 5
Metilprednisolona 200 12 - 36 5 0,8 7,5 4
Triamcinolona 200 8 - 12 5 0,5 – 4
9a-fluor- – 8 - 12 10 125 – –
-hidrocortisona
Dexametasona 300 36 - 54 25 zero – 0,75
Betametasona 300 36 - 54 30 zero 80 0,6
Deflazacort 90 - 120 12 - 36 3,5 – – 6
Adaptado de: Hengge UR, et al. J Am Acad Dermatol. 2006; 54(1):1-15.

4. Qual a ação dos corticoides no metabolismo de carboidratos


e proteínas?
Os corticoides promovem a neoglicogênese, a qual ocorre perifericamente por
meio da redução da síntese proteica e da mobilização de aminoácidos de vários
tecidos, com diminuição da massa muscular, osteoporose, adelgaçamento da

6 - Principais indicações e manejo


pele e balanço nitrogenado negativo.3,4,19 No fígado, os aminoácidos servem
como substrato para a produção de glicose e glicogênio.

5. Qual a ação dos corticoides no balanço de água e eletrólitos?


Por meio da ação no túbulo distal, os corticoides promovem a reabsorção de só-
dio e excreção de potássio e de hidrogênio. Os mineralocorticoides promovem a re-
tenção de água, mas os GCS aumentam o clearance de água livre, por ação direta
no túbulo distal, e indireta por inibição da liberação do hormônio antidiurético.3,4

6. Quais os mecanismos para a ação anti-inflamatória dos corti-


coides?
Os GCS podem suprimir a inflamação por vários mecanismos:3
• Aumento da síntese de várias proteínas anti-inflamatórias, lipocortina-1, leu-
cotrienos, prostaglandinas e fator ativador de plaquetas;
• Inibição da transcrição de citocinas [IL-1, IL-2, IL-3, IL-4 e IL-5. GM-CSF IL-6,
IL-11, TNF] e quimoquinas, que atraem as células inflamatórias ao local de
inflamação;
• Inibição da ação da sintetase do ácido nítrico, com diminuição no fluxo san-
guíneo, e da exsudação plasmática;
• Inibição da indução do gene codificador do COX-2 em monócitos.

7. Quais as repercussões clínicas decorrentes da suspensão abrupta


do corticoide após uso prolongado em altas doses?
As complicações relacionadas ao uso dos GCS dependem da dose, do intervalo
de administração, do tempo total de uso e do tipo de corticosteroide utilizado.
A complicação mais grave é a Insuficiência Adrenal Aguda (IAA), decorrente
da supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHSR) pelo uso prolongado de
doses altas em intervalos frequentes.39 Em linhas gerais, o uso de doses acima de
15 mg de prednisolona cronicamente pode levar à supressão do eixo HHSR, e
deve ser monitorado criteriosamente, com aplicação de esquemas de retirada
gradual do medicamento. Para esses pacientes, a recuperação da supressão
pode levar de seis a nove meses, com sintomas incluindo anorexia, náusea,
perda de peso, artralgia, letargia, descamação cutânea e zumbido.

7
8. Qual o esquema proposto para a suspensão da prednisona na
dose de 1 mg/kg por dia, pelo período de sete dias, em paciente
com asma grave?
Nessa dose e nesse período de tempo de uso, a suspensão pode ser abrupta,
sem necessidade de retirada gradual.39

9. Paciente com artrite reumatoide juvenil (ou Artrite Idiopática


Juvenil - AIJ) usando a mesma dose do paciente anterior, porém
pelo período de cinco meses. Qual o esquema para a suspensão
do corticoide?
Em caso de uso crônico de corticoide diferente da prednisona, recomenda-se
sua substituição por este corticoide, utilizando-se a tabela de doses equivalentes
e adotando um dos dois esquemas de retirada abaixo:39

Esquema 1
Dose de prednisona Retirada

 20 mg/dia 1/4 da dose inicial a cada 4 dias


10 a 20 mg/dia 2,5 mg/semana
< 10 mg 2,5 mg, 2 vezes por semana

Esquema 2
Diminuições graduais de 2,5 mg a 5 mg de prednisona a cada três a sete dias, se a doença permitir.
Quando o paciente chegar à dose fisiológica de corticoide (2,5 mg/m² a 4 mg/m² por dia de prednisona)
e não apresentar sintomas de insuficiência suprarrenal, pode-se, após duas semanas, medir o cortisol
basal pela manhã. Se estiver acima de 10 mg/dL, a suspensão do glicocorticoide pode ser realizada.

10. Quais as medidas preventivas para minimizar os efeitos ósseos


da corticoterapia crônica em doses anti-inflamatórias?
• Dieta rica em cálcio, de acordo com as necessidades diárias para cada faixa etária.
• Suplementação de cálcio, se a dieta for insuficiente, porém com monitori-
zação de calciúria.4,17
• Vitamina D.
• Orientação quanto à atividade física apropriada para cada paciente.
• Monitorização com densitometria óssea nos pacientes adultos e adolescentes.

8 - Principais indicações e manejo


11. Quais os efeitos oftalmológicos da corticoterapia crônica?
• Aumento da pressão intraocular.
• Catarata subcapsular posterior (mais comum em crianças).43
• Infecções bacterianas e fúngicas do olho. Exacerbação da ceratite herpética.

12. Quais as medidas de monitorização quanto aos efeitos cola-


terais da corticoterapia crônica?
• Avaliação do crescimento – a cada três meses em crianças pequenas (meno-
res de dois anos) e a cada seis meses em crianças maiores.3,4,43
• Estimulação de dieta rica em proteínas, potássio e cálcio, e pobre em sódio.
• Verificação da possibilidade de alterações no eixo HHSR.
• Avaliação hematológica, da glicemia, dos eletrólitos e da calciúria, 24 horas.
• Avaliação oftalmológica anual.
• Avaliação da maturação óssea e da densidade óssea, quando possível.17
• Avaliação da pressão arterial.
• Verificação do aparecimento de infecções e alterações gástricas (úlceras).

13. Quais os corticoides de maior passagem transplacentária


que podem ser utilizados para indução da maturidade pulmo-
nar do feto?
A betametasona e a dexametasona apresentam maior passagem transplacen-
tária, sendo ambos utilizados para induzir a maturação pulmonar do feto.4

14. Qual o papel dos corticosteroides no tratamento da anafilaxia?


As reações anafiláticas, embora menos frequentes, caracterizam-se, obviamente,
pela gravidade e absoluta necessidade de rápida intervenção. Recentemente, um
comitê de especialistas definiu a anafilaxia como uma reação alérgica grave, de
início rápido e potencialmente fatal.28 Segundo esse consenso, publicado em
2006, o diagnóstico de anafilaxia deve ser considerado quando pelo menos um
dos seguintes critérios for preenchido:
1- Início agudo (minutos / horas) de envolvimento de pele, mucosas ou ambos
(exemplos: urticária generalizada, prurido ou eritema, edema de lábios, lín-
gua ou úvula), acompanhados do envolvimento de pelo menos um dos

9
seguintes sistemas: respiratório (dispneia, broncoespasmo, estridor, hipoxia)
ou cardiovascular (hipotensão, colapso).
2- Associação de dois ou mais dos seguintes quadros que ocorrem rapidamente
após exposição a provável alérgeno para determinado paciente: envolvimento
de pele e/ou mucosas, comprometimento respiratório ou cardiovascular e
sintomas gastrointestinais persistentes.
3- Hipotensão após exposição a um alérgeno sabidamente conhecido pelo paci-
ente (minutos / hora).
A maioria dos diagnósticos das anafilaxias é realizada com base nos critérios 1 e 2,
visto que a aferição da pressão arterial nem sempre é realizada nessas ocasiões.
A medicação de escolha para iniciar o tratamento de todos os tipos de anafilaxia
ainda é a adrenalina, que restaura o tônus vasomotor. Trata-se de um potente bron-
codilatador e previne a liberação posterior de novos mediadores químicos, na diluição
de 1:1.000, dose de 0,01 mg/kg, máximo de 0,3 mg para crianças, e 0,5 mg para
adultos, via intramuscular, de preferência na região anterolateral da coxa.36 Os Anti-
-histamínicos H1 e os corticosteroides também devem ser administrados, sendo que
este último tem um papel importante na segunda fase das reações anafiláticas. Podem
ser utilizados os corticosteroides via endovenosa (metilprednisolona, hidrocortisona ou
dexametasona) ou mesmo a prednisona ou prednisolona via oral nos casos mais bran-
dos. Utiliza-se a hidrocortisona na dose de 5 mg/kg, via endovenosa, com dose máxi-
ma de 200 mg, e com manutenção de 2 mg/kg a 5 mg/kg a cada quatro a seis horas.

15. Após o tratamento da crise anafilática, quais as recomenda-


ções para o uso dos corticosteroides?
Após a anafilaxia, o paciente ainda deve ser observado por pelo menos seis a
oito horas, atentando-se à possibilidade de uma segunda crise anafilática, visto
que cerca de 30% dessas reações podem ser bifásicas. Assim, não é incomum que
nos casos de anafilaxia associada a urticária, logo após a remissão dessas reações
cutâneas, o paciente receba alta e, em casa, apresente outra reação grave.36,37
Recomenda-se a manutenção de corticoides via oral após a alta dos pacientes que
apresentaram anafilaxia (dexametasona, prednisona ou prednisolona) por pelo
menos três a cinco dias. As doses via oral são de 1 mg/kg a 2 mg/kg por dia de
prednisona ou correspondente.

10 - Principais indicações e manejo


16. Quais as indicações para a utilização de corticosteroides nos
quadros de urticária?
Nos casos de urticária aguda, além da indicação terapêutica, deve-se buscar
sempre o agente desencadeante, tarefa bastante difícil na maioria dos casos.
No tratamento medicamentoso dessa doença, inicialmente devem ser introdu-
zidos os anti-histamínicos de segunda geração para maior segurança do paci-
ente, ao passo que apresentam menor sedação e melhor perfil de segurança.
A corticoterapia pode ser indicada nos quadros de difícil controle, mas sua
utilização deve ser cuidadosa e sempre aliada à busca da etiologia da doen-
ça.16 Segundo Komarow e Metcalfe (2008), o corticosteroide deve ser utilizado
nas seguintes situações:23
• Episódios de urticária aguda ou crônica graves;
• Urticária vasculítica;
• Urticária autoimune.
Nesses casos em que há indicação de corticoide, seu uso deve ser por curtos
períodos de tempo, e nos casos em que há necessidade de uso prolongado, devem
ser monitorizados os possíveis efeitos colaterais da droga, utilizando-se a menor
dose eficaz diária ou em regime de dias alternados.

17. Quais as indicações da corticoterapia no tratamento da Der-


matite Atópica (DA)?
A DA constitui doença de difícil controle, caracterizando-se por quadro desca-
mativo, de prurido intenso e distribuição característica, dependendo da idade
do paciente.
O tratamento da DA se constitui em diversas etapas, iniciando-se pela hidra-
tação diária e intensa, corticoterapia tópica, anti-histamínicos, imunossupresso-
res tópicos e, às vezes, imunossupressores sistêmicos.24,38 A corticoterapia tópi-
ca deve ser realizada de forma cuidadosa, em especial em áreas da face e região
escrotal, onde as estrias podem ser mais evidentes. Para isso, é necessário que
se conheça a potência de cada preparação de corticoide para uma adequada
escolha (quadro 2). Os corticoides fluorados, mais potentes, devem ser evitados
nas regiões acima especificadas. O uso de corticoide via oral deve ser evitado,
em vista de frequentes recrudescências do quadro clínico, após sua suspensão.19

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Quadro 2 – Principais corticosteroides tópicos e suas potên-
cias em ordem decrescente
GRUPO I
dipropionato de betametasona 0,05% (C, P) diacetato de diflorasona 0,05% (P)
propionato de clobetasol 0,05% (C, P) propionato de halobetasol 0,05% (C, P)
GRUPO II
amcinonida 0,1% (P) fluocinonida 0,05% (C, P, G, S)
desoximetasona 0,25% (C) halcinonida a 0,1% (C)
desoximetasona 0,05% (G) furuoato de mometasona a 0,1% (P)
diacetato de diflorasona 0,05% (P)
GRUPO III
amcinonida 0,1% (C, L) fluocinonida 0,05% (C)
dipropionato de betametasona 0,05%(C) halcinonida a 0,1% (S, P)
valerato de betametasona 0,1% (P) acetonida de triamcinolona 0,1% (P)
desoximetasona 0,05% (C)
GRUPO IV
valerato de hidrocortisona 0,2% (P) fluocinolona 0,025% (P)
flurandrenolida 0,05% (P) fuorato de mometasona 0,1% (C)
GRUPO V
dipropionato de betametasona 0,05% (L) flurandrenolida 0,05% (C)
valerato de betametasona 0,1% (C) valerato de hidrocortisona 0,2% (C)
acetonida de fluticasona prednicarbato 0,1% (C)
propionato de fluticasona
GRUPO VI
dipropionato de alclometasona 0,05% (C, P) acetonida de fluocinolona 0,01%
valerato de betametasona 0,05% (L) acetonida de triamcinolona 0,1%
desonida a 0,05% (C)
GRUPO VII
hidrocloridrato de hidrocortisona 1% pramoxine 1%
hidrocloridrato de hidrocortisona 2,5% pramoxine 2,5%
acetato de hidrocortisona 1% dexametasona
acetato de hidrocortisona 2,5%
Legenda: C = creme; G = gel; L = loção; P = pomada; S = solução.
Adaptado de: Leung DY. Current Opinion in Pediatrics. 1997;9(6):565-9.

18. Por que o tratamento da Rinite Alérgica (RA) com corticote-


rapia tópica pode interferir na evolução da asma?
A RA é uma das doenças crônicas mais comuns em crianças e adolescentes
e, embora sua morbidade seja bastante significativa e seus custos elevados, só
recentemente essa doença tem recebido especial atenção. Um dos fatos que esti-

12 - Principais indicações e manejo


mulou a valorização do diagnóstico e do tratamento da RA foi o conhecimento do
conceito de via aérea única. Na realidade, as vias aéreas superiores e inferiores
funcionam como um conjunto e, assim, uma inflamação nas vias aéreas superiores
certamente terá implicações nas vias aéreas inferiores. Hoje, sabemos que a RA
não controlada tem influência no controle da asma, doença que pode ter alta
morbimortalidade. Em 1999, surgiu o projeto Allergic Rhinitis and its Impact on
Asthma (ARIA), que recebeu o apoio da OMS, propondo que pacientes com asma
devem ser avaliados para detecção de rinite, e pacientes com rinite devem ser
avaliados para detecção de asma.6,8 A figura 1 ilustra os possíveis mecanismos na
interação entre a via aérea superior e a inferior.41

Figura 1 – Possíveis mecanismos de interação entre vias


aéreas superiores e inferiores
Potenciais mecanismos interligando as vias aéreas
superiores às inferiores

Drenagem pós-nasal
de mediadores
inflamatórios para as Mudança do padrão
vias aéreas inferiores de respiração nasal
para respiração oral

40% a 50% dos


pacientes com RA Absorção de
têm asma mediadores ou
fatores
30% a 80% dos quimiotáticos Ativação dos
pacientes asmáticos reflexos
têm RA brônquicos-
-nasofaríngeos
Adaptado de: Togias A. J Allergy Clin Immunol. 2003;111(6):1171-83.

O projeto ARIA recomenda que a base do tratamento da RA seja o uso de corti-


coides intranasais, devendo-se escolher aquele de maior segurança e de eficácia
comprovada no controle dos sintomas da doença. Para a instituição do tratamento,
é de fundamental importância a classificação da RA, conforme a figura 2.

13
Figura 2 – Classificação da RA segundo o ARIA

1- Quanto aos sintomas


Intermitente Persistente
< 4 dias por semana ou > 4 dias por semana e
< 4 semanas > 4 semanas

2- Quanto à intensidade
Leve Moderado - Grave (1 ou mais itens)
Sono normal Sono anormal
Atividade diária normal Atividade diária anormal
(escola, trabalho, esporte etc.) (escola, trabalho, esporte etc.)
Sem sintomas indesejáveis Com sintomas indesejáveis

Fonte: ARIA, 2008.

O tratamento da RA, segundo o consenso ARIA, está descrito na figura 3, abaixo.

Figura 3 – Tratamento da RA

Moderada /
Leve grave
Moderada / persistente persistente
Leve grave
intermitente intermitente
Corticoide intranasal
Cromona intranasal / Antilecotrienos
Anti-H não sedante / oral ou local
Descongestionante intranasal (< 10 dias) ou oral
Retirada de alérgenos / higiene nasal
Imunoterapia

Fonte: ARIA, 2008.

14 - Principais indicações e manejo


19. Quando e como utilizar o corticoide em crise de asma?
Deve-se utilizar a corticoterapia sistêmica em crise leve de asma, em casos de:13
• Não controle dos sintomas após três inalações sequenciais em uma hora, seja
com inaladores, seja com sprays dosimetrados;
• História de internação por asma no último mês;
• Uso recente de corticoide.
Nesses casos, utilizar prednisona 1 mg/kg por dia, via oral, máximo de 60 mg,
ou endovenosa (hidrocortisona, na dose de 4 mg/kg por dia, de seis em seis horas,
ou prednisolona). Utilizar corticoide via oral por cinco a sete dias (prednisolona
1 mg/kg por dia).2,5,9
Em crianças com crises moderadas ou graves de asma, o corticoide deve
ser dado precocemente, para melhor controle dos sintomas, concomitante à tera-
pêutica com broncodilatadores. O uso de corticoides reduz o risco de internação e
auxilia na melhora dos parâmetros de função pulmonar.9,27
Deve-se enfatizar que o uso de Corticoides Inalatórios (CI) nas crises não tem res-
paldo em literatura, não devendo ser utilizado em substituição ao corticoide via oral.

20. Qual a justificativa para o uso preferencial dos CI na profi-


laxia da asma?
Os CI constituem a principal medicação anti-inflamatória para o contro-
le da asma. Seus efeitos incluem: controle da inflamação e redução da morbi-
mortalidade da asma, das exacerbações e do uso de beta-agonistas. Deve
ser ressaltado que o CI não evita o remodelamento pulmonar, mas é bem
demonstrado que o controle da doença com essa droga contribui para a melhora
da qualidade de vida do paciente. O uso inalatório permite o acesso direto da
droga ao pulmão, evitando, assim, o uso de doses elevadas via oral, com aumento
da disponibilidade sistêmica e efeitos colaterais.3,5

21. Quais os possíveis efeitos colaterais do uso dos CI no trata-


mento profilático da asma?
Os CI constituem a principal estratégia para tratamento profilático da asma per-
sistente, segundo os principais consensos internacionais como The Global Initiative
for Asthma (GINA) e National Asthma Education and Prevention Program (NAEPP).

15
Embora vários estudos mostrem que essa droga não afeta o curso da doença, sabe-
mos que proporciona redução do número de exacerbações e melhora a qualidade de
vida do paciente e de seus familiares. Mesmo sabendo que hoje há novos corticoides
mais seguros para uso em crianças, muitos pais ainda relutam em administrar
esses medicamentos a seus filhos, por medo de efeitos colaterais como: monilíase
oral, défice de crescimento, osteopenia / osteoporose, catarata, glaucoma, ganho
de peso e interferência no eixo HHRS.2,4,29 É importante enfatizar que os profissionais
de saúde devem conhecer a potência e a biodisponibilidade sistêmica dos corti-
coides para usá-los, pesando, assim, riscos e benefícios e monitorizando possíveis
efeitos indesejáveis. Atualmente, novos corticoides com melhor perfil de segu-
rança e eficácia podem ser utilizados, minimizando os riscos de efeitos colaterais.

22. Existe comprometimento na velocidade de crescimento ou


na densidade mineral óssea nos pacientes que utilizam CI?
Os efeitos no crescimento e na qualidade da mineralização óssea de pacientes
em uso de CI variam de acordo com a dose utilizada, potência, ou seja, afinidade
ao receptor de GCS, e com a biodisponibilidade sistêmica.4,5 Esta última está dire-
tamente relacionada aos efeitos colaterais do corticoide.
Em relação à interferência na velocidade de crescimento de pacientes utilizando
CI, ela pode variar de acordo com o tipo de CI e as doses utilizadas. Estudos rea-
lizados com beclometasona inalatória para tratamento profilático de asma mos-
traram que pode haver interferência no crescimento de pacientes, em especial no
primeiro ano de uso da medicação, com redução de até 1 cm nesse período. Deve
ser ressaltado que o seguimento a longo prazo desses pacientes mostrou que a
altura final não sofreu nenhum prejuízo.
Em relação à densidade mineral óssea, o uso de CI em doses baixas ou moderadas,
não parece afetá-la. Porém deve ser enfatizado que a qualidade do osso depende tam-
bém de outros fatores, tais como: quantidade de cálcio da dieta e atividade física, que
facilita deposição de cálcio no osso. Em crianças, há grande dificuldade na avaliação
da densidade mineral óssea, pois os aparelhos de densitometria óssea necessitam pro-
grama especial para essa avaliação. Os profissionais que cuidam de crianças asmáticas
sob altas doses de CI devem estar atentos a possíveis efeitos na mineralização óssea,
avaliando dieta, calciúria de 24 horas e incentivando a prática de atividade física.

16 - Principais indicações e manejo


23. Quais as indicações da Corticoterapia Tópica Nasal (CTN)
nos pacientes com RA?
A indicação de CTN inclui todas as rinites moderadas e graves e, também, leves
persistentes, segundo o ARIA (figura 3).
O tempo de uso deve ser prolongado, pois deve ser realizado para tratamento
de inflamação mínima persistente, sendo reavaliado a cada três meses.6,10 Pelos
efeitos conhecidos da CTN, agindo na redução do número de eosinófilos, de linfó-
citos T e basófilos na mucosa nasal, constitui o principal tratamento dos quadros
obstrutivos da RA.12
Os vários corticoides para uso nasal e a idade mínima de uso estão descritos abaixo:
• Furoato de mometasona (2 anos);
• Furoato de fluticasona (2 anos);
• Propionato de fluticasona (4 anos);
• Budesonida (4 anos);
• Triancinolona (4 anos);
• Beclometasona (6 anos).
Além do tratamento medicamentoso com CTN, devem ser instituídas medidas
de controle ambiental, para melhor fiscalização dos sintomas, e o uso de anti-
-histamínicos de segunda geração, que possuem atividade anti-inflamatória e
auxiliam no controle do prurido e congestão nasal.

24. Qual a indicação do uso de corticosteroides na febre reumática?


A febre reumática é a principal causa de cardiopatia crônica adquirida, em
crianças e adolescentes. Os corticosteroides são utilizados nas cardites leves,
moderadas e graves, sendo a prednisona o mais utilizado. A dose inicial é de
2 mg/kg por dia (máximo de 60 mg), racionando em três a quatro vezes ao
dia, por duas semanas, seguido por dose única ao dia, por mais duas sema-
nas.18,31 Após o primeiro mês, deve-se reduzir progressivamente até a reti-
rada completa, por mais dois meses. Dessa forma, o tempo total de tratamento
com prednisona é de três meses, que corresponde ao tempo médio de du-
ração do surto de cardite. Pulsoterapia endovenosa com metilpredniso-
lona (30 mg/kg por dia, máximo de 1 g por dia, infundidas em soro gli-
cosado a 5%, 100 mL a 200 mL, em uma hora) pode ser administrada por

17
três dias consecutivos, com possibilidade de repetições das três pulsotera-
pias semanalmente (entre uma e quatro séries consecutivas). Além disso,
podem ser utilizadas em casos com: cardite grave com insuficiência cardíaca, rup-
tura de cordoalhas tendíneas ou necessidade de cirurgia cardíaca emergencial.

25. Os corticosteroides são utilizados em quais situação em pacien-


tes com Púrpura de Henoch-Schönlein (PHS)?
A PHS é a principal vasculite da faixa etária pediátrica, e seu tratamento deve ser
dirigido para identificar e remover os possíveis agentes etiológicos envolvidos: infec-
ções, alimentos, medicamentos, vacinas etc. As lesões cutâneas, características da
PHS, habitualmente não respondem a anti-inflamatórios não hormonais e anti-hista-
mínicos, sendo a ranitidina, indicada a pacientes com sintomas gastrointestinais.
Os corticosteroides na PHS são apenas indicados nos casos com graves mani-
festações gastrointestinais (dor abdominal intensa, sangramento e invaginação
intestinal), com melhor eficácia em sua introdução precoce e, nesses casos, obser-
va-se também um rápido controle das manifestações articulares e cutâneas.1,21,30
Outras indicações dos corticoides são para: nefrite grave (glomerulonefrites com
crescentes e manifestações de síndrome nefrótica, nefrítica ou insuficiência renal),
orquiepididimite, hemorragia pulmonar e comprometimento do sistema ner voso
central. Utilizam-se, nesses casos, a prednisona ou prednisolona nas doses de
1 mg/kg a 2 mg/kg por dia, por sete dias, com redução e retirada em duas a quatro
semanas. Outra forma de utilização é a pulsoterapia (metilprednisolona, 30 mg/kg
por dia, endovenosa, por três dias).

26. Qual a indicação da corticoterapia na Síndrome de Kawasaki


(SK)?
A SK é a segunda vasculite mais frequente na infância e seu tratamento inicial
inclui medidas gerais, como internação e monitorização cardíaca, gamaglobulina
endovenosa (GGE) na dose de 2 g/kg (dose única em infusão contínua de dez
horas) e ácido acetilsalicílico na dose de 80 mg/kg a 100 mg/kg por dia, em quatro
tomadas. Cerca de 10% a 30% dos pacientes não respondem às terapêuticas
anteriores, com manutenção da febre, devendo ser indicada uma segunda dose de
GGE (1 g/kg por dia). Nos casos refratários e com manutenção da febre após 72

18 - Principais indicações e manejo


horas, existe a indicação da corticoterapia, devendo ser utilizada a pulsoterapia
endovenosa com metilprednisolona (30 mg/kg por dia, por três dias).15

27. Qual a indicação da pulsoterapia no Lúpus Eritematoso Sistê-


mico Juvenil (LESJ)?
O LESJ é uma doença rara, de etiologia desconhecida, que acomete diversos
órgãos e sistemas, caracterizada por períodos de exacerbação e remissão. A pred-
nisona e a prednisolona são os corticosteroides de escolha para uso oral em prati-
camente todos os pacientes. A pulsoterapia com metilprednisolona (30 mg/kg
por dia, endovenosa, por três dias) está indicada em situações de gravidade, tais
como: nefrite, envolvimento neuropsiquiátrico, plaquetopenia aguda, anemia
hemolítica autoimune, vasculites, hemorragia pulmonar, entre outras indicações.34,35

28. Quais as principais vias de administração dos corticosteroides


na AIJ?
A AIJ é a principal causa de artrite crônica na faixa etária pediátrica e as indi-
cações dos corticosteroides incluem a pericardite, miocardite, doença ativa febril
com ou sem artrite ativa e síndrome de ativação macrofágica.32,33 São utilizados
por várias vias de administração, ressaltando-se a via oral (prednisona, predniso-
lona e deflazacort), via endovenosa (pulsoterapia com metilprednisolona) e a via
intra-articular, com injeções articulares com hexacetonide de triancinolona (20 mg a
40 mg por articulação). Além dessas, administração tópica ocular está indicada na
uveíte anterior.

29. Quais as principais indicações do uso de corticoides em neuro-


logia, em especial nas doenças infecciosas?
Os GCS podem ser empregados, não apenas nas doenças infecciosas e autoi-
munes, mas também em lesões isquêmicas, degenerativas, traumáticas e meta-
bólicas do sistema nervoso e músculo (por exemplo, acidente vascular cerebral,
distrofia muscular de Duchenne, adrenoleucodistrofia), quando comumente ocorre
reação inflamatória.20,40,42
Princípios básicos do uso de corticosteroides em neurologia infantil:
1- O diagnóstico deve ter sido inequivocamente estabelecido;

19
2- O status clínico de base (força muscular, capacidade vital, distúrbio da marcha
etc.) deve ter sido documentado para que possa ser mensurado em exames
seguidos para quantificar a melhora;
3- O médico deve estar ciente de possíveis condições médicas de base (por
exemplo, diabetes e infecção crônica);
4- A não aderência ao tratamento pode ser uma contraindicação ao início do
tratamento com imunossupressor;
5- Os GCS não revertem défice crônico pré-existente, causado por processo autoi-
mune ou inflamatório de longa data, no sistema nervoso central ou periférico,
assim como na fibra muscular, decorrentes de perda axonal e fibrose.

Uso em doenças infecciosas:


Meningites bacterianas – O diagnóstico e o tratamento das meningites
bacterianas são desafiadores; graves sequelas, ou morte, podem ocorrer mesmo
com a terapia antibiótica apropriada. A lise bacteriana induzida pelos antibióticos
causa inflamação do espaço subaracnoideo, e essa resposta é atenuada pelos
GCS. Foi demonstrado que o uso de dexametasona associada melhora o prognós-
tico dos pacientes. Estudos realizados, no período entre 1988 e 1997, em crianças
com meningite bacteriana pelo Haemophilus influenzae tipo b (Hib) mostraram que
o uso de dexametasona reduz a incidência da perda auditiva.42 Uma revisão siste-
mática recente, incluindo 2.750 crianças e adultos, demonstrou estatisticamente
reduções significativas da mortalidade, perda auditiva e sequelas neurológicas
a longo prazo quando GCS eram usados adjuntos à terapia antimicrobiana. Os
GCS devem ser administrados imediatamente antes ou junto ao antibiótico, sendo
recomendado dexametasona a cada seis horas, por quatro dias (0,15 mg/kg/dose).

Meningite tuberculosa – A tuberculose continua sendo um problema de


saúde em muitos países. A meningite tuberculosa leva a grave processo inflamató-
rio cerebral com lesões secundárias, com mortalidade de até 50%, sendo que, dos
sobreviventes, apenas 21,5% apresentam completa recuperação. Défices cogniti-
vo e motor, incluindo atrofia óptica e acometimento de outros nervos cranianos
são residuais comuns.22 Grandes estudos randomizados recomendam o uso de
dexametasona em pacientes com meningite tuberculosa. Pacientes com escala de

20 - Principais indicações e manejo


Glasgow menor que 15, ou com défice neurológico focal devem receber dexame-
tasona endovenosa por quatro semanas (0,4 mg/kg por dia, na 1ª semana; 0,3
mg/kg por dia, na 2ª semana; 0,2 mg/kg por dia, na 3ª semana; e 0,1 mg/kg por
dia, na 4ª semana). Pacientes com estado mental preservado e sem défices neuro-
lógicos devem receber dexametasona endovenosa por duas semanas (0,2 mg/kg
por dia, na 1ª semana; e 0,1 mg/kg por dia, na 2ª semana), seguido de redução
gradual de GCS via oral.

Encefalite pelo Herpes Simples Vírus (HSV) – A encefalite pelo HSV cons-
titui uma emergência neurológica com alta mortalidade (70%) se não tratada e,
mesmo com a terapia antiviral, a morbidade e mortalidade ainda são elevadas
(20% a 50%). A intensa resposta inflamatória ao HSV combinada a morbidade e
mortalidade consideráveis levou à sugestão do uso de anti-inflamatórios no trata-
mento dessa doença. Não existem grandes coortes ou estudos randomizados que
recomendem o uso dos GCS na encefalite herpética. A dexametasona pode ser
considerada em pacientes com edema cerebral intenso ou vasculite, porém nova-
mente essa indicação não é apoiada por evidências sistemáticas.25,26

30. Qual a indicação dos GCS no controle do traumatismo cranio-


encefálico (TCE)?
Os GCS foram introduzidos no tratamento do edema cerebral nos anos 1960.
De maneira experimental, tem-se demonstrado sua utilidade para restaurar a
permeabilidade vascular alterada, estabilizar as membranas celulares e reduzir,
tanto a produção de líquido cefalorraquídeo, quando a de radicais livres. Também
tem-se observado melhora clínica nos enfermos com edema cerebral por tumor.
Alguns estudos iniciais evidenciaram a utilidade dos GCS em enfermo com TCE
grave. Sem dúvida, os ensaios clínicos prospectivos fracassaram em demonstrar
algum efeito benéfico do uso dos GCS em doses altas ou baixas na diminuição da
pressão intracraniana ou na melhoria da sobrevida.7,11,14

21
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INFORMAÇÕES PARA PRESCRIÇÃO: PRELONE. prednisolona. 5 mg ou 20 mg. Comprimidos.


USO ORAL. USO ADULTO E PEDIÁTRICO. MS - 1.0573.0330. Indicações: 1. Distúrbios Endócrinos:
Insuficiência adrenocortical primária ou secundária. Análogos sintéticos podem ser utilizados em conjun-
to com mineralocorticóides, quando necessário; hiperplasia adrenal congênita; tireoidite não-supurativa;
hipercalcemia associada ao câncer. 2- Distúrbios Reumáticos: Como terapia adjuvante para adminis-
tração a curto prazo (para reverter paciente em episódio agudo ou exacerbado) em: artrite psoriática,
artrite reumatóide, incluindo artrite reumatóide juvenil (em casos particulares serão utilizadas terapias
de manutenção de baixas doses); espondilite anquilosante; bursite aguda e subaguda; tenossinovite
aguda inespecífica; artrite gotosa aguda; osteoartrite pós-traumática; sinovites osteoartríticas; epicondi-
lites. 3- Colagenoses: Durante exacerbação ou como terapia de manutenção em casos particulares de
lúpus eritematoso sistêmico, cardite reumática aguda. 4- Doenças Dermatológicas: Pênfigo; derma-
tite herpetiforme bolhosa; eritema multiforme grave; dermatite esfoliativa; micoses fungóides; psoríase
grave; dermatite seborréica grave. 5- Estados Alérgicos: Controle de condições alérgicas graves ou
incapacitantes refratárias aos meios adequados de tratamentos convencionais; rinite alérgica perene ou
sazonal; asma brônquica; dermatite de contato; dermatite atópica; doenças do soro; reações de hipersen-
sibilidade a drogas. 6- Doenças Oftálmicas: Processos inflamatórios e alérgicos agudos e crônicos
graves: envolvendo o olho e seus anexos como úlceras marginais alérgicas da córnea; herpes zoster of-
tálmico; inflamação do segmento anterior; coroidite e uveíte posterior difusa; oftalmia simpática; conjun-
tivite alérgica; ceratite; coriorretinite; neurite óptica; irites e iridociclites. 7- Doenças Respiratórias:
Sarcoidose sintomática; Síndrome de Löefler não-tratável por outros meios; beriliose; tuberculose pulmo-
nar fulminante ou disseminada quando usado concomitantemente à quimioterapia antituberculose apro-
priada; pneumonite por aspiração. 8- Distúrbios Hematológicos: Púrpura trombocitopênica idiopática
em adultos; trombocitopenia secundária em adultos; anemia hemolítica adquirida (auto-imune); eritro-
blastopenia; anemia hipoplásica congênita (eritróide). 9- Doenças Neoplásicas: Para o tratamento
paliativo de leucemia e linfomas em adultos; leucemia aguda infantil. 10- Estados Edematosos: Para
indução de diurese ou remissão da proteinúria na síndrome nefrótica idiopática ou devida ao lúpus erite-
matoso, sem uremia. 11- Doenças Gastrintestinais: Manutenção do paciente após um período crítico
da doença em colite ulcerativa e enterite regional. 12- Doenças Neurológicas: Exacerbações agudas
da esclerose múltipla. 13- Outros: Meningite tuberculosa com bloqueio subaracnóide ou bloqueio imi-
nente, quando utilizado concomitantemente a quimioterápicos antituberculosos apropriados. Triquinose
com envolvimento neurológico ou do miocárdio. Em adição às indicações citadas, PRELONE é indicado
também para dermatomiosite sistêmica (polimiosite). Contraindicações: infecções fúngicas sistê-
micas; hipersensibilidade à prednisolona e a qualquer outro componente da fórmula.
Precauções e advertências: Em casos de insuficiência adrenocortical induzida por predniso-
lona, pode-se minimizar o quadro por redução gradual da dosagem. Devido à possibilidade
de persistência desse quadro após a interrupção do tratamento por algum tempo, pode ser
necessário reiniciar a corticoterapia em situações de estresse. Em pacientes portadores de
hipotireoidismo ou com cirrose, existe aumento do efeito do corticosteróide. Pacientes por-
tadores de herpes simples ocular devem utilizar corticosteróides com cautela pois pode
haver possível perfuração de córnea. a menor dose possível de corticosteróide deve ser
utilizada a fim de se controlar as condições sob tratamento. Quando a redução da dosagem
for possível, esta deve ser feita gradualmente. Podem aparecer distúrbios psíquicos quando
do uso de corticosteróides, variando desde euforia, insônia, alteração do humor, alteração
de personalidade, depressão grave até manifestações de psicose ou instabilidade emocio-
nal. Tendências psicóticas preexistentes podem ser agravadas pelos corticosteróides. Deve
haver cuidado na utilização de esteróides em casos de colite ulcerativa não-específica,
caso haja possibilidade de perfuração iminente, abscesso ou outras infecções piogênicas;
diverticulite; anastomoses de intestino; úlcera péptica ativa ou latente; insuficiência renal;
hipertensão; osteoporose e miastenia gravis. O crescimento e desenvolvimento de crianças
sob corticoterapia prolongada devem ser observados cuidadosamente. Embora estudos clí-
nicos controlados tenham demonstrado a efetividade dos corticosteróides em aumentar a
rapidez da resolução do problema das exacerbações agudas da esclerose múltipla, eles não
demonstraram que os corticosteróides afetam o resultado final do histórico natural da doen-
ça. Pressão arterial, peso corporal, dados rotineiros de laboratório, incluindo glicose pós-
prandial de 2 horas e potássio sérico, raio x de tórax e partes superiores devem ser obtidos
a intervalos regulares. Em pacientes sob terapia com corticosteróides submetidos a situa-
ções incomuns de estresse, recomenda-se que a dosagem de corticosteróides seja aumen-
tada rapidamente, antes, durante e após a situação estressante. Os corticosteróides podem
mascarar alguns sinais de infecção e novas infecções podem aparecer durante o tratamento.
O uso prolongado de corticosteróides pode produzir catarata subcapsular posterior, glauco-
ma com possível lesão dos nervos ópticos e pode aumentar a ocorrência de infecções se-
cundárias oculares devido a fungos e viroses. Doses médias e elevadas de hidrocortisona e
cortisona podem causar elevação da pressão arterial, retenção de sódio e água e aumento
da excreção de potássio. esses efeitos ocorrem menos freqüentemente com os derivados
sintéticos, a não ser quando utilizados em altas doses. todos os corticosteróides aumentam
a excreção de cálcio. Quando em terapia com corticosteróides, os pacientes não devem ser
vacinados contra varíola. Outras imunizações não devem ser feitas em pacientes sob corti-
coterapia, especialmente em altas doses, devido aos possíveis riscos de complicações neu-
rológicas e a ausência de resposta imune. Crianças e adultos sob terapia imunossupressora
são mais sensíveis a infecções do que indivíduos saudáveis. varicela e sarampo, por exem-
plo, podem ter um curso mais grave e até fatal em crianças e adultos não-imunes sob corti-
coterapia. em crianças e adultos que não tiveram infecções causadas por esses agentes,
deve-se ter o cuidado especial de evitar a exposição aos mesmos. Desconhece-se como a
dose, via e duração de administração de corticosteróides podem afetar o risco de desenvol-
vimento de infecção disseminada. A contribuição da causa da doença e/ou tratamento pré-
vio com corticosteróides a este risco também é desconhecida. Medicamentos imunossu-
pressores podem ativar focos primários de tuberculose. os médicos que acompanham pa-
cientes sob imunossupressão devem estar alertas quanto à possibilidade de surgimento de
doença ativa, tomando, assim todos os cuidados para o diagnóstico precoce e tratamento. O
uso de prednisolona em tuberculose ativa deve ser restrito a casos de tuberculose fulminan-
te ou disseminada, nas quais o corticosteróide é usado para o controle da doença associado
a um regime antituberculoso apropriado. Quando os corticosteróides forem indicados a pa-
cientes com tuberculose latente ou com reatividade à tuberculina é necessária rigorosa
observação, pois pode haver reativação da doença. Uso na gravidez e lactação: Como estu-
dos adequados de reprodução humana não foram feitos com corticosteróides, o uso de pred-
nisolona na gravidez, lactação ou em mulheres com potencial de engravidar, requer que os
possíveis benefícios da droga justifiquem o risco potencial para a mãe, embrião ou feto.
Lactação: a prednisolona é excretada no leite materno em baixos níveis. Medidas de caute-
la devem ser tomadas quando a prednisolona é administrada a lactantes. Crianças nascidas
de mães que receberam corticosteróides durante a gravidez, devem ser cuidadosamente
observadas quanto ao surgimento de hipoadrenalismo. Interações medicamentosas: Álcool
ou drogas antiinflamatórias não-esteroidais: risco de ulceração gastrintestinal ou hemorragia pode
ser aumentado quando estas substâncias são utilizadas concomitantemente com glicocorticóides, entre-
tanto o uso concomitante de antiinflamatórios não-esteroidais no tratamento de artrite deve promover
benefício terapêutico aditivo e permitir redução de dosagem de glicocorticóide. EM HIPOPRO-
TROMBINEMIA, O ÁCIDO ACETILSALICÍLICO DEVE SER UTILIZADO COM CAUTELA QUANDO
ASSOCIADO À CORTICOTERAPIA. Anticolinérgicos, especialmente atropina e compostos
relacionados: o uso concomitante a longo prazo com glicocorticóides pode aumentar a pressão intra-
ocular. Anticoagulantes, derivados cumarínicos ou indandionas, heparina, estreptoquinase
ou uroquinase: Ajustes de dose baseados na determinação do tempo de protrombina podem ser neces-
sários durante e após a terapia com glicocorticóide. O potencial de ocorrência de ulceração gastrintesti-
nal ou hemorragia durante terapia com glicocorticóide e os efeitos dos glicocorticóides na integridade
vascular, podem apresentar-se aumentados em pacientes que recebem terapia com anticoagulante ou
trombolítico. Agentes antidiabéticos, sulfoniluréia ou insulina: os glicocorticóides podem aumen-
tar as concentrações de glicose no sangue. Ajuste de dose de um ou ambos agentes pode ser necessário
quando a terapia com glicocorticóide é descontinuada. Agentes antitireoidianos ou hormônios da
tireóide: alterações na condição da tireóide do paciente podem ocorrer como um resultado de adminis-
tração, alteração na dosagem ou descontinuação de hormônios da tireóide ou agentes antitireoidianos,
podendo necessitar de ajuste de dosagem de corticosteróide, uma vez que a depuração metabólica de
corticosteróides diminui em pacientes com hipotireoidismo e aumenta em pacientes com hipertireoidis-
mo. Os ajustes de dose devem ser baseados em resultados de testes de função da tireóide. Estrogênios
ou contraceptivos orais contendo estrogênios: estrogênios podem alterar o metabolismo, levando
à diminuição da depuração, aumentando a meia-vida de eliminação e aumentando os efeitos terapêuti-
cos e toxicidade dos glicocorticóides. O ajuste de dose dos glicocorticóides pode ser requerido durante e
após o uso concomitante. Glicosídios digitálicos: o uso concomitante de glicocorticóides pode au-
mentar a possibilidade de arritmias ou toxicidade digitálica associada com hipocalemia. Diuréticos:
efeitos de natriuréticos e diuréticos podem diminuir as ações de retenção de sódio e fluidos de corticos-
teróides e vice-versa. O uso concomitante de diuréticos depletores de potássio com corticosteróides
pode resultar em hipocalemia. A monitoração da concentração de potássio sérico e função cardíaca é
recomendada. Isoniazida: glicocorticóides, especialmente prednisolona, podem aumentar o metabolis-
mo hepático e/ou excreção de isoniazida, levando à diminuição das concentrações plasmáticas e eficácia
da isoniazida, especialmente em pacientes que sofrem acetilação rápida. O ajuste de dose de isoniazida
pode ser necessário durante e após o uso concomitante. Somatropina: inibição da resposta ao cresci-
mento à somatrem ou somatropina pode ocorrer com uso terapêutico crônico de doses diárias (por m2 de
superfície corporal) que excedam 2,5 – 3,75 mg de prednisolona oral ou 1,25 - 1,88 mg de prednisolona
parenteral. É recomendado que estas doses não sejam excedidas durante a terapia com somatrem ou
somatropina. Se doses maiores forem necessárias, a administração de somatrem ou somatropina deve
ser postergada. Barbituratos e drogas indutoras enzimáticas: drogas que induzem a atividade das
enzimas metabólicas hepáticas da fração microssomal podem aumentar o metabolismo da prednisolona,
requerendo, em terapias concomitantes, o aumento da dosagem de prednisolona. Reações adversas:
• Neurológicas: Convulsões, aumento da pressão intracraniana com papiledema (pseudotu-
mor cerebral), cefaléia; vertigem. • Musculoesqueléticas: Fraqueza muscular, miopatia este-
róide, perda de massa muscular, osteoporose, fratura vertebral por compressão, necrose
asséptica da cabeça umeral e femoral, fratura patológica de ossos longos. • Gastrintestinais:
Úlcera péptica com possível perfuração e hemorragia; pancreatite; distensão abdominal;
esofagite ulcerativa. • Dermatológicas: Retardo da cicatrização; atrofia cutânea; petéquias e
equimoses; eritema facial; sudorese aumentada; pode ocorrer supressão a reações de al-
guns testes cutâneos. • Endócrinas: Irregularidades menstruais; desenvolvimento de estado
cushingóide; retardo do crescimento em crianças; ausência de resposta secundária adreno-
cortical e hipofisária, especialmente em situações de estresse, como trauma, cirurgia ou
doença. Diminuição da tolerância a carboidratos, manifestação de diabetes mellitus latente;
aumento das necessidades de insulina ou hipoglicemiantes orais em diabéticos. •
Oftálmicas: Catarata subcapsular posterior; aumento da pressão intra-ocular; glaucoma;
exoftalmia. • Hidroeletrolíticas: Retenção de sódio; retenção de líquido; insuficiência cardí-
aca congestiva em pacientes suscetíveis, perda de potássio, alcalose hipocalêmica; hiper-
tensão arterial. • Metabólicas: Balanço negativo de nitrogênio devido ao catabolismo protéi-
co. Posologia: A dosagem inicial de PRELONE pode variar de 5 a 60 mg por dia, dependendo da doen-
ça específica que está sendo tratada. As doses de PRELONE requeridas são variáveis e devem ser indi-
vidualizadas de acordo com a doença em tratamento e a resposta do paciente. Se for necessário que o
tratamento seja interrompido, é recomendado que a retirada seja gradual e nunca abrupta. “SE
PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.” VENDA SOB
PRESCRIÇÃO MÉDICA
MB_02 SAP 4100203
“Material técnico científico de distribuição exclusiva à classe médica”

Uso de Corticoides na Prática Clínica - Principais indicações e manejo é uma publicação pe-
riódica da Phoenix Comunicação Integrada patrocinada por Laboratório Aché. Jornalista Responsável:
José Antonio Mariano (MTb: 22.273-SP). Tiragem: 3.000 exemplares. Endereço: Rua Gomes Freire,
439 – cj. 6 – CEP 05075-010 – São Paulo – SP. Tel.: (11) 3645-2171 – Fax: (11) 3831-8560 – Home
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edição pode ser reproduzida, gravada em sistema de armazenamento ou transmitida de forma alguma
por qualquer meio. phx vp 19/07/10
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Contraindicações: Hipersensibilidade a qualquer componente da fórmula. Interações medicamentosas: Anticoagulantes,
antidiabéticos, barbituratos e drogas indutoras enzimáticas.
Referência Bibliográfica: 1) Revista Kairos, nº 257: página: 158; Abril 2010.

A minibula do produto encontra-se no corpo desta edição.


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Produzido em MXOKR/2010
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