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INTRODUÇÃO
Grande parte dos meios de contraste utilizado na ressonância magnética (RM) é a base de quelatos do
íon paramagnético gadolínio (Gd). Os tipos existentes no mercado atualmente podem ser divididos em duas
categorias, extracelular inespecífico e intracelular específico, onde a principal diferença está na molécula
quelante que carrega o Gd.
O efeito desejado e por conseqüência o mais importante do Gd como meio de contraste para a RM é a
redução do relaxamento T1 nos tecidos em que se encontra o composto. Vale ressaltar que as imagens de
RM não mostram o Gd propriamente dito e sim seu efeito paramagnético.
Algumas características que afetam a segurança desses agentes são: estrutura molecular,
osmolaridade (quanto menor a osmolalidade, melhor) e viscosidade (baixa velocidade é preferível e
influência na velocidade com que o contraste pode ser injetado)(1,3).
Fonte: Hepcentro
1 PRIMOVIST® – DESCRIÇÕES
2.1 Farmacocinética
2.2 Farmacodinâmica
Não foram realizados estudos de interação em seres humanos. Em geral, drogas aniônicas excretadas
primariamente para a bile (como a rifampicina) podem competir com o realce do contraste hepático e a
excreção biliar do Primovist®. Estudos em animais demonstraram que os compostos pertencentes à classe
das rifamicinas bloqueiam a captação hepática do Primovist®, reduzindo assim o efeito do contraste
hepático. Neste caso, o efeito benéfico esperado da injeção do Primovist® pode ser limitado.
Pacientes com hiperbilirrubinemia podem reduzir o efeito de contraste de Primovist®, pois ambos
competem diretamente pelo mesmo transportador no hepatócito, o que limita seu uso em pacientes com
bilirrubina total > 3 mg/dL. 9,10).
Em relação a interferências, níveis de ferritina podem reduzir o efeito do contraste hepático do
Primovist®. Em exames diagnósticos na determinação de ferro sérico usando métodos complexométricos
podem resultar em valores falsos por até 24 horas após o exame com Primovist®, devido ao agente de
complexação livre contido na solução do meio de contraste(1,9).
2.4 Gravidez e Lactação
• Só deve ser usado em mulheres grávidas após uma clara análise do risco-benefício;
• No caso de lactação, recomenda-se que a amamentação seja interrompida por 24 horas após a
administração de Primovist®(1,9).
Não pode ser administrado em pacientes menores de 18 anos devido falta de estudos conclusivos com
relação ao efeito desse contraste nesses pacientes;
Adequado para detectar lesões < 1cm de diâmetro e em geral, é superior na detecção de lesões,
comparado à RM e TC pré-contraste (simples), resultando em elevada precisão diagnóstica sobre a
presença ou ausência de lesões;
Alta confiança diagnóstica para caracterização das lesões devido as informações obtidas durante a
aquisição de imagens na fase inicial (arterial, venosa portal) e tardia (hepatócitos);
Várias dúvidas diagnósticas podem ser esclarecidas, por meio da avaliação da vasculatura hepática
durante a primeira passagem do contraste;
Sua administração é via injeção em bolus em uma baixa dose 25 µmol de Gd/Kg peso corporal(1).
O realce tem dois componentes: a fase de perfusão dinâmica, que ocorre imediatamente após a
injeção até cinco minutos após a administração; e a fase hepatobiliar, no qual o Primovist® fica basicamente
residindo dentro dos hepatócitos e sendo transportado mais lentamente para a bile. Ambas as fases são
importantes para a caracterização.
O realce produzido durante a fase de perfusão inicial apresenta informações sobre a caracterização
das lesões hepáticas focais baseadas no padrão de realce. Adicionalmente, o realce vascular facilita a
diferenciação entre os vasos sanguíneos e pequenas lesões intra hepáticas(1,2).
LESÕES BENIGNAS
Hiperplasia nodular focal
Sequência (HNF) Adenoma hepatocelular Hemangioma
T1 natural Hipointenso Homogêneo e hipointenso Hipointenso
Realce nodular periférico na
Realce inicial forte durante a
fase arterial, progredindo
fase arterial, isointenso para
T1 fase dinâmica Forte realce centripetamente para
parênquima hepático nas fases
hiperintensidade quase
venosa portal e tardia
completa na fase tardia
Hiperintenso para parênquima
normal devido à taxa normal de
Bem delineado e moderadamente
T1 fase de acúmulo captação e taxa mais lenta de Bem delineado e hipointenso
hiperintenso
eliminação das células tumorais
da HNF
Fonte:Bayer HealthCare
LESÕES MALIGNAS
Carcinoma Hepato Celular
Sequência (CHC) Colangiocarcionoma (CCC) Metástases hepáticas
Os tumores mal diferenciados
são hipointensos - enquanto que
T1 natural Discretamente hipointenso Hipointenso
os tumores bem diferenciados
são hiperintensos
Metástases principalmente
hipovascularizadas: realce
Realce moderado progressivo periférico moderado /
Realce forte e heterogêneo
T1 fase dinâmica que omite a área central da Metástases
durante a fase arterial
massa hipervascularizadas: realce
arterial inicial sem
preenchimento centrípeto
CHC mal diferenciado:
hipointenso. Podendo apresentar
grau variado de realce em 10-
T1 fase de acúmulo Hiopintenso Hipointenso
25% na dependência da
expressão tumoral dos
transportadores membranosos
Fonte:Bayer HealthCare
Localizador
Coronal T2 Haste
Axial in/out
** Care Bolus **
** Após 15 minutos **
** Após 20 minutos **
Adenoma Hepatocelular
A B C
D E F
G H I
Fig 02 : Comportamento do Adenoma Hepatocelular em Ressonância Magnética utilizando contraste hepatocelular. Apresenta restrição à difusão à
molécula de água na sequência difusão (A) e elevação de sinal em T2 (B). Após a administração do contraste, observa-se elevação do sinal na fase arterial (C), e
mantendo a captação nas fases tardias (D,E). Após 15 minutos da administração do contraste hetoespecífico, observação a diferenciação da lesão (hiposinal) em
relação ao parênquima hepático (F). Após 20 minutos da administração (G) e utilizando recursos de alteração no valor do flip angle para 30°(H) e 40° (I), ainda
observa-se essa queda de sinal. Fonte : HSL
A B C
D E
Fig 03 : Comportamento da Hiperplasia Nodular Focal em Ressonância Magnética utilizando contraste hepatocelular. Apresenta restrição à difusão à
molécula de água na sequência difusão (A) e elevação de sinal em T2 (B). Após a administração do contraste, observa-se elevação do sinal na fase arterial (C), e
mantendo a captação nas fases tardias realizadas após 15 minutos (D) e 20 minutos (E). Fonte : HSL
ARTIGOS
Este artigo teve como objetivo comparar as taxas de injeção meio de contrate hepatocelular em 0,5
ml/s e 1 ml/s na fase arterial hepática na ressonância magnética.
Clinicamente o uso deste ácido gadoxético garante um bom contraste entre os hepatócitos normais e
com lesões. Porém, a qualidade adequada das imagens em fase arterial também é crucial para a detecção e
caracterização de lesões hepáticas focais hipervascular. Para esta qualidade é necessário a utilização do
método de test bolus. Ao utilizar uma taxa de injeção mais baixa (1 ml/s), o bolus é esticada, e tem uma
maior oportunidade para estabelecer o processo de ligação da proteína no sangue humano, o que resulta em
uma relaxividade mais alta que pode evitar efeitos de saturação, além de considerarmos o fato do volume ser
menor.
Limitações do estudo: toda a série de exames de RM com taxas de injeção de 0,5 ml/s não pode ser
comparada no mesmo paciente.
Conclusão: a qualidade da imagem e a sensibilidade da fase arterial não foram significativamente melhorada
através da redução de injeção de contraste.
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2. Bernard EVB, Catherine MP, Hero KH. Primovist, Eovist: What to expect? J Hepatol. 2012;57:421-
429.
3. Jorge EJ, Antonio CS, Marcel KS, Marcello HNB, Marcello HNB, Valdir FM. Complicações do uso
intravenoso de agentes de contraste à base de gadolínio para ressonância magnética. Radiol Bras.
2008; 41(4):263-267.
10. Francisco FAF, Araújo ALE, Neto JAO, Parente DB. Contraste hepatobiliar: diagnóstico diferencial
das lesões hepaticas focais, armadilhas e outras indicações. Radiol Bras. 2014; 47(5): 301-309.